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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ALEX WILLIAM SPRADA BARBARA MARTINS PEREIRA LEONARDO MALAQUIAS VITOR HUGO BACH PEREIRA CURVA DE DEFLOCULAÇÃO E RESÍDUOS PONTA GROSSA 2019 ALEX WILLIAM SPRADA BARBARA MARTINS PEREIRA LEONARDO MALAQUIAS VITOR HUGO BACH PEREIRA CURVA DE DEFLOCULAÇÃO E RESÍDUOS Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do curso de Engenharia de Materiais, 3º ano, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Professor: Leonardo P. W. PONTA GROSSA 2019 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Comportamento da viscosidade em fluidos newtonianos e não newtonianos. ................................................................................................................................... 5 Figura 2: Representação esquemática da suspensão com e sem defloculante. ........ 6 Figura 3: Massa plástica........................................................................................... 10 Figura 4: Escoamento B ........................................................................................... 11 Figura 5: Escoamento C ........................................................................................... 13 Quadro 1: Tempos do Escoamento da água. ............................................................. 9 Quadro 2: Tempos do Escoamento B ...................................................................... 11 Quadro 3: Tempos do Escoamento C ...................................................................... 13 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 2 – OBJETIVOS .......................................................................................................... 7 2.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS ................................................................. 7 2.2 – DEFLOCULAÇÃO .......................................................................................... 7 3 – MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8 3.1 – MATERIAIS .................................................................................................... 8 3.1.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS .......................................................... 8 3.1.2 – DEFLOCULAÇÃO .................................................................................... 8 3.2 – MÉTODOS ..................................................................................................... 8 3.2.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS .......................................................... 8 3.2.2 – DEFLOCULAÇÃO .................................................................................... 8 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 9 4.1 – RESÍDUOS .................................................................................................... 9 4.2 – DEFLOCULAÇÃO .......................................................................................... 9 4.2.1 – ESCOAMENTO DA ÁGUA ...................................................................... 9 4.2.2 – ESCOAMENTO A .................................................................................. 10 4.2.3 – ESCOAMENTO B .................................................................................. 10 4.2.4 – ESCOAMENTO C .................................................................................. 13 5 – CONCLUSÃO ..................................................................................................... 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 5 1 – INTRODUÇÃO Devido ao fato de serem frágeis e não apresentarem os mesmos mecanismos de deformação dos metais, as cerâmicas exigem técnicas de processamento próprias. Exceto pelos vidros, que em temperaturas específicas apresentam uma viscosidade de fácil manuseio para conformação, as demais cerâmicas podem ser processadas em meio seco ou meio líquido. Por permitir formatos mais complexos, o processamento em meio líquido é muito utilizado. [1] Um dos principais processos realizados em meio líquido é a colagem de barbotina, na qual prepara-se uma suspensão das matérias primas. Essa suspensão consiste geralmente numa mistura homogênea de pó cerâmico, água e agentes aglutinantes. [1] Para a utilização desse tipo de conformação é necessário um grande estudo das propriedades reológicas, pois as cerâmicas em suspensão apresentam o comportamento de um fluído não newtoniano. Ou seja, apresentam uma estrutura não uniforme, com diferentes tamanhos, e caracterizam-se principalmente por não exibir uma viscosidade constante em todo o fluído. Esse comportamento dos fluídos é representado na Figura 1. [2] Figura 1: Comportamento da viscosidade em fluidos newtonianos e não newtonianos. Fonte: [2] Na figura 1, tem-se a viscosidade constante em 1-A para um fluido newtoniano, e em 2-A e 3-A, tem-se as viscosidades variando para fluidos não newtonianos; nenhum deles com relação ao tempo. 6 Uma suspensão cerâmica constitui-se de uma mistura, na qual partículas sólidas estão diluídas em um meio líquido. Esta diluição ocorre devido a força de atração (força de Van der Waals), gerando a interação superficial entre os dipolos elétricos. As partículas tendem a aglomerar-se e aprisionar água dentro desta estrutura. [2] A formação de aglomerados pode ser controlada com o uso de defloculantes, ou dispersantes, os quais costumam ser uma solução com combinações de silicatos e fosfatos. Os defloculantes aumentaram a dispersão das partículas, resultando em uma maior homogeneidade e estabilidade da suspensão, como demonstrado na Figura 2. [2,3] Figura 2: Representação esquemática da suspensão com e sem defloculante. Fonte: [2] Para cada tipo de suspensão, dependendo das matérias primas que constituem a mesma, o efeito do defloculante irá variar. Por meio da curva de defloculação, a qual é um gráfico da viscosidade aparente da suspensão pela quantidade de defloculante, analisa-se a eficiência do mesmo. Por isso, realiza-se a adição de defloculante variando sua quantidade aos poucos, para que se possa descobrir a quantidade mínima e necessária de defloculante a ser utilizada. [4] 7 2 – OBJETIVOS 2.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS Determinar a porção de resíduos da argila 8 por meio de peneiramento em malha #325. 2.2 – DEFLOCULAÇÃO Analisar a viscosidade da suspensão de argila, em diferentes quantidades de água e defloculante, e determinar a curva de defloculação. 8 3 – MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 – MATERIAIS 3.1.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS Água, argila 8, peneira #325, balança analítica, agitador mecânico, bandeja polimérica, forno. 3.1.2 – DEFLOCULAÇÃO Água, argila 8, recipientes poliméricos, balança analítica, proveta graduada, seringa, solução de NH4OH, espátula, copo Ford, béquer 50ml, cronômetro. 3.2 – MÉTODOS 3.2.1 – DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS Foram pesados 100 g da argila 8, previamente peneirada em malha #60, e então à essa porção foram adicionados 400 ml de água, a qual foilevada a um agitador mecânico, a fim de homogeneizar a mistura. Já homogênea, depois de aproximadamente 30 minutos, a suspensão foi passada por uma peneira #325, sob água corrente, sobrando assim somente o resíduo úmido, estes então levado ao forno para secar. O material já seco foi coletado, posto em uma bandeja e pesado. 3.2.2 – DEFLOCULAÇÃO Foram separadas 3 amostras, da argila 8, de massa 100g e colocadas cada uma delas em recipientes poliméricos. A cada uma foi adicionado uma quantidade de água: 50ml, 100ml e 150ml, para as amostras 1, 2 e 3, respectivamente. Após a preparação das suspensões foi sendo adicionado defloculante na amostra um, porém essa não obteve viscosidade baixa o suficiente para passar pelo copo Ford. As amostras 2 e 3 foram escoadas no copo Ford, primeiramente sem adições, sendo tomadas as medidas dos tempos. Posteriormente foram sendo adicionadas gotas de defloculante, e novamente, repetiu-se o procedimento até o ponto em que as medidas de tempo se estabilizaram. 9 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 – RESÍDUOS Após o processo de agitação, lavagem e posteriormente a secagem em estufa, constatou-se que a massa de amostra contida na peneira, de mesh 325, foi de 41,97g. Como a quantidade inicial de amostra era de 100g, a porcentagem de resíduo na amostra de argila número 8 foi de ≅ 42%. Constatou-se então, que a amostra contém muito resíduo e isso deve-se provavelmente ao tamanho de partícula, à distribuição granulométrica, composição química, forma e orientação das partículas. 4.2 – DEFLOCULAÇÃO 4.2.1 – ESCOAMENTO DA ÁGUA Antes da realização dos escoamentos das argilas, foram realizados 3 escoamentos da água, para servir como base nos experimentos, pelo fato da mesma possuir características conhecidas, como a densidade por exemplo, e ser de fácil acesso. Os dados de tempo de escoamento da água, juntamente com a média e desvio padrão dos resultados estão expostos no quadro 1: Quadro 1: Tempos do Escoamento da água. ESCOAMENTO DA ÁGUA Medidas Tempo (s) 1 9,65 2 9,61 3 9,93 Média + DP 9,83 ± 0,18 Fonte: Os autores. O tempo de escoamento da água teoricamente seria de 10s, e não de 9,83s. A diferença de medida pode ser devido à falta de sincronismo entre o escoamento e o 10 cronômetro, devido à um copo Ford com medidas não tão precisas e, até mesmo contendo alguma impureza, alterando o resultado esperado. 4.2.2 – ESCOAMENTO A Para este escoamento foi utilizado 100 g de argila para 50 ml de água. A argila tornou-se uma massa plástica, incapaz de escoar pelo copo Ford mesmo com a adição de 8 gotas de defloculante. Neste escoamento então, não foi possível obter os tempos e nem a densidade, devido ao fato de não conhecermos o volume da mesma. Dessa forma, percebe-se que a proporção de 2:1 de argila e água é inviável para essa prática. Figura 3: Massa plástica Fonte: Os autores 4.2.3 – ESCOAMENTO B No segundo experimento, utilizou-se 100 g de argila, porém desta vez com 100 ml de água, o que por sua vez acarretou em uma massa menos viscosa, capaz de escoar pelo copo. Abaixo segue o quadro com os dados experimentais dos tempos de escoamento da argila, sem e com adição de defloculantes. 11 Quadro 2: Tempos do Escoamento B ESCOAMENTO B Medidas Tempo (s) Sem Defloculante 5 gotas 7 gotas 9 gotas 11 gotas 13 gotas 1 12,01 11,49 11,24 11,23 11,45 11,28 2 11,77 11.61 11,36 11,11 11,31 11,35 3 11,95 11,35 11,5 11,48 11,47 11,16 Média 11,91 11,42 11,37 11,27 11,41 11,26 Fonte: Os autores Para analisar melhor os dados obtidos, pode-se plotar um gráfico de Tempo x Gotas de Defloculantes, que segue abaixo: Figura 4: Escoamento B Fonte: Os autores A partir do gráfico plotado pode-se observar que mesmo adicionando poucas quantidades de defloculante, o tempo de escoamento da argila decresce, devido o mesmo alterar a viscosidade. 12 Após uma certa quantidade adicionada, o tempo de escoamento da mesma deveria permanecer constante, em uma viscosidade mínima. Observou-se, no entanto, que no gráfico com aproximadamente 9 gotas de defloculante, o tempo de escoamento é mínimo, e após isso onde esperava-se uma linha constante nos tempos, o tempo médio volta a subir, significando que a adição de apenas duas gotas de defloculante, fez com que a faixa de pontos mínimos constantes fossem perdidos. Conforme a adição continua, os tempos médios vão crescendo, devido ao fato de que uma quantidade grande de defloculante é suficiente para aumentar a viscosidade da argila. Em seguida, realizou-se o cálculo da viscosidade obtida em cada parte do experimento a partir do cálculo da densidade da solução. Sabe-se que a densidade é calculada por: 𝘱= m/v onde: 𝘱 é densidade, m é a massa e V o volume da reação da água com a argila. A partir desta relação, foi pesado 50 mL de solução e o peso obtido foi de 64,45 g. Desta forma, utilizando a equação da densidade, obtivemos 1,289 g/mol. Sabendo a densidade, é possível obter a viscosidade da solução por meio de: viscosidade (u) = 𝘱t/ t’ Substituindo os valores encontrados, temos: Sem defloculante: = 1,562 Com 5 gotas de defloculante: = 1,497 Com 7 gotas de defloculante: = 1,491 Com 9 gotas de defloculante: = 1,478 Com 11 gotas de defloculante: = 1,496 Com 13 gotas de defloculante: = 1,476 Com os valores da viscosidade podemos perceber que o tempo de escoamento está relacionado com a mesma, e que quanto mais viscoso é a suspensão, maior será o tempo de escoamento da mesma. Observou-se também a ação do defloculante alterando significativamente a viscosidade da argila. 13 4.2.4 – ESCOAMENTO C Nesse experimento utilizou-se a mesma quantidade de 100 g de argila, porém agora com excesso de água de 150 ml, o que gerou uma suspensão de viscosidade mais baixa, acarretando assim em tempos mais baixos, como mostra o quadro abaixo: Quadro 3: Tempos do Escoamento C ESCOAMENTO C Medidas Tempo (s) Sem Defloculante 2 gotas 3 gotas 4 gotas 5 gotas 6 gotas 1 10,3 10,33 10,25 10,17 10,1 10,13 2 10,24 10,5 10,24 9,92 10,25 10,06 3 10,12 10,11 10,24 10,04 10,31 9,98 Média 10,22 10,31 10,24 10,04 10,22 10,06 Fonte: Os autores A partir dos dados, gerou-se o gráfico para melhor exemplificar o comportamento do tempo em relação à adição do defloculante. Figura 5: Escoamento C Fonte: Os autores 14 A partir do gráfico plotado pode-se observar a partir dos tempos de escoamento que, para argilas com uma viscosidade já baixa, poucas gotas de defloculante geram um aumento da mesma, porém conforme a adição vai ocorrendo o tempo, bem como a viscosidade vão baixando até chegar no seu mínimo. Após chegar em seu ponto mínimo, o tempo de escoamento tem uma taxa de crescimento muito grande devido acúmulo de defloculante, ocasionando em formação de flocos. Nesse experimento, também, foi calculada a densidade de 50 ml de solução em 57,3 g. A densidade obtida foi de 1,146 g/mol. A partir da densidade, calculou-se as viscosidades de cada etapa: Sem defloculante: u = 1,191 Com 2 gotas de defloculante: u = 1,202 Com 3 gotas de defloculante: u = 1,194 Com 4 gotas de defloculante: u = 1,170 Com 5 gotas de defloculante: u = 1,191 Com 6 gotas de defloculante: u = 1,173 Com os valores das viscosidades em cada parte do processo fica mais fácil perceber a alteração devido a adição do defloculante. 15 5 – CONCLUSÃO A adição do defloculante é eficaz para diminuir a viscosidade da suspensão. Porém para suspensões pouco diluídas no caso da argila8, necessita de uma adição demasiada de defloculante para que a viscosidade diminua a ponto de a suspensão poder ser escoada no copo Ford. Contudo a curva de defloculação para soluções mais diluídas mostrou-se eficaz para evidenciar o ponto onde há o ponto de menor viscosidade da suspensão, necessitando de um bom controle de adição de defloculante e uma boa medida de tempo. Mesmo o copo Ford sendo um método empírico, ele nos permite montar a curva de defloculação, não tem alta precisão, mas tem baixo custo e não demanda muito tempo para realização do ensaio. 16 REFERÊNCIAS 1. KROETZ, H. M., ARAÚJO, M. S., CERRI, J. A. Proposta de um fluxograma geral para produção cerâmica utilitária e decorativa. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/228823464_PROPOSTA_DE_ UM_FLUXOGRAMA_GERAL_PARA_PRODUCAO_CERAMICA_UTILITARIA _E_DECORATIVA> Acesso em: 14/04/2019. 2. SILVA, S. A., MINEIRO, S. L., NONO, M. C. A., OLIVEIRA, R. M. Caracterização da viscosidade da suspensão cerâmica ZrO2-TiO2 estabilizada com defloculante ácido para-aminobenzóico para obtenção de filmes de cerâmicas porosas. Disponível em: <http://www.metallum.com.br/ 60cbc/anais/ PDF/17-029TT.pdf> Acesso em: 14/04/2019. 3. Manchester Química do Brasil S.A. Defloculantes/ Dispersantes. Disponível em: <http://mqb.com.br/ceramica/defloculantes-e-dispersantes/> Acesso em: 14/04/2019. 4. GOMES, C; M., DOS REIS, J. P., LUIZ, J. F., DE OLIVEIRA, A. P. N., HOTZA, D. Defloculação de massas cerâmicas triaxiais obtidas a partir do delineamento de misturas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ce/v51n320/29529> Acesso em: 14/04/2019.
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