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Plano Municipal de Habitação de Praia Grande

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Prévia do material em texto

Gabriela de Lima Andrade
Natalye Brenda Francisco
Vanessa Pires Ribeiro
Políticas de Habitat
Profa. Dra. Arlete Maria Francisco
Plano Municipal de Habitação: estudo de caso Praia Grande - São Paulo
PRESIDENTE PRUDENTE
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………3
2. CARACTERIZAÇÃO DO PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE
SOCIAL ……………………………………………………………………………….……..3
2.1 Elaboração …………………………………………………………………….…….5
3. PLHIS DE PRAIA GRANDE SÃO PAULO ………………………………………6
3.1 A cidade - Praia Grande …………………………….……………………………..6
3.2 Descrição do PMHIS de Praia Grande …………………………………………..7
4. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PLHIS DE PRAIA GRANDE E O PLHIS
DE SANTOS ………………………………………………………………………………14
5. ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS ………………………………………...18
6. GLOSSÁRIO ……………………………………………………………………….26
7. REFERÊNCIAS ……………………………………………………………………26
2
1. INTRODUÇÃO
A presente atividade tem como objetivo o estudo de caso do Plano Local de
Habitação de Interesse Social do Município de Praia Grande, tal assunto foi tratado
durante a disciplina de Políticas de Habitat e foi escolhido pela possibilidade da
aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala serem ampliados para um caso
real.
Em vista disso, este documento busca analisar se o Plano de Praia Grande
atende aos requisitos necessários, tanto a sua estruturação, se está adequado em
relação aos conteúdos sugeridos, quanto em relação a seus objetivos, metas,
programas e se realmente atende a demanda.
Para direcionar esta análise a atividade foi estruturada em quatro tópicos
principais, sendo o primeiro deles a caracterização teórica do PLHIS baseada na lei
nº 11.12, o segundo ponto a ser tratado foi a apresentação dos principais elementos
do Plano Local de Habitação de Interesse Social de Praia Grande, como seus
principais objetivos e diretrizes, já o terceiro tópico, trata de um comparação entre
Planos Locais Praia Grande e Santos, tendo como objetivo comparar duas cidades
que estão próximas geograficamente, e por último e mais importante, a análise geral
de resultados é nesta parte da atividade que são apresentadas as conclusões a
respeito da percepção do plano e sua efetividade e verificação se os conteúdos
propostos no plano de 2011 foram realizados no decorrer de mais de uma década.
2. CARACTERIZAÇÃO DO PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE
SOCIAL
Antes de tratar diretamente da definição do Plano Local de Habitação de
Interesse Social é imprescindível a compreensão dos dois importantes artigos 182 e
183 da Constituição Federal, os quais estabelecem diretivas gerais da política
urbana, tais artigos culminaram na Lei nº 10.257/2001, titulada por Estatuto da
Cidade, o qual possui como principal objetivo a combater segregação espacial,
promover o planejamento participativo e a função social da propriedade urbana em
3
prol do bem coletivo, tal lei é de extrema importância quando o tema de habitação
social está presente.
Poucos anos após a criação do Estatuto da cidade, foi aprovada em 2005 a
Lei nº 11.124, responsável pelo surgimento do Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social (SNHIS) tendo como propósito a implementação de políticas e
programas que promovam o acesso à moradia digna para a população de baixa
renda, além de resolver o déficit habitacional, por meio de programas que invistam
na melhoria das condições de habitação. Ademais, a lei tem o papel de centralizar
todos os programas destinados à habitação, tanto federal, estadual e municipal.
Seus princípios de acordo com o Manual de Orientação à elaboração do
PLHIS simplificado disponibilizado pelo Governo Federal, (2014) são :
● “Compatibilidade e integração das políticas habitacionais federal,
estadual, do Distrito Federal e municipal, bem como das demais
políticas setoriais de desenvolvimento urbano, ambientais e de
inclusão social;
● Moradia digna como direito e vetor de inclusão social;
● Democratização, descentralização, controle social e transparência dos
procedimentos decisórios;
● Função social da propriedade urbana visando a garantir atuação
direcionada a coibir a especulação imobiliária e permitir o acesso à
terra urbana e ao pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade;”
Além disso, a lei 11.124 também previu a criação do Fundo Nacional de
Habitação de Interesse Social - FNHIS, que tem como objetivo centralizar os
recursos orçamentário, tais recursos são direcionado à aquisição, construção,
conclusão, melhoria, reforma, locação social e arrendamento de unidades
habitacionais, a produção de lotes urbanizados para fins habitacionais, a
regularização fundiária e urbanística de áreas de interesse social, ou a implantação
de saneamento básico, infraestrutura e equipamentos urbanos, complementares
aos programas de habitação de interesse social.
4
Já em seu Art. 12 a lei estabelece o Plano Local de Habitação de Interesse
Social - PLHIS, que prevê que todos os municípios que aderirem ao SNHIS, se
comprometem a elaborar um plano de objetivos, diretrizes, metas, ações e
indicadores que possam contribuir com habitações de interesse social, de forma
participativa e compatível com outros instrumentos de planejamento local, como os
Planos Diretores. Ou seja, o principal objetivo do PLHIS é identificar a demanda
habitacional, contribuir para a redução do déficit habitacional e gerar uma cidade
mais justa e igualitária, vale ressaltar também que apenas as localidades que
consolidaram a política nacional de Habitação estarão aptas a acessar aos recursos
do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS.
2.1 A elaboração
A elaboração do PLHIS deve ser participativa e compatível com Plano Diretor
e com o Plano Plurianual quando for existente, além disso o Plano deve ser
aprovado no âmbito do Conselho Gestor do Fundo Local de HIS, já a respeito do
conteúdo proposto, diferentemente do Plano Diretor que possui um conteúdo
mínimo definido por lei, o PLHIS deve considerar as particularidades locais e da
demanda de acordo com a localidade do município. Ainda segundo o Manual de
Orientação à elaboração do PLHIS simplificado disponibilizado pelo Governo
Federal, (2014)
Os conteúdos sugeridos são:
a) “Diagnóstico
● Levantamento do perfil socioeconômico da população de baixa renda
● Caracterização da inserção regional e urbana do município;
● Dimensionamento e qualificação da oferta e das necessidades habitacionais;
● Levantamento das condições legais, institucionais e administrativas do
município na área habitacional. “
b) “Plano de ação
● Princípios e diretrizes;
● Objetivos, metas e indicadores;
5
● Estratégias de ação.”
O roteiro com orientações básicas para a produção do PLHIS,
1. “Dinâmica Institucional e Social;
2. Necessidades Habitacionais;
3. Oferta Habitacional;
4. Programas e Projetos Habitacionais;
5. Estratégias de Ação.”
3. PLHIS DE PRAIA GRANDE SÃO PAULO
3.1 A cidade - Praia Grande
Mapa de Localização de Praia Grande no Estado de São Paulo
A região possui uma grande importância para a história do país, visto que, foi
uma das primeiras colonizadas pelos portugueses, a cidade de Praia Grande até
sua emancipação em 1967 pertencia aos limites do território de São Vicente, a
primeira vila brasileira.
6
Atualmente o município está inserido na região metropolitana da baixada
santista, sendo a terceira cidade mais populosa do litoral paulista perdendo apenas
para São Vicente e Santos, além disso, Praia Grande apresenta um importante
diferencial, seu intenso turismo, tendo uma das praias mais movimentadas do país,
em épocas de alta temporada pode receber em números de turistas 5 vezes que
sua população habitual, portanto sua economia está diretamente ligada ao turismo,
comércio e serviços
De acordo com a estimativa do censo IBGE a população estimada para o
município é de 336.454 habitantes, distribuídos em seus 149.652 km² a uma altitude
de 5 metros, a respeito das condições econômicas, em 2020, o salário médio
mensal era de 2.3 saláriosmínimos.
3.2 Descrição do Plano local de Habitação de Interesse Social de Praia Grande
Vale ressaltar que o Plano Local de Habitação de Interesse Social pode
também ser chamado de Plano Municipal, e a Cidade de Praia Grande adere a essa
nomenclatura, portanto, tanto o Plano Local quanto o Plano Municipal possuem o
mesmo intuito.
O PMHIS do Município de Praia Grande, foi instituído à LEI N° 1.547 e
publicado em 14 de abril de 2011, e o mesmo está sujeito a revisão, o prazo previsto
para a conclusão era dezembro de 2021, entretanto, ainda não foi finalizado. Apesar
do plano estar desatualizado, após mais de uma década da sua conclusão, para o
objetivo da atividade é positivo, visto que, é possível analisar suas ações efetivas e
suas reais transformações.
A seguir será apresentado uma descrição do PMHIS e seus principais
pontos.
O plano foi dividido em três tópicos principais, além da introdução glossário e
biografia, o diagnóstico físico- territorial e socioeconômico, diagnóstico habitacional
de Praia Grande e por fim, estratégias para a elaboração do PMHIS.
7
É na introdução que o Plano apresenta um parecer a respeito do diagnóstico
realizado, os quais foram realizados no ano de 2008, por órgãos estaduais,
empresas privadas como HIDROCONSULT, e pela própria prefeitura do município
através de pesquisas in loco.
Diagnóstico físico- territorial e socioeconômico
O documento faz a caracterização da região metropolitana da Baixada
Santista, a qual o município de Praia Grande faz parte, além de outros oito
municípios que estão distribuídos pela faixa litorânea do estado de São Paulo. Em
vista disso, descreve os aspectos físicos da região, a acessibilidade, como por
exemplo as principais vias de acesso, aspectos econômicos e demográficos.
Em seguida, o plano faz um recorte maior, caracterizando com maiores
detalhes o município em questão, descrevendo a respeito do perfil demográfico e
suas projeções para os anos seguintes, além de apresentar dados a respeito do
censo IBGE, como densidade demográfica, taxa de natalidade, índice de
desenvolvimento humano municipal, entre outras informações.
O próximo passo foi a caracterização dos núcleos de habitação de interesse
social, portanto, as áreas de ZEIS e o processo de identificação desses núcleos,
através dos diversos tipos de irregularidade possíveis, como por exemplo, quanto à
legislação edilícia, quanto ao uso do solo, quanto ao parcelamento do solo e quanto
à propriedade e por fim neste tópico o plano apresenta uma estimativa da população
que vive nestes núcleos em questão.
Praia Grande possui três categorias de ZEIS em seu Plano Direitor, sendo elas:
“I. ZEIS 1: Áreas ocupadas por população de
baixa renda, indicadas para regularização física,
urbanística e fundiária II. ZEIS 2: Glebas e áreas
vazias ou pouco ocupadas indicadas para a
implantação de programas habitacionais de
interesse social;
8
III. ZEIS 3: Áreas urbanizadas com parcela
significativa de terras ou lotes vazios adequados
para a implementação de programas
habitacionais de interesse social”
Mapa de Delimitação das ZEIS
E ao analisar sua localização pode-se observar que todas estão próximas à
Serra do Mar, ou seja, são glebas menos valorizadas, pois quanto mais distante da
praia e menor é o seu valor, hoje não encontra-se regiões vazias nestes espaços,
entretanto, quando o diagnóstico foi realizado existiam áreas disponíveis. Cabe a
discussão do porquê não foram separadas áreas mais próximas, supostamente o
interesse voltado ao turismo foi colocado em primeiro plano,. Segue um mapa
satélite onde é possível observar os vazios existentes, alguns deles estão sem uso
até o presente momento.
Vazios existentes na Praia Grande em 2007
Apesar disso, a partir da plataforma GEOPG observamos, hoje, que há
cobertura de infra-estrutura básica: pavimentação, rede de esgoto, ao transporte
público e a unidades de serviços públicos como: escolas, postos de saúde e
centros esportivos. Logo, embora exista esta distância aos centros, as ZEIS não se
encontram isoladas e segregadas, pois existe integração pensada tanto através do
transporte público, com mais de uma linha de ônibus, como pelo ciclismo com
ciclovias que conectam toda a cidade. Vale ressaltar que, apesar disso, é notório
9
https://www.praiagrande.sp.gov.br/arquivos/leisdecretos/plano_diretor/CartaDelimitacaooZEIS.pdf
como em relação à cultura (com a biblioteca municipal e o teatro) e ao lazer as
zonas quase não possuem investimento, sendo o maior foco as áreas próximas às
praias e aos centros. Podemos exemplificar através dos espaços kids temáticos
inaugurados em 2022 no qual existem um por bairro até o bairro Ocian (6 ao todo),
deixando nítido até onde seria interessante investir.
Exemplo de Espaço Kids Temático. Fonte: Jornal Online de Praia Grande
Outro ponto a ser destacado, é a não inclusão do bairro Sítio do Campo e
Imperador em nenhuma ZEIS, pois existem inúmeros imóveis a serem regularizados
e também haviam lotes vazios para uma possível construção de habitação social,
inclusive foi exatamente isso que de fato ocorreu, mesmo não sendo incluídos como
ZEIS. Enquanto dentro das áreas destinadas às ZEIS de vazios, somente uma foi
utilizada para construção de Conjunto Habitacional, no caso do Bairro Ribeirópolis.
Diagnóstico habitacional de Praia Grande
Já o segundo produto do plano é o diagnóstico habitacional do município, é
nesta etapa que são tratadas as dinâmicas do crescimento da ocupação territorial
do município, além da identificação das ZEIS, da oferta e do déficit habitacional de
Praia Grande.
Ademais, o documento apresenta os programas e ações preexistentes e os
recursos disponíveis para financiamentos, tanto estaduais como o Banco Nossa
Caixa, CDHU, quanto Federal como a CAIXA, FNHIS, e até mesmo iniciativas
privadas.
10
E por fim, para finalizar este tópico o plano registra os marcos regulatórios e
legais que viabilizam as estratégias para o PMHIS, como o Estatuto da Cidade, a lei
de Parcelamento do Solo 6.766/79, a Constituição Federal e não menos importante
o Plano Diretor do município.
Estratégias para a elaboração do PMHIS
O último grande tópico apresentado são as estratégias para a elaboração do
PMHIS, que visa como objetivo geral a melhoria da qualidade urbana e habitacional,
assim como a inserção da população carente à cidade.
De acordo com o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de Praia Grande
(2011)
“Os principais objetivos:
● Suprir as necessidades habitacionais do município, priorizando a população
de baixa renda com HIS, combatendo o déficit habitacional e garantindo o
direito universal à moradia digna e a terra urbanizada;
● Promover a urbanização e regularização fundiária dos assentamentos
classificados como de interesse social e a ocupação de áreas de preservação
ambiental (mangues, Serra do Mar, parques e APPs);
● Promover a sustentabilidade social, econômica e ambiental dos programas
habitacionais, com ações de abrangência social e técnica;
● Atender total ou parcialmente as expectativas da população, levantadas em
Consultas Públicas.
Algumas das diretrizes:
● Realização de programas de reabilitação física e ambiental em áreas de
risco, ou legalmente protegidas, hoje ocupadas, e não passíveis de
urbanização e regularização.
● Promoção da participação da população nos processos de adequação dos
assentamentos seja quanto à remoção de moradias quanto na regularização
fundiária;
11
● Promoção de melhoria das habitações em assentamentos precários,
urbanizados ou em processo de urbanização, através de ações de
assistência técnica à autoconstrução e de crédito para reforma, ampliação ou
melhoria das habitações, adequação das instalações sanitárias, elétricas;
● Garantia ao apoio e ao suporte técnico às iniciativas individuais ou coletivas
da população para produzir ou melhorar sua habitação;
● Aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade e no Plano
Diretor do Município,como direito de preempção, outorga onerosa do direito
de construir, parcelamento, edificação ou utilização compulsórias, para
facilitar o acesso à terra urbanizada, para viabilizar programas habitacionais
de interesse social, permitindo a utilização adequada de áreas vazias ou
subutilizadas;
● Criação de um “Banco de Terras” a fim de se identificar área livres para o
atendimento às necessidades habitacionais e de equipamentos públicos, com
aprimoração de um sistema de banco de dados de áreas públicas e privadas,
que garanta informações atualizadas acerca da origem, destinação, uso e
regularidade perante o registro de imóveis, identificando imóveis aptos a
viabilizar programas habitacionais; “
A respeito dos programas e ações, o Plano Local de Habitação do município
de Praia Grande está focado em alternativas para minimizar, e até erradicar
problemas relacionados a habitabilidade, baseado em seus objetivos e diretrizes,
além do resultado de audiência pública com a população. Sendo assim, o Plano
contém quatro macro programas.
Programa I - Direito à moradia digna
a) Produção de Unidades/Conjuntos Habitacionais - Produção de novas moradias,
que pode se dar pelo município, setor privado, associações comunitárias ou
movimentos de moradia.
12
b) Adequação da moradia - Através de critérios para o financiamento de material
de construção e orientação técnica, a adequação da moradia com reformas e
ampliações.
Programa II - Requalificação urbana e ambiental em assentamentos de
interesse social
a) Urbanização - Integração do assentamento na cidade, adotando padrões
urbanísticos, garantindo acesso a infraestrutura básica, a equipamentos e serviços
públicos.
b) Remoções em áreas de preservação ambiental e de risco - Remoção de
moradias em Áreas de Preservação Permanente junto a corpos d 'água.
c) Contenções de novas ocupações - A fiscalização urbana.
Programa III - Regularização fundiária
a) Regularização de loteamentos implantado- Regulamentação apropriada a
assentamentos de interesse social, com legislação mais flexível e mais compatível
com esta realidade.
b) Implantação de loteamentos pelo poder público - Ocupar área “organizada”,
servida de infra-estrutura oficial, com salubridade, estabilização geotécnica e sem
riscos a população.
c) Regularização de UH implantadas pelo Estado/Município - Regularização
fundiária das unidades habitacionais já implantadas por órgãos públicos, com
geração de escrituras em Cartório de Imóveis.
Programa IV - Integração Social
a) Acompanhamento Social - Nas diversas fases das ações propostas se faz
necessário o acompanhamento social. A realização de banco de dados das famílias
moradoras em assentamentos de interesse social possibilita o controle e gestão do
acompanhamento social.
13
b) Programas de inserção da população ao mercado de trabalho - Os projetos de
urbanização dos assentamentos, sempre que possível, articulam-se com projetos de
geração de trabalho e renda.
c) Participação da População / Audiências / Consultas Públicas - Desde a fase de
projeto, conclusão das obras e acompanhamento pós ocupação, a participação da
população é de suma importância.
A seguir são listados alguns desses critérios de prioridade:
● Situações de risco e em assentamentos caracterizados subnormais;
● Ocupação em áreas de preservação ambiental (mangues, APPs, Serra do
Mar, Morro do Xixová);
● Impacto na recuperação ambiental e urbana;
● Tempo de existência do assentamento;
● Existência de áreas de apoio externas ou internas aos assentamentos;
● Existência de financiamento para a área.
Por fim, o Plano define o acompanhamento dos indicadores apresentados, o
que permite monitorar e avaliar o andamento das ações do PLHIS o município
deverá desenvolver Banco de Dados que comporte os indicadores a fim de se
proceder às atualizações de dados, centralizando informações referentes ao setor
habitacional.
A respeito dos prazos para a realização das ações necessárias à atuação
dos Programas: curto (0 a 2 anos), médio (2,1 a 6 anos) e longo (6,1 a 10 anos), o
monitoramento do PLHIS deverá ocorrer a cada dois anos, com os dados
atualizados anualmente.
4. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O PLHIS DE PRAIA GRANDE E O
PLHIS DE SANTOS.
14
Os planos locais de habitação de interesse social visam por meio de
programas, ações e metas traçar estratégias para uma melhoria na qualidade
urbana e habitacional. Assim, a seguir serão analisados os planos das cidades de
Praia Grande e de Santos para fins de comparação em relação às diferentes formas
de entendimento e apresentação dos PLHIS. Dado isso, vale salientar que a
escolha da cidade de Santos foi baseada na proximidade e conexão entre essas
duas cidades.
Os PLHIS da cidade de Santos e da Praia Grande se assemelham,
inicialmente, nos aspectos das definições propostas pelo plano diretor das
respectivas cidades. Os planos contam com diretrizes básicas comuns, entre elas,
política de subsídios que viabilize o atendimento às famílias de baixa renda,
juntamente com a integração entre ações habitacionais com políticas urbanas,
sociais e ambientais, como forma de garantir o direito à habitação como direito à
cidade oferecendo um padrão mínimo de habitabilidade, infraestrutura e mobilidade.
Além disso, percebe-se uma semelhante preocupação com a ampliação de
terras públicas ou privadas livres que possam ser destinadas a programas
habitacionais, garantindo informações atualizadas sobre imóveis quanto à sua
origem, destinação, uso e regularidade em relação ao registro de imóveis. Sobre
isso, o plano de Santos destaca a prioridade da identificação de imóveis vazios ou
subutilizados para programas habitacionais em áreas centrais, além da tipologia
vertical de forma a garantir melhor aproveitamento da infraestrutura instalada.
Enquanto que, no plano de Praia Grande, existe um enfoque maior e geral na
questão de facilitar o acesso a terra, seja por meio de instrumentos, como: direito de
preempção, outorga onerosa do direito de construir, parcelamento ou utilização
compulsórias, permitindo o uso adequado de áreas vazias ou subutilizadas e, até
mesmo destinando os recursos vindos da outorga onerosa do direito de construir
para investimentos em programas habitacionais de interesse social e regularização
de assentamentos precários.
Em relação aos assentamentos irregulares e precários, seja em áreas
inadequadas, como as áreas de preservação ambiental, áreas de risco ou áreas de
15
bem de uso comum do povo, é citado em ambos os planos a necessidade de
inibição do seu adensamento e ampliação.
Sendo assim, o plano da Praia Grande propõe um projeto de intervenção
para a regularização nas áreas de APPs, parques e mananciais, desde que ocorra
equilíbrio entre proteção e ocupação. Além disso, faz-se preciso e é citado no plano,
que as áreas ocupadas e não passíveis de urbanização e regularização passem por
um processo de reabilitação física e ambiental, garantindo o atendimento
habitacional às famílias que precisam ser removidas dessas áreas. Por fim, tal
diretriz é retomada no programa 2- Requalificação urbana e ambiental em
assentamentos de interesse social, na qual ela é especificada e detalhada.
Já o plano de Santos, apenas cita como diretriz o objetivo de coibir novas
ocupações por assentamento irregulares em áreas inadequadas. Assim, tem um
maior enfoque na questão da requalificação urbanística e de regularização fundiária
nas áreas de ocupação irregular, desde que não apresentem riscos à permanência
da população ou que não ofereçam riscos à preservação ambiental, listados nos
objetivos de seu programa de Regularização Fundiária. Ademais, no programa de
urbanização e requalificação urbana, o plano de Santos menciona também a
recuperação das áreas ambientalmente frágeis e a garantia da preservação
ambiental como fator indispensável para o desenho dos Programas Municipais de
Habitação, promovendo a permanência da população nessas áreas, sempre que
possível.
Outradiretriz comum aos dois planos diz respeito à articulação de política e
financiamento habitacional, otimizando os recursos disponíveis e também ampliando
a captação destes em uma junção entre esferas municipais, federais, estaduais e
agentes financeiros. Nessa perspectiva, no dia 08 de janeiro de 2007, o município
de Santos aderiu ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social- SNHIS,
onde consta no Termo de Adesão o Fundo de Incentivo à Construção de Habitações
Populares- FINCOHAP. A lei do FINCOHAP destina os recursos à política de
habitação da cidade de Santos , o qual tem como órgão operador a COHAB-ST e
como órgão deliberativo para algumas competências o Conselho Municipal de
Habitação- CMH, além disso, contam com a participação do Conselho Municipal de
16
Desenvolvimento Urbano- CMDU, o qual acompanha a implementação dos
instrumentos urbanísticos. Seus recursos são provenientes de dotação orçamentária
do Município, de receitas vindas do pagamento de prestações de mutuários, da
venda e transferência de potencial construtivo e de outras rendas ligadas aos
propósitos do Fundo. Ademais, é informado outras fontes de recursos e formas de
financiamento, entre eles: Governo Estadual (FPH), Governo Federal (FNHIS, OGU,
FGTS, SBPE, FDS e FAR)
Já o plano de Praia Grande prevê como agentes financeiros para as ações
dos Programa: os recursos próprios da Prefeitura da Estância balneária de Praia
Grande, receitas provenientes de outorga onerosa e imposto progressivo no tempo,
fundos provenientes do Governo do Estado: CDHU e AGEM e do Governo Federal:
PAC, FNHIS, OGU, FGTS, FAR, FDS, FAT(BNDES), Caixa econômica Federal e a
iniciativa privada. Com isso, é importante mencionar que para o funcionamento do
plano nacional de habitação é preciso uma alteração no quadro nacional, estadual e
municipal, com uma atenção maior ao setor habitacional e ao planejamento urbano
para que seja possível a ampliação dos investimentos e atendimento à população.
Por fim, vale ressaltar os programas e ações colocadas por cada um dos
municípios como prioritários. Desse modo, percebe-se uma maior preocupação do
plano da Praia Grande com: situações de risco e assentamentos subnormais; as
ocupações em áreas de preservação ambiental; o tempo de existência do
assentamento, como previsto no Plano Diretor (Lei 473/06), no Art 29 “§ 2º; custo da
intervenção em relação ao número de famílias beneficiadas; imposições jurídicas e
existência de financiamento para a área. Assim, os programas visam: retirada da
população das áreas de risco e, consequentemente, a criação de unidades para
essa população. Além da instalação de infraestrutura urbana e implantação de
loteamentos. Outra ação é a reforma das habitações quando necessário e a
regularização fundiária de lotes e unidades habitacionais. Todo o processo deverá
ser feito com acompanhamento social e a participação da população para o melhor
andamento das propostas. Em relação aos assentamentos, a prioridade se dará em
relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por Núcleo, elaborado
pela ETEP em dezembro de 2007, no qual deverá ser priorizado e analisado os
17
menores índices que variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) e 1
(desenvolvimento humano total).
Tabela de Intervenções Prioritárias. Fonte: Plano de Habitação da Praia Grande.
Já o plano de Santos, organiza a prioridade de seus programas em centrais
(sendo eles sete, dos quais dois já são existentes) e transversais (sendo eles dois,
os quais têm como finalidade auxiliar e contribuir para a implementação dos
centrais). Os programas centrais são norteadores e abrangem diversos tipos de
intervenções, como: regularização fundiária, locação social, provisão habitacional,
atuação em cortiços e urbanização e requalificação estruturados pelo poder público
municipal. Já os programas transversais englobam ações que são fundamentais
para a realização dos programas centrais, como já citado anteriormente. São eles:
Assistência Técnica e Desenvolvimento Institucional.
Esquema de Programas Centrais e Programa Transversais da cidade de Santos. Fonte: Plano de
Habitação de Santos.
5. ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS
18
Ao utilizar como fonte o Jornal Online de Praia Grande entre 2007 e 2022, foi
possível verificar parcialmente alguns pontos principais sendo eles: a participação
da população durante a construção do Plano Municipal de Habitação de Interesse
Social; se as metas de produção habitacional, regularização fundiária e integração
foram atingidas; se houve remoção da população de áreas de risco e fiscalização
para que não houvesse novas ocupações.
Imagens da Audiência Pública realizadas. Fonte: Jornal Online
No primeiro ponto, observamos que foram realizadas duas audiências
públicas, uma em 12/11/2007 e outra 27/11/2007, no auditório Jornalista Roberto
Marinho contou com 677 sugestões por bairro/núcleo. Na primeira audiência houve
uma divisão em três partes : a explanação do gerente da empresa Estudos Técnicos
e Projetos (Etep), José Henrique Lourenção, que estava auxiliando a Seurb
(Secretaria de Urbanismo, criada em 2007) na elaboração do plano; exposição
técnica da secretária Ana Hanae Yamauti; e debate com a participação popular. Vale
ressaltar que nas matérias encontradas pouco se fala de fato sobre o debate com
participação popular, o destaque constante é dado à apresentação do que seria o
plano. Além das audiências, para maior participação popular foram instaladas urnas
em escolas municipais, no paço municipal e nos dois terminais de ônibus da
cidade. Em contato com moradores de diferentes bairros da cidade sobre o
conhecimento desse plano de fundamental importância, e das audiências públicas,
nenhum tinha conhecimento de sua existência, entretanto, conheciam o Plano
Diretor, pois houveram encontros em cada bairro, diferente desta audiência que foi
num auditório distante. Por outro lado, conheciam as regularizações e conjuntos
habitacionais que vêm sendo feitas. Em relação ao início da revisão do Plano de
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Habitação já há o conhecimento por haver uma maior divulgação em 2021 nas
redes sociais em que possui 103 mil seguidores.
Imagem de divulgação para incentivar participação da população
Com relação aos indicadores voltados para metas, elaboramos uma lista com
os dados encontrados por ano. Vale citar que não foi encontrado no site da
prefeitura nenhum relatório anual de quantos projetos foram entregues e quantas
regularizações foram feitas, houveram inúmeras tentativas de contato com a
ouvidoria responsável pela habitação e nenhuma resposta foi dada, e, o acesso às
essas informações de forma clara deveria ser um direito assegurado por lei. Todos
os dados da lista tem como fonte as matérias do Jornal Online de Praia Grande, e
podemos observar parcialidade em algumas matérias quando em ano eleitoral
coloca em primeiro plano da manchete o prefeito e a entrega realizada.
DADOS ENCONTRADOS:
2012: O início da construção de 200 UH (unidades habitacionais) no bairro
Imperador: Recurso Minha Casa Minha Vida.
2013: Criação do Programa ‘’Chave dos Sonhos’’; Pacotes de benefícios para os
construtores que aderirem aos programas habitacionais; 120 UH Conjunto
Habitacional Ônix; Remoção de 86 famílias que estavam localizadas em área de
risco encaminhando-as para conjunto habitacional.
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2014: Programa de incentivo aos bons pagadores: prêmios; Vistoria em moradias
populares: abandono; 520 títulos de Direito Real: Regularização das propriedades
do Jardim Silmara.
2015: Início da construção do Conjunto Santa Marina: 80 UH; 1926 propriedades
regularizadas no bairro Caieiras.
2016: 180 propriedades regularizadas Monte Serrat II, Vila Mirim; 160 propriedades
regularizadas no bairro de Ribeirópolis.
2017: Início da construção de Seis projetos habitacionais, totalizando 206 unidades.
São eles os conjuntos residenciais Sítio do Campo I – A, B e C (37 unidades) e II (9
unidades); Antártica I (8 unidades) e Vila Sônia I (152unidades); Praia Grande é
selecionada para construção de 972 moradias: São Jorge I (130), Imperador III, IV,
V, VI (436), Maxland, no bairro Antártica (40), e Silmara II e III, bairro Esmeralda
(80); Encontros – Falando com a Comunidade As reuniões são realizadas nas
escolas municipais e nas sedes das associações de bairro. São colocados em pauta
os seguintes eixos: Educação, Habitação, Trânsito, Esporte, Cultura, Urbanização,
Promoção Social, Saúde, Segurança, Lazer, Turismo e Transporte. A população
escolhe dois temas e votar nas propostas referentes a eles; PG tem 16 conjuntos
municipais, sendo 1.027 ; 100 unidades habitacionais do Programa Vida Digna (do
Governo do Estado de São Paulo) em Praia Grande serão construídas em três
áreas disponibilizadas pela Administração Municipal e que estão localizadas nos
seguintes bairros: Sítio do Campo, Esmeralda e Vila Sônia.
2018: Foi o único município da região da Baixada Santista a ser selecionado para
usufruir do Programa Cartão Reforma: de iniciativa do Governo Federal, criado pela
Lei nº 13.439, 27 de abril de 2017, busca melhorar as condições de moradias das
famílias de baixa renda por meio da concessão de subsídio para compra de
materiais de construção e assistência técnica de profissionais da área de construção
civil; 1.033 títulos de propriedade de imóveis na Cidade.
2019: Mais de 1.600 famílias recebem a escritura definitiva de seus lotes bairros
Tupiry (Caieiras), Ribeirópolis (Jardim Cruzeiro do Sul), Esmeralda (Jardim Silmara),
Nova Mirim (Núcleo Mirim) e Anhanguera (Nova Leblon).
2020: Praia Grande possui mais de 20 conjuntos habitacionais com cerca de 2 mil
unidades.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13439.htm
2021: Abandono – As obras do Conjunto Habitacional 1-C, no Bairro Sítio do
Campo, são de responsabilidade do Governo Federal e deveriam ter sido entregues
há mais de 3 anos. São ao todo 25 unidades paradas por problemas com a empresa
construtora. As obras aguardam investimento financeiro para continuar. Não há
prazo para entrega das obras; Regularização de mais de 100 lotes de projetos
urbanísticos do Núcleo Riomar - Bairro Samambaia; Neste ano já foram
inaugurados quatro conjuntos, os Imperador III, IV, V e VI; Regularização fundiária
de 75 lotes no Bairro Esmeralda;.A Prefeitura de Praia Grande solicitou ao Governo
Federal a inclusão da Cidade de acordo com os projetos, as 540 unidades
habitacionais que estão sendo pleiteadas por Praia Grande farão parte de três
novos conjuntos: Imperador VII, VIII e IX; Lei de congelamento de áreas ocupadas
por núcleos irregulares com o objetivo de coibir invasões em áreas de preservação
ambiental; Programa Cidadão Participativo.
2022: Wi-fi PG Social ; Vistorias; Horta Comunitária; Parceria em Cores; Planta
cadastral que engloba 18 terrenos foi aprovada; Qualifica PG.
Com esses dados, podemos observar que quanto a regularização fundiária
Praia mesmo tendo acesso à informação de que mais de 6 mil famílias foram
beneficiadas pelas regularizações não há informações se isto compreende os 74
assentamentos estipulados como meta, pois não foram metrificados quantas seriam
por totalidade as residências a serem regularizadas. Apesar disso, Praia Grande
não está estagnada e tem manifestado enfoque principalmente na regularização
fundiária com o programa Dono do Lote que permitiu ao poder público conceder o
título de Concessão do Direito Real de Uso desenvolvido pela Secretaria de
Habitação.
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Cartilha do Programa Dono do Lote. Fonte (Jornal Online)
Em relação a produção de habitações ainda está abaixo do esperado, mas se
aproxima, isto, pois há entraves nas construções, como no caso do Conjunto
Habitacional do Sítio do Campo que esteve por anos estagnado, a prefeitura retoma
em 2021 a pressionar a Caixa Econômica e a obra volta a ativa.
Quanto à remoção da população de áreas de preservação ambiental e de
risco e contenções de novas áreas de ocupação concluímos que Praia Grande
atingiu sua meta, pois de acordo com as matérias lidas há uma intensa fiscalização
e a remoção caso seja identificado, como citada na lista acima.
Publicação divulgado o programa de remoção
Em relação ao programa voltado para integração social, podemos separar em
alguns pontos. A partir das leituras foi observado que o acompanhamento-social
vem sendo feito por vistorias, pesquisas de satisfação e, através do programa Ação
Integrada. Quanto aos programas de inserção da população ao mercado de
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trabalho podemos considerar Praia Grande como referência na região com os
programa chamado Qualifica PG, com diversos cursos voltados para população de
baixa renda em destaque aos moradores de conjunto habitacional , além do
programa Emprego Certo uma parceria entre as secretarias municipais de
Habitação e de Assuntos Institucionais (Seai) vem chamando a atenção. Moradores
de conjuntos habitacionais praia-grandenses estão sendo direcionados para
serviços prestados no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) local. Os
números comprovam o sucesso do trabalho desenvolvido pela equipe da Sehab.
Mais de 100 praia-grandenses residentes em conjuntos habitacionais da Cidade
foram encaminhados para cursos de capacitação, dentro do programa municipal
Qualifica PG, vagas de trabalho e cadastramento no sistema do PAT.
Divulgação de alguns dos cursos disponibilizados. (Fonte: Instagram da Prefeitura)
Voltando para a participação da população nas audiências públicas é
possível notar, como dito anteriormente um incentivo cada vez maior nessa
integração como podemos observar com a criação , em 2021, do Programa
Cidadão Participativo que funcionará como um conselho participativo que contará
com representantes de todos os conjuntos habitacionais sediados em Praia Grande,
fazendo com que os moradores dos conjuntos tenham um papel decisivo também
na zeladoria e manutenção desses espaços.
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Evento de abertura do Programa Cidadão Participativo. (Fonte: Jornal Online)
Ao analisarmos o PLHIS de Praia Grande de modo geral ao trazer a
comparação com PLHIS de Santos observamos ausência de algumas informações
que poderiam ser desenvolvidas através de mapas temáticos, por exemplo no
trecho em que traz imagens satélites da ZEIS de vazios sem ao menos as localizar
na malha urbana, e ao abordar a acessibilidade da cidade não traz um mapa de
classificação viária apenas as descreve. Algo básico que observamos em diversos
planos foi a organização do Plano pelo sumário e não verificamos no PLHIS de
Praia Grande - SP o que prejudica o ordenamento e a legibilidade do plano. Por fim,
uma crítica já realizada, mas que gostaríamos de reforçar é a ausência de relatórios
de fato da execução dos programas listados disponibilizados, assim, para acesso
público, com isso, teríamos uma menor influência política.
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6. GLOSSÁRIO
PLHIS - Plano Local de Habitação de Interesse Social
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ZEIS - Zona Especial de Interesse Social
CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São
Paulo
FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social
FINCOHAP - Fundo de Incentivo à Construção de Habitações Populares
CMH - Conselho Municipal de Habitação
7. REFERÊNCIAS
PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DO MUNICÍPIO DA
ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PRAIA GRANDE, ANEXO IV - LEI N° 1.547, de 14 de
abril de 2011.
PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE SANTOS- Dezembro de 2009.
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https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/planejamento/plhis
https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/zona-especial-de-interesse-social-zeis/
PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PRAIA
GRANDE. Lei Complementar N. 727. DE 16 DE DEZEMBRO DE 2016.
Mercator Fortaleza,v. 17, e17004, 2018. DOI: https://doi.org/10.4215/rm2018.e17004
ISSN: 1984-2201 2002, Universidade Federal do Ceará
TRZEINSKI, Clarete. Método de avaliação da execuçãodo plano local de
habitação de interesse social em municípios de pequeno porte. Dissertação de
Pós-graduação -Universidade do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2014.
MANCINI, Elvira. Avaliação Política do Plano Nacional de Habitação em Boa
Vista: a habitação de interesse social. Dissertação de Pós-graduação
-Universidade Federal do Maranhão. São Luís, 2009
MANUAL DE ORIENTAÇÃO À ELABORAÇÃO DO PLHIS SIMPLIFICADO PARA
MUNICÍPIOS COM POPULAÇÃO ATÉ 50 MIL HABITANTES. Governo Federal,
Ministério das Cidades, Secretaria Nacional da Habitação. Novembro, 2014
https://www.scielo.br/j/urbe/a/jmR7Y6NdPqRwZf3PgQsVNjN/?lang=pt&format=pdf7
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/habitacao/sistema-nacional-de-habitacao-de-i
nteresse-social
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11124.htm
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https://www.scielo.br/j/urbe/a/jmR7Y6NdPqRwZf3PgQsVNjN/?lang=pt&format=pdf7
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/habitacao/sistema-nacional-de-habitacao-de-interesse-social
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/habitacao/sistema-nacional-de-habitacao-de-interesse-social
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11124.htm

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