Buscar

Animais Peçonhentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Animais Peçonhentos 
Introdução 
- O número de casos notificados de acidentes 
envolvendo animais peçonhentos no Brasil perde 
apenas para a dengue; 
- Ofidismo – botrópico, crotálico e elapídico – 
escorpionismo – escorpião – araneismo – 
phoneutria, loxosceles e latrodectus – e 
himenópteros – abelha, vespa e formiga. 
Ofidismo 
- Os acidentes ofídicos – envolvendo serpentes 
– têm importância médica em virtude de sua 
grande frequência e gravidade. A padronização 
atualizada de condutas de diagnóstico e 
tratamento dos acidentados é imprescindível, 
pois as equipes de saúde, com frequência 
considerável, não recebem informações desta 
natureza durante os cursos de graduação ou 
no decorrer da atividade profissional; 
 
→ Identificação – Serpentes Peçonhentas 
- Fosseta Loreal: Trata-se do órgão sensorial 
termorreceptor – permite que a serpente alcance 
sua presa mesmo estando em um ambiente 
escuro, por exemplo – é um orifício situado entre 
o olho e a narina, indica com segurança que a 
serpente é peçonhenta e é encontrada nos 
gêneros bothrops, crotalus e lachesis – 
surucucu; 
 
!!! Além disso, todas as serpentes desses 
gêneros são providas de dentes inoculadores 
bem desenvolvidos e móveis, situados na 
porção anterior do maxilar; 
 
- As serpentes do gênero micrurus – cobra coral 
– não apresentam fosseta loreal e possuem 
dentes pouco desenvolvidos e fixos na região 
anterior da boca. Mas isso não significa que elas 
não sejam peçonhentas – as peçonhentas 
apresentam anéis coloridos (pretos, brancos e 
vermelhos) 
 
- Tipo de Cauda: A identificação entre os gêneros 
referidos também pode ser feita pelo tipo de 
cauda. As serpentes do gênero bothrops 
possuem a cauda lisa, as do gênero crotalus 
possuem a cauda em chocalho ou guizo e as do 
gênero lachesis possuem escamas eriçadas ou 
arrepiadas na cauda; 
 
→ Botrópico – Jararaca 
- Corresponde ao acidente ao físico de maior 
importância epidemiológica no Brasil, pois é 
responsável por cerca de 90% dos casos de 
envenenamentos; 
!!! Ações do Veneno 
- Proteolítica: Gera edema, bolhas e necrose 
através da ação das proteases, hialuronidases e 
fosfolipases; 
- Coagulante: O veneno tem ação semelhante a 
trombina convertendo fibrinogênio em fibrina. Ele 
atua ativando o fator X e a protrombina, gerando 
um distúrbio de coagulação, por consumo dos 
fatores de coagulação, geração de produtos de 
degradação de fibrina e fibrinogênio, e 
plaquetopenia – nível excepcionalmente baixo de 
plaquetas no sangue – além de várias outras 
consequências ligadas a esse distúrbio de 
coagulação; 
- Hemorrágica: O veneno gera hemorragias. Há 
lesões na membrana basal dos capilares, que 
associadas à plaquetopenia e alterações de 
coagulação vão gerar essa hemorragia; 
!!! Manifestações Locais 
- Dor e edema precoces e progressivos – muitas 
vezes atingindo um membro inteiro – equimoses 
– mancha na pele, de coloração variável, 
produzida por extravasamento de sangue – 
sangramento e bolhas, com ou sem necrose; 
!!! Manifestações Sistêmicas 
- Hemorragias à distância, como gengivorragias, 
epistaxes – sangramento nasal, espontâneo ou 
induzido – hematêmese – sangue visível no 
vômito – e hematúria – sangue visível na urina – 
náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão 
arterial e, mais raramente, choque; 
- Leve: Dor e edema locais, pouco intensos ou 
ausentes, manifestações hemorrágicas discretas, 
sem alteração no tempo de coagulação (TC); 
- Moderada: Dor e edema que ultrapassa o 
segmento picado, acompanhado ou não de 
alterações hemorrágicas, como gengivorragia, 
epistaxes e hematúria; 
- Grave: Edema local endurecido e extenso, dor 
intensa, bolha, hipotensão arterial, choque 
oligoanúria – redução na diurese – ou hemorragias 
intensas; 
!!! Complicações Locais 
- Abcesso: A ação proteolítica do veneno 
botrópico favorece o aparecimento de infecções 
locais. Os germes patogênicos podem provir da 
boca do animal, da pele do acidentado ou do uso 
de contaminantes sobre o ferimento, pode-se ter 
proliferação de bacilos Gram -, anaeróbios e, 
mais raramente, cocos Gram +; 
- Síndrome Compartimental: A compressão do 
feixe vásculo nervoso, produzida edema que se 
desenvolve no membro atingido, produz 
isquemia das extremidades. As manifestações 
mais importantes são a dor intensa, parestesia, 
diminuição da temperatura do segmento distal, 
cianose e déficit motor; 
- Necrose local; 
!!! Complicações Sistêmicas 
- Choque: Pode ser gerado devido à liberação de 
substâncias vasoativas, do sequestro de líquido 
na área do edema e de perdas por hemorragias; 
- Insuficiência renal aguda (IRA): Ocorre por 
ação direta do veneno sobre os rins, que gera 
isquemia renal secundária, deposição de 
microtrombos nos capilares, desidratação – pode 
levar a falência renal – ou hipotensão arterial e 
choque; 
!!! Exames Complementares 
- Tempo de coagulação – para identificar a 
gravidade do acidente – hemograma – onde 
normalmente se observa a leucocitose com 
neutrofilia, desvio à esquerda, plaquetopenia – 
sumário de urina – onde normalmente se 
observa a proteinúria, hematúria e leucocitúria – 
uréia/creatinina – para avaliar a função renal – 
método imunodiagnóstico – antígenos do 
veneno podem ser detectados pelo Elisa; 
!!! Tratamento 
- Soro antibotrópico (SAB) via intravenosa; 
- Na ausência do soro antibotrópico, pode-se 
utilizar soros mistos, o antibotrópico-crotálica 
(SABC) ou o antibotrópico-laquética (SABL). Se 
o TC permanecer alterado após 24h deve-se 
aplicar uma dose adicional; 
 
- Outros cuidados que pode se ter é: manter o 
segmento atingido elevado e estendido – para 
diminuir o edema e reduzir a chance de se ter uma 
síndrome compartimental – utilizar analgésicos 
para dor, manter o paciente hidratado – a 
diurese deve estar entre 30/40 mL/h – e utilizar 
antibioticoterapia – cloranfenicol ou clindamicina 
+ aminoglicosídeo; 
- Para a síndrome compartimental, costuma-se 
fazer a fasciotomia – incisões na pele – para que 
o edema não comprima os vasos. Se necessário 
faz-se transfusão de sangue e plasma, além do 
desbridamento – remoção – de áreas 
necróticas, drenagem de abscessos – se 
houver – e cirurgias reparadoras – em casos de 
muita necrose. Pacientes com síndrome 
compartimental costumam vir a óbito em 0,3% 
dos casos; 
 
→ Crotálico – Cascavel 
- Tem um maior coeficiente de letalidade devido à 
frequência com que evolui para insuficiência renal 
aguda; 
!!! Ação do Veneno 
- Neurotóxica: O veneno dessas serpentes 
possui a crotoxina, neurotoxina de ação pré-
sináptica que atua nas terminações nervosas 
inibindo a liberação de acetilcolina, principal 
fator responsável pelo bloqueio neuromuscular, 
que gera paralisias motoras nos pacientes; 
- Coagulante: Menos expressiva que a ação 
observada nas jararacas. Decorre da atividade do 
tipo trombina, que converte o fibrinogênio 
diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio 
pode levar a incoagulabilidade sanguínea. 
Geralmente não há redução do número de 
plaquetas dos pacientes e as manifestações 
hemorrágicas, quando estão presentes, são 
discretas; 
- Miotóxica: Gera lesões de fibras musculares 
esqueléticas – rabdomiólise – com liberação de 
enzimas e mioglobina para o soro, que são 
posteriormente secretadas pela urina – gerando 
uma urina escurecida, e podendo evoluir para IRA; 
!!! Manifestações Locais 
- Elas são pouco importantes, não há dor, ou, se 
presente, pode ser de pequena intensidade, há 
parestesia local ou regional – por ação da 
neurotoxina – que pode persistir por tempo 
variável, podendo ser acompanhada de edema 
discreto ou eritema no ponto da picada; 
!!! Manifestações Sistêmicas 
- Como manifestações mais gerais, o paciente 
pode apresentar mal-estar, prostração, sudorese, 
náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e 
secura da boca; 
- Neurológicas: Decorrentes da ação neurotóxica 
do veneno. Apresentam-se nas primeiras horas, 
podendo-se observar fásciesmiastênica ou 
fáscies neurotóxica de Rosenfeld, evidenciadas 
por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da 
musculatura da face, há oftalmoplegia e 
dificuldade de acomodação – visão turva – ou 
visão dupla – diplopia – além de alteração do 
diâmetro pupilar – midríase. As alterações 
descritas são sintomas e sinais que regridem após 
3 a 5 dias; 
- Distúrbios da Coagulação: Tempo de 
coagulação alterado em 40% dos casos, 
raramente ocorrem eventos hemorrágicos, 
quando acontecem, ficam restritos a gengiva; 
- Musculares: A ação miotóxica provoca dores 
generalizadas e a mioglubinúria promove cor 
escura na urina; 
!!! Exames Complementares 
- Exame de Sangue: Pode-se observar valores 
elevados de Creatinoquinase (CK), TC 
frequentemente está prolongado, além disso, o 
hemograma pode mostrar leucocitose, com 
neutrofilia e desvio à esquerda; 
- Na Fase Oligúrica da IRA: Elevação → Uréia, 
creatinina, ácido úrico, fósforo, potássio. 
Diminuição → Calcemia; 
!!! Tratamento 
- Soro anti-crotálico (SAC) por via intravenosa; 
- Na ausência do SAC, pode-se utilizar soro misto, 
o antibotrópico-crotálica (SABC); 
- A hidratação é muito importante – principalmente 
em casos de IRA – para manter a função renal 
ativa; 
- Caso a oligúria persista, deve-se induzir a 
diurese com solução de manitol, podendo 
também utilizar furosemida por via intravenosa; 
- Deve-se manter a urina alcalina para evitar 
precipitação intratubular de mioglobina – causa da 
IRA – através da administração de bicarbonato; 
 
→ Elapídico – Coral (micrurus) 
- Corresponde a 0,4% dos acidentes por serpentes 
peçonhentas registrados no Brasil. Pode evoluir 
para insuficiência respiratória aguda, causa de 
óbito neste tipo de envenenamento; 
!!! Ação do Veneno 
- Neurotoxinas de Ação Pré-sináptica: Atuam 
bloqueando a liberação acetilcolina; 
- Neurotoxinas de Ação Pós-sináptica: Por 
possuírem baixo peso molecular, são rapidamente 
absorvidas. Atuam competindo com acetilcolina, 
tendo ação semelhante ao curare; 
 
!!! Manifestações Locais 
- Dor local e discreta – muitas vezes ausente – 
acompanhado de parestesia de progressão 
proximal; 
!!! Manifestações Sistêmicas 
- Inicialmente, o acidentado pode ter quadros de 
vômitos, posteriormente, pode ter fraqueza 
muscular progressiva, ptose palpebral, 
oftalmoplegia e fáscies miastênica. O quadro de 
paralisia flácida pode comprometer a musculatura 
respiratória, evoluindo para apnéia e 
insuficiência respiratória aguda – esta é 
considerada uma complicação do acidente; 
!!! Exames Complementares 
 - Não há exames específicos; 
!!! Tratamento 
- Soro anti-elapídico (SAE) por via intravenosa; 
 
- Todos os casos com manifestações sistêmicas 
devem ser tratados como graves; 
- Em casos com manifestações de insuficiência 
respiratória aguda, deve-se manter o paciente 
adequadamente ventilado, por máscara ou 
intubação orotraqueal; 
- Pode-se ainda, utilizar um anticolinesterásico, 
a neostigmina ou o tensilon, por via IV, para dar 
tempo de o paciente receber a assistência 
respiratória em centros médicos, devendo-se 
administrar a atropina – para reduzir os efeitos 
colaterais do outro fármaco, como a bradicardia – 
antes. 
Escorpionismo 
- As picadas atingem predominantemente os 
membros superiores, 65% das quais acometem 
mão e antebraço. A maioria dos casos tem curso 
benigno, situando-se a letalidade em 0,58%. Os 
óbitos têm sido associados com maior frequência 
acidentes causados por Tityus serrulatus – 
escorpião amarelo – ocorrendo mais comumente 
em crianças menores de 14 anos; 
- A gravidade do acidente vai depender de 
algumas características: a espécie e tamanho do 
escorpião – o tamanho do escorpião influencia na 
quantidade de veneno que ele possui no seu 
telson – a quantidade de veneno inoculado, a 
sensibilidade ao veneno e a massa corporal do 
acidentado – menor massa = maior gravidade; 
!!! Identificação dos Escorpiões 
- É na cauda do escorpião se encontra o telson – 
vesícula que contém o veneno – e o ferrão; 
!!! Ação do Veneno 
- O acidentado apresenta dor local e efeitos 
complexos nos canais de sódio, produzindo 
despolarização das terminações nervosas pós-
ganglionares, com liberação de catecolaminas – 
norepinefrina, epinefrina e dopamina – e 
acetilcolina. Estes mediadores determinam o 
aparecimento de manifestações orgânicas 
decorrentes da predominância dos efeitos 
simpáticos ou parassimpáticos; 
- Gerais: Hipo ou hipertermia e sudorese 
profusa; 
- Digestivas: Náuseas, vômitos sialorreia, e 
mais raramente, dor abdominal e diarréia; 
- Cardiovasculares: Hipertensão ou hipotensão 
arterial, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca 
congestiva e choque; 
- Respiratórias: Taquipneia, dispneia e edema 
pulmonar agudo; 
- Neurológicas: Agitação, sonolência, confusão 
mental, hipertonia – hiperatividade muscular – e 
tremores; 
!!! Manifestações 
- Leves: Apresentam apenas dor no local da 
picada e às vezes, parestesias; 
- Moderados: Caracterizam-se por dor intensa no 
local da picada e manifestações sistêmicas do tipo 
sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, 
taquicardia, taquipneia e hipertensão leve; 
- Graves: Além das outras manifestações já 
citadas, pode apresentam sudorese profusa, 
vômitos incoercíveis – que não se pode conter – 
salivação excessiva, alternância de agitação com 
prostração, bradicardia, insuficiência cardíaca, 
edema pulmonar, choque, convulsões e coma; 
OBS.: Os óbitos registrados estão relacionados a 
complicações, como edema pulmonar agudo e 
choque. 
!!! Tratamento 
- Soro antiescorpiônico (SAEEs) – neutraliza o 
veneno circulante, não faz com que os sintomas 
desapareçam imediatamente, mas impede que o 
veneno agrave a condição do paciente; 
- Pode-se realizar uma infiltração de lidocaína 2% 
sem vasoconstrictor para alívio da dor; 
- A dor e vômito melhoram após soroterapia; 
- Os sintomas cardiovasculares não regridem 
prontamente. É necessária uma observação 
continuada dos acidentados. Para os sintomas 
cardíacos, pode-se utilizar atropina – reduz 
bradicardia – para hipertensão arterial a 
nifedipina sublingual, e para edema pulmonar, 
utiliza-se a ventilação mecânica. 
 
Araneismo 
- No Brasil existem três gêneros de aranhas de 
importância médica: Phoneutria – armadeiras – 
Loxosceles – aranhas-marrons – e Latrodectus 
– viúvas negras. Os acidentes causados por 
Lycosa – aranha-de-grama – bastante frequentes, 
e pelas caranguejeiras, muito temidas, são 
destituídos de maior importância; 
 
→ Phoneutria – Armadeiras 
- Em 91% dos acidentes tem-se apenas 
alterações leves e locais; 
- No momento da picada paciente já sente uma 
dor de intensidade variável, podendo se irradiar 
até a raiz do membro acometido; 
- Além disso, pode-se observar edema, eritema, 
parestesia e sudorese; 
!!! Manifestações Sistêmicas 
- Embora a maioria das manifestações seja local, 
existem alterações sistêmicas importantes, 
como taquicardia, hipertensão arterial, sudorese 
discreta, agitação psicomotora, visão turva – muito 
comum – e vômitos ocasionais; 
- Numa frequência muito menor, o paciente vai 
evoluir de forma mais grave se ele apresentar 
sudorese profusa – em abundância – sialorreia, 
vômitos frequentes, diarréia, priapismo – 
ereção involuntária e persistente – hipertonia 
muscular, hipotensão arterial, choque e edema 
pulmonar agudo (0,5%); 
 
!!! Tratamento 
- Específico: A soroterapia tem sido indicada nos 
casos com manifestações sistêmicas, em crianças 
e em todos os pacientes graves; 
- Tratamento Sintomático: Infiltração anestésica 
e analgésicos; 
- A maioria dos acidentados tem um prognóstico 
bom, devendo ainda permanecer em observação 
por 6 h; 
 
→ Loxosceles – Aranhas-marrons 
- Esses acidentes geram uma lesão mais “feia”, 
devido a ação da enzima esfingomielinase-D, 
que vai atuar sobre os constituintes da membrana 
celular das células do endotélio vascular e das 
hemácias, principalmente, gerando um processo 
inflamatório considerável,acompanhado de 
obstrução de pequenos vasos, edema, 
hemorragia e necrose focal, além de hemólise 
intravascular, observada nas formas mais 
graves de envenenamento; 
- Existem duas formas de acometimento, a forma 
cutânea e a forma visceral; 
!!! Forma Cutânea 
- Instalação lenta e progressiva – 24-72 h – o 
acidentado pode apresentar dor e queimação, 
lesões hemorrágicas focais mescladas com 
áreas pálidas de isquemia – aspecto de placa 
marmórea – e necrose; 
- Forma-se uma escara de difícil cicatrização; 
!!! Forma Cutâneo-visceral (hemolítica) 
- Corresponde a 1-13% dos casos. Nessa forma, 
ocorre hemólise intravascular – gerando 
anemia, icterícia e hemoglobinúria – petéquias, 
equimose – podendo evoluir rapidamente para 
uma coagulação intravascular disseminada 
(CIVD); 
- Os casos mais graves podem evoluir para 
insuficiência renal aguda (IRA), de etiologia 
multifatorial – diminuição da perfusão renal, 
hemoglobinúria e CIVD – principal causa de óbito; 
!!! Tratamento 
- Soro antiaracnídico (SAAr); 
- Local: Analgesia, compressas frias, antisséptico 
e limpeza antibiótico – para tratar possíveis 
complicações – e, em alguns casos, é necessário 
tratar cirurgicamente as úlceras; 
- Específico: Transfusão de sangue e manejo da 
insuficiência renal aguda; 
- O prognóstico geralmente é bom, exceto em 
casos de hemólise intravascular e manejo com 
escaras; 
 
→ Latrodectus – Viúvas Negras 
- A alpha-latrotoxina é o principal componente 
tóxico. Ela atua promovendo um quadro de dor 
local, devido as suas ações nas terminações 
nervosas sensitivas. Sua principal ação é no SNA, 
onde leva à liberação de neurotransmissores 
adrenérgicos e colinérgicos; 
!!! Manifestações Locais 
- Dor local, evoluindo para queimação, 
sudorese, lesões puntiformes, hiperestesia – 
aumento da sensibilidade – e placas 
urticariformes – de aspecto semelhante a 
urticária; 
!!! Manifestações Sistêmicas 
- Geradas devido à ação da alpha-latrotoxina sob 
o sistema nervoso autônomo: Tremores (26%), 
ansiedade (12%) excitabilidade (11%), insônia, 
cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço, 
dor abdominal, ptose – pálpebra caída – e 
edema bipalpebral, náuseas e vômitos. Fáceis 
latrodectísmica – contratura facial e trismo dos 
masseteres; 
!!! Tratamento 
- O soro antilatrodectus (SALATR) é indicado 
nos casos graves, na dose de uma para duas 
ampolas por via intramuscular, a melhora do 
paciente ocorre de 30 min a 3 h após a 
soroterapia; 
- Além disso, faz-se o tratamento sintomático, 
com analgésicos, principalmente. 
 
Himenópteros 
- Pertencem à ordem Hymenoptera, os únicos 
insetos que possuem ferrões verdadeiros, 
existindo três famílias de importância médica: 
Apidae – abelhas e mamangavas – Vespidae – 
vespa amarela, vespão e maribondo ou caba – e 
Formicidae – formigas; 
→ Abelhas 
- As reações desencadeadas pela picada de 
abelha variam de acordo com o local e o número 
de ferroadas, além das características e o 
passado alérgico do indivíduo atingido; 
!!! Manifestações 
- Vermelhidão, prurido e edema por várias horas 
ou dias; 
- Edema flogístico – inflamatório – evoluindo para 
endurecimento local, que aumenta nas 24-48 
horas, diminuindo gradativamente nos dias 
subsequentes. Eles podem ser tão exuberantes 
a ponto de limitar a mobilidade do membro; 
- Menos de 10% evoluem para ações sistêmicas; 
!!! Manifestações Alérgicas 
- A anafilaxia após 2-3 min da picada é a principal 
manifestação sistêmica; 
- O paciente pode apresentar diversos sinais e 
sintomas, como a cefaléia, vertigens e calafrios – 
ligadas a hipotensão – agitação psicomotora, 
sensação de operação torácica, dispneia, 
rouquidão, estridor e respiração asmatiforme, 
broncoespasmo – muito relacionada ao edema 
das vias superiores – edema dos lábios, língua, 
úvula e epiglote, além de disfagia; 
- A hipotensão é um sinal maior, que vai indicar 
casos mais graves. Ela manifesta-se por tontura 
ou insuficiência postural, podendo ir até um 
colapso vascular total. Além disso, podem ocorrer 
também palpitações e arritmias cardíacas; 
 
!!! Manifestações Tóxicas 
- Picadas múltiplas de abelhas geram a síndrome 
do envenenamento. Nesse quadro, além da 
anafilaxia, o acidentado vai apresentar hemólise 
intravascular + rabdomiólise – lesão na 
musculatura – torpor – estado alterado de 
consciência que pode significar entorpecimento, 
preguiça, moleza ou indolência – e coma, 
hipotensão arterial, oligúria e insuficiência 
renal aguda; 
!!! Remoção do Ferrão 
- Nos casos de acidentes causados por enxame, a 
retirada dos carrões da pele deverá ser feita 
por raspagem – para evitar que o veneno seja 
acidentalmente inoculado; 
!!! Tratamento 
- Para as manifestações locais pode-se utilizar 
analgésicos; 
- Em casos de reação alérgica pode-se utilizar 
adrenalina 0,5 mL, anti-histamínicos, corticoides, 
broncodilatadores e realizar o manejo de vias 
aéreas; 
→ Vespas 
- A composição de seu veneno é pouco conhecida; 
- Seus principais alérgenos apresentam reações 
cruzadas com os das abelhas e também 
produzem fenômenos de hipersensibilidade; 
- Ao contrário das abelhas, as vespas não deixam 
o ferrão no local da picada; 
- Os efeitos locais e sistêmicos do veneno são 
semelhantes aos das abelhas, porém menos 
intensos. Para tratamento, pode-se necessitar de 
esquemas terapêuticos idênticos aos das abelhas; 
→ Formigas 
- De interesse médico tem-se as formigas da 
subfamília Myrmicinae, com as formigas-de-
fogo ou lava-pés – gênero Solenopsis – e as 
formigas saúvas – gênero Atta; 
- As formigas vão produzir lesões em forma de 
pápula urticariformes de 0,5 a 1 cm, no local da 
picada, a dor é um sintoma importante, 
principalmente em picadas das formigas-de-fogo, 
além disso, observa-se os outros sinais da 
inflamação no local, sendo que ele se torna 
pruriginoso; 
- Para alívio dos sinais e sintomas, pode-se 
utilizar compressas frias, corticoide local, anti-
histamínicos, por via oral, e analgésicos.

Continue navegando