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Resumo 6- Abuso Sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes

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Psicologia Jurídica 
Abuso Sexual Intrafamiliar contra Crianças e Adolescentes 
 
Conceito: 
•Consiste na prática de caráter sexual com crianças e/ou 
adolescentes, com ou sem o seu consentimento, visando 
a gratificação sexual do adulto ou mesmo de um 
adolescente mais velho, baseada em uma relação de 
poder, podendo provocar sérios danos à integridade 
física e psíquica à vítima. 
Formas de abuso sexual: 
A) Com contato físico: relação sexual com penetração 
vaginal/anal, sexo oral, tentativa de relações sexuais, 
carícias, beijos, masturbação etc. 
B) Sem contato físico: abuso sexual verbal, telefonemas 
obscenos, exibicionismo, voyeurismo, abuso virtual pela 
internet etc. 
Violência Sexual Intrafamiliar: 
•A família deixa de ser idealizada como lugar de proteção 
incondicional. Pacto do silêncio. 
•Perfil do abusador: habilidoso ao ameaçar. 
•Revelação do abuso: vergonha, medo e culpa. 
•Merecimento da dor e do abuso: consequências. 
A Criança e a violência: 
•Em 90% dos casos o abusador é alguém muito próximo 
da criança/adolescente: relação de poder, confiança, 
afeto e subordinação. 
•Pode ocorrer a conivência da mãe. 
•Forma de acolhimento: minimização das sequelas. 
•Crianças mais novas: menores recursos cognitivos e 
menos experiência no confronto com eventos 
estressantes.. 
Consequência do abuso sexual 
intrafamiliar: 
•As consequências do abuso sexual são diferentes de 
criança para criança, dependendo de inúmeros fatores 
como: 
❖ idade à época do abuso; 
❖ vínculo entre abusador e vítima; 
❖ a natureza do ato; 
❖ o ambiente familiar no qual a criança vive; 
❖ o impacto que a revelação do abuso terá; 
❖ a reação dos conhecidos etc. 
•Estudos apontam que quanto mais cedo ocorreu o 
incesto, maior o risco de que as feridas sejam 
irreversíveis. 
•Segundo Azambuja (2004) as crianças podem 
apresentar, ainda, as seguintes manifestações: 
automutilação e tentativas de suicídio, adição a drogas, 
distúrbios de conduta (mentira, furto), transtorno de 
estresse pós-traumático. 
•A literatura descreve reações de medo apresentadas 
por mulheres, vítimas de abuso sexual intrafamiliar na 
infância: 
❖ evitação fóbica de todos os homens; 
❖ Depressão; 
❖ comportamento suicida; 
❖ sintomas de ansiedade. 
Sintomas observados nas 
Vítimas(D. Marcelli, 2004): 
❖ Queixas somáticas diversas, fadiga; 
❖ Surgimento repentino de distúrbios alimentares: 
anorexia, vômitos, recusa de alimentação; 
❖ Distúrbios muito frequentes do sono: ansiedade 
ao deitar, pesadelos; 
❖ Distúrbios afetivos: apatia, confusão, desinteresse 
pelas brincadeiras, expressão triste, crise de 
choro, podendo chegar a um estado depressivo; 
❖ Distúrbio de adaptação: dificuldades escolares 
repentinas, isolamento, fuga, recusa de ficar em 
casa ou em outro lugar com um adulto. Ou, ao 
contrário, investimento escolar intenso, a escola 
sendo vivida como um meio de escapar da 
situação familiar traumática; 
Danos: 
•PRIMÁRIO: compreende-se o dano causado pelas etapas 
do desenvolvimento do abuso: fase da sedução, da 
interação sexual abusiva e do segredo. 
•SECUNDÁRIO: é o dano causado por fatores diversos e 
subsequentes ao abuso. Muitas vezes, pode ser maior do 
que o dano causado pelo próprio abuso. 
Repercussões físicas: 
•As repercussões físicas são bem mais observadas entre 
as 24-48 horas seguidas ao abuso sexual. Podem 
aparecer contusões, escoriações, inflamações, 
sangramentos, lesões genitais, infecções genito-urinárias 
e DST’s. 
Indicadores indiretos: 
•Masturbação prolongada e intempestiva (criança 
pequena); 
•Conduta sexual inadequada com curiosidade cruamente 
expressa, utilização de palavras sexuais próprias de adulto 
na linguagem; 
•Jogos de aparência sexual com bonecas ou com os 
pares. 
Papel do profissional: 
•O exame dos dados confirma a dificuldade de os crimes 
sexuais praticados por pessoas próximas da vítima serem 
notificados. 
•A identificação é problemática. O “pacto do silêncio” , a 
negação e o despreparo de muitos profissionais e da 
comunidade em geral são os principais fatores que 
inviabilizam a avaliação, diagnóstico e a adoção de 
medidas de proteção. 
•Profissionais do Direito: na produção da prova o recurso 
da avaliação psicológica é fundamental. 
•Agravantes para elucidação do abuso sexual infantil: 
atmosfera acusatória, formal e persecutória; mudança nos 
relatos e nas atitudes da criança. 
•Preparação do profissional (psicólogo/assistente social): 
preparação para enfrentar as emoções que a realidade 
desperta. 
Conclusões: 
•Torna-se necessária discussão do tema entre as 
equipes da rede de saúde pública, das varas de família, 
infância e juventude, para que sejam capazes de 
reconhecer o pedido de ajuda de crianças e 
adolescentes. 
•Exige-se o esforço da família, das instituições e do 
Estado. 
•O abuso sexual de crianças possui várias combinações; 
consiste em tipos diferentes de atos abusivos e inclui 
tipos distintos de abusadores. 
•O abuso sexual perpetrado em crianças na faixa etária 
escolar e adolescentes apresenta dinâmica diversa do 
abuso praticado contra pequenas vítimas. 
•Capacitação dos profissionais envolvidos.

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