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APOSTILA_06

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Antropologia Forense l e ll
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD
1ª Edição
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Antropologia Forense l e ll
Para início de conversa… .................................................................. 04
1. Bases Antropológicas na Odontologia Legal ............................. 06
Considerações Finais .......................................................................... 20
Referências ....................................................................................... 22
Para início de conversa…
Na nossa cultura ocidental, e esse fato é singularmente notório nas 
ciências biológicas, aprendemos a pensar em forma descontínua: classificamos, 
organizamos, arquivamos e, assim, observamos a realidade sob essa percepção. 
Nosso cérebro nunca vê um filme completo e contínuo, antes apenas slides ou 
diapositivos da realidade.
É dessa forma, própria do pensamento grego, notadamente aristotélico, 
que se originou toda a nossa cosmovisão ocidental, que nasceu toda a nossa 
ciência, sempre classificando, organizando, arquivando.
Isso ensejou fantásticas controvérsias históricas, especialmente 
fecundas nos séculos XVIII e XIX, uma vez que o fragmento de realidade 
que cada um percebia podia ser diferente daquele que um outro captava, 
e, sobretudo, os intervalos que separavam as percepções podiam dar azo à 
formação de outra imagem da continuidade com a qual pretendiam explicar 
os fenômenos.
O notável crescimento da violência nas grandes metrópoles, tanto 
em países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, acabou por 
inseri-la como uma das principais preocupações no campo da saúde coletiva 
em todo o mundo há quase duas décadas. Nos Estados Unidos, a violência 
interpessoal já é a principal causa de mortes prematuras entre adultos jovens, 
sendo considerada uma epidemia e um problema prioritário de saúde em 
todo o mundo.
Esta situação levou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a 
criar o Plano de Ação Regional para prevenção e atuação contra o crescimento 
4 Odontologia Legal
da violência. No Brasil, a análise dos dados de mortalidade da década de 
oitenta lhe garantiu o posto de segunda causa de óbito no país a partir de 
1989, contribuindo com 15,3% da mortalidade geral, atrás apenas das doenças 
cardiovasculares.
Embora esta situação de crescimento das taxas de morbimortalidade 
associadas à violência seja mais crítica nos países em desenvolvimento, 
este fenômeno alcançou proporções mundiais, inclusive entre os países 
desenvolvidos. É fato, portanto, que a redução da mortalidade causada pelo 
fenômeno da violência constitui-se um dos grandes desafios da atualidade 
em quase todas as regiões do mundo. Seu caráter multifacetado, ao qual 
se pode associar fatores econômicos, culturais, ideológicos e individuais, 
determina o envolvimento dos vários setores da sociedade de forma integrada 
e complementar.
Por um lado, pesquisadores das áreas da saúde e das ciências sociais 
procuram identificar suas causas no plano regional e sob uma perspectiva 
histórica, e compreender seu impacto na população, visando orientar ações 
sociais e serviços de saúde. Por outro lado, as autoridades responsáveis pela 
segurança pública desenvolvem ações policiais de repressão aos principais 
atores do cenário de violência que assola o país.
5Odontologia Legal
1. Bases Antropológicas na Odontologia Legal
Os estudos da genética clássica souberam reconhecer o complexo 
caminho da especiação quando ainda era desconhecido o código genético. 
Em todas as espécies com reprodução sexual e fertilização cruzada, existe 
um fluxo permanente de mutações, geradas por agentes físicos, químicos e 
mesmo erros na duplicação do DNA.
A própria recombinação meiótica é a fonte mais importante de 
reordenamento gênico e variabilidade, uma vez que se produz, de forma 
impositiva e irretorquível, em pelo menos um ponto ou local para cada um dos 
cromossomas de cada gameta, isto é, das únicas células de um indivíduo que 
darão origem a um novo ser (com a exceção, óbvia, da reprodução vegetativa 
em plantas).
Os mecanismos de reparo do DNA constituem um dos mecanismos 
permanentes do balanço entre a organização a que tende o programa 
informático que constitui o genoma de uma espécie e a tendência natural à 
desorganização, ao aumento de entropia, ao caos.
A deterioração progressiva da eficiência desses mecanismos é uma das 
razões mais conspícuas do envelhecimento. A ação permanente da seleção 
natural sobre os indivíduos de uma espécie, e um conjunto de razões, leva 
a um balanço relativo das populações que sói produzir diferenciações que, 
finalmente, podem levar a um isolamento reprodutivo e à geração de uma 
nova espécie.
Ao longo desses processos, intervêm razões geográficas, ecológicas, 
sazonais, etológicas, morfológicas, fisiológicas etc., sempre partindo do 
princípio de que: 
Fenótipo = Genótipo + Influências do meio
As populações carregadas de polimorfismos dão origem a grupos 
diferenciáveis que, classicamente, têm se denominado raças e, potencialmente, 
a subespécies, segundo o grau de diferenciação - de acordo com diferentes 
critérios que podem ser adotados - e segundo o progressivo isolamento 
reprodutivo.
6 Odontologia Legal
As populações humanas distinguem-se entre si, desde épocas remotas, 
por uma série de traços - morfológicos, funcionais e/ou psicológicos -, que, 
embora variados, se distribuem com uma tendência central- a média - e 
frequências menores que se afastam da primeira. Foi assim que nossa espécie 
- Homo sapiens - foi dividida e subdividida em subespécies ou raças, sempre 
com a finalidade de sistematizar os dados de que se dispunha, com o escopo 
de conseguir facilitar o seu estudo.
Considerando a importância e a significação da globalização paulatina 
a que assistimos nos últimos séculos, o processo de fluxo gênico ou migração 
gênica converteu-se no cerne da transformação da estrutura genética das 
populações contemporâneas. É por isso que, do ponto de vista evolutivo, uma 
raça não é uma concepção pétrea, antes é uma categoria transitória, dinâmica, 
que muda de forma e de freqüência, ao sabor das condições históricas, 
geográficas, morfológicas e etológicas.
Com o fito de elidir as dificuldades inerentes ao estudo da variabilidade 
das populações humanas, estas são agrupadas - seguindo o critério organizador 
antes mencionado - em grandes troncos geográficos raciais, cognominados 
caucasóide, mongolóide e negróide.
Esses grandes troncos, afinal, mais do que uma real origem geográfica, 
agrupam tendências no conjunto de traços anatômicos: a cor da pele, os 
caracteres prosopográficos, a forma do crânio ou a forma do cabelo.
Os caucasóides encontram-se dispersos por todo o mundo, desde a 
Europa até a América, na África, na região tropical norte (Saara) e no extremo 
sul, na Austrália e na Ásia (região da Sibéria). Os mongoloides encontram-se 
originalmente na Mongólia, no nordeste da Ásia, mas também são achados 
nas Américas aborígines.
Por derradeiro, os negróides, por sua vez, são encontrados na África 
central ou tropical, no sul da Índia (vedas), na Austrália selvagem, e formando 
os grupos afro-americanos, a partir da difusão da escravidão.
Os pesquisadores, cada vez mais - notadamente no século XX, como 
enfatiza Le Gros Clark, 1976 -, preocuparam-se em caracterizar e fixar os 
principaistraços que constituem o padrão morfológico integral de uma 
7Odontologia Legal
população. Por outras palavras, determinar o conjunto de traços morfológicos 
que permitirão identificar seus membros.
Nessa linha de raciocínio, vários elementos são considerados, em face 
de sua função adaptativa, como:
 ▪ as características morfológicas diagnóstico-diferenciadoras,
 ▪ a distribuição geográfica compacta, isto é, com elevada densidade 
populacional em uma determinada área territorial, 
 ▪ a profundidade temporal, isto é, até onde podem se fazer retroagir 
os registros pré-históricos (que na prática remontam ao Período 
Paleolítico Superior, em torno de 35.000 anos atrás).
Nessa linha de raciocínio, vários elementos são considerados, em face 
de sua função adaptativa, como:
Esses são, pois, os elementos que constituem traços seguros e 
consistentes para se poder diferenciar os chamados troncos raciais: caucasóide, 
mongolóide e negróide. Estudos populacionais, realizados por antropólogos no 
estrangeiro, põem em evidência que os principais traços raciais diferenciadores 
são as medições craniométricas e faciais de projeção, cujos valores podem ser 
obtidos de uma maneira bastante fácil com o auxílio do compasso de abertura 
(compasso de coordenação ou sismômetro) e o goniômetro.
8 Odontologia Legal
Os resultados dessas medidas permitem quantificar o tipo do crânio, 
bem como o grau de saliência ou projeção do esqueleto facial, dos ossos 
nasais, dos zigomas, do maciço alveolar superior ou maxilar e do complexo 
mandibular.
Esses parâmetros mencionados podem ser utilizados, com facilidade, 
para delimitar os grandes grupos geográfico-raciais. Inobstante, esse 
procedimento pode ver-se dificultado em um país como o Brasil, onde o 
processo de miscigenação dos conquistadores europeus, notadamente 
portugueses mas, ao depois, espanhóis, holandeses e outros, com os indígenas 
e com os negros africanos trazidos como escravos entre os séculos XVII a 
XIX acabou por produzir um país com uma alta taxa de mestiçagem. Poucas 
pesquisas no Brasil põem em evidência que o país como um todo tem uma 
composição genética tri étnica.
Os diferentes genes caucasóides, mongoloides e negróides têm uma 
distribuição diferencial pelas distintas regiões brasileiras, mais em virtude de 
processos históricos, o que tem levado pesquisadores alienígenas ao conceito 
de que a cultura contribui para a segregação dos genes, contrariando o que os 
geneticistas do século XIX aceitavam como verdades incontestes, desprezando, 
entre outros, os elementos socioculturais, econômicos etc. como capazes de 
influenciar os resultados da miscigenação preferencial.
Apesar de a população brasileira, em geral, compartilhar a grande 
maioria dos genes, o que faz a diferença entre regiões ou entre populações é a 
maior ou menor freqüência com que aparecem distribuídos esses genes.
Certos estados, inquestionavelmente, são mais caucasóides (e.g., Rio 
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), outros são mais mongoloides (e.g., 
os estados da região Norte ou amazônica), e por último a costa atlântica 
do Nordeste, desde a Bahia até a Paraíba, concentra o maior contingente 
negróide.
Pelo exposto, pode-se verificar que a definição de raças ou grupos 
raciais, pelo menos até o século passado, estava embasada apenas em 
características fenotípicas e não em características genotípicas, seguindo os 
mesmos critérios com que se definiam outras raças animais: dos caninos, dos 
bovinos, dos equinos, dos suínos etc.
9Odontologia Legal
Nas primeiras fases, as separações foram feitas tomando como 
base critérios morfológicos. Posteriormente, incorporaram-se caracteres 
metabólicos, bioquímicos etc., sempre caracterizados pela freqüência 
ou predominância de determinados alelos. Dessa maneira, o número e as 
características das “raças” de uma espécie, animal ou vegetal, podem diferir 
bastante, segundo os critérios que se empreguem para efetuar a separação.
No caso concreto da espécie humana, esta tem sido catalogada como 
uma espécie “politípica”, isto é, bem diferenciada geograficamente. Toda a 
triste história do uso do conceito de raças aplicado à espécie humana (afora o 
uso da palavra como termo operativo empregado pelos geneticistas no estudo 
da evolução) é que tem sido utilizada para justificar exploração, eugenia, 
exclusão, no marco de uma exploração do homem pelo homem que não 
temos sabido, nem conseguido, superar.
Não se pode nem justificar, nem embasar, esse tipo de comportamentos 
em diferenças que formam parte da biodiversidade em nossa própria espécie, 
e que constituem parte da riqueza que, como espécie biológica, nos caracteriza 
e nos tem diferenciado na evolução da vida na Terra.
Nesta análise podemos encontrar alguns conjuntos de problemas 
diferentes, a saber:
Biologicamente verificamos pelo menos dois fatos interessantes:
 ▪ a definição fenotípica de raça, que antecede a noção genômica;
 ▪ a dificuldade para encontrar “marcas” genômicas no pacote 
fenotípico que define uma raça.
10 Odontologia Legal
É importante confirmar que o estudo do genoma humano completo, 
baseado em amostras de DNA provenientes de 10 pessoas, oriundas de grupos 
de origem étnica diferente, demonstrou que é significativamente maior a 
variabilidade gênica, isto é, as diferenças entre indivíduos de um mesmo grupo, 
que a existente entre indivíduos provenientes de grupos étnicos diferentes.
É importante esclarecer que, no estado atual do conhecimento da 
genética molecular, não é possível separar, nas suas bases de informação, um 
caráter fenotípico de sua origem genotípica. Com efeito, qualquer caráter 
fenotípico usado é consequência da expressão de um ou mais genes que 
codificam as moléculas efetoras desse caráter.
Outro dos grandes aportes dessa etapa da “década da genômica’’, 
especialmente da análise do genoma humano, é a confirmação de que somos 
não somente um “saco” de várias dezenas de milhares de genes, mas que 
convivemos com uma enorme diversidade em nossos próprios genes, e que o 
grau de polimorfismos (muitos dos quais inócuos) é extremamente alto.
As condições que podem ter gerado esses grupamentos populacionais 
podem ser reversíveis: pensemos na espécie humana, nos grupos étnicos, 
provenientes de um tronco ancestral comum, diferenciados por razões 
geográficas, migratórias etc., e que, modificadas atualmente as condições, 
pela mobilidade presente de nossa espécie, as novas correntes migratórias e 
a globalização cultural demonstram a capacidade de reintegração dos citados 
grupamentos, tendo como fatores importantes de separação ou segregação 
fatores culturais, religiosos ou simplesmente de costumes locais (e não um 
verdadeiro isolamento reprodutivo).
Os estudos de genômica comparada já nos fizeram compreender que 
pouco nos separa dos grandes macacos (1,5 %) e ainda de outros mamíferos 
cujo genoma estamos apenas conhecendo (como os do camundongo e do rato, 
com os quais compartimos um percentual muito importante de nosso genoma).
Também nos permitirá rastrear com alta eficiência a trajetória das 
migrações dos hominídeos e a origem atual dos grupos étnicos de nossa 
espécie. Em um futuro próximo, em termos genéticos, cada vez teremos mais 
claro que mutações e que alelos predominam nas populações de diferentes 
partes do planeta, com os consequentes benefícios para a medicina preventiva.
11Odontologia Legal
Também poderemos ter clara a quantificação da variabilidade 
interindividual em diferentes populações caso finalmente algumas sociedades 
aceitem a confecção de bancos de dados de DNA de populações completas, 
tema este em plena discussão, por suas implicações éticas e pelos riscos que 
para o indivíduo tem o acesso a essa informação, como vem sendo discutido 
na Islândia, Letônia e algumas cidades dos Estados Unidos. Socialmente, 
surge um outro problema:
Faz sentido falar em raças humanas?
Observa-se que, do ponto de vista social e político, a resposta é 
negativa, mormente porque se utilizam asdiferenças fenotípicas como 
critérios de valor. Os argumentos genotípicos evidenciam que a variabilidade 
genômica entre grupos de características fenotípicas homogêneas é tão grande 
quanto naquele de características fenotípicas diferentes, o que põe por terra a 
noção de diferença dentro dos critérios genotípicos.
As diferenças fenotípicas, quiçá, não deveriam ser chamadas 
“diferenças” mas qualidades ou expressões diferenciais dos mesmos genes, 
isso sem contarmos que talvez o problema nem esteja no genoma mas na sua 
regulação, que ainda está muito longe de ser compreendida.
Por outras palavras, qual o significado, do ponto de vista genômico, 
do crescimento de um dado osso, do depósito preferencial de gorduras em 
determinadas regiões ou do aparecimento de uma certa pigmentação cutânea?
Como isso se relaciona e engrena com as demais variáveis no entorno 
das complexas regulações da tradução, da expressão, do transporte ou das mais 
complexas regulações provocadas por estímulos externos e pelas mudanças 
contínuas de adaptação?
Epistemologicamente em terceiro termo, uma vez que com grande 
probabilidade o problema tampouco esteja apenas nesses fatos, mas na 
“arbitrariedade” com que esses conceitos foram estabelecidos, associados aos 
conhecimentos disponíveis e à necessidade de uma classificação descontínua, 
própria do pensamento aristotélico que rege a nossa cosmovisão ocidental.
A história das raças, certamente, não escapa a essa “necessidade” 
particular do pensamento ocidental, donde sua explicação por meio de fenótipos 
que não estão perfeitamente correlacionados com a leitura genotípica.
12 Odontologia Legal
O passo seguinte, que consistiu em outorgar valores a essas 
classificações fenotípicas, hipotéticas e arbitrárias, é um mérito exclusivo da 
imbecilidade humana, em um grau superior àquele que gerou o caminho 
da visão cósmica ocidental, dentro das linhas do pensamento grego, do qual 
ainda somos incapazes de nos libertarmos.
Antropologia Forense II
Nos países onde a antropologia forense está institucionalizada, como 
Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Guatemala e Peru, ela é situada como 
um ramo especializado da antropologia biológica.
Seu surgimento partiu da necessidade de se construir um corpo 
teórico-metodológico com base em conhecimentos científicos específicos, 
e ao mesmo tempo multidisciplinares, que fosse capaz de lidar com restos 
humanos esqueletizados associados às cenas de crimes, ou, em situações 
menos comuns, com corpos mumificados ou cujas marcas dactilares tenham 
sido extirpadas.
Suas atribuições são exumar, analisar e identificar ossadas provenientes 
de fossas clandestinas individuais ou múltiplas, produzidas em casos criminais 
de narcotráfico, políticos, civis, de guerra, etc., além de descobrir em que 
circunstâncias ocorreu a morte do indivíduo e reconstituir a cena do crime.
Apesar da antropologia forense ser considerada um ramo especializado 
da antropologia biológica, ela na realidade agrega uma série de conhecimentos 
que extrapolam os limites desta última disciplina.
Nos Estados Unidos, país pioneiro na sua prática, às ciências sociais 
ocupam um lugar importante na formação dos profissionais, além de ser 
enfatizado não apenas o estudo dos tecidos duros (ossos e dentes), mas 
também as técnicas da arqueologia para a escavação, documentação e coleta 
dos vestígios.
As análises macroscópicas, dependendo da contextualização e do grau 
de preservação do material, podem fornecer estimativas acuradas de sexo, idade, 
altura, lateralidade, ancestralidade, causa de morte (arma de fogo, instrumento 
perfurocortante, estrangulamento, etc.), forma de morte (natural, homicídio, 
suicídio, acidente), além de características individualizadoras como doenças 
13Odontologia Legal
ou alterações biológicas ocorridas ao longo da vida do indivíduo e marcas de 
estresse ocupacional. 
Os dados obtidos através desta análise osteobiográfica são a chave 
para a identificação positiva de pessoas desaparecidas, além de alimentarem 
de forma mais precisa e completa bancos de dados utilizados em pesquisas 
epidemiológicas, como o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) 
representa para os cofres públicos.
No caso do Brasil, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID), 3,3% do PIB é gasto com os custos diretos da violência, o que 
representa um valor três vezes maior do que os custos que o país investe em 
ciência e tecnologia. Este é um assunto de especial interesse para a Senasp 
desde a implementação de laboratórios de DNA em todo o país.
Embora tenha representado um grande avanço nas atividades periciais, 
os exames de DNA são bastante dispendiosos. Ainda assim, cada vez mais 
eles vêm tomando o lugar de exames mais simples e baratos, como o da 
antropologia forense.
Finalmente, vale lembrar que a manifestação da violência é 
reconhecidamente um fenômeno que acompanha as sociedades humanas 
desde o alvorecer da espécie, caracterizando-se como um elemento inerente à 
vida em sociedade.
A perspectiva histórica nos mostra que, apesar de sua persistência ao 
longo do tempo, as motivações, a aplicação, o impacto e o entendimento da 
violência mudaram muito ao longo da trajetória humana, estando sempre 
intimamente relacionados ao contexto sociocultural onde está inserida. Mas 
revela também que diferentes mecanismos têm sido utilizados na busca por 
um maior equilíbrio da homeostase social.
Esta busca, sem dúvida, deve percorrer todos os caminhos possíveis nos 
variados setores da sociedade comprometidos com o bem-estar da população.
14 Odontologia Legal
A Utilização de Imagens na Identificação Humana em Odontologia 
Legal
A identificação corresponde ao conjunto de procedimentos diversos 
para individualizar uma pessoa ou objeto. A identificação pessoal é de suma 
importância em medicina forense, tanto por razões legais como humanitárias, 
sendo muito frequentemente iniciada antes mesmo de se determinar a causa 
da morte. Por intermédio da identificação, as pessoas podem preservar seus 
direitos, bem como terem cobrados os seus deveres, quer cíveis, quer penais.
A identificação humana post-mortem é uma das grandes áreas de 
estudo e pesquisa da odontologia legal e da medicina legal, pois as duas 
ciências trabalham com o mesmo material, o corpo humano, em vários 
estágios: espostejados, dilacerados, carbonizados, macerados, putrefeitos, 
em esqueletização e esqueletizados, sempre com o mesmo objetivo, ou seja, 
estabelecer a identidade humana.
A identificação é caracterizada pelo uso de técnicas e meios propícios 
para se chegar à identidade e pode ser realizada por técnicos treinados 
(judiciária ou policial) ou por profissionais com conhecimentos diferenciados 
e específicos na área biológica (medicolegal ou odontolegal), tendo uma 
sucessão praticamente ilimitada de técnicas e meios adequados para se chegar 
à identidade humana.
A antropologia forense e a utilização de imagens: Histórico
Historicamente, a aplicação da radiologia nas ciências forenses foi 
introduzida em 1896, apenas um ano após a descoberta dos raios X por 
Roentgen, para demonstrar a presença de balas de chumbo na cabeça de uma 
vítima. Schüller propôs a possibilidade de se utilizar imagens radiológicas dos 
seios faciais para fins de identificação.
Após essa publicação, muitas outras surgiram e, finalmente, Culbert 
e Law relataram a primeira identificação radiológica completa. Singleton 
empregou essa técnica num trabalho de identificação de corpos de um 
desastre em massa. Petersen reportou o incêndio do Hotel Hafnia, ocorrido 
em Copenhague, Dinamarca, em 1973, que causou 35 mortes.
15Odontologia Legal
Colaboraram com a equipe de identificação oito cirurgiões-dentistas, 
que realizaram em todas as vítimas exames visuais, fotográficos e de raios X 
e fizeram anotação detalhada do odontograma postmortem, finalizando seus 
trabalhos com uma comparação e avaliação das informações ante-mortem com 
os dados preliminares obtidos. Como resultado dotrabalho em cooperação da 
equipe odontológica, chegou-se à identificação de 74% das vítimas.
Kessler e Pemble demonstraram a atuação da odontologia legal na 
identificação das vítimas americanas na Operação Tempestade no Deserto. 
Dos 251 exames de reconhecimento dentário realizados, 244 possibilitaram 
a individualização e positiva identidade das pessoas. Tais exames foram 
facilitados pela existência de um arquivo com radiografias panorâmicas da 
maioria dos envolvidos com a operação; os casos não identificados foram 
justamente os que não apresentavam registros dentários prévios.
Austin-Smith e Maples descreveram um estudo de verificação da 
acurácia dos métodos de superposição de imagens na identificação de crânios 
humanos desconhecidos. 
Nesse trabalho, os autores procuraram verificar a exatidão do método 
sem fazer uso dos registros da dentição e puderam concluir que, mesmo 
sem utilizar os dados odontológicos, é possível realizar a superposição de 
imagens, identificando o indivíduo, se houver ao menos duas radiografias 
(frontal e lateral) anteriores ao óbito. Oliveira et al. realizaram um estudo 
com o objetivo de avaliar a possibilidade de o exame radiológico da coluna 
lombar determinar a identificação correta dos indivíduos, apesar das alterações 
evolutivas do envelhecimento.
A amostra, constituída de 60 pares de radiografias, foi misturada 
para que dois radiologistas reconstituíssem esses pares, pela comparação 
das vértebras de cada par, observando semelhanças e diferenças de detalhes 
anatômicos. Foi alcançado um correto pareamento de todas as radiografias, 
sendo que a análise estatística mostrou concordância de boa a perfeita entre 
os dois observadores, concluindo que a comparação radiográfica da coluna 
lombar é capaz de determinar a correta identificação dos indivíduos, apesar 
das alterações evolutivas do envelhecimento.
16 Odontologia Legal
A utilização de imagens em odontologia legal
Quando corpos precisam ser identificados, radiografias do falecido 
podem ser realizadas e comparadas com qualquer radiografia do presumido 
indivíduo quando vivo. Os seguintes detalhes anatômicos podem ser usados 
como parâmetros: forma dos dentes e raízes, dentes perdidos e presentes, 
raízes residuais, dentes supranumerários, atrito ou abrasão, fraturas coronárias, 
degrau de reabsorção de osso decorrente de doença periodontal, lesões 
ósseas, diastemas, formas e linhas das cavidades, cáries dentárias, tratamento 
endodôntico, pinos intrarradiculares e intracoronários e próteses dentárias.
Muitos escritos também denotam a importância da radiografia para 
a identificação humana pelo método comparativo utilizando padrões de osso 
trabeculares, seios frontais e maxilares, radiografias dentais e cefalometria e 
crescimento em comprimento dos dedos.
Radiografia comum A técnica de identificação utilizando radiografias 
comuns baseia-se na comparação entre radiografias ante-mortem, arquivadas 
em consultórios ou em centros de estudos odontológicos, e as radiografias 
obtidas post-mortem. 
Essas radiografias oferecem um grande número de informações do 
indivíduo.
Assim, podem ser observadas características anatômicas, como 
tamanho e forma das coroas, anatomia pulpar, posição e forma da crista 
do osso alveolar, além das características únicas e individuais resultantes de 
tratamentos dentários.
Radiografia Utilizada
Existem inúmeras variações das técnicas radiológicas digitalizadas 
descritas na literatura, entretanto, essencialmente, o método consiste nas 
seguintes etapas:
 ▪ Digitalização de imagens radiográficas com o emprego de um 
scanner ou câmera de vídeo ou, ainda, pela aquisição da imagem 
diretamente de um sistema de raios X acoplado a um computador 
com monitor, impressora e gravador de CD-ROM;
17Odontologia Legal
 ▪ Manipulação das imagens por um software adequado, permitindo 
comparações, seja por superposição, interposição ou subtração de 
imagens.
O emprego dessas técnicas modernas permite comparar com precisão 
relações espaciais das raízes e das estruturas de suporte dos dentes em imagens 
ante-mortem e post-mortem.
Há softwares que apresentam recursos de rotação, translação e ajuste 
de tamanho das imagens, facilitando a correção do posicionamento da 
radiografia post-mortem em relação à radiografia antemortem, sem que haja 
a necessidade de novas exposições.
É importante ressaltar que a questão da diferença de geometria entre 
as radiografias é o principal fator de erro neste tipo de técnica, e a correção 
acima mencionada é fundamental para reduzir o ruído obtido após o processo 
de subtração de imagens.
Tomografia Computadorizada
Também como um método radiológico de aquisição de imagens, útil 
na identificação humana, pode-se citar a tomografia computadorizada (TC), 
que pode ser obtida na forma tradicional, em imagem bidimensional e em 
imagem tridimensional.
A TC apresenta inúmeras vantagens em relação à projeção 
radiográfica tradicional. Primeiramente, pelo fato de estar livre do problema 
de superposição de estruturas além do plano de interesse e também por 
permitir a visualização de pequenas diferenças de densidade. A TC apresenta, 
ainda, outras vantagens, como a imagem segmentada, importante quando 
pontos internos devem ser observados, facilidade na manipulação da imagem, 
qualidade da imagem, com excelente escala de cores e transparência, obtenção 
de volume, área e medidas angulares e lineares.
Uma TC ante-mortem proporciona informações que podem 
ser utilizadas na produção de uma réplica post-mortem, considerando 
que os pontos craniométricos podem ser localizados com precisão e as 
18 Odontologia Legal
mensurações, obtidas com acurácia. Antropologicamente, a TC tem sido 
aplicada no estudo de crânios e também, no contexto forense, como um 
adicional nos processos de identificação. Além disso, estudos demonstraram 
a aplicabilidade da reconstrução facial por meio da TC tridimensional para 
a identificação individual.
19Odontologia Legal
Considerações Finais
Os estudos da genética clássica souberam reconhecer o complexo 
caminho da especiação quando ainda era desconhecido o código genético. 
Em todas as espécies com reprodução sexual e fertilização cruzada, existe um 
fluxo permanente de mutações, geradas por agentes físicos, químicos e mesmo 
erros na duplicação do DNA. As populações carregadas de polimorfismos dão 
origem a grupos diferenciáveis que, classicamente, têm se denominado raças 
e, potencialmente, a subespécies, segundo o grau de diferenciação - de acordo 
com diferentes critérios que podem ser adotados - e segundo o progressivo 
isolamento reprodutivo. 
Uma raça não é uma concepção pétrea, antes é uma categoria transitória, 
dinâmica, que muda de forma e de freqüência, ao sabor das condições 
históricas, geográficas, morfológicas e etológicas. Com o fito de elidir as 
dificuldades inerentes ao estudo da variabilidade das populações humanas, 
estas são agrupadas - seguindo o critério organizador antes mencionado - em 
grandes troncos geográfico-raciais, cognominados caucasóide, mongolóide e 
negróide. 
Poucas pesquisas no Brasil põem em evidência que o país como 
um todo tem uma composição genética tri étnica. Os diferentes genes 
caucasóides, mongoloides e negróides têm uma distribuição diferencial pelas 
distintas regiões brasileiras, mais em virtude de processos históricos, o que 
tem levado pesquisadores alienígenas ao conceito de que a cultura contribui 
para a segregação dos genes, contrariando o que os geneticistas do século XIX 
aceitavam como verdades incontestes, desprezando, entre outros, os elementos 
socioculturais, econômicos etc. como capazes de influenciar os resultados da 
miscigenação preferencial.
20 Odontologia Legal
A antropologia forense tem desempenhado um importante papel no 
combate à violência e à impunidade em muitos países do mundo. Nos Estados 
Unidos, a violência interpessoal já é a principal causa de mortes prematuras 
entre adultos jovens, sendo considerada uma epidemia e umproblema 
prioritário de saúde em todo o mundo. Esta situação levou a Organização 
Pan-Americana de Saúde (OPAS) a criar o Plano de Ação Regional para 
prevenção e atuação contra o crescimento da violência. 
Há inúmeras técnicas radiológicas que podem ser utilizadas para 
auxiliar na identificação humana, incluindo a determinação do gênero, do 
grupo étnico e, principalmente, da idade. Todavia, a aplicação de qualquer 
técnica citada depende da existência de um arquivo anterior que permita a 
comparação. Portanto, deve-se enfatizar a importância da manutenção de 
imagens radiológicas, por parte dos profissionais de saúde, obtidas durante 
o tratamento. 
A análise de radiografias e tomografias ante-mortem e post-mortem 
tornou-se uma ferramenta fundamental nos processos de identificação humana 
em odontologia legal, principalmente com o refinamento das técnicas e a 
incorporação de novas tecnologias. 
Diante da variedade de métodos disponíveis, o profissional em 
odontologia legal pode optar pelo método que melhor preencha as 
características necessárias para o sucesso da identificação que estiver realizando, 
tomando o cuidado na aplicação correta da técnica e na interpretação precisa 
das informações obtidas.
21Odontologia Legal
Referências
VANRELL, Jorge Paulete. Odontologia legal & antropologia forense. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Carvalho SPM, Silva RHA, Lopes Jr C, Sales-Peres A. A utilização de 
imagens na identificação humana em odontologia legal. Radiol Bras. 
2009;42(2):125–130.
Lessa A. Violência e impunidade em pauta: problemas e perspectivas 
sob a ótica da antropologia forense no Brasil. Ciênc saúde coletiva. 
200914(5):1855-1863.
22 Odontologia Legal
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	Histórico 
	e Desenvolvimento 
	da Odontologia Legal 
	e Documentos Odontolegais
	1.	Histórico e Desenvolvimento da Odontologia Legal 
	1.1 	A Especialidade Odontologia Legal: Competências e Organização 
	1.2 	Recomendações e Perfil para Atuação em Odontologia Legal 
	2. 	Documentos Odontolegais
	Referências
	A resposabilidade profissional e seus impactos nas perícias odontolegais 
	Para início de conversa…
	1.	A responsabilidade civil na odontologia 
	2.	Conselho Federal de Odontologia e os Conselhos Regionais 
	3.	Cuidados legais na prestação de serviços
	4.	Regulação da prática de Perícias Odontolegais
	5.	Definição do trabalho do perito
	6.	Áreas de atuação da perícia odontolegal 
	Sintese
	Referências
	_GoBack
	Traumatologia Forense I e II
	Para início de conversa…
	1.	Energias Lesivas
	Considerações Finais
	Referências
	Traumatologia Forense III e IV
	Para início de conversa…
	1.	Lesões por Arma Branca
	Considerações Finais
	Referências
	Identidade e Identificação Odontolegal 
	Para início de conversa…
	1.	Identificação
	Referências
	Antropologia Forense l e ll
	Para início de conversa…
	1.	Bases Antropológicas na Odontologia Legal
	Considerações Finais
	Referências

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