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Psicologia Jurídica Abuso Sexual Intrafamiliar contra Crianças e Adolescentes Conceito: •Consiste na prática de caráter sexual com crianças e/ou adolescentes, com ou sem o seu consentimento, visando a gratificação sexual do adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, baseada em uma relação de poder, podendo provocar sérios danos à integridade física e psíquica à vítima. Formas de abuso sexual: A) Com contato físico: relação sexual com penetração vaginal/anal, sexo oral, tentativa de relações sexuais, carícias, beijos, masturbação etc. B) Sem contato físico: abuso sexual verbal, telefonemas obscenos, exibicionismo, voyeurismo, abuso virtual pela internet etc. Violência Sexual Intrafamiliar: •A família deixa de ser idealizada como lugar de proteção incondicional. Pacto do silêncio. •Perfil do abusador: habilidoso ao ameaçar. •Revelação do abuso: vergonha, medo e culpa. •Merecimento da dor e do abuso: consequências. A Criança e a violência: •Em 90% dos casos o abusador é alguém muito próximo da criança/adolescente: relação de poder, confiança, afeto e subordinação. •Pode ocorrer a conivência da mãe. •Forma de acolhimento: minimização das sequelas. •Crianças mais novas: menores recursos cognitivos e menos experiência no confronto com eventos estressantes.. Consequência do abuso sexual intrafamiliar: •As consequências do abuso sexual são diferentes de criança para criança, dependendo de inúmeros fatores como: ❖ idade à época do abuso; ❖ vínculo entre abusador e vítima; ❖ a natureza do ato; ❖ o ambiente familiar no qual a criança vive; ❖ o impacto que a revelação do abuso terá; ❖ a reação dos conhecidos etc. •Estudos apontam que quanto mais cedo ocorreu o incesto, maior o risco de que as feridas sejam irreversíveis. •Segundo Azambuja (2004) as crianças podem apresentar, ainda, as seguintes manifestações: automutilação e tentativas de suicídio, adição a drogas, distúrbios de conduta (mentira, furto), transtorno de estresse pós-traumático. •A literatura descreve reações de medo apresentadas por mulheres, vítimas de abuso sexual intrafamiliar na infância: ❖ evitação fóbica de todos os homens; ❖ Depressão; ❖ comportamento suicida; ❖ sintomas de ansiedade. Sintomas observados nas Vítimas(D. Marcelli, 2004): ❖ Queixas somáticas diversas, fadiga; ❖ Surgimento repentino de distúrbios alimentares: anorexia, vômitos, recusa de alimentação; ❖ Distúrbios muito frequentes do sono: ansiedade ao deitar, pesadelos; ❖ Distúrbios afetivos: apatia, confusão, desinteresse pelas brincadeiras, expressão triste, crise de choro, podendo chegar a um estado depressivo; ❖ Distúrbio de adaptação: dificuldades escolares repentinas, isolamento, fuga, recusa de ficar em casa ou em outro lugar com um adulto. Ou, ao contrário, investimento escolar intenso, a escola sendo vivida como um meio de escapar da situação familiar traumática; Danos: •PRIMÁRIO: compreende-se o dano causado pelas etapas do desenvolvimento do abuso: fase da sedução, da interação sexual abusiva e do segredo. •SECUNDÁRIO: é o dano causado por fatores diversos e subsequentes ao abuso. Muitas vezes, pode ser maior do que o dano causado pelo próprio abuso. Repercussões físicas: •As repercussões físicas são bem mais observadas entre as 24-48 horas seguidas ao abuso sexual. Podem aparecer contusões, escoriações, inflamações, sangramentos, lesões genitais, infecções genito-urinárias e DST’s. Indicadores indiretos: •Masturbação prolongada e intempestiva (criança pequena); •Conduta sexual inadequada com curiosidade cruamente expressa, utilização de palavras sexuais próprias de adulto na linguagem; •Jogos de aparência sexual com bonecas ou com os pares. Papel do profissional: •O exame dos dados confirma a dificuldade de os crimes sexuais praticados por pessoas próximas da vítima serem notificados. •A identificação é problemática. O “pacto do silêncio” , a negação e o despreparo de muitos profissionais e da comunidade em geral são os principais fatores que inviabilizam a avaliação, diagnóstico e a adoção de medidas de proteção. •Profissionais do Direito: na produção da prova o recurso da avaliação psicológica é fundamental. •Agravantes para elucidação do abuso sexual infantil: atmosfera acusatória, formal e persecutória; mudança nos relatos e nas atitudes da criança. •Preparação do profissional (psicólogo/assistente social): preparação para enfrentar as emoções que a realidade desperta. Conclusões: •Torna-se necessária discussão do tema entre as equipes da rede de saúde pública, das varas de família, infância e juventude, para que sejam capazes de reconhecer o pedido de ajuda de crianças e adolescentes. •Exige-se o esforço da família, das instituições e do Estado. •O abuso sexual de crianças possui várias combinações; consiste em tipos diferentes de atos abusivos e inclui tipos distintos de abusadores. •O abuso sexual perpetrado em crianças na faixa etária escolar e adolescentes apresenta dinâmica diversa do abuso praticado contra pequenas vítimas. •Capacitação dos profissionais envolvidos.
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