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PSCOLOGIA APLICADA A SAÚDE

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RADIOLOGIA MÉDICA
PSICOLOGIA APLICADA A SAÚDE
PROF.TEC- ELKE MARIA
INTRODUÇÃO
Talvez você possa estar se perguntando: Por que estudar psicologia? Porque a prática dos profissionais que lidam com a saúde está intimamente relacionada ao cuidado e relacionamento com o paciente, e, logo, compreendê-lo pode facilitar seu trabalho, como também melhorar a sua qualidade de vida. Além disso, a compreensão do que é saúde hoje destaca que, além de fatores biológicos e sociais, ela é determinada, também, por fatores psicológicos.
 	Apesar de as áreas que lidam com a saúde já terem desenvolvido seu próprio corpo de conhecimento, o diálogo com outras ciências pode promover a compreensão de outros fenômenos e abrir novas possibilidades. No último século, a Psicologia vem dialogando com as ciências da saúde, a fim de ampliar a visão do ser humano, considerando-o para além de seu corpo biológico. A Psicologia pode auxiliar na reflexão sobre o processo saúde-doença, na compreensão do homem como ser integral, na discussão sobre os limites da atuação profissional e na problematização de discursos científico-hegemônicos, buscando a construção de uma relação de vínculo profissional-paciente que gere novos discursos e, com isso, construa novas práticas profissionais e de saúde.
A Psicologia Aplicada à Saúde tem como objetivo apresentar como a psicologia compreende o ser humano e sua relação com os processos de saúde e doença; possibilitar a compreensão das variáveis que interferem na formação de sintomas e nos comportamentos de saúde; e abrir espaço para a discussão da relação entre o profissional de saúde e o paciente.
Você vai observar que o conceito de saúde se modificou consideravelmente nos últimos anos, e isso está estreitamente relacionado com o surgimento da Psicologia da Saúde. Nosso principal objetivo aqui é demonstrar que os aspectos psicológicos, assim como os biológicos e sociais, têm grande influência na determinação da saúde e da qualidade de vida.
A Ciência Psicológica 
O termo psicologia é utilizado em nosso cotidiano com sentidos diversos. Por exemplo, quando dizemos que determinada pessoa tem poder de persuasão ou convencimento, muitas vezes, falamos que ela utilizou "psicologia" para conseguir convencer. Ou quando encontramos alguém que nos faça sentir compreendidos ou que nos dê bons conselhos, muitas vezes, dizemos que tem “psicologia”. Essa psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. Trata-se do conhecimento que as pessoas têm, normalmente de forma superficial, da psicologia enquanto ciência, o que lhes permite explicar ou compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico. No entanto, vamos nos concentrar na Psicologia Científica. 
A Psicologia é um ramo das Ciências Humanas, e, portanto, tudo que diz respeito ao homem poderia ser seu objeto de estudo, tal como o seu comportamento, a sua consciência ou a sua cognição. Isso nos permite dizer que talvez não exista apenas uma ciência psicológica, mas várias psicologias em desenvolvimento (BOCK et al., 1999). 
As principais teorias psicológicas
 Como já foi mencionado, a Psicologia é composta por diferentes teorias que buscaram, ao longo de seu desenvolvimento, compreender e explicar a conduta humana. Essas abordagens psicológicas foram influenciadas por escolas filosóficas e movimentos científicos que direcionaram a forma de pensar o mundo na época de sua criação. As teorias da Psicologia mais importantes são: o Behaviorismo; a Gestalt; e a Psicanálise. Para facilitar sua compreensão, serão apresentadas as principais características de cada uma delas.
BEHAVIORISMO
O termo “behaviorismo” foi inaugurado pelo americano John B.Watson em 1913. No entanto, foi baseado nos estudos de Skinner (1945) que o behaviorismo ganhou grande destaque e se tornou uma das abordagens psicológicas mais utilizadas em vários países. Skinner cunhou o termo “behaviorismo radical” para designar a filosofia da ciência do comportamento. O termo inglês “behavior” significa “comportamento” e, por isso, o behaviorismo também é chamado de Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento ou Análise do Comportamento (FIGUEIREDO; SANTI, 2004).
GESTALT
 Essa teoria psicológica foi iniciada com base nos estudos de Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), que fundamentados na Psicofísica, investigaram a percepção e a sensação do movimento. Eles estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade (FIGUEIREDO; SANTI, 2004).
PSICANÁLISE
O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria e a um método de investigação, além da prática profissional; enquanto teoria se caracteriza por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como método de investigação, a psicanálise caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas realizações imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos (FIGUEIREDO; SANTI, 2004).
A PSICOLOGIA DA SAÚDE
 A Psicologia da Saúde é uma área da psicologia que aplica princípios e pesquisas psicológicas para melhoria, tratamento e prevenção de doenças. Inclui como variáveis de interesse as condições sociais (como disponibilidade de serviços de saúde), os fatores biológicos (como longevidade da família e as vulnerabilidades hereditárias a certas doenças) e até mesmo os traços de personalidade ou padrões de comportamentos (como extroversão e sociabilidade) (STRAUB, 2005).
Ela abrange o ensino e a prática de qualquer tipo de fenômeno de saúde e de interações entre pessoas, como as relações profissionais-pacientes, as relações humanas dentro de uma instituição de saúde, a questão das doenças agudas e crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, a perda, a morte e os recursos terapêuticos (MIYAZAKI et al, 2011).
SAUDE 
 Para compreender melhor como trabalha a psicologia da saúde, é necessário entender o que é saúde. Por muito tempo prevaleceu o modelo biomédico de saúde no qual, saúde era definida como ausência de doenças. Tal definição se concentrava apenas na ausência de um estado negativo, no entanto, a maioria de nós concordaria que a saúde envolve muito mais e não se limita ao nosso bem-estar físico. A interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais é atualmente considerada fundamental na compreensão do contínuo saúde-doença (MIYAZAKI et al, 2011). 
Pensando nisso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2015) propôs a definição de saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças ou enfermidades", como era a definição anterior de saúde. Essa definição afirma que a saúde é um estado positivo e multidimensional que envolve três domínios: saúde física, saúde psicológica e saúde social.
 • Saúde física: implica em ter um corpo saudável e livre de doenças, com um bom desempenho dos sistemas do nosso corpo e a capacidade de resistir a ferimentos físicos. Ela também envolve hábitos relacionados com o estilo de vida que aumentem a saúde física.
 • saúde psicológica: significa ser capaz de pensar de forma clara, ter uma boa autoestima e um senso geral de bem-estar. Inclui a criatividade, as habilidades de resolução de problemas e a estabilidade emocional.
 • saúde social: envolve ter habilidades interpessoais, relacionamentos significativos com amigos e família e apoio social em épocas de crise.
Cada campo da saúde é influenciado pelos outros dois domínios. Por exemplo, uma pessoa emocionalmente segura de si, que tem boas habilidades de resolução de problemas (saúde psicológica), provavelmente terá mais facilidade para manter relacionamentos sociais sadios (saúde social) do que uma pessoa depressiva que tem dificuldade para se concentrar no problemaem questão. Da mesma forma, a saúde física fraca apresenta desafios especiais, tanto para a autoestima quanto para relacionamentos com a sua família e seus amigos. 
No entanto, a saúde nem sempre foi compreendida dessa forma. Até a primeira parte do século 20, a medicina apoiava-se na fisiologia e na anatomia na busca por uma compreensão mais profunda da saúde e da doença.
O pensamento de que determinadas doenças poderiam ser provocadas por conflitos psicológicos foi desenvolvida durante a década de 1940 pelo trabalho do psicanalista Franz Alexander. Ele trabalhava com pacientes com artrite reumática, e, quando a equipe médica não encontrava agentes infecciosos ou outras causas diretas para a doença, Alexander ficava desconfiado pela possibilidade de que fatores psicológicos pudessem estar envolvidos. Ele desenvolveu então o modelo do conflito nuclear, no qual defendia que a presença de determinados conflitos inconscientes poderia levar à presença de reclamações físicas. Segundo esse modelo, “cada doença física é o resultado de um conflito psicológico fundamental ou nuclear”.
 Alexander acreditava que indivíduos com "personalidade reumática", que tendem a reprimir a raiva e são incapazes de expressar as emoções, seriam mais propensos a desenvolver artrite (STRAUB, 2005, p. 9). A partir desses estudos, um grande número de transtornos físicos foram descritos como presumivelmente causados por conflitos psicológicos, surgindo, assim, a medicina psicossomática (psico = mente; soma = corpo), um movimento reformista dentro da medicina que buscava estudar o diagnóstico e o tratamento de doenças físicas supostamente causadas por processos deficientes na mente (STRAUB, 2005).
 A medicina psicossomática apresentou um importante avanço para a compreensão da saúde, quando comparada ao modelo biomédico, no entanto, foi questionada pela categorização aparentemente arbitrária de algumas doenças como sendo de natureza completamente física e outra completamente psicológica. Sua metodologia de pesquisa era fundamentada principalmente em estudos de caso de pacientes individuais, o que fez surgirem críticas em relação à sua confiabilidade, além disso, a medicina psicossomática, assim como o modelo biomédico, apoiava-se no reducionismo, de que um único problema psicológico seria suficiente para desencadear a doença (MELLO,1995; STRAUB, 2005). 
Atualmente, a compreensão dos processos de saúde- -doença evoluiu, de forma a serem compreendidos como o resultado da interação de múltiplos fatores, incluindo as condições biológicas, o ambiente e os aspectos psicológicos. Essa tendência contemporânea de ver a doença e a saúde como algo multifatorial é resultado da aproximação entre a medicina e a psicologia (MIYAZAKI et al, 2011).
O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA DA SAÚDE
 A Psicologia da Saúde foi criado com o objetivo de estudar, de forma científica, as causas e origens de determinadas doenças, principalmente as origens psicológicas, comportamentais e sociais da doença. Ela busca investigar por que as pessoas se envolvem em comportamentos que comprometem a saúde, como fumar e sexo inseguro, e como facilitar a prática de comportamentos que pode preservar, restabelecer ou promover a saúde, como ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos.
 Também se preocupa com a prevenção e o tratamento de doenças, por meio de programas que auxiliem no processo de adaptação à enfermidade e estratégias para facilitar a adesão ao tratamento. Alguns fatores contribuíram para o surgimento de um campo da Psicologia que se ocupasse exclusivamente de investigar e promover saúde. Segundo Straub (2005), são quatro tendências que desafiaram a medicina e a saúde pública e impulsionaram a criação da psicologia da saúde: 
• Aumento da expectativa de vida: com a melhoria dos serviços de saúde e os avanços da medicina, a expectativa de vida aumentou na maioria dos países. Com as pessoas vivendo mais, existe maior consciência publica das questões relacionadas com a saúde, incluindo a preocupação com as questões psicológicas. 
• Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida: até o século 19, as pessoas morriam principalmente de doenças que eram causadas por falta de água potável, por alimentos contaminados, ou por infecções contraídas no contato com pessoas doentes. Não era incomum que centenas ou mesmo milhares de pessoas morressem em uma única epidemia de varíola, febre amarela, difteria, gripe ou sarampo. Melhorias em higiene pessoal, nutrição e saúde pública (como tratamentos de esgotos) levaram a um declínio no número de mortes por doenças infecciosas. Porém, apenas após a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, a saúde pública deu um passo verdadeiramente decisivo. Isso levou a uma mudança no padrão das principais causas de morte, que, antes do século 20, eram transtornos agudos, como tuberculose, gripe e pneumonia, e atualmente está relacionado a doenças crônicas, nas quais a pessoa precisa tratar por muitos anos para prevenir mortes prematuras e manter a qualidade de vida (STRAUB, 2005). 
• Modificação no modelo biomédico: os questionamentos em relação ao reducionismo do modelo biomédico levaram à necessidade de pensar em saúde e doença de forma mais abrangente, como já foi discutido anteriormente. A medicina tradicional encontrou dificuldade para explicar por que o mesmo conjunto de fatores de risco algumas vezes desencadeia doenças e outras não. Isso induziu os pesquisadores a descobrir que fatores psicológicos, como a maneira como cada pessoa reage ao estresse, se combinam com fatores de risco físicos para determinar o risco à saúde do indivíduo (MIYAZAKI et al., 2011).
 • Aumento dos custos do atendimento em saúde: o crescente aumento nos custos dos serviços de saúde ajudou a focar a atenção na eficácia do custo de promover e manter a saúde. A ênfase da psicologia da saúde em modificar os comportamentos de risco das pessoas, antes que eles causem doenças, tem o 40 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 1 – Fundamentos da Psicologia da Saúde potencial de reduzir os custos com a saúde de forma expressiva (STRAUB, 2005).
Perspectivas da Psicologia da Saúde A Psicologia da Saúde desenvolveu alguns modelos ou perspectivas para orientar seu trabalho, objetivando compreender de forma mais ampla os processos de saúde e doença. Cada um desses modelos investiga de forma diferente a mesma coisa e se complementam para a compreensão total da saúde. 
O primeiro modelo é a perspectiva do curso de vida, que se concentra em investigar os aspectos da saúde e da doença relacionados com a idade e com os ciclos de vida. Essa perspectiva também examina as principais causas de morte que acometem certos grupos etários. Por exemplo, o uso de substâncias psicoativas é mais frequente em adolescentes, enquanto as doenças crônicas afetam de forma mais significativa pessoas idosas. 
Outra perspectiva é a sociocultural, que se dedica a conhecer a forma como os como fatores sociais e culturais contribuem para a saúde e para a doença. O termo cultura é compreendido como comportamentos, valores e costumes persistentes que um grupo de pessoas desenvolveu ao longo dos anos e transmitiu à próxima geração. Em culturas ou etnias diferentes existe muita diversidade em relação à expectativa de vida e ao nível de saúde, e algumas dessas diferenças refletem uma variação no status socioeconômico.
 Por exemplo, se compararmos a saúde da população residente no interior do Estado de São Paulo com a saúde da população que vive em pequenas comunidades no interior da Amazônia, encontraremos grandes diferenças relacionadas a estruturas de saneamento básico e estilos de vida. Outro exemplo refere-se às religiões que pregam um estilo de vida mais saudável, sem uso de álcool ou alimentos à base de carne animal, hábitos normalmente associados à melhor saúde. Há também a perspectiva de gênero, que se concentra no estudo de problemas de saúde específicos de cada gênero. 
Homens e mulheres diferem no risco que apresentam para uma variedade de transtornos, como o índicede doenças cardiovasculares que, historicamente, tem sido maior em pacientes do sexo masculino, embora essa realidade esteja se modificando. Outro exemplo é a depressão, que acomete mulheres em uma frequência muito maior que homens. Todas essas perspectivas se sobrepõem e todas veem a saúde e a doença como produtos da interação de fatores. Elas diferem apenas nos fatores que enfatizam e se complementam (STRAUB, 2005). 
Essas perspectivas se agrupam na perspectiva biopsicossocial, que engloba todas as questões tratadas anteriormente. A perspectiva biopsicossocial defende que variáveis biológicas, psicológicas e sociais agem em conjunto para determinar a saúde e a vulnerabilidade do indivíduo à doença. Dessa forma, a saúde e a doença devem ser explicadas em relação aos contextos biológico, psicológico e social.
 • O contexto biológico: são os aspectos do nosso corpo que influenciam a saúde e a doença: nossa conformação genética e nosso sistema nervoso, imunológico e endócrino. A biologia e o comportamento interagem de forma constante. Por exemplo: alguns indivíduos são mais vulneráveis a doenças relacionadas ao estresse porque reagem com agressividade aos problemas enfrentados. Uma das tarefas da psicologia da saúde é explicar como essa influência mútua entre biologia e comportamento ocorre.
 • O contexto psicológico: a psicologia da saúde preconiza que a saúde e a doença estão sujeitas às influências psicológicas.
 Por exemplo, um fator fundamental para determinar o quanto uma pessoa consegue lidar com uma experiência de vida estressante é a forma como o evento é avaliado e interpretado. Eventos avaliados como avassaladores, invasivos e fora do nosso controle nos custam mais do ponto de vista físico e psicológico do que os que são avaliados como desafios menores, temporários e superáveis. 
De fato, algumas evidências sugerem que, independentemente de um evento ser realmente experimentado ou simplesmente imaginado, a resposta do corpo ao estresse é, de modo aproximado, a mesma. Os psicólogos da saúde pensam que algumas pessoas podem ser cronicamente depressivas e mais vulneráveis a certos problemas de saúde porque revivem eventos difíceis muitas vezes em suas mentes, o que pode ser funcionalmente equivalente a passar repetidas vezes pelo evento real (STRAUB, 2005). 
• O pensamento, a percepção, a motivação, a emoção, a aprendizagem, a atenção e a memória têm implicações para a saúde. Os fatores psicológicos também desempenham um importante papel no tratamento de condições crônicas. As intervenções psicológicas ajudam os pacientes a administrar sua tensão, diminuindo, assim, as reações negativas ao tratamento. 
Aqueles pacientes mais tranquilos em geral são mais capazes e mais motivados para seguir as instruções de seus médicos. Também auxiliam os pacientes a administrar o estresse da vida cotidiana, que parece exercer um efeito cumulativo sobre o sistema imunológico. Eventos negativos na vida, como a perda de um ente querido, o divórcio, a perda de emprego ou uma mudança, podem estar ligados à diminuição do funcionamento imunológico e à maior suscetibilidade a doenças (STRAUB, 2005). • O contexto social: a forma como cada pessoa se relaciona com a outra e com o ambiente também influencia em sua saúde. 
O gênero de cada um, por exemplo, implica determinado papel social que lhe dá um senso de ser mulher ou homem. Além disso, você é membro de determinada família, comunidade e nação, dessa forma, também tem certa identidade racial, cultural e étnica e vive dentro de uma classe socioeconômica específica. Cada um desses elementos do seu contexto social único influencia suas crenças e comportamentos – incluindo aqueles relacionados com a saúde (STRAUB, 2005).
QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 
1) Sobre a subjetividade, assinale a alternativa incorreta:
 a) Ela é construída a partir do contato com mundo social e cultural.
 b) É composta de ideias, significados e emoções construídos pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica.
 c) Ela é inata ao indivíduo, ou seja, acompanha-o desde seu nascimento.
 d) É o que constitui o nosso modo de ser.
 2) Sobre o behaviorismo, está correto o que se afirma em: 
a) O comportamento não é entendido como uma ação isolada, mas sim como uma interação entre o organismo e o seu ambiente. 
b) O comportamento respondente é uma resposta emitida pelo organismo que produz uma consequência no ambiente, e é afetado (controlado) por essas consequências. 
c) O comportamento operante é caracterizado por respostas do organismo que são eliciadas (produzidas) por estímulos do ambiente.
 d) Essa teoria se refere à existência de três sistemas psíquicos: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente.
 3) São fatores que contribuíram para o surgimento da psicologia da saúde, exceto: 
a) Surgimento de transtornos relacionados ao estilo de vida.
 b) Modificação no modelo biomédico. 
c) A escolha da psicanálise como abordagem teórica prevalente na área da Saúde. 
d) Aumento da expectativa de vida. 
4) Em relação à definição de saúde, assinale a alternativa incorreta: a) Saúde social envolve ter habilidades interpessoais, relacionamentos significativos com amigos e família e apoio social em épocas de crise. 
b) Saúde física implica ter um corpo saudável e livre de doenças. 
c) Considera a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. 
d) Concentra sua definição na ausência de doenças ou condições negativas. 
5) Sobre as perspectivas em saúde da família, assinale a alternativa correta:
a) A perspectiva de gênero que se concentra em investigar os aspectos da saúde e da doença relacionados com a idade e ciclos de vida. 
b) Homens e mulheres não devem ser diferentes no risco que apresentam para transtornos e doenças. 
c) A perspectiva sociocultural defende que variáveis biológicas, psicológicas e sociais agem em conjunto para determinar a saúde e a vulnerabilidade do indivíduo à doença.
 d) Todas as perspectivas se sobrepõem e todas veem a saúde e a doença como produtos da interação de fatores.
BONS ESTUDOS!!!!

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