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Evicção no Direito Civil Brasileiro

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Evicção 
Direito Civil Brasileiro – Carlos Roberto Gonçalves 
→ Conceito 
Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também 
a garantir-lhe o uso e gozo. Dá-se evicção quando o adquirente perde a coisa, total ou 
parcialmente, em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica 
preexistente ao contrato. 
A evicção é fundada no princípio de garantia, o mesmo que assenta a teoria dos vícios 
redibitórios. 
Evicção Vícios redibitórios 
Princípio da garantia se estende aos 
defeitos do direito transmitido. Assim, o 
alienante deve resguardar o adquirente 
contra eventuais pretensões de terceiro. 
O princípio de garantia tem o dever de 
garantir o uso e gozo da coisa, protegendo 
o adquirente contra os defeitos ocultos; 
 
Cumpre ao alienante assistir o adquirente em sua defesa, ante ações de terceiros, como 
decorrência de obrigação ínsita nos contratos onerosos (o campo de ação da teoria de 
evicção são os contratos onerosos). Não se exige culpa do alienante, que mesmo de boa-fé 
responde pela evicção, salvo quando expressamente se tenha convencionado em contrário. 
Inexiste, em regra, responsabilidade pela evicção nos contratos gratuitos (CC, art. 552), salvo 
se se tratar de doação onerosa. 
Código Civil 2002: 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia 
ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidade pela evicção. 
O Superior Tribunal de Justiça, todavia, alterou o entendimento tradicional de que a evicção 
somente é admitida mediante sentença transitada em julgado. 
Partes: 
• Alienante: responde pelos riscos da evicção; 
• Evicto: adquirente vencido na demanda movida por terceiro; 
• Evictor: terceiro reivindicante e vencedor da ação. 
 
 
Em alguns casos, o alienante não se responsabiliza pelos riscos, que são: 
→ Requisitos de evicção 
Alienante 
Evicto 
(adquirente) 
Evictor (direito 
anterior ao bem) 
• a) Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada 
Há o recebimento da coisa pelo adquirente em condições de perfeito estado devido à 
ausência de qualquer defeito oculto e a sua posterior perda total ou parcial. 
• b) Onerosidade da aquisição: 
Contratos onerosos; 
• c) Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa 
Se o adquirente conhecia a litigiosidade da coisa, presume-se ter assumido o risco de a 
decisão ser desfavorável ao alienante; Não há responsabilidade para o alienante se o 
adquirente sabia que a coisa era alheia. 
Art. 457, CC: Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia 
ou litigiosa. 
• d) Anterioridade do direito do evictor: 
O alienante só responde pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da 
alienação. Se lhe é posterior, nenhuma responsabilidade lhe cabe. Ex.: desapropriação pelo 
Poder Público. A causa da perda surgiu após a transmissão do direito. 
• e) Denunciação da lide ao alienante: 
Dispunha o art. 456 do Código Civil, revogado pelo atual Código de Processo Civil (Lei n. 
13.105/2015, que “para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente 
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe 
determinarem as leis do processo”. Observa-se que o diploma processual em vigor eliminou 
a obrigatoriedade da denunciação da lide pelo adquirente ao alienante, tornando-a 
facultativa. De acordo com Enunciado 434 do Conselho da Justiça Federal, “A ausência de 
denunciação da lide ao alienante, na evicção, não impede o exercício da pretensão 
reparatória por meio de via autônoma’’. 
→ Verbas devidas 
Segundo dispõe o art. 447 do Código Civil, ocorrendo a perda da coisa adquirida por meio 
de contrato oneroso, em ação movida por terceiro fundada em direito anterior, o adquirente 
tem o direito de voltar-se contra o alienante. As verbas devidas estão especificadas no art. 
450 do Código Civil, que assim dispõe: 
O evicto tem direito, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem 
da evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Se a coisa alienada não estava em perfeito estado de conservação ou estava parcialmente 
destruída, e o evicto vem a perdê-la, ainda assim terá direito à restituição integral, de acordo 
com o art. 450. Poderá perder esse direito, contudo, se agiu dolosamente, dando causa à 
deterioração; 
→ Espécies de evicção: total ou parcial 
Na medida em que implique a perda completa da propriedade ou apenas da fração dela, 
a evicção será chamada de total ou parcial, respectivamente; 
Dá-se a evicção parcial quando o evicto perde apenas parte, ou fração, da coisa adquirida 
em virtude de contrato oneroso. 
Se a evicção for parcial, mas com perda de parte considerável da coisa, poderá o evicto 
optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao 
desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização (Art. 455, 
CC). 
Parte considerável: o contrato não se aperfeiçoaria se o adquirente conhecesse a 
verdadeira situação; 
A lei não estabelece especificadamente qual é o prazo para a dedução, em juízo, desta 
postulação, nem a sua natureza; 
Pablo Stolze defende que o prazo para reivindicar direito previsto em evicção seria de 3 anos, 
de acordo com o art. 206, § 3º, V, CC/2002, que é o prazo para se formular pretensão de 
reparação civil (pois o alienante acabou por gerar um dano no patrimônio do adquirente 
evicto, submetendo um bem que não era seu, mas sim de terceiro evictor);

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