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PROF. MÁRCIO SANTANA DE CARVALHO RECIFE, AGOSTO DE 2013 IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 2 SUMÁRIO 1 SISTEMAS DE PINTURA __________________________________________________________________ 2 1.1 Funções de um sistema de pintura _______________________________________________ 2 1.2 Materiais constituintes _________________________________________________________ 3 1.3 Acessórios de pintura __________________________________________________________ 3 2 TINTAS E VERNIZES _____________________________________________________________________ 4 2.1 A cor da tinta e o ambiente _____________________________________________________ 5 3 EXECUÇÃO DO SISTEMA DE PINTURA ____________________________________________________ 7 3.1 Preparo da superfície __________________________________________________________ 7 3.2 A pintura ____________________________________________________________________ 8 4 PROBLEMAS COMUNS DE APLICAÇÃO DE TINTA _________________________________________ 12 5 PATOLOGIAS DE PINTURA E SOLUÇÕES PRÁTICAS_______________________________________ 13 6 NOÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO _____________________________________ 15 7 BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________________________ 15 1 SISTEMAS DE PINTURA Embora a pintura seja a última etapa de uma obra, ela deve ser pensada desde a fase de elaboração do projeto. Por ser a última etapa, é a mais observada pelo usuário, sendo responsável pela valorização do conjunto da obra. São muitos os materiais disponíveis e as técnicas de execução de sistemas de pintura, variáveis em função da superfície a ser pintada (alvenaria aparente, revestimento argamassado, esquadrias de metal ou madeira, etc.) e das condições de exposição e uso. Cabe, de início, ressaltar a diferença entre a pintura e um sistema de pintura. A pintura é uma película aderente de pequena espessura, resultante da aplicação de tinta sobre uma base. Um sistema de pintura é o conjunto de todas as partes que compõem a pintura final, desde a camada de preparo da base, passando pelas camadas intermediárias (se existirem), até a camada de acabamento. 1.1 FUNÇÕES DE UM SISTEMA DE PINTURA São funções de um sistema de pintura: • Proteção da base: conforme o tipo da base e o grau de exposição a que estiver sujeita, as exigências da pintura serão diferenciadas. Por exemplo, sobre um revestimento argamassado ou diretamente sobre a alvenaria, o sistema de pintura deverá proteger contra a absorção da água, esfarelamento e bolor. Sobre a madeira, deverá protegê-la contra a absorção de água e contra a umidade, as quais ocasionam rachaduras e apodrecimento. Sobre os metais não ferrosos, objetiva proteger a vida dos sistemas galvanizados. Já sobre os ferrosos, objetiva evitar a corrosão. • Estética e habitabilidade: além de decorar e embelezar o ambiente, a pintura deve garantir conforto psicológico e higiene aos usuários, tanto no que se refere à sua capacidade de reflexão ou absorção de luz, como no que diz respeito à facilidade de limpeza e manutenção. • Identificação e segurança (água, luz, gás, etc.) • Funções especiais: pinturas hidrófugas, ignífugas, etc. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 3 1.2 MATERIAIS CONSTITUINTES Um sistema de pintura é basicamente constituído por materiais de preparo da base, de regularização e de acabamento. 1.2.1 Materiais para o preparo da base A função dos materiais de preparo da base é uniformizar a absorção da superfície que receberá a pintura, proporcionando maior economia e durabilidade da camada de tinta. Os materiais utilizados nessa preparação são comumente designados de fundos preparadores, primers ou líquidos seladores, possuindo características diferentes para cada tipo de base e cada tipo de tinta a ser utilizada. Há fundos preparadores específicos para: • bases de alvenaria e argamassas: fundo selador à base de resinas PVA, alquídicas ou acrílicas, consoante a tinta de acabamento a ser utilizada; • bases em madeira: fundo selador constituído por veículo à base de resinas alquídicas, acrílicas ou ainda nitrocelulose, se a pintura final for verniz; e • base em metal: o “zarcão”, constituído por pigmentos de óxido de ferro. 1.2.2 Materiais regularizadores A função desses materiais é regularizar, nivelar as superfícies, tapar buracos, proporcionando um acabamento liso. Nem sempre a base precisa ser regularizada: a regularização é comumente utilizada em superfícies de alvenaria e madeira e quase nunca metais: • para superfícies de alvenaria e argamassas utiliza-se a massa corrida à base de resina PVA ou acrílica. • para superfícies em madeira é comum o uso de massa a óleo. 1.2.3 Materiais de acabamento Os materiais de acabamento (tintas e vernizes) promovem o aspecto final desejado na superfície a ser pintada, no que concerne à proteção, à estética, etc. e variam de acordo com o ambiente e objetivo da superfície a ser pintada. 1.3 ACESSÓRIOS DE PINTURA Na execução da pintura os acessórios mais comuns são: • Pincéis ou trinchas (pincéis retangulares): são utilizadas na aplicação de esmaltes, tintas a óleo e vernizes. Suas medidas são expressas em polegadas que variam de 1/2 a 4 polegadas: os maiores são empregados para a pintura de superfícies planas e grandes e os menores são empregados para a pintura de superfícies irregulares, cantos e emendas. Para aumentar a vida útil dos pincéis, é essencial limpá-los logo após o uso e guardá-los de maneira correta. Para tintas a base solvente (esmaltes, vernizes, tinta óleo), deve-se limpar o rolo ou pincel com jornal e lavá-los com aguarrás ou thinner. Dependendo da qualidade do acessório utilizado, o thinner poderá reagir com o material estragando o produto. Se a tinta estiver endurecida, deve-se colocá-los num recipiente contendo removedor, deixando-os de molho por meia hora para em seguida lavá-los com thinner e enxugá-los. Para tintas a base de água (tintas acrílica e PVA), é recomendável lavar os pincéis com água e sabão. Para garantir a conservação dos pincéis, arrume as cerdas com um pente, umedeça-os com óleo vegetal e guarde-os enrolados em papel impermeável. Quando estiver fazendo uma pequena pausa na pintura, você não precisa sempre limpar seu pincel. Embrulhe o pincel com papel alumínio ou filme plástico bem apertado. O pincel vai ficar úmido por uma hora sem problema. A qualidade do pincel é diretamente proporcional à qualidade do acabamento. Os pincéis são confeccionados quase sempre com pêlo de porco. Os de cerdas claras, mais caros, são macios e ideais para aplicação de vernizes porque não deixam riscos. Os escuros e em ângulo têm cerdas mais rígidas e aplicam qualquer tipo de tinta, excetuado o verniz, produto que pode dissolver o tingimento dos pêlos. O de cerdas mistas, mais barato, é bom para zarcão, cola e outros produtos que costumam danificar as cerdas, sendo descartáveis. O pincel de pêlo de orelha de boi tem preço salgado, mas a maciez das cerdas garante um acabamento perfeito na aplicação de vernizes. Há ainda o modelo que imprime acabamento patinado. • Broxas: é quase uma vassourinha. As cerdas de filamento sintético e de fibra de coco são bem rígidas, próprias para a caiagem e a aplicação de tintas à base de água em paredes e muros externos. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 4 • Rolos de lã: podem ser de lã de carneiro ou lã sintética. Suas medidas são expressas em cm que variam de 7,5 a 23 cm de largura. Para tintas látex PVA, usa-se os rolos de lã de pêlo alto. Os de pelo baixo são utilizados para pinturas acrílicas e PVA látex. A durabilidade depende do tipo de lã: dois anos para o de lã de carneiro, mais caro; um ano para a versão de lã de carneiro implantada em tecido; menos de um ano para o de lã sintética. Antes de usá-los deve- se umedecê-loscom água e retirar o excesso sacudindo-o e esfregando-o contra a parede. Os rolos de lã devem ser lavados com detergente após o uso. • Rolos de lã para epóxi: Este rolo foi desenvolvido para aplicação de tintas à base de resina epóxi, porém este rolo, que possui pelos mais curtos, proporciona um ótimo acabamento em tintas à base de água, principalmente acrílicas. Sua medida é de 23 cm de largura e são confeccionados em lã de carneiro e lã sintética. Antes de usar o rolo, umedeça-o ligeiramente com água retirando o excesso deslizando- o na parede, afim de facilitar seu manuseio. Para uma manutenção destes rolos, recomendamos logo após o uso lavar com água e sabão ou detergente. • Rolos de espuma: rolos de espuma de poliéster, bem mais em conta, além de servir para tintas comuns, são indicados para a execução de pintura a óleo, esmaltes, vernizes e complementos (tais como fundos para madeiras, fundos para metais, etc.) em superfícies muito lisas, como azulejo e madeira. Suas medidas são expressas em cm e variam de 4 a 15 cm de largura. Antes de usá-los deve-se umedecê-los com água e retirar o excesso sacudindo-o e esfregando-o contra a parede. Para manutenção destes rolos recomendamos, logo após o uso, lavar com aguarrás afim de remover vestígios de tinta. Lavar em seguida com água e sabão ou detergente. • Rolos de espuma rígida: Estes rolos são utilizados para aplicações de produtos que proporcionam acabamentos texturizados. São confeccionados em espuma rígida de poliéster e sua medida é de 23 cm de largura. Para uma manutenção deste rolo recomendamos, logo após o uso, lavar com água em abundância. • Rolos especiais: há rolos especiais para usos específicos. A versão com capa de náilon é adequada para superfícies muito lisas. Modelos de menor diâmetro, com cabo comprido, chega aos cantos mais escondidos. Existem ainda os rolos para quinas e aqueles especialmente desenhados para pintar grades. • Espátula: existindo em vários tipos e tamanhos, é usada para a remoção de tintas velhas e para aplicação de massa e textura. Pode ser de aço cromado (a mais barata) ou de aço inox (mais cara e durável). O raspador, com lâmina de aço cromado, retira camadas de tinta velha com mais facilidade; • Desempenadeira: pode ser de aço ou plástica, com ou sem dentes. É usada na aplicação de massa corrida, massa acrílica e massas para textura em grandes áreas. • Bandeja de pintor: também conhecida como caçamba de pintura, facilita a molhagem do rolo de pintura e, por conseguinte, a aplicação da tinta. Escolha o tamanho de acordo com a medida do rolo. • Revólver: também conhecido como pistola, é usado na aplicação de tintas a óleo, esmaltes ou vernizes. O mais usado é o de pressão; • Lixas: são utilizadas para uniformizar as superfícies e aumentar a aderência das tintas.Existem quatro tipos de lixa com diversas granulações: lixa para madeira, lixa para ferro, lixa para massa e lixa d’água. A cor indica o uso: vermelha para parede, amarela para madeira e preta para ferro. O número, por sua vez, se refere ao tamanho de grânulos: quanto menor o número, maior o grão e, portanto, mais grossa a lixa; • Mexedores: de plástico ou de madeira, são espátulas próprias para homogeneizar a tinta, achatados como uma régua. Jamais se deve mexer a tinta com objetos cilíndricos, a mistura não ficaria perfeita. • Extensor: cabo de plástico, madeira ou alumínio (mais leve) que se encaixa no rolo para pintar locais altos. 2 TINTAS E VERNIZES Os materiais de acabamento (tintas e vernizes) variam de acordo com o ambiente e objetivo da superfície a ser pintada. a) Para bases em cerâmica (blocos ou placas não esmaltadas), argamassa ou concreto utiliza-se: • Tintas permeáveis: à base de cimento, à base de cal, látex (PVA ou acrílica). As tintas látex acrílica são mais duráveis e resistentes ao sol e à umidade que as tintas PVA, sendo recomendadas tanto para interiores como para exteriores. Já o látex PVA só é recomendado para fachadas e muros se for um produto de primeira linha. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 5 • Tintas impermeáveis: esmalte sintético, tinta a óleo, epóxi e borracha clorada. Há tintas especiais (elastoméricas) que, por serem 100% acrílicas, são mais resistentes ao sol, chuva e maresia, além de flexíveis e anti-aderentes, sendo recomendadas para fachadas. Na aplicação, formam uma película impermeabilizante que acompanha as movimentações da superfície, evitando trincas e fissuras. As acrílicas especiais para pisos (cimentados, escadas, calçadas, quadras esportivas, demarcações de garagem, pisos comerciais e outras superfícies de concreto rústico) são feitas à base de resinas: resistentes a intempéries e abrasão, são também antiderrapantes. Para superfícies cerâmicas é indicado um tipo de resina colorida (epóxi), muito mais aderente que as outras tintas: à base de poliuretano, ela combina dois componentes que, quando misturados e aplicados, se tornam mais resistentes à ação da umidade. • Vernizes: acrílico e poliuretano. b) Para superfícies em madeira utiliza-se tinta a óleo, esmalte sintético, lacas, vernizes e ceras. Em geral, a tinta a óleo, apresenta menos resistência e durabilidade que o esmalte sintético. Algumas linhas especiais de esmaltes possuem silicone na fórmula, sendo, por isso, impermeáveis e resistentes à umidade, sujeira e poluição. c) Para superfícies em metal utiliza-se tinta a óleo, esmalte sintético, epóxi e borracha clorada. Existe uma grande variedade de marcas e produtos no mercado. Deve-se investigar as informações do fabricante constantes das embalagens e catálogos, tais como: validade, rendimento, diluição, cobertura, ferramentas e equipamentos necessários, intervalo entre as demãos, etc. A escolha do acabamento é outro item que faz diferença quanto à resistência, durabilidade e facilidade de limpeza das superfícies: • Fosco: apesar de disfarçar imperfeições nas paredes, é menos resistente e suscetível à sujeira e poluição. • Acetinado e semi-brilho: são os mais duráveis. Embora ressaltem eventuais defeitos nas superfícies, permitem fácil limpeza. • Brilhante e alto brilho: exclusividade das tintas esmalte, ambos possuem as mesmas características do acabamento acetinado e do semi-brilho, apenas apresentado um maior brilho. 2.1 A COR DA TINTA E O AMBIENTE A cor da tinta escolhida influencia a luminosidade e a percepção do usuário quanto à amplitude do ambiente. Observe algumas dicas: • Embora a cor branca transmita a agradável sensação de amplitude e luminosidade, pode criar uma atmosfera triste e pouco acolhedora – e a sensação de espaço não é tão grande. Uma cor quente como o amarelo-claro pode conseguir um efeito muito mais satisfatório; • Num cômodo pequeno, frio ou com pouca claridade não é recomendável o uso de cores frias. Use os tons mais pálidos das cores mais quentes: rosa, pêssego, bege-rosado e amarelos suaves. E evite a multiplicidade de cores: um efeito monocromático ajuda a aumentar o tamanho aparente da área. Outra possibilidade é usar um esquema neutro com base nos tons creme, cinza-acastanhado, bege, castanho-claro e caramelo; • As cores neutras, suaves e frias como azul, verde e cinza-prata fazem o ambiente parecer maior, mesmo sendo um cômodo pequeno ou com formato irregular. Uma das melhores maneiras de se criar a impressão de espaço é fazer as paredes parecerem mais altas, pintando o teto com a mesma cor ou com um tom mais claro; • Para encurtar um determinado ambiente, por exemplo, uma sala retangular e comprida, pinte as paredes menores com uma cor mais escura. Já para alongar um ambiente quadrado aplique a cor mais escura em duas paredes, sendo uma de frente para outra; • Se o desejo for alongar o corredor, pinte as extremidades (paredes menores) e o teto com uma cor mais escura do que as utilizadas nas paredes que acompanham o sentido do corredor; • Para rebaixar o teto pinte-ocom uma cor mais escura do que as da parede, e para elevar o teto aplique uma cor mais clara. Quando uma sala tem pequena altura, a pintura do teto e das paredes em tons esverdeados dá a sensação de mais altura e amplitude. • Desejando "alongar" uma parede, pinte-a com duas cores com a divisa entre ambas à meia altura. Na parte de cima o tom deve ser claro, e em baixo, escuro. Já para se "encurtar" recomenda-se adotar exatamente, um procedimento inverso. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 6 As cores também influenciam o comportamento do usuário: • Vermelho: estimulante mental, é uma cor excitante, usada como cor de destaque; • Amarelo: estimulante mental, diminui a fadiga visual. É indicado para pinturas de quartos, locais de estudo e de desenho; • Azul: inspira paz e introspecção, funcionando como calmante; • Verde: tem destacado efeito calmante, sendo eficaz contra a irritabilidade nervosa, a fadiga e a insônia. É a mais repousante de todas as cores, associada à tranqüilidade da natureza; • Laranja: Aumenta a emotividade e acelera as pulsações, ligeiramente. Dá a sensação de bem-estar e alegria. Empregada na pintura de locais escuros e sem vida. Favorece a digestão, por isso, é aconselhado em lugares onde se faz refeições (restaurantes, refeitórios, copa...); • Roxo: Apesar de ser deprimente quando empregada só, torna-se calmante quando em conjunto com outras cores; • Branca: Alta reflexão à luz solar. Empregada onde se quer evidenciar o máximo de higiene, principalmente na indústria alimentícia e de drogas; • Preto: É deprimente quando usado só. Bastante utilizado para marcar contrastes. É bom sempre lembrar o mostruário de cores devem ser usados apenas como uma referência da cor desejada. Devido ao sistema de impressão das cartelas, as cores exibidas nas mesmas por cada fabricante são apenas uma referência do padrão de cor da tinta e não representam a cor exata quando se abre a lata ou mesmo a obtida após a pintura. Após a escolha da cor certa, deve-se adquirir apenas uma parte e fazer testes no local a ser pintado. Quanto à cor no ambiente testado, observar: • em horários diferentes, quando houver variação da iluminação natural; • durante o dia e à noite; • com iluminação natural e artificial; e • com tempo nublado. A tonalidade definitiva da cor, após a secagem da tinta, depende da diluição e da quantidade de demãos aplicadas. Existem cores que, pela suas próprias características, precisam de um número maior de demãos. Nesses casos, recomenda-se aplicar antes uma demão de tinta branca. Faça o mesmo caso você queira repintar com uma cor clara superfícies pintadas anteriormente com uma cor escura A textura e o tamanho da superfície a ser pintada também têm influência direta na caracterização da cor definitiva. Nas tintas com brilho, as cores parecem mais intensas, uma vez que refletem mais luz. Se o seu objetivo é um resultado mais discreto e sofisticado, escolha produtos de acabamento fosco-aveludado, acetinado ou semi-brilho. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 7 3 EXECUÇÃO DO SISTEMA DE PINTURA 3.1 PREPARO DA SUPERFÍCIE Ao se especificar os materiais de construção que constituirão a base a ser pintada, deve-se ter em mente: • a integração entre a superfície a ser pintada e o aspecto que se espera do acabamento; • a compatibilidade entre a superfície a ser pintada e o acabamento. • a preparação da superfície Por exemplo: se o acabamento for em epóxi, o reboco deve ter traço 1:3 cimento/areia, totalmente isento de cal; se o acabamento for em textura, pode-se economizar a massa grossa e a massa fina. Alvenaria Madeira Metal PVC lixar as imperfeições da superfície com lixa para massa n.º 100 a 180; lixar as imperfeições da superfície com lixa para massa n.º 60 a 100; lixar as imperfeições da superfície com lixa para massa n.º 220 eliminar o primer de serralheiro com removedor; limpar o pó com escova, espanador ou vassoura de pelo; limpar o pó com escova, espanador ou vassoura de pelo e remover os resíduos restantes com um pano embebido em aguarrás; limpar o pó com escova, espanador ou vassoura de pelo e remover os resíduos restantes com um pano embebido em aguarrás; limpar o pó com escova, espanador ou vassoura de pelo e remover os resíduos restantes com um pano embebido em aguarrás; lavar as manchas de gordura com água morna e detergente (1:1) e deixar secar; eliminar as manchas de gordura com aguarrás e deixar secar; retirar o mofo com uma solução diluida de água sanitária; eliminar as causas eventuais de umidade; ; eliminar a caiação com escova de aço; eliminar completamente os pontos de ferrugem com lixamento manual ou mecânico; (lixa n.º 100/ 150). tapar furos de pregos e pequenas rachaduras com massa de reboco e/ou massa corrida; tapar furos de pregos e pequenas rachaduras com massa a óleo; retirar as partes soltas ou mal aderidas com espátula. retirar as partes soltas (de tinta antiga) com espátula; retirar toda a tinta antiga em mau estado, com removedor. retirar toda a tinta antiga solta ou em mau estado, com removedor. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 8 3.2 A PINTURA SUPERFÍCIES EM ALVENARIA COMUM (Bloco de concreto, Reboco ou Tijolo) APLICAÇÃO DE TINTA LÁTEX S U P E R F ÍC IE N O V A • A superfície deve estar isenta de umidade, por isso a base deve ser curada pelo menos 30 dias antes da aplicação do sistema de pintura e totalmente limpa. • com a base pronta, aplica-se uma demão do líquido selador acrílico, sobretudo se a base é fraca, pouco coesa, para a fixação de partículas finas, visando a evitar um posterior descascamento da tinta de acabamento; • se preciso, aplica-se a massa regularizadora, ou seja massa corrida PVA (ambiente interno e/ou seco) e/ou massa acrílica (ambiente externo e/ou molhável), sempre em camadas finas. Após 4 horas de secagem, lixa-se esta superfície com lixa para massa 100 a 180, remove-se o pó e aplica-se outra demão de líquido selador para uniformizar a absorção e assim, economizar tinta; • caso deseje-se um efeito texturizado, dispensa-se a etapa de massa regularizadora e aplica-se uma camada de texturizador e deixa-se secar, sendo desnecessária nova demão de líquido selador • depois de seca a superfície, aplica-se a tinta adequada a cada ambiente, consoante instruções contidas na embalagem. Deixa-se secar entre as demãos; • para se obter cores personalizadas adiciona-se corantes ou mistura-se às tintas entre si. R E P IN T U R A ESTADO DA SUPERFÍCIE BOM (pintada com látex ou com tinta de acabamento brilhoso) MAU CAIADA • escova-se e lixa-se a superfície, removendo-se todo o brilho, caso exista; • elimina-se o pó, varrendo com vassoura de pelo, passando-se pano umedecido em água; • retira-se as manchas de gordura com água e detergente; • elimina-se o mofo com solução 1:1 água sanitária + água (enxaguar logo após); • depois de seca a superfície, aplica-se a tinta adequada ao ambiente. • remove-se totalmente a pintura anterior com espátula, escova de aço ou lixa, tomando cuidado para não ferir o reboco; • retira-se totalmente todo o material pulverulento; • aplica-se uma demão de fundo preparador de paredes; • se necessário, aplica-se uma camada de massa corrida ou acrílica deixa-se secar e aplica-se uma demão de líquido selador; • aplica-se a tinta adequada ao ambiente. • remove-se, o máximo possível, a caiação com escova de aço; • elimina-se o pó; • aplica-se uma demão de fundo preparador de paredes diluído com solvente (1:1) • depois de seca a superfície, se necessário, aplica-se massa corrida ou acrílica;• depois de seca a superfície, aplica-se a tinta adequada ao ambiente. As paredes pintadas com tinta látex podem ser lavadas com água e sabão neutro. Isto, porém, só pode ser feito 20 dias após a pintura, pois é quando o filme (película sólida) estará completamente formado. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 9 SUPERFÍCIES EM ALVENARIA COMUM (Bloco de concreto, Reboco ou Tijolo) APLICAÇÃO DE TINTA A ÓLEO E ESMALTE SINTÉTICO S U P E R F ÍC IE N O V A • aplica-se uma demão de líquido selador (interiores) ou selador acrílico (interiores e exteriores), • deixa-se secar por 04 h, para a próxima etapa; • aplica-se massa regularizadora em camadas finas, com espátula ou desempenadeira de aço lisa; • deixa-se secar entre as demãos (corrida 4h; acrílica 3h) para lixar e aplicar a 2ª demão; • lixa-se com lixa para massa n.º 150 a 220 e remove-se o pó totalmente com pano úmido em água; • aplica-se uma demão de líquido selador, deixa-se secar por 4h, então aplica-se a tinta de acabamento. R E P IN T U R A ESTADO DA SUPERFÍCIE BOM (pintada com látex) BOM (pintada com tinta a óleo ou esmalte sintético) MAU • escova-se e remove-se o pó; • retira-se as manchas de gordura com água e detergente; • elimina-se o mofo com solução 1:1 água sanitária + água (enxaguar logo após e deixar secar); • aplica-se tinta a óleo ou esmalte sintético. • elimina-se o brilho utilizando- se lixa n.º 100 - 180; • elimina-se totalmente o material pulverulento; • retira-se as manchas de gordura com água e detergente; • elimina-se o mofo com solução 1:1 água sanitária + água (enxaguar logo após e deixar secar); • aplica-se a tinta de acabamento. • remove-se as partes soltas com espátula ou lixa; • elimina-se totalmente o pó; • aplica-se uma demão de fundo preparador • deixa-se secar de 4 a 5 horas; • corrige-se as imperfeições com massa regularizadora; • lixa-se e elimina-se totalmente o pó; • onde houve reparo aplica-se outra demão de líquido selador e deixa-se secar; • aplica-se a tinta de acabamento. Evita-se pintar em dia de chuva SUPERFÍCIES EM ALVENARIA ESPECIAL (Concreto aparente, Tijolo aparente) S U P E R - F ÍC IE N O V A • para se obter acabamento brilhante utiliza-se verniz incolor; • para se obter acabamento natural aplica-se hidro-repelente • para se obter acabamento semi-brilhante utiliza-se fundo preparador de paredes. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 10 SUPERFÍCIES EM MADEIRA S U P E R F ÍC IE N O V A Aplicação de verniz Aplicação de esmalte sintético ou tinta a óleo • lixa-se com lixa p/madeira n.º 80 -100 • retira-se todas as farpas e imperfeições; • remove-se o pó com pano embebido em solvente; • aplica-se uma demão de fundo preparador específico para madeira visando a uniformização da superfície e economia de tinta de acabamento; • lixa-se com lixa para madeira n.º 120 remove-se o pó; • regulariza-se com massa a óleo (para fino acabamento) e deixa-se secar; • lixa-se com lixa para madeira n.º 100 e remove-se o pó; • aplica-se uma demão de fundo nivelador específico para madeira; • lixa-se com lixa para madeira n.º 120; • remove-se o pó com pano embebido em solvente e deixa-se secar; • aplica-se a tinta de acabamento. Madeira comum • observa-se que a superfície esteja totalmente seca; • lixa-se com lixa p/madeira n.º 60-100 • retira-se todas as farpas e imperfeições; • remove-se o pó com pano embebido em solvente; • aplica-se uma demão de verniz diluído em solvente (1:1) e deixa-se secar; • lixa-se com lixa para madeira n.º 120 a 150 e remove-se o pó; • aplica-se a segunda demão de verniz diluído em solvente (10%) e deixa-se secar; • lixa-se com lixa para madeira n.º 120 a 150 e remove-se o pó; • aplica-se a terceira demão de verniz puro ou diluído em solvente (10%) e deixa-se secar; Madeira muito porosa e resinosa • observa-se que a superfície esteja totalmente seca; • lixa-se com lixa p/madeira n.º 60-100 • aplica-se uma demão de fundo selador específico para madeira, diluído em thinner especial para selador até a proporção (1:1), dependendo da absorção da superfície • lixa-se com lixa para madeira n.º 120 a 220 e remove-se o pó; • regulariza-se com massa a óleo (para fino acabamento) e deixa-se secar; • aplica-se o verniz de acabamento, deixa-se secar, lixando-se entre as demãos. R E P IN T U R A ESTADO DA SUPERFÍCIE BOM MAU Aplicação de verniz • lixa-se com lixa para madeira n.º. 120 até se eliminar totalmente o brilho; • elimina-se todo pó; • retira-se as manchas de gordura e óleo com aguarrás; • elimina-se o mofo com solução 1:1 água + água sanitária (enxaguar logo após); • deixa-se secar; • aplica-se o esmalte/verniz de acabamento. Aplicação de esmalte sintético/tinta a óleo • observa-se que a superfície esteja totalmente isenta de umidade; • lixa-se com lixa para madeira n.º 150 até eliminar totalmente o brilho; • elimina-se todo pó; • aplica-se o esmalte/tinta a óleo de acabamento. Aplicação de verniz • As superfície s em mau estado não devem ser repintadas com verniz. Aplicação de esmalte sintético/tinta a óleo • observa-se que a superfície esteja totalmente isenta de umidade; • remove-se totalmente a pintura anterior com espátula, escova de aço ou lixa p/ madeira n.º 180 e elimina-se todo pó; • retira-se as manchas de gordura e óleo com aguarrás; • elimina-se o mofo com solução 1:1 água + água sanitária (enxaguar logo após); • deixa-se secar; • calafeta-se as rachaduras com massa a óleo; • deixa-se secar e lixa-se; • aplica-se o esmalte/tinta a óleo de acabamento. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 11 SUPERFÍCIES EM METAL FERROSO S U P E R F ÍC IE N O V A • exige-se o fornecimento da serralharia sem pintura (zarcão); • remove-se o “primer” de serralheiro com removedor, escova de aço, lixa; • lixa-se com lixa para ferro n.º 150 ou escova-se para a remoção total da ferrugem; • elimina-se o pó, lavando-se a superfície com solvente; • elimina-se graxas e gorduras com pano embebido em aguarrás e deixa-se secar; • aplica-se uma demão de tinta anticorrosiva (zarcão, óxido de zinco, cromato de zinco, resina epóxi) e deixa-se secar; • lixa-se com lixa de ferro n.º 150 e remove-se o pó com pano embebido em aguarrás; • aplica-se o esmalte sintético/tinta a óleo de acabamento. R E P IN T U R A ESTADO DA SUPERFÍCIE BOM MAU • lixa-se a pintura anterior com lixa de ferro n.º 180 até eliminar totalmente o brilho; • elimina-se o pó; • elimina-se graxas e gorduras com pano embebido em água e detergente e deixa-se secar; • aplica-se a tinta de acabamento. • observa-se que a superfície esteja totalmente seca; • remove-se totalmente a pintura anterior com removedor; • remove-se totalmente a ferrugem superficial com espátula, escova de aço ou lixa; • elimina-se todo pó, lavando-se com aguarrás e deixa-se secar; • elimina-se a parte danificada e procede-se sua substituição; • elimina-se graxas e gorduras com pano embebido em aguarrás e deixa-se secar; • aplica-se tinta anticorrosiva (zarcão, óxido de zinco, cromato de zinco, resina epóxi) e • deixa-se secar; • lixa-se com lixa de ferro n.º 150 e remove-se o pó com pano embebido em aguarrás; • aplica-se a tinta de acabamento. Não se deve deixar as peças protegidas somente pela tinta de fundo por mais de uma semana, porque após esse tempo a aderência da tinta de acabamento será prejudicada. SUPERFÍCIES EM METAL NÃO FERROSO S U P E R F ÍC IE N O V A • observa-se que a superfícieesteja totalmente seca; • elimina-se o pó, lavando-se a superfície com solvente e deixa-se secar; • aplica-se uma camada fina de Chromóxido (fundo); • aplica-se o esmalte sintético ou a tinta a óleo de acabamento. R E P IN T U R A ESTADO DA SUPERFÍCIE BOM MAU • lixa-se a pintura anterior com lixa de ferro n.º 100 até eliminar totalmente o brilho; • elimina-se o pó, graxas e gorduras com pano embebido em água e detergente e deixa-se secar; • aplica-se a tinta de acabamento.; • observa-se que a superfície esteja totalmente seca; • elimina-se totalmente a pintura anterior utilizando removedor, aplicado fartamente com pincel; • aguardar 20 min, retirar a tinta amolecida com uma espátula e limpar cuidadosamente toda a superfície com um pano embebido em aguarrás e deixar secar; • se necessário, lixa- se e elimina-se todo o pó, lavando-se com aguarrás e deixa- se secar; • elimina-se graxas e gorduras com pano embebido em aguarrás e deixa-se secar; • aplica-se a tinta de acabamento. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 12 3.2.1 Aplicação de pintura a cal • é feita com leite de cal, podendo-se adicionar corantes minerais. • a superfície a ser caiada deve estar isenta de umidade, por isso a base deve ser curada, pelo menos, durante 30 dias. • se preciso, faz-se a regularização da superfície com massa de reboco. • após a secagem, lixa-se esta superfície com lixa para ferro n.º 60 a 100 e remove-se o pó totalmente. • aplica-se a primeira demão, que deve ser fluída. Prepara-se o “leite” com a composição de 1 quilo de cal para 10 litros de água e, podendo-se adicionar ainda 1 litro de solução de alúmen (fixador), visando-se a evitar um posterior descascamento da pintura; • a solução de alúmen é obtida dissolvendo-se 50 gramas de alúmen em 1 litro de água; • espera-se secar; • aplica-se a segunda demão, que deve ser mais consistente. É preparada com a composição de 2 quilos de cal para 10 litros de água e, adiciona-se ainda 1 litro de solução de alúmen (fixador); • espera-se secar; • se necessário, aplicar a terceira demão, com preparação igual à segunda demão; • a primeira demão é dada horizontalmente e as demais cruzadas, ou seja, vertical / horizontal; • para se obter cores personalizadas adiciona-se corantes minerais. OBS.: A perfeita aplicação da caiação somente dependerá da habilidade do pintor, para que não fique visível a direção das demãos. 4 PROBLEMAS COMUNS DE APLICAÇÃO DE TINTA Problemas Possíveis Causas Secagem retardada • Pode ser causada pelo ambiente úmido ou de temperatura muito baixa, impedindo que o solvente se evapore. Por isso deve-se evitar a pintura em dias chuvosos ou muito frios; • Superfície úmida é outro causador deste e de outros problemas. Cobertura insuficiente • A diluição excessiva da tinta torna a espessura do filme inferior ao ideal. Corrige-se isso adicionando-se tinta pura. • Não homogeneização da tinta na lata. Mexer bem a tinta com espátula própria, antes de pintar. • Superfícies absorventes, sem selador, “chupam” demais a tinta. Para isso recomenda-se muita atenção na sua preparação. Escorrimento • Utilização de solventes não especificados e diluição excessiva da tinta devem ser evitados para evitar o escorrimento. Dificuldade de aplicação • Quando a tinta não é diluída corretamente, ela se torna “pesada” na aplicação. Falta de alastramento • Quando a tinta não se espalha ao longo da superfície a causa, geralmente, é uma diluição insuficiente ou a aplicação de camadas muito finas. Formação de espuma na madeira • Ocorre quando a pintura é aplicada sobre uma superfície excessivamente úmida. Antes da pintura a mesma deve estar absolutamente seca. • Pode ocorrer também, devido ao excesso de diluição da tinta. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 13 5 PATOLOGIAS DE PINTURA E SOLUÇÕES PRÁTICAS É bastante comum surgirem problemas decorrentes da execução descuidada da superfície que somente serão definitivamente corrigidos se os procedimentos adequados forem seguidos à risca. Patologia Causa(s): Correção: BOLHAS São bolhas de ar que surgem sobre a película de tinta provocada pela infiltração de umidade da tinta nova sobre a tinta antiga e/ou massa corrida A presença de bolhas na parte externa é geralmente associada à aplicação de massa corrida PVA na correção de eventuais irregularidades de superfícies exteriores. Na parte interna, as bolhas podem ser causadas: • Repintura sobre tinta de má qualidade, a qual se dilata em função da umidade da nova tinta; • Aplicação sobre poeira residual não removida após o lixamento de massa corrida, por exemplo; • Diluição incorreta da tinta na primeira demão. a) Remover, através de raspagem, a parte corrigida com massa PVA; b) Raspar, lixar as partes afetadas (no caso de repintura) e eliminar o pó; c) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído com solvente; d) Aplicar massa acrílica (em substituição à massa corrida PVA); e) Repintar. DESAGREGAMENTO É o descolamento da pintura da superfície juntamente com parte do reboco, tornando-o esfarelado. Aplicação da tinta sobre reboco novo não curado a) Raspar as partes soltas; b) Corrigir as imperfeições profundas do reboco; c) Aplicar uma ou duas demãos de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; d) Repintar. MOFO, BOLOR OU FUNGOS São manchas escuras provocadas por grupos de seres vivos vegetais que decompõem a película da pintura. Climas quentes e úmidos e ambientes mal ventilados ou mal iluminados a) Lavar a superfície com uma solução de água com água sanitária (1:1); b) Enxaguar a superfície com muita água; c) Deixar secar; d) Repintar. DESCASCAMENTO Ocorre quando a pintura é feita diretamente sobre superfície empoeirada, ou sobre caiação, partes soltas, reboco novo não selado ou gesso. Pintura feita sobre superfície poeirenta ocasionando a má aderência a) Raspar ou escovar a superfície e remover totalmente as partes soltas ou mal aderidas; b) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente e repintar. MANCHAS CAUSADAS POR PINGOS DE CHUVA São manchas que aparecem na superfície recém pintada, devido a extração de substância solúveis, provocados pelos pingos de chuvas, que afloram e mancham o filme da tinta. Pingos de chuva isolados sobre pintura nova a) lavar imediatamente toda a superfície com água. Do contrário as manchas não desaparecerão IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 14 Patologia Causa(s): Correção: MANCHAS AMARELADAS EM PAREDES E TETOS gordura ou óleo ou fumaça de cigarro (nicotina). a) lavar a superfície com uma solução de água com detergente à base de amoníaco SAPONIFICAÇÃO / CALCINAÇÃO São manchas que aparecem na superfície pintada, e que provocam descascamento ou destruição da tinta látex (calcinação), ou ainda, o retardamento indevido da secagem dos esmaltes e tintas a óleo, deixando a superfície pegajosa (saponificação) Alcalinidade natural da cal e do cimento que compõem o reboco. Essa alcalinidade, na presença de certo grau de umidade, reage com a acidez característica de alguns tipos de resina - Para acabamentos com tintas látex PVA ou acrílicas: a) Raspar, escovar ou lixar a superfície para eliminar as partes soltas; b) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; c) Aplicar a tinta de acabamento. - Para acabamento a óleo ou esmalte: a) Remover totalmente a tinta com uso de removedor/solvente; b) Aplicar uma ou duas demãos de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; c) Aplicar a tinta de acabamento. Obs.: Sendo reboco novo aguardar sua cura por 30 dias. FISSURASSão trincas rasas, estreitas e sem continuidade tempo insuficiente de hidratação da cal antes da aplicação do reboco ou aplicação de camadas espessas de massa fina a) Lixar e raspar a superfície, eliminando as partes soltas e o pó; b) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; c) Aplicar três demãos de impermeabilizante acrílico, sendo a primeira demão diluída com 30% de água e as demais com 10% de água. d) Repintar. MANCHAS E RETARDAMENTO NA SECAGEM EM MADEIRA Pintura feita sobre madeira com resíduos de soda cáustica ou removedor a) Remover a pintura b) Lavar a superfície com água, no caso de resíduos de soda cáustica; c) Lavar a superfície com aguarrás, no caso de resíduos de removedor; d) Aguardar a secagem completa da superfície; e) Repintar. TRINCAS E MÁ ADERÊNCIA EM MADEIRA Aplicação indevida de massa corrida PVA na correção de imperfeições da madeira a) Remover a massa corrida; b) Aplicar uma demão de fundo nivelador branco fosco; c) Corrigir as imperfeições com massa a óleo, d) Lixar e eliminar o pó e) Aplicar outra demão de fundo nivelador branco fosco; f) Repintar. TRINCAS DE ESTRUTURA São rachaduras que aparecem devido à movimentação da estrutura Movimento da estrutura a) Abrir a trinca e escovar eliminando o pó; b) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; c) Aplicar selador para trincas, repassando-o 24 horas após sua aplicação; d) Aplicar uma demão de impermeabilizante acrílico afixando tela de nylon; e) Aplicar três demãos de impermeabilizante acrílico; f) Aplicar massa acrílica (se necessário) e repintar. IFPE. MANUAL DE SISTEMAS DE PINTURA. PROF. MÁRCIO SANTANA, AGOSTO/2013 15 Patologia Causa(s): Correção: EFLORESCÊNCIA São manchas esbranquiçadas que aparecem na superfície pintada Tinta aplicada sobre o reboco úmido. a) Eliminar as eventuais infiltrações; b) Aguardar a secagem da superfície; c) Em caso de reboco novo aguardar sua cura no mínimo 30 dias; d) Raspar a superfície afetada; e) Aplicar uma demão de fundo preparador de paredes diluído (1:1) com solvente; f) Repintar. 6 NOÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO Quando da utilização dos produtos, recomenda-se as seguintes precauções: • Manter as embalagens fechadas após o uso, fora do alcance de crianças e animais; • Armazenar os produtos em local fresco, seco, ventilado e longe de fontes de calor; • A embalagem não deve incinerada ou reutilizada para outros fins; • Manter o ambiente bem ventilado durante a aplicação, secagem e ocupação do recinto (se necessário, utilizar ventilação forçada); • Utilizar máscara protetora contra vapores de solvente, óculos de proteção e luvas; • Nos casos de aplicação de produto por pulverização, utilizar, preferencialmente, cabine de pintura com filtro; • Manter os produtos inflamáveis longe de fontes de calor e faísca; • Não ingerir, evitar inalações dos vapores e contato com a pele e olhos; • Em caso de contato, com a pele e os olhos, lave-os imediatamente com muita água. Se ocorrer irritação da pele, alteração nas vias respiratórias ou ingestão de produtos, não provocar vômitos. Procurar o médico informando o tipo de produto • No caso de contato com os olhos, de tinta a óleo e esmalte sintético, retirar a tinta com cotonete embebido em óleo comestível (não lavar). Aplicar colírio e procurar o médico caso o incômodo persista. 7 BIBLIOGRAFIA http://www.coral.com.br. Tintas Coral S.A. Último Acesso em 30/08/2004 http://www.suvinil.com.br. Tintas Suvinil. Último Acesso em 30/08/2004 http://www.ibratin.com.br. Instituto Brasileiro de Tintas. Último Acesso em 30/08/2004 PINTURA IMOBILIÁRIA. Manual do Pintor de Paredes. Tintas Ypiranga - AKZO SOUZA, Roberto et al. Qualidade na Aquisição de Materiais e Execução de Obras. São Paulo: Ed. PINI, 1996. 275 p. 1ª Edição. http://www.coral.com.br/ http://www.suvinil.com.br/ http://www.ibratin.com.br/
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