2- Tintas e Vernizes 2021

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ARQUITETURA E URBANISMO Tintas e Vernizes 
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TINTAS PARA CONSTRUCAO CIVIL 
1. Definição 
A maneira mais comum de se combater a deterioração dos mais diversos tipos de materiais é 
proteger suas superfícies, aplicando-lhes uma película (camada) protetora que impeça a ação dos 
agentes de destruição ou corrosão. Essas películas podem ser obtidas através da aplicação de pintura, 
vernizes, lacas ou esmalte. 
 
2. Elementos de pintura 
 
2.1. Fundos 
A tinta de fundo (ou apenas fundos ou primer) trata-se de substância líquida, constituída por 
resinas, solventes (ou água), pigmentos e aditivos, aplicado inicialmente (como primeira demão) sobre 
um substrato, com a função de preparar a base para receber a massa e ou a tinta de acabamento, além 
das seguintes funções: 
• Diminuir e uniformizar a absorção; 
• Isolar a superfície da tinta de acabamento; 
• Melhorar a aderência; 
• Diminuir o consumo da tinta de acabamento; 
• Proteger quimicamente contra corrosão dos metais. 
 
O uso de fundos tem a capacidade de melhorar o rendimento de aplicação da tinta de 
acabamento, como no caso de superfícies muito porosas e para inibir a formação da ferrugem (no caso 
de pintura em metais). 
 
2.2. Massa 
As massas são empregadas para corrigir os defeitos de pequenas proporções no elemento a 
ser pintado. Defeitos de grandes proporções devem ser corrigidos através de reboco fino e desempeno 
feltrado (paredes) ou lixamento (madeiras e metais). 
As massas devem ser aplicadas sempre sobre a superfície já preparada com o fundo, com a 
função de corrigir irregularidades e proporcionar superfície com textura lisa, em finas camadas e 
devem secar bem antes da aplicação das tintas de acabamento. 
 
2.3. Tintas 
As tintas, que são os materiais mais utilizados para se proteger os materiais, geralmente são 
líquidos ou pó solúvel, constituído de veículo, pigmentos, solventes e aditivos. 
O veículo, é responsável pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois 
de seca. 
Os pigmentos são partículas (pó) sólidas e insolúveis. Os pigmentos conferem cor, poder de 
cobertura à tinta, proporcionam lixabilidade, dureza, consistência e outras características. 
Os solventes são utilizados em diversas fases de fabricação das tintas, como regular a 
viscosidade da pasta de moagem, facilitar a fluidez dos veículos e das tintas prontas na fase de 
enlatamento. Na obra empregam-se solventes para melhorar a aplicabilidade da tinta, baixando sua 
viscosidade (afinar a tinta) e facilitando seu alastramento, etc. Entre os solventes mais comuns estão 
a água, aguarrás, álcoois, acetonas, xilol e outros. 
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Os aditivos são, geralmente, produtos químicos sofisticados, capazes de modificar, 
significativamente, as propriedades da tinta. Os aditivos mais comuns são os secantes, molhados, 
antiespumantes, plastificantes, dispersantes, engrossantes, bactericidas e outros. 
Os Principais tipos de tintas são descritos abaixo: 
 
2.3.1. Tinta Látex: 
Essa é uma das principais escolhas para os ambientes internos porque é à base de água e seca 
rapidamente. Além disso, uma das grandes diferenças da tinta látex PVA é a facilidade para limpeza 
com apenas um pano úmido. 
 
2.3.2. Tinta Acrílica: 
São poucas as diferenças de tinta látex para acrílica. As duas são muito parecidas, dois tipos de 
tinta à base de água. A principal diferença entre elas está na composição. Essa recebe resina acrílica 
que transforma a tinta em um acabamento impermeável. Por isso, é uma das principais escolhas para 
paredes externas e também pode ser aplicada em banheiros e cozinhas. 
 
2.3.3. Tinta Epóxi ou Emborrachada: 
Um dos tipos de tintas mais avançados e com um pouco mais de dificuldade de manuseio. Por 
isso, é indicado que a aplicação seja feita por um profissional. Essa é uma tinta com base na resina 
epóxi e tem alta resistência à temperatura, umidade etc. Ela é indica para ambientes externos, pisos, 
banheiros e cozinhas podendo ser aplicada em superfícies metálicas, de madeira etc. 
 
2.3.4. Tinta a Óleo: 
Essa é uma tinta feita à base de óleo, como o nome diz, e específica para acabamentos que 
precisam de cuidados maiores, portas, janelas e móveis, por exemplo. Ela tem um grande poder 
impermeabilizante em madeiras e metais. 
 
2.3.5. Tinta Esmalte: 
Muitas pessoas não gostam de usar as tintas a óleo por serem muito tóxicas, este é um dos 
tipos de tinta que podem ser sua substituta. A tinta esmalte tem acabamento acetinado, criando a 
aparência de ter uma fina película sobre o metal ou madeira. Não é recomendada para as paredes. 
 
2.3.6. Tinta Lavável: 
Assim como a tinta esmalte, a lavável é um dos tipos de tinta com acabamento acetinado. Ela 
cria uma fina película sob a parede que permite uma limpeza muito fácil. É uma boa escolha para 
ambientes internos que tenham muito fluxo de crianças. 
 
2.3.7. Tinta Texturizada: 
Essa é uma tinta que traz acabamento rústico para as paredes. Ela pode ser usada em 
ambientes internos ou externos para quem deseja aplicar textura nas paredes. 
 
 
 
 
 
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2.4. Vernizes 
Os vernizes são produtos de consistência líquida ou semilíquida, que, espalhados sobre um 
objeto, deixam uma fina camada, brilhante, transparente, incolor ou colorida, de modo a proteger o 
elemento. Para cada caso, devem ser utilizados vernizes compatíveis com a finalidade. Por exemplo: 
Um verniz com alta resistência à agua, pode ser muito quebradiço e impróprio para ser usado em 
assoalhos. 
No caso da aplicação em madeiras, temos o verniz e o stain. Embora ambos sejam usados com 
a mesma finalidade (proteger e embelezar), eles possuem diferentes tipos de proteção e efeito. 
O verniz cria uma película de filme, que proporciona um acabamento acetinado e brilhante. 
Esta película gera uma verdadeira barreira para proteger a superfície contra as intempéries como sol, 
chuva e maresia. Pode ser aplicado em ambiente externo, pois alguns produtos possuem também filtro 
solar na sua composição. 
Já o Stain, é um acabamento invisível. Sua principal característica é a preservação do aspecto 
natural da madeira. Ele trabalha como um impregnante, não formando a película que os vernizes 
formam. O Stain impede que a água entre na madeira por hidrorrepelência. É o mais indicado para os 
decks de madeira e assoalhos externos. 
Para ambos os casos, Verniz ou Stain, é necessário o lixamento da madeira. 
 
3. Qualidade das Tintas, Vernizes e Complementos 
A qualidade das tintas, vernizes e complementos, pode ser observada na obra, baseando-se 
em algumas características: 
 
3.1. Estabilidade 
Ao abrir a lata verificar se não há excesso de sedimentação, coagulação, empedramento, 
separação de pigmentos ou formação de pele, de tal maneira, que não se torne homogênea através 
da simples agitação manual. A tinta nunca deve apresentar odores pútridos ou vapores tóxicos. 
 
3.2. Rendimento/Cobertura 
Essas características são funções da qualidade e quantidade de resinas e pigmentos utilizados 
na formulação da tinta. Essa análise é feita através de amostras, verificando-se ainda a aplicabilidade 
(se a tinta se espalha facilmente, com bom alastramento e nivelamento, sem ficar marcas de pincel ou 
rolo etc.) a durabilidade (resistência às intempéries, maior ou menor tempo de sofrer alterações) e a 
lavabilidade (deve resistir à ação dos agentes químicos domésticos, tais como, detergente, água 
sanitária e etc). 
 
4. Pinturas Usuais 
 
4.1. Sobre Reboco 
Este deve estar completamente curado, o que demora cerca de 28 dias. Caso contrário a tinta 
poderá descascar, porque a impermeabilidade de tinta dificultará a saída da umidade e as trocas 
gasosas necessárias a carbonatação (cura) do reboco, sem a qual este tende a esfarelar-se sob a 
película da tinta, causando descascamento. 
Rebocos fracos, com pouco cimento,apresentam superfícies pouco coesas, fato que se verifica 
esfregando-se a mão sobre o reboco, constata-se a existência de partículas soltas, grãos de areia. A 
pintura é feita com aplicação do selador seguidas de 2 demãos de látex. Se desejar-se uma superfície 
nivelada, lisa, aplicam-se 2 demãos de massa corrida, lixadas, antes do látex. Dependendo das 
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condições da parede e da qualidade dos materiais, mais demãos necessárias. Se o reboco apresentar 
mofo, este deve ser eliminado com a escovação com água sanitária. 
 
4.2. Pintura sobre Madeira 
Na primeira pintura deve-se lixar e eliminar farpas. Em seguida uma demão de branco fosco e 
posterior acabamento com esmalte sintético. Para acabamento em verniz utiliza-se inicialmente o 
selador para madeira, seguido de 2 ou mais demãos do verniz. Para nivelar as superfícies, utiliza-se 
massa à óleo antes do esmalte, em pelo menos, 2 demãos, lixadas, acabamento que se recebe o nome 
de laqueação. 
 
4.3. Pintura sobre Ferro 
Superfícies novas, sem indícios de ferrugem devem receber uma demão de fundo oxido de 
ferro, seguida das demãos de acabamento em esmalte. Se já houver ferrugem, remove-la com lixa ou 
escova de aço, aplicar uma ou duas mãos de zarcão ou cromato de zinco antes da pintura final. Se 
desejar-se nivelar a superfície usa-se massa plástica, lixada. Também para eliminar ferrugem pode-se 
fazer uso do PCF (Produto Convertedor de Ferrugens), seguido da pintura. 
 
5. Principais Defeitos em Pintura 
 
5.1. Descascamento 
Ocorre quando se utiliza látex sobre caiação, que é uma camada de pó. É necessária a limpeza 
da superfície, raspando e escovando e a aplicação de selador. O descascamento pode ocorrer também 
quando a primeira demão de látex não foi diluída convenientemente. 
 
5.2. Desagregamento 
É o esfarelamento que ocorre quando a tinta foi aplicada sobre reboco não totalmente curado. 
 
5.3. Eflorescência 
São manchas esbranquiçadas que surgem se a pintura for aplicada sobre reboco úmido. A 
secagem do reboco nasce pela eliminação de água sob forma de vapor, que arrasta o hidróxido de 
cálcio do interior para a superfície, onde se deposita, causando a mancha. 
 
5.4. Saponificação 
São manchas com aspecto pegajoso podendo até ocorrer óleo. Causada pela alcalinidade 
natural da cal e do cimento do reboco que, na presença da umidade reage com acidez característica 
de alguns tipos de resina. 
 
5.5. Fissuras 
Normalmente ocorre pelo tempo insuficiente de hidratação da cal antes da aplicação do 
reboco ou camada muito grossa do reboco ou ainda, excesso de cimento na mistura com a 
conseqüente retração. 
 
5.6. Manchas de pingos de chuva 
Quando chove a tinta não está completamente seca. 
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5.7. Bolhas 
Ocorrem normalmente em paredes com massa corrida PVA, se houver umidade. 
 
5.8. Defeitos em Pintura sobre Madeira 
Ocorrem pelo retardamento da secagem ou sua desuniformidade, em vista da combinação das 
resinas da tinta com as da madeira. 
 
6. Recomendação de utilização dos diferentes tipos de pintura 
 
Fonte: http://www.obraweb.com.br/acabamentos/tintas/a-escolha-da-tinta-certa 
 
7. Aplicação funcional das cores 
O princípio básico desta aplicação é de que cores diferentes, despertam emoções diferentes. 
Enquanto os clientes escolhem as cores, normalmente por seus gostos pessoais, o profissional deve 
fazer as escolhas através de metas racionais, ou seja, de modo a criar reações subjetivas nas pessoas 
que visualizam as cores e também utilizam o ambiente. 
Por exemplo, o vermelho, laranja, e amarelo são cores quentes, excitantes, vibrantes. Já o 
verde e o azul-claro são chamadas cores frias, dão sensação de tranquilidade, e monotonia. Azul-
escuro e cinza inspiram quietude e suavidade. 
Além disso, as cores possuem peso e dimensão. Imaginemos dois navios de mesmo tamanho 
atracados no porto. Se um deles tiver o casco preto e o outro verde-claro, teremos a impressão de que 
o preto, é um navio mais pesado. 
As cores escuras dão maior sensação de peso aos objetos e as cores claras dão maior dimensão 
às superfícies, ampliando os ambientes. As cores frias e o preto parecem diminuir as áreas e ambientes 
quando estão aplicadas. Deste modo, a aplicação funcional da cor, pode aumentar ou diminuir um 
ambiente, dar maior aconchego ou maior amplitude ao local. 
Para profissionais da construção civil, mais especificamente aqueles que trabalharão com 
decoração, o estudo e conhecimento do efeito das cores nos ambientes é imprescindível.