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1 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Broncodilatadores O movimento respiratório é orquestrado por descargas rítmicas, espontâneas, da região do bulbo. Fatores químicos: PCO2 sanguíneo: quimiorreceptores medulares; PO2 sanguíneo: quimiorreceptores no glomo aórtico; Regulação autonômica: Simpático: Vasoconstrição 1; Broncodilatação 2; Diminuição da secreção de muco (age em 1 aumenta a passagem de ar). Parassimpático: Broncoconstrição; Maior secreção de muco; Não há parassimpático no vaso, logo não há vasodilatação. Estimulantes Respiratórios: Doxapram: Estimula tanto os quimiorreceptores carotídeos quanto o centro respiratório. É utilizado em insuficiências respiratórias. Porém possui como efeitos indesejados: estimulação do SNC, tremor, vertigens e convulsões. Aminofilina: Estimula diretamente as vias aéreas, contudo também estimula SNC e pode gerar tremor. Seu uso é indicado para asma. 2 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Depressores respiratórios: Geralmente todas as drogas que causam depressão do SNC causam em maior ou menor grau depressão respiratória. Analgésicos; Barbitúricos (hipnótico, sedativo, anticonvulsivante– epilepsia, distúrbios do sono); Antagonistas do receptor H1 (antialérgicos); Benzodiazepínicos (hipnótico, sedativo, anticonvulsivante– epilepsia, distúrbios do sono); Etanol; Doenças Pulmonares: Restritivas: menor volume disponível para trocas gasosas; Obstrutivas: estreitamento das vias aéreas (asma, DPOC, bronquite crônica e enfisema). Espasmo do musculo liso das vias aéreas; Inflamação da mucosa das vias aéreas; Hipersecreção; Perda do tecido elástico. Asma: A asma brônquica é uma doença crônica caracterizada por inflamação da via aérea, hiper-responsividade brônquica e crises de broncoespasmo com obstrução reversível ao fluxo aéreo. O desenvolvimento e manutenção da asma dependem da ação de fatores externos variados em indivíduos geneticamente predispostos, e é considerada em todo mundo, um problema de saúde pública, devido à alta prevalência e custos socioeconômicos. 3 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Broncodilatadores: Agonistas adrenérgicos: Catecolaminas (isoproterenol uso em teste ergonômico, adrenalina): agem sobre receptores 1 (efeito cardíaco); Resorcinóis (terbutalina, fenoterol, salbutamol, salmeterol e formoterol): agem sobre receptores 2 (efeito respiratório), mas também age sobre 1; Mecanismo de ação: receptores nas vias aérea (musc. Lisa) aumento da concentração intracelular de AMPc ativação de PKa diminuição da concentração intracelular de Ca++ relaxamento de toda a musculatura lisa das vias aéreas. Farmacocinética: Pouco utilizado 4 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Fenoterol, salbutamol e terbutalina: provoca alívio imediato (1-3 min) utilizando-se por via inalatória; Pico de ação: 1-2 horas e duração: 3-6h; Salmeterol e formoterol: agonistas de longa duração; início de ação 15 min e 1-2 min, respectivamente, e meia vida de aproximadamente 12 horas; Efeitos colaterais dos beta-adrenérgicos: Tremores de extremidade, taquicardia, agitação e ansiedade; Uso indicado é de 3 a 4 vezes ao dia. Porém o uso prolongado pode agravar a hiper-reatividade brônquica e o abuso pode se relacionar com aumento do risco de morte por asma; Além disso, em doses elevados podem ocasionar necrose miocárdica, aumento de ácidos graxos livres no plasma, hiperglicemia, hipocalemia, arritmia e parada cardiorrespiratória. Crise persistente: longa duração; Crise intermitente: curta duração; 5 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Anticolinérgicos: Mecanismo de ação: bloqueiam receptores muscarínicos inibindo o tônus vagal intrínsecos das vias aéreas broncodilatação. (resposta parassimpática vagal bloqueio de receptores muscarínicos pós- ganglionares). Farmacocinética: Brometo de ipratrópio: efeito broncodilatador mais lento que os Resorcinóis (~15min) e meia-vida de aproximadamente 8h por via inalatória; É recomendado como broncodilatadores adicional para idosos e lactentes ou para pacientes com DPOC, nos quais o tônus vagal é um componente reversível importante. Efeitos colaterais: É uma droga segura e bem tolerada, não ocorrendo os eventuais sintomas de boca seca, visão turva, constipação e retenção urinária (possui má absorção gastrointestinal). No sistema motor parassimpático regulador do tônus broncomotor, a estimulação dos receptores M1 e M3 media o efeito broncoconstritor, enquanto a estimulação do receptor M2 antagoniza esse efeito, inibindo a liberação de acetilcolina. Assim, um medicamento antimuscarínico ideal para o tratamento da asma deveria inibir os receptores M1 e M3, sem agir sobre o M2. Não são broncodilatadores preferenciais, como os beta-2 adrenérgicos; Bloqueiam bronconstrição reflexa causada por irritantes inalados; 6 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Metilxantinas: Aminofilina e teofilina: aplicação tardia no plano terapêutico (drogas de uso crônico); Mecanismo de ação desconhecido Efeito anti-inflamatório; Teofilina: Farmacocinética: bem absorvida pelo TGI e sofre metabolização hepática; Possui janela terapêutica pequena risco de toxicidade; Interações farmacocinéticas com outros fármacos (ou dificulta a metabolização ou impede a eliminação); Fatores que aumentam a concentração plasmática: idade avançada, infecções virais agudas, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, uso de drogas como eritromicina, alopurinol, cetoconazol e cimetidina; Dose recomendada de teofilina plasmática: 5-10 mg/litro; Efeitos colaterais: Distúrbios gastrointestinais (anorexia, náuseas e vômitos), cefaléia, agitação e tremor. Cromonas: Utilizado na profilaxia da asma brônquica, principalmente em crianças, pela boa tolerabilidade; Mecanismo de ação desconhecido; Cromoglicato dissódico: Farmacocinética: administrado por via inalatória (aerossol) e mal absorvido pelo TGI, possui meia vida plasmática curta (90 min) e por isso é usado em 4 doses diárias; 7 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Nedocromil sódico: Farmacocinética: via inalatória, em duas doses diárias (demais propriedades muito próximas às do Cromoglicato dissódico); Efeitos colaterais: extremamente raros (reações de hipersensibilidade). Anti Leucotrienos D4: Os leucotrienos são produtos da quebra do ácido araquidônico pela ação da 5-lipoxigenase, esse leucotrieno D4 estimula as glândulas mucosas e as células caliciformes a secretarem grande quantidade de muco na luz dos alvéolos, a partir da conexão com os receptores de LTD4. Esse muco excessivo diminui o movimento ciliar e estimula a broncoconstrição pela contração da musculatura lisa dos alvéolos. Dessa forma, esses eventos geram o recrutamento de eosinófilos, os quais secretam ainda mais leucotrienos, que desencadeia um efeito contínuo e acumulativo. Mecanismo de ação dos anti leucotrienos D4: As drogas (antagonistas dos receptores de LT cisteínicos) agem diminuindo as reações broncoconstritoras imediata e tardia; Zafirlukast e Montelukast; Farmacocinética: Disponíveis no Brasil (via oral): Zafirlukast (meia-vida de 10 h em doses de 20 mg a cada 12 h) e Montelukast (meia-vida de 5 h em dose única de 10 mg); Metabolismo hepático e se ingerido junto com refeição apresenta redução de 40% em sua biodisponibilidade; Efeito broncodilatador inicial (horas) e anti-inflamatório (semanas); 8 Victor Umebayashi Sasagima – Med FASM Indicados como opção em monoterapia de asma leve/ para asma moderada ou grave sugere-se associação com beta- adrenérgicos. Efeitos colaterais: algumas alterações nasprovas de função hepática. Corticosteroides: Sistêmicos: Hidrocortisona e metilprednisolona (crises aguda da asma), por terem pico de ação rápida; Nas exacerbações de asma, usar corticosteroide oral (prednisona ou prednisolona); Suspensão abrupta de prednisona apenas quando utilizada por períodos curto (inferior a 2 semanas); Inalatórios: Via preferencial (aerossol em nebulímetros dosificados ou em pó seco); Dipropionato de beclometasona é o mais favorável para uso por via inalatória para o controle da asma possui baixa hidrossolubilidade e lentas taxas de dissolução e absorção; Outras drogas utilizadas: flunisolida, budesonida, triancinolona, fluticasona. Mesmo que a asma possua característica alérgica, os anti-histamínicos são menos eficazes que os anti LTD4.
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