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Slide - Direito Cível - Parte Geral

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Direito Civil – Parte Geral
A LINDB (antes denominada LICC) não faz parte do Código Civil, embora esteja anexa a ele. Trata-se de norma de sobredireito, ou seja, é um conjunto de normas cujo objetivo é disciplinar as próprias normas jurídicas (lex legum – norma sobre normas). 
A lei em questão estabelece alguns parâmetros genéricos para formação, elaboração, vigência, eficácia, interpretação, integração e aplicação das leis. 
Direito Civil – Parte Geral
A LINDB trata acerca dos seguintes assuntos: 
vigência e eficácia das normas jurídicas; 
conflito de leis no tempo; 
conflito de leis no espaço; 
critérios hermenêuticos; 
critérios de integração do ordenamento jurídico; 
normas de direito internacional privado (arts. 7º a 19); 
normas de direito público (arts. 20 a 30). 
Direito Civil – Parte Geral
Fontes do Direito 
Conceito: de “onde vem” ou formas de expressão do direito. 
Miguel Reale define fontes do direito como os “processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória”. 
De acordo com Hans Kelsen, fonte do direito é “o fundamento de validade da norma jurídica, decorre de uma norma superior, válida”. 
Direito Civil – Parte Geral
A classificação e divisão quanto as fontes do direito, não é tema pacífico na doutrina, de modo que cada autor edita sua classificação: 
Se dividem em: 
Fontes formais: constam expressamente na LINDB, e se dividem em primarias (leis); e secundarias (analogia, costumes e princípios gerais do direito); 
Fontes informais: não estão previstas na LINDB: doutrina, jurisprudência e equidade. 
Direito Civil – Parte Geral
Alguns autores denominam as fontes formais secundárias de fontes indiretas ou mediatas, isso porque são aplicáveis em caso de lacuna legal, omissão da lei (art. 4º – “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”). São os denominados métodos de integração normativa. 
CPC, Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. 
Direito Civil – Parte Geral
Analogia
Consiste em aplicar a uma data situação que não está prevista em lei uma norma jurídica próxima (analogia legis ou propriamente dita) ou um conjunto de normas jurídicas que possuem sintonia com aquele caso (analogia iuris). Como exemplo há a aplicação das regras do casamento para a união estável. 
Direito Civil – Parte Geral
Costumes 
São as práticas reiteradas no tempo. A repetição de usos de comportamentos, capaz de gerar a convicção interna no individuo de uma necessidade jurídica de sua obediência. 
CC, Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Os costumes podem ser: 
Segundo a lei (secudum legem): quando expressamente previstos (ex.: art. 187, CC). Aqui há subsunção; 
Na fata de lei (praeter legem): aplicado quando a lei for omissa (ex.: cheque pré-datado); 
Contra a lei (contra legem): não são admitidos. 
Direito Civil – Parte Geral
Princípios Gerais do Direito 
São as fontes basilares para qualquer ramo do direito, influindo tanto em sua formação quanto em sua aplicação. 
São três os princípios consagrados no CC, conforme se extrai da sua exposição de motivos: 
Princípio da eticidade (valorização da ética e boa-fé); 
Princípio da socialidade (corolário do princípio da função social da propriedade, dos contratos); 
Princípio da operabilidade (simplicidade e efetividade, a alcançada por meio das cláusulas gerais). 
Direito Civil – Parte Geral
Equidade 
A equidade é forma de integração do direito? 
Segundo Aristóteles, a equidade é a correção do justo legal; ou seja, a correção da lei, quando esta se mostrar extremamente injusta. 
A equidade não está prevista na LINDB como forma de integração de lacunas legais. Mas o art. 140 do CPC prevê que “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”. Desse modo, entende-se que o sistema jurídico admite a equidade como mecanismo de integração, quando indicado pela própria norma, ou seja, somente em caso de previsão legal (vide art. 7º, CDC). 
Direito Civil – Parte Geral
Norma Agendi: aLei
Lei é a norma jurídica. Fonte primária e direta do direito. Trata-se de uma ordem (determinação do legislador) com caráter geral, universal e permanente, e deve originar da autoridade competente. 
Nos dizeres de Maria Helena Diniz, trata-se de um imperativo autorizante. Imperativo, porque é dotada de coercibilidade, sendo dirigida a todos (atributo da generalidade). Autorizante, porque tem a função de autorizar ou não determinadas condutas. 
Direito Civil – Parte Geral
Vigência, Vigor, Eficácia e Validade da Lei
A vigência é tempo de duração de uma norma jurídica, o lapso temporal no qual a lei pode produzir efeitos, no qual a lei possui vigor. Tem seu início com a publicação (ou decorrido o prazo da vacatio legis) e persiste até a sua revogação ou extinção. O termo a quo da vigência da lei é estabelecido livremente pelo legislador. 
A vigência da norma tem intima conexão com a força vinculante da lei ou à sua obrigatoriedade (vigor da norma). 
Atenção, caro(a) aluna(o), não podemos confundir vigência, com vigor e com eficácia da lei: 
Vigência: período entre a entrada em vigor e a revogação da lei; 
Vigor: força vinculante, se liga ao princípio da obrigatoriedade, vincula todos os fatos e pessoas à norma agendi (lei). A ultratividade é o fenômeno em que uma norma mesmo ser ter vigência (em razão de sua revogação), possui vigor (continua a reger certos fatos). 
Direito Civil – Parte Geral
Eficácia: é a aptidão da norma para produzir efeitos. Pode ser social, técnica ou jurídica. 
A eficácia social ou efetividade da norma diz respeito ao cumprimento do direito por parte da sociedade, em outras palavras, é a materialização no mundo dos fatos da dicção da norma. 
Eficácia técnica se liga à presença de condições técnicas para sua produção de efeitos. A exemplo das normas constitucionais de eficácia limitada. 
Eficácia jurídica: se refere ao poder que toda norma possui, para irradiar efeitos jurídicos, a exemplo da revogação de norma anterior incompatível. 
Direito Civil – Parte Geral
Hugo de Brito Machado afirma que “vigência é a aptidão para incidir”, enquanto eficácia seria a “aptidão para produzir efeitos no plano da concreção jurídica”. Ademais, esclarece o autor que: 
Vigência é qualidade que não admite graduação. Está ou não na lei. Não existe lei mais vigente do que outra. A eficácia, diversamente, é qualidade sempre relativa. Existem leis mais eficazes do que outras. Pode-se dizer que não existe lei absolutamente desprovida de eficácia, como não existe lei absolutamente eficaz. 
Direito Civil – Parte Geral
Também não se deve confundir vigência com validade. 
Validade: norma válida é a que foi formada, originada e elaborada por órgão competente, com a obediência ao devido processo legal legislativo. No âmbito formal, a lei válida é a que obedece a todos os parâmetros legais de formação e do processo legislativo. No âmbito material, lei válida é a que está adequada e conforme os preceitos da Constituição Federal. 
A vigência está relacionada ao momento em que a norma válida, sob o aspecto formal e material, passa a ter força vinculante para os seus destinatários. 
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada. 
Direito Civil – Parte Geral
O período entre a publicação da lei e o início de vigência é denominado de vacatio legis. O prazo de vacatio legis e o modo de cômputo do prazo deve ser de acordo com o art. 8º da Lei Complementar n. 95/1998: 
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para asleis de pequena repercussão. 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral [vale destacar: independentemente se o dia for ou não útil] § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial. 
Direito Civil – Parte Geral
Não se aplica o prazo de vacatio legis da LINDB: 
Para os atos administrativos, pois estes entram em vigor na data da publicação no órgão oficial, pois nesse momento presume-se a ciência do destinatário; 
Para a vacatio constitutionis, isso porque as ECs entram em vigor na data de sua publicação, salvo se houver previsão expressa em outro sentido, como, por exemplo, o sistema tributário nacional possuiu uma vacância prevista no art. 34 do ADCT. 
Direito Civil – Parte Geral
O art. 2º da LINDB prevê outro importante princípio ao enunciar que “não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. Trata-se do princípio da continuidade ou permanência da lei, esta permanecerá em vigor até que outra a modifique ou revogue. A exceção fica por conta da lei excepcional ou temporária, que são autorrevogáveis (possuem vigência por um período condicional ou temporário) e são ultrativas (os efeitos dos atos praticados não extinguem com elas). 
Direito Civil – Parte Geral
Norma aplicável também, para os prazos de decadência (§ 2º). 
A revogação encerra a vigência de uma norma por outra, e pode ser: 
Quanto À extensão: 
Direito Civil – Parte Geral
Quanto ao modo: 
Direito Civil – Parte Geral
O § 1º admite que a revogação seja expressa ou tácita. Nesse ponto, a regra pode parecer entrar em choque com aquela disciplinada no art. 9º da LC n. 95/1998, que sugere a necessidade de a revogação ser sempre expressa. Não obstante, tem prevalecido que a revogação tácita é, sim, possível. 
Já o § 2º do mesmo artigo apresenta obviedades. A revogação somente pode ser expressa ou tácita, razão pela qual, caso a lei nova estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não há revogação nem modificação da lei anterior. 
A exemplo da Lei dos Alimentos Gravídicos (Lei n. 11.804/2008,) que ao trazer apenas acréscimos ao reconhecer o direito a alimentos ao nascituro e à mulher grávida, não revogou nem alterou o CC/02 em matéria de alimentos. 
Direito Civil – Parte Geral
Por fim, o § 3º trata do fenômeno da repristinação. Por se tratar de assunto “supercaidor” em provas de concursos, explicarei, a seguir, tal fenômeno. 
O terceiro e último princípio, de grande importância na LINDB, vem previsto no art. 3º: “ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece”. Trata-se do princípio da obrigatoriedade da lei. A norma jurídica, geral e abstrata, quando publicada e vigente, obriga a todos os membros da coletividade ou comunidade que a ela se submete, sem qualquer distinção. É irrelevante a condição social, cultural, sexual, racial, econômica e pessoal do sujeito. Tal norma garante a eficácia do sistema e traz segurança jurídica. Há uma presunção relativa de que todos conhecem a lei. Relativa, pois admite exceções, como, por exemplo, a norma prevista no art. 139, III, do CC/02, o qual permite a anulação do negócio jurídico por erro do direito. 
Direito Civil – Parte Geral
A lei se torna obrigatória, passa a ter vigor com a vigência e não com a publicação. Após a publicação, a lei poderá ou não cumprir o período de vacatio legis. 
Nesse ponto, é importante analisarmos como se dá a formação da lei. Esta envolve três etapas, quais sejam: 
1º Elaboração da lei; 
2º Promulgação da lei (pode ser dispensada); 
3º Publicação da lei. 
Direito Civil – Parte Geral
A fase de elaboração da lei vai desde a iniciativa até a sanção ou veto, ou seja, corresponde a todo o processo legislativo previsto na CF/1988 e na LC n. 95/1998. 
A promulgação é a última etapa do processo legislativo e consiste na declaração de existência formal da lei, embora ainda não tenha entrado em vigor. 
Por fim, a publicação é o ato que dá publicidade à lei. É a condição para a lei entrar em vigor, obedecido o período de vacatio legis, se acaso houver. 
Direito Civil – Parte Geral
Repristinação daLei
O § 3º do art. 2º trata do fenômeno da repristinação, nos seguintes termos: “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Veja que, em regra, não se admite a repristinação no Direito brasileiro. 
Mas o que é tal fenômeno? Em apertada síntese, trata-se de fenômeno jurídico em razão do qual uma norma revogada volta a ter vigência, em razão da revogação da lei que a revogara. 
Direito Civil – Parte Geral
Se a lei C revoga a lei B, a qual, por sua vez, já havia revogado a lei A, esta última não voltará a produzir efeitos, pois, em regra, no Brasil, não se admite a repristinação. Não se admite que a lei A volte a viger em razão da revogação da lei B. 
Direito Civil – Parte Geral
A repristinação somente será admitida quando: (i) houver previsão expressa (repristinação legal); (ii) em caso de declaração de inconstitucionalidade da norma revogadora (nesse caso, não haverá propriamente repristinação, mas, sim, o denominado efeito repristinatório, previsto no Direito Constitucional); (iii) uma lei for revogada por uma MP que não foi convertida em lei. 
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