Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Beatriz Arlindo Simão Célia Manuel Chafim Mussa Gildo Eugênio Nick António Naimo Ninito Mamudo Factores de Produção Licenciatura em Contabilidade Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado 2022 Beatriz Arlindo Simão Célia Manuel Chafim Mussa Gildo Eugênio Nick António Naimo Ninito Mamudo Factores de Produção Licenciatura em Contabilidade Trabalho orientado pelo docente, na cadeira de Introdução a Economia, 1º ano, para fins de carácter avaliativo, apresentado ao departamento de Contabilidade e Gestão. Docente: dr Imamo Rachide Safire Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado 2022 Índice Introdução ......................................................................................................................... 3 1. Factores de produção ................................................................................................. 4 1.1. Como funcionam os fatores de produção .............................................................. 4 1.2. Suas Características ............................................................................................... 8 1.3. Propriedade dos Fatores de Produção .................................................................... 8 2. Noção econômica de capital ...................................................................................... 9 2.1. Capital .................................................................................................................... 9 2.2. Tipos de capital .................................................................................................... 10 3. Capital com sentido jurídico e contabilístico .......................................................... 12 3.1. Capital no sentido jurídico ................................................................................... 12 3.2. Sentido contabilístico .......................................................................................... 12 4. Capital fixo, circulante, variável e constante. ......................................................... 13 4.1. Capital fixo .......................................................................................................... 13 4.2. Capital circulante ................................................................................................. 15 4.3. Capital variável .................................................................................................... 15 4.4. Capital constante ................................................................................................. 16 5. Formação do capital ................................................................................................ 17 5.1. Como funciona a formação de capital ................................................................. 18 Conclusão ....................................................................................................................... 19 Referências bibliográficas .............................................................................................. 20 3 Introdução No presente trabalho, o grupo pretende de forma clara e objectiva falar sobre os factores de produção. Nossa compreensão do conceito de fatores de produção está enraizada em grande parte na economia neoclássica. Outras correntes da teoria econômica também contribuem para nossa compreensão atual, incluindo a visão socialista do trabalho como um dos fatores. Economistas políticos influentes como David Ricardo, Karl Marx e Adam Smith inicialmente designaram terra, trabalho e capital como fatores de produção. O trabalho tem como objectivo geral, abordar sobre os factores de produção. E para alcançar o objectivo geral. O trabalho trás consigo os seguintes objectivos específicos: Apresentar a noção econômica do capital; indicar os tipos de capital; e apresentar a formação de capital. A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a de consulta bibliográfica, que constitui na leitura, críticas e análises das informações de várias obras que estão devidamente citadas dentro do trabalho e na bibliografia. 4 1. Factores de produção Os factores de produção são elementos fundamentais ao processo produtivo em um determinado bem material ou serviço. Os fatores de produção são um importante conceito econômico que define os elementos necessários para produzir um bem ou serviço para venda. Eles são comumente divididos em três elementos: terra, trabalho e capital. No entanto, os comentaristas às vezes se referem ao trabalho e ao capital como os dois principais fatores de produção. Dependendo das circunstâncias específicas, um ou mais fatores de produção podem ser mais importantes que os outros. 1.1. Como funcionam os fatores de produção A definição moderna de fatores de produção é derivada principalmente de uma visão neoclássica da economia. Ele combina com abordagens anteriores à teoria econômica, como o conceito de trabalho como fator de produção do socialismo, em uma única definição. Terra, trabalho e capital como fatores de produção foram originalmente identificados pelos primeiros economistas políticos como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx. Hoje, capital e trabalho continuam sendo os dois principais insumos para processos e lucros. I. Recursos naturais Os recursos naturais, também classificados como terra por alguns autores, são aqueles provenientes da natureza, como os metais, as terras, as matas, florestas, os rios e os demais elementos fluviais. A remuneração dos recursos naturais é o arrendamento ou aluguer. “Terra” é uma categoria bastante ampla como fator de produção, pois se refere a todos os recursos naturais. Esses recursos são presentes que são dados pela natureza. Alguns exemplos típicos de recursos naturais são água, petróleo, cobre, gás natural, ouro, carvão e florestas. Eles podem variar de terras usadas para agricultura àquelas usadas para imóveis comerciais, bem como os recursos naturais derivados da terra. 5 A terra tem uma definição ampla como fator de produção e pode assumir várias formas, desde terras agrícolas até imóveis comerciais até os recursos disponíveis de um determinado pedaço de terra. O cultivo de culturas em terra por agricultores aumenta seu valor e utilidade. Para um grupo de primeiros economistas franceses chamados “os fisiocratas”, que antecederam os economistas políticos clássicos, a terra era responsável pela geração de valor econômico. Embora a terra seja um componente essencial da maioria dos empreendimentos, sua importância pode diminuir ou aumentar com base na indústria. Por exemplo, uma empresa de tecnologia pode facilmente iniciar as operações com zero investimento em terra. Por outro lado, o terreno é o investimento mais significativo para um empreendimento imobiliário. Esses recursos podem ser renováveis, como florestas, ou não renováveis, como petróleo ou gás natural. A renda obtida com a terra ou outros recursos naturais é chamada de aluguel. Embora a terra seja inegavelmente crucial para a maioria das formas de produção, o quão essencial ela realmente é varia de acordo com a indústria. Por exemplo, a terra é um foco central de praticamente toda a agricultura, mas é muito menos importante para uma empresa de tecnologia que opera literalmente na esfera virtual. A terra foi designada como a origem do valor econômico pelos fisiocratas, uma coleção de economistas franceses que vieram antes dos economistas políticos clássicos mais conhecidos (Smith, Ricardo, Marx e outros). II. Recursos humanos Os recursos humanos, também considerado por alguns autores como trabalho, constituem-se das capacidades físicas intelectuais dos indivíduos, utilizadas na intervenção do processo de produção. Pode ser a capacidadede comunicação, de digitação, de organização, a força bruta ou argumentação. A remuneração do factor recursos humanos é chamada salário. O trabalho, como fator de produção, envolve qualquer insumo humano. É qualquer trabalho feito por pessoas que contribuem para a produção. A qualidade do trabalho depende das habilidades, educação e motivação da força de trabalho. De um modo geral, quanto maior a qualidade do trabalho, mais produtiva é a força de trabalho. O trabalho foi 6 considerado a principal fonte de valor econômico de acordo com os primeiros economistas políticos influentes. Na produção, os salários são pagos com base nos níveis de qualificação dos trabalhadores, bem como no tempo investido no trabalho. Os trabalhadores com muito treinamento e educação são considerados “altamente qualificados” e recebem salários mais altos do que os trabalhadores menos treinados. Os chamados trabalhadores qualificados ou altamente treinados são descritos como “capital humano” (referindo-se ao terceiro fator de produção, o capital, descrito na próxima seção). O trabalho refere-se ao esforço despendido por um indivíduo para trazer um produto ou serviço ao mercado. Mais uma vez, pode assumir várias formas. Por exemplo, o pedreiro de um hotel faz parte do trabalho, assim como o garçom que atende os hóspedes ou a recepcionista que os matricula no hotel. Para os primeiros economistas políticos, o trabalho era o principal motor do valor econômico. Os trabalhadores da produção são pagos por seu tempo e esforço em salários que dependem de sua habilidade e treinamento. O trabalho de um trabalhador sem instrução e sem treinamento é normalmente pago a preços baixos. Trabalhadores qualificados e treinados são chamados de “capital humano” e recebem salários mais altos porque trazem mais do que sua capacidade física para a tarefa. Por exemplo, o trabalho de um contador exige a análise de dados financeiros de uma empresa. Os países ricos em capital humano experimentam aumento de produtividade e eficiência. A diferença nos níveis de habilidade e terminologia também ajuda empresas e empreendedores a criar disparidades correspondentes nas escalas salariais. Isso pode resultar em uma transformação dos fatores de produção para indústrias inteiras. Um exemplo disso é a mudança nos processos de produção no setor de tecnologia da informação (TI) após a terceirização de empregos para países com salários mais baixos. III. Capital Ao falar em capital, estamos nos referindo ao capital físico, como máquinas, equipamentos e instalações físicas de uma empresa. Ou seja, são os bens de produção. Em economia sempre utilizamos esse conceito quando nos referimos a capital. O capital de uma empresa pode ser um computador, um edifício, uma viatura entre outros. 7 Na economia, o capital normalmente se refere ao dinheiro. No entanto, o dinheiro não é um fator de produção porque não está diretamente envolvido na produção de um bem ou serviço. Em vez disso, facilita os processos usados na produção, permitindo que empresários e proprietários de empresas comprem bens de capital ou terras ou paguem salários. Para os economistas modernos (neoclássicos), o capital é o principal impulsionador do valor. É importante distinguir capital pessoal e privado em fatores de produção. Não é considerado um bem de capital um veículo pessoal utilizado para transporte de família, mas sim um veículo comercial utilizado expressamente para fins oficiais. Durante uma contração econômica ou quando sofrem perdas, as empresas reduzem os gastos de capital para garantir lucros. No entanto, em períodos de expansão econômica, investem em novas máquinas e equipamentos para trazer novos produtos ao mercado. Como fator de produção, o capital refere-se à compra de bens feita com dinheiro na produção. Por exemplo, um trator comprado para agricultura é capital. Na mesma linha, mesas e cadeiras usadas em um escritório também são capital. Economistas modernos, mainstream/neoclássicos normalmente consideram o capital como a principal fonte de valor, em contraste com os economistas do passado, que descreviam a terra ou o trabalho como tal. Alguns outros exemplos de capital incluem martelos, empilhadeiras, correias transportadoras, computadores e vans de entrega. Mas não é apenas esse tipo de maquinaria; móveis de escritório, como mesas de conferência e cadeiras de escritório, também estão sob o guarda-chuva do capital. Um aumento nos bens de capital significa um aumento na capacidade produtiva da economia. A renda auferida pelos proprietários de recursos de capital é chamada de juros. Observe que o capital pessoal e privado é distinto do capital que estamos descrevendo aqui. Por exemplo, seu veículo pessoal não é um bem de capital nesse sentido; no entanto, um táxi ou outro veículo usado em alguma forma de negócio é considerado um bem de capital. 8 1.2. Suas Características Uma das principais características dos fatores de produção é a sua natureza escassa dentro do mercado. Ter um estoque restrito desses insumos limita a capacidade das empresas em atender a todos os anseios dos seus consumidores. Dentro do núcleo terra, trabalho e capital podemos obter todos os insumos necessários para a produção de um bem ou serviço. No entanto todos esses recursos são escassos em nosso planeta, e por serem restritos e apresentarem uma elevada demanda econômica, os preços cobrados para a obtenção desses insumos geralmente não são baixos. Na realidade, a principal razão do estudo das ciências econômicas se dá em como melhorar a produtividade e tomar as melhores decisões quanto ao uso desses insumos de produção. Adicionalmente, esses fatores também possuem uma série de características em comum, tais como: versatilidade, substituibilidade e complementaridade. ▪ Versatilidade: é a capacidade que um fator de produção tem em se adaptar a novas situações, ou seja, é a facilidade da sua aplicação em vários tipos de produtos diferentes. ▪ Substituibilidade: é referente a capacidade de substituir. Por exemplo, o trabalho braçal por vezes pode ser substituído por máquinas que realizam um serviço específico. ▪ Complementaridade: é caracterizado pela capacidade de tornar possível a combinação de trabalho com capital, como por exemplo, o serviço que um operador exerce sobre um trator agrícola ao adubar uma plantação. 1.3. Propriedade dos Fatores de Produção A definição de fatores de produção em sistemas econômicos pressupõe que a propriedade pertence às famílias, que os emprestam ou arrendam a empresários e organizações. Mas isso é uma construção teórica e raramente o caso na prática. Com exceção do trabalho, a propriedade dos fatores de produção varia de acordo com a indústria e o sistema econômico. 9 Por exemplo, uma empresa que opera no setor imobiliário normalmente possui parcelas significativas de terreno, enquanto empresas de varejo e lojas alugam terrenos por longos períodos de tempo. O capital também segue um modelo semelhante, pois pode ser de propriedade ou arrendado de outra parte. Em nenhuma circunstância, porém, a mão-de- obra é propriedade das empresas. A transação do trabalho com as empresas é baseada em salários. A propriedade dos fatores de produção também difere com base no sistema econômico. Por exemplo, as empresas privadas e os indivíduos possuem a maioria dos fatores de produção no capitalismo. No entanto, o bem coletivo é o princípio predominante no socialismo. Como tal, os fatores de produção, como terra e capital, são de propriedade e regulados pela comunidade como um todo sob o socialismo. 2. Noção econômica de capital Segundo Adam Smith, considerado pai da economia moderna, conceituou o capital como " parte do estoque do qual se espera produzir retorno". Num contexto geral, o termo capital é geralmente utilizado para referir-se ao dinheiro. Portanto,na área da economia este termo é usado para referir a qualquer activo que possa ser aplicado na produção e gere fluxo de rendimentos ao passar do tempo. Além disso, o dinheiro e o capital possuem propósitos distintos, isso porque o dinheiro é usado de maneira mais imediata. Por outro lado, o capital é voltado para o longo prazo, visto que ele é usado para a geração de receitas futuras. 2.1. Capital O capital é qualquer tipo de activo que gere algum fluxo de rendimento ao decorrer do tempo através da sua aplicação na produção. Logo, o termo é usado para referir tanto ao dinheiro quanto a outros activos como, por exemplo, investimentos financeiros, bens que podem ser aplicados para a geração de riquezas e estoque. Inclusive os bens duráveis que são necessários para produção da empresa como os equipamentos, instalações da empresa e máquinas são chamados de capital ou de produção. 10 2.2. Tipos de capital O capital pode ser de diferentes tipos de acordo com a aplicação e finalidade. 2.2.1. O capital financeiro Ele é constituído por títulos e obrigações que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro. Capital financeiro é o conjunto de ativos que movimentam a economia e podem ser convertidos em dinheiro. É o caso dos títulos de renda fixa e das ações negociadas na bolsa de valores, por exemplo. O capital circula no mercado financeiro, ambiente onde os ativos são negociados por meio de regras específicas. Para que as transações ocorram, há o papel essencial de diversas instituições. Elas permitem a circulação do capital financeiro por meio da intermediação entre investidores e tomadores de crédito. Importância do capital financeiro na economia 1. Possibilita o fluxo da economia A principal função do capital financeiro é garantir o fluxo da economia. Ele viabiliza todas as transações financeiras, desde uma compra no cartão de crédito por uma pessoa física até a implementação de medidas econômicas por parte do governo. 2. Conecta investidores e tomadores de crédito Este tópico é uma consequência do anterior: o mercado não tem como rodar se não houver uma ponte entre investidores e tomadores de crédito. Essa ligação, como já mencionamos, fica a cargo das instituições financeiras e é essencial para que o capital financeiro circule. 3. Permite o crescimento econômico Com o capital financeiro em circulação, o objetivo é fomentar o crescimento econômico de um país de maneira eficiente. O capital arrecadado pela instituição é oferecido sob forma de empréstimo para um empreendedor que deseja criar um negócio. 11 Então o empreendedor abre a empresa e, com o tempo, gera capital a partir das vendas e empregos. Dessa forma, a ponte entre investidor e tomador de crédito resulta em uma ação que estimula ainda mais a economia. 2.2.2. Capital produtivo É aquele aplicado com o intuito de gerar lucros através da produção. O dinheiro é investido na produção de bens ou serviços ou infraestrutura. O investimento pode ser realizado diretamente, na forma de abertura de uma nova empresa ou filial de alguma já construída, ou indiretamente, via aplicação de capital em ações nas Bolsas de Valores. Sua circulação é mais lenta porque são investimentos de longo prazo e menos suscetíveis às oscilações repentinas do mercado. Seu montante é conhecido, mas é investido em poucos países. Instalam-se em busca de lucros que advém de custos menores de produção, transporte ou proximidade de mercados consumidores, ou facilidade de driblar barreiras protecionistas. 2.2.3. Capital especulativo É aquele que é aplicado com o objectivo de obter lucros rápidos no mercado financeiro, sem ganhos para a economia. Ele é alocado nos mercados de títulos financeiros, ações, moedas ou mesmo de mercadorias, com o objetivo de obter lucros rápidos e elevados. Pode-se rastrear todos os mercados em busca de títulos que ofereçam as maiores taxas de juros, das ações com os preços mais atraentes e com maior potencial de valorização. Estes capitais são de curto prazo. Os capitais especulativos são prejudiciais às economias na medida em que algum mercado se torne instável, os investidores transferem seus recursos rapidamente e os países onde o dinheiro estava investido entram em crise financeira ou se aprofundam nela. O capital especulativo não garante níveis de crescimento econômico aceitáveis, uma vez que não tem compromisso com a geração de emprego e renda. A entrada dos capitais deveria promover o desenvolvimento econômico, porém, para garantir a entrada e permanência desses capitais é necessário à prática de políticas macroeconômicas que 12 tornam o desenvolvimento pouco sustentável, o que acaba prejudicando o setor produtivo da economia. A busca por uma rápida valorização do capital pelos agentes pode gerar uma instabilidade no sistema, podendo se desdobrar em uma grave crise econômica. 3. Capital com sentido jurídico e contabilístico 3.1. Capital no sentido jurídico O capital no sentido jurídico é o conjunto de regras jurídicas (originalmente legislativas ou não) que o Judiciário aplica para um certo tipo de caso em um dado momento. Pelo fato de o Judiciário aplicar tais regras quando surge um conflito, os agentes sociais podem realizar previsões acerca de como um magistrado resolveria determinado tipo de problema. O capital jurídico de uma sociedade é o fruto de suas experiências e valores no decorrer do tempo. Quanto maior o capital jurídico de uma sociedade, maior o número de situações em que os agentes podem antever o provável resultado de um determinado conflito, caso esse fosse levado ao Judiciário; assim, é mais fácil alocar riscos e custos ou celebrar um acordo extrajudicial. Essa segurança jurídica permite o planejamento de longo prazo, a melhor alocação de riscos, o desestímulo a determinados comportamentos oportunistas e, em última análise, a cooperação entre os agentes. De um modo geral, Capital no sentido jurídico é o conjunto de bens e direitos que fazem parte do patrimônio de uma pessoa física ou jurídica. 3.2. Sentido contabilístico No sentido contabilístico o capital é o montante disponibilizado à empresa para que seja utilizado nas atividades que realiza, podendo gerar receitas e lucros. Este valor corresponde ao património que a empresa possui e que foram financiados pelos seus proprietários ou por meio de dívidas. Quando considerado apenas o capital dos proprietários é conhecido como capital próprio ou como um patrimônio líquido da empresa. 13 Uma empresa pode ainda, financiar o seu capital por meio de dívidas para ser utilizado nas actividades que realiza, como quando toma empréstimos. Estes valores formam passivos para a empresa e são reconhecidos como capital de terceiros. 3.2.1. Capital Próprio e Capital de Terceiros O Capital Próprio diz respeito às disponibilidades da empresa que formam o seu próprio patrimônio. Estes valores aparecem no Balanço Patrimonial da companhia como Patrimônio Líquido. Neste montante está incluído o Capital Social que é disponibilizado pelos sócios ou proprietários desde a criação da empresa. Parte deste valor pode estar ainda a integralizar, quando um ou mais dos sócios ainda não entrou com a sua parte. Os outros valores também pertencem ao patrimônio próprio da empresa e existem em formas como em lucros retidos, reservas ou em aumentos de capital feito pelos sócios. O Patrimônio Líquido da empresa é calculado pelos Ativos menos Passivos. Este valor é líquido, pois identifica os recursos aplicados no empreendimento líquido do capital alheio, ou seja, as dívidas da organização. O Capital de Terceiros são os recursos externos que as empresas buscam para financiar suas atividades, a partir de entidades terceiras, como é o caso dos empréstimos. Na contabilidade o capital de terceiros é formado por todo o Passivo Exigível. Estes valores constituem as obrigaçõesadquiridas por meio de contratos a crédito e que são reembolsadas aos credores depois de um tempo. Alguns exemplos de passivos que formam o capital de terceiros, além dos empréstimos, são os financiamentos e as dívidas a fornecedores. 4. Capital fixo, circulante, variável e constante. 4.1. Capital fixo Denomina-se capital fixo a parte do capital produtivo que apesar de inteiramente incorporado à produção, transfere seu valor para o produto não de uma vez, mas parceladamente, durante uma série de períodos de produção. Trata-se da parte do capital gasto na construção do edifício e das instalações e na compra de máquinas e 14 equipamentos. Se por exemplo, uma determinada máquina funciona durante 10 anos, neste caso, anualmente, a décima parte do valor dessa máquina é transferida para a mercadoria produzida com a sua participação. Os elementos do capital fixo servem aos objetivos da produção geralmente durante muitos anos; vão-se desgastando ano a ano, até que finalmente tornam-se imprestáveis para continuar produzindo. É nisto que consiste o desgaste físico das máquinas e equipamentos. Ao lado do desgaste físico, os instrumentos de produção também estão sujeitos ao desgaste moral. A máquina, tendo servido durante 5 ou 10 anos, pode achar-se ainda bastante conservada, mas, se por esse tempo tiver sido produzida outra máquina do mesmo tipo, porém mais aperfeiçoada, mais produtiva, ou mais barata, isto acarretará a depreciação da máquina antiga. Por isso, o capitalista tem interesse em utilizar o equipamento completamente no menor prazo possível. Daqui a tendência dos capitalistas a prolongação do dia de trabalho, a intensificação do trabalho, a introdução em suas empresas do trabalho ininterrupto, por turnos. O capital fixo de uma empresa baseia-se na composição do ativo fixo (ou imutável). Na prática, o capital fixo é todo investimento utilizado para iniciar o funcionamento de um negócio. Por exemplo, para uma fábrica começar a produzir ela precisa de investimentos em maquinários e peças que produzam o produto final que será comercializado posteriormente. Ou seja, o capital fixo e ativo fixo são todos os bens adquiridos para montar uma empresa antes de iniciar a operação. Alguns exemplos de capitais fixos mais comuns são: ▪ Imóveis; ▪ Automóveis; ▪ Máquinas de fábrica; ▪ Máquinas e utensílios industriais; ▪ Móveis; ▪ Computadores; ▪ Impressoras e demais eletrônicos e outros bens necessários para o funcionamento de uma companhia. 15 O capital fixo é aquele que só transfere o seu valor para a mercadoria à medida que se produz o seu desgaste e que não se esgota num processo produtivo. Pode ser utilizado em diversos processos produtivos sem que a sua estrutura sofra alterações, a não ser as decorrentes do tempo e do uso. 4.2. Capital circulante Denomina-se capital circulante aquela parte do capital produtivo cujo valor retorna integralmente ao capitalista durante um período de produção, sob a forma de dinheiro, com a realização da mercadoria. Trata-se da parte do capital gasta na compra de força de trabalho e também daqueles meios de produção (matérias-primas, combustível e materiais auxiliares) que não entram na composição do capital fixo. Deve-se notar aqui que o valor das matérias-primas, dos combustíveis e dos materiais consumidos transfere-se integralmente para as mercadorias durante um mesmo período de produção, enquanto que os gastos com a compra de força de trabalho retornam ao capitalista com um excedente (com a adição da mais-valia). O capital circulante é todo investimento que serve para manter a empresa em pleno funcionamento, tudo isso em forma de reserva. Ele também é uma forma de investimento líquido, como por exemplo: Fundos em contas bancárias, ações e títulos investidos, pagamentos a receber são um conjunto de ativos circulantes. O capital circulante é essencial para manter a saúde financeira de uma empresa e por isso é importante manter o hábito de investimentos. O capital circulante é aquele que transfere integralmente o seu valor num processo produtivo, sendo integrado no produto final. O capital produtivo só intervém uma vez no processo produtivo. 4.3. Capital variável O variável é um conceito utilizado por Karl Marx em o Capital. Corresponde à fracção do capital gasto na compra da força de trabalho (Salários) e é responsável pela reprodução ampliada do capital. Esse aumento ocorre, segundo Marx, mediante a extracção da mais- valia do trabalho, isto porque o processo de produção, o valor gerado pela força de trabalho excede o custo de reprodução das condições de existências dos trabalhadores 16 (correspondentes aos salários). Esse valor excedente é apropriado pelo capitalista e é o que possibilita a reprodução ampliada do capital. É a parte do capital gasta pelo empresário na compra de força de trabalho, isto é, na contratação de operários. Em troca desta parte do capital gasto, no fim do processo de produção o empresário recebe um novo valor, que foi produzido pelos operários em sua empresa. Este novo valor, como já vimos, é menor que o valor da força de trabalho comprada pelo capitalista. Dessa maneira, a parte do capital gasta na contratação de operários varia de grandeza no processo de produção: cresce em consequência da criação pelo operário da mais-valia, da qual o capitalista se apropria. Esta parte do capital, despendida na compra de força de trabalho (isto é, na contratação de operários) e que cresce no processo de produção. 4.4. Capital constante O capital constante é a parte do valor do capital que é aplicado na compra de meios de produção. O valor do capital constante não aumenta durante o processo de produção de bens. Não pode, portanto, ser a origem do aumento de capital inicialmente aplicado. O empresário gasta determinada parte do capital na construção das instalações fabris, na aquisição de equipamentos e máquinas, na compra de matérias-primas, de combustível e dos materiais auxiliares. O valor desta parte do capital transfere-se para a nova mercadoria produzida, na medida em que os meios de produção são empregados ou se desgastam no processo do trabalho. Esta parte do capital, que existe sob o aspecto do valor dos meios de produção, e cuja grandeza não varia no processo da produção, chama-se, por isso, capital constante. A economia política marxista estabelece a distinção entre a divisão do capital em fixo e circulante e a divisão do capital em constante e variável. O capital constante e o capital variável diferenciam-se entre si segundo o papel que desempenham no processo de exploração dos operários pelos capitalistas, ao passo que a diferença entre o capital fixo e o circulante é estabelecida segundo o carácter da rotação. Estes dois modos de divisão do capital podem ser representados da seguinte maneira: 17 Divisão segundo o papel no processo de exploração Divisão de acordo com o caráter da rotação Capital constante Edifícios e instalações fabris Capital Fixo Equipamentos, máquinas Matérias-primas, combustíveis, materiais Auxiliares Capital variável Salários dos operários Capital circulante A economia política burguesa reconhece somente a divisão do capital em fixo e circulante, uma vez que esta divisão do capital, por si só, não mostra o papel da força de trabalho na criação da mais-valia, mas, contrariamente, encobre a diferença radical entre os gastos do capitalista na contratação de força de trabalho e os gastos com matérias- primas, combustíveis, etc. mascara a exploração do trabalho assalariado pelos capitalistas. 5. Formação do capital Refere-se à acréscimos de ao stocks de capital em um determinado período contábil. Lançada por Simon Kuznets durante as décadas de 1930 e 1940, a abordagem é anunciada por alguns analistas financeiros como uma forma essencial de avaliar a verdadeiraimagem financeira de um país. A formação de capital tem haver com o investimento de capital fixo dentro de um país, bem como o aumento do valor dos vários inventários de activos detidos e do valor líquido dos activos que foram emprestados a outros países durante o período em consideração. Isso pode incluir a transferência de poupança para financiar os empréstimos ou algum outro aspecto da economia. Entre as variações da formação de capital, há algumas aplicações específicas que merecem destaque: 18 A formação bruta de capital fixo excluirá quaisquer activos que não possam ser devidamente designados como activo de capital fixo. A formação de Capital humano é uma variação mais recente que se concentra na inclusão de trabalho humano, talentos, habilidades e recursos que são utilizados para treinar novos trabalhadores para substituir os aposentados. A formação do capital serve como um instrumento de intercâmbio económico entre países que exercem correlações económicas, pois ela permite ao país que dá os activos por emprestado fazer uma compreensão da saída dos activos através de um inventário. 5.1. Como funciona a formação de capital Produzir mais bens e serviços pode levar a um aumento de níveis de renda nacional, para acumular capital adicional, um país precisa gerir economias e investimentos com a poupança das famílias ou com a base na política governamental. Os países com uma alta taxa de poupança familiar podem acumular fundos para produzir bens de capital com mais rapidez, e um governo que administra um superávit pode investir o excedente em bens de capital. A criação de novas empresas faz parte dos processos de formação de capital, os quais, em seu somatório, constituem um dos agregados das contas nacionais. O problema histórico da formação originária do capital é controverso na economia política. Segundo o economista Sênior, os primeiros capitais surgiram da abstinência, isto é, dos trabalhadores frugais que reduziram o consumo pessoal para poder aumentar seus recursos produtivos. Segundo Karl Marx, o periodo de acumulacao originaria do capital, a partir do seculo XV, incluiu a expulsão dos camponeses de suas terras, a ruina dos artesãos despojados de seus meios de produção, os lucros com a dívida pública, o protecionismo, o crédito usurário, a fraude comercial, o saque das colonias e o tráfico de escravos. Atualmente, o problema da formação de capital nos países subdesenvolvidos tem sido um dos mais debatidos nos meios científicos e nos organismos internacionais. A exceção dos exportadores de petróleo, a formação de capital nos países exportadores de matérias primas e gêneros alimentícios vincula-se negativamente à deterioração dos termos de intercâmbio no comércio internacional e ao agigantamento de sua dívida externa. 19 Conclusão A produtividade de um país pode ser medida pelos fatores de produção. Em geral, destacam-se o fator trabalho e o fator capital. Neste caso, o fator trabalho é a quantidade de horas que as pessoas estão atuando em seus empregos, assim como o conhecimento que elas têm do que estão fazendo e da capacidade para tal. Já o fator capital representa investimentos e estoque de riqueza acumulado na economia. Quando os fatores de produção são utilizados de forma eficiente, aumentando a produtividade do país, o resultado é de mais renda, mais PIB (Produto Interno Bruto) e mais crescimento. Analisando a função de produção do capital jurídico apenas pelo lado de um de seus insumos, isto é, dos incentivos privados para litigar, conclui-se que a presença de um desequilíbrio de curto prazo entre o estoque real de capital jurídico e o ponto ótimo socialmente desejável gera insegurança jurídica. Essa insegurança aumenta os custos de transação das partes para a realização de acordos extrajudiciais (cooperação), aumentando assim a quantidade de litígios (investimento privado). Essa expansão da litigância, por sua vez, tem como subproduto a geração de jurisprudência que, se dominante, transformar-se-ia em capital jurídico e geraria segurança jurídica (capital), o que desincentivaria a litigância. Esse movimento esperado de expansão e retração da litigância para a reposição do capital jurídico depreciado constitui um comportamento cíclico que denominamos o ciclo da litigância. 20 Referências bibliográficas ▪ Marx, Karl [(1867:189)1996] - O Capital - Editora Nova Cultural – Vol. III, Capítulo XV. ▪ Max, Karl – O capital: Crítica da Economia Política – Livro I: O Processo de Produção do Capital – Tradução Rubens Enderle. ▪ MARX, Karl. O Capital. vol I. Boitempo. ● VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia, São Paulo: Saraiva, 2004. 246 p. ● POSNER, R. A An Economic Approach to Legal Procedure and Judicial Administration. The Journal of Legal Studies, 2 (2), 1973, pp. 399-458. ● KENTON, Will. Factors of Production. Disponível em: <https://www.investopedia.com/terms/f/factors-production.asp>. Acesso em 23 de março de 2019. ● AGARWAL, Prateek. Factors of Production. Disponível em: <https://www.intelligenteconomist.com/factors-of-production/>. Acesso em 23 de março de 2019. ● MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. O processo de produção do capital. São Paulo: Nova Cultural 1996. v.1 (Coleção Os Economistas).
Compartilhar