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farmácia e profissão

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Farmácia e Profissão
Flávia Soares Lassie
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Imagens
Adaptadas de Shutterstock e iStock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
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pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Joselmo Willamys Duarte
Revisão Técnica
Ana Carolina Castro Curado
Joselmo Willamys Duarte
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Lassie, Flávia Soares
L347f Farmácia e profissão / Flávia Soares Lassie.
 Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 184 p.
 
 ISBN 978-85-522-1655-1
 
 1. Profissão. 2. Atuação. 3. Farmácia. I. Título. 
 
 
CDD 615.1
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753
Sumário
Unidade 1
Evolução histórica da profissão farmacêutica ............................................ 7
Seção 1
A história da farmácia ........................................................................ 8
Seção 2
A profissão farmacêutica .................................................................18
Seção 3
Conceitos de interesse farmacêutico ..............................................28
Unidade 2
Legislação sanitária e profissional farmacêutica .....................................47
Seção 1
Principais legislações sanitárias voltadas à profissão 
farmacêutica ......................................................................................48
Seção 2
Algumas normas voltadas à atuação em farmácias ......................61
Seção 3
Outras normas pertinentes para atuação do profissional 
farmacêutico ......................................................................................77
Unidade 3
Deontologia farmacêutica ..........................................................................95
Seção 1
Bases conceituais da deontologia farmacêutica ............................96
Seção 2
Código de ética e do processo ético ............................................110
Seção 3
Conselhos e outras autarquias relacionadas à farmácia ...........122
Unidade 4
Farmacêutico em áreas específicas de trabalho ....................................135
Seção 1
Atuação na indústria .....................................................................136
Seção 2
Atuação em farmácias ...................................................................147
Seção 3
Atuação em análises clínicas e outras áreas ...............................160
Palavras do autor
Olá, aluno, seja bem-vindo ao incrível mundo da Farmácia e Profissão. Este livro é base para a introdução da profissão farmacêu-tica e será de grande importância para auxiliá-lo na definição do 
foco de sua carreira. Você encontrará conteúdos que promoverá o contato 
com diversos temas muito discutidos no curso de Farmácia, bem como 
será estimulado à discutir diferentes aspectos da prática farmacêutica. 
Iniciaremos nosso estudo pela história da Farmácia no Brasil e no mundo, 
desde a farmácia pré-histórica até a profissão nos dias de hoje, além disso, 
conheceremos, também, quais são as grandes áreas de atuação do farmacêu-
tico, e você compreenderá o amplo mercado de trabalho da profissão e alguns 
conceitos pertinentes das ciências farmacêuticas, além de conhecer os princi-
pais órgãos, as legislações e o código de ética que regulamentam a profissão e 
a atuação do profissional farmacêutico no contexto da saúde. 
O livro é composto de quatro unidades de ensino que irão abordar a 
evolução histórica da profissão farmacêutica, as legislações sanitárias e 
profissionais farmacêuticas, a deontologia farmacêutica e o farmacêutico em 
áreas específicas de atuação.
Na Unidade 1, estudaremos a história da Farmácia desde a antiguidade, 
idade média até os dias de hoje; abordaremos também a profissão farma-
cêutica das áreas que são privativas da atuação do farmacêutico às áreas que 
são divididas com outras profissões; e, por fim, você conhecerá os principais 
conceitos utilizados na profissão.
Na Unidade 2, conheceremos as principais legislações que regulamentam 
a profissão e a atuação do farmacêutico no contexto da saúde.
Na Unidade 3, abordaremos o código de ética da profissão farmacêutica e a 
criação dos conselhos federal e regional de farmácia e outras autarquias de saúde.
Na Unidade 4, por fim, identificaremos algumas características dos 
principais campos de atuação do farmacêutico.
Ao final do estudo deste livro, você será capaz de compreender os 
diferentes aspectos da prática farmacêutica, bem como uma possível área de 
atuação no mercado de trabalho. Assim convido você a entrar e explorar o 
espetacular mundo da Farmácia e Profissão. Vamos lá?
Unidade 1
Flávia Soares Lassie
Evolução histórica da profissão farmacêutica
Convite ao estudo
O ser humano tem como uma de suas características a necessidade de 
aliviar os sintomas que as doenças provocam no seu organismo; pensando 
nisso, na era pré-histórica as doenças eram tratadas com ingredientes ativos 
ou drogas que eram encontradas na natureza. 
A Farmácia é a ciência e a profissão dos medicamentos; compreender 
o processo histórico dela é muito importante para que o profissional da 
área saiba qual será a sua atuação no mercado de trabalho. Frente a isso, o 
estudo desta unidade possibilitará o conhecimento da evolução histórica da 
Farmácia no mundo e no Brasil.
Para trabalharmos os conteúdos desta unidade será apresentada uma 
situação geradora de aprendizagem, e convidamos você a lê-la com uma 
atenção especial. Vamos lá?
Alice, 19 anos, residente de uma cidade no interior de São Paulo, é uma 
jovem apaixonada pela área da saúde e iniciou seus estudos no curso de 
Farmácia. O sonho da família é ver Alice se formar no curso de Farmácia, 
pois ela será a única na família com um diploma de nível superior.
Alice está cursando os primeiros semestres do curso e no momento está 
dividindo seu tempo entre os estudos e os estágios iniciais. Ela está estagiando 
em uma rede grande de farmácias na cidade onde mora, visando conhecer 
o dia a dia do profissional farmacêutico e suas atribuições nesse campo de 
atuação. Nesse cenário, terá a oportunidade de vivenciar situações práticas e 
complexas que exigirão dela muito empenho em seus estudos, e isso certa-
mente irá contribuir de maneira significativa na sua formação profissional.
A cada dia de estágio, Alice se depara com uma situação diferente que faz 
com que ela se apaixone ainda mais pelo curso e se sinta estimulada a buscar 
cada vez mais conhecimento para se tornar uma excelente profissional. Sendo 
assim, vamos acompanhar Alice e ajudá-la em seus desafios.
8
Seção 1
A história da farmácia
Diálogo aberto
Olá, caro aluno! Iniciamos agora a nossa primeira seção de estudos. Você 
conheceu Alice, que é aluna do curso de Farmáciae estagia em uma farmácia 
de uma grande rede de sua cidade. 
Certo dia de estágio, Alice estava acompanhada de sua professora super-
visora, e muito interessada sobre o contexto da profissão que escolheu, 
a questionou sobre o que ela conhecia a respeito da evolução da profissão 
farmacêutica no Brasil e, na opinião dela, quais seriam as perspectivas para o 
futuro da profissão farmacêutica?
Frente à situação descrita acima, como você, profissional de Farmácia, 
esclareceria essa dúvida de Alice? Durante cada seção desta unidade, você 
aprenderá conteúdos que abordam a evolução da Farmácia para ajudá-lo a 
resolver essa situação. Vamos lá?
Não pode faltar
Iniciaremos então nosso estudo sobre a história da farmácia e apren-
deremos quais foram os marcos históricos dessa ciência do medicamento. 
A história da farmácia e do medicamento é tão antiga como a história da 
humanidade. A farmácia tem feito parte da vida do homem desde o início da 
humanidade, quando, há milhares de anos, o homem pré-histórico coletava 
plantas para curar doenças e ferimentos. Desde 60.000 a.C., povos antigos 
como os egípcios, gregos, hindus e persas utilizavam as plantas para fins 
medicinais, e por tentativa e erro, a partir de então, o conhecimento popular 
das propriedades curativas de certas substâncias naturais acabou crescendo.
Assim, desde a antiguidade, o homem já sentia a necessidade de aliviar 
as suas dores, e por isso, misturavam as substâncias naturais acreditando que 
assim poderiam alcançar a cura. Há registros que há 5.000 a.C. os chineses 
elaboraram listas contendo nomes e aplicações de drogas vegetais. Na Índia, 
no vale do Indo (2.700 a.C), foram lançadas as bases para uns dos sistemas de 
medicina mais antigos ainda em uso, baseado no emprego de vegetais para o 
tratamento de doenças humanas e de animais. No antigo Egito, eram comuns 
os usos ritual e terapêutico de espécies vegetais (ALLEN, 2016).
9
Segundo ALLEN (2016), foi na Grécia que surgiram os primeiros 
conceitos da profissão médica moderna com a utilização do conceito de 
fármaco ou pharmakon, uma palavra que significa, ao mesmo tempo, feitiço, 
remédio ou veneno, dependendo apenas da dose administrada, e também 
pharmakopolos, que seriam os vendedores de medicamentos. Entre os gregos, 
alguns nomes que ganharam destaque foram Hipócrates, considerado o pai 
da medicina, e Galeno, considerado o pai da farmácia.
Galeno (131-200 d.C) era um médico grego que atuava em Roma; compôs 
as matérias-primas necessárias à preparação de medicamentos e a arte de os 
preparar em função da teoria dos humores provenientes da Grécia Antiga, 
por Hipócrates. Galeno criou um sistema que tentava equilibrar os humores 
de um indivíduo doente por meio de substâncias ou compostos que se 
opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. Ele escreveu 
bastante sobre farmácia e medicamentos, e em suas obras, elaborou uma lista 
de remédios vegetais, conhecidos como galênicos, cuja maioria era composta 
com vinho. Ele é considerado o precursor da alopatia. Observe a imagem a 
seguir do médico grego considerado o pai da Farmácia (ALLEN, 2016).
Figura 1.1 | Galeno
Fonte: https://binged.it/302EuP3. Acesso em: 26 jul. 2019.
A medicina árabe, a partir do século VII, inicialmente simples, incor-
porou a notoriedade das escrituras médicas gregas, especialmente de Galeno, 
tornando-se progressivamente mais complexa e passando a exercer grandes 
10
influências nos séculos posteriores. A conquista de postos de comércios 
distantes trouxe novas drogas e condimentos aos centros de ensino, e a 
criação de medicamentos novos exigiam técnicas de preparação elaboradas. 
Assim, os árabes divulgaram as práticas de alquimia e defendiam um labora-
tório farmacêutico; neles, haviam hortos botânicos para o cultivo de plantas 
medicinais e boticas para a preparação dos medicamentos. 
De acordo com Allen (2016), o mundo árabe iniciou a divisão de trabalho 
entre médicos e farmacêuticos, que, no século X, ainda eram vistos como 
uma só profissão, e a separação de farmácia e medicina alcançou o Ocidente 
quando, na metade do século XIII, Frederico II, o governante do reino das 
Duas Sicílias, por meio do chamado Édito de Melfi, estruturou a prática 
separada da Farmácia pela primeira vez na Europa.
No século X foram criadas as primeiras boticas ou apotecas, como eram 
conhecidas na época, na Espanha e na França, que foram as precursoras das 
farmácias atuais. Nessa época, os pró-farmacêuticos eram denominados “apote-
cários” (ou boticários), um termo oriundo do termo grego apotheca, que signi-
fica depósito ou armazém. Era de responsabilidade dos boticários conhecer e 
curar as doenças, mas para o exercício da profissão, deviam cumprir uma série 
de requisitos e ter um local e equipamentos adequados para preparo e guarda 
dos medicamentos, que eram produzidos e manipulados na frente do paciente 
seguindo-se a prescrição médica e a farmacopeia. Observe as imagens a seguir 
que ilustram as boticas do século X (ALLEN, 2016).
Figura 1.2 | Boticas ou apotecas
Fonte: https://binged.it/2KaxGIb. Acesso em: 26 jul. 2019. 
11
Figura 1.3 | Boticário
Fonte: https://binged.it/32UslNR. Acesso em: 26 jul. 2019.
Para Allen (2016), a época da Idade Moderna na Europa Moderna foi 
um período ótimo para se libertar de velhos conceitos sobre as doenças e 
drogas de Galeno. Novas drogas iam chegando de terras desconhecidas, e 
após terem cumprido as impressões de livros religiosos, iniciou-se as impres-
sões de obras farmacêuticas e médicas. Nessa época, para a farmácia, os 
livros tiveram uma grande importância para os estudos das plantas medici-
nais, e Valerius Cordus (1515-1544) escreveu uma obra contendo fórmulas 
farmacêuticas chamada Dispensatorium, que é considerada como a primeira 
farmacopeia, um livro referência para a preparação de medicamentos na 
cidade de Nuremberg, na Alemanha.
Nesse período surge Paracelso (1493-1541) como um importante 
defensor dos medicamentos quimicamente preparados com matérias-
-primas vegetais e substâncias minerais. Ele era contrário à Teoria Humoral 
para explicar o processo de saúde e doença e defendia uma filosofia natural 
de base química. Devido à teoria de Paracelso, os medicamentos químicos 
foram introduzidos e, assim, surgiu a farmácia química em oposição à 
farmácia galênica (ALLEN, 2016).
Assimile
Em uma época em que os remédios eram simples e derivados de 
plantas, Paracelso foi um defensor dos remédios minerais e metálicos, 
suscitando que, para toda doença, havia uma terapêutica específica; 
por exemplo: nessa época o mercúrio tornou-se um remédio específico 
12
para tratar a sífilis. Paracelso rejeitava a teoria dos humores de Galeno e 
a substituiu por três novos elementos: o enxofre, o mercúrio e o sal. Os 
estados patológicos deveriam ser tratados quimicamente, valorizando, 
assim, os remédios químicos.
O estudo dos medicamentos teve um salto notável no século XVI com 
a pesquisa dos princípios ativos de plantas e minerais capazes de curar 
doenças; os farmacêuticos documentaram as fontes de drogas vegetais ao 
redor do mundo e encontraram princípios ativos puros nas plantas medici-
nais (ALLEN, 2016).
Segundo Allen (2016), em 1777, na França, foi criado o Collège de 
Pharmacie para que os farmacêuticos tivessem suas próprias organizações. A 
padronização dos medicamentos foi realizada a partir da publicação de obras 
denominadas farmacopeias, as quais estabeleciam a maneira de se preparar 
os medicamentos e garantir que as prescrições fossem preparadas de forma 
uniforme em qualquer cidade ou estado.
Exemplificando
Você acabou de ler a respeito da Farmacopeia, que é um livro que reúne 
um conjunto de informações técnicas a respeito da nomenclatura das 
substâncias, dos princípios ativos, insumos e equipamentos farmacêu-
ticos. Para saber mais a respeito da Farmacopeia acesse: http://portal.
anvisa.gov.br/documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%-
C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-fe83-4c4a-b907-6a96b5c2d2fc. 
Acessoem: 8 ago. 2019. Nesse link, você poderá conferir a 5ª edição da 
Farmacopeia Brasileira.
Entre meados de 1600 e 1800 a Farmácia se estabeleceu como profissão 
no continente europeu; nesse período os farmacêuticos aprenderam sobre os 
novos métodos de preparação e manipulação, pois o uso de medicamentos 
sintéticos tornou-se mais evidente (ALLEN, 2016).
No início do século XX, com a introdução das especialidades farmacêu-
ticas industrializadas, o mercado tornou-se mais estruturado, dando abertura 
para a criação de empresas que começaram a exercer essa atividade.
Você acabou de estudar a evolução da Farmácia no mundo, agora, nosso 
enfoque será a história da Farmácia no Brasil.
De acordo com Edler (2006), a história da Farmácia no Brasil iniciou-se na 
época do Brasil colônia de Portugal, quando os primeiros colonos, deixados 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-fe83-4c4a-b907-6a96b5c2d2fc
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-fe83-4c4a-b907-6a96b5c2d2fc
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-fe83-4c4a-b907-6a96b5c2d2fc
13
por Martin Afonso, utilizavam plantas medicinais indígenas para curar 
as doenças, tratar ferimentos e picadas de insetos. Os primeiros europeus 
que habitaram o Brasil aprenderam com as nações indígenas a preparar os 
remédios para tratar suas próprias doenças.
Os medicamentos preparados pelos boticários eram trazidos quando havia 
expedições de Portugal, Espanha e França, pois sempre havia um cirurgião-
-barbeiro ou aprendiz de boticário que traziam as caixas de botica — pequenas 
arcas de madeira que continham certa quantidade de remédio (EDLER, 2006).
Reflita
Você acabou de ler sobre as caixas de botica. Você imagina o que são 
caixas de botica e como elas são?
Quando foi instituído no Brasil, pela coroa portuguesa, o governo geral, 
o primeiro governador nomeado foi Thomé de Souza, que trouxe consigo 
jesuítas, padres, diversos oficiais e o primeiro boticário, chamado Diogo de 
Castro. Os missionários jesuítas utilizaram muito da medicina indígena, 
tornando as plantas medicinais brasileiras famosas em todo o mundo. Os 
jesuítas eram os responsáveis pelo intercâmbio entre os universos da medicina, 
pois eles absorviam o conhecimento dos cirurgiões e boticários e aplicavam 
nos precários hospitais da Santa Casa de Misericórdia. As boticas dos jesuítas 
eram quase sempre as únicas existentes nas cidades ou vilas (EDLER, 2006).
Para Edler (2006), os jesuítas possuíam um receituário particular em 
que se encontravam as fórmulas dos medicamentos e seus processos de 
preparação. A triaga brasílica produzida na botica de Salvador, um remédio 
que continha extratos, gomas, óleos e sais químicos extraídos de 78 tipos 
diferentes de plantas, era utilizado como um antídoto universal para todos os 
males, contra a mordida de animais peçonhentos, em várias doenças febris e 
foi a segunda fonte de renda da Companhia de Jesus no Brasil.
Em São Paulo, o padre jesuíta espanhol José de Anchieta preparava os 
remédios e foi considerado o primeiro boticário de Piratininga. Importantes 
boticas sob a responsabilidade dos jesuítas no Brasil estavam localizadas na 
Bahia, em Olinda, no Recife, no Maranhão, no Rio de Janeiro e em São Paulo, 
sendo que a botica com maior destaque foi a da Bahia, pois ela distribuía 
medicamentos para as demais boticas do Norte ao Sul do Brasil (EDLER, 2006).
Nos anos de 1640, as boticas foram autorizadas como comércio no Brasil, 
e em meados do século XVII, algumas tomaram a aparência das boticas 
existentes no reino e situavam-se nas principais ruas. Os boticários eram 
de famílias humildes, que obtinham seus conhecimentos trabalhando nas 
14
boticas, tornando-se ajudantes e aprendizes, e para se tornarem boticários 
tiveram de ser aprovados, em Coimbra, pelo físico-mor (médico), um juiz.
Para Edler (2006), o comércio de drogas e medicamentos era privativo dos 
boticários, segundo o que constava no conjunto de leis portuguesas chamadas 
“Ordenações”, que regeram o Brasil durante todo o período colonial. Em 
casos de descumprimento dessas leis, multas e apreensões de produtos eram 
praticados a fim de se inibir o comércio ilegal de drogas e medicamentos. A 
fiscalização das boticas era feita de acordo com o regimento, desde o exame 
prestado pelos candidatos a boticários até a legalização do profissional responsável, 
o estado de conservação das drogas e a existência de balanças, pesos e medidas.
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, em fuga das tropas 
napoleônicas, é considerada um acontecimento de muitas consequências 
para a história da medicina e farmácia no Brasil. Após uma breve passagem 
por Salvador, a comitiva real seguiu para o Rio de Janeiro. Em 1809, no Rio 
de Janeiro, institui-se o curso de Medicina. No Brasil, a Academia Imperial 
de Medicina (1829-89) foi o principal fórum de debates sobre o ensino 
médico e a saúde pública. Por meio da reforma de ensino de 1832, ocorreu a 
transformação das academias médico-cirúrgicas em faculdades de medicina. 
Essa reforma previa a criação do curso farmacêutico com as faculdades de 
medicina do Império. As disciplinas ministradas seriam divididas em 3 anos, 
contemplando as áreas de: física médica, botânica médica e química médica, 
e para obter o título de farmacêutico, o aluno teria de atuar em uma botica de 
um boticário diplomado por um período de três anos (EDLER, 2006).
Segundo Edler (2006), o Rio de Janeiro e a Bahia possuíam as duas únicas 
faculdades de medicina do Império, e em 1839, em Minas Gerais, foi criada 
a Escola de Farmácia de Ouro Preto.
Em 1875, o farmacêutico Manoel Hilário Pires Ferrão chamou a atenção 
para promover a distinção que deveria ser feita entre boticário e farmacêu-
tico. O boticário poderia ser qualquer um que resolvesse abrir uma botica 
para comercializar remédios, e o farmacêutico era aquele formado em cursos 
regulares de Farmácia. 
Com a fundação das primeiras faculdades de Farmácia (1839-1898) no 
país, o boticário foi lentamente sendo substituído pelo farmacêutico, mas 
esse processo não foi nada fácil, pois a designação de boticário continuou 
a ser utilizada pela população para se referir ao farmacêutico diplomado 
(EDLER, 2006).
De acordo com Edler (2006), a botica onde o boticário pesquisava e prepa-
rava fórmulas, originou dois novos tipos de estabelecimentos: a farmácia e o 
laboratório industrial farmacêutico. As boticas começaram a ser substituídas 
15
por farmácias na segunda metade do século XIX, apresentando espaços mais 
modernos para atendimento ao cliente, e foi entre o final do século XIX e 
o começo século XX que ocorreram as grandes transformações, como o 
reconhecimento legal da profissão do farmacêutico.
O conhecimento sobre os fármacos, os avanços da medicina, da comer-
cialização, da tecnologia e do desenvolvimento profissional, juntos, levaram 
ao desenvolvimento da farmácia moderna.
Sem medo de errar
Agora que você aprendeu sobre o contexto da evolução da história da 
farmácia no mundo e no Brasil, vamos relembrar a nossa situação geradora de 
aprendizagem em que Alice questiona sua professora sobre a evolução histó-
rica da profissão farmacêutica? Você sabe como esclarecer a dúvida de Alice?
Para a resolução da situação devemos lembrar que, para o tratamento de 
doenças humanas e de animais, utilizava-se somente o emprego de espécies 
vegetais. E foi somente em Roma que começou a se utilizar as plantas como 
matérias-primas para a preparação de medicamentos mais aprimorados. 
A medicina árabe permitiu novos avanços na manipulação dos medica-
mentos, pois as novas drogas e os condimentos exigiam conhecimentos e 
técnicas mais elaboradas, isso também foi o início da divisão da medicina e 
da farmácia.
Nessa época, os pró-farmacêuticos, chamados boticários, tinham a 
responsabilidade de conhecer e curar as doenças, bem como manipular,preparar e armazenar os medicamentos, e assim foram criadas as primeiras 
boticas, que foram as precursoras das nossas farmácias atuais.
Em meados do século XX, ocorreram grandes transformações na área 
da ciência do medicamento, como o reconhecimento legal da profissão 
do farmacêutico e novas tecnologias para a preparação e manipulação de 
fármacos, e assim, o uso de medicamentos sintéticos tornou-se mais evidente.
Avançando na prática
Plantas medicinais
No colégio Santa Cruz, temos dois amigos: Lucas e Henrique, que estão 
em um acampamento de férias. Durante uma partida de futebol, Lucas 
16
tropeçou e caiu no chão, fazendo um machucado em seu joelho. O professor 
Luís acompanhou Lucas até a enfermaria e colocou uma planta em cima 
de seu machucado. Após alguns minutos, Lucas sentiu que a dor havia 
diminuído e perguntou ao seu professor por qual motivo ele havia colocado 
aquela planta em seu ferimento. Frente a isso, qual é a relação que pode ser 
feita com a utilização das plantas medicinais para curar doenças e ferimentos 
com os medicamentos utilizados hoje em dia?
Resolução da situação-problema
Pensando nessa situação, poderíamos explicar para Lucas que as plantas 
medicinais são utilizadas pelo homem desde o início da humanidade para 
diversos fins terapêuticos, devido às suas propriedades farmacológicas 
específicas, e fazer um breve relato sobre a história do uso das plantas medici-
nais no Brasil e no mundo, abordando o uso das espécies vegetais pelos pajés, 
egípcios, gregos, chineses, entre outros povos que as utilizavam como forma 
de tratamento de suas doenças, bem como estabelecer uma relação com os 
medicamentos utilizados hoje em dia.
Faça valer a pena
1. A farmácia tem uma longa história, desde o início da humanidade, 
quando, há milhares de anos, o homem, para curar ferimentos e doenças, 
utilizava práticas mágico-religiosas e preparava remédios a partir de produtos 
naturais.
Assinale a alternativa correta, segundo a evolução do processo histórico da 
farmácia:
a. O pai da farmácia é Hipócrates. 
b. Os boticários deram origem aos profissionais de medicina.
c. Os medicamentos sintéticos são utilizados pelo homem desde o início 
da humanidade.
d. O pai da farmácia é Galeno.
e. As profissões de medicina e farmácia sempre foram distintas como 
nos dias de hoje.
2. O mundo árabe iniciou a divisão de trabalho da área de medicina e 
farmácia que, no século X, ainda eram uma só profissão. 
17
Nesse período, foram criadas as primeiras ____________ ou apotecas, como 
eram conhecidas na época, na Espanha e na França, que foram as precur-
soras das farmácias atuais. Nessa época, os pró-farmacêuticos eram denomi-
nados “____________” (ou boticários), um termo oriundo do termo grego 
apotheca, que significa depósito ou armazém.
Analise a sentença que completa as lacunas corretamente:
a. boticas; apotecários. 
b. boticários; farmacêuticos.
c. drogarias; botica.
d. caixas botical; apotecas.
e. oficinas magistrais; farmacêuticos. 
3. As práticas farmacêuticas existem desde o início da humanidade, quando 
indivíduos pré-históricos coletavam plantas para fins medicinais. Os ingre-
dientes ativos eram coletados, processados e preparados para a sua incorpo-
ração em preparações medicamentosas, e essa atividade realizada desde o 
início da humanidade ainda é o foco central da farmácia. Sobre o processo 
de evolução da profissão farmacêutica:
I. A farmácia é a ciência de se criar medicamentos.
II. As atividades relacionadas à farmácia tiveram início com as boticas 
ou apotecas. Nesse período, a medicina e a farmácia eram profissões 
distintas.
III. O primeiro boticário no Brasil foi Thomé de Souza; ele foi trazido 
da França após a coroa decretar que o acesso aos medicamentos só 
aconteceria se nas expedições tivesse um boticário carregando uma 
caixa botical cheia de drogas e medicamentos.
Leia o texto base, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta:
a. Somente a afirmativa II está correta. 
b. As afirmativas I, II e III estão corretas.
c. Somente a afirmativa III está correta.
d. Somente a afirmativa I está correta.
e. Somente as afirmativas I e II estão corretas.
18
Seção 2
A profissão farmacêutica
Diálogo aberto
Olá, caro aluno! Vamos continuar nosso estudo sobre farmácia e 
profissão? Nós iniciaremos esta seção falando a respeito dos campos de 
atuação do farmacêutico. Você conhecerá quais são as possíveis áreas de 
atuação farmacêutica e, assim, poderá se familiarizar com a profissão. Para 
isso, vamos retomar à situação hipotética mencionada no convite ao estudo 
sobre a Alice, estudante do curso de Farmácia que está fazendo estágio em 
uma grande farmácia do bairro onde mora e se depara com algumas situa-
ções que a faz se apaixonar ainda mais pelo curso. 
Durante seu estágio, Alice conheceu Mariana, que também é estudante de 
Farmácia e que trabalha como técnica em um laboratório de Análises Clínicas 
do Hospital do Câncer. Alice ficou curiosa, pois não sabia da existência dessa 
área. Você, como futuro profissional de farmácia, poderia ajudar Alice no 
desafio de conhecer as áreas de atuação do Farmacêutico?
Não pode faltar
Na seção anterior, você estudou sobre a evolução da profissão farmacêu-
tica e pôde perceber que o boticário era o profissional autorizado a exercer as 
funções que hoje são desempenhadas pelo farmacêutico. Em 1931, a profissão 
de farmacêutico foi finalmente regulamentada, passando a ser exercida 
apenas por profissionais formados em instituições de ensino oficialmente 
reconhecidas. Agora, nós conheceremos as áreas da profissão farmacêutica.
A profissão farmacêutica é exercida em sua plenitude por profissionais 
diplomados em uma faculdade de Farmácia. A ciência farmacêutica é ramo 
de amplo espectro de conhecimentos, e têm como base os campos da química 
e da biologia. Assim, para seguir carreira na área farmacêutica, é necessário 
que se tenha aptidão e afinidade e com esses seguimentos. 
O farmacêutico é o: “profissional da área de saúde, com formação centrada 
nos fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica e, de forma 
integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosméticos 
e em alimentos, em prol do cuidado à saúde do indivíduo, da família e da 
comunidade” (CNE, 2017, [s.p.]). 
19
O farmacêutico é o profissional do medicamento que identifica e 
manipula substâncias químicas para a produção de fármacos, bem como 
conhece o mecanismo de ação, o metabolismo, a distribuição, a excreção e os 
efeitos farmacológicos dos medicamentos no nosso organismo, o que o torna 
um profissional especialista em produtos com importantes funções quando 
se fala em recuperar, prevenir e promover saúde. 
De maneira geral, o farmacêutico pode atuar em seis modalidades 
básicas, que são: fármacos e medicamentos, análises clínicas e toxicológicas, 
alimentos, educação, saúde pública, e práticas integrativas e complementares 
(CONSELHO, 2015).
Para atuar com fármacos e medicamentos pode-se trabalhar em indústria 
farmacêutica, em pesquisa de novos fármacos ou cosméticos, na produção 
e no controle de qualidade de medicamentos. Também é possível atuar nas 
farmácias de qualquer natureza, seja ela de manipulação, homeopatia e fitote-
rapia ou nas farmácias instaladas nos hospitais e unidades de saúde.
A Farmácia engloba vários tipos de estabelecimentos nos quais o 
farmacêutico atua, mas dependendo da natureza dos serviços que nela são 
prestados, ela recebe uma denominação, conforme segue na figura abaixo:
Figura 1.4 | Atividades farmacêuticas
Farmácia
Homeopática
Farmácia
Clínica
Farmácia
Hospitalar
Farmácia
Comunitária Farmácia
Fitoterápica
Farmácia
Oncológica
Farmácia
Veterinária
Farmácia
Dermatológica
Farmácia
Manipulação
Farmácia
Pública
Farmácia
Fonte: elaborada pela autora..
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as funções desenvol-
vidas pelo farmacêutico na farmácia são: orientar os pacientes sobre a correta 
utilização dos medicamentos, contribuindodiretamente para o uso racional 
dos medicamentos; aconselhar os pacientes sobre os riscos da automedi-
cação, entre outras atividades. A dispensação de medicamentos é um ato 
privativo do farmacêutico, segundo o Decreto Federal nº 85.878/81. A Lei 
13.021 determina que as farmácias, de qualquer natureza, inseridas nesse 
20
contexto, inclusive os dispensários de medicamentos, deverão contar com 
a presença de farmacêutico em todo o seu horário de funcionamento (essa 
obrigatoriedade já era prevista pela Lei 5991/1973).
Na área de Análises Clínicas e Toxicológicas, o farmacêutico atua tanto 
em laboratórios públicos quanto em privados, desempenha as funções de 
execução de exames laboratoriais auxiliando no diagnóstico de doenças, 
no monitoramento e adesão ao tratamento. Pode também atuar em toxicologia 
ocupacional, realizando exames que atestem as condições de saúde do trabalhador 
frente ao risco da exposição ocupacional. A área de atuação de Análises Clínicas 
não é uma atribuição exclusiva do profissional farmacêutico, sendo dividida com 
outras profissões, como, por exemplo, o biomédico.
Figura 1.5 | Setor de um laboratório de análises clínicas
Fonte: https://binged.it/2ZGVrhT. Acesso em: 8 ago. 2019
Na saúde pública, o Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional 
da Saúde; nela, constam os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 
(PCDT), que são documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico 
da doença ou do agravo à saúde, bem como o tratamento preconizado com os 
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias 
recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e 
a verificação dos resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do 
SUS. Devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de 
eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomen-
dadas. Principalmente no que diz respeito aos medicamentos excepcionais, 
o farmacêutico participa diretamente desse processo nas farmácias de Alto 
Custo nas Unidades Federativas, pois cabe ao farmacêutico a verificação de 
toda documentação trazida pelo paciente para, assim, se realizar a dispen-
sação dos medicamentos denominados excepcionais de maneira adequada.
https://binged.it/2ZGVrhT
21
Reflita
O acompanhamento farmacoterapêutico é uma das atribuições clínicas 
do farmacêutico e é um serviço que visa otimizar a farmacoterapia 
prescrita. O acompanhamento farmacoterapêutico monitora os efeitos 
terapêuticos do medicamento e a verificação de problemas relacio-
nados aos medicamentos, realiza intervenções quando necessário 
e avalia os resultados, podendo alcançar melhores perspectivas em 
relação à qualidade de vida dos usuários crónicos de medicamentos. 
Você poderia imaginar em quais tipos de doenças e seus tratamentos 
medicamentosos se faz necessário o serviço de acompanhamento 
farmacoterapêutico? Pense sobre isso.
Na saúde pública, o farmacêutico tem como uma de suas atribuições toda 
a gestão da farmácia, desde a aquisição até a dispensação dos medicamentos; 
ele também atua no atendimento do paciente, dando todas as orientações 
necessárias para uma condução correta, segura e racional do uso dos medica-
mentos, garantindo o melhor resultado terapêutico. Para o Ministério da 
Saúde, a atuação do farmacêutico na rede pública é uma excelente ferramenta 
para a promoção da saúde, e sua participação é essencial. 
O profissional farmacêutico também pode atuar na indústria de alimentos 
e pode desempenhar diversas funções, entre elas: realização do controle de 
qualidade microbiológico, químico, físico-químico das matérias-primas e 
produtos acabados; análises sensoriais dos alimentos; e desenvolvimento de 
métodos analíticos e de produtos alimentares para uso humano e veterinário. 
A área de alimentos não é privativa do profissional farmacêutico, sendo 
assim, outras profissões podem atuar nessa área. O farmacêutico que se 
especializa na área de alimentos é chamado de farmacêutico bromatologista.
Exemplificando
Alguns farmacêuticos que ganharam destaque na área de alimentos 
são: o farmacêutico alemão Henri Nestlé, o criador da Farinha Láctea 
Nestlé, que foi desenvolvida por ele para alimentar as crianças que, na 
época, estavam com sérios problemas de desnutrição. 
No início dos anos 1920, o farmacêutico Jesus Norberto Gomes criou 
o guaraná Jesus, uma bebida obtida a partir do extrato de guaraná, 
cafeína, teofilina e teobromina, que foi desenvolvida como medica-
mento para tratar indisposições estomacais, mas como era uma bebida 
adocicada de sabor agradável, ficou famosa entre os seus familiares e 
começou a ser comercializada em sua farmácia. 
Em 1886, o farmacêutico Jonh Smith Pemberton criou a formulação da 
Coca-Cola.
22
Figura 1.6 | Farinha Láctea Nestlé
Fonte: https://binged.it/30xGmzy. Acesso em: 15 ago. 2019.
Na área de educação, o farmacêutico, a partir de especializações na área, 
poderá seguir a carreira acadêmica nas instituições de ensino e pesquisa, no 
campo de conhecimento em que tiver maior afinidade, entre outros. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da 
Saúde (MS), as práticas integrativas e complementares de Saúde (PICS) são 
tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos 
tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e 
hipertensão. Em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos 
paliativos de algumas doenças crônicas. Nesse contexto, o farmacêutico atua 
na antroposofia aplicada à saúde, fitoterapia, homeopatia, acupuntura, entre 
outras práticas terapêuticas alternativas. As práticas integrativas e comple-
mentares estão autorizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e não substi-
tuem o tratamento tradicional. Elas são um adicional, um complemento no 
tratamento e indicadas por profissionais específicos conforme as necessi-
dades de cada caso.
Assimile
Segundo o Ministério da Saúde, a medicina antroposófica fundamen-
ta-se em um entendimento espiritual científico do ser humano e consi-
dera bem-estar e doença como eventos ligados ao corpo, mente e 
espírito do indivíduo; realiza abordagem holística com foco em fatores 
que sustentam a saúde por meio do reforço da fisiologia do paciente 
e da individualidade, em vez de apenas tratar os fatores que causam a 
doença (PRÁTICAS Integrativas e Complementares (PICS): quais são e 
para que servem, 2019).
23
Atualmente, o farmacêutico também pode atuar no campo da saúde 
estética, utilizando técnicas de tratamento facial e corporal por meio de 
produtos, materiais e equipamentos adequados para cada tipo de procedi-
mento, atuando na preservação, no melhoramento ou na restauração estética 
do corpo humano.
O campo de trabalho para o farmacêutico no Brasil é muito amplo, 
com diversas oportunidades de trabalho. Segundo o Conselho Regional de 
Farmácia do Estado de São Paulo, em matéria publicada no site, em 2018:
[...] a Profissão farmacêutica foi a terceira profissão que 
mais teve contratações formais nos primeiros quatro meses 
de ano de 2018. Foi o que apurou o site Quero Bolsa em um 
levantamento que teve como base os dados do Cadastro 
Geral de Empregados e Desempregados relativos aos 
primeiros 4 meses do ano. A informação é da revista Exame.
Para o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), 
Walter da Silva Jorge João, a estatística é o resultado do 
movimento clínico liderado pelo conselho, em franca 
expansão no Brasil. Desde 2012, o CFF vem investindo em 
iniciativas que resgatam o farmacêutico como protago-
nista do cuidado à saúde dentro da farmácia comunitária, o 
segmento que mais emprega farmacêuticos no Brasil.
[...] o presidente do CFF refere-se às resoluções do CFF, que 
dispõem sobre as atribuições clínicas do farmacêutico e a 
prescrição farmacêutica, ambas aprovadas em 2013. Ele 
destaca também a aprovação da Lei 13.021/14, que reclas-
sificou as farmácias como unidades de assistência à saúde. 
“Essas legislações desencadearamum boom de contratações, 
porque o varejo está investindo em farmácias que prestam 
serviços”, analisa. Apenas nas farmácias de redes, segundo 
dados da Abrafarma, que congrega esses estabelecimentos, 
já são 1,6 mil consultórios farmacêuticos no país (CONSELHO 
REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2018, [s.p.])”.
A indústria farmacêutica e cosmética cresceu muito nas últimas décadas 
e são setores com boas perspectivas salariais e benefícios, no entanto, a 
área industrial é um seguimento que requer, além da formação básica dos 
profissionais, maior especialização para efetiva contratação em determi-
nados setores, além do conhecimento avançado de outros idiomas, princi-
palmente o inglês. 
24
As drogarias e farmácias, devido às normatizações que regulamentam 
e indicam a obrigatoriedade da presença do farmacêutico durante todo o 
período de funcionamento desses estabelecimentos de saúde, sempre são 
uma opção, quase que imediata, para a atuação na profissão, principalmente 
para os recém-formados, pois é um seguimento que continua crescendo e que 
não exige tanta experiência para a atuação. Todo esse contexto traz perspec-
tivas animadoras para o mercado de trabalho ao profissional farmacêutico.
Sem medo de errar
Agora que você aprendeu os conceitos abordados nesta seção, você 
conseguirá solucionar a situação problema exposta, em que Alice, em um dia 
de estágio, conheceu Mariana, que também é estudante de Farmácia e que 
trabalha como técnica em um laboratório de Análises Clínicas do Hospital 
do Câncer. Alice ficou muito curiosa, pois não sabia da existência dessa área. 
Para a resolução dessa situação, você precisa relembrar que o farma-
cêutico é um profissional da área de saúde, com formação centrada nos 
fármacos, nos medicamentos e na assistência farmacêutica, e de forma 
integrada, com formação em análises clínicas e toxicológicas, em cosmé-
ticos e em alimentos, em prol do cuidado à saúde do indivíduo, da família 
e da comunidade. Dessa forma, o farmacêutico é o profissional do medica-
mento, porém, ele não se restringe a atuar somente no balcão da farmácia 
de dispensação. Ele pode atuar em diferentes campos de trabalho e suas 
atribuições podem ser privativas ou não.
A Farmácia possui diversos ramos de atividades, como: farmácia de 
dispensação, hospitalar, clínica, veterinária, de homeopatia, de fitoterapia, 
análises clínicas e toxicológicas, acupuntura, docência, distribuição e trans-
porte, indústrias de alimentos, cosméticos, medicamentos, insumos farma-
cêuticos, entre outros.
Dentro da área de análises clínicas, o farmacêutico pode atuar tanto 
em laboratórios públicos quanto em privados, e desempenha as funções de 
execução de exames laboratoriais, auxiliando no diagnóstico de doenças, 
no monitoramento e adesão ao tratamento, na pesquisa de novos fármacos 
para verificar a eficácia terapêutica, efeitos tóxicos e metabólicos, bem como 
pode atuar na toxicologia ocupacional, realizando exames que atestem as 
condições de saúde do trabalhador frente ao risco de exposição ocupacional. 
A área de atuação de Análises Clínicas não é uma atribuição exclusiva do 
profissional farmacêutico, sendo dividida com outras profissões.
25
Das diversas áreas que o farmacêutico pode atuar, aquelas que são de 
atribuição privativa são as áreas relacionadas aos medicamentos, como a 
indústria farmacêutica no desenvolvimento de novos fármacos, as farmácias 
de manipulação, homeopática, de dispensação e de atenção farmacêutica na 
farmácia comunitária e hospitalar.
Avançando na prática
Trainee em uma indústria de medicamentos
Uma farmacêutica, recém-formada, estava procurando trabalho e viu em 
um site de vagas de emprego que uma indústria farmacêutica estava contratando 
Trainees no setor de controle de qualidade, especificamente com direcionamentos 
para análises microbiológicas. Como a farmacêutica não tinha experiência na 
indústria farmacêutica e não tinha participado de nenhum processo seletivo para 
vagas nesse seguimento, ficou em dúvida sobre quais seriam os pontos importantes 
que deveria considerar para se preparar para uma entrevista. Caso a farmacêutica 
fosse para a entrevista dessa vaga, como ela deveria se preparar? Se você estivesse 
no lugar dessa candidata, quais pontos você consideraria para realizar uma boa 
entrevista visando a contratação?
Resolução da situação-problema
Dica
No processo de fabricação de medicamentos, cosméticos e alimentos, 
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) exige que sejam 
seguidas as Boas Práticas de Fabricação (BPF), uma das exigências que 
podem garantir a qualidade, a segurança e a eficácia de produtos e 
medicamentos. As análises microbiológicas fazem parte desse contexto. 
A qualidade microbiológica de produtos farmacêuticos constitui uma das 
particularidades essenciais para garantir segurança, eficácia e aceitabilidade 
dos produtos. Dentre as exigências das normas de boas práticas de fabricação 
(BPF) está a necessidade de se realizar o controle de qualidade em todas as 
fases do processo de fabricação.
26
Assim, a candidata deve conhecer bastante das práticas de análises micro-
biológicas, preferencialmente, ter uma especialização voltada a esse contexto, 
deve estar bastante atualizada sobre as legislações que incidem neste contexto 
e fluente em outros idiomas, essas e outras considerações devem ser conside-
radas. Busque complementar essas observações em seus estudos.
Faça valer a pena
1. O farmacêutico é um profissional da área da saúde que, além do trabalho 
direto na farmácia, também atua em outras diferentes especialidades.
Sobre as áreas de atuação da profissão farmacêutica, assinale a alternativa 
correta:
a. O farmacêutico pode atuar na dispensação de medicamentos, sendo 
uma atribuição privativa dos profissionais farmacêuticos.
b. Na área de alimentos, o farmacêutico pode atuar especialmente no 
controle de qualidade, e essa é uma atribuição privativa do farmacêutico.
c. Nas Análises Clínicas, o farmacêutico pode ser responsável pelo 
banco de sangue, sendo uma atribuição exclusiva do profissional 
farmacêutico.
d. A área de medicamentos é um campo dividido entre farmacêuticos 
e outras profissões, pois o farmacêutico não é o profissional do 
medicamento.
e. Uma área de atuação nova do profissional farmacêutico é a saúde 
estética, e isso está ampliando o mercado de trabalho, pois é uma área 
exclusiva de atuação do farmacêutico.
2. Na saúde pública, o farmacêutico participa do contexto das políticas 
públicas de saúde, suas atribuições vão desde a _________ até a garantia da 
qualidade dos processos. Ele também atua no ____________ do paciente 
dando todas as orientações necessárias para uma condução correta, segura 
e ___________ do uso dos medicamentos, garantindo melhores resultados 
terapêuticos.
Analise a sentença e complete as lacunas.
a. negociação; auxílio; racional.
b. aquisição; atendimento; racional. 
c. compra; manuseio; analítica.
27
d. manuseio; eficaz; atendimento.
e. obtenção; negociação; eficaz. 
3. A Farmácia é uma área da saúde que apresenta diversos campos de 
trabalho, porém, não importa o ramo de atuação, todo farmacêutico tem 
obrigação de conhecer as normas que regulamentam suas atividades. Sobre 
as áreas de atuação farmacêutica, analise as afirmativas a seguir:
I. O farmacêutico pode atuar na área de análises clínicas e toxicoló-
gicas, sendo o profissional responsável pelo diagnóstico das doenças.
II. As plantas medicinais são utilizadas para tratar doenças desde a 
antiguidade, mas só recentemente a fitoterapia recebeu reconheci-
mento dos órgãos governamentais. Atualmente, algumas plantas 
medicinais e medicamentos fitoterápicos são distribuídos pelo 
Sistema Único de Saúde. 
III. Estabelecimentos públicos ou privados onde ocorre a dispensação 
de medicamentos devem contar com a assistência de um responsável 
técnico, seja o farmacêutico ou outro profissional da saúde.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. II, apenas. 
c. I e II,apenas. 
d. II e III, apenas. 
e. I, II e III.
28
Seção 3
Conceitos de interesse farmacêutico
Diálogo aberto
Olá, aluno!
Após conhecer como ocorreu a evolução do processo histórico da 
Farmácia e as diversas áreas de atuação do profissional farmacêutico, nesta 
seção, iniciaremos nosso estudo sobre alguns conceitos de interesse farma-
cêutico. Você compreenderá as diferenças entre medicamentos, remédios 
e drogas, entre medicamentos alopáticos e homeopáticos, e conhecerá o 
que são medicamentos referência, genérico e similar, bem como em quais 
circunstâncias pode ocorrer a intercambialidade deles. 
Para tanto, vamos relembrar a situação hipotética apresentada no início 
da unidade sobre a Alice, estudante do curso de Farmácia que está fazendo 
estágio em uma grande farmácia do bairro onde mora e se depara, todos os 
dias, com algumas situações que fazem com que ela se apaixone ainda mais 
pelo curso.
Durante o estágio, Alice conheceu o Sr. Reginaldo, um paciente que 
frequenta a farmácia toda semana. Certo dia, ele foi à farmácia com uma 
receita na qual estava prescrito um medicamento referência, porém, de custo 
muito elevado. O Sr. Reginaldo quis saber se havia alguma possibilidade de 
trocar esse medicamento por outro mais barato. Quais são os conhecimentos 
que ela precisou ter para orientar corretamente o paciente?
Não pode faltar
Embora as pessoas utilizem popularmente as palavras medicamentos, 
remédios e drogas com um mesmo significado, na verdade, no meio acadê-
mico eles apresentam conceitos diferentes, e, por isso, não podemos utilizar 
esses vocábulos como se tivessem o mesmo sentido.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medica-
mento é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado desti-
nado ao diagnóstico, tratamento, cura ou prevenção de doenças em humanos 
ou animais. É uma forma farmacêutica final que contém o fármaco, e, geral-
mente, é utilizada a associação de adjuvantes farmacotécnicos . A diversidade 
de suas ações e seus efeitos sobre o organismo é umas das extraordinárias 
29
qualidades do medicamento, o que torna seu uso seletivo em várias condi-
ções patológicas, envolvendo órgãos, tecidos ou células.
Os medicamentos contêm fármacos que atuam especificamente nos 
sistemas e órgãos do nosso corpo, como, por exemplo, existem fármacos que 
estimulam seletivamente o músculo cardíaco, assim como os que produzem 
efeito contrário, inibindo a ação desse músculo .
Segundo Seizi Oga e colaboradores (2014), fármaco é toda substância de 
estrutura química definida, capaz de modificar ou explorar o sistema fisio-
lógico ou estado patológico, utilizado em benefício do organismo receptor. 
Ele tem como objetivo o uso para um efeito benéfico no organismo, como, 
por exemplo, o alívio da dor ou diminuição da inflamação. A Organização 
Mundial da Saúde (OMS) emprega os vocábulos fármaco e medicamento 
como sinônimos, porém, no Brasil, no meio acadêmico, é comum a distinção 
entre eles.
Droga é o termo empregado para substância ou matéria-prima que tenha 
a finalidade medicamentosa ou sanitária, e por pessoas leigas é frequen-
temente utilizada para especificar as substâncias de uso abusivo e que 
provocam dependência (LARINI, 2008). Para Seizi e colaboradores (2014), a 
droga é entendida como qualquer substância capaz de modificar ou explorar 
o sistema fisiológico ou estado patológico, utilizada com ou sem intenção 
de benefício para o organismo receptor . Essas alterações podem ser tanto 
benéficas quanto maléficas, como, por exemplo, estímulos cerebrais que 
podem causar alucinações. As drogas podem ser utilizadas como ingredientes 
em diversas indústrias, como as de medicamentos, cosméticas, químicas, etc.
Atenção
Pensando nisso, é importante você compreender as diferenças entre 
fármaco e droga, dessa forma, podemos concluir que todo fármaco é 
uma droga, mas nem toda droga é considerada um fármaco.
Popularmente, é muito comum o emprego do termo remédio como algo 
utilizado para combater uma moléstia ou uma situação de desconforto. 
O conceito de remédio está associado a todo e qualquer tipo de cuidado 
utilizado para curar ou aliviar doenças, desconforto, sintomas e mal-estar 
(ANVISA, 2010).
30
Assimile
Remédio é tudo aquilo que gera “bem-estar”. São meios ou cuidados 
terapêuticos que ajudam a acalmar as sensações de desconforto. 
Quando utilizados na forma de chás ou outras formas de utilização de 
substâncias químicas, não podem ser considerados medicamentos, 
pois são substâncias que não têm comprovação científica de órgãos 
como a Anvisa, do Ministério da Saúde, e nem passaram por todas as 
rigorosas etapas de fabricação, criteriosamente regulamentadas para 
que possam ser enquadrados como um medicamento. Dessa forma, 
todos os medicamentos são remédios, mas nem todos os remédios 
são medicamentos. Pensando nisso, uma planta medicinal que você 
utiliza para fazer um chá caseiro para tratar um resfriado ou um banho 
quente para aliviar tensões, pode ser um remédio, mas não um medica-
mento. Muitos remédios têm origem em conhecimento popular, que vai 
passando de geração em geração.
Você acabou de conhecer a diferença entre medicamentos e remédios, 
agora, nós iremos estudar as diferenças dos medicamentos alopáticos, 
homeopáticos e fitoterápicos.
Medicamentos alopáticos
A alopatia é a chamada medicina tradicional, que procura tratar 
diretamente os sintomas utilizando medicamentos que irão produzir no 
organismo do paciente uma reação contrária aos sintomas que ele apresenta 
com o objetivo de neutralizá-los ou diminuí-los. Por exemplo, se o paciente 
apresenta uma diarreia, prescreve-se um fármaco que irá constipar o intes-
tino; se apresenta febre, o médico prescreverá um medicamento que faça 
diminuir a temperatura, etc. Dessa forma, será administrado aos pacientes 
medicamentos como anti-inflamatórios, que combatem uma inflamação; 
antibióticos, que combatem infecções; e analgésicos, que combatem uma dor. 
Os medicamentos alopáticos são produzidos pelas indústrias farmacêu-
ticas em larga escala ou também pelas farmácias de manipulação, seguindo 
a prescrição médica. Nas farmácias e drogarias são os principais produtos 
farmacêuticos vendidos. 
31
Os principais problemas encontrados nos medicamentos alopáticos são os 
efeitos colaterais e a toxicidade, pois, enquanto a homeopatia utiliza substân-
cias extremamente diluídas, a alopatia utiliza substâncias mais concentradas.
Figura 1. 7 | Medicamentos alopáticos
Fonte: Shutterstock.
Medicamentos homeopáticos
A homeopatia se baseia na teoria de Hipócrates. Ele compreendia a 
doença como uma perturbação do equilíbrio, o qual mantinha o ser humano 
em harmonia consigo mesmo e com a natureza. Hipócrates evidenciou que 
os sintomas são reações que o organismo produz frente à doença. Dessa 
forma, a base da homeopatia é: “A doença é produzida pelos semelhantes 
e pelos semelhantes o paciente retorna à saúde” (FONTES, 2012, p. 2), por 
exemplo, substâncias que causavam tosse e diarreia e provocavam vômitos 
curavam doenças que apresentavam sintomas semelhantes, desde que utili-
zadas em doses extremamente diluídas e dinamizadas. Em várias obras 
atribuídas a Hipócrates há trechos que dizem similia similibus curantur, ou 
seja, o semelhante será curado pelo semelhante.
Pesquise mais
Você pode saber mais sobre o que é homeopatia realizando a leitura do 
Capítulo 1: História, Princípios e Fundamentos da Homeopatia, pág. 9, 
que está presente na obra: 
FONTES, O. L. et al. Farmácia Homeopática: teoria e prática. 4. ed. 
Barueri: Manole, 2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblion-
teca.com.br/#/books/9788520444603/cfi/30!/4/4@0.00:0.00. Acesso 
em: 11 set. 2019. 
(Lembrando que, para conseguir acesso ao livro, você deve estar logado 
na Biblioteca Virtual.
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Os medicamentoshomeopáticos se diferem dos medicamentos alopáticos 
utilizados na medicina convencional. Segundo Hahnemann, médico criador 
da homeopatia, os medicamentos homeopáticos realizam a cura mediante 
sua capacidade dinâmica de atuar sobre a vitalidade. 
A finalidade do medicamento homeopático é prevenir ou curar por meio 
da sua capacidade de ativar todo um complexo reativo natural; para isso, 
deve ser diluído e potencializado seguindo uma farmacotécnica especial e 
empregado de acordo com a lei dos semelhantes. 
Os medicamentos homeopáticos são preparados por meio de sucessivas 
diluições de uma solução mais concentrada até se alcançar concentrações 
muito pequenas; dessa forma, são considerados seguros, e seu uso é indicado 
para crianças muito pequenas ou mesmo idosos, desde que com o acompa-
nhamento adequado. São elaborados a partir de extratos minerais, vegetais, 
animais e sintéticos na forma de preparações dinamizadas, baseando-se na 
diluição e na sucessão da mistura. Esses medicamentos apresentam diversas 
formas de apresentação: líquidos, glóbulos, pastilhas, pó, tabletes. 
Segundo a Farmacopeia homeopática brasileira (2011, p. 17), o medica-
mento homeopático é “toda forma farmacêutica de dispensação minis-
trada segundo o princípio da semelhança, com finalidade curativa e/ou 
preventiva. É obtido através da técnica de dinamização e utilizado para uso 
interno e externo”.
Figura 1. 8 | Medicamento homeopático
Fonte: Shutterstock.
33
Medicamentos fitoterápicos
Os medicamentos fitoterápicos são produzidos a partir de matérias-
-primas das plantas medicinais ou mesmo de seus princípios ativos. Eles 
fazem parte da categoria dos medicamentos alopáticos, e o que os diferencia 
são os princípios ativos e a forma de obtenção. As plantas medicinais são à 
base de produção dos fitoterápicos e utilizadas como remédios na medicina 
popular para tratar os problemas de saúde, normalmente nas formas de chá, 
infusões e outros métodos .
Os fitoterápicos, como qualquer outro medicamento, devem seguir todas 
as normas sanitárias e possuir registro na Anvisa, pois, dessa forma, sua 
eficácia e segurança são validadas. Esses medicamentos são caracterizados 
pela sua eficácia na cura de doenças ou na amenização de seus sintomas.
Exemplificando
Em sua opinião, podemos dizer que os medicamentos fitoterápicos e as 
plantas medicinais significam a mesma coisa? 
Não. As plantas medicinais são espécies vegetais que apresentam 
substâncias em sua composição que auxiliam no tratamento de doenças 
ou melhoram a situação da saúde das pessoas. A grande maioria delas 
encontra-se descrita na primeira edição da Farmacopeia Brasileira 
(1929). Elas são muito utilizadas pela população como produto natural e 
agente promotor de cura. 
Já o medicamento fitoterápico passa por um rigoroso processo de indus-
trialização e normalização para ser comercializado, bem como são obtidos 
a partir das plantas medicinais ou parte delas como princípio ativo.
Figura 1.9 | Medicamento fitoterápico
Fonte: Shutterstock.
34
Agora que você já conheceu o que são os medicamentos alopáticos, 
homeopáticos e fitoterápicos, você irá estudar os conceitos de medicamentos 
de referência ou também conhecidos como de marca, genéricos e similares.
Medicamentos de referência
Os medicamentos de referência são os produtos inovadores, que são 
registrados no órgão federal, responsável pela vigilância sanitária, e comer-
cializados no país. A eficácia, a segurança e a qualidade foram comprovadas 
cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do pedido de 
registro (LARINI, 2008).
O laboratório que desenvolveu o princípio ativo tem o direito de produzir e 
comercializar com exclusividade durante 20 anos, e só depois de passado esse 
período, o medicamento poderá ser produzido por outros fabricantes. Todo 
medicamento de referência é identificado pelo nome de marca (comercial) 
em suas embalagens e foi o primeiro a obter registro para comercialização.
Os medicamentos de referência são divididos em grupos de acordo com o 
insumo farmacêutico e as formas farmacêuticas. A lista desses medicamentos 
está disponibilizada no endereço eletrônico da Anvisa.
A inclusão de um fármaco na lista de medicamentos de referência atribui 
um parâmetro de eficácia, segurança e qualidade para os registros de medica-
mentos genéricos e similares no Brasil, sendo utilizado como comparador 
nos testes de bioequivalência quando aplicáveis.
Vocabulário
Segundo Larini (2008, p. 33), Bioequivalência: 
[...] consiste na demonstração de equivalência farmacêu-
tica entre produtos apresentados sob a mesma forma 
farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio(s) ativo(s) e que tenham compa-
rável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo 
desenho experimental.
Segundo Larini (2008, p. 33), Biodisponibilidade: 
[[...] indica a velocidade e a extensão de absorção de um 
princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua 
curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua 
excreção na urina.
35
Reflita
Você sabia que os medicamentos de referência e os genéricos são inter-
cambiáveis?
Figura 1.10 | Medicamento genérico, Lei nº 9.787/1999
Fonte: Shutterstock.
Na Figura 1.10, você observa a embalagem de um medicamento genérico, 
em que deve constar “medicamento genérico”, o número da Lei nº 9.787/1999 
e a tarja amarela para que seja facilitada a sua identificação. 
Considerando que os medicamentos genéricos possuem as mesmas 
características do medicamento de referência e que são comprovados por 
testes comparativos e registrados na Anvisa, eles são intercambiáveis. A 
intercambialidade é a possibilidade de substituição de um medicamento 
referência por um medicamento genérico e vice-versa.
Medicamentos similares
O medicamento similar deve conter o mesmo princípio ativo, com 
idêntica concentração, mesma forma farmacêutica, via de administração, 
posologia e indicação terapêutica, equivalente ao medicamento referência 
registrado na Anvisa; porém, pode se diferenciar pelas propriedades relativas 
ao tamanho e forma do produto, embalagem, rotulagem, prazo de validade, 
veículos e excipientes, devendo sempre ser identificado pelo nome comercial. 
Ao longo do nosso estudo sobre os medicamentos de referência, genéricos 
e similares, você encontrou, por diversas vezes, a citação do vocábulo forma 
farmacêutica, e neste momento, você entenderá o seu conceito.
36
Formas farmacêuticas
A forma farmacêutica é como o fármaco ou o princípio ativo se apresenta 
no medicamento; é responsável por levar o fármaco até o organismo. Para 
que o fármaco seja corretamente absorvido pelo corpo, é necessário verificar 
a sua via de introdução, que pode ser por via oral, retal, intravenosa, entre 
outras. 
Um mesmo princípio ativo pode apresentar várias formas farmacêuticas 
distintas para diferentes vias de administração ou na mesma via, proporcio-
nando uma forma mais fácil de administração de medicamentos, protegendo 
a substância ativa contra as barreiras do corpo que dificultam sua entrada, 
auxiliando o fármaco a chegar ao seu local de ação e garantindo a precisão 
da dose.
Existem muitas possibilidades de formas farmacêuticas:
• Formas farmacêuticas sólidas: 
 – Comprimidos, drágeas, cápsulas e grânulos, que são de via de 
administração oral.
 – Supositórios, que são formas farmacêuticas para adminis-
tração retal.
 – Óvulos para serem introduzidos por via vaginal.
• Formas farmacêuticas semissólidas:
 – Pomada, creme, gel, pasta e emplastro, que são prepara-
ções para serem aplicadas na superfície do corpo, na pele ou 
mucosas.
• Formas farmacêuticas líquidas:
 – Xaropes, soluções e suspensões, que são de via de adminis-
tração oral.
 – Colírios, que são soluções para uso oftálmico.
 – Emulsões, que também podem ser líquidas e são utilizadas 
para a pele.
 – Soluções injetáveis, que são preparadas para serem adminis-
tradas via parenteral (subcutânea, intramuscular e intravenosa).
37Figura 1.11 | Algumas formas farmacêuticas sólidas
Fonte: Shutterstock.
Os medicamentos são produtos farmacêuticos que necessitam de uso 
diferenciado, e por isso existe uma lei federal que determina que eles devem 
ser comercializados somente em locais específicos, como as farmácias e 
drogarias, que são locais considerados como estabelecimento de saúde; 
e para funcionarem, devem possuir um farmacêutico como responsável 
técnico durante todo o horário de funcionamento, bem como a autorização 
da Vigilância Sanitária e do Conselho de Farmácia.
O farmacêutico é o profissional do medicamento, ele é responsável pela 
assistência farmacêutica que envolve desde a pesquisa e desenvolvimentos 
dos fármacos até a dispensação, o acompanhamento e a avaliação do uso do 
medicamento pela população, promovendo o uso racional dos medicamentos.
Assimile
Você sabe a diferença de farmácias, drogarias e ervanarias?
Segundo a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973:
Farmácias são estabelecimentos de manipulação de 
fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, 
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlato, 
compreendendo o de dispensação e o de atendimento 
privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra 
equivalente de assistência médica.
Drogarias são estabelecimentos de dispensação e comércio 
de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e corre-
latos em suas embalagens originais.
38
Ervanaria são estabelecimentos que realizam dispensação 
de plantas medicinais. (BRASIL, 1973, p. 1-2)
Com a nova Lei nº 13.021/2014, tivemos uma alteração na definição de 
farmácias, confirmando que é um estabelecimento de saúde e permi-
tindo que, no local, sejam prestados serviços pelo farmacêutico. O 
conceito legal não sofreu alteração em comparação à Lei nº 5.991/1973, 
na qual consta a definição no artigo 4º, X; dessa forma, continua abran-
gendo as farmácias hospitalares, públicas ou privadas, as que abastecem 
pronto atendimento, entre outras. 
Segundo a Lei nº 13.021/2014, artigo 3º:
Farmácia: é uma unidade de prestação de serviços desti-
nada a prestar a assistência farmacêutica, assistência à 
saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual 
se processe a manipulação e/ou dispensação de medica-
mentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industria-
lizados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos 
farmacêuticos e correlatos. (BRASIL, 2014, p. 3)
Farmácia passou a ser um termo mais amplo para abranger não apenas 
farmácias com manipulação propriamente dita, mas também drogarias, 
pois embora o conceito legal de drogarias, segundo a Lei nº 5.991, não 
tenha sido alterado, as drogarias passaram a ser classificadas como 
“farmácia sem manipulação”.
Sem medo de errar
Agora que você aprendeu mais sobre os medicamentos e conheceu as 
diferenças dos conceitos de droga, fármaco, remédio, medicamentos alopá-
ticos, homeopáticos e fitoterápicos, além de compreender as diferenças entre 
os medicamentos de referência, genérico e similar, vamos solucionar a situa-
ção-problema apresentada no Diálogo aberto, em que temos a estudante 
Alice, que, durante o estágio, conheceu o Sr. Reginaldo, um paciente que 
frequenta a farmácia toda semana. Certo dia, ele foi à farmácia com uma 
receita na qual estava prescrito um medicamento de referência, porém, de 
um custo muito elevado, e quis saber se havia alguma possibilidade de trocar 
esse medicamento por outro mais barato.
Para a resolução dessa situação, você precisa compreender o que são 
os medicamentos de referência, genérico e similares, e também quando é 
possível realizar a intercambialidade deles.
39
O medicamento de referência é o produto inovador registrado no órgão 
federal responsável pela vigilância sanitária cuja eficácia, segurança e quali-
dade foram comprovadas cientificamente. No dia a dia do comércio farma-
cêutico, é comum indicar o medicamento de referência como o “produto 
ético”, comercializado pelo nome de marca.
O medicamento genérico é semelhante ao produto referência ou inovador 
que, geralmente, é produzido após o término ou renúncia dos direitos de 
exclusividade. Ele possui o mesmo princípio ativo, mesmo efeito, mesma 
dosagem, mesma forma farmacêutica e a mesma indicação de um medica-
mento de referência, e ambos são intercambiáveis, ou seja, é possível tomar o 
genérico no lugar do de referência e vice-versa, com toda segurança. 
As linhas de produção dos medicamentos genéricos são constantemente 
inspecionadas e precisam obedecer rigorosamente aos padrões estabelecidos 
pelas Boas Práticas de Fabricação.
O medicamento similar deve conter o mesmo princípio ativo, com 
idêntica concentração, mesma forma farmacêutica, via de administração, 
posologia e indicação terapêutica, equivalente ao medicamento referência 
registrado na Anvisa, porém, pode se diferenciar pelas propriedades relativas 
ao tamanho e forma do produto, embalagem, rotulagem, prazo de validade, 
veículos e excipientes e é identificado pelo seu nome de marca. Tal medica-
mento possui eficácia, segurança e qualidade comprovadas por meio de 
testes científicos, além disso, é registrado pela Anvisa, 
Os produtos similares necessitam apresentar os testes de equivalência 
farmacêutica e biodisponibilidade para a obtenção do registro, dessa forma, 
têm equivalência farmacêutica apenas com os medicamentos de referência, 
assim, nenhum similar poderá ser intercambiável com outro similar. Pouco 
tempo atrás, a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 
nº 58/2014), que recomenda os procedimentos para a intercambialidade de 
medicamentos similares com o medicamento de referência, dessa forma, 
somente os similares que tenham comprovado a equivalência farmacêutica 
com o produto inovador poderão apresentar na bula que podem ser interca-
bializados aos de referência.
Atenção
Na bula do medicamento similar, a informação de que o produto pode 
ser intercambiável deve estar presente e conter os dizeres: “MEDICA-
MENTO SIMILAR EQUIVALENTE AO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA” 
(RDC nº 47/2009).
40
Segundo a Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999: “o produto farmacêu-
tico intercambiável corresponde ao equivalente terapêutico de um medica-
mento de referência, quando comprovados, essencialmente, os mesmos 
efeitos de segurança e eficácia” (BRASIL, 1999, [s.p.]).
Para que os medicamentos sejam intercambiáveis, ou seja, substituíveis, 
precisam apresentar um dos três testes: biodisponibilidade para os similares, 
bioequivalência no caso dos genéricos e bioisenção cujo objetivo é comprovar 
a igualdade dos produtos.
Avançando na prática
Forma farmacêutica
Matheus, um menino de 5 anos, comparece ao pronto atendimento de 
saúde acompanhado pela mãe, que relata que o filho está sentindo dores e 
ardência ao urinar e que sente muita vontade de ir ao banheiro, mas urina 
pouco. Após a realização do exame de urina, o médico concluiu que Matheus 
está com uma infecção do trato urinário e prescreve um antibiótico para 
tratar a infecção. A mãe de Matheus vai à farmácia para adquirir o medica-
mento e ele está na forma de comprimido revestido. Chegando em casa, ele 
tenta tomar o medicamento, mas não consegue engolir, pois o comprimido é 
muito grande. Sua mãe, então, teve a ideia genial de triturar o comprimido. 
A conduta tomada pela mãe de Matheus está correta? O que o farmacêutico 
poderia fazer para otimizar o tratamento de Matheus?
Resolução da situação-problema
As formas farmacêuticas são as diversas formas físicas que os medica-
mentos podem apresentar, proporcionando a utilização pelo paciente.
Os motivos de se produzir inúmeras formas farmacêuticas diferentes são: 
garantir a precisão da dose e a presença no local de ação, facilitar a adminis-
tração e a ingestão da substância ativa e proteger o princípio ativo contra as 
barreiras do corpo que possam dificultar a sua entrada, como, por exemplo, o 
suco gástrico do estômago. Em alguns casos, as formas farmacêuticas possibilitam 
a administração de medicamentos por pacientes de diferentesfaixas etárias. 
As formas farmacêuticas podem influenciar significativamente a ação e 
o uso dos medicamentos devido à sua especificidade, como, por exemplo, o 
comprimido sendo administrado pela via oral, um supositório por via retal e 
41
assim por diante. É importante que você compreenda que uma criança utiliza 
mais os medicamentos líquidos e um adulto mais as formas sólidas, como 
comprimidos e cápsulas, pois para uma criança é mais fácil engolir gotas do 
que engolir um comprimido.
A maioria das soluções líquidas são utilizadas pela via oral principal-
mente para idosos e crianças, pois permitem a fácil administração e deglu-
tição quando comparadas a cápsulas e comprimidos, e também permitem a 
variação de dosagem pela alteração do volume a ser administrado.
Faça valer a pena
1. Medicamento é um produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elabo-
rado em laboratórios sob a fiscalização de um farmacêutico com a finalidade 
de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas.
Sobre o contexto dos medicamentos e fármacos, assinale a alternativa correta:
a. Todos os remédios são considerados medicamentos, pois são qualquer 
tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, 
desconforto e mal-estar.
b. A principal matéria-prima utilizada para a fabricação dos medica-
mentos fitoterápicos são os extratos de origem animal, vegetal e mineral. 
c. O fármaco é toda substância de estrutura química definida, capaz de 
modificar ou explorar o sistema fisiológico ou estado patológico em 
benefício do organismo receptor.
d. Toda droga é considerada um fármaco, pois é qualquer substância que 
cause alguma alteração no funcionamento do organismo por ações 
químicas, que podem ter efeitos tanto benéficos quanto maléficos. 
e. A maconha, o exctasy e o LSD são substâncias consideradas fármacos, 
pois são substâncias químicas de estrutura definida que causam 
alterações benéficas ao organismo.
2. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medica-
mento é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado desti-
nado ao diagnóstico, ao tratamento, à cura ou à prevenção de doenças em 
humanos ou animais.
I. O medicamento ____________ é produzido por meio de sucessivas 
diluições a partir de uma solução concentrada até chegar a concentra-
42
ções muito pequenas. A teoria empregada para esse tipo de medica-
mento é a cura por meio de “semelhante curando semelhante”.
II. O medicamento ____________ atua realizando um efeito contrário 
aos sintomas sentidos pelo paciente doente, assim, quando o paciente 
apresenta febre, é administrado um antitérmico.
III. O medicamento ____________ é um produto obtido a partir de um 
processo de industrialização que utiliza a planta ou parte dela como 
princípio ativo
Analise as sentenças e complete as lacunas:
a. alopático; homeopático; fitoterápico.
b. industrializado; manipulado; alopático.
c. referência; alopático; fitoterápico.
d. referência; genérico; similar.
e. homeopático; alopático; fitoterápico.
3. Os medicamentos são produtos feitos a partir de fármacos que têm a 
finalidade de provocar um efeito benéfico. São produzidos para fins comer-
ciais com finalidade terapêutica, e existem normas e controles para a sua 
fabricação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sobre os 
medicamentos, analise as afirmativas a seguir:
I. O medicamento referência é todo aquele produto inovador cuja 
eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente. 
Todo o medicamento de referência possui o nome do princípio ativo 
em suas embalagens.
II. O medicamento genérico é igual ao medicamento de referência, o 
qual se apresenta exclusivamente com o nome do princípio ativo, 
não sendo permitida a utilização de nome comercial.
III. O medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os 
mesmos princípios ativos do produto inovador, apresenta mesma 
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia 
e indicação terapêutica, podendo diferir em características relativas 
ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, 
rotulagem, excipientes e veículo. Os produtos similares podem ser 
intercambiáveis com os medicamentos genéricos.
43
 É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e III, apenas.
e. I, II e III.
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https://crf-pr.org.br/uploads/revista/28754/6K1viT79YKFYHYOr5ekoFRHsp59AIvjZ.pdf
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