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Seção 1 ESPELHO DE CORREÇÃO DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prezado aluno, a ação proposta será uma Ação Civil Pública (ACP). A ACP pode ser proposta por associação constituída há pelo menos um ano para a defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, conforme a previsão da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), do Código de Defesa do Consumidor e da Constituição Federal. A ação deve ser endereçada ao juízo de primeiro grau da Justiça Estadual, em Recife, local onde ocorreu o dano para os beneficiários, como dispõe o art. 2º da Lei nº 7.347/85, O objeto da ação é a anulação das cláusulas e práticas abusivas ao direito do consumidor praticadas pelas empresas constantes, com a imediata cessação das práticas lesivas. Comporão o polo passivo as empresas “Acém Health” e “SemHelp” responsáveis pelos danos e pela abusividade contratual. Nos pedidos deve ser requerida também a intimação do Ministério Público Federal para que atue como fiscal da lei, o chamado custos legis. Vamos conferir o espelho da peça elaborada? Seção 1 DIREITO CONSTITUCIONAL Na prática! 3 AO JUÍZO DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL – RECIFE-PE [5 linhas] Associação de Defesa de Beneficiários de Planos de Saúde de Pernambuco - ADBPP, associação civil legalmente constituída desde 2012, (documentos de constituição e assembleia de autorização de propositura da presente ação anexas), com sede no endereço XXX, representada por seu advogado inscrito na OAB nº 54321, consoante procuração anexa, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente: AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS1. Em face das empresas “Acém Health” pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, com sede jurídica no endereço XXX, e “SemHelp”” pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, com sede jurídica no endereço XXX, conforme fatos e fundamentos que passa a expor: DOS FATOS A ADBPP foi procurada por diversas pessoas em janeiro de 2022 e todas elas, de forma idêntica, reclamaram que seus planos de saúde passaram por uma grande mudança, sendo a carteira de pessoas mais idosas (todas acima de 55 anos) integralmente assumida por outra empresa 1sem a prévia manifestação das partes contrárias. Questão de ordem! 4 e sob a condição de que obrigatoriamente se submetessem a novas cláusulas contratuais para que permanecessem sendo atendidas, sob pena de imediata cessação de todos os benefícios. Todas essas pessoas eram beneficiárias de planos da empresa “Acém Health” e passaram a compor de forma automática o novo plano da empresa, co-ré “SemHelp”, que pertence ao mesmo grupo econômico, mas que conta com uma rede de atendimento muito inferior àquela inicialmente contratada, sem hospitais importantes que constavam na rede anterior e com um diminuto número de médicos que se encontram exclusivamente nos hospitais próprios do plano, localizados exclusivamente na capital do estado, mesmo tendo no plano a promessa de um amplo atendimento nacional. Os beneficiários ainda foram obrigados a aderir a um novo contrato em que há cláusula de permanência máxima de 15 dias de internação em UTI e carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência por 90 dias a contar da migração para o “SemHelp”. DO FORO COMPETENTE Tendo em vista que os danos experimentados pelos associados da parte autora ocorreram nessa capital do estado do Pernambuco, é esta Vara Cível o foro competente conforme determina a Lei nº 7347/85. Art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. (BRASIL, 1985, [s. p.]) DO CABIMENTO É cabível a presente Ação Civil Pública proposta pela Associação de Defesa de Beneficiários de Planos de Saúde de Pernambuco (ADBPP), associação civil legalmente constituída desde 2012, pode tutelar os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos de seus associados, conforme determina a Lei nº 7347/85, em seu artigo 1º e artigo 81, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor: Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: [...] ll - ao consumidor [...]. (BRASIL, 1985, [s. p.]) 5 Art. 81. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. (BRASIL, 1990, [s. p.]) DA LEGITIMIDADE ATIVA DA ASSOCIAÇÃO A legitimidade da associação autora está prevista no artigo 5º, da Lei nº 7.347/85, que disciplina a ação civil pública: Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I. Ministério Público; II. Defensoria Pública; III. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV. Autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista; e V. Associação, que concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil; b) inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção dos seguintes direitos difusos e coletivos: o patrimônio público e social, meio ambiente, consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Em destaque). (BRASIL, 1985, [s. p.], grifo nosso) Estão presentes, assim, todos os requisitos necessários, conforme disposto no artigo 5º da Lei nº 7.347/85, tendo a APPD legitimidade ativa para propositura de Ação Civil Pública, inclusive com a previsão expressa no Estatuto Social que, dentre suas finalidades, está a proteção dos beneficiários de planos de saúde. DA LEGITIMIDADE PASSIVA Em se tratando de legitimidade passiva em sede de ACP, será legitimada qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado que seja responsável por ameaça de dano ou lesão aos direitos metaindividuais previstos na lei. Percebe-se da análise dos fatos ocorridos que houve uma tentativa por parte da empresa Acém Health de, literalmente, livrar-se de seus beneficiários menos lucrativos, obrigando-os a contratarem a sua empresa sucessora, a SemHelp com a prestação de serviços, rede credenciada 6 e condições contratuais muito inferiores qualitativamente, e de forma patentemente abusiva por parte das rés. Clara, portanto, a legitimidade passiva de ambas as empresas de saúde. DO DIREITO DA PATENTE ABUSIVIDADE DAS ALTERAÇÕES CONTRATUAIS. O CDC reconhece a abusividade de cláusulas contratuais que ofendem princípios fundamentais das relações de consumo, como a liberdade e a proteção da vulnerabilidade do consumidor, ou quando elas acarretam na restrição exagerada de direitos, quando implicam em ônus excessivo ao consumidor ou quando retiram do fornecedor a sua responsabilidade. Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dosprodutos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. (BRASIL, 1990, [s. p.]) São patentemente abusivas as práticas comerciais de migração forçada dos beneficiários de um plano de saúde para outro SEM A POSSIBILIDADE DE ANUÊNCIA OU NEGOCIAÇÃO por parte dos beneficiários que simplesmente deveriam concordar com as novas cláusulas ou se retirarem do rol de atendimento. DA DIMINUIÇÃO DA COBERTURA E DA REDE CREDENCIADA A drástica redução de cobertura do convênio é prática abusiva e ilegal, uma vez que todos os beneficiários contrataram o plano em razão do rol de pontos de atendimento e da rede credenciada que lhes foi apresentada quando da contratação, havendo a alteração unilateral E SEM QUALQUER CONCORDÂNCIA OU ANUÊNCIA, por parte dos consumidores. Dessa forma, é necessária a manutenção daquela rede original ou comprovada substituição de rede de atendimento de mesma qualidade e abrangência. 7 A abusividade e descumprimento contratual são tão patentes que, a rede fora contratada como de abrangência nacional e conta apenas com hospitais e médicos atendentes na cidade de Recife. Nesse mesmo sentido da abusividade já decidiram nossos tribunais: APELAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. Ação de obrigação de fazer. Sentença de parcial procedência, para condenar a requerida a manter rede credenciada equivalente à disponibilizada pelo plano anteriormente mantido pela autora junto à operadora Golden Cross ou custear atendimento em hospitais, clínicas, e laboratórios que prestavam serviços à autora quando estava vinculada à antiga rede de assistência médica, confirmando, em parte, a antecipação de tutela anteriormente concedida. Condenação da ré, ainda, no pagamento de indenização a título de danos morais, no valor de R$ 5.000,00. Inconformismo. Não acolhimento. Migração de carteira de clientes da Golden Cross para a Unimed Rio. Desrespeito às regras da migração e da previsão do artigo 17 da Lei nº 9.656/98. Autora impedida de acessar médicos e hospitais até então credenciados. Dano moral configurado. Fato que extrapolou a esfera do mero aborrecimento cotidiano. RECURSO ADESIVO DA AUTORA visando à majoração dos danos morais para R$ 17.600,00. Circunstâncias apontadas que autorizam a majoração do quantum indenizatório para R$ 10.000.00. RECURSO DA REQUERIDA DESPROVIDO. RECURSO ADESIVO DA AUTORA PARCIALMENTE PROVIDO.” (TJ-SP – AC: 10814837020168260100 SP 1081483-70.2016.8.26.0100, Relator: Clara Maria Araújo Xavier, Data de Julgamento: 05/06/2019, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 06/06/2019) É necessária a concessão imediata da medida liminar para que o atendimento seja retomado nos moldes iniciais ou, ainda, que sejam os gastos integralmente custeados pelas empresas rés, mesmo que realizados por particulares fora da rede credenciada. Além da aplicação de multa diária, enquanto não for substituída a rede de atendimento pela abrangência anterior, a operadora de saúde deverá custear as despesas médicas particulares do beneficiário, diretamente ou por meio de posterior reembolso. DA DISCRIMINALIZAÇÃO ABUSIVA EM RAZÃO DA IDADE. Como exposto anteriormente, as rés dividiram as carteiras de beneficiários do plano original, relegando as pessoas mais idosas (todas acima de 55 anos) integralmente à nova empresa. O dolo dessa operação é patente, ainda que não tenha atingido estritamente as pessoas protegidas pelo Estatuto do Idoso, atingindo uma faixa pouco maior do que aqueles maiores de 60 anos, é evidente a intenção da empresa de afastar de sua carteira uma “faixa podre”, retirando de 8 forma desonesta e hedionda as pessoas que estatisticamente representam maiores despesas de ordem médica. Assim, mesmo que não atingindo somente idosos na concepção legal do termo, as rés realizaram prática abusiva de discriminação desse grupo de pessoas, descumprindo de forma ilegal a obrigação prevista no artigo 15, § 3º, do Estatuto do Idoso: “é vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”. Houve patente discriminação, não apenas por meio de cobrança, mas pela segregação desse grupo a um novo contrato de menor qualidade e diminuta rede de atendimento, CONTRA A VONTADE DOS BENEFICIÁRIOS. DA ABUSIVIDADE DA ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO E DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS. Os beneficiários foram obrigados pelas empresas rés a aderirem ao novo contrato com cláusulas de patente abusividade, como a de permanência máxima de 15 dias de internação em UTI e carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência por 90 dias a contar da migração para o “SemHelp”. Essas cláusulas devem ser declaradas nulas de pleno direito, sendo ineficazes para o consumidor, como se não tivessem sido escritas, mesmo que formalmente tenha sido colhido a expressa anuência. Além disso, como garantia do princípio da manutenção das cláusulas contratuais, a nulidade de uma cláusula não gera a nulidade de todo o negócio jurídico, devendo ser mantidos os demais pontos contratuais sem que ocorra qualquer onerosidade para os beneficiários. Essa abusividade é evidentemente maior por tratarem-se de contratos de adesão, que aqueles cujas cláusulas foram estabelecidas unilateralmente pelas empresas rés, a um número indeterminado de pessoas e, sem que haja a possibilidade de o consumidor modificar substancialmente seu conteúdo. DO PEDIDO LIMINAR Diante de todo o exposto, faz-se necessária a concessão de tutela de urgência garantido a efetividade e utilidade da medida, vez que há risco de não atendimento dos beneficiários no plano de saúde. 9 Assim, restou clara a necessidade de concessão de tutela de urgência prevista, nos moldes do artigo 300 do CPC, pela presença da “fumus boni juris” decorrente da patente abusividade das alterações unilaterais do contrato de prestação de serviço de saúde. E, também, do “periculum in mora” consubstanciado no iminente risco de morte e para as saúdes dos beneficiários que se encontram em grave risco de não serem atendidos pelos médicos e hospitais que haviam contratado inicialmente. Assim, com base nos fundamentos anteriormente expostos, deve ser deferido o pedido liminar de forma imediata para: • Que o atendimento seja retomado nos moldes inicialmente formulados com a empresa Acém Health e, ainda, que sejam os gastos integralmente custeados pelas empresas rés, mesmo que realizados por particulares fora da rede credenciada, até que essa rede seja integralmente retomada, devendo a operadora de saúde custear as despesas médicas particulares do beneficiário, diretamente ou por meio de posterior reembolso. • Aplicação de multa diária, enquanto não for substituída a rede de atendimento pela abrangência anterior. • Imediata anulação das cláusulas abusivas de carência de atendimento e prazo de permanência em UTI. DOS PEDIDOS Diante do exposto e fundamentado, a impetrante requer: • A citação das empresas para que apresentem, querendo, contestação. A concessão do pedido liminar, deferido o pedido liminar de forma imediata para: − Que o atendimento seja retomado nos moldes inicialmente formulados com a empresa Acém Health e, ainda, que sejam os gastos integralmente custeados pelas empresas rés, mesmo que realizados por particulares fora da rede credenciada, até que essa rede seja integralmente retomada, devendo a operadora de saúde custear as despesas médicas particulares do beneficiário, diretamente ou por meio de posterior reembolso. − Aplicação de multa diária, enquanto não for substituída a rede de atendimento pela abrangência anterior. 10 − Imediata anulação das cláusulas abusivas de carência de atendimento e prazo de permanência em UTI. − A intimação do representante do Ministério Público Federal para que funcione como custos legis, nos termos da lei. Seja julgadaprocedente a presente Ação Civil Pública, tornando definitiva a liminar concedida, condenando as rés ao pagamento de indenização pelos danos morais e patrimoniais causados, bem como aqueles de ordem coletiva a serem arbitrados por Vossa Excelência conforme dispõe o artigo 3º da Lei nº 7.347/85; condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelos documentos que instruem essa inicial, oitiva de testemunhas, bem como todos os demais instrumentos eventualmente necessários. Atribui-se à causa para fins fiscais o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Nestes termos, Pede deferimento. Local / Data José OAB/PE 54321 Por que a Constituição de 1988 é conhecida como Constituição Cidadã? Resolução comentada 11 Esse apelido foi dado pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte quando da promulgação da constituição em razão do amplo rol de direitos fundamentais e democráticos constantes do seu texto. Quais as principais características dos direitos fundamentais? Os direitos fundamentais são considerados pela CF como clausulas pétreas, o que os protege contra a sua revogação ou diminuição por meio de emendas constitucionais ou normas que lhes retirem a eficácia inicialmente atingida, o que é denominado de Princípio do Não Retrocesso. Além disso, os direitos fundamentais têm plena eficácia e aplicabilidade imediata segundo a própria constituição. Qual a diferença entre Dirietos Fundamentais e Direitos Humanos? Para alguns autores não há diferença entre ambos, mas discordamos desse entendimento, apesar da identidade material do conteúdo que alguns desses direitos podem ter, como o direito à vida, ou à igualdade, previsto no artigo 5º e em um tratado internacional. Apesar de materialmente iguais, os direitos fundamentais se encontram expressos no direito interno, nas constituições e contam com a sua efetividade e cumprimento baseado no sistema de justiça interno do país. De outro lado, os direitos humanos são previstos em instrumentos internacionais, tendo os sistemas internacionais de direitos humanos como forma de cobrança de sua observância. Portanto, o que muda são os âmbitos de proteção. O que significa microssistema de direitos difusos e coletivos? Apesar de haver projetos de lei nesse sentido, não temos um código de tutelas coletivas ou metaindividuais no Brasil. Mas a doutrina reconhece a existência de um microssistema processual coletivo formado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a Lei de Ação Cívil Pública (LACP), sendo aplicados reciprocamente conforme art. 90 do CDC e 121 da LACP. Além desses, devem ser aplicadas a Lei de Ação Popular, Lei de Improbidade Administrativa, Lei de Ação Civil Pública a Lei do Mandado de segurança coletivo em casos envolvendo interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, naquilo que passou a se chamar de DIÁLOGO DAS FONTES. Por fim, o Código de Processo Civil de 2015, de forma expressa, tratou das tutelas individuais e coletivas, como se verifica nos arts.1º a 12, bem como nos arts. 190, 489, §§ e 926,27 e 928.
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