Buscar

MT3-Problema3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Anne Karolyne Morato – P4 
 
Tutoria 
 
Citar as principais espécies/ 
gêneros dos animais peçonhentos: 
Serpente: 
→ Existem 4 gêneros principais de 
importância médica na América Latina: 
 Bothrops (jararaca) 90% dos casos; 
 Crotalus (cascavel) 8% dos casos; 
 Lachesis (surucucu) 1,5% dos casos; 
 Micrurus (cobra coral) 0,5% dos 
casos. 
 
Aracnídeo: 
→ No Brasil existem 3 gêneros de 
interesse médico: 
 Phoneutria (armadeira); 
• Acidentes que ocorrem em 
áreas urbanas, domicílios e 
peridomicílios. 
 Loxosceles (aranha-marrom); 
• São as aranhas responsáveis 
pelos acidentes mais frequentes 
no Sul do Brasil. 
 Latrodectos (viúva-negra). 
• No Brasil são mais encontradas 
em áreas peridomiciliares, jardins, 
parques, gramados, sob pedras, 
madeiras, nas cascas de cocos, e 
no interior das residências em 
frestas e ambientes escuros. 
 
Escorpião: 
→ No Brasil, o gênero de importância 
médica é o Tityus, que possui 3 
espécies diferentes: 
 T. serrulatus (acidentes mais graves); 
 T. bahiensis; 
 T. stigmurus. 
 
Água-viva: 
→ O Filo Coelenterata é composto por 
animais simples, de estrutura radial, 
apresentando tentáculos que se inserem 
em volta da cavidade oral. Esses 
tentáculos capturam presas e 
apresentam células portadores de um 
minúsculo corpo oval chamado 
nematocisto, capaz de injetar veneno 
por um microaguilhão que dispara 
quando a células é tocada. Compreende 
3 classes: 
 Anthozoa (anêmonas e corais); 
 Hydrozoa (caravelas); 
 Scyphozoa (medusas, “águas-vivas”). 
 
Abelha: 
→ Pertencem a ordem Hymenoptera os 
únicos insetos que possuem ferroes 
verdadeiros, existindo 3 famílias de 
importância médica: 
 Apidae (abelhas e mamangavas); 
 Vespidae (vespa amarela, vespão e 
marimbondo ou caba); 
 Formicidae (formigas). 
 
 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Descrever o quadro clinico, 
diagnostico e tratamento dos 
acidentes com animais 
peçonhentos: 
Serpente: 
BOTHROPS (JARARACA); 
 
 
ACIDENTE BOTRÓPICO: 
→ Prognóstico: letalidade de 0,3%. 
→ Ações fisiopatológicas para o veneno: 
1 Ação proteolítica: Ação decorrente da 
atividade de proteases, hialuronidases e 
fosfolipases, da liberação de mediadores 
do processo inflamatório, da ação das 
hemorraginas sobre o endotélio vascular 
e da ação précoagulante do veneno. 
2 Ação coagulante: semelhante a trombina 
converte o fibrinogênio em fibrina com 
formação de trombos. Ativa também o 
fator X e a protrombina produzindo 
frequentemente incoagulabilidade 
sanguínea. 
3 Ação hemorrágica: as hemorraginas, 
atuam lesando a membrana basal e 
destruindo o endotélio capilar, associada 
a alterações de coagulação e 
plaquetopenia. 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Presença (ou não) de ferimento 
punctiforme, dor de intensidade 
variável, edema precoce e 
progressivo, alcançando todo o 
membro afetado. Em poucas 
horas podem ocorrer bolhas, 
equimoses, necrose e 
linfadenopatia ganglionar. 
 Manifestações sistêmicas: 
• Pode ocorrer gengivorragia, 
epistaxes, hematúria, 
hematêmese e sangramentos em 
ferimentos pré-existentes. 
 Complicações: 
• Infecção local, abscesso e 
necrose, síndrome 
compartimental, déficit funcional, 
choque de instalação precoce 
nos casos graves, insuficiência 
renal aguda. 
• Óbito devido a hemorragias, 
digestiva e do SNC. 
→ Diagnóstico (laboratorial): 
 O tempo de coagulação (TC) pode 
estar prolongado ou incoagulável 
(>30 min), importante para 
diagnostico e controle da soroterapia; 
 Níveis  de protrombina e formação 
de trombina fisiológica intravascular; 
 Hemograma: anemia discreta, 
leucocitose com neutrofilia, desvio a 
esquerda e plaquetopenia; 
 Sumario de urina: proteinúria, 
hematúria, leucocitúria. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Tratamento: 
 Geral: 
• Manter o paciente em repouso 
com o membro elevado; 
• Não garrotear ou fazer incisões 
no local da picada; 
• Lavar com água e sabão; 
• Hidratação e monitorização dos 
sinais vitais e volume urinário; 
• Uso de analgésicos; antibióticos, 
quando houver infecção; 
• Fasciotomia precoce, se houver 
síndrome compartimental; 
• Drenagem de abcessos, 
debridamento e cirurgia quando 
necessário; 
• Profilaxia do tétano. 
 Específico: 
• Soro antibotrópico: 
− Caso leve = 4 ampolas; 
− Caso moderado = 8 ampolas; 
− Caso grave = 12 ampolas; 
• Pode ser utilizado o soro 
antibotrópico-crotálico ou 
antibotrópico laquético se não 
houver o soro especifico. 
• Complementar a soroterapia com 
mais 4 ampolas, se não houver 
reversão dos sintomas e 
normalização do TC, 12 horas 
após a soroterapia. 
 
 
 
 
 
LACHESIS (SURUCUCU); 
 
 
ACIDENTE LAQUÉTICO: 
1 Ação proteolítica: proteases que causam 
necrose células com destruição de 
tecidos e lesão do endotélio vascular, dá 
origem a endovascularite necrotizante. 
2 Ação hemorrágica: a presença de 
hemorraginas produziu intensa ação 
hemorrágica. 
3 Ação coagulante: caracterização parcial 
do veneno com atividade tipo trombina. 
4 Ação neurotóxica: não foi isolada 
nenhuma fração especifica para esta 
atividade. 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Dor e edema progressivos que 
ocorrem 1 ou 2 horas após o 
acidente. Equimose extensa, 
flictenas de conteúdo seroso ou 
serosanguinolento, nas primeiras 
5 horas. Enfartamento ganglionar. 
 Manifestações sistêmicas: 
• Semelhantes ao do veneno 
botrópico, porém algumas 
manifestações neurotóxicas por 
excitação vagal como bradicardia, 
hipotensão, vômitos, cólicas 
A síndrome compartimental diz respeito ao 
aumento da pressão intersticial sobre a pressão 
de perfusão capilar dentro de um compartimento 
osteofascial fechado, podendo comprometer 
vasos, músculos e terminações nervosas 
provocando lesão tecidual. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
abdominais e diarreia, auxiliam no 
diagnóstico diferencial pois são 
muito raramente registradas nos 
envenenamentos por outras 
serpentes. 
• Síndrome cardiocirculatória 
ocorre cerca de 15 minutos após 
a picada. 
 Mais frequentes: 
•  do TC ou incoagulabilidade 
sanguínea pelo consumo de 
protrombina e fibrinogênio. 
Leucocitose, hemoconcentração, 
 de hematócrito e hemoglobina, 
 dos níveis de creatino-quinase, 
 de transaminase. 
 Menos frequentes: 
• Sangramento em ferimentos 
antigos, gengivorragia, epistaxes, 
hemoptise, hematúria, oliguria e 
anúria e enterroragia. 
• Taquipneia, taquicardia, sudorese, 
cefaleia, tonturas, visão turva, 
agitação e ansiedade e torpor, 
ocorrem nos casos mais graves. 
 Complicações: 
• Necrose, infecção secundaria, 
abcesso e síndrome 
compartimental com sequelas, 
déficit funcional, amputações, 
insuficiência renal aguda e choque. 
 
 
 
 
 
→ Diagnóstico (laboratorial): 
 Tempo de coagulação prolongado; 
 Hemograma; glicemia; ureia; 
creatinina e eletrólitos. 
→ Tratamento: 
 Geral: 
• Antissepsia local, repouso com 
membro picado elevado, 
analgésicos, hidratação e 
antibioticoterapia quando houver 
infecção. 
 Especifico: 
• Soro antibotrópico-laquético por 
via endovenosa, diluído, precedido 
de medicações para profilaxia de 
reações anafilactóides. 
− Caso moderado = 10 ampolas; 
− Caso grave = 20 ampolas. 
• O soro antibotrópico tem sido 
utilizado nestes acidentes, porém 
tem se mostrado ineficaz, sem 
regressão das manifestações 
clinicas. Pode ser usado o Sulfato 
de Atropina para bradicardia, até 
normalizar a PA, antiespasmódicos 
para alivio das cólicas intestinais e 
transfusões, se necessário. 
 Complicações: 
• Debridamento de áreas 
necrosadas, drenagem de 
abcesso; fasciotomia na síndrome 
compartimental; cirurgias 
reparadoras. 
 
 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
CROTALUS (CASCAVEL); 
 
 
 
ACIDENTE CROTÁLICO: 
→ Prognóstico: letalidade de 72%. 
→ Ações do veneno: 
1 Ação neurotóxica: a principal fração é a 
crotoxina, responsável pela alta 
toxicidade.Tem ação pré-sináptica e 
atua nas terminações nervosas motoras 
inibe a liberação de acetilcolina, fator 
responsável pelo bloqueio 
neuromuscular e pelas paralisias motoras. 
2 Ação miotóxica: a local é provocada pela 
crotamina e pela crotoxina. Ainda não foi 
identificada a fração responsável pela 
sistêmica. O veneno produz lesões de 
fibras musculares esqueléticas liberando 
enzimas e mioglobina, que excretada 
pela urina, foi anteriormente interpretado 
como ação hemolítica. 
3 Ação coagulante: a atividade tipo 
trombina provoca incoagulabilidade 
sanguínea, em alguns casos pela 
conversão do fibrinogênio em fibrina, 
sem redução no número de plaquetas. 
 
 
 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Pouco significativas. 
• Não há dor, pode ocorrer 
parestesia, eritema e edema 
discreto. 
 Manifestações sistêmicas: 
• Mal-estar, náuseas, vômitos, 
sudorese, prostação, sonolência. 
• Neurológicas – ptose palpebral, 
fáceis miastênicas, oftalmoplegia, 
midríase, visão turva, diplopia. 
• Dores musculares generalizadas. 
 Menos frequentes: 
• Paralisia velopalatina com 
dificuldade de deglutição, 
alterações do olfato e paladar. 
• Insuficiência respiratória aguda. 
 Complicações: 
• Insuficiência renal aguda. 
• Ocorre oligúria com urina 
escurecida e anúria podendo 
ocorrer nas primeiras 48h, 
necrose tubular aguda. 
• A excreção da mioglobina 
associada a hipovolemia, urina 
ácida e ação nefrotóxica direta 
do veneno, são responsáveis 
pelas lesões renais. 
→ Diagnóstico (laboratorial): 
 Sangue:  de ureia, creatinina, acido 
úrico, fosforo e potássio,  do cálcio 
quando há oligúria ou anúria. 
 Valores séricos  de creatino-
quinase, desidrogenase lática, TGO, 
TGP e aldolase. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
 Tempo de coagulação prolongado, 
principalmente nos casos graves. 
 Leucocitose, com neutrofilia e desvio 
a esquerda, podendo ocorrer 
granulações tóxicas. 
 Urina: presença de mioglobina, 
podendo ocorrer proteinúria discreta. 
 Biópsia muscular: comprova a 
atividade miotóxica sistêmica do 
veneno crotálico. 
→ Tratamento: 
 Geral: 
• Hidratação adequada, utilizando, 
se necessário, o soro glico-
fisiologico e diuréticos para 
prevenção de IRA, mantendo o 
fluxo urinário. 
• Utilização de Manitol afim de 
provocar diurese osmótica e 
alcalinização. 
• Bicarbonato de sódio controlando 
a gasometria sanguínea para 
manter a urina alcalina, pH de 6,5. 
 Especifico: 
• A evolução do paciente esta 
diretamente correlacionada com a 
soroterapia precoce com o soro 
anticrotálico ou antibotrópico-
crotálico. 
− Caso leve = 5 ampolas; 
− Caso moderado = 10 ampolas; 
− Caso grave = 20 ampolas. 
 
 
 
 
MICRURUS (COBRA CORAL); 
 
 
ACIDENTE ELAPÍDICO: 
→ Prognostico: favorável quando o 
paciente é precoce a adequadamente 
tratado. Os acidentes são raros. 
→ Ações do veneno: 
 São as neurotoxinas que atuam ao 
nível da junção neuromuscular. 
 Na maioria das espécies brasileiras 
tem ação pós-sináptica, porém em 
algumas espécies a ação é pré-
sináptica. 
 Devido ao baixo peso molecular, as 
neurotoxinas são absorvidas 
rapidamente para a circulação 
sistêmica e tecidos ocasionando a 
precocidade dos sintomas. 
 As neurotoxinas ligam-se aos sítios 
receptores de acetilcolina na placa 
motora terminal produzindo paralisia 
muscular com efeitos semelhantes 
aos do curare e na miastenia gravis. 
 Em algumas espécies que tem a 
ação pré-sináptica, ocorre o bloqueio 
da liberação de acetilcolina pelos 
impulsos nervosos. 
 A neurotoxidade é exclusivamente 
periférica. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Podem ou não ocorrer lesões 
pelos dentes das serpentes, dor 
local, edema e parestesia. 
 Manifestações gerais: 
• Ptose palpebral bilateral 
oftalmoplegia, diplopia e 
deambulação, e paralisia dos 
membros. 
• Associadas a estas manifestações 
podem ocorrer paralisia da 
musculatura velopalatina, 
mastigação e deglutição e 
vômitos. 
 Casos graves: 
• Pode ocorrer paralisia da 
musculatura torácica havendo 
evolução para insuficiência 
respiratória, apneia e óbito. 
→ Diagnóstico: 
 Não há exames específicos. 
→ Tratamento: 
 Geral: 
• Manter o paciente 
adequadamente ventilado. 
• Usar anticolinesterasicos nos 
acidentes cujo veneno tenha 
ação pré-sináptica para reversão 
da sintomatologia respiratória. 
• Utilizar neotigmina como teste de 
resposta aos anticolinesterasicos 
e/ou como terapêutica. 
 Especifico: 
• 10 ampolas do soro antielapídico-
SAEL (neutralizam 150 mg do 
veneno), por via intravenosa, 
diluídas em soro glicosado a 5% 
ou fisiológico. 
 Soroterapia: 
• A soroterapia é o único 
tratamento eficaz nos 
envenenamentos por serpentes 
peçonhentas. 
• O soro deve ser aplicado por via 
intravenosa diluído em 100 ml de 
soro glicosado a 5% ou fisiológico 
0,9%, durante 15 a 30 minutos 
em dose única. 
• A necessidade da administração 
de doses adicionais às 
recomendadas inicialmente deve 
ser avaliada de acordo com o 
quadro clínico e pelo Tempo de 
Coagulação (TC). 
 
Aracnídeo: 
ACIDENTE POR PHONEUTRIA: 
→ Armadeira ou aranhas das bananeiras. 
→ Ações do veneno: 
 O veneno atua sobre os canais de 
sódio, induzindo a despolarização das 
fibras musculares e das terminações 
nervosas sensitivas, motoras e do SN 
autônomo. 
 A liberação de neurotransmissores 
do SN autônomo, principalmente 
catecolaminas (dopamina, adrenalina 
e norepinefrina) e acetilcolina, 
originam as manifestações sistêmicas 
nos casos mais graves. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Quadro clinico: 
 Manifestação local: 
• Dor de intensidade variável que 
pode irradiar-se ate a raiz do 
membro, edema, eritema, 
parestesia, sudorese local e 
marcas de dois pontos de 
inoculação do veneno. 
 Manifestações sistêmicas: 
• Taquicardia, hipertensão, 
sudorese, agitação psicomotora, 
visão turva, sialorreia, vômitos, dor 
abdominal e priapismo. 
 Complicações: 
• Vômitos profusos, bradicardia, 
hipotensão, insuficiência cardíaca, 
arritmias, choque, dispneia, 
convulsões, coma e edema 
pulmonar agudo. 
→ Diagnóstico (exames complementares): 
 Em acidentes graves com crianças 
pode ocorrer leucócitose com 
neutrofilia, hiperglicemia, acidose 
metabólica e taquicardia sinusal. 
→ Tratamento: 
 Imersão em água morna do local 
picado ou uso de compressas; 
 Infiltração local ou troncular com 
lidocaína a 2% sem vasoconstrictor; 
 Antieméticos, dipirona e meperidina 
para dor intensa; 
 Nos casos graves é necessário 
internamento em UTI para crianças. 
 Soro antiaracnídico: 
• Caso moderado = 2 a 4 ampolas; 
• Caso grave = 5 a 10 ampolas. 
ACIDENTE POR LATRODECTOS: 
→ Viúva-negra, flamenguinha. 
→ Ações do veneno: 
 O veneno é uma neurotoxina com 
ação difusa sobre o SNC. 
 Seus principais componentes 
químicos são proteínas e enzimas 
proteolíticas. 
 A alpha-latrotoxina, fração 
potencialmente letal é o principal 
componente toxico da peçonha da 
Latrodectus. Sua atuação sobre 
terminações nervosas sensitivas e no 
local da picada, provoca quadro 
doloroso. 
 Além disso, apresenta atividade no 
SN autônomo, levando a liberação de 
neurotransmissores adrenérgicos e 
colinérgicos. 
 Os mecanismos de ação sobre a 
junção neuromuscular ocorrem por 
uma alteração pré-sináptica na 
permeabilidade dos íons sódio e 
potássio consequente a ação direta 
do veneno dando origem ao quadro 
clinico característico: Síndrome do 
Latrodectismo. 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Dor fina, aguda, tipo alfinetada, de 
intensidade variável que 
reaparece em 10 a 15 minutos 
após a picada, com sensação de 
queimadura alcançando maior 
intensidade em 1 a 3 horas, 
podendo persistir até 48h. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
• Pequena área eritematosa com 
edema e hiperestesia, sudorese, 
dentre outros. 
 Manifestações sistêmicas:• Dores musculares e caibras. 
• Fasciculações musculares, rigidez 
generalizada, priapismo, dor 
migratória para membros, dorso 
e abdômen intensificada, 
taquicardia ou bradicardia, cefaleia 
e tontura, ansiedade, dificuldade 
de deambulação, sudorese 
profusa, opressão precordial. 
→ Diagnóstico (exames complementares): 
 ECG: arritmias, bloqueios, fibrilação. 
 Urina: Albuminuria, hematúria, 
leucocituria, cilindruria, glicosuria. 
 Sangue: hemoconcentração, 
leucocitose (neutrófilos), 
hiperglicemia, hiperfosfatemia, 
hiponatremia. 
→ Tratamento: 
 Sintomático: 
• Antissepsia local; 
• Gelo e água morna no local, 
alternadamente; 
• Benzodiazepínicos; 
• Gluconato de cálcio; 
• Analgésicos; 
• Prostigme, clorpromazina; 
• Fenibarbital; 
• Observação mínima = 4h. 
 Especifico: 
• Soro anti-latrodético – 1 a 2 
ampolas, repetir após 4h se 
necessário. 
ACIDENTE POR LOXOSCELES: 
→ Aranha-marrom. 
→ Ações do veneno: 
 O principal componente do veneno 
é a enzima esfingomielinase D que 
atua sobre as constituintes das 
membranas das células do endotélio 
vascular e hemácias, são descritas 3 
ações: proteolítica, hemolítica e 
coagulante. 
→ Quadro clinico: 
 Apresenta-se por 2 aspectos: forma 
cutânea e forma cutânea-visceral. 
 Forma cutânea: 
• Ocorre em + de 95% dos casos. 
• Dor, edema e eritema locais. 
• A dor se intensifica nas primeiras 
12 a 36 horas e é comparada a 
queimadura de cigarro. 
• Podem surgir áreas hemorrágicas 
mescladas com áreas de 
isquemia, placa marmórea e 
necrose seca, após 7 a 12 dias 
evoluindo para ulcera de difícil 
cicatrização em 3 a 4 semanas. 
• Pode ocorrer hipertermia, 
cefaleia, astenia e exantema. 
 Forma cutânea-visceral: 
• Anemia, icterícia e hemoglobinúria 
decorrentes da hemólise 
intravascular podem ocorrer nas 
primeiras 24 horas. 
• Há registros de coagulação 
intravascular disseminada e 
ocorrência de petéquias e 
equimoses. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
 Complicações locais: 
• Infecção secundaria, perda 
tecidual e cicatrizes extensas. 
 Complicações sistêmicas: 
• Insuficiência renal aguda. 
→ Diagnóstico: 
 Não são específicos. 
→ Tratamento: 
 Compressas frias e limpeza da ferida 
frequentemente; 
 Antissépticos; 
 Analgésicos; 
 Anti-histamínicos; 
 Corticosteroides; 
 Antibióticos; 
 Remoção de escaras 1 semana após 
o acidente; 
 Cirurgia reparadora. 
 Soro anti-aracnídico: 
• Caso moderado = 5 ampolas; 
• Caso grave = 10 ampolas. 
 
Escorpião: 
→ Prognóstico: bom nos casos leves e 
moderados. As complicações e óbitos 
ocorrem nas primeiras 24 horas. 
→ Ações do veneno: 
 A toxina escorpiônica provoca efeitos 
complexos nos canais de sódio 
produzindo despolarização das 
terminações nervosas pós-
ganglionares do SN simpático e 
parassimpático com liberação de 
catecolaminas e acetilcolina que 
ocasionam o aparecimento das 
manifestações orgânicas. 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Dor com ou sem parestesia. A 
dor pode ser leve ou intensa 
com irradiação até a raiz do 
membro picado, dor inicialmente 
leve e pode torna-se intensa e 
até insuportável dentro de 
poucas horas. Os pontos de 
picada podem ou não serem 
visualizados e a hiperemia e o 
edema ocorrendo, são discretas. 
 Manifestações gerais: 
• Sudorese abundante 
acompanhada na maioria das 
vezes de hipotermia, sialorreia, 
rinorreia e lacrimejamento. 
• Náuseas e vômitos são 
frequentes e estão relacionados 
com a gravidade do quadro. 
Podem ocorrer cólicas e diarreia 
• As convulsões representam mau 
prognóstico. 
• Quadros graves e os óbitos estão 
associados a crianças com 
acidente pelo Tityus serrulatus. 
 Interferem ainda na gravidade o 
tamanho do escorpião, a quantidade 
de veneno inoculado, a sensibilidade 
individual e a massa corpórea. 
→ Diagnóstico (exames complementares): 
 Eletrocardiograma; 
 Proteinúria, glicosuria e cetonuria. 
 Raio X, nos casos graves evidencia 
aumento da área cardíaca e edema 
agudo. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Tratamento: 
 Local: 
• Infiltração de lidocaína a 2% sem 
vasoconstrictor, podendo ser 
repetida ate 3 vezes com 
intervalos de 60 minutos. 
 Sintomático: 
• Hidratação parenteral, 
metoclopramida para os vômitos. 
 Especifico: 
• Numero de ampolas do soro, 
antiescorpiônico ou antiaracnídico, 
varia de acordo com a gravidade 
do caso e com a espécie do 
escorpião. 
 Tityus stigmurus, T. brasilae, T. 
matogrossensis, e outros: 
• Quase sempre casos leves, sem 
necessidade de soroterapia 
• Sem sintomas ou dor local leve: 
observação de 6 a 12 h. 
• Dor local moderada ou intensa: 
bloqueio com lidocaína sem 
vasoconstrictor - até 3 vezes. 
• Manifestações sistêmicas e/ou 
dor persistente: Soroterapia com 
Soro antiescorpiônico (SAES) ou 
Antiaracnídico (SAAR) 2, 4 ou 6 
ampolas. 
 Tityus serrulatus: 
• Crianças até 7 anos: Mesmo sem 
sintomas = soroterapia com 
SAES ou SAAR – 2 ampolas. 
Manifestações locais ou sistêmicas 
= soroterapia com SAES ou 
SAAR – 4 ou 6 ampolas. 
• Crianças + de 7 anos e adultos: 
Sem sintomas ou dor local leve = 
observação de 6 a 12 h. 
Dor local moderada ou intensa = 
bloqueio com lidocaína sem 
vasoconstrictor – até 3 vezes. 
Manifestações sistêmicas e/ou 
dor persistente = soroterapia 
com SAES ou SAAR – 4 ou 6 
ampolas. 
 
Água-viva (medusas): 
→ Ações do veneno: 
 É uma mistura de vários 
polipeptídeos que tem ações tóxicas 
e enzimáticas na pele humana 
podendo provocar inflamação 
extensa e até necrose. A 
neurotoxicidade provoca efeitos 
sistêmicos, desorganiza a atividade 
condutora cardíaca levando a 
arritmias sérias, altera o tônus 
vascular e pode levar à insuficiência 
respiratória por congestão pulmonar 
→ Quadro clinico: 
 Manifestações locais: 
• Ardência e dor intensa no local, 
que pode durar de 30min a 24h. 
• Placas e pápulas urticariformes 
lineares, podendo dar lugar as 
bolhas e necrose em 24h. 
• Neste ponto as lesões 
urticariformes dos acidentes leves 
regridem, deixando lesões 
eritematosas lineares, que podem 
persistir no local por meses. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
 Manifestações graves: 
• Cefaleia, mal-estar, náuseas, 
vômitos, espasmos musculares, 
febre, arritmias cardíacas. 
• A gravidade depende da 
extensão da área comprometida. 
• O óbito pode ocorrer por efeito 
do envenenamento (insuficiência 
respiratória e choque) ou por 
anafilaxia. 
→ Diagnóstico: 
 Clinico. 
→ Tratamento: 
 Fase 1 = repouso do segmento 
afetado. 
 Fase 2 = retirada de tentáculos 
aderidos: a descarga de nematocistos 
é contínua e a manipulação errônea 
aumenta o grau de envenenamento. 
Não usar água doce para lavar o 
local ou esfregar panos secos. Os 
tentáculos devem ser retirados 
suavemente levantando-os com a 
mão enluvada, pinça ou bordo de 
faca. O local deve ser lavado com 
água do mar. 
 Fase 3 = inativação do veneno: o 
uso de ácido acético a 5% 
(vinagrecomum), aplicado no local, 
por no mínimo 30 minutos inativa o 
veneno local. 
 Fase 4 = - retirada denematocistos 
remanescentes: deve-se aplicar uma 
pasta de bicarbonato de sódio, talco 
e água do mar no local, esperar 
secar e retirar. 
 Fase 5 = bolsa de gelo ou 
compressas de água do mar fria por 
5 a 10 minutos e corticóides tópicos 
2x ao dia aliviam os sintomas locais. 
 A dor deve ser tratada com 
analgésicos. 
 
Abelha: 
→ Ações do veneno: 
 O veneno das abelhas é uma mistura 
complexa de substâncias químicas 
com atividades tóxicas como: 
enzimas hialuronidases e fosfolipases, 
peptídeos ativos como melitina e a 
apamina, aminas como histamina e 
serotonina entre outras. 
→ Quadro clinico: 
 Podem ser alérgicas (mesmo com 1 
picada) e tóxicas (múltiplas picadas). 
 Após uma ferroada, há dor aguda 
local, que tende a desaparecer 
espontaneamente em poucos 
minutos, deixando vermelhidão, 
prurido e edema por várias horas oudias. 
 O edema flogístico evolui para 
enduração local que aumenta de 
tamanho nas primeiras 24-48 horas, 
diminuindo gradativamente nos dias 
subsequentes. 
 Menos de 10% dos indivíduos que 
experimentaram grandes reações 
localizadas apresentarão as reações 
sistêmicas de anafilaxia, com sintomas 
de início rápido, onde podem estar 
presentes sintomas gerais como 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
cefaléia, vertigens, calafrios, agitação 
psicomotora, sensação de opressão 
torácica, entre outros, e sintomas 
localizados em aparelhos e sistemas. 
• Pele; 
• Vias respiratórias; 
• Via digestiva. 
 Nos acidentes provocados por 
ataque múltiplo de abelhas 
desenvolve-se um quadro tóxico 
generalizadodenominado de 
Síndrome de Envenenamento, por 
causa da quantidade de veneno 
inoculada. Há dados indicativos de 
hemólise intravascular e rabdomiólise. 
 Alterações neurológicas como torpor 
e coma, hipotensão arterial, 
oligúria/anúria e insuficiência renal 
aguda podem ocorrer. 
 Distúrbios graves hidroeletrolíticos e 
do equilíbrio ácido-básico, anemia 
aguda pela hemólise, depressão 
respiratória e insuficiência renal aguda 
são as complicações mais relatadas. 
→ Diagnóstico: 
 Não há exames específicos. 
 A gravidade dos pacientes deverá 
orientar os exames complementares, 
como, a determinação dos níveis 
séricos de enzimas de origem 
muscular, como a CK, LDH, aldolases, 
ALT e AST e as dosagens de 
hemoglobina e bilirrubinas. 
→ Tratamento: 
 Nos acidentes causados por enxame, 
a retirada dos ferrões da pele deverá 
ser feita por raspagem com lâmina e 
não pelo pinçamento de cada um 
deles, pois a compressão poderá 
comprimir a glândula ligada ao ferrão 
e inocular no paciente o veneno 
ainda existente. 
 O tratamento de escolha para as 
reações anafiláticas é o uso por via 
subcutânea de solução aquosa de 
adrenalina. 
 Os glicocorticoides e anti-histamínicos 
não controlam as reações graves 
(urticária gigante, edema de glote, 
broncoespasmo e choque), mas 
podem reduzir a duração e 
intensidade dessas manifestações. 
 Para o alívio de reações alérgicas 
tegumentares, indica-se uso tópico 
de corticoides e uso de anti-
histamínicos. Manifestações 
respiratórias as matiformes podem 
ser controladas com oxigênio nasal, 
inalações e broncodilatadores. 
 Manutenção das condições do 
equilíbrio acidobásico, assistência 
respiratória, balanço hidroeletrolítico e 
a diurese. 
 O choque anafilático, a insuficiência 
respiratória e a insuficiência renal 
aguda devem ser abordados de 
maneira rápida e vigorosa. 
 Métodos dialíticos e de plasmaferese 
devem ser instituídos, se necessário, 
em casos de Síndrome de 
Envenenamento. 
 . Pacientes vítimas de enxames 
devem ser mantidos em UTI, em 
razão da alta mortalidade observada. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Entender o protocolo de 
acidentes com animais 
peçonhentos: 
Primeiros socorros: 
→ Orientação geral para os acidentes 
ofídicos, que devem ser divulgados à 
população, principalmente no meio rural: 
 Lavar o local da picada com bastante 
água limpa e sabão; 
 Manter o acidentado calmo, em 
repouso absoluto, elevando a parte 
afetada; 
 Transportá-lo para a Unidade de 
Saúde mais próxima com extrema 
urgência, levando, se possível, o 
animal agressor para auxiliar na 
identificação e diagnóstico. 
→ A utilização do soro específico poderá 
ser o único tratamento eficaz nos 
acidentes por animais peçonhentos. 
→ Os soros antipeçonhentos são 
distribuídos pelo Ministério e pelas 
Secretarias de Saúde. Estão disponíveis 
em todos os hospitais públicos de 
emergência, e são de uso gratuito. 
 Medidas erradas têm sido 
recomendadas no tratamento dos 
acidentes causados por animais. 
Geralmente estas medidas não 
ajudam no tratamento, e podem 
agravar o caso. 
 
 
 
 
 
→ Recomendações: 
 Não amarre, não fure, não corte e 
não sugue o local da picada. 
 Não coloque sobre o local da picada 
alho, café, fumo, esterco, castanha, 
pimenta, etc.; 
 Não tome ou dê bebida alcoólica, 
querosene, óleo diesel, chá ou 
“remédios milagrosos”. 
 Observação: A vítima pode beber 
água à vontade. 
 
Medidas preventivas: 
1. Usar botas de cano alto no trabalho. 
2. Usar luvas de couro nas atividades 
rurais e de jardinagem. Não colocar 
as mãos em buracos na terra, ocos 
de árvore, cupinzeiros. 
3. Examinar calçados antes de usar, 
pois serpentes podem refugiar-se 
dentro dos mesmos. 
4. Limpar as proximidades das casas, 
evitando folhagens densas, tijolos, 
pedras, etc. 
5. Vedar frestas, buracos em paredes e 
assoalhos. 
6. Preservar inimigos naturais (raposa, 
gambá, gaviões e corujas), criar aves 
domésticas, que se alimentam de 
serpentes. 
7. Evitar a presença de roedores, 
alimento preferido das serpentes.

Continue navegando