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UNIP - Universidade Paulista Educação a Distância Curso: Educação Física A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO. Produção Técnica Científica Interdisciplinar Professor: Ana Paula da Silva Azevedo COSTA, Daiane Sousa da / 1877738 FERREIRA, Maria Gabriela Dias / 0501507 OLIVEIRA, José Rozeno da Silva / 1884984 SILVA, Dayana Karla Soares da / 1887812 SOUZA, Everton Vinícius de / 1879309 SÃO PAULO 2022 Daiane Sousa da Costa Maria Gabriela Dias Ferreira José Rozeno da Silva Oliveira Dayana Karla Soares da Silva Everton Vinícius de Souza A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO Trabalho Monográfico – Curso de Graduação Plena em Educação Física apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob orientação da professora Ana Paula da Silva Azevedo. SÃO PAULO 2022 Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................ 6 CAPÍTULO I: CARACTERIZAÇÃO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR... 8 CAPÍTULO II: A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA PARA SAÚDE MENTAL....................................................................................... 14 CAPÍTULO III: O IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA DEPRESSÃO................. 16 CAPÍTULO IV: ATIVIDADE FÍSICA E BEM ESTAR............................................. 19 METODOLOGIA................................................................................................... 22 DISCUSSÃO......................................................................................................... 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 27 LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS FIGURA: ALGUMAS CAUSAS DOS SINTOMAS DE DEPRESSÃO E MANIA.....12 QUADRO: AUMENTO DOS TRANSTORNOS MENTAIS DE 2019 A 2020......... 18 RESUMO É evidente o aumento do número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS houve uma crescente de aproximadamente 18% entre os anos de 2005 e 2015. O processo depressivo está atrelado à estrutura que afeta o hipocampo, a amígdala e o córtex pré-frontal, essas três regiões do cérebro respondem por funções importantes como o processamento da memória, aprendizado, concentração e cognição. O tratamento da depressão costuma ser associativo entre os setores medicamentosos e variadas opções da esfera psicoterápica. É nesse contexto que a atividade física pode se apresentar como possibilidade de tratamento auxiliar aos tradicionais, ou até mesmo substituir alguns. Os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução dos sintomas de ansiedade, da elevação da auto confiança favorecendo e motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas depressivos e depressão diagnosticada. Baseado na abordagem acima, o presente estudo objetiva demonstrar a importância da atividade física no tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM) com uma alternativa não medicamentosa aos pacientes depressivos. O método utilizado foi o de estudo descritivo de revisão integrativa da literatura estudo de caso do Tipo Qualitativo analisando, apresentando e discutindo dados de 3 artigos sobre atividade física e depressão. Os autores tomaram como base estudos descritivos de revisões bibliográficas, livros, acervos eletrônicos de revistas da Internet, artigos científicos sobre o assunto em plataformas como ScieLO, Google Acadêmico, PubMed e LILACS entre outras. Baseado no que foi explanado e discutido, foi perceptível que os trabalhos demonstraram que a atividade física tem efeitos positivos no tratamento da depressão exigindo um mínimo de prática necessária, à necessidade de continuidade e melhores respostas em programas progressivos. Palavras chave: Depressão, Atividade Física, Exercício Físico. ABSTRACT The increase in the number of people living with depression is evident, according to the WHO there was an increase of approximately 18% between 2005 and 2015. The depressive process is linked to the structure that affects the hippocampus, amygdala and pre- frontal, these three brain regions are responsible for important functions such as memory processing, learning, concentration and cognition. The treatment of depression is usually associative between the drug sectors and various options in the psychotherapeutic sphere. It is in this context that physical activity can present itself as a possibility of auxiliary treatment to the traditional ones, or even substitute for some. The benefits of physical activity are evidenced through the reduction of anxiety symptoms, the elevation of self-confidence, favoring and motivating changes in life habits in individuals with depressive symptoms and diagnosed depression. Based on the above approach, the present study aims to demonstrate the importance of physical activity in the treatment of Major Depressive Disorder (MDD) as a non-drug alternative for depressive patients. The method used was a descriptive study of an integrative literature review, a Qualitative Case Study, analyzing, presenting and discussing data from 3 articles on physical activity and depression. The authors were based on descriptive studies of bibliographic reviews, books, electronic collections of Internet journals, scientific articles on the subject on platforms such as ScieLO, Google Scholar, PubMed and LILACS, among others. Based on what was explained and discussed, it was noticeable that the studies showed that physical activity has positive effects in the treatment of depression, requiring a minimum of necessary practice, the need for continuity and better responses in progressive programs. KEY WORDS: Depression, Physical Activity, Physical Exercise. 6 1. INTRODUÇÃO É evidente o aumento do número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS houve uma crescente de aproximadamente 18% entre os anos de 2005 e 2015. Estima-se que atualmente mais de 300 milhões de indivíduos sofram com essa enfermidade. No cenário brasileiro, aproximadamente 5,8% da população seja depressiva, um total de 11,5 milhões de casos, maior índice da américa latina. A sintomatologia da depressão é bastante ampla e, segundo Del Porto (1999), inclui desde alterações do sono, apetite, ritmo cardíaco e até mudanças comportamentais e alterações motoras. Somado a isso, Maciel (2002) propõe que a depressão esteja relacionada a um bloqueio do potencial criativo do sujeito para dar conta da atual pluralização dos sentidos e das novas possibilidades existenciais. Alguns pacientes relatam também prejuízo na capacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões. O processo depressivo está atrelado à estrutura que afeta o hipocampo, a amígdala e o córtex pré-frontal. Essas três regiões do cérebro respondem por funções importantes, como o processamento da memória, aprendizado, concentração e cognição. Por isso, indivíduos que enfrentam a doença podem ter problemas em tomar decisões, falta parcial de memória e dificuldade de concentração. O tratamento da depressão costuma ser associativo entre os setores medicamentosos e variadas opções da esfera psicoterápica, causando dependências das individualidades do caso e das preferências do terapeuta. É nesse contexto que a atividade física pode se apresentar como possibilidade de tratamento auxiliar aos tradicionais, ou até mesmo substituto de alguns. A atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoaspraticar, envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os benefícios à saúde (Girdwood et al., 2011). Os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução dos sintomas de ansiedade, da elevação da autoconfiança, favorecendo e motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas depressivos e depressão 7 diagnosticada (BLUMENTHAL et al., 1999; DALEY et al., 2008). Paralelo a isso, Pereira et. al. (2006) identificou que a atividade física [AF] regular poderia proporcionar auxílio no tratamento da depressão por reduzir o risco de diminuição funcional, além de exigir do praticante um comprometimento ativo, melhorando a confiança em si mesmo, as adaptações metabólicas, capacidades funcionais, tratando da melhora da saúde física e psicológica. Sendo assim, inúmeras são as constatações sobre o valor da atividade física, do exercício e do esporte para a prevenção e reabilitação de várias doenças crônicas. Baseado na abordagem acima, o presente estudo objetiva demonstrar a importância da atividade física no tratamento do Transtorno Depressivo Maior (TDM) com uma alternativa não medicamentosa aos pacientes depressivos. 8 2. REVISÃO DA LITERATURA I. CARACTERIZAÇÃO DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR A palavra depressão provém do latim deprimere que significa abatimento, diminuição, afundamento. “O que se abate na depressão é o plano vital da pessoa” (Alonso-Fernández, 2010). O termo depressão é utilizado com frequência para se referir a qualquer um dos vários transtornos depressivos. Alguns estão classificados no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) por sintomas específicos: ● Transtorno depressivo maior (muitas vezes chamado depressão maior); ● Transtorno depressivo persistente (distimia); ● Outro transtorno depressivo específico ou inespecífico. Outros são classificados pela etiologia: ● Transtorno disfórico pré-menstrual; ● Transtorno depressivo decorrente de outra condição médica; ● Transtorno depressivo induzido por substância/medicação. Os transtornos depressivos ocorrem em qualquer idade, mas normalmente se desenvolvem em meados da adolescência, terceira ou quarta década de vida. Em contextos de atenção primária, até 30% dos pacientes relatam sintomas depressivos, porém < 10% têm depressão maior. O Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão é, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV) de 2000: Um período de pelo menos duas semanas durante o qual existe humor depressivo ou perda de interesse em quase todas as atividades. Os indivíduos devem, também, experimentar pelo menos um sintoma adicional de uma lista que inclui alterações no apetite ou peso, sono e atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de desvalorização pessoal ou culpa, dificuldades em pensar, concentrar- se ou tomar decisões, ou pensamentos recorrentes a propósito da morte ou ideação, planos ou tentativas suicidas. (VASCONCELOS- RAPOSO et al, 2009, p. 22) https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028038_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028061_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1028065_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v9170792_pt 9 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), depressão é um transtorno comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades. A causa exata é desconhecida, mas provavelmente envolve fatores hereditários, alterações nos níveis de neurotransmissores, alteração da função neuroendócrina e fatores psicossociais, portanto, o diagnóstico se dá a partir dos relatos do paciente, ou seja, de sua história e de exames do estado mental desse indivíduo após a coleta completa dessas informações. Como consequência, a depressão pode acarretar: perda de autonomia, aumento do risco de suicídio e redução da qualidade de vida (D. B. de Souza et al., 2012) e agravamento de patologias já existentes como: ● Demências (Alzheimer e Parkinson por exemplo); ● Constipação intestinal; ● Problemas cardíacos; ● Distúrbios do sono; ● Derrame cerebral; ● Doenças de pele; ● Úlcera gástrica; ● Diabetes e alergias. Trata-se de um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. Para Lehtinem & Joukamaa (1993 apud VIEIRA et al, 2007, p. 24), “a depressão é um transtorno de humor caracterizado por manifestações afetivas anormais que variam em relação a sua intensidade, frequência e duração na ocorrência dos sintomas”. Para Moniz (2007), indivíduos deprimidos têm cerca de uma vez e meia mais custos com a saúde do que os não deprimidos. Por outro lado, para além dos elevados custos econômicos, também ocorre uma multiplicidade de custos emocionais, entre 10 os quais o término da vida. Sabe-se que, quando são devidamente tratadas, 70% das depressões resolvem-se completamente, 20% mantêm-se residuais e apenas 10% se tornam crônicas. Pessoas com depressão apresentam maiores gastos com a saúde, incapacidade para o trabalho e menor adesão a tratamentos médicos prescritos (SIMON, 2003). Face aos dados acima descritos, a depressão na sociedade moderna constitui um importante problema de saúde pública, que preocupa as autoridades responsáveis em razão da sua prevalência e das características patológicas que essa doença adquire (MESQUITA, 2013). Os sintomas comprometem a capacidade dos indivíduos desenvolverem suas atividades na vida diária e acarretam prejuízos no desempenho profissional e nas relações interpessoais e, assim sendo, na qualidade de vida. Os sintomas e sinais que caracterizam a depressão podem ser agrupados e organizados em quatro grandes grupos sintomatológicos que seguem (LACERDA et al, 2009): alterações no processamento emocional, que incluem “humor deprimido, viés negativo de interpretação, perda do interesse, sentimentos inapropriados de culpa, ideação suicida, ansiedade, irritabilidade e anedonia” (LACERDA et al, 2009); Alterações da Psicomotricidade, seja em sentido retardado ou excessivamente agitado, com presença de sintomas motores parkinsonianos, segundo Rogers et al (2000 apud LACERDA et al, 2009); Prejuízos neuropsicológicos, que afetam diversas funções cognitivas diárias como a tomada de decisão, capacidade de concentração, memória de longo prazo e se estendendo até comprometimentos físicos nos circuitos do córtex pré-frontal e perda de volume no hipocampo (MacQueen et al., 2003 apud LACERDA et al, 2009); Alterações do bioritmo, que abrangem aquelas referentes ao controle do apetite, manutenção do peso corporal, do ritmo circadiano ( insônia / sonolência excessiva). Os pacientes com todas as formas de depressão têm maior probabilidade de fazer uso abusivo de álcool ou de outras drogas ilícitas na tentativa de automedicar distúrbios do sono ou sintomas de ansiedade; entretanto, a depressão é uma causa menos comum de transtorno por uso de álcool e transtorno por uso de outras substânciasdo que já se pensou. Os pacientes também têm mais chance de se tornarem fumantes pesados e de negligenciar sua saúde, aumentando o risco de desenvolvimento ou progressão de 11 outras enfermidades (p. ex., DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica]). A depressão pode reduzir as respostas imunitárias protetoras e também elevar o risco de doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico, talvez porque na depressão citocinas e fatores que aumentam a coagulação sanguínea estão elevados e a variabilidade da frequência cardíaca está reduzida — todos fatores de risco de doenças cardiovasculares. Sintomas ou transtornos depressivos podem acompanhar vários distúrbios físicos, incluindo doenças da tireoide, doenças da glândula adrenal, tumores cerebrais benignos e malignos, acidente vascular encefálico, AIDS, doença de Parkinson e esclerose múltipla (ver a tabela causas dos sintomas de depressão e mania). Certos fármacos, como corticoides, alguns betabloqueadores, interferona e reserpina, também podem resultar em transtornos depressivos. O abuso de algumas drogas recreativas (p. ex., álcool, anfetaminas) pode levar a ou acompanhar a depressão assim como efeitos tóxicos ou a abstinência de drogas podem causar sintomas depressivos transitórios. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/vis%C3%A3o-geral-da-fun%C3%A7%C3%A3o-tireoidiana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/vis%C3%A3o-geral-dos-dist%C3%BArbios-adrenais https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/tumores-intracranianos-e-espinhais/vis%C3%A3o-geral-dos-tumores-intracranianos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv/infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-v%C3%ADrus-da-imunodefici%C3%AAncia-humana-hiv https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-desmielinizantes/esclerose-m%C3%BAltipla-em https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos#v1027894_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/toxicidade-e-abstin%C3%AAncia-de-%C3%A1lcool https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/anfetaminas 12 13 Fonte: MANUAL MSD Versão para Profissionais de Saúde 14 Diagnóstico: ● Critérios clínicos (DSM-5); ● Hemograma completo, eletrólitos, níveis de hormônio tireoestimulante (thyroid-stimulating hormone, TSH), vitamina B12 e folato para descartar enfermidades físicas que provocam depressão. O diagnóstico dos transtornos depressivos baseia-se na identificação dos sinais e sintomas e nos critérios clínicos descritos acima. Para ajudar a diferenciar transtornos depressivos de variações comuns no humor, deve existir sofrimento significativo ou comprometimento do funcionamento social, ocupacional ou de outras áreas importantes. Diversos questionários breves ajudam a identificar alguns sintomas depressivos, mas não podem ser usados isoladamente para o diagnóstico. Questões fechadas específicas ajudam a determinar se os pacientes têm os sintomas exigidos pelos critérios do DSM-5 para o diagnóstico de depressão maior. A gravidade é determinada por grau de sofrimento e incapacitação (física, social e ocupacional) e duração dos sintomas. O médico deve gentilmente, porém de forma direta, perguntar ao paciente sobre quaisquer pensamentos e planos de ferir a si mesmo ou outros, quaisquer ameaças prévias e/ou tentativas de suicídio e outros fatores de risco. Psicose e catatonia indicam depressão grave. Características melancólicas indicam depressão moderada ou grave. Condições físicas coexistentes, transtornos de abuso de substâncias e transtornos de ansiedade podem acrescentar gravidade. II. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA PARA SAÚDE MENTAL A depressão está associada a uma alta incapacidade e perda social. Muitos estudos apontam a possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários. Entre as hipóteses que tentam explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais aceitas é a hipótese das Endorfinas. O cérebro e outros tecidos produzem várias endorfinas que tem efeitos similares à morfina, que podem reduzir a sensação de dor e produzir um estado de https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/comportamento-suicida-e-autoles%C3%A3o/comportamento-suicida https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade 15 euforia. Entretanto, essa ideia não tem consenso entre os pesquisadores. Alguns deles, por exemplo, preferem acreditar que a melhora do afeto, associada ao exercício físico, é obtida através da alteração de uma das monoaminas (dopamina, serotonina, noradrenalina). Outra hipótese seria a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da autoestima mediante a prática do exercício, sustentando que os exercícios em longos prazos ou os exercícios intensivos melhorariam a imagem de si mesmo e, consequentemente, a autoestima. Os efeitos benéficos da atividade física em indivíduos com depressão podem ser mediados igualmente por mecanismos psicossociais (reforço social, senso de controle) ou de forma alternativa, os fisiológicos (liberação de endorfina, das monoaminas e serotonina) (SMITH & SMITH 1990; THIRLAWAY & BENTON, 1992), sendo que a participação dos pacientes nos exercícios está associada a um conjunto útil na administração da depressão. A atividade física pode ser indicada de maneira não medicamentosa conjunta às terapias farmacológicas e psicoterápicas, e alguns estudos trazem a ideia de que a atividade física possui benefícios comparáveis aos da psicoterapia (RIBEIRO, 1998). Dentre os benefícios que a atividade física pode proporcionar, podemos citar os anatômicos, fisiológicos, respiratórios e cardiovasculares, preventivos de doenças relacionadas ao sedentarismo e a obesidade, melhora do sistema imunológico, fortalecimento das articulações, melhora do condicionamento físico. Além destes benefícios que são gerais para indivíduos que praticam atividade física, podemos destacar benefícios mais específicos para os indivíduos que se encontram em depressão, como psicológicos (melhora total da autoestima, do humor e do bem-estar, afastamento dos pensamentosnegativos), e sociais. Seguindo essa linha de raciocínio, vemos o quanto a atividade pode nos proporcionar quando praticada regularmente. Não só fisicamente, mas socialmente também. Estamos exercitando corpo e mente, fazendo com que eles trabalhem em sintonia, nos dando as sensações de prazer e conquista. III. O IMPACTO SOCIOECONÔMICO DA DEPRESSÃO 16 O termo depressão permeia a vida das pessoas desde tempos muito remotos, relatos do antigo testamento contam que o Rei Saul descreveu uma crise depressiva da qual fora atingido, também através do suicídio de Ajax ocorrido na Ilíada de Homero, em 1854, o médico Jules Falret denominou folie circulaire como sendo um quadro de alterações periódicas de humor em que o paciente apresentava depressão e mania, mais somente em 1960 o termo depressão passou a ser utilizado como indicativo de quadros de desânimo ou perda de interesse pela vida, vindo à tona o conceito da depressão através da queda de algumas crenças e superstições que outrora fundamentavam os transtornos mentais até então. Nos dias atuais a depressão é definida como um transtorno do humor e uma de suas características principais é o rebaixamento do humor e perda de prazer e interesse nas atividades pertencentes ao cotidiano, suas alterações variam conforme o nível de intensidade da doença que pode vir a acometer o indivíduo de formas leve até a mais grave incluindo sintomas de ordem emocional físicas e cognitivas, sendo mais comuns sintomas como apatia, alteração de peso, anedonia, distúrbios do sono, sentimento de culpa ou inutilidade, ideação suicida, alteração da libido, dificuldade de concentração, com consequências incapacitantes, tais sintomas que podem prejudicar o desempenho individual, diminuição da produtividade até o afastamento laboral, podendo causar um impacto socioeconômico desencadeado pela depressão. Um dos grandes destaques da depressão está não somente em sua prevalência como também nas taxas de mortalidade, sendo ela uma das principais causas de absenteísmo e presenteísmo no ambiente de trabalho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava que a depressão seria responsável por 9,8% do total de anos saudáveis desperdiçados pela humanidade em 2030, porém a estimativa foi alcançada já em 2010, tendo um aumento considerável nos anos de 2005 e 2017 o que aumentou sua prevalência em 18%, em 2017 (ANDRADE FILHO,2019). Em seu relatório anual a OMS apontou 11,5 milhões de indivíduos acometidos pela doença, o equivalente a 5,8% da população, sendo o Brasil o país de maior prevalência entre as nações em desenvolvimento, a maior morbidade de depressão da América Latina e a segunda maior nas Américas, em primeiro lugar está os Estados Unidos com 17,4 milhões de casos, 5,9% da população, gerando gastos em 17 torno de dos 800 bilhões de dólares por ano responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) de países como a Turquia, estima-se ainda que a depressão e a ansiedade sejam responsáveis por uma perda anual de produtividade de mais de um trilhão de dólares (ANDRADE FILHO,2019). A população Mundial foi pega de surpresa desde o fim de 2019 quando surgiram os primeiros pacientes apresentando sintomas de uma síndrome respiratória aguda grave (SARS), na China, e em janeiro de 2020 por meio de amostras de fluido brônquio-alveolar desses pacientes, foi identificado um novo coronavírus posteriormente denominado de SARS-CoV-22, passando a ser chamada de COVID- 19 e em 11 de março de 2020 a OMS seguiu com o decreto de pandemia, alterando a vida e a rotina das pessoas de forma abrupta, pois em muito pouco tempo uma das medidas para seu combate foi o distanciamento social apresentando consequências psicológicas e psiquiátricas em casos que não tiveram cuidados adequados. A revisão de estudos sobre situações de isolamento e distanciamento aponta alta prevalência de efeitos psicológicos negativos, destacando aqui a incidência de humor rebaixado e irritabilidade, ao lado de raiva, medo e insônia, muitas vezes de longa duração. A pandemia trouxe graves consequências a saúde mental da população brasileira, que já estava em números alarmantes mesmo antes do início da pandemia, as pessoas apresentaram fadiga pandêmica, termo utilizado pela OMS, mas são sintomas parecidos já com a síndrome de Burnout, estresse crônico, agudo e pós traumático, agravando os transtornos pré-existentes, principalmente de quadros ansiosos e depressivos já existentes e aumentando seus números conforme se prolongou o afastamento social, crise financeira, instabilidade, mudança de rotina (QUEIROZ, 2021; MAGALHÃES, GARCIA, 2021). Nos casos de episódios depressivos leves, o desempenho no trabalho e o grau de capacidade laborativa do indivíduo podem apresentar acentuada queda de rendimento, embora ainda seja possível permanecer no trabalho. Todavia, quando se trata de episódios considerados moderados e graves, a dificuldade para o desempenho profissional torna-se comprometida, ocorrendo, na maioria das vezes, afastamento do trabalho. No contexto do trabalho, os sintomas de depressão prejudicam as relações interpessoais e a produtividade do trabalhador. 18 Esse agravamento trouxe o foco mundial para a saúde mental e no Brasil estão se estruturando protocolos, sendo estudados como os profissionais podem atender seus pacientes, abrindo por exemplo chamadas de vídeo, atendimento online, explorando a tecnologia e todos os recursos ao alcance para que se consiga alcançar o maior número de pessoas, mesmo porque ainda há o desafio dos próprios pacientes não buscarem ajuda ou se afastarem da ajuda médica e acompanhamento devido ao distanciamento e piora do quadro, além da automedicação ter aumentado (QUEIROZ, 2021). O Ministério do Trabalho e Previdência demonstra em seus números um crescimento de 29% de aumento em concessões de auxílio-doença relacionados a saúde mental e comportamental, sendo a depressão e a ansiedade os principais casos de afastamento. Quadro: Aumento dos transtornos mentais de 2019 a 2020 TRANSTORNOS MENTAIS 2019 2020 Aumento em % Transtorno depressivo decorrente, episódio atual grave com sintomas psicóticos 5.260 9.097 97% Transtorno depressivo decorrente, episódio atual grave sem sintomas psicóticos 15.80 8 26.32 7 88% Esquizofrenia paranóide 3.005 5.499 83% Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave sem sintomas psicóticos 2.801 5.088 82% Transtorno de pânico 6.537 11.34 1 73% Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos 5.260 9.097 73% Episódios depressivos 27.76 5 20.89 8 - Transtornos misto ansioso e depressivo 15.64 8 20.98 6 34% Ansiedade generalizada 7.939 13.64 6 71% 19 Outros transtornos ansiosos 15.10 1 14.96 0 - Fonte: CAVALLINI, 2021 A depressão está associada ao estresse agudo e crise de ansiedade e a seus fatores, aumentando em 90% os casos. A Fiocruz (2021) chama a atenção aos três pilares: espaço, tempo e condições. Os limites entre vida pessoal, home office e atividades domésticas estão ausentes chama a atenção a casos que o aumento de convívio intrafamiliar também se torna um estressor e associado negativamente à depressão, como é o caso de LGBTs, dando ênfase aos bissexuais, quando não aceitos em casa, e mulheres que têm sofrido com o aumento de trabalhos domésticos, com violência doméstica e também são em maior número na linha de frente contra o vírus do Covid-19 (GAMEIRO, 2020). A Organização Mundial da Saúde (OMS) atenta-se ao aumento dos índices de suicídio, das dificuldades frente ao mercado de trabalho, a diminuição da oferta de emprego, gerou mais empregos informais e temporários, aumentando a competitividade gerando ainda mais tensão e diminuindo o apoio social e alavancando o afastamento por saúde mental. Nesta montanha russa que não vemos nada a frente, não sabemos como ficará apósa pandemia, temos pessoas ao nosso lado com as mesmas angústias e sofrimentos (GAMEIRO, 2020). Barros et al (2020) fala também que no Brasil a depressão atingiu 40% dos adultos e é frequente em mais de 50% a sensação de nervosismo e ansiedade, ou seja, os que já tinham problemas com o sono se agravou e ainda se uniu aos que passaram a ter, principalmente os que já tinham sidos diagnosticados com depressão. Neri, Teston e Araújo (2020) em sua pesquisa demonstra que por volta de 25% estudantes da área da saúde apresentam sintomas da depressão, porem a maioria não busca ajuda, por razões como a estigmas relacionados a transtornos mentais (psicofobia), custos e medo das consequências no currículo e falta de tempo. IV. ATIVIDADE FÍSICA E BEM ESTAR O conceito de bem estar é amplamente discutido no âmbito da ciência principalmente nos últimos tempos. A essência da definição está associada ao grau de satisfação emocional das pessoas em paralelo à qualidade de vida. 20 Parece, portanto, que satisfação com a vida teve suas origens nas concepções de qualidade de vida, tendo sido um conceito apropriado e redefinido por estudiosos das ciências comportamentais para compor um dos elementos que integram a definição de bem-estar subjetivo” (SIQUEIRA; PADOVAM, 2008, p. 204). Atualmente é unânime a indicação da prática regular de atividades físicas como auxiliar em diversos tipos de tratamento devido aos seus benefícios, inclusive o bem estar. Estudos realizados por Edwards et al. (2005) mostraram que pessoas que praticaram regularmente atividades físicas demonstraram mais autonomia, crescimento pessoal, propósito na vida, relações positivas, autoaceitação e competência esportiva, e essas descobertas foram associadas à melhoria na saúde mental e bem-estar psicológico. Estudos tem mostrado a contribuição do exercício físico como terapia auxiliar às usuais, tendo impacto benéfico no quadro depressivo e apontando ainda que a falta da atividade física estaria ligada a diversos tipos de depressão (DIMEO et al., 2001; SALMON, 2001 apud VIEIRA; PORCU; ROCHA, 2007). Contribuindo com essa perspectiva alguns autores afirmam haver relação inversa entre a atividade física e a chance de adultos serem acometidos pela depressão (TEYCHENNE; BALL; SALMON, 2008 apud VASCONCELOS-RAPOSO et al, 2009). Conforme Ryff e Keyes (1995, apud ALMEIDA; PEREIRA; FERNANDES, 2018) é possível definir o bem-estar como a tentativa atribuída ao autoaperfeiçoamento e promoção do potencial inerente ao indivíduo. Baseado nisso, estudos realizados com objetivo de verificar a influência da prática de diferentes tipos de atividade física no bem estar psicológico de jovens, inferiu que a falta dessa prática influencia diretamente o bem estar dessas pessoas. Os principais resultados, além de evidenciarem que existe uma elevada percentagem de alunos que não praticam qualquer atividade desportiva fora do contexto escolar com consequências negativas para algumas das dimensões do seu bem-estar psicológico, indiciam que a prática de desportos coletivos promove níveis mais elevados nas dimensões domínio do meio, estabelecimento de relações positivas com os outros, formulação de objetivos na vida, aceitação de si e bem-estar psicológico global (ALMEIDA; PEREIRA; FERNANDES, 2018, p. 18). Sendo assim, os pesquisadores puderam concluir que os fatores próprios da prática de atividade física contribuem para que os adolescentes apresentem melhorias 21 tanto no bem estar do estado físico quanto psicológico (ALMEIDA; PEREIRA; FERNANDES, 2018). No que diz respeito aos idosos, pode-se afirmar que também existe evidência da relação positiva entre exercício físico e bem estar, tornado tal prática de extrema necessidade nesse grupo populacional auxiliando na promoção do envelhecimento saudável, isso quando praticado de forma contínua, há de se destacar, quando são notáveis efeitos fisiológicos estabilizados pela maneira continuada da prática, diferente dos exercícios num curto período de tempo (RUUSKANEN; RUOPPILA, 1995). Ainda nesse sentido, Kaushal et al. (2019) verificaram que idosos, por exemplo, que praticam treinamento multimodal de exercícios com uma frequência de 180 minutos por semana demonstraram melhora significativa nos indicadores de qualidade de vida relacionada à saúde estudados. Portanto, fica clara que dentro do contexto da intervenção da atividade física na vida deles direcionaram melhorias significativas na qualidade de vida (AWICK et al., 2018). 22 3. METODOLOGIA Estudo de Caso do Tipo Qualitativo, analisando, apresentando e discutindo dados de 3 artigos sobre atividade física e depressão. Utilizaremos estudos descritivos de revisões bibliográficas, livros, acervos eletrônicos de revistas da Internet, artigos científicos sobre o assunto em plataformas como ScieLO, Google Acadêmico, PubMed e LILACS entre outras. 23 4. DISCUSSÃO Os benefícios adquiridos da prática da atividade física por pessoas com depressão encontrados nos documentos publicados, no final desta pesquisa, apresentaram evidências positivas. Portanto, pode-se considerar que alguns estudos apontam que existem justificativas provenientes de investigações científicas para a adoção regular da atividade física na depressão. Porém, é necessário um nível mínimo de atividade ou o equivalente à aproximadamente 30 minutos de exercício de intensidade moderada, de acordo com órgãos de saúde pública (Dunn et al., 2001; Dunn et al., 2005). Conforme a maioria dos artigos encontrados na pesquisa, há explicações quanto aos aspectos fisiológicos, ligados aos neurotransmissores. E também psicológicos, como a interação social, a distração, autocontrole, expectativa de mudança e prazer pela atividade. Segundo Werneck Neto (2009) a dopamina e a serotonina são neurotransmissores que compartilham ativamente o controle das emoções. A serotonina está relacionada a inúmeras doenças, entre elas: depressão, fobia social, ansiedade, esquizofrenia, enxaqueca, transtorno obsessivo-compulsivo, hipertensão arterial e a Doença de Parkinson (DP). A dopamina é um neurotransmissor com associação fisiopatológica com sintomas na depressão e vários sintomas de transtornos depressivos estão ligados à deficiência em função da dopamina. Entre os pesquisadores há também a hipótese das endorfinas para explicar tais melhorias como consequência da atividade física. O cérebro e outros tecidos têm a capacidade de produzir endorfinas que possuem efeito similares a morfina, podendo reduzir a sensação de dor e causando estado de euforia. Porém, não existe um consenso entre os pesquisadores e alguns ainda preferem acreditar na alteração de uma das monoaminas (dopamina, serotonina, noradrenalina). Verificamos nos estudos analisados que foram utilizados diferentes intensidades e diferentes parâmetros para prescrever a intensidade do esforço durante o exercício, embora o contexto moderado tenha sido usado na maioria deles. Embora tenha sido utilizado diferentes formas para medir variáveis de intensidade, 24 pudemos observar que o estado de humor teve uma melhora após sessões de exercícios aeróbio com intensidades distintas. Vale considerar que é quase unânime o entendimento dos pesquisadores citados neste trabalho, no sentido de que as atividades físicas trazem benefícios, especialmente fisiológicos e psicológicos, às pessoas acometidas pela depressão. É fundamental que os tratamentos sejam multidisciplinares, com apoio de psicólogos, nutricionistas, profissionais de educação física, pois é especialmente importante muita atividade física para indivíduos que apresentam obesidade e que são acometidos pela depressão. 25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ansiedade e esporte estão intimamente relacionados. Essa relação pode ser estabelecida a partir de dois pontos de vista. Por um lado, o desporto e, sobretudo,a competição, podem provocar um aumento dos níveis de ansiedade nos atletas profissionais. Por outro lado, a atividade física pode ajudar a reduzir esses níveis em pessoas que não são profissionais do esporte e até mesmo em populações especiais. No primeiro dos aspectos delineados, os efeitos da ansiedade no desempenho esportivo vêm sendo amplamente estudados há décadas. A profissionalização da maioria das modalidades desportivas acarreta um grau de exigência crescente, o que repercute numa análise exaustiva de qualquer fator que, em maior ou menor medida, e direta ou indiretamente, possa influenciar o resultado final da competição. Vários estudos têm relacionado um alto nível de ansiedade com um pior desempenho do atleta. No entanto, a secreção de adrenalina produzida pela ansiedade em situações estressantes, como pode ocorrer antes de um evento esportivo importante, é um mero mecanismo de defesa e só é prejudicial se os níveis e o estado emocional não forem controlados. Portanto, se bem gerenciada, e acompanhada de um aumento na ativação ou “excitação” do atleta, a ansiedade pode até melhorar os resultados esportivos. Por outro lado, como já foi apontado, o exercício físico pode ser benéfico quando utilizado como terapia para reduzir a ansiedade tanto em pessoas saudáveis quanto em indivíduos com diversas doenças. A liberação de vários hormônios, juntamente com fatores psicológicos decorrentes da atividade física, pode levar os pacientes a melhorar esse aspecto de suas vidas. O exercício físico também pode ter um papel positivo na redução da ansiedade em pacientes que abusam de determinadas substâncias. Wang et ai. realizaram uma meta-análise de estudos sobre os efeitos do exercício físico nos transtornos por abuso de substâncias e afirmaram que o exercício físico reduz a ansiedade e a depressão, além de aumentar efetivamente a taxa de abstinência. Esses efeitos foram observados mais em pessoas viciadas em álcool ou drogas ilegais do que naquelas que abusavam do tabaco. Os resultados encontrados foram semelhantes em estudos 26 com diferentes tipos e níveis de intensidade de exercício, bem como com diferentes períodos de acompanhamento dos pacientes. Após a revisão de literatura realizada, pode-se afirmar que a prática de exercício físico pode ser uma faca de dois gumes, pois pode ser causa de ansiedade se não for devidamente controlada e, sobretudo, em alta competição, mas ao mesmo tempo pode ser um tratamento muito válido – até melhor que outros como o farmacológico – para este problema. Para o esporte de alto rendimento, pode-se afirmar que, em termos gerais, a ansiedade gerada pela alta competição não é boa nem ruim, mas depende de como ela é gerenciada. E justamente para realizar uma correta gestão do mesmo, a figura do treinador torna-se imprescindível. Também foi demonstrado que, tanto nos casos de ansiedade estado, ou seja, aquela que está associada a uma situação específica, quanto na ansiedade traço, que é aquela que está mais ligada a aspectos intrínsecos e de personalidade de cada pessoa, o exercício físico realizado sair regularmente reduz o grau de ansiedade, proporcionando uma sensação de bem-estar, melhorando o humor e a autoestima, bem como a qualidade do sono. Por fim, o exercício físico como terapia contra a ansiedade também é válido para populações especiais, como hemofílicos, epilépticos, dependentes químicos e alcoolistas, o que sugere que possivelmente poderia ser utilizado também em outros grupos de risco. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, L. M.; PEREIRA, H. P.; FERNANDES, H. M. Efeitos de diferentes tipos de prática desportiva no bem-estar psicológico de jovens estudantes do ensino profissional. Revista Iberoamericana de psicología del ejercicio y el deporte. v. 13, nº 1, p. 15-21, 2018. ANTUNES, H. K. 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