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CLESIANE DOS SANTOS MONITORAMENTO DO EFEITO DA CONCENTRAÇÃO E TEMPERATURA NA VELOCIDADE DE REAÇÃO RELATÓRIO DE CINÉTICA DE MATERIAIS (2022.1 - T01A) Orientador(a): Euler Araujo dos Santos. São Cristóvão – SE 2022 1.INTRODUÇÃO Ao observar qualquer transformação, podemos analisar ou prever o resultado final da transformação, a partir das condições em que foi realizada. Uma característica importante é a sua espontaneidade, ou seja, a tendência para que o processo ocorra, isso não implica na velocidade da reação e sim a tendência que os átomos se combinam. O estudo cinético de uma reação química envolve o conhecimento da velocidade na qual ela ocorre em determinado tempo, ou seja, a rapidez que ocorre o consumo dos reagentes para a formação dos produtos por unidade de tempo, dependendo das composições e da temperatura que as misturas reacionais possuem. Fatores como pressão e temperatura, assim como concentração de reagentes, são muito importantes para estabelecer maneira precisa das relações entre as condições do meio reacional e o avanço da reação. Ao se tratar de reações envolvendo sólidos, suas características, tais como: porosidade, tamanho de grão e distribuição dos poros tem grande relevância. Para operações industriais o fator tempo e economia de energia assumem uma grande importância. Sabe-se que a catálise permite acelerar e tornar uma transformação química possível. Do ponto de vista cinético as reações podem ser homogêneas, única fase, ou heterogêneas, fase distinta. A reação estudada neste experimento foi homogênea. Esse experimento almeja justamente analisar cineticamente como as concentrações/composições dos reagentes e temperaturas interferem/influenciam na velocidade da reação. A concentração dos reagentes assim como a temperatura é um fator importante na velocidade reacional, quanto mais partículas de reagentes ocuparem um espaço determinado, maior será a velocidade graças aos choques efetivos entre elas, significando que a velocidade da reação é diretamente proporcional a concentração dos reagentes e como iremos notar, a temperatura também é diretamente proporcional. A velocidade será estabelecida à medida que os reagentes desaparecem, em um dado intervalo de tempo, e a taxa de formação do produto. A expressão da velocidade da reação é determinada pelo postulado de Guldberg e Waage, podemos calcular a velocidade de uma reação química, pois ambos evidenciaram que a concentração dos reagentes, seus respectivos coeficientes estequiométricos e a temperatura são os fatores fundamentais na determinação da velocidade. A lei ficou conhecida como Lei da ação das massas de Guldberg e Waage, seja a reação: 2A → B + C Podemos expressar a velocidade em função dos reagentes ou dos produtos. Usando-se os produtos: 𝑑[𝐵] 𝑑𝑡 𝑜𝑢 𝑑[𝐶] 𝑑𝑡 Usando-se os reagentes: − 𝑑[𝐴]𝑑𝑡 Pela estequiometria da reação, tem-se: , porque se forma 1 mol de B ao mesmo tempo em que se forma 1 mol de C.𝑑[𝐵]𝑑𝑡 = 𝑑[𝐶] 𝑑𝑡 As reações elementares a estequiometria é invariável e não pode ser demonstrada teoricamente, precisa ser demonstrada empiricamente, exceto nas equações elementares os coeficientes estequiométrico são bem definidos, ou que envolvem apenas uma etapa, as velocidades são descritas como: aA + bB → produtos. Se considerarmos apenas um único ato elementar na reação de A com B (num meio homogêneo), a velocidade da reação deverá ser proporcional à probabilidade de encontros entre essas espécies. Assim, Vr~- [𝑑𝑛 𝑟 ] 𝑑𝑡 =− 𝑘(𝑛𝑎 × 𝑛𝑎 ×...)(𝑛𝑏 × 𝑛𝑏 ×...) ⇓ vr~- [B𝑑[𝑟]𝑑𝑡 =− 𝑘[𝐴] 𝑎 ] 𝑏 Então, a função f é do tipo: V = lei de velocidade𝑓([𝐴], [𝐵], [𝐶]) ≡− 𝑑[𝐴]𝑑𝑡 = 𝑓([𝐴], [𝐵], [𝐶])→ V = k.[𝐴] α × [𝐵] β × [𝐶] γ 𝑜𝑢 − 𝑑[𝐴]𝑑𝑡 = 𝑘 × [𝐴] α × [𝐵] β × [𝐶] γ Onde: k → constante de velocidade da reação (ou velocidade específica). Aumenta com o aumento da temperatura. α, β, γ → ordem de reação em relação às substâncias A, B e C, respectivamente. α + β + γ → ordem total, ou ordem da reação. Na reação de ordem zero sua velocidade da reação não é afetada pela concentração, mas por outro fator limitante, por exemplo, a superfície de um catalisador. Neste caso, K pode ser proporcional a concentração do catalisador, dado por: resolvendo obtemos: [A]=𝑑[𝐴]𝑑𝑡 =− 𝑘, [𝐴]0 − 𝑘𝑡 A teoria mostra que a equação da concentração é função linear do tempo. Figura 1: gráfico linear para a reação de ordem zero, inclinação = -k. (Souza, 2011) Enquanto, as reações de 1° ordem, seja a reação: A → Produtos. Admitamos que ela seja de 1ª ordem e que sua velocidade depende somente da concentração do reagente A. Obtendo: ,𝑑[𝐴]𝑑𝑡 =− 𝑘[𝐴] integrando obtemos o seguinte resultado: ln[A]=𝑙𝑛[𝐴] 0 − 𝑘𝑡 Também a concentração do reagente A decresce exponencialmente com o tempo, a uma taxa determinada pela constante k (figura 2) Figura 2: gráfico linear para função de 1° ordem. (Souza, 2011) Lembrando que o coeficiente angular da reta com o sinal trocado fornecerá o valor da constante k. Uma reação é de 2ª ordem se a velocidade é proporcional ao quadrado da concentração de um reagente ou é proporcional ao produto das concentrações de dois reagentes. Seja a reação: A → Produtos. Neste caso, a velocidade é proporcional ao quadrado da concentração de A e a lei de velocidade será: 𝑑[𝐴] 𝑑𝑡 =− 𝑘[𝐴] 2 1 [𝐴] − 1 [𝐴] 0 = 𝑘𝑡 Figura 3: gráfico linear função de 2° ordem O coeficiente angular da reta interpolatriz obtida será igual à constante de velocidade da reação. Para ativar as reações dispõe de diversos meios, como temperatura, radiações, energia elétrica e catalisadores, fazendo o sistema evoluir na direção do equilíbrio termodinâmico. Devemos ressaltar que, que a temperatura geralmente exerce uma influência favorável sobre as velocidades das reações, ao facilitar os movimentos intramoleculares e intermoleculares, facilitando os constituintes dos sistemas. Esse efeito será vantajoso ou não, conforme a reação seja endotérmica ou exotérmica. O experimento mostra que a velocidade de reação aumentou com o aumento de temperatura, essa influência pode ser demonstrada pela equação de Arrhenius: k=𝐴𝑒 − 𝐸𝑎𝑅𝑇 Onde é chamado distribuição de Boltzmann, frações de colisões efetivas. A é o fator pré𝑒 − 𝐸𝑎𝑅𝑇 exponencial, frequência /velocidade com que as colisões ocorrem, ou seja, equação de Arrhenius é a velocidade das colisões que são efetivas. Assim, a energia de ativação representa a energia que deve ser fornecida aos reagentes para permitir-lhes transpor a barreira de potencial que opõe a sua reorganização, no sentido de dar origem ao produto da reação. Como o estado de transição é mais instável do que reagente e os produtos, ele está num nível energético superior, nesse estado não há produto e os reagentes não foram formados, elas formam um complexo ativado, onde a energia necessária para formar o complexo ativado é a energia de ativação. Na teoria do complexo ativado a primeira etapa existe um equilíbrio entre os reagentes e o composto intermediário (AB) dotado de energia necessária para se decompor. A+B (AB) (AB) P⇔ ≫ → Figura 4: gráfico das colisões e formação do complexo ativado. Ao acompanhar a evolução da reação, devemos determinar, dentro de um intervalo de tempo, a concentração de um dos participantes, à medida que a reação está ocorrendo, a concentração vai se alterando. Deve-se acompanhar a variação de alguma propriedade física ou físico-química do sistema reacional, ou seja, os valores de diferentes medidas da composição do sistema, ou seja, à medida que a reação evolui. Neste experimento será estudada a lei de velocidade que explica a reação entre os íons permanganato e oxalato, em meio ácido: 2 MnO4 + 5 C2O4 + 16 H → 2 Mn + 10 CO2 + 8 H2O− 2− + 2+ A forma a qual adotamos para medir/ observar a cinética desta reação foi através do tempo necessário para descobrir a solução feita de oxalato e água destilada após a adição de permanganato onde: V=-k`[C2O4 2−]𝑎 2 OBJETIVO Compreender e determinaro efeito da temperatura e da concentração sobre a velocidade de reação do oxalato mais o permanganato, determinação da lei de velocidade, com base na literatura, para calcular ordem e constante de velocidade da reação e calcular a energia de ativação da reação repetindo o experimento em duas temperaturas distintas. 3 MATERIAIS E MÉTODOS No experimento utilizaram-se os seguintes materiais: Tabela 1: materiais utilizados no experimento. PARTE A: Influência da Concentração Para dar início ao experimento, foram enumerados 4 béqueres de 250 mL, limpos e secos. Em seguida, em cada béqueres foram adicionados 10 mL de HCl e 5 mL de oxalato de amônia. Ao transferir o líquido utilizou-se o bastão de vidro, para evitar derramar o líquido e causar acidentes. Também para ter mais precisão nas medidas, primeiro colocou o nome das substâncias em cada béqueres menores, fez-se a transferência do líquido, em seguida no béquer de HCl foi colocado 45ml da substância, para medir com mais precisão, utilizou-se pipeta volumétrica de 10ml e o pipetador, o mesmo procedimento foi feito para o béquer do oxalato e com o auxílio da pipeta volumétrica de 5ml. Após esse procedimento, o béquer 1 permaneceu com o HCl e oxalato, nos outros foram acrescentado água destilada e consequentemente diminuir a concentração. O béquer 2, foi adicionado 50 mL de água destilada, com o auxílio da proveta, e diminuir os erros na medição, também a solução homogeneizada. No béquer 3, foi adicionado 100 mL de água destilada, repetindo o procedimento anterior. No béquer 4, foi adicionado 150 mL de água destilada, obtendo diferentes concentrações em cada béquer. Todo esse procedimento foi feito em cima de papel toalha para evitar molhar a bancada. No béquer 1: foi adicionado 4 mL da solução de KMnO4 (com o auxílio de uma pipeta graduada), ligando simultaneamente o cronômetro; e agitando a mistura (suavemente), quando a reação obteve o descoramento, anotou-se o tempo exato. Repetiu-se o procedimento para os béqueres 2, 3 e 4. Na tabela abaixo, percebe-se que de acordo com o volume adicionado nos béqueres, ordem crescente, o tempo de descoramento aumentou. Isto se dá devido à queda da concentração de oxalato indicado na segunda coluna. Calculou-se esta concentração (C2) através da fórmula: C1V1=C2V2. Onde C1 é a concentração do oxalato (0,5M), V1 foi o volume de oxalato adicionado em cada béquer (5 mL), V2 foram os volumes adicionados em cada béquer respectivamente (19 mL; 69 mL; 119 mL; 169 mL). Já para o permanganato o C1 é a concentração dele (0,04M), V1 o volume que utilizamos do permanganato (4mL) e V2 foram os volumes adicionados em cada béquer respectivamente (19 mL; 69 mL; 119 mL; 169 mL). Valores observados no experimento á 25ºC Tabela 2: dados experimentais com temperatura a 25°C. As reações químicas presentes foram o MnO reagente que possui coloração violeta, à medida4− que a reação vai ocorrendo com o M o produto formado altera a coloração e torna incolor.𝑛2+ Esse produto é o indicador final do tempo de descoramento. PARTE B: Influência da Temperatura Após repetir o procedimento de medição da parte A, os béqueres foram colocados em contato com uma placa aquecedora deixando estabilizar em uma temperatura de 35 °C. Valores observados no experimento á 35 ºC: tabela 3: dados experimentais com temperatura a 35°C A concentração de oxalato e permanganato não varia da parte A para a parte B, já que foram utilizadas na mesma quantidade e concentração, o que variou foi o tempo para que a reação ocorresse. Sabemos que a velocidade de uma reação pode ser alterada pela temperatura, portanto ao elevar a temperatura da reação, também houve aumento da velocidade da reação. Utilizando as concentrações obtidas e o tempo gasto em cada reação, no Origin e excel obtemos os cálculos, ajuste linear e construções das tabelas para obter os gráficos contidos no relatório, também utilizou-se a equação de Arrhenius e a lei da velocidade para determinamos a ordem da reação. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir dos resultados obtidos experimentalmente, notou-se a influência da concentração e temperatura no tempo da reação. Os gráficos numerados de 1 - 3 indicam as estimativas para a ordem da reação em temperatura de 25 ºC e o gráfico 4 - 6 indica a estimativa para a ordem da reação em temperatura de 35 ºC . Tem-se um gráfico para a equação de ordem zero ([A]/[A] ), 0 um gráfico de primeira ordem - ln([A]/[A] ), e um gráfico para a equação de segunda ordem 0 [(1/[A]) – (1/[A] )]. No gráfico 7 tem-se a energia de ativação obtida da variação de 0 temperatura Ordem 0: temperatura à (25 °C): A tabela 4 indica a relação da concentração de oxalato presente em determinado béquer com o seu tempo de descoramento, em determinada temperatura. Tabela 4: concentração reagente versus tempo à 25°C, na ordem zero. A partir da tabela 4, tem-se uma visão mais precisa desta abordagem. É possível analisar que do primeiro ponto para o segundo teve-se um maior decaimento com o tempo, isto ocorreu devido aos 50mL de diferença entre estes que gerou uma enorme diminuição na concentração de oxalato. Gráfico 1: concentração versus tempo, temperatura à 25°C, na ordem 0. As análises do ajuste linear observado no gráfico 1, dos dados experimentais, foram plotados utilizando-se o software Origin. Como a reação de ordem zero, sua lei de velocidade fica da seguinte forma: v = k. Assim, a velocidade da reação é constante durante todo processo, também consumo de A e a velocidade média de A permanecem constantes durante a reação, não variando com a concentração inicial de A. Diferente do que ocorre com o oxalato, pois sua velocidade varia ao longo do tempo, como é observado no gráfico, o primeiro ponto a sua velocidade é muito elevado e diminui ao longo do tempo nos pontos de menores concentrações, devido o afastamento das moléculas. A lei de reação de ordem zero é também uma função linear, sob a forma de y= mx + b: [A] 𝑡 =− 𝑘𝑡 + [𝐴] 0 No gráfico de [A] versus tempo t, para uma reação de ordem zero, é uma linha reta com um declive de −k e uma intercepção y de [A] . Portanto, a velocidade do C2O4 como 0 2− comprova o r , que mostra o quão distante é o ajuste para esta lei, pois o valor deve2 = 0, 638 se aproximar 1. Ordem 1: temperatura à 25°C A tabela 4 mostra o tempo está relacionado com ln das concentrações, a partir desses valores obteve-se o gráfico da reação relacionando com a lei de 1° ordem. Tabela 5: concentração reagente versus tempo à 25°C, na ordem 1 Podemos notar uma melhor linearização no gráfico 2, ao comparar com a lei das reações de ordem 1, admitindo que sua velocidade só depende do oxalato, a concentração deve decrescer exponencialmente com o tempo, a uma taxa determinada pela constante -K, pois a reta é decrescente (equação da reta: ln [A]t = ln [A]o – k t). Gráfico 2: concentração versus tempo, temperatura à 25°C, na ordem 1. O valor obtido de R-quadrado foi 0,8825, que se aproxima de 1, mas esses resultados não são conclusivos para afirmar que é uma reação de 1° ordem, então construiu-se outro gráfico de linearização para a ordem 2. Ordem 2: temperatura à (25º C) Novamente admitiremos que esta reação só depende do oxalato para ocorrer, na tabela 6 o tempo das reações se relaciona com 1 sobe as concentrações ( )1𝑎 Tabela 6: concentração reagente versus tempo à 25°C, na ordem 2 Para confirmar se uma reação é de segunda ordem, podemos utilizar o método gráfico, que consiste em plotar 1/[A] em função do tempo e obter uma reta. Gráfico 3: concentração versus tempo, temperatura à 25°C, na ordem 2. Ao analisar o gráfico 3 R-quadrado 0,9989 , como pode ser observado a variação é muito≃ 1 pequena do oxalato para a reta ascendente do ajuste linear. Então, estima-se, que este experimento é uma reação de segunda ordem, pois os pontos obtidos se aproximam da equação da reta .( 1[𝐴] − 1 [𝐴] 0 = 𝑘𝑡) A partir do gráfico 3, também é possível extrair o valor de k (constante de velocidade da reação). Slope (coeficiente angular), k=0,1972 mol .s . Logo, com esse dado é possível−1 −1 representar a fórmula: V = -0,1972 [ 𝐶 2 𝑂 4 ] e obter a velocidade instantânea com os valores2 das concentrações. Agora veremos qual o efeito da temperatura nessas reações. Ordem 0: temperatura à (35º C) O primeiro ponto observado é o tempo para que a reação ocorra diminui, pois, com o aumento da temperatura aumenta a vibração, consequentemente o choque entre as moléculas e aumento de velocidade. A partir da tabela 7 foi feita a linearização da curva. Tabela 7: concentração reagente versus tempo à 35 °C, na ordem 0 No béquer um e dois as reações ocorrem mais rápidas devido às suas concentrações e ao aquecimento, os béqueres 3 e 4 demoram cerca de 4 minutos para o descoramento da solução. Gráfico 4: concentração versus tempo, temperatura à 35 °C, na ordem 0. Comparando com o R-quadrado do gráfico 1 com o gráfico 4, o valor obtido foi ainda menor, R-quadrado para t=35 °C, sabemos que para se aproximar da equação da reta o valor≃ 0, 3472 deve ser 1, logo essa reação não se ajusta à ordem zero.≃ Ordem 1: temperatura à (35º C) A tabela 8 relaciona o tempo com ln da concentração, a partir dela plotou-se o gráfico 5. Tabela 8: concentração reagente versus tempo à 35 °C, na ordem 1 Gráfico 5: concentração versus tempo, temperatura à 35 °C, na ordem 1. O R-quadrado obtido nesse ajuste foi 0, 6479, comparado ao do gráfico 2 (0,8825), o valor obtido foi mais distante de 1, não se enquadrando nesta lei. Ordem 2: temperatura à 35º C Com dados da tabela 9 construiu-se o gráfico , supondo que a reação só depende do1𝐴 × 𝑡 oxalato, para relacionar ao modelo matemático. Tabela 9: concentração reagente versus tempo à 35 °C, na ordem 2 Gráfico 6: concentração versus tempo, temperatura à 35 °C, na ordem . O resultado do R-quadrado (0,9223), obtido no gráfico 6, se mantém menor, como nos modelos anteriores, isso ocorre devido ao erro associado com o aumento de velocidade. Nos gráficos com temperatura 35 °C, esse foi que tivemos um melhor resultado. Então podemos concluir que temos uma boa correlação entre o gráfico experimental e a linearização, pois o valor está próximo de 1. A partir dos dados da linearização também é possível extrair o valor de k (constante de velocidade de reação). Slope (coeficiente angular), k = 0,3093 mol .s .−1 −1 Assim, é possível representar a fórmula da velocidade: V = -0,3093 [ 𝐶 2 𝑂 4 ] 2 Logo, podemos inferir que a temperatura da reação não influencia na ordem, mas possui grande influência na velocidade da reação e no erro associado. Por fim, temos que avaliar a energia de ativação da reação, utilizamos a equação de Arrhenius para defini-la, pois essa equação relaciona a constante de velocidade da reação: k=𝐴𝑒 − 𝐸𝑎𝑅𝑇 ln k = ln A - (Ea/R)·1/T (2) Onde A da equação é um fator pré-exponencial, específico para cada elemento, R como a constante dos gases e T como a temperatura. Utilizando a equação no formato (2), podemos construir um gráfico relacionando o ln k com o inverso da temperatura (1/T), sendo o termo (Ea/R) o coeficiente angular e o termo ln A o coeficiente linear. A tabela 10 foi utilizada para a construção do gráfico 7, onde na temperatura houve a conversão de celsius para kelvin: Tabela 10 – Dados para a energia de ativação (Ea) Gráfico 7: Energia de ativação, Lei de Arrhenius. A partir do gráfico 7, faremos o cálculo da energia de ativação desta reação: - = -4135,2261𝐸𝑎𝑅 Ea = 4135,2261*R Ea =4135,2261*8.3145 Ea = 34,38 kJ/mol CONCLUSÕES Os valores obtidos na prática permitiu observar através dos gráficos a ordem reacional da solução, também em determinadas condições de temperatura e concentração foi possível observar a velocidade da reação. Os valores de R-quadrado para temperatura a 35 °C são menores que os valores do ajuste para a temperatura de 25 °C, como a velocidade aumenta nas temperaturas mais elevadas, também aumenta o erro na aferição dos valores. Sabendo que a lei de velocidade da reação foi de 2 ordem, a equação da reta para reação entre oxalato e permanganato é , e o coeficiente angular k =0,1972 mol .s . Então, a( 1[𝐴] − 1 [𝐴] 0 = 𝑘𝑡) −1 −1 partir desta lei podemos encontrar a velocidade V = -0,1972 [ 𝐶 2 𝑂 4 ] para cada2 concentração. Após obtermos os valores R-quadrado nas diferentes temperaturas, foi possível calcular pela equação de Arrhenius a energia de ativação (Ea = 34,38 kJ/mol), ou seja, a energia necessária para a reação ocorrer. Referências De Paula, Julio; ATKINS, Peter. ATKINS: Físico-Química. 8º Edição, v.2. Rio de Janeiro: LTC, 2008. DIAS, Diogo Lopes. “Lei da velocidade”; Manual da Química. Disponível em: https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/lei-velocidade.htm. Acesso em 26 de julho de 2022. Santos, E. A. Leis de Velocidade, Experimentos de Cinética de Materiais. Engenharia de Materiais UFS, 2022. Adamian, R.; Almeida, E. Físico-química: Uma Aplicação Aos Materiais. Rio de Janeiro: COPPE / UFRJ, 2022. Dias, F. R. C. Cinética Química: Projeto Rumo ao ITA. https://rumoaoita.com/wp-content/uploads/2016/12/cinetica_quimica_cinetica_quimica.pdf. Acesso em 26 de julho de 2022. https://rumoaoita.com/wp-content/uploads/2016/12/cinetica_quimica_cinetica_quimica.pdf
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