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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS GABRIEL BERALDO SCORSIN GABRIEL OLIVEIRA VIATROSKI KAUÃ JUSTUS HORN RICIERI ALEXANDRE PIANA RELATÓRIO CURVA DE DEFLOCULAÇÃO UTILIZNDO MÉTODO COPO FORD. PONTTA GROSSA 2022 GABRIEL BERALDO SCORSIN GABRIEL OLIVEIRA VIATROSKI KAUÃ JUSTUS HORN RICIERI ALEXANDRE PIANA RELATÓRIO CURVA DE DEFLOCULAÇÃO UTILIZANDO MÉTODO COPO FORD. Realização do relatório de Ensaios e Caracterização de Materiais com propósito da obtenção da nota do primeiro semestre da disciplina. Professor(a): Dannilo Eduardo Munhoz Ferreira SUMÁRIO 1. OBJETIVO .............................................................................................................. 4 2. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 5 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 7 5.CONCLUSÃO ........................................................................................................ 11 REFÊNCIA................................................................................................................12 1. OBJETIVO A elaboração da curva de defloculação de uma suspensão cerâmica, obtida através da combinação de um pó cerâmico em conjunto com solvente e dispersante (defloculante), para suspensão estável do material cerâmico. Podendo elas ser controladas pela utilização do dispersante, com quantidades ideais. 2. INTRODUÇÃO Para a produção de revestimentos cerâmicos de alta qualidade é necessário ter o conhecimento do comportamento reológico da suspensão. A suspensão cerâmica é constituída por água e matérias-primas, sendo elas argilas, fritas, feldspatos, silício, argilominerais e outros. Estas soluções devem ser homogeneizadas por moinho e devem ter escoabilidade adequada, por exemplo na transferência entre tubulações e tanques dentro da indústria. Toda empresa tenta trabalhar com o mínimo de água possível nestas suspensões para evitar problemas físicos em suportes cerâmicos. Então são utilizados aditivos químicos, mais conhecido como defloculantes que ajudam a dispersar a suspensão. Cada aditivo possui um mecanismo de defloculação, com variedades nas aplicações e diversos comportamentos qualitativos. Os mecanismos de defloculação variam de estabilização eletrostática (troca iônica), estérica e eletrostática. Na estabilização eletrostática, o defloculante, ao adsorver nas partículas, aumenta sua energia de superfície causando uma repulsão entre elas. Este é um mecanismo de troca iônica com uma substituição de cátions fortemente ligados por outros com forças de ligações inferiores. Uma vez que o sistema está disperso, sensível à concentração de sólidos, teor de eletrólitos e pH. Os Silicatos e Fosfatos são exemplos que possuem esse tipo de mecanismo. No mecanismo de estabilização estérica, o defloculante encapsula totalmente as partículas aumentando o volume e impedindo a atração por impedimento estérico. Quando o sistema está disperso fica sensível ao transporte e cisalhamento, mas com baixa sensibilidade a l a concentração de sólidos, teor de eletrólitos e pH. Alguns exemplos desse defloculante são polímeros compostos de bloco não iônicos à base de óxido de etileno - Propileno com massas molares entre 1000 e 10000. Por meio da estabilização eletroestérica, o defloculante age como os mecanismos eletrostático e estérico simultaneamente. As partículas são envolvidas por longas cadeias poliméricas com cargas negativas. É o mecanismo mais eficaz já que necessita menores teores de defloculantes. À baixa sensibilidade a variações de pH, eletrólitos e concentração de sólidos. Exemplos: copolímeros acrílicos, poliacrilatos, e produtos de condensação do ácido naftaleno sulfônico. O defloculante age na desaglomerarão das partículas de argila, já que estas aumentam a viscosidade aparente e a tensão limite de escoamento da solução cerâmica. O comportamento reológico de fluídos não-newtonianos, deve ser descrito por uma curva de escoamento em função do gradiente de velocidade. A eficiência dos aditivos químicos é analisada através das curvas de defloculação, que procuram a menor quantidade de defloculante precisa para conduzir as suspensões a seus menores valores de viscosidade. Por meio de gráficos, que são construídos conforme aumenta gradativamente a concentração de defloculante na suspensão. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento da prática, os materiais utilizados foram 360 gramas de material cerâmico, silicato de sódio, água, cronômetro digital, proveta, balança de alta precisão (Shimadzu BL3200H), agitador cowles e copo Ford. Analisado na fotografia 3.1. Fotografia 3.1 - Agitador cowles e copo Ford Fonte: Os autores Da quantidade selecionada do material cerâmico (argila) foram separadas três suspensões sendo elas: Tabela 3.1 - Suspensão Suspensão Gramas de argila Gramas de água A B C 80g 120g 160g 160g 120g 80g Fonte: Os autores Na utilização do pó cerâmico foi preciso, anteriormente, passar por uma etapa de peneiramento em malha #60, obtendo-se 900g de argila peneirada. Em seguida foram utilizadas as proporções de acordo com o quadro 3.1 no becker através de um agitador mecânico com o objetivo de atingir uma suspensão homogênea. Fotografia 3.2 – suspensão cerâmica no agitador Fonte: os autores Após a mistura foi colocado no copo Ford e cronometrado o tempo de escoamento da suspensão sobre um outro becker (as quantidades de solução foram iguais de acordo com a medida do copo). Na obtenção da curva de defloculação foram utilizados silicato de sódio 0,1% (em massa seca) do mesmo na suspensão até atingir a estabilidade do material. Na estabilização foi comparada numero de gotas de defloculante em relação ao tempo. Sendo que nesta técnica foi medido três valores de tempo e utilizado a média aritmética do mesmo para construção do gráfico da curva de defloculante. A densidade de cada solução foi determinada utilizando uma proveta de volume igual a 25mL. Pela fórmula [1] calculamos os valores do quadro 3.1 𝑑 = 𝑚 𝑣 Quadro 3.1 – valores encontrados da densidade Suspensão A Suspensão B Suspensão C Massa 28,3g 31,22g 40,62g Volume 25mL 25mL 25mL Densidade 1,132g/cm³ 1,25g/cm³ 1,62g/cm³ Para o cálculo da viscosidade relativa foi utilizada a seguinte equação; 𝑛 𝑛𝑜 = 𝜌. 𝑡 𝜌𝑜. 𝑡𝑜 Onde: ɳ: Viscosidade da suspensão; ɳ0: Viscosidade da água (1 cP); d: Densidade da suspensão; t: Tempo médio de escoamento da suspensão; d0: Densidade da água (0,99 g/cm³); t0: Tempo médio de escoamento da água. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para avaliar o comportamento da suspensão cerâmica em relação a quantidade de defloculante em função do tempo, segue abaixo medidas de cada suspensão; Tabela 4.1. Tempo e viscosidade da primeira suspensão Fonte: Os autores Na primeira suspensão foi medido o tempo de escoamento da água obtendo a média e sua viscosidade. Foi utilizado a proporção de 80g de argila para 160g de água, como a massa da água é superior a argila, o material cerâmico fica com uma forma mais viscosa, com isso não tendo necessidade do uso excessivo de defloculante para alcançar o equilíbrio. Assim observado no gráfico 4.1 de curva de defloculação Gráfico 4.1 Curva de defloculaçãosuspensão A Fonte: Os autores N° de gotas Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3 Media Viscosidade 0 gotas 10,27 10,43 10,19 10,29667 1,18 1 gotas 10,3 10,01 9,59 9,966667 1,143 2 gotas 10,29 10,26 10,1 10,21667 1,17 3 gotas 10,18 10,25 10,16 10,19667 1,169 4 gotas 10,13 10,28 10,3 10,23667 1,174 5 gotas 10,15 10,22 10,17 10,18 1,167 6 gotas 10,39 10,14 10,09 10,20667 1,17 7 gotas 10,22 9,93 10,07 10,07333 1,155 8 gotas 10,27 10,09 10,26 10,20667 1,17 1,14 1,145 1,15 1,155 1,16 1,165 1,17 1,175 1,18 1,185 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 V is c o s id a d e a p a re n te Concentração do defloculante Curva de defloculação Tabela 4.2. Tempo e viscosidade da segunda suspensão Fonte: Os autores Dando seguimento a prática, foram utilizados uma proporção igualitária para água e argila (120g de água e 120g de argila). Inicialmente foi calculado o tempo e a viscosidade sem o uso do defloculante, após o uso das primeiras gotas o tempo e a viscosidade não obtiveram mudanças até a quinta gota. Então a partir da sexta gota foi alterando a velocidade do escoamento diminuindo o seu tempo. A partir da 11° gota, a viscosidade e o tempo começam a oscilar alcançando seu equilíbrio. Gráfico 4.2 - Curva de defloculação suspensão B Fonte: Os autores N° de gotas Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3 Media Viscosidade 0 gotas 18,58 18,1 19,3 18,66 2,363 5 gotas 18,18 18,02 17,74 17,98 2,277 7 gotas 11,62 11,5 11,71 11,61 1,47 9 gotas 10,98 11,34 11,51 11,27667 1,428 10 gotas 11,25 11,15 11,39 11,26333 1,426 11 gotas 11,63 11,47 11,38 11,49333 1,455 0 0,5 1 1,5 2 2,5 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 V is c o s id a d e a p a re n te Concentração do defloculante Curva de defloculação Tabela 4.3. Tempo e viscosidade da terceira suspensão Fonte: Os autores Finalizando a última etapa a proporção utilizada foi de 160g de argila para 80g de água, onde obtivemos uma viscosidade maior que as duas ultimas citadas. O Processo de escoamento começou a partir da 26° gota de defloculante, com isso percebe-se que o tempo aumenta diretamente proporcional a viscosidade. Nota-se que na 32° gota apresentou a estabilidade eletroestática. Podendo ser visualizada no gráfico 4.3 Gráfico 4.3 Curva de defloculação suspensão C Fontes: Os autores 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3 3,2 3,4 V is c o s id a d e a p a re n te Concentração do defloculante Curva de defloculação N° de gotas Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3 Media Viscosidade 26 gotas 45,45 46,25 46,92 46,20667 8,317 28 gotas 35,96 36,68 37,05 36,56333 5,837 30 gotas 34,98 35,32 35,73 35,34333 5,801 31 gotas 36 38,05 37,47 37,17333 6,101 32 gotas 37,79 37,2 37,27 37,42 6,141 5.CONCLUSÃO Na produção de massas cerâmicas, existem dois tipos sendo elas a via úmida e a via seca, conhecida também como massa vermelha e massa branca. No processo de via seca normalmente é utilizado apenas um tipo de argila (argila vermelha) e sua moagem é feita sem adição de água, por isso conhecida como via seca. Já na via úmida é utilizada água na sua moagem, sua massa é composta por uma argila moída fazendo com que tenha uma melhor homogeneização. Para facilitar a moagem é preciso adicionar defloculante, quem reduzem os tamanhos das partículas. De acordo com a reologia da massa cerâmica, a viscosidade e a densidade são analisadas de maneira mais precisa. Na indústria cerâmica os aditivos químicos mais utilizados são aqueles que possuem mecanismo de defloculação na estabilização eletroestática, com trocas iônicas. Como o silicato e o fosfato. Podemos dizer que a defloculação acontece por conta das repulsões presentes e também por causa das cargas se tornarem negativas através da adição do sódio. Normalmente o defloculante é a base de sódio (mais comum para a utilização), e quando adicionado na superfície isso afeta na troca de cargas dos cátions bivalentes, assim anulando-se as cargas. Tendo em vista os aspectos observados, a adição de um defloculante no material cerâmico misturado com água nos leva a obter um menor valor de viscosidade, característica desejada na indústria para compostos que necessitam de uma boa fluidez. 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