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Extinção contratual

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Extinção do contrato 
Direito Civil Brasileiro, vol. 3 – Carlos Roberto Gonçalves] 
Tamires Lima 
1. Modo normal de extinção: 
Os contratos, como os negócios jurídicos em geral, têm também um ciclo vital: nascem do 
acordo de vontades, produzem os efeitos que lhes são próprios e extinguem-se. 
A extinção dá-se, em regra, pela execução. O cumprimento da prestação libera o devedor 
e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato. De forma natural, há a 
ocorrência de circunstância já esperada pelas partes. 
OBS.: não usar o termo ‘’concluído’’ para se referir ao contrato extinto. Contrato concluído é 
contrato formado. 
São subespécies desse modo: 
a) Cumprimento do contrato: 
Quando a prestação é realizada, na forma como fora pactuada, extingue-se a relação 
jurídica contratual que existia entre as partes. Ex.: venda de um bem móvel, onde com o 
pagamento do preço e a entrega da coisa, consumada está a obrigação, extinguindo-se 
assim o vínculo contratual; 
b) Constatação de Fatores eficaciais: 
São elementos limitadores da duração do contrato, e que concebem previamente, portanto, 
sua extinção. Tem a ver com os elementos acidentais do plano de eficácia para formação 
do contrato: termo e condição. São eles: 
• Vencimento do termo: o contrato há um prazo para terminar, o termo final, que põe 
fim às consequências derivadas do negócio, tem eficácia resolutiva. Pode ser: termo 
certo ou determinado – sabe-se que o evento ocorrerá e quando ocorrerá, e termo 
incerto ou indeterminado – o evento ocorrerá, mas não se sabe quando. Ex.: o 
contrato de trabalho, o qual presume-se ser de duração indeterminada, motivo pelo 
qual, para ser extinto, requer, em regra, a concessão de um aviso prévio. 
• Implementação de condição resolutiva: a duração do contrato está subordinada a 
evento futuro e incerto. Ex.: ocorre quando é prevista uma cláusula no próprio 
contrato no sentido de que, em ocorrendo o inadimplemento por parte de qualquer 
dos contratantes, o vínculo jurídico será extinto. 
• Frustração da condição suspensiva: a frustação de uma condição suspensiva 
também pode acarretar extinção contratual, dependendo da forma que venha a ser 
inserida no negócio. Ex.: um tio que diz que vai dar um carro à sobrinha se ela passar 
no vestibular. Se ela não passar, ocorre a frustação da condição suspensiva. 
 
2. Extinção do contrato sem cumprimento 
Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as 
obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas acarretam essa extinção anormal. 
Algumas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras, supervenientes. 
→ Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato 
a) Defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos (capacidade das 
partes e livre consentimento); Objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável) e formais (forma prescrita em lei), que afetam sua validade, 
acarretando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); Autonomia da vontade 
-> Sujeito -> Objeto -> Forma 
 b) Implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita; 
 c) Exercício do direito de arrependimento convencionado. 
• Nulidade absoluta e relativa 
A nulidade absoluta (CC, art. 166 a 168) decorre de ausência de elemento essencial do ato, 
com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos 
desde a sua formação (ex tunc). 
Como observa Ruy Rosado de Aguiar Júnior, o pronunciamento da nulidade 
pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por qualquer interessado, 
podendo ser declarada de ofício pelo juiz ou por promoção do Ministério 
Público (CC, art. 168). 
A anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um 
relativamente incapaz não assistido (prejudicando o interesse particular de pessoa que o 
legislador quis proteger), ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, 
dolo, coação etc. 
Vícios sanáveis e os efeitos do contrato são ex nunc. 
A anulabilidade, diversamente da nulidade, não pode ser arguida por ambas as partes da 
relação contratual, nem declarada ex officio pelo juiz. Legitimado a pleitear a anulação está 
somente os interessados (CC, art. 177) 
• Redibição 
Vícios redibitórios; 
Defeito oculto preexistente ao tempo de celebração do contrato e mostra-se após a 
tradição. 
Pode causar extinção do contrato, pois nem sempre um vício redibitório causa extinção, 
podendo acarretar apenas uma revisão das prestações, com o abatimento do preço 
correspondente. 
• Direito do arrependimento 
Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes 
a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade. Consequências: perda do 
sinal (dinheiro de entrada), ou à sua devolução em dobro, sem, no entanto, pagar 
indenização suplementar. Ex.: Arras penitenciais, art. 430, CC. 
Deve ser expresso, em regra; 
→ Causas supervenientes à formação do contrato 
a) Resilição 
A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de 
vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. É a extinção do contrato por iniciativa de uma 
ou ambas as partes. Rompe o pacta sunt servanda; haverá ônus ao lado que romper o 
contrato. 
Produz efeitos ex nunc. Ex: nos contratos de trato sucessivo, não se restituem as prestações 
cumpridas, a menos que as partes assim o estabeleçam; 
Tipos de resilição: 
1. Bilateral (distrato): 
Art. 472, CC: O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
A exigência de observância da mesma forma exigida para o contrato, feita no citado art. 
472, não deve ser interpretada, contudo, de forma literal, mas com temperamento: o distrato 
deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, 
mas não quando esta for livre. Desse modo, a compra e venda de imóvel de valor superior à 
taxa legal, que exige escritura pública, só pode ser desfeita, de comum acordo, por outra 
escritura pública. Mas o contrato de locação, que tem forma livre, pode ser objeto de distrato 
verbal, mesmo tendo sido constituído mediante contrato escrito, por exemplo. 
É a regra. O acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente 
celebrado. 
Ex.: uma empresa Y tem um contrato de prestação de serviços com um escritório de 
designers, celebrado por tempo indeterminado, as partes podem, de comum acordo, 
extingui-lo, estabelecendo as indenizações que acharem cabíveis por tal rompimento 
contratual. 
Os efeitos do distrato são, efetivamente, ex nunc, para o futuro, não se desfazendo os 
anteriormente produzidos. 
2. Unilateral 
A resilição unilateral pode ocorrer somente nas obrigações duradouras (que não se esgota 
em uma só prestação), contra a sua renovação ou continuação, independentemente do 
não cumprimento da outra parte, nos casos permitidos na lei ou no contrato. 
Somente é possível com a autorização legal expressa ou implícita e sempre com prévia 
comunicação à outra parte. Ex.: contrato de trabalho, em que há a necessidade de aviso 
prévio à outra parte. 
Três formas especiais de resilição unilateral: 
• Revogação e renúncia: Nos contratos de mandato, há procuração, que é quando 
alguém recebe de outrem poderes para praticar ato ou administrar interesses. 
Ocorrendo a resilição por parte do mandante, é revogação, se a iniciativa for do 
mandatário trata-se de renúncia. 
• Resgate: retrovenda; recuperar algo que já foi seu no prazo de 3 anos. 
Independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex nunc, não retroagindo. Para valer, 
deve ser notificada à outra parte, produzindo efeitos a partir do momento em que chega a 
seu conhecimento = teoria da expedição. Nas hipóteses em que é necessária a justificativa, 
a inexistência da mesma (injustamente) obriga a parte que rompe a pagar à outra perdas e 
danos; 
OBS.: Quando uma das partes realiza grandesinvestimentos para execução do contrato, há 
resilição? 
R: O art. 473, p. Ú., CC: Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito 
depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
Com isso, o contrato continua e só será resilido quando o prazo razoável necessário para que 
a parte tenha retorno econômico dos investimentos feitos for alcançado. 
b) Rescisão 
Aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo. 
Lesão (art. 157, CC/2002): o grande prejuízo resultante de uma enorme desproporção 
existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada 
pela urgente necessidade de uma das partes. 
O CC/2002 considera a lesão um vício de consentimento, que torna anulável o contrato; O 
contrato realizado em estado de perigo só pode ser anulado se a obrigação assumida for 
excessivamente onerosa. 
Há situações em que, mesmo existindo lesão, poderá não ser declarada a anulação do 
contrato, sendo permitida a complementação da contraprestação ou a redução do 
proveito para que seja equilibrado o negócio (§2º do art. 157 do Código Civil); 
O estado de perigo: pode acarretar anulação pelo vício de coação, onde o contrato é 
celebrado em condições desfavoráveis e excessivamente onerosa a uma das partes. Os 
efeitos da sentença retroagem à data da celebração do contrato, em ambos os casos (ex 
tunc). Destarte, a parte que recebeu fica obrigada a restituir. 
c) Morte de um dos contratantes 
A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos 
(intuitu personae), que não poderão ser executados pela morte daquele em consideração 
do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-se ex nunc. 
OBS.: nos demais tipos de contratos, as obrigações contratuais são transmitidas aos herdeiros 
do de cujus. 
d) Caso fortuito ou força maior 
Haverá extinção do contrato sem ônus a qualquer das partes; 
e) Resolução 
Tem como causa a inexe-cução ou incumprimento por um dos contratantes. 
Resolução, portanto, na lição de Orlando Gomes, é “um remédio concedido 
à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”. 
 O inadimplemento por ser voluntário (culposo), ou não (involuntário). 
Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o 
outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar de estipulação 
(estipula-se a cláusula resolutiva expressa) ou de presunção legal (cláusula resolutiva tácita). 
Em todo contrato bilateral presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, 
autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas 
e danos. 
O art. 475, CC: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se 
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por 
perdas e danos”. 
Sobre o adimplemento substancial do contrato: A jurisprudência tem sedimentado a teoria, 
reconhecendo que o contrato substancialmente adimplido não pode ser resolvido 
unilateralmente. Proclamou, com efeito, o Superior Tribunal de Justiça que “o adimplemento 
substancial do contrato pelo devedor não autoriza ao credor a propositura de ação para 
extinção do contrato, salvo se demonstrada a perda do interesse na continuidade da 
execução”. Aduziu a mencionada Corte que a atitude do credor, de desprezar o fato do 
cumprimento quase integral do contrato, “não atende à exigência da boa-fé objetiva. 
A cláusula resolutiva expressa se opera de pleno direito, a tácita necessita de interpelação 
judicial” (art. 474, CC/2002) 
Em ambos os casos, tanto no de cláusula resolutiva expressa ou convencional, como no de 
cláusula resolutiva tácita, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser judicialmente 
pronunciada. No primeiro, a sentença tem efeito meramente declaratório e ex tunc, pois a 
resolução dá-se automaticamente, no momento do inadimplemento; no segundo, tem efeito 
desconstitutivo, dependendo de interpelação judicial. 
• Resolução por inexecução voluntária 
A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos 
contraentes, com prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado 
e obrigando a restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de 
perdas e danos. 
Exceção: se o contrato for de trato sucessivo, o efeito será, nesse caso, ex nunc. 
É necessário, ao invés, que o não cumprimento invocado por quem pede a resolução, “seja 
razoavelmente sério e grave, e prejudique, de modo objetivamente considerável, o seu 
interesse.’’ 
O juiz, ao avaliar, em cada caso, a existência desses pressupostos, levará em conta os 
princípios da boa-fé e da função social do contrato. 
 Exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) 
Trata-se de um meio de defesa 
Art. 476, CC: “Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua 
obrigação, pode exigir o implemento da do outro”. 
Modo de defesa dos interesses de um contratante em relação ao inadimplemento da 
obrigação de sua contraparte. É evidente, que tal exceção somente é possível em contratos 
bilaterais. 
Requisitos: contrato bilateral; demanda de uma das partes pelo cumprimento e o 
descumprimento pela parte demandante. 
Há cláusula que restringe o direito ao art. 476, trata-se da cláusula solve et repete, pela qual 
obriga-se o contratante a cumprir a sua obrigação, mesmo diante do descumprimento da 
do outro, resignando-se a, posteriormente, voltar-se contra este, para pedir o cumprimento 
ou as perdas e danos, comuns em contratos administrativos. 
 Garantia de execução da obrigação a prazo (exceção dentro da exceção) 
Art. 477, CC: ‘’Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes 
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela 
qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela 
satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la”. 
Procura-se acautelar os interesses do que deve pagar em primeiro lugar, protegendo-o 
contra alterações da situação patrimonial do outro contratante. Autoriza-se, por exemplo, o 
vendedor a não entregar a mercadoria vendida, se algum fato superveniente à celebração 
do contrato acarretar diminuição considerável no patrimônio do comprador, capaz de tornar 
duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, podendo aquele, neste caso, 
reclamar o preço de imediato ou exigir garantia suficiente. Na hipótese mencionada, não 
poderá o comprador exigir do vendedor a entrega da mercadoria, enquanto não cumprir a 
sua obrigação de efetuar o pagamento do preço ou oferecer garantia bastante de satisfazê-
la. 
• Resolução por inexecução involuntária 
A resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, como sucede nas 
hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos 
contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento 
da obrigação. 
A impossibilidade deve ser, também, total, pois se a inexecução for parcial e de pequena 
proporção, o credor pode ter interesse em que, mesmo assim, o contrato seja cumprido. Há 
de ser, ainda, definitiva. Em geral, a impossibilidade temporária acarreta apenas a suspensão 
do contrato. Somente se justifica a resolução, neste caso, se a impossibilidade persistir por 
tanto tempo que o cumprimento da obrigação deixa de interessar ao credor. 
O inadimplente não fica, no caso de inexecução involuntária, responsável pelo pagamento 
de perdas e danos, salvo se expressamente se obrigou a ressarcir os “prejuízos resultantes de 
caso fortuito ou força maior”, ou estiver “em mora”. 
O efeito da resoluçãopor inexecução decorrente do fortuito e da força maior é retroativo, 
da mesma forma como ocorre na resolução por inexecução culposa (voluntária), com a 
diferença que, na primeira hipótese, o devedor não responde por perdas e danos. Todavia, 
deve restituir o que eventualmente tenha recebido, uma vez resolvido o contrato. 
 Resolução por onerosidade excessiva 
Cláusula ‘’rebus sic stantibus’’ e a teoria da imprevisão 
Art. 478 
Embora o princípio pacta sunt servanda ou da intangibilidade do contrato seja fundamental 
para a segurança nos negócios e fundamental a qualquer organização social, os negócios 
jurídicos podem sofrer as consequências de modificações posteriores das circunstâncias, com 
quebra insuportável da equivalência. Tal constatação deu origem ao princípio da revisão 
dos contratos ou da onerosidade excessiva, que se opõe àquele, pois permite aos 
contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições 
mais humanas, em determinadas situações. 
A teoria que se desenvolveu com o nome de rebus sic stantibus consiste basicamente em 
presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência 
implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento 
pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modificar-se em razão 
de acontecimentos extraordinários, como uma guerra, por exemplo, que tornem 
excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz 
que o isente da obrigação, parcial ou totalmente. 
Entre nós, a teoria em relevo foi adaptada e difundida por Arnoldo Medeiros da Fonseca, 
com o nome de teoria da imprevisão. Em razão da forte resistência oposta à teoria 
revisionista, o referido autor incluiu o requisito da imprevisibilidade, para possibilitar a sua 
adoção. Assim, não era mais suficiente a ocorrência de um fato extraordinário, para justificar 
a alteração contratual. Passou a ser exigido que fosse também imprevisível. É por essa razão 
que os tribunais não aceitam a inflação e alterações na economia como causas para a 
revisão dos contratos. Tais fenômenos são considerados previsíveis entre nós. (Olhar art. 478, 
CC) 
A resolução por onerosidade excessiva tem a característica de poder ser utilizada por ambas 
as partes, seja pelo devedor, seja pelo credor. 
o princípio da resolução dos contratos por onerosidade excessiva não se aplica aos contratos 
aleatórios, porque envolvem um risco. 
Art. 317, CC: preza pela revisão e não pela resolução do contrato. 
Requisitos para haver resolução por onerosidade excessiva: existência de contrato de trato 
sucessivo, contrato comutativo ou de execução diferida; superveniência de circunstância 
extraordinária e imprevisível; modificação da situação de fato existente no momento da 
execução em contraposição a que existia no momento de celebração do contrato. 
Art. 479, CC: o demandado pode impedir a resolução do contrato oferecendo-se para 
modificar equitativamente as condições do contrato. 
Art. 480, CC: quando no contrato há obrigações para apenas uma das partes contratantes 
(contratos unilaterais), poderá requerer a redução da prestação ou a alteração do modo de 
sua execução, de modo a evitar a resolução por onerosidade excessiva;

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