Buscar

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP - Universidade Paulista 
Educação a Distância 
Curso: Educação Física 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DA 
DEPRESSÃO. 
 
 
 
Produção Técnica Científica 
Interdisciplinar 
Professor: Ana Paula da Silva Azevedo 
COSTA, Daiane Sousa da / 1877738 
FERREIRA, Maria Gabriela Dias / 0501507 
OLIVEIRA, José Rozeno da Silva / 1884984 
SILVA, Dayana Karla Soares da / 1887812 
SOUZA, Everton Vinícius de / 1879309 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 Daiane Sousa da Costa 
Maria Gabriela Dias Ferreira 
José Rozeno da Silva Oliveira 
Dayana Karla Soares da Silva 
Everton Vinícius de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DA 
DEPRESSÃO 
 
 
 
Trabalho Monográfico – Curso de Graduação Plena em 
Educação Física apresentado à comissão julgadora da UNIP 
EaD sob orientação da professora Ana Paula da Silva Azevedo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
 
Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 6 
CAPÍTULO I: CARACTERIZAÇÃO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR... 8 
CAPÍTULO II: A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA 
PARA SAÚDE MENTAL....................................................................................... 14 
CAPÍTULO III: O IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA DEPRESSÃO................. 16 
CAPÍTULO IV: ATIVIDADE FÍSICA E BEM ESTAR............................................. 19 
METODOLOGIA................................................................................................... 22 
DISCUSSÃO......................................................................................................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 25 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 27 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS 
 
FIGURA: ALGUMAS CAUSAS DOS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E MANIA.....12 
QUADRO: AUMENTO DOS TRANSTORNOS MENTAIS DE 2019 A 2020......... 18 
 
 
 
RESUMO 
É evidente o aumento do número de pessoas que vivem com depressão, 
segundo a OMS houve uma crescente de aproximadamente 18% entre os anos de 
2005 e 2015. O processo depressivo está atrelado à estrutura que afeta o hipocampo, 
a amígdala e o córtex pré-frontal, essas três regiões do cérebro respondem por 
funções importantes como o processamento da memória, aprendizado, concentração 
e cognição. O tratamento da depressão costuma ser associativo entre os setores 
medicamentosos e variadas opções da esfera psicoterápica. É nesse contexto que a 
atividade física pode se apresentar como possibilidade de tratamento auxiliar aos 
tradicionais, ou até mesmo substituir alguns. Os benefícios da atividade física são 
evidenciados através da redução dos sintomas de ansiedade, da elevação da auto 
confiança favorecendo e motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos 
com sintomas depressivos e depressão diagnosticada. Baseado na abordagem 
acima, o presente estudo objetiva demonstrar a importância da atividade física no 
tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM) com uma alternativa não 
medicamentosa aos pacientes depressivos. O método utilizado foi o de estudo 
descritivo de revisão integrativa da literatura estudo de caso do Tipo Qualitativo 
analisando, apresentando e discutindo dados de 3 artigos sobre atividade física e 
depressão. Os autores tomaram como base estudos descritivos de revisões 
bibliográficas, livros, acervos eletrônicos de revistas da Internet, artigos científicos 
sobre o assunto em plataformas como ScieLO, Google Acadêmico, PubMed e LILACS 
entre outras. Baseado no que foi explanado e discutido, foi perceptível que os 
trabalhos demonstraram que a atividade física tem efeitos positivos no tratamento da 
depressão exigindo um mínimo de prática necessária, à necessidade de continuidade 
e melhores respostas em programas progressivos. 
Palavras chave: Depressão, Atividade Física, Exercício Físico. 
 
 
 
ABSTRACT 
The increase in the number of people living with depression is evident, 
according to the WHO there was an increase of approximately 18% between 2005 and 
2015. The depressive process is linked to the structure that affects the hippocampus, 
amygdala and pre- frontal, these three brain regions are responsible for important 
functions such as memory processing, learning, concentration and cognition. The 
treatment of depression is usually associative between the drug sectors and various 
options in the psychotherapeutic sphere. It is in this context that physical activity can 
present itself as a possibility of auxiliary treatment to the traditional ones, or even 
substitute for some. The benefits of physical activity are evidenced through the 
reduction of anxiety symptoms, the elevation of self-confidence, favoring and 
motivating changes in life habits in individuals with depressive symptoms and 
diagnosed depression. Based on the above approach, the present study aims to 
demonstrate the importance of physical activity in the treatment of Major Depressive 
Disorder (MDD) as a non-drug alternative for depressive patients. The method used 
was a descriptive study of an integrative literature review, a Qualitative Case Study, 
analyzing, presenting and discussing data from 3 articles on physical activity and 
depression. The authors were based on descriptive studies of bibliographic reviews, 
books, electronic collections of Internet journals, scientific articles on the subject on 
platforms such as ScieLO, Google Scholar, PubMed and LILACS, among others. 
Based on what was explained and discussed, it was noticeable that the studies showed 
that physical activity has positive effects in the treatment of depression, requiring a 
minimum of necessary practice, the need for continuity and better responses in 
progressive programs. 
KEY WORDS: Depression, Physical Activity, Physical Exercise. 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 É evidente o aumento do número de pessoas que vivem com depressão, 
segundo a OMS houve uma crescente de aproximadamente 18% entre os anos de 
2005 e 2015. Estima-se que atualmente mais de 300 milhões de indivíduos sofram 
com essa enfermidade. No cenário brasileiro, aproximadamente 5,8% da população 
seja depressiva, um total de 11,5 milhões de casos, maior índice da américa latina. 
A sintomatologia da depressão é bastante ampla e, segundo Del Porto (1999), 
inclui desde alterações do sono, apetite, ritmo cardíaco e até mudanças 
comportamentais e alterações motoras. Somado a isso, Maciel (2002) propõe que a 
depressão esteja relacionada a um bloqueio do potencial criativo do sujeito para dar 
conta da atual pluralização dos sentidos e das novas possibilidades existenciais. 
Alguns pacientes relatam também prejuízo na capacidade de pensar, concentrar-se 
ou tomar decisões. 
O processo depressivo está atrelado à estrutura que afeta o hipocampo, a 
amígdala e o córtex pré-frontal. Essas três regiões do cérebro respondem por funções 
importantes, como o processamento da memória, aprendizado, concentração e 
cognição. Por isso, indivíduos que enfrentam a doença podem ter problemas em tomar 
decisões, falta parcial de memória e dificuldade de concentração. 
O tratamento da depressão costuma ser associativo entre os setores 
medicamentosos e variadas opções da esfera psicoterápica, causando dependências 
das individualidades do caso e das preferências do terapeuta. É nesse contexto que 
a atividade física pode se apresentar como possibilidade de tratamento auxiliar aos 
tradicionais, ou até mesmo substituto de alguns. 
A atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou 
grupo de pessoaspraticar, envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, 
por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma 
ou mais aptidões físicas, além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como 
resultados os benefícios à saúde (Girdwood et al., 2011). 
Os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução dos 
sintomas de ansiedade, da elevação da autoconfiança, favorecendo e motivando as 
mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas depressivos e depressão 
7 
 
diagnosticada (BLUMENTHAL et al., 1999; DALEY et al., 2008). Paralelo a isso, 
Pereira et. al. (2006) identificou que a atividade física [AF] regular poderia proporcionar 
auxílio no tratamento da depressão por reduzir o risco de diminuição funcional, além 
de exigir do praticante um comprometimento ativo, melhorando a confiança em si 
mesmo, as adaptações metabólicas, capacidades funcionais, tratando da melhora da 
saúde física e psicológica. Sendo assim, inúmeras são as constatações sobre o valor 
da atividade física, do exercício e do esporte para a prevenção e reabilitação de várias 
doenças crônicas. 
Baseado na abordagem acima, o presente estudo objetiva demonstrar a 
importância da atividade física no tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM) 
com uma alternativa não medicamentosa aos pacientes depressivos. 
 
8 
 
2. REVISÃO DA LITERATURA 
I. CARACTERIZAÇÃO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
A palavra depressão provém do latim deprimere que significa abatimento, 
diminuição, afundamento. “O que se abate na depressão é o plano vital da pessoa” 
(Alonso-Fernández, 2010). 
O termo depressão é utilizado com frequência para se referir a qualquer um 
dos vários transtornos depressivos. Alguns estão classificados no Diagnostic and 
Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) por sintomas específicos: 
● Transtorno depressivo maior (muitas vezes chamado depressão maior); 
● Transtorno depressivo persistente (distimia); 
● Outro transtorno depressivo específico ou inespecífico. 
Outros são classificados pela etiologia: 
● Transtorno disfórico pré-menstrual; 
● Transtorno depressivo decorrente de outra condição médica; 
● Transtorno depressivo induzido por substância/medicação. 
Os transtornos depressivos ocorrem em qualquer idade, mas normalmente se 
desenvolvem em meados da adolescência, terceira ou quarta década de vida. Em 
contextos de atenção primária, até 30% dos pacientes relatam sintomas depressivos, 
porém < 10% têm depressão maior. 
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão é, segundo o Manual de 
Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV) de 2000: 
Um período de pelo menos duas semanas durante o qual existe humor 
depressivo ou perda de interesse em quase todas as atividades. Os 
indivíduos devem, também, experimentar pelo menos um sintoma 
adicional de uma lista que inclui alterações no apetite ou peso, sono e 
atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de 
desvalorização pessoal ou culpa, dificuldades em pensar, concentrar-
se ou tomar decisões, ou pensamentos recorrentes a propósito da 
morte ou ideação, planos ou tentativas suicidas. (VASCONCELOS-
RAPOSO et al, 2009, p. 22) 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028038_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028061_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028065_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v9170792_pt
9 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), depressão é um transtorno 
comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, 
estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores 
genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. 
Caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para 
interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas 
atividades. A causa exata é desconhecida, mas provavelmente envolve fatores 
hereditários, alterações nos níveis de neurotransmissores, alteração da função 
neuroendócrina e fatores psicossociais, portanto, o diagnóstico se dá a partir dos 
relatos do paciente, ou seja, de sua história e de exames do estado mental desse 
indivíduo após a coleta completa dessas informações. 
Como consequência, a depressão pode acarretar: perda de autonomia, 
aumento do risco de suicídio e redução da qualidade de vida (D. B. de Souza et al., 
2012) e agravamento de patologias já existentes como: 
● Demências (Alzheimer e Parkinson por exemplo); 
● Constipação intestinal; 
● Problemas cardíacos; 
● Distúrbios do sono; 
● Derrame cerebral; 
● Doenças de pele; 
● Úlcera gástrica; 
● Diabetes e alergias. 
 Trata-se de um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de 
sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa 
autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. Para 
Lehtinem & Joukamaa (1993 apud VIEIRA et al, 2007, p. 24), “a depressão é um 
transtorno de humor caracterizado por manifestações afetivas anormais que variam 
em relação a sua intensidade, frequência e duração na ocorrência dos sintomas”. 
Para Moniz (2007), indivíduos deprimidos têm cerca de uma vez e meia mais 
custos com a saúde do que os não deprimidos. Por outro lado, para além dos elevados 
custos econômicos, também ocorre uma multiplicidade de custos emocionais, entre 
10 
 
os quais o término da vida. Sabe-se que, quando são devidamente tratadas, 70% das 
depressões resolvem-se completamente, 20% mantêm-se residuais e apenas 10% se 
tornam crônicas. Pessoas com depressão apresentam maiores gastos com a saúde, 
incapacidade para o trabalho e menor adesão a tratamentos médicos prescritos 
(SIMON, 2003). 
Face aos dados acima descritos, a depressão na sociedade moderna constitui 
um importante problema de saúde pública, que preocupa as autoridades responsáveis 
em razão da sua prevalência e das características patológicas que essa doença 
adquire (MESQUITA, 2013). Os sintomas comprometem a capacidade dos indivíduos 
desenvolverem suas atividades na vida diária e acarretam prejuízos no desempenho 
profissional e nas relações interpessoais e, assim sendo, na qualidade de vida. 
 Os sintomas e sinais que caracterizam a depressão podem ser agrupados e 
organizados em quatro grandes grupos sintomatológicos que seguem (LACERDA et 
al, 2009): alterações no processamento emocional, que incluem “humor deprimido, 
viés negativo de interpretação, perda do interesse, sentimentos inapropriados de 
culpa, ideação suicida, ansiedade, irritabilidade e anedonia” (LACERDA et al, 2009); 
Alterações da Psicomotricidade, seja em sentido retardado ou excessivamente 
agitado, com presença de sintomas motores parkinsonianos, segundo Rogers et al 
(2000 apud LACERDA et al, 2009); Prejuízos neuropsicológicos, que afetam diversas 
funções cognitivas diárias como a tomada de decisão, capacidade de concentração, 
memória de longo prazo e se estendendo até comprometimentos físicos nos circuitos 
do córtex pré-frontal e perda de volume no hipocampo (MacQueen et al., 2003 apud 
LACERDA et al, 2009); Alterações do bioritmo, que abrangem aquelas referentes ao 
controle do apetite, manutenção do peso corporal, do ritmo circadiano ( insônia / 
sonolência excessiva). 
Os pacientes com todas as formas de depressão têm maior probabilidade de 
fazer uso abusivo de álcool ou de outras drogas ilícitas na tentativa de automedicar 
distúrbios do sono ou sintomas de ansiedade; entretanto, a depressão é uma causa 
menos comum de transtorno por uso de álcool e transtorno por uso de outras 
substânciasdo que já se pensou. 
 Os pacientes também têm mais chance de se tornarem fumantes pesados e 
de negligenciar sua saúde, aumentando o risco de desenvolvimento ou progressão de 
11 
 
outras enfermidades (p. ex., DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica]). A 
depressão pode reduzir as respostas imunitárias protetoras e também elevar o risco 
de doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico, 
talvez porque na depressão citocinas e fatores que aumentam a coagulação 
sanguínea estão elevados e a variabilidade da frequência cardíaca está reduzida — 
todos fatores de risco de doenças cardiovasculares. 
Sintomas ou transtornos depressivos podem acompanhar vários distúrbios 
físicos, incluindo doenças da tireoide, doenças da glândula adrenal, tumores cerebrais 
benignos e malignos, acidente vascular encefálico, AIDS, doença de Parkinson e 
esclerose múltipla (ver a tabela causas dos sintomas de depressão e mania). Certos 
fármacos, como corticoides, alguns betabloqueadores, interferona e reserpina, 
também podem resultar em transtornos depressivos. O abuso de algumas drogas 
recreativas (p. ex., álcool, anfetaminas) pode levar a ou acompanhar a depressão 
assim como efeitos tóxicos ou a abstinência de drogas podem causar sintomas 
depressivos transitórios. 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/vis%C3%A3o-geral-da-fun%C3%A7%C3%A3o-tireoidiana
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/vis%C3%A3o-geral-dos-dist%C3%BArbios-adrenais
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/tumores-intracranianos-e-espinhais/vis%C3%A3o-geral-dos-tumores-intracranianos
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-desmielinizantes/esclerose-m%C3%BAltipla-em
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1027894_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/toxicidade-e-abstin%C3%AAncia-de-%C3%A1lcool
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/anfetaminas
12 
 
 
 
13 
 
Fonte: MANUAL MSD Versão para Profissionais de Saúde 
 
14 
 
Diagnóstico: 
● Critérios clínicos (DSM-5); 
● Hemograma completo, eletrólitos, níveis de hormônio tireoestimulante 
(thyroid-stimulating hormone, TSH), vitamina B12 e folato para descartar 
enfermidades físicas que provocam depressão. 
O diagnóstico dos transtornos depressivos baseia-se na identificação dos sinais 
e sintomas e nos critérios clínicos descritos acima. Para ajudar a diferenciar 
transtornos depressivos de variações comuns no humor, deve existir sofrimento 
significativo ou comprometimento do funcionamento social, ocupacional ou de outras 
áreas importantes. 
Diversos questionários breves ajudam a identificar alguns sintomas 
depressivos, mas não podem ser usados isoladamente para o diagnóstico. Questões 
fechadas específicas ajudam a determinar se os pacientes têm os sintomas exigidos 
pelos critérios do DSM-5 para o diagnóstico de depressão maior. A gravidade é 
determinada por grau de sofrimento e incapacitação (física, social e ocupacional) e 
duração dos sintomas. O médico deve gentilmente, porém de forma direta, perguntar 
ao paciente sobre quaisquer pensamentos e planos de ferir a si mesmo ou outros, 
quaisquer ameaças prévias e/ou tentativas de suicídio e outros fatores de risco. 
Psicose e catatonia indicam depressão grave. Características melancólicas indicam 
depressão moderada ou grave. Condições físicas coexistentes, transtornos de abuso 
de substâncias e transtornos de ansiedade podem acrescentar gravidade. 
II. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA PARA 
SAÚDE MENTAL 
 A depressão está associada a uma alta incapacidade e perda social. Muitos 
estudos apontam a possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, 
apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários. Entre as hipóteses que 
tentam explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais 
aceitas é a hipótese das Endorfinas. 
O cérebro e outros tecidos produzem várias endorfinas que tem efeitos 
similares à morfina, que podem reduzir a sensação de dor e produzir um estado de 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/comportamento-suicida-e-autoles%C3%A3o/comportamento-suicida
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade
15 
 
euforia. Entretanto, essa ideia não tem consenso entre os pesquisadores. Alguns 
deles, por exemplo, preferem acreditar que a melhora do afeto, associada ao exercício 
físico, é obtida através da alteração de uma das monoaminas (dopamina, serotonina, 
noradrenalina). 
Outra hipótese seria a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a 
hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da autoestima mediante a prática do 
exercício, sustentando que os exercícios em longos prazos ou os exercícios intensivos 
melhorariam a imagem de si mesmo e, consequentemente, a autoestima. Os efeitos 
benéficos da atividade física em indivíduos com depressão podem ser mediados 
igualmente por mecanismos psicossociais (reforço social, senso de controle) ou de 
forma alternativa, os fisiológicos (liberação de endorfina, das monoaminas e 
serotonina) (SMITH & SMITH 1990; THIRLAWAY & BENTON, 1992), sendo que a 
participação dos pacientes nos exercícios está associada a um conjunto útil na 
administração da depressão. 
A atividade física pode ser indicada de maneira não medicamentosa conjunta 
às terapias farmacológicas e psicoterápicas, e alguns estudos trazem a ideia de que 
a atividade física possui benefícios comparáveis aos da psicoterapia (RIBEIRO, 1998). 
Dentre os benefícios que a atividade física pode proporcionar, podemos citar os 
anatômicos, fisiológicos, respiratórios e cardiovasculares, preventivos de doenças 
relacionadas ao sedentarismo e a obesidade, melhora do sistema imunológico, 
fortalecimento das articulações, melhora do condicionamento físico. Além destes 
benefícios que são gerais para indivíduos que praticam atividade física, podemos 
destacar benefícios mais específicos para os indivíduos que se encontram em 
depressão, como psicológicos (melhora total da autoestima, do humor e do bem-estar, 
afastamento dos pensamentosnegativos), e sociais. 
Seguindo essa linha de raciocínio, vemos o quanto a atividade pode nos 
proporcionar quando praticada regularmente. Não só fisicamente, mas socialmente 
também. Estamos exercitando corpo e mente, fazendo com que eles trabalhem em 
sintonia, nos dando as sensações de prazer e conquista.
III. O IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA DEPRESSÃO 
16 
 
O termo depressão permeia a vida das pessoas desde tempos muito remotos, 
relatos do antigo testamento contam que o Rei Saul descreveu uma crise depressiva 
da qual fora atingido, também através do suicídio de Ajax ocorrido na Ilíada de 
Homero, em 1854, o médico Jules Falret denominou folie circulaire como sendo um 
quadro de alterações periódicas de humor em que o paciente apresentava depressão 
e mania, mais somente em 1960 o termo depressão passou a ser utilizado como 
indicativo de quadros de desânimo ou perda de interesse pela vida, vindo à tona o 
conceito da depressão através da queda de algumas crenças e superstições que 
outrora fundamentavam os transtornos mentais até então. 
Nos dias atuais a depressão é definida como um transtorno do humor e uma 
de suas características principais é o rebaixamento do humor e perda de prazer e 
interesse nas atividades pertencentes ao cotidiano, suas alterações variam conforme 
o nível de intensidade da doença que pode vir a acometer o indivíduo de formas leve 
até a mais grave incluindo sintomas de ordem emocional físicas e cognitivas, sendo 
mais comuns sintomas como apatia, alteração de peso, anedonia, distúrbios do sono, 
sentimento de culpa ou inutilidade, ideação suicida, alteração da libido, dificuldade de 
concentração, com consequências incapacitantes, tais sintomas que podem 
prejudicar o desempenho individual, diminuição da produtividade até o afastamento 
laboral, podendo causar um impacto socioeconômico desencadeado pela depressão. 
Um dos grandes destaques da depressão está não somente em sua 
prevalência como também nas taxas de mortalidade, sendo ela uma das principais 
causas de absenteísmo e presenteísmo no ambiente de trabalho, a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) estimava que a depressão seria responsável por 9,8% do 
total de anos saudáveis desperdiçados pela humanidade em 2030, porém a 
estimativa foi alcançada já em 2010, tendo um aumento considerável nos anos de 
2005 e 2017 o que aumentou sua prevalência em 18%, em 2017 (ANDRADE 
FILHO,2019). 
 Em seu relatório anual a OMS apontou 11,5 milhões de indivíduos acometidos 
pela doença, o equivalente a 5,8% da população, sendo o Brasil o país de maior 
prevalência entre as nações em desenvolvimento, a maior morbidade de depressão 
da América Latina e a segunda maior nas Américas, em primeiro lugar está os 
Estados Unidos com 17,4 milhões de casos, 5,9% da população, gerando gastos em 
17 
 
torno de dos 800 bilhões de dólares por ano responsável pelo Produto Interno Bruto 
(PIB) de países como a Turquia, estima-se ainda que a depressão e a ansiedade 
sejam responsáveis por uma perda anual de produtividade de mais de um trilhão de 
dólares (ANDRADE FILHO,2019). 
A população Mundial foi pega de surpresa desde o fim de 2019 quando 
surgiram os primeiros pacientes apresentando sintomas de uma síndrome respiratória 
aguda grave (SARS), na China, e em janeiro de 2020 por meio de amostras de fluido 
brônquio-alveolar desses pacientes, foi identificado um novo coronavírus 
posteriormente denominado de SARS-CoV-22, passando a ser chamada de COVID-
19 e em 11 de março de 2020 a OMS seguiu com o decreto de pandemia, alterando 
a vida e a rotina das pessoas de forma abrupta, pois em muito pouco tempo uma das 
medidas para seu combate foi o distanciamento social apresentando consequências 
psicológicas e psiquiátricas em casos que não tiveram cuidados adequados. A revisão 
de estudos sobre situações de isolamento e distanciamento aponta alta prevalência 
de efeitos psicológicos negativos, destacando aqui a incidência de humor rebaixado e 
irritabilidade, ao lado de raiva, medo e insônia, muitas vezes de longa duração. 
A pandemia trouxe graves consequências a saúde mental da população 
brasileira, que já estava em números alarmantes mesmo antes do início da pandemia, 
as pessoas apresentaram fadiga pandêmica, termo utilizado pela OMS, mas são 
sintomas parecidos já com a síndrome de Burnout, estresse crônico, agudo e pós 
traumático, agravando os transtornos pré-existentes, principalmente de quadros 
ansiosos e depressivos já existentes e aumentando seus números conforme se 
prolongou o afastamento social, crise financeira, instabilidade, mudança de rotina 
(QUEIROZ, 2021; MAGALHÃES, GARCIA, 2021). 
Nos casos de episódios depressivos leves, o desempenho no trabalho e o grau 
de capacidade laborativa do indivíduo podem apresentar acentuada queda de 
rendimento, embora ainda seja possível permanecer no trabalho. Todavia, quando se 
trata de episódios considerados moderados e graves, a dificuldade para o 
desempenho profissional torna-se comprometida, ocorrendo, na maioria das vezes, 
afastamento do trabalho. No contexto do trabalho, os sintomas de depressão 
prejudicam as relações interpessoais e a produtividade do trabalhador. 
18 
 
Esse agravamento trouxe o foco mundial para a saúde mental e no Brasil estão 
se estruturando protocolos, sendo estudados como os profissionais podem atender 
seus pacientes, abrindo por exemplo chamadas de vídeo, atendimento online, 
explorando a tecnologia e todos os recursos ao alcance para que se consiga alcançar 
o maior número de pessoas, mesmo porque ainda há o desafio dos próprios pacientes 
não buscarem ajuda ou se afastarem da ajuda médica e acompanhamento devido ao 
distanciamento e piora do quadro, além da automedicação ter aumentado (QUEIROZ, 
2021). 
O Ministério do Trabalho e Previdência demonstra em seus números um 
crescimento de 29% de aumento em concessões de auxílio-doença relacionados a 
saúde mental e comportamental, sendo a depressão e a ansiedade os principais 
casos de afastamento. 
Quadro: Aumento dos transtornos mentais de 2019 a 2020 
TRANSTORNOS MENTAIS 2019 2020 Aumento 
em % 
Transtorno depressivo decorrente, episódio 
atual grave com sintomas psicóticos 
5.260 9.097 97% 
Transtorno depressivo decorrente, episódio 
atual grave sem sintomas psicóticos 
15.80
8 
26.32
7 
88% 
Esquizofrenia paranóide 3.005 5.499 83% 
Transtorno afetivo bipolar, episódio atual 
depressivo grave sem sintomas psicóticos 
2.801 5.088 82% 
Transtorno de pânico 6.537 11.34
1 
73% 
Episódio depressivo grave com sintomas 
psicóticos 
5.260 9.097 73% 
Episódios depressivos 27.76
5 
20.89
8 
- 
Transtornos misto ansioso e depressivo 15.64
8 
20.98
6 
34% 
Ansiedade generalizada 7.939 13.64
6 
71% 
19 
 
Outros transtornos ansiosos 15.10
1 
14.96
0 
- 
Fonte: CAVALLINI, 2021 
A depressão está associada ao estresse agudo e crise de ansiedade e a seus 
fatores, aumentando em 90% os casos. A Fiocruz (2021) chama a atenção aos três 
pilares: espaço, tempo e condições. Os limites entre vida pessoal, home office e 
atividades domésticas estão ausentes chama a atenção a casos que o aumento de 
convívio intrafamiliar também se torna um estressor e associado negativamente à 
depressão, como é o caso de LGBTs, dando ênfase aos bissexuais, quando não 
aceitos em casa, e mulheres que têm sofrido com o aumento de trabalhos domésticos, 
com violência doméstica e também são em maior número na linha de frente contra o 
vírus do Covid-19 (GAMEIRO, 2020). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atenta-se ao aumento dos índices de 
suicídio, das dificuldades frente ao mercado de trabalho, a diminuição da oferta de 
emprego, gerou mais empregos informais e temporários, aumentando a 
competitividade gerando ainda mais tensão e diminuindo o apoio social e alavancando 
o afastamento por saúde mental. Nesta montanha russa que não vemos nada a frente, 
não sabemos como ficará apósa pandemia, temos pessoas ao nosso lado com as 
mesmas angústias e sofrimentos (GAMEIRO, 2020). 
Barros et al (2020) fala também que no Brasil a depressão atingiu 40% dos 
adultos e é frequente em mais de 50% a sensação de nervosismo e ansiedade, ou 
seja, os que já tinham problemas com o sono se agravou e ainda se uniu aos que 
passaram a ter, principalmente os que já tinham sidos diagnosticados com depressão. 
Neri, Teston e Araújo (2020) em sua pesquisa demonstra que por volta de 25% 
estudantes da área da saúde apresentam sintomas da depressão, porem a maioria 
não busca ajuda, por razões como a estigmas relacionados a transtornos mentais 
(psicofobia), custos e medo das consequências no currículo e falta de tempo. 
IV. ATIVIDADE FÍSICA E BEM ESTAR 
O conceito de bem estar é amplamente discutido no âmbito da ciência 
principalmente nos últimos tempos. A essência da definição está associada ao grau 
de satisfação emocional das pessoas em paralelo à qualidade de vida. 
20 
 
Parece, portanto, que satisfação com a vida teve suas origens nas 
concepções de qualidade de vida, tendo sido um conceito apropriado 
e redefinido por estudiosos das ciências comportamentais para 
compor um dos elementos que integram a definição de bem-estar 
subjetivo” (SIQUEIRA; PADOVAM, 2008, p. 204). 
Atualmente é unânime a indicação da prática regular de atividades físicas como 
auxiliar em diversos tipos de tratamento devido aos seus benefícios, inclusive o bem 
estar. Estudos realizados por Edwards et al. (2005) mostraram que pessoas que 
praticaram regularmente atividades físicas demonstraram mais autonomia, 
crescimento pessoal, propósito na vida, relações positivas, autoaceitação e 
competência esportiva, e essas descobertas foram associadas à melhoria na saúde 
mental e bem-estar psicológico. 
Estudos tem mostrado a contribuição do exercício físico como terapia auxiliar 
às usuais, tendo impacto benéfico no quadro depressivo e apontando ainda que a falta 
da atividade física estaria ligada a diversos tipos de depressão (DIMEO et al., 2001; 
SALMON, 2001 apud VIEIRA; PORCU; ROCHA, 2007). Contribuindo com essa 
perspectiva alguns autores afirmam haver relação inversa entre a atividade física e a 
chance de adultos serem acometidos pela depressão (TEYCHENNE; BALL; 
SALMON, 2008 apud VASCONCELOS-RAPOSO et al, 2009). 
Conforme Ryff e Keyes (1995, apud ALMEIDA; PEREIRA; FERNANDES, 2018) 
é possível definir o bem-estar como a tentativa atribuída ao autoaperfeiçoamento e 
promoção do potencial inerente ao indivíduo. Baseado nisso, estudos realizados com 
objetivo de verificar a influência da prática de diferentes tipos de atividade física no 
bem estar psicológico de jovens, inferiu que a falta dessa prática influencia 
diretamente o bem estar dessas pessoas. 
Os principais resultados, além de evidenciarem que existe uma 
elevada percentagem de alunos que não praticam qualquer atividade 
desportiva fora do contexto escolar com consequências negativas 
para algumas das dimensões do seu bem-estar psicológico, indiciam 
que a prática de desportos coletivos promove níveis mais elevados 
nas dimensões domínio do meio, estabelecimento de relações 
positivas com os outros, formulação de objetivos na vida, aceitação de 
si e bem-estar psicológico global (ALMEIDA; PEREIRA; 
FERNANDES, 2018, p. 18). 
Sendo assim, os pesquisadores puderam concluir que os fatores próprios da 
prática de atividade física contribuem para que os adolescentes apresentem melhorias 
21 
 
tanto no bem estar do estado físico quanto psicológico (ALMEIDA; PEREIRA; 
FERNANDES, 2018). 
No que diz respeito aos idosos, pode-se afirmar que também existe evidência 
da relação positiva entre exercício físico e bem estar, tornado tal prática de extrema 
necessidade nesse grupo populacional auxiliando na promoção do envelhecimento 
saudável, isso quando praticado de forma contínua, há de se destacar, quando são 
notáveis efeitos fisiológicos estabilizados pela maneira continuada da prática, 
diferente dos exercícios num curto período de tempo (RUUSKANEN; RUOPPILA, 
1995). 
Ainda nesse sentido, Kaushal et al. (2019) verificaram que idosos, por exemplo, 
que praticam treinamento multimodal de exercícios com uma frequência de 180 
minutos por semana demonstraram melhora significativa nos indicadores de qualidade 
de vida relacionada à saúde estudados. Portanto, fica clara que dentro do contexto da 
intervenção da atividade física na vida deles direcionaram melhorias significativas na 
qualidade de vida (AWICK et al., 2018). 
 
22 
 
3. METODOLOGIA 
Estudo de Caso do Tipo Qualitativo, analisando, apresentando e discutindo 
dados de 3 artigos sobre atividade física e depressão. Utilizaremos estudos descritivos 
de revisões bibliográficas, livros, acervos eletrônicos de revistas da Internet, artigos 
científicos sobre o assunto em plataformas como ScieLO, Google Acadêmico, 
PubMed e LILACS entre outras. 
 
23 
 
4. DISCUSSÃO 
Os benefícios adquiridos da prática da atividade física por pessoas com 
depressão encontrados nos documentos publicados, no final desta pesquisa, 
apresentaram evidências positivas. Portanto, pode-se considerar que alguns estudos 
apontam que existem justificativas provenientes de investigações científicas para a 
adoção regular da atividade física na depressão. Porém, é necessário um nível 
mínimo de atividade ou o equivalente à aproximadamente 30 minutos de exercício de 
intensidade moderada, de acordo com órgãos de saúde pública (Dunn et al., 2001; 
Dunn et al., 2005). 
Conforme a maioria dos artigos encontrados na pesquisa, há explicações 
quanto aos aspectos fisiológicos, ligados aos neurotransmissores. E também 
psicológicos, como a interação social, a distração, autocontrole, expectativa de 
mudança e prazer pela atividade. 
Segundo Werneck Neto (2009) a dopamina e a serotonina são 
neurotransmissores que compartilham ativamente o controle das emoções. A 
serotonina está relacionada a inúmeras doenças, entre elas: depressão, fobia social, 
ansiedade, esquizofrenia, enxaqueca, transtorno obsessivo-compulsivo, hipertensão 
arterial e a Doença de Parkinson (DP). A dopamina é um neurotransmissor com 
associação fisiopatológica com sintomas na depressão e vários sintomas de 
transtornos depressivos estão ligados à deficiência em função da dopamina. 
Entre os pesquisadores há também a hipótese das endorfinas para explicar tais 
melhorias como consequência da atividade física. O cérebro e outros tecidos têm a 
capacidade de produzir endorfinas que possuem efeito similares a morfina, podendo 
reduzir a sensação de dor e causando estado de euforia. Porém, não existe um 
consenso entre os pesquisadores e alguns ainda preferem acreditar na alteração de 
uma das monoaminas (dopamina, serotonina, noradrenalina). 
Verificamos nos estudos analisados que foram utilizados diferentes 
intensidades e diferentes parâmetros para prescrever a intensidade do esforço 
durante o exercício, embora o contexto moderado tenha sido usado na maioria deles. 
Embora tenha sido utilizado diferentes formas para medir variáveis de intensidade, 
24 
 
pudemos observar que o estado de humor teve uma melhora após sessões de 
exercícios aeróbio com intensidades distintas. 
Vale considerar que é quase unânime o entendimento dos pesquisadores 
citados neste trabalho, no sentido de que as atividades físicas trazem benefícios, 
especialmente fisiológicos e psicológicos, às pessoas acometidas pela depressão. 
É fundamental que os tratamentos sejam multidisciplinares, com apoio de 
psicólogos, nutricionistas, profissionais de educação física, pois é especialmente 
importante muita atividade física para indivíduos que apresentam obesidade e que 
são acometidos pela depressão. 
 
25 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ansiedade e esporte estão intimamente relacionados. Essa relação pode ser 
estabelecida a partir de dois pontos de vista. Por um lado, o desporto e, sobretudo,a 
competição, podem provocar um aumento dos níveis de ansiedade nos atletas 
profissionais. Por outro lado, a atividade física pode ajudar a reduzir esses níveis em 
pessoas que não são profissionais do esporte e até mesmo em populações especiais. 
No primeiro dos aspectos delineados, os efeitos da ansiedade no desempenho 
esportivo vêm sendo amplamente estudados há décadas. A profissionalização da 
maioria das modalidades desportivas acarreta um grau de exigência crescente, o que 
repercute numa análise exaustiva de qualquer fator que, em maior ou menor medida, 
e direta ou indiretamente, possa influenciar o resultado final da competição. Vários 
estudos têm relacionado um alto nível de ansiedade com um pior desempenho do 
atleta. 
No entanto, a secreção de adrenalina produzida pela ansiedade em situações 
estressantes, como pode ocorrer antes de um evento esportivo importante, é um mero 
mecanismo de defesa e só é prejudicial se os níveis e o estado emocional não forem 
controlados. Portanto, se bem gerenciada, e acompanhada de um aumento na 
ativação ou “excitação” do atleta, a ansiedade pode até melhorar os resultados 
esportivos. 
Por outro lado, como já foi apontado, o exercício físico pode ser benéfico 
quando utilizado como terapia para reduzir a ansiedade tanto em pessoas saudáveis 
quanto em indivíduos com diversas doenças. A liberação de vários hormônios, 
juntamente com fatores psicológicos decorrentes da atividade física, pode levar os 
pacientes a melhorar esse aspecto de suas vidas. 
O exercício físico também pode ter um papel positivo na redução da ansiedade 
em pacientes que abusam de determinadas substâncias. Wang et ai. realizaram uma 
meta-análise de estudos sobre os efeitos do exercício físico nos transtornos por abuso 
de substâncias e afirmaram que o exercício físico reduz a ansiedade e a depressão, 
além de aumentar efetivamente a taxa de abstinência. Esses efeitos foram 
observados mais em pessoas viciadas em álcool ou drogas ilegais do que naquelas 
que abusavam do tabaco. Os resultados encontrados foram semelhantes em estudos 
26 
 
com diferentes tipos e níveis de intensidade de exercício, bem como com diferentes 
períodos de acompanhamento dos pacientes. 
Após a revisão de literatura realizada, pode-se afirmar que a prática de 
exercício físico pode ser uma faca de dois gumes, pois pode ser causa de ansiedade 
se não for devidamente controlada e, sobretudo, em alta competição, mas ao mesmo 
tempo pode ser um tratamento muito válido – até melhor que outros como o 
farmacológico – para este problema. 
Para o esporte de alto rendimento, pode-se afirmar que, em termos gerais, a 
ansiedade gerada pela alta competição não é boa nem ruim, mas depende de como 
ela é gerenciada. E justamente para realizar uma correta gestão do mesmo, a figura 
do treinador torna-se imprescindível. 
Também foi demonstrado que, tanto nos casos de ansiedade estado, ou seja, 
aquela que está associada a uma situação específica, quanto na ansiedade traço, que 
é aquela que está mais ligada a aspectos intrínsecos e de personalidade de cada 
pessoa, o exercício físico realizado sair regularmente reduz o grau de ansiedade, 
proporcionando uma sensação de bem-estar, melhorando o humor e a autoestima, 
bem como a qualidade do sono. 
Por fim, o exercício físico como terapia contra a ansiedade também é válido 
para populações especiais, como hemofílicos, epilépticos, dependentes químicos e 
alcoolistas, o que sugere que possivelmente poderia ser utilizado também em outros 
grupos de risco. 
 
 
27 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA, L. M.; PEREIRA, H. P.; FERNANDES, H. M. Efeitos de diferentes tipos de 
prática desportiva no bem-estar psicológico de jovens estudantes do ensino 
profissional. Revista Iberoamericana de psicología del ejercicio y el deporte. v. 
13, nº 1, p. 15-21, 2018. 
ANTUNES, H. K. M. et al. Escores de depressão, ansiedade e qualidade de vida em 
idosos após um programa de exercícios aeróbios. Revista brasileira de psiquiatria, 
São paulo, v. 27, n. 4, p. 266-271, 2005. 
AWICK, E. A. et al. Effects of a randomized exercise trial on physical activity, 
psychological distress and quality of life in older adults. Gen Hosp Psychiatry. v. 49, 
p. 44-50, 2018. 
BARROS, M. A. et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e 
problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-
19. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, v.29, n.4, 2020. 
CAVALLINI, M. Pandemia faz crescer concessões de auxílio-doença para 
doenças psicológicas. 2021. Disponível em: 
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/10/16/pandemia-faz-crescer-
concessoes-de-auxilio-doenca-para-doencas-psicologicas.ghtml> Acesso em 
05.11.2021. 
DUNN, A. L., TRIVEDI, M. H., KAMPERT, J. B., CLARK, C. G,, CHAMBLISS, H. O. 
Tratamento de exercícios para depressão: eficácia e resposta a doses. Am J Prev 
Med. v. 28, n 1, p. 1-8, 2005. 
EDWARDS, S. D. et al. Exploring the relationship between physical activity, 
psychological well-being and physical self-perception in diferent exercise groups. 
SAJR SPER. v. 27, nº 1, p. 75-90, 2005. 
GARCIA, C.D. Fobia social específica e generalizada: diferenças e semelhanças 
na relação com a vergonha e autocriticismo. 2013, 46f. Psicologia Clínica e de 
Saúde, especialização em Intervenções Cognitivo-Comportamentais nas 
Perturbações Psicológicas e de Saúde (mestrado), Universidade de Coimbra / 
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Coimbra, 2013. 
GONÇALVES, D. A. et al. COVID-19 and obesity: An epidemiologic Analys os the 
Brazilian Data. International Journal os Endocrinology, v. 2021. Disponível em: < 
https://www2.ufjf.br/noticias/wp-content/uploads/sites/2/2021/05/covid-19-and-
obesity-an-epidemiologic-analysis-of-the.pdf> Acesso em: 06.11.2021. 
KAUSHAL, N. et al. Investigating dose-response effects of multimodal exercise 
programs on health-related quality of life in older adults. Clinical Interventions in 
Aging. v. 14, p. 209-217, 2019. 
28 
 
LACERDA, A. L. T. de et al. Depressão: Do neurônio ao funcionamento social. 
Porto Alegre: Artmed, 2009. 360 p. 
MAGALHÃES, R. A.; GARCIA, J. M. M.. Efeitos psicológicos do isolamento social no 
Brasil durante a pandemia de COVID-19. Revista Científica Multidisciplinar 
Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 01, Vol. 01, pp. 18-33. 2021. Disponível em: 
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/isolamento-social> Acesso 
em 05.11.2021. 
NERI, J. V. D.; TESTON, A. P. M.; ARAÚJO, D. C. M. Uso de ansiolíticos e 
antidepressivos por acadêmicos da área da saúde: uma revisão bibliográfica. Braz. 
J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75673-75686, 2020. 
RUUSKANEN, J. M.; RUOPPILA, I. Physical activity and psychological well-being 
among people aged 65 to 84 years. Age and Aging. v. 24, nº, p. 292-296, 1995. 
SIQUEIRA, Mirlene Maria M.; PADOVAM, Valquiria A. R. Bases teóricas de bem-
estar subjetivo, bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia: Teoria e 
Pesquisa. v. 24, n. 2, p. 201-209, 2008. 
VASCONCELOS-RAPOSO, J. et al. Relação entre exercício físico, depressão e 
índice de massa corporal. Revista Motricidade, Portugal, v.5, n. 1, p 21-32, 2009. 
VIEIRA, J. L. L.; PORCU, M.; ROCHA, P. G. M. A prática de exercícios físicos 
regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão. 
Jornal brasileiro de psiquiatria, Paraná, v. 56, n. 1, p. 23-28. 2007. 
WERNECK NETO, A. L. D. S.; VINCENT, M. B., ROSSO, A. L. Z. Tratamento da 
depressão e dos sintomas motores na doença de Parkinson: Estudo com um 
antagonista 5-HT2a/c. UFRJ, 2009.

Continue navegando