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Prévia do material em texto

Aula 02
André de Faria Thomáz
Finanças Corporativas 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou Bacharel em 
Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas - FAMINAS (2006). Pós-
Graduando em Docência Superior pela Universidade Gama Filho (2009), 
Pós-Graduado em MBA Executivo em Administração de Empresas 
(2009-2012), Mestre pela Pontifícia Universidade Católica 2011 em 
Administração, Doutor pela Pontifícia Universidade Católica 2018 
em Administração Prática nas funções Contador e de Professor nas 
Modalidades Presencial e EaD, Auditoria de Departamentos Contábil, 
Financeiro e Pessoal - tendo atuado nestas áreas incluindo as Obrigações 
Acessórias e Obrigatórias, experiência como Coordenador de Curso. 
Tenho experiência na área de Contabilidade atuando e lecionando 
principalmente com Contabilidade Básica, Economia, Planejamento e 
Contabilidade Tributária, Contabilidade de Custos e Análise de Custos, 
Gestão por Processos, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Análise 
das Demonstrações, Contabilidade Gerencial, Teoria da Contabilidade, 
Contabilidade Intermediária, Contabilidade Internacional, Auditoria, 
Contabilidade Empresarial, Controle Interno, Matemática, Logística 
Recursos Humanos, Gestão de Risco. E na área de Administração, 
Conteudista e Curador. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Autor 
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Contextualizações sobre Custo de Capital 10
Custo de Capital Próprio e Terceiros 10
Capital Próprio 12
Capital de Terceiros 16
Risco e Retorno 18
Fundamentos do Risco e Retorno 19
Medidas Estatísticas de Mensuração de Riscos 21
Ações e Dividendos 27
Debêntures 27
Empréstimos Bancários 29
Aplicações das Ações 30
Tipos de Ações 31
Direito dos Acionistas 32
Valor das Ações 33
Funcionamento no Mercado de Ações 34
Classificação de Projetos e Investimentos 37
Tipos de Investimentos 39
Fluxos de Caixas Relevantes 40
Engenharia Econômica 41
Técnicas de Orçamento de Capital para Projetos 42
Finanças Corporativas 7
UNIDADE
02
Finanças Corporativas8
Você sabia que a decisão de financiamento de curto e de longo 
prazo auxilia na estruturação das fontes de capital da empresa, que, para 
viabilizar suas operações, necessita captar recursos, seja exclusivamente 
com capital próprio, seja pela composição com capital de terceiros? 
Cada um desses capitais tem um custo específico, e o administrador 
financeiro precisa calcular o custo médio ponderado para fins de análise 
de rentabilidade.
Ainda na decisão de financiamento, a empresa pode analisar a 
utilização dos custos financeiros fixos, oriundos dos contratos realizados 
com terceiros, para alavancar sua lucratividade.
Será que existe uma estrutura ótima de capital para as empresas? 
Como calcular o custo médio ponderado de capital? Como os custos 
financeiros fixos podem ser utilizados para alavancar os lucros? Como 
calcular o grau de alavancagem financeira? Ao responder a essas 
perguntas, você compreenderá os elementos básicos relacionados ao 
custo de capital, à alavancagem financeira, à alavancagem total e à 
captação de recursos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai 
mergulhar neste universo!
INTRODUÇÃO
Finanças Corporativas 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos, onde iremos juntos analisar e verificar 
como as estruturas de Capital devem ser aplicadas e como o custo de 
capital se torna um grande aliado nesta formatação:
1. Identificar como calcular Custo de Capital; 
2. Desenvolver e aplicar os conceitos de risco e retorno;
3. Identificar e aplicar os recursos da CAPM; 
4. Identificar e aplicar o fluxo das ações. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Finanças Corporativas10
Contextualizações sobre Custo de Capital 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste unidade você será capaz de entender 
como se aplica o risco e retorno, as funções Beta e CAPM, 
como calcular custo do capital, como desenvolver dentro 
das empresas a estrutura do capital e principalmente fazer 
adesão dessas ferramentas dentro dos departamentos 
da empresa. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Custo de Capital Próprio e Terceiros
O objetivo das empresas é obter com seus investimentos um 
retorno que possa cobrir, pelo menos, a expectativa mínima de ganhos 
almejada pelo proprietário. Nas análises financeiras, o custo de capital 
é uma ferramenta de planejamento financeiro, determinada pela 
combinação dos custos de oportunidade do capital próprio e do capital 
de terceiros. 
Mas quais capitais podem ser empregados em uma empresa? 
Quais fontes de capital podem ser utilizadas? Como medir os custos 
desses capitais?
Para responder a essas questões, vamos aos estudos da estrutura 
e do custo do capital próprio, do custo de capital de terceiros, bem como 
do custo médio ponderado de capital. 
A literatura financeira ainda não apresentou um método de 
determinação da estrutura ótima de capital para as empresas. Por isso, 
nas análises financeiras da melhor estrutura de capital, as empresas 
buscam o equilíbrio entre os benefícios e os custos do financiamento 
com recursos próprios e com capital de terceiros. 
Finanças Corporativas 11
Figura 01: Estrutura de Capital Empresarial
Fonte: (Kato, 2012 p. 45)
O custo de capital de uma empresa representa a remuneração 
exigida pelos proprietários dos recursos financeiros por ela utilizados, ou 
seja, acionistas e credores diversos (KATO, 2012).
A composição final da estrutura de capital depende das decisões 
dos administradores financeiros da empresa.
Kato (2012), entretanto, argumenta que a estrutura de capital mais 
próxima da ideal é aquela em que a relação entre o exigível de longo prazo 
e o patrimônio líquido produza o menor custo de capital para a empresa. 
Kato (2012) salienta que existem diferenças básicas entre as duas fontes 
de recursos (próprio e de terceiros), entre as quais o fato de que a despesa 
financeira originada no uso de capital de terceiros é dedutível da base de 
cálculo do Imposto de Renda (IR). Além disso,o pagamento do capital 
de terceiros tem prioridade no caso de falências e, quanto mais elevada 
a participação de capital de terceiros, maior o risco. Assim, para definir 
a estrutura de capital da empresa, o administrador financeiro precisa 
entender as especificidades dos custos de capital próprio e de terceiros.
EXPLICANDO MELHOR:
Tal revisão propõe a quebra do paradigma das empresas 
verticalizadas tradicionais, sugerindo uma reconsideração 
completa de seu funcionamento. Após o mapeamento dos 
processos, há a eliminação de atividades que não agregam 
valor ao produto ou serviço, de tarefas sem sentido para os 
objetivos organizacionais e retrabalhos.
Finanças Corporativas12
Figura 02: Revisão dos Objetivos Profissionais
Fonte: pixabay
Como objetivo principal dessa reformulação, ocorre o alinhamento 
dos processos entre si e adequação do foco da execução à estratégia 
da empresa. Assim, a revisão dos processos ocorre para dar uma vida 
nova ao modelo de gestão, fazendo com que a organização seja revista 
do começo ao fim.
Capital Próprio
O capital próprio são os fundos de longo prazo proporcionados 
pelos proprietários da empresa. 
No caso das empresas de sociedade limitada, a origem do capital 
próprio é o aporte de capital social realizado pelos sócios proprietários 
da empresa. Para esse caso, o custo do capital próprio é calculado a 
partir do custo de oportunidade do sócio proprietário, ou seja, pelo 
custo da melhor alternativa de investimento que ele deixa de realizar ao 
investir seu capital na empresa. Por isso, Assaf Neto (2010) afirma que o 
custo do capital próprio, nesse caso, considera a expectativa de retorno 
do empresário sobre seu patrimônio líquido. A taxa, tradicionalmente, 
utilizada para fins de custo de oportunidade é a taxa Selic (Sistema 
Especial de Liquidação e de Custódia), que é a taxa básica de juros na 
economia, estabelecida pelo Banco Central do Brasil. 
Finanças Corporativas 13
O custo do uso do capital próprio, de forma geral, é a taxa de 
retorno dos investimentos realizados pela empresa que permite manter 
o valor de mercado de sua ação. O capital obtido com a emissão de 
ações ordinárias é, geralmente, a forma mais cara de capital próprio, 
seguida dos lucros retidos e das ações preferenciais (Kato, 2012).
A emissão de ações ordinárias é a forma mais cara de capital 
próprio em função dos riscos que os acionistas assumem, uma vez que o 
recebimento dos dividendos fica condicionado ao resultado da empresa 
após o pagamento dos dividendos das ações preferenciais.
Hoji (2009, p. 203) explica que a empresa que paga os dividendos 
de forma regular passa credibilidade ao mercado, mas, “[...] caso não 
pague os dividendos ou reduza significativamente seu valor, pode 
transmitir a sensação de dificuldades financeiras”.
Sendo assim, a tomada de decisão de distribuição de dividendos 
é um fator importante, pois “[...] determina a relação entre a parcela 
do lucro que será distribuída e a parcela do lucro que será retida para 
reinvestimento”, bem como considera os custos da emissão de novas 
ações e dos lucros retidos, pois o pagamento de dividendos implica 
redução de caixa da empresa (HOJI, 2009, p. 203).
EXPLICANDO MELHOR:
Salientamos que uma ação é uma cota-parte do capital 
social de empresas de capital aberto, assim, quem compra 
uma ação se torna sócio da empresa. Existem dois tipos de 
ações: preferenciais e ordinárias. As ações preferenciais se 
caracterizam, como o próprio nome diz, pela preferência 
no recebimento dos dividendos, porém, não dão direito a 
voto nas assembleias da empresa. As ações ordinárias dão 
direito de voto e de participação nos lucros aos acionistas 
(Assaf Neto, 2010).
No caso das empresas de capital aberto, o capital próprio 
tem origem em duas fontes básicas: ações preferenciais e capital de 
acionistas ordinários, o que inclui ações ordinárias e lucros retidos.
Finanças Corporativas14
Risco não diversificável é um tipo de risco que ocorre de forma 
sistêmica no setor empresarial, ou seja, afeta todas as empresas, 
independentemente do setor em que se encontrem situadas. São 
exemplos interligados ao risco não diversificável a inflação, as crises 
econômicas e as guerras.
Figura 03: Controle do Tempo dentro das Finanças
Fonte: pixabay
No CAPM, o retorno exigido, para todos os ativos, é formado por 
duas partes: a taxa livre de risco e um prêmio por risco. A taxa livre de 
risco ou Risk Free (RF) geralmente é estimada a partir do retorno das 
aplicações mais seguras do país, como a poupança. Conforme Kato 
(2012), o prêmio por risco, por sua vez, depende das condições do 
mercado e do próprio ativo e pode ser dividido em: 
REFLITA:
Para medir o custo do capital próprio, podemos utilizar a 
taxa obtida no modelo de precificação de ativos, também 
conhecido como Capital Asset Pricing Model (CAPM, ou 
Modelo de Precificação de Ativos Financeiros), segundo o 
qual o custo de capital próprio é o retorno exigido pelos 
investidores como recompensa pelo risco não diversificável 
da empresa, também denominado risco sistemático, 
atribuído a fatores de mercado que afetam todas as 
empresas (ASSAF NETO, 2010).
Finanças Corporativas 15
 � O prêmio por risco do mercado, ou seja, o retorno exigido ao 
se aplicar em qualquer ativo com risco (exemplo: ações das empresas), 
em lugar de aplicar à taxa livre de risco;
 � Um coeficiente de risco beta (β), que mede a sensibilidade 
do retorno da ação específica a variações das condições do mercado a 
termo dentro do mercado financeiro.
Salientamos que, de acordo com Kato (2012), o coeficiente beta 
(β) pode ser estimado por meio da covariância (Cov) entre os retornos 
das ações da empresa (Ri) e os retornos do índice de mercado (Rm) 
dividido pela variância(σ2) dos retornos desse mesmo índice. A equação 
específica para o cálculo é:
β =
 Cov (Ri , Rm)
 σ2 (Rm)
No qual Cov é a covariância, que é calculada da seguinte forma:
Cov (Ri, Rm) = Σ (Ri – μi) (Rm – μm)
Em que:
Rm = retorno do índice de mercado
Ri = retorno das ações da empresa
μi = média dos retornos das ações da empresa
μm = média dos retornos do índice de mercado
Σ = somatório
Assim, a equação do CAPM é:
ki = Rf + [βi x (Rm – Rf)]
Em que:
ki = retorno esperado ou exigido de um ativo, obtido a partir da 
média aritmética simples dos dados observados nas séries históricas de 
retorno dos investimentos
Rf = taxa livre de risco, por exemplo: poupança
βi = beta de um ativo ou carteira: identifica o risco sistemático 
do ativo em relação ao mercado Rm = retorno esperado da carteira de 
mercado, representa a média dos retornos de todos os investimentos 
disponíveis no mercado Rf = prêmio pelo risco de mercado Nas análises 
do CAPM, precisamos considerar duas outras propriedades do beta: o 
beta de carteira de mercado é igual a 1, e o beta de ativo livre de risco, 
zero. Se β = 1,0,
Finanças Corporativas16
O risco da ação é igual ao risco sistemático do mercado como 
um todo; se β > 1,0, há um risco sistemático mais alto que o risco da 
carteira de mercado, e o investimento é interpretado como agressivo; se 
β < 1,0, há um risco sistemático menor que o da carteira de mercado, e o 
investimento é interpretado como defensivo (ASSAF NETO, 2010).
Acrescentamos que uma carteira de mercado é um conjunto de 
ativos (títulos), e cada ativo é ponderado por seu peso no valor total da 
carteira.
Acompanhe o exemplo: o beta da empresa Delta S.A. é igual a 
1,2. Se o retorno da carteira de mercado variar 1%, quanto será o impacto 
sobre o retorno da empresa?
EXPLICANDO MELHOR:
O valor do coeficiente beta demonstra a variação do retorno 
da empresa sempre que o retorno do mercado variar 1%. 
Assim, temos duas possibilidades: uma vez que o beta da 
empresa Delta é positivo (1,2), então a variação do retorno 
da empresa será diretamente proporcional à variação do 
retorno do mercado, ou seja, se o retorno de mercado 
variar positivamente em1%, o retorno da empresa Delta 
S.A. variará positivamente em 1,2%. Isto significa que, em 
período de ganhos do retorno do mercado, a empresa Delta 
tem maiores ganhos que o mercado. Por outro lado, se o 
retorno de mercado variar negativamente em 1%, o retorno 
da empresa Delta S.A. varia negativamente em 1,2%. Isto 
significa que, em período de queda do retorno do mercado, 
a empresa Delta tem maiores perdas que o mercado.
Assim, o capital próprio é um elemento importante na estruturação 
de capital de uma empresa, mas pode ser complementado com capitais 
de origem de terceiros, tema que será abordado na sequência.
Capital de Terceiros 
O capital de terceiros é o recurso financeiro oriundo de 
empréstimos e financiamentos de longo prazo, remunerado pelos juros 
e geralmente adquirido em empréstimos e emissão de debêntures, que 
veremos mais adiante. O custo de capital de terceiros é relativamente 
Finanças Corporativas 17
mais barato em comparação a outras formas de financiamento, porque 
os credores têm menores riscos dada sua preferência sobre qualquer 
outro pagamento.
Há, ainda, outro elemento que pode ser decisivo na definição do 
uso de capital de terceiros: no caso dos empréstimos ou debêntures, 
a taxa real de juros se torna inferior à taxa de juros efetivamente paga, 
uma vez que os juros pagos são despesas dedutíveis do Imposto de 
Renda (IR). Essa dedução aumenta os fluxos de caixa e deixa maior valor 
disponível aos investidores. De acordo com Kato (2012), nesse caso, o 
custo pode ser encontrado com a seguinte equação:
Ki = Kd × (1 – T)
Em que:
Ki = custo de capital de terceiros depois do IR
Kd = custo de capital de terceiros antes do IR
T = alíquota do IR
Vamos ao cálculo: suponhamos que a alíquota de IR da empresa 
Delta seja de 25%. Usando o custo de capital de terceiros de 8% antes do 
Imposto de Renda, temos o custo de capital de terceiros depois do Imposto 
de Renda: [8% × (1 – 0,25)] = 6%. Observe que, por conta do benefício fiscal 
(dedução no Imposto de Renda), o custo do capital de terceiros de 8% 
acaba gerando um custo real para a empresa de somente 6%.
ACESSE:
Para complementar nossos estudos assista o vídeo sobre 
custo de capital próprio: http://bit.ly/2QF4Ncj
REFLITA:
Já parou para pensar que a estratégia é o ponto de partida 
do custo de capital, pois é a partir da definição desta que 
toda a organização se estrutura, buscando alcançá-la. 
Assim, a empresa se traduz como um conjunto de pessoas 
ordenadas para atingir os objetivos, e o grau de alinhamento 
entre esses itens é dado pelo sincronismo. Iniciamos com o 
objetivo de compreender melhor a estratégia e seu papel 
como condutora do sincronismo.
Finanças Corporativas18
Figura 04: Estratégia Empresarial 
Fonte: pixabay
Para isso, serão apresentados os principais conceitos acerca 
desse tema, desde a sua definição, contemplando a sua evolução até os 
diversos formatos de se perceber a estratégia organizacional.
RESUMINDO:
Assim, serão apresentadas as bases do processo de 
definição da estratégia, que se ocupa em traduzir as atuais 
demandas do mercado e aproximá-las das pessoas. Será 
mostrado, ainda, o método formal para sua elaboração: o 
planejamento estratégico, ferramenta utilizada como opção 
de alinhamento da visão de futuro da empresa. Por fim, 
ressalta-se a importância da estratégia e sua internalização 
por parte dos colaboradores, conferindo alinhamento que 
traz velocidade de ação frente às mudanças, alcançando, 
assim, o sincronismo organizacional.
Risco e Retorno 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como o risco é inerente a todas as decisões que visam a 
um resultado futuro, enquanto o retorno é o resultado de 
um determinado investimento. A associação entre esses 
dois termos reside no fato de que o retorno consiste em 
ganhos ou perdas, enquanto o risco é a probabilidade de o 
resultado ser menor que o esperado.
Finanças Corporativas 19
Quais são os elementos-chave na fundamentação do risco e do 
retorno? Quais as medidas estatísticas de mensuração de risco? Como 
medir riscos individuais e de carteiras?
Para responder a essas questões, vamos ao estudo dos fundamentos 
de risco e de retorno, das medidas estatísticas de mensuração de risco, 
da mensuração de risco individual e da mensuração de risco de carteira. 
ACESSE:
Para complementar nossos estudos assista o vídeo sobre 
risco e retorno: http://bit.ly/2XFBc3N
Fundamentos do Risco e Retorno 
Os conceitos de risco e de retorno podem ser associados um ao 
outro se definidos da seguinte maneira: retorno como ganhos ou perdas que 
um investidor sofre ao longo de um investimento, e risco como a medida da 
probabilidade de perda financeira ou de ganhos menores do que o retorno 
esperado. Os retornos esperados e a variabilidade dos retornos são dois 
elementos chaves dos fundamentos para este tema. Vamos entender.
Uma medida comumente usada para cálculos de retorno é:
Kt =
 Ct + Pt – Pt – 1
 Pt – 1
Em que:
 � Kt = taxa observada, esperada ou exigida de retorno durante 
o período t
 � Ct = fluxo de caixa recebido com o investimento no ativo no 
período de t – 1 a 1
 � Pt = preço (valor) do ativo na data t
 � Pt – 1 = preço (valor) do ativo na data t – 1
A taxa Kt é o retorno médio ponderado esperado de todos os 
prováveis resultados de investimentos e reflete o efeito combinado do 
fluxo de caixa, Ct, e de variações de valor, Pt – Pt – 1, no período t. Na 
maioria dos casos, t é igual a um ano, e k representa, assim, uma taxa 
anual de retorno (HOJI, 2009).
Finanças Corporativas20
No caso dos riscos, eles estão associados à variabilidade dos 
retornos. A seguir, vamos conhecer o gráfico da dispersão em relação à 
média dos retornos:
Figura 05: Dispersão em relação à média dos retornos
Fonte: HOJI, 2009 p. 180. (Adaptado).
Observe que no gráfico com a menor dispersão existe uma discreta 
variabilidade em torno da média, o que indica que o retorno esperado 
pela empresa não será muito diferente da média já conhecida pela 
empresa. Já o gráfico com a maior dispersão, ou seja, maior variabilidade 
em torno da média, mostra que haverá chance de a empresa ter retornos 
muito abaixo ou muito acima da média. 
SAIBA MAIS:
O ideal para a empresa é ter um histórico de menor 
dispersão, uma vez que a maior dispersão representa 
um investimento mais arriscado, pois existe uma maior 
probabilidade de que o retorno do investimento seja menor 
que a média.
Para complementar a compreensão da relação entre risco e 
retorno, a seguir, vamos estudar as medidas estatísticas de mensuração 
de risco.
Finanças Corporativas 21
Medidas Estatísticas de Mensuração de 
Riscos 
Se tivéssemos conhecimento prévio sobre como todas as variáveis 
que afetam o desempenho da empresa se comportariam no futuro, as 
decisões de negócio seriam muito mais fáceis, pois utilizaríamos tais 
valores para fazer os cálculos de rentabilidade, retorno etc., e eles 
aconteceriam, ou seja, o futuro nos traria exatamente aquilo que havia 
sido previsto/projetado.
EXPLICANDO MELHOR:
No entanto, sabemos que isto não é realidade: podemos 
ter previsões, por exemplo, do preço dos insumos de 
que necessitamos na empresa para nossas atividades 
produtivas, mas não temos como ter certeza de que os 
preços serão exatamente aqueles.
O mesmo para taxas de juros, taxas cambiais, inflação e a própria 
demanda que teremos do mercado para os produtos e serviços que 
oferecemos.
Vamos conferir a equação do desvio padrão:
Em que:
σk = desvio padrão dos retornos
Kj = valor observado do retorno a cada período (com “j” 
representando cada período)
n = número de períodos
k = valor esperado (média dos retornos)
O valor do desvio padrão é expresso na mesma unidade dos 
retornos, ou seja, na unidade percentual (%), pois seu resultado significa 
a variação em torno do valor esperado, ou seja, das médias dos retornos. 
O Coeficiente de Variação (CV) é uma medida dedispersão que podemos 
utilizar na comparação dos riscos de ativos com retornos esperados 
diferentes. Quanto maior o coeficiente de variação, maior o risco. Vamos 
conferir a equação do coeficiente de variação: CV = σk / k
Finanças Corporativas22
Em que:
 � CV = coeficiente de variação
 � σk = desvio padrão dos retornos
 � k = valor esperado (média dos retornos)
Sempre que os retornos esperados dos investimentos forem 
diferentes, o uso do coeficiente de variação se apresentará de forma 
mais eficaz para comparação dos riscos.
Salientamos que as medidas de risco podem tanto ser usadas 
para ativos individuais como para carteiras de investimentos. Por isso, na 
sequência, abordaremos a mensuração de risco em carteira.
Figura 06: Passos para controle do capital
Fonte: pixabay
Uma carteira é um conjunto ou uma combinação de ativos, cujo 
retorno esperado é uma média ponderada dos retornos dos ativos 
individuais que a compõem (VIEIRA,2008). O cálculo do risco de carteira 
segue dois passos:
1º Passo:
Calcular o retorno esperado da carteira ponderando os pesos de 
cada ativo em função do retorno (%).
2º Passo: 
Calcular o desvio padrão dos retornos da carteira, aplicando a 
fórmula do desvio padrão de um ativo individual.
Finanças Corporativas 23
Suponhamos que a empresa Alfa queira compor uma carteira 
com os dois ativos, Loja A e Loja B e, para isso, queira combinar os ativos 
em proporções de 40% e 60%, respectivamente. Os retornos previstos 
dos dois ativos são dados na tabela a seguir:
Retornos previstos para a Loja A e para a Loja B
Ano Loja A Loja B
2015 14% 16%
2016 14% 16%
2017 15% 15%
2018 16% 14%
2019 18% 13%
Observe que os retornos anuais da Loja A crescem ao longo do 
tempo, enquanto os retornos anuais da Loja B decrescem ao longo do 
tempo, ou seja, os retornos dos ativos estão negativamente relacionados. 
A seguir, vamos calcular o retorno esperado:
Cálculo dos retornos anuais esperados da carteira considerando 
os retornos previstos
Ano Loja A Loja B
Retorno anual 
esperado da carteira
2015 14% x 40% = 5,6% 16% x 60% = 9,6% 5,6% + 9,6% = 15,2%
2016 14% x 40% = 5,6% 16% x 60% = 9,6% 5,6% + 9,6% = 15,2%
2017 15% x 40% = 6,0% 15% x 60% = 9,0% 6,0% + 9,0% = 15,0 %
2018 16% x 40% = 6,4% 14% x 60% = 8,4% 6,4% + 8,4% = 14,8%
2019 18% x 40% = 7,2% 13% x 60% = 7,8% 7,2% + 7,8% = 15,0%
Com os valores do retorno anual esperado da carteira, calcula-se 
o retorno esperado para carteira, de acordo com a aplicação da média 
aritmética simples:
k = (15,2% + 15,2% + 15,0% + 14,8% + 15,0%) / 5 = (75,2%) / 5 = 15,0%
Finanças Corporativas24
Tendo o cálculo do valor esperado da carteira (15,0%), vamos à 
próxima etapa: o cálculo do risco por meio da medida do desvio padrão. 
A seguir, observe o cálculo do desvio padrão da carteira:
Cálculo do desvio padrão da carteira de ativos
Ano Kj k (kj – k) (kj – k) 2
1 15,2 15,0 0,2 0,04
2 15,2 15,0 0,2 0,04
3 15,0 15,0 0,0 0,0
4 14,8 15,0 – 0,2 0 ,04
5 15,0 15,0 0,0 0,0
Σ 0,12
Divisão por n – 1 0,12/4 = 0,03
σk √ 0,03 = 0,17 %
Após os cálculos, o risco, representado pelo desvio padrão, resultou 
em 0,17%. A partir do retorno esperado (15,0%), a variabilidade da carteira 
pode atingir 15,17% em um cenário otimista, e 14,83% em um cenário 
pessimista.
Tendo em vista que cada ativo tem um peso específico dentro de uma 
carteira, o risco passa a depender não somente do risco de cada elemento 
que a compõe e de sua participação no investimento total, mas também 
da forma como seus componentes se correlacionam (ASSAF NETO, 2010). 
Assim, relacionando-se ativos com baixa correlação, é possível reduzir o 
risco total de uma carteira.
A tomada de decisão de investimento passa pela compreensão do 
orçamento de capital, que envolve conhecer os motivos dos gastos de capital, 
os tipos de investimentos, bem como analisar os fluxos de caixa relevantes 
para a engenharia econômica do investimento; das técnicas de orçamento 
de capital, que apresenta o payback, o valor presente líquido e a taxa interna 
de retorno como as técnicas mais utilizadas pelas empresas para análise de 
investimentos; dos riscos operacionais e financeiros dos investimentos, que 
podem ser analisados por meio das técnicas de sensibilidade e de cenários; 
e do cálculo do risco e do retorno, que apresenta medidas estatísticas como 
média, desvio padrão e coeficiente de variação, para verificar e comparar o 
retorno e o risco dos investimentos das empresas.
Finanças Corporativas 25
Como se trata de produtos diferentes (doces, salgados e sucos), 
isto significa que são necessários investimentos para cada um deles: os 
fornecedores e os ingredientes são diferentes para cada produto, bem 
como as receitas.
REFLITA:
Contudo, ainda que os resultados esperados por conta de 
tais investimentos sejam encorajadores, o empreendedor 
pode não dispor de todo o capital necessário e, dessa 
forma, precisa escolher no que investir inicialmente.
O empreendedor pesquisa os clientes e identifica que eles se 
sentem bastante atraídos pelos sucos, indicando que a receita adicional 
(e, consequentemente, o lucro) seria superior à dos doces e salgados. 
Decide, então, iniciar sua linha de produtos orgânicos pelos sucos, 
deixando doces e salgados para uma oportunidade futura.
Assim, é possível perceber que, em longo prazo, as decisões 
financeiras tomadas nas empresas têm reflexos no valor das ações e, 
consequentemente, na riqueza da empresa.
Você sabia que um real recebido hoje vale mais que um real a ser 
recebido no futuro? Isto ocorre porque o dinheiro perde valor ao longo 
do tempo em função do processo inflacionário.
EXPLICANDO MELHOR:
Por essa razão, quem empresta dinheiro no mercado cobra 
um preço pela operação, que é a taxa de juros aplicada sobre 
o valor principal emprestado. A taxa de juros se refere, portanto, 
à remuneração paga pelo dinheiro tomado emprestado, 
expressa na forma percentual, seguida do período de 
empréstimo, exemplo: 10% a.a. (ASSAF NETO, 2010).
Essas informações fluem por todos os tipos de filtros deturpadores 
antes de serem decodificadas pelos mapas cognitivos ou são meramente 
interpretações de um mundo que existe somente na concepção de cada 
um. Em outras palavras, o mundo visto pode ser modelado, emoldurado 
e construído.
Finanças Corporativas26
As estratégias como conceito são de difícil realização. Quando 
são realizadas, ficam consideravelmente abaixo do ponto ótimo e, 
consequentemente, são difíceis de mudar quando não são mais visíveis. 
Entender a filosofia da empresa é vital antes de planejar estrategicamente.
Figura 07: Lucro sobre capitais
Fonte: pixabay
Inclusive, esses elementos filosóficos servirão de guia durante 
um cenário de longo prazo. A construção da filosofia da empresa se dá 
mediante definição de sua visão, missão, identificação e de seus valores. 
Conhecer os preceitos ideológicos empresariais vai além do pensamento 
simples de procura de lucro. O lucro é vital, mas não determina a forma 
de atuação da empresa, e tampouco, o comportamento ou a lógica 
empresarial. A tentativa de construção da filosofia empresarial se dá no 
entendimento do que é a visão, a missão e os valores empresariais.
RESUMINDO:
Nas organizações, existe uma hierarquia de competências. A 
definição das competências essenciais é considerada como 
o primeiro nível de análise. A forma como a organização 
alavanca e explora seus recursos constitui o segundo nível 
de análise das competências. Esse nível está relacionado 
a uma série de processos de negócios e de rotinas, que 
gerenciam a interação entre os recursos organizacionais. 
Esses recursos são as bases das competências e os inputs 
da cadeia de valor da organização.
Finanças Corporativas 27
Ações e Dividendos 
As ações constituem a menor parcela do capital social de uma 
sociedade anônima e se dividem em ações ordinárias e ações preferenciais.
As ordinárias têm como principal característica o direitoa voto, 
além do direito à distribuição de lucros (após a distribuição a acionistas 
preferenciais). As ações preferenciais, embora não tenham direito a 
voto, são caracterizadas pela preferência no recebimento de dividendos 
(ASSAF NETO, 2010.
As ações têm um papel importante no financiamento das 
atividades da empresa. No caso dos recursos próprios, a fonte de 
financiamento pode ser a retenção do lucro líquido e a integralização 
de novas ações. Esta segunda fonte de recursos obedece a um fluxo 
sequencial de atividades, conforme o esquema a seguir:
Figura 08: Fluxo de Atividades
Fonte: ASSAF NETO, 2010, p. 421. (Adaptado).
Conforme apresentado no fluxo, e de acordo com Assaf Neto 
(2010, p. 55-56): “Quando o título sai da mão do emissor e é comprado 
por um investidor pela primeira vez, temos uma operação no mercado 
primário. [...] Quando investidores negociam títulos já existentes no 
mercado, isso ocorre no mercado secundário”.
A decisão da integralização de novas ações pressupõe que a 
empresa ofereça atratividade econômica aos compradores, que é analisada 
de acordo com a conjuntura econômica e com dados relacionados aos 
resultados operacionais e financeiros. Na atividade de captação de recursos, 
a empresa também pode contar com a emissão de debêntures.
Debêntures 
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como 
funciona as rotinas empresariais entendendo que muitas empresas 
necessitam captar recursos externos no momento de realizar 
Finanças Corporativas28
investimentos. Esses recursos de investimentos provêm de várias fontes, 
entre as quais: a) dos acionistas, a partir do capital próprio da empresa ou 
do patrimônio líquido; b) dos empréstimos; c) das debêntures. As fontes 
b e c recebem a denominação de capital de terceiros.
A utilização desses recursos requer uma remuneração, ou seja, 
cada uma dessas fontes tem um custo: aos acionistas cabem os lucros, 
enquanto os empréstimos e as debêntures são remunerados com juros.
Segundo Assaf Neto (2010), as debêntures são títulos de longo 
prazo emitidos por companhias de capital aberto para financiar projetos 
de investimentos ou para rolagem da dívida das empresas. São títulos 
“[...] emitidos por sociedades por ações e colocados no mercado entre 
investidores institucionais, os quais asseguram a seus detentores o 
direito contra a companhia emissora” (ASSAF NETO, 2010, p. 68).
ACESSE:
Para complementar nossos estudos assista o vídeo sobre 
planejamento e orçamento: http://bit.ly/2XAI821
As debêntures podem ser emitidas por empresas de capital 
aberto e de capital fechado. No primeiro caso, a emissão dos títulos 
precisa ter aprovação da assembleia geral extraordinária. As condições 
gerais e específicas “[....] sob as quais foi emitida a debênture constam 
de um documento chamado Escritura de emissão, com registro em 
cartório” (HOJI, 2009, p. 217). A vantagem é que a debênture é uma forma 
de captar recursos com terceiros sem necessitar vender uma cota da 
empresa, como ocorre com as ações. No entanto, a emissão pública 
de debêntures só é possível para companhias de capital aberto: as 
empresas de capital fechado emitem diretamente ao comprador.
Além das debêntures, as empresas também podem contar com 
os empréstimos bancários como fonte de financiamento.
Finanças Corporativas 29
Empréstimos Bancários 
Muitas das operações de empréstimos e financiamentos são 
desenvolvidas por instituições financeiras que viabilizam o capital de 
terceiros nas operações de investimentos das empresas.
Segundo Assaf Neto (2010), a maior parte do financiamento das 
empresas tem origem no crédito bancário e é realizada tanto no curto 
como no longo prazo. Assaf Neto (2010, p. 17) acrescenta que, “[...] pelo 
fato de os bancos concederem empréstimos a um número muito grande 
de tomadores, eles têm economia de escala para contratar os melhores 
analistas e para comprar acesso aos melhores bancos de dados de 
informações de crédito”.
O leasing é uma forma de financiamento pela qual as empresas 
arrendam determinados bens por um período determinado, podendo 
ao final adquirir o bem em definitivo. Compreenda os tipos diferentes de 
leasing assistindo ao vídeo “Contrato de Leasing” (ASSAF NETO, 2010).
EXPLICANDO MELHOR:
Entre as formas de financiamento das empresas, podemos 
citar o sistema de operações de factoring, que utiliza o 
desconto de títulos de crédito para captar recursos, ou 
seja, é uma geração adiantada de caixa. Assim, factoring é 
o fomento comercial pelo qual a empresa obtém recursos 
a partir da venda de seus títulos de créditos financeiros 
mediante um desconto, um pagamento ao comprador do 
título. Entre os títulos de crédito mais negociados, podemos 
citar as notas promissórias, os cheques pré-datados, as 
letras de câmbio e as duplicatas.
Vamos utilizar a duplicata para explicar um pouco mais. A duplicata 
é um título creditício que comprova a realização de uma transação 
comercial. Na prática, quando uma empresa realiza uma venda a prazo, 
pode fazê-lo pela emissão de uma duplicata, ou seja, o consumidor 
assina um documento que representa o compromisso de honrar a dívida 
no prazo contratado.
A tomada de decisão quanto ao financiamento passa pela 
compreensão do custo de capital, que envolve os custos de capital 
próprio e de terceiros. Estudamos também como a utilização do capital 
Finanças Corporativas30
de terceiros pode alavancar os resultados da empresa por meio do 
conceito do grau de alavancagem financeira e alavancagem total. Por 
último, discutimos as diferentes fontes para captação de recursos: 
ações, debêntures, empréstimos bancários e operações de factoring.
Figura 09: Tomada de decisão e boa comunicação.
Fonte: freepik
Assim, identificamos que a principal fonte de capital próprio 
utilizada pelas empresas são as ações; já ao adotar o capital de terceiros, 
as principais fontes são as debêntures e os empréstimos bancários. 
A empresa conta ainda com os descontos de duplicatas, que são 
adiantamentos de caixa.
Aplicações das Ações 
Ações são títulos emitidos por empresas de capital aberto e que 
representam uma proporção de participação societária nelas. Conforme 
Fortuna (2013), após comprar uma ação, o acionista (termo utilizado para 
se referir ao detentor de uma ação) tem garantido o direito de receber 
dividendos periódicos, isto é, uma parcela dos lucros da empresa, e 
juros sobre o capital próprio. Dependendo do tipo de ação adquirida, 
conforme veremos adiante, também existe o direito de voto em decisões 
societárias. Uma ação pode ser revendida a terceiros, transferindo a eles 
todos os direitos e obrigações.
Finanças Corporativas 31
Geralmente, as ações apresentam grande liquidez, pois podem 
ser facilmente vendidas e compradas no mercado de ações. Assaf Neto 
(2010) acrescenta que esse mercado possibilita a movimentação de 
recursos entre investidores de países distintos, portanto, é possível que 
investidores estrangeiros participem do mercado brasileiro, assim como 
brasileiros podem participar do mercado de outras nações.
Nesse sentido, o mercado de ações apresenta movimentos 
dinâmicos dos preços das ações, considerados voláteis devido à 
instabilidade decorrente da especulação. Portanto, é possível que crises 
em outros países afetem o mercado de ações brasileiras e vice-versa.
Tipos de Ações 
As ações podem ser classificadas de duas maneiras: conforme 
suas formas de circulação ou a participação societária dos acionistas. 
Segundo Assaf Neto (2010), quanto à forma de circulação, as ações 
podem ser:
a. Nominativas: O nome do acionista é registrado no Livro de 
Registro das Ações Nominativas e suas transferências ocorrem por meio 
da averbação do nome referenciado no registro desse livro.
b. Nominativas Endossáveis: Apenas o nome do primeiro 
endossante (portador do título que o transfere para um terceiro no caso 
do mercado de ações, é o acionista) é registrado e as transferênciassão processadas por endosso no próprio título, ou seja, o novo titular é 
registrado na ação.
c. Escriturais: Não têm emissão física e seu controle é realizado 
por uma instituição depositária de títulos. A transferência é realizada por 
meio digital, não exigindo assinatura.
EXPLICANDO MELHOR:
Dividendos são lucros distribuídos aos acionistas. Esses 
lucros, porém, nem sempre são divididos, pois podem ser 
destinados ao próprio investimento da companhia. Essa 
alternativa pode ser indiretamente benéfica ao acionista, 
por representar o crescimento da empresa no longo prazo.
Finanças Corporativas32
d. Ordinárias: Concedem aos acionistas participação nos 
resultados da empresa e dão direito ao voto em assembleias gerais. Os 
acionistas ON geralmente têm prioridade na aquisição de novas ações 
emitidas pela organização.
e. Preferenciais: Garantem prioridade na participação nos 
resultados da empresa, como na distribuição de dividendos e no 
reembolso de capital, mas não dão direito a voto.
Direito dos Acionistas
Os acionistas detêm o direito de remuneração de sua parcela de 
participação nos lucros da empresa. Essa remuneração, entretanto, não 
é um valor fixo predeterminado no momento de compra da ação, pois 
depende da política de remuneração da companhia.
EXPLICANDO MELHOR:
O lucro da organização pode ser destinado ao reinvesti-
mento nela própria, valorizando a ação no longo prazo, ou 
à remuneração do acionista, o que pode ser um fator de 
atratividade para novos sócios.
As formas mais comuns de remuneração dos acionistas são os 
dividendos e os juros sobre o capital próprio. Dividendos são lucros 
distribuídos aos acionistas segundo os resultados da companhia ao final 
de cada ano fiscal, enquanto juros sobre capital próprio são os juros sobre 
os lucros retidos em anos anteriores. As duas formas podem coexistir e 
dependem de qual é a estratégia da empresa quanto à atração de novos 
investidores e aos investimentos a serem realizados.
As ações ordinárias também dão a seu detentor o direito de 
participação societária na companhia, assim ele tem direito a voto 
em assembleias de acionistas que definem o destino dos lucros, os 
membros da diretoria de seu conselho fiscal, mudanças no estatuto 
social, emissões de debêntures e aumento de capital.
A responsabilidade do acionista, tanto de ações ordinárias quanto 
de preferenciais, limita-se à quantidade de ações que ele possui. Desse 
modo, segundo Assaf Neto (2010), em caso de falência da empresa, as 
Finanças Corporativas 33
perdas se restringem às ações, não implicando perdas de bens pessoais. 
No caso específico de acionistas detentores de ações ordinárias, quanto 
mais ações, maior o peso de seu voto nas decisões da companhia.
Além disso, as empresas podem alterar a estrutura de seu capital 
social por meio de diferentes operações sem impactar os direitos dos 
acionistas. Alguns exemplos são listados a seguir.
A empresa transforma determinado grupo de ações em uma 
única ação, não alterando o patrimônio total dos acionistas. 
a. Agrupamentos
A empresa transforma determinado grupo de ações em uma 
única ação, não alterando o patrimônio total dos acionistas.
b. Bonificações 
A empresa converte suas reservas e resultados em novas ações, 
sem representar ganho aos atuais acionistas.
c. Desdobramentos 
A empresa divide uma ação em ações menores, não alterando o 
patrimônio total dos acionistas.
d. Subscrições 
A empresa aumenta seu capital ao emitir novas ações no mercado 
de ações, não alterando a participação já detida por outros sócios.
Valor das Ações 
O valor das ações fundamenta decisões de investidores, empresas 
e instituições que regulam o mercado de ações. Esse valor varia conforme 
a perspectiva de análise de quem as valora e é utilizado por novos 
investidores, sócios das companhias e fisco, entre outros. Conforme Hoji 
(2009), as formas mais comuns de atribuir valor às ações são:
 � Valor contábil (valor nominal)
Valor da ação registrado no estatuto social da companhia, utilizado 
para apurar o capital distribuído aos sócios.
 � Valor intrínseco
Valor da ação conforme a análise dos fundamentos contábeis, 
financeiros e econômicos da empresa, empregado para apurar a 
viabilidade do investimento na companhia.
Finanças Corporativas34
 � Valor de liquidação
Valor da ação em caso de encerramento das atividades da empresa, 
caso todos seus ativos sejam liquidados. É aplicado para a apuração do 
real valor contábil da companhia considerando suas obrigações.
 � Valor de mercado
Valor da ação transacionado no mercado de ações, formado pela 
dinâmica de oferta e procura. Esse é o valor pago pelos investidores que 
compram a ação e utilizado na revenda a terceiros.
 � Valor patrimonial
Valor da ação conforme o patrimônio líquido da empresa no 
exercício observado. Para encontrá-lo, basta dividir o patrimônio líquido 
pela quantidade de ações distribuídas.
 � Valor de subscrição
Valor da ação conforme o preço fixado no momento de emissão 
de novas ações no mercado, utilizado para o aumento de capital da 
companhia. Após observados os diversos conceitos envolvidos no 
entendimento de uma ação, compreenderemos agora o funcionamento 
do mercado na prática.
Funcionamento no Mercado de Ações 
O mercado de ações é formado por investidores físicos e 
institucionais, instituições que intermediam e regulam esse mercado e 
empresas que disponibilizam suas ações para negociação, chamadas de 
sociedades por ações, que, segundo Hoji (2009), possuem as seguintes 
características:
 � seu capital é dividido em ações de livre negociação;
 � possuem personalidade jurídica e patrimônio distintos;
 � a responsabilidade de seus acionistas se limita ao capital 
investido.
As sociedades por ações podem ser classificadas em abertas ou 
fechadas. As companhias abertas, ou de capital aberto, no Brasil, são 
registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e autorizadas a 
distribuir valores mobiliários ao público em bolsa de valores ou mercado 
de balcão. Já as companhias de capital fechado são empresas cujos 
títulos só podem ser negociados em operações privadas (HOJI, 2009).
Finanças Corporativas 35
Mercado primário é o mais importante para as empresas, por 
disponibilizar recursos que são fonte de financiamento para seus fins, 
por meio da oferta de ações ao público. Conforme Assaf Neto (2010), é 
nesse mercado em que ocorre a primeira negociação dos títulos.
Quando a empresa lança novas ações, primeiro precisa determinar 
o preço de emissão, isto é, o primeiro preço a ser negociado no mercado, 
com o auxílio de um grupo de interesse limitado de investidores 
selecionados pela própria companhia. Esses membros analisam o preço 
e, após a negociação e fase de proposta dos interessados, estabelece-
se o preço de oferta inicial, que é destinado ao público. A primeira 
emissão de ações no mercado é denominada IPO, da sigla em inglês 
para Initial Public Offering, ou “oferta pública inicial”.
O mercado secundário é aquele no qual os investidores podem 
comprar e vender ações para outros investidores, sem participação das 
empresas emissoras dos títulos.
Em outras palavras, conforme Assaf Neto (2009), é o mercado no 
qual o primeiro comprador revende a ação para outro e assim por diante.
Apesar de não representar uma transação direta entre a empresa 
e o investidor, esse mercado é necessário para o bom funcionamento 
do mercado de ações, por ser o responsável por sua liquidez, ou seja, a 
facilidade de compra e venda de títulos.
Um mercado com pouca liquidez representaria dificuldade de 
venda dos títulos, de modo que os investidores precisariam de condições 
específicas para vendê-los.
Suponhamos uma empresa hipotética chamada Brasiltin. Na 
bolsa de valores, ela será representada pelo código BRAS3: BRAS diz 
respeito ao nome da empresa, e o número 3 representa ações ordinárias.
Após compreender o funcionamento das bolsas de valores,é 
fundamental entender o que são os índices utilizados para acompanhá-las.
ACESSE:
Para complementar nossos estudos assista o vídeo sobre 
mercado de ações: http://bit.ly/338KZk2
Finanças Corporativas36
Os índices utilizados para acompanhar as bolsas de valores são 
obtidos de uma carteira de ações que buscam refletir determinado 
aspecto do mercado. Podem ser encontrados índices setoriais, da bolsa 
como um todo ou das ações mais relevantes, por exemplo.
No Brasil, existem índices segundo o tamanho das empresas, seu 
nível de práticas de governanças coorporativas e volume transacionado. 
Na BM&F Bovespa, podem ser destacados os índices Ibovespa e IBrx-
50, que, segundo Hoji (2009), são os mais importantes.
Existem vários tipos de investidores no mercado de ações, que 
possuem objetivos diferentes. Alguns buscam formar poupança para a 
aposentadoria, por exemplo.
Outros desejam especular com oscilações de curto prazo, isto é, 
obter ganhos com as variações de curto prazo, como as das cotações diárias, 
ou realizar operações que minimizem perdas decorrentes dessas variações.
Esses diversos perfis dos investidores e a evolução dos mecanismos 
de negociação dos títulos possibilitam a existência de diversas formas de 
negociação das ações.
Portanto, neste tópico, abordaremos os principais subsegmentos 
de mercado existentes e as diferenças entre eles.
É no mercado à vista que se negociam a compra e a venda dos 
títulos emitidos pelas empresas nas bolsas de valores. Essas operações 
são liquidadas em curtos períodos, no Brasil, em três dias úteis após a 
negociação.
A liquidação física ocorre quando os títulos negociados são 
transferidos, enquanto a liquidação financeira é a transferência de recursos 
financeiros. Sendo assim, quando o investidor realiza uma ordem de compra 
e a ação é entregue a ele, há a liquidação física, e quando o dinheiro sai de 
sua conta e entra na do vendedor, ocorre a liquidação financeira.
EXPLICANDO MELHOR:
As bolsas de valores podem ser acompanhadas pelos 
investidores por meio de índices, que permitem observar 
de forma simplificada o desempenho das ações listadas 
em uma bolsa ao longo de determinado período de tempo.
Finanças Corporativas 37
Diferentemente do mercado à vista, caracterizado pela venda 
direta de lotes de ações, o mercado de derivativos se baseia em contratos 
que estabelecem cláusulas de negociação com data de liquidação e 
valor programados para os ativos negociados, que podem ser ações ou 
outros. O mercado de derivativos é subdividido em mercado a termo, 
futuro e de opções, que serão vistos a seguir.
EXPLICANDO MELHOR:
O mercado a termo permite que os negociantes fixem o preço 
futuro dos ativos negociados entre as duas partes. Nesse 
mercado, os pagamentos são previamente estipulados para 
uma data predeterminada, por intermédio de um contrato 
chamado de termo, que não é transferível a um terceiro. 
Esses contratos podem ser diretamente negociados entre 
as duas partes da transação, ou intermediados, geralmente, 
por um banco (ASSAF NETO, 2010).
No Brasil, os contratos a termo podem ser de 30, 60, 90, 120 e 180 
dias corridos, e as transações correm mediante um depósito de garantia 
na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Essa garantia 
pode ser de duas formas: cobertura e margem.
O mesmo ocorre com o vendedor, que terá uma garantia de 
venda do ativo por um preço já estabelecido.
Classificação de Projetos e Investimentos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como as decisões de investimento têm por objetivo criar 
valor para a empresa a partir da escolha da melhor e mais 
rentável alternativa de emprego dos recursos financeiros. 
Para embasar suas escolhas, a empresa pode utilizar 
técnicas de orçamento de capital, tais como payback, Valor 
Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR), para 
classificar os projetos e os investimentos.
Finanças Corporativas38
No entanto, os investimentos estão predispostos aos riscos que, por 
sua vez, estão relacionados à variabilidade dos retornos da empresa. Por isso, 
existem técnicas estatísticas que podem auxiliar o administrador financeiro 
na mensuração dos riscos e na tomada de decisão de investimento. Você 
sabe o que é orçamento de capital? Conhece as equações das técnicas 
desse orçamento? Conhece as principais medidas de risco e de retorno?
SAIBA MAIS:
O orçamento de capital é um processo que auxilia no 
programa de investimentos em ativos permanentes da 
empresa, considerando períodos acima de um ano. Para 
realizar gastos de capital, é fundamental que a empresa 
contabilize o custo-benefício de cada aquisição, com vistas 
a escolher a alternativa mais rentável.
Quais os principais motivos para realizar gastos de capital? Quais 
fluxos de caixa devemos considerar para as análises de investimento?
Para responder a essas questões, vamos ao estudo dos motivos 
do gasto de capital, dos tipos de investimento, dos fluxos de caixa 
relevantes e da engenharia econômica.
O gasto de capital é um desembolso realizado com o intuito de 
gerar resultados econômicos em um período superior a um ano e, por 
isso, é considerado um investimento empresarial.
Os principais motivos para os gastos de capital são:
 � Expansão: que é a aquisição de ativos imobilizados, como 
imóveis e instalações de produção;
 � Substituição: que é a reposição ou substituição de ativos 
obsoletos ou desgastados;
 � Renovação: que é a construção, reforma ou ajuste de um ativo 
imobilizado e outros gastos, tais como desembolsos com propaganda, 
pesquisa e desenvolvimento, consultoria de gestão e novos produtos, 
instalação de controle de emissão de poluentes e segurança etc.
Assaf Neto (2010) salienta que, se uma máquina precisar de um 
reparo importante, o custo do reparo deverá ser comparado ao da 
substituição da máquina, levando em conta também os benefícios da 
substituição. 
Finanças Corporativas 39
É importante observar que, na execução de suas atividades, 
as empresas realizam também os gastos operacionais, dos quais são 
exemplos: os gastos administrativos e gastos com salários, que são 
desembolsos realizados para facilitar as operações da empresa e, por 
isso, não são considerados investimentos. Neste material, trataremos 
apenas dos gastos de capital.
Tipos de Investimentos 
De modo geral, podemos dizer que os gastos de capital são 
realizados para atender à necessidade de investimentos da empresa. Na 
sequência, serão apresentados os tipos de investimentos.
Figura 10: Investimentos
Fonte: pixabay
Segundo Hoji (2009), podemos considerar os investimentos 
permanentes como imobilização fixa, que corresponde ao conjunto de 
bens tangíveis ou intangíveis vinculados ao processo produtivo. Assaf 
Neto (2010) descreve os tipos de investimento que as empresas podem 
realizar, dos quais destacamos os seguintes:
Investimento economicamente dependente: São investimentos 
nos quais os fluxos de caixa de um não influenciam os fluxos de caixa 
do outro ou, ainda, a escolha de um investimento não exclui a escolha 
do outro. Por exemplo, a aquisição de ar condicionado para o setor 
administrativo e de nova máquina de costura para o setor produtivo.
Finanças Corporativas40
Investimento com restrição orçamentária: São investimentos 
cujos retornos oscilam conforme mudanças em outros retornos. Por 
exemplo, produção de iates e carros de luxo, os quais, apesar de não 
estarem diretamente relacionados, estão associados aos mesmos 
eventos externos.
Investimento mutuamente excludente: Ocorre quando duas 
ou mais propostas independentes de investimento não podem ser 
viabilizadas ao mesmo tempo em função da impossibilidade de 
financiamento. Por exemplo, não haver recursos suficientes para 
comprar dois imóveis cuja finalidade seria a de gerar receitas na forma 
de aluguéis.
Assim, no processo de decisão de investimento da empresa, 
muitas vezes, diversas as alternativas serãoavaliadas. Para a tomada de 
decisão, um elemento importante de análise é o fluxo de caixa de cada 
investimento, por isso, na sequência, estudaremos os fluxos de caixa 
mais relevantes.
Fluxos de Caixas Relevantes 
Por meio da elaboração de um orçamento de capital, é possível 
determinar os fluxos de caixa relevantes para a empresa: investimento 
inicial, caixas operacionais e caixas terminais ou residuais.
O valor do investimento inicial se refere ao recurso financeiro 
que será desembolsado, inicialmente, pela empresa, em um novo 
empreendimento.
SAIBA MAIS:
Investimentos com dependência estatística: São investimentos 
nos quais os fluxos de caixa de um influenciam os fluxos de 
caixa do outro, por isso, a escolha de um investimento está 
relacionada à escolha do outro. Se a influência for negativa 
(exemplo: propaganda de produtos concorrentes da mesma 
empresa) significa que são investimentos substitutos; se a 
influência for positiva (exemplo: software e hardware), são 
investimentos complementares.
Finanças Corporativas 41
Os caixas operacionais são compostos pelos recursos financeiros 
oriundos das vendas dos bens e serviços e pelos gastos com as operações 
da empresa. No registro dos gastos, ressalta-se como exceção os custos 
com depreciação e amortização, uma vez que estão relacionados a 
atividades de investimento. Assaf Neto (2010) destaca que o resultado 
operacional é sempre apurado antes dos encargos financeiros.
Os caixas terminais (residuais) podem ser compreendidos como 
o resultado do encerramento e da liquidação de um projeto no fim de 
sua vida útil e são calculados após o Imposto de Renda, excluindo as 
entradas operacionais que ocorrem no último ano do projeto.
IMPORTANTE:
Dessa forma, o acompanhamento dos fluxos de caixa 
relevantes considerando os investimentos iniciais, os caixas 
operacionais e os terminais (residuais) é uma ferramenta 
fundamental para que a empresa realize análises que 
permitam maximizar o investimento de seus recursos 
financeiros. Além disso, conhecer os fluxos de caixa 
relevantes também auxilia na realização da engenharia 
econômica, tema que estudaremos na sequência.
Engenharia Econômica
A engenharia econômica é o estudo de diferentes alternativas 
de investimento por meio da aplicação de técnicas comparativas que 
auxiliam na tomada de decisão.
As etapas básicas para realizar a engenharia econômica são: o 
dimensionamento do investimento fixo, que é o cálculo da necessidade 
de terrenos, construções civis, equipamentos de produção, instalações, 
infraestrutura administrativa; a projeção de custos e receitas; a pesquisa 
de fontes de financiamento; a projeção dos fluxos de caixa e a aplicação 
de técnicas de análise de investimento, que podem ser o payback, o 
Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).
Em cada uma dessas etapas, é fundamental que as informações 
sejam analisadas com atenção, pois delas depende a escolha do projeto 
mais rentável para a empresa.
Finanças Corporativas42
Figura 11: Importância da Economia
Fonte: pixabay
É importante destacar que a engenharia econômica depende 
também do estudo do mercado, da logística e da localização.
Dessa forma, o orçamento de capital, com base nos fluxos de 
caixa relevantes de cada projeto, orienta a definição do gasto de capital 
que será realizado pela empresa, considerando a engenharia econômica 
aplicada a cada alternativa de investimento.
Técnicas de Orçamento de Capital para 
Projetos 
A elaboração do orçamento de capital é de substancial 
importância para a gestão financeira e a decisão de investimento nas 
empresas. Para tanto, há técnicas de orçamento de capital oriundas da 
matemática financeira que permitem calcular o tempo que a empresa 
levará para recuperar o capital investido, classificar projetos aceitáveis 
para investimentos e, ainda, comparar projetos com base em seus 
custos de oportunidade.
Você sabia que o dinheiro perde valor ao longo do tempo? E 
que há riscos associados à expectativa dos retornos? Conhece o papel 
do administrador financeiro na empresa? Percebe a importância do 
planejamento e do controle na área financeira? A imagem a seguir, ilustra 
as inter-relações entre a administração financeira, que recebe subsídios 
do planejamento, da economia e da contabilidade para a tomada de 
https://image.shutterstock.com/image-vector/getting-plugged-in-businessman-connecting-260nw-257631415.jpg
Finanças Corporativas 43
decisão em investimentos e financiamentos que, por sua vez, precisam 
ser monitorados por sistemas de controle para alcançar o objetivo de 
maximização da riqueza da empresa.
Em virtude das transformações vivenciadas no ambiente de 
negócios, as práticas de gestão precisaram evoluir para acompanhar as 
mudanças. Voltando um pouco no tempo, à era industrial e à realidade 
empresarial da época, percebem-se poucas empresas, fortemente 
consolidadas no mercado. Eram indústrias com alto poder de ativos 
físicos e grande contingente de funcionários, estruturados em rígidas 
hierarquias, produzindo em larga escala. Essas empresas buscavam 
a maior eficiência interna à custa da especialização do trabalho, e 
consequente alienação desses indivíduos, fatores estes que acabavam 
por reduzir sua agilidade e competitividade.
Figura 12: Empresas ativas
Fonte: pixabay
RESUMINDO:
Após os reflexos da era da informação atingirem o contexto 
organizacional, muitas mudanças vêm ocorrendo, como a 
constante busca por melhorias, a verificação da influência 
das pessoas nos resultados e o entendimento acerca 
das modificações no ambiente, como fatores propulsores 
ou limitantes a qualquer negócio. Hoji (2009) aponta a 
entrada dos sistemas de informação para controle do 
trabalho e automatização de tarefas rotineiras, o que 
fortalece a importância do conhecimento, competência e 
comprometimento efetivo das pessoas na empresa.
Finanças Corporativas44
As organizações são como um sistema orgânico, vivo, complexo e 
sistêmico, tendo uma relação de dependência com o ambiente externo, 
o que se repete para cada variável interna, que não estão isoladas e, sim, 
interligadas, numa relação de codependência.
Hoji (2009) ressalta a importância de conduzir a empresa para ser 
um sistema processador de produtos e serviços, num formato integrado 
de todos os processos com foco no seu objetivo fim.
Finanças Corporativas 45
BIBLIOGRAFIA
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