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Aula 4 | 2015

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História do Direito Brasileiro
AULA 4 - DE REINO UNIDO A IMPÉRIO DO BRASIL
Págs. 48-68
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DA ELEVAÇÃO DO BRASIL À CONDIÇÃO DE REINO UNIDO (1815) À RUPTURA POLÍTICA (1822):
O CONTURBADO PROCESSO DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA BRASILEIRA
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O IMPÉRIO PORTUGUÊS NA ENCRUZILHADA ENTRE A AMÉRICA E A EUROPA (1815 – 1822)
A elevação do Brasil à condição de Reino Unido ao de Portugal e Algarves, ocorrida em 16 de dezembro de 1815, deu legitimidade a uma situação que já existia de fato, por força da transferência da Família Real ocorrida em 1808: o Brasil havia se tornado o centro decisório do Império Português, configurando-se como a parte do Império dotada de maior importância política, econômica e estratégica.
Tal ato foi sugerido pelo representante francês (Talleyrand) nas negociações do Congresso de Viena, com o objetivo de fortalecer a posição de Portugal na Europa pós-napoleônica.
 A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido garantiu, todavia, a permanência da Corte no Rio de Janeiro.
A elevação do Brasil à condição de reino, a recusa de D. João a voltar a Portugal e sua coroação como rei (com o título de D. João VI) em 06/02/1818 (em virtude da morte de D. Maria I em 1816 e da Insurreição Pernambucana de 1817) reafirmava o crescente peso político do Brasil sobre o Império e a ascendência do Rio de Janeiro sobre as demais partes do país.
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A aclamação de D. João VI atingiu duramente os sentimentos dos portugueses na Europa – o jornal O PORTUGUÊS chamava a Corte no Brasil de “governo tupinambá”.
Algumas medidas paliativas foram tomadas visando atenuar o descontentamento dos súditos portugueses europeus – para tanto, o alvará de 25/04/1818 concedia taxas mais favoráveis para o vinho e a aguardente trazidos de Portugal, enquanto que o aviso de 30/05/1820 isentava dos direitos de entrada nos portos brasileiros, o peixe e alguns tecidos portugueses (como o linho).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
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A REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO 
O descontentamento, em Portugal, com as condições em que se encontrava a parte européia do Império, levou à chamada Revolução do Porto (24/08/1820) – tal movimento tinha como objetivos, o fim do Antigo Regime, a convocação de cortes (na verdade, uma Assembléia Constituinte) para a elaboração de uma Constituição para o Império e o restabelecimento do lugar que os portugueses entendiam como merecido no contexto do Império Luso-Brasileiro.
Como consequências, a Corte retornou a Portugal no ano de 1821 e, diante do progressivo aumento da pressão para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 1822.
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A REVOLUÇÃO DO PORTO E A EMANCIPAÇÃO BRASILEIRA (1820-1822) - II
No Brasil, as notícias da Revolução do Porto encontraram campo propício para sua propagação, tendo diversas províncias aderido ao movimento - em 01/01/1821, o Grão-Pará aderiu ao movimento liberal, em 10/02/1821, a Bahia jurou a Constituição que iria ser elaborada em Portugal e em 26/02/1821, por pressão das tropas portuguesas, a cidade do Rio de Janeiro incorporou-se ao movimento liberal iniciado no Porto.
Em 26/04/1821, D. João VI embarcou de volta para Portugal, deixando em seu lugar, como regente, o príncipe D. Pedro, que passou a deter amplos poderes.
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A REVOLUÇÃO DO PORTO E A EMANCIPAÇÃO BRASILEIRA (1820-1822) - IV
No início de dezembro de 1821, chegaram ao Rio os decretos de 29/09 das Cortes que referendavam as juntas provinciais diretamente subordinadas a Lisboa e que exigiam o retorno imediato de D. Pedro a Portugal. 
Entre voltar para Portugal e permanecer no Brasil para tentar erguer uma monarquia do tipo “ilustrado”, D. Pedro optou pela segunda via, opção esta que se confirmou com a proclamação do Fico, em 09/01/1822 – em 11/02, tropas portuguesas tentaram forçar o embarque de D. Pedro para Lisboa, sendo impedidos pela movimentação do povo e de soldados brasileiros. 
Deste ponto em diante, as decisões tomadas em ambos os lados do Atlântico acabaram por aprofundar o crescente mal-entendido entre as partes, o que levaria à independência brasileira.
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A INDEPENDÊNCIA E O INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO MONÁRQUICO BRASILEIRO: O PRIMEIRO REINADO
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Em 01/08, D. Pedro declarava inimigas todas as tropas portuguesas que desembarcassem no país sem seu consentimento, afirmando, contudo, que a INDEPENDÊNCIA era tomada no sentido da AUTONOMIA POLÍTICA, sem o rompimento formal com Portugal.
Com o aprofundamento das divergências entre os que apoiavam o príncipe regente e a crescente autonomia do Brasil e as Cortes de Lisboa, a ruptura dos laços políticos foi se mostrando como uma tendência irreversível.
Na medida em que se caminhava para a emancipação, importantes grupos sociais, como o dos bacharéis, magistrados, altos funcionários que perderam seus empregos em função da decretação da extinção dos Tribunais Superiores no Rio de Janeiro, mostravam sua insatisfação com o domínio português. 
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Os grandes comerciantes portugueses estabelecidos no Rio de Janeiro, não concordavam com uma provável retomada da hegemonia portuguesa no contexto do Império.
Estes comerciantes poderosos preferiram cerrar fileiras em torno do príncipe regente, desde que se mantivessem a ordem e as estruturas vigentes, especialmente o sistema escravista.
Apesar do 07/09/1822 ser considerada a data da independência brasileira (e que hoje é comemorada como a data nacional do Brasil), a separação, ainda que parcial, já estava devidamente consumada para a grande maioria dos contemporâneos – para estes, a decisão de convocar uma Assembléia Constituinte, tomada no dia 03/06 e o decreto de 01/08 representava a emancipação.
Ela viria ser oficializada com a aclamação de D. Pedro I como imperador constitucional do Brasil (12/10/1822) e com a sua coroação em 01/12/1822.
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Características gerais do Primeiro Reinado:
(1822/1831)
Foi uma etapa de consolidação da emancipação política brasileira, a qual não produziu grandes alterações na ordem social e econômica e na forma de governo;
A nova relação de dependência econômica que começou a se construir com as principais potências da época (especialmente com a Inglaterra) a partir da abertura dos portos brasileiros (1808) e que se consolidou com a emancipação política de 1822, não significou uma simples continuidade com o padrão colonial anterior, mas uma nova forma de inserção no sistema econômico internacional;
Por outro lado, a Independência demandava a tarefa a construção de um Estado Nacional capaz de organizar o país e de garantir sua unidade, e para tal tarefa não havia um consenso das autoridades em torno das linhas básicas que deveriam marcar a organização do novo Estado.
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SOBRE A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE DE 1823 
Nos dois primeiros anos após a Independência, o debate político se configurou em torno da aprovação de uma Constituição, que deveria ser produzida e votada por uma Assembléia Constituinte que começou a se reunir no Rio de Janeiro em maio de 1823.
Logo no início dos trabalhos da Assembléia Constituinte, começaram a surgir divergências entre os constituintes (na maioria, liberais moderados) e as tendências centralizadoras, autoritárias e absolutistas de D. Pedro I, apoiado a princípio por Jose Bonifácio.
As desavenças entre o Imperador e os constituintes se produziram em torno das atribuições do Poder Executivo (o imperador) e o Legislativo – os constituintes não queriam que o imperador tivesse o poder de dissolver a Câmara dos Deputados, nem que pudesse negar a validade de qualquer lei aprovada pelo Legislativo.
Já o imperador e os círculos políticos que o apoiavam achavam que era necessário um Executivo forte, capaz de conter as “tendências democráticas e desagregadoras”.
Tais divergências levaram ao afastamento de José Bonifácio do ministério em julho de 1823 , imprensado entre as críticas dos liberais e as insatisfações dos conservadores e posteriormente à dissolução da Assembléia Constituinte, com o apoio dos
militares.
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A constituição de 1824 (caracterização inicial):
Com a dissolução da Assembléia Constituinte e a prisão de vários deputados, dentre eles os irmãos Andradas (José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos), o imperador cuidou de criar uma comissão de “notáveis” que elaborassem um projeto de constituição que resultou na Constituição outorgada em 25 de março 1824 - apesar de OUTORGADA, esta constituição marcou o início da institucionalização da monarquia constitucional, configurando-se a partir daí os Poderes do Estado, as garantias de direitos e a contenção de abusos – a prática constitucional somente teria início em maio de 1826, quando se instalou o Legislativo.
A Constituição de 1824 não diferia muito da proposta dos constituintes de 1823 – a grande diferença é que ela foi imposta pelo imperador ao “povo”, ou seja àquela minoria de brancos e mestiços que tinham participação política.
Com relação ao alcance da Constituição de 1824, devemos destacar dois pontos essenciais: 
Havia um contingente expressivo da população (os escravos) que estava excluído de seus dispositivos.
Ainda que a Constituição representasse um avanço do ponto de vista da organização dos poderes, da definição de atribuições e de garantia dos direitos individuais, sua aplicação seria muito relativa, especialmente no campo dos direitos em um país onde a maioria da população livre dependia dos grandes proprietários rurais, onde só uma minoria (bem pequena) tinha alguma instrução e onde existia uma tradição autoritária.
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Esta constituição vigorou, com algumas modificações, até o final do período imperial e apresentou como principais características:
A forma de governo foi definida como MONÁRQUICA, HEREDITÁRIA e CONSTITUCIONAL.
O império teria uma nobreza, mas não uma aristocracia, cujos títulos seriam concedidos pelo imperador, não sendo, todavia hereditários.
A religião católica continuou como religião oficial, (o Estado Monárquico Brasileiro era CONFESSIONAL) permitindo-se o culto particular de outras religiões, sem que houvesse, todavia, “forma alguma exterior de templo”.
O Poder Legislativo foi dividido em duas instâncias: a Câmara dos Deputados e o Senado – para a Câmara, a eleição era temporária, enquanto que, para o Senado, era vitalícia.
CONTITUIÇÃO DE 1824
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O voto era INDIRETO e CENSITÁRIO – INDIRETO (até a reforma de 1881) porque os votantes (que corresponderiam a massa atual de eleitores) votavam em um corpo eleitoral, em eleições primárias, o qual elegia os deputados e censitário porque para ser votante primário, fazer parte do corpo eleitoral (colégio eleitoral), ser deputado ou ser senador, o indivíduo deveria atender a alguns requisitos, dentre os quais (e principalmente) de natureza econômica.
O país foi dividido em províncias cujos presidentes eram nomeados pelo imperador, ao mesmo tempo em que se asseguravam, formalmente, os direitos individuais (igualdade perante a lei, liberdade de religião com algumas restrições, liberdade de pensamento e de manifestação).
o Judiciário, apesar de formalmente independente, encontrava-se sob a égide dos interesses da administração.
CONTITUIÇÃO DE 1824
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Foram instituídos o Conselho de Estado e o Poder Moderador que desempenhariam importantes papéis no desenvolvimento da história política do Império.
O Conselho de Estado era um órgão composto por conselheiros vitalícios nomeados pelo Imperador dentre cidadãos brasileiros com idade mínima de 40 anos (idade avançada para a época), renda não inferior a 800 mil-réis e que fossem pessoas de “saber, capacidade e virtude” – o Conselho deveria ser ouvido nos “negócios graves e medidas gerais da pública administração”, como por exemplo, declaração de guerra e ajustes de pagamentos.
CONTITUIÇÃO DE 1824
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O Poder Moderador provinha de uma idéia do escritor francês Benjamin Constant que defendia a separação entre o Poder Executivo, cujas atribuições caberiam aos ministros do rei, e o poder propriamente imperial, chamado de neutro ou MODERADOR – tal poder, exercido pelo monarca (pelo imperador), teria a função de moderar as disputas mais sérias e gerais, interpretando a “vontade e o interesse nacional”, não intervindo na administração do dia-a-dia.
No Brasil nunca houve uma clara separação entre o Poder Moderador e o Poder Executivo, resultando uma concentração de atribuições nas mãos do imperador.
Assim, pelos princípios constitucionais, a figura do imperador foi considerada sagrada e inviolável, NÃO ESTANDO SUJEITA A RESPONSABILIDADE ALGUMA, cabendo a ele, dentre outros pontos, a nomeação de senadores, a faculdade de dissolver a Câmara e convocar eleições para renová-la e o direito de sancionar, ou seja, aprovar ou vetar as decisões da Câmara e do Senado.
CONTITUIÇÃO DE 1824
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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO PERÍODO IMPERIAL
A Constituição de 1824 deu nova feição à Justiça brasileira, elevando-a à condição de um dos poderes estatais (Do Poder Judicial – Título VI).
Pela Constituição imperial, o Poder Judiciário se organizava da seguinte forma:
PRIMEIRA INSTÂNCIA:
	Juizes de Paz – para conciliação prévia das contendas cíveis e, pela Lei de 15 de outubro de 1827, para instrução inicial das causas criminais, sendo eleitos em cada distrito. 
	Juizes de Direito – para julgamento das contendas cíveis e criminais, sendo nomeados pelo Imperador.
SEGUNDA INSTÂNCIA:
	Tribunais de Relação (Provinciais) - Para julgamento dos recursos das sentenças (revisão das decisões). 
TERCEIRA INSTÂNCIA: 
	Supremo Tribunal de Justiça - Para revista de determinadas causas e solução dos conflitos de jurisdição entre Relações Provinciais. (O Supremo Tribunal de Justiça foi efetivamente criado pela Lei de 18 de setembro de 1828, compondo-se de 17 Ministros - ao mesmo tempo em que foi extinta a Casa da Suplicação, o Desembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens).
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 O Poder Moderador do imperador Dom Pedro I 
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O Poder Moderador, exercido pelo Imperador, prevalecia:
Sobre o Poder Legislativo (direito de dissolução da Câmara, direito de adiamento e de convocação, direito de escolha, na lista tríplice, dos senadores), 
Agia sobre o Poder Judiciário pelo direito de suspender magistrados (na prática, o texto constitucional negava a vitaliciedade e inamovibilidade dos juízes, assim como não assegurava a irredutibilidade de vencimentos), 
Influía sobre o Poder Executivo pelo direito de escolher livremente seus ministros de Estado e livremente demiti-los – em nosso parlamentarismo o Imperador reinava e governava – a ação do poder do soberano encontrava-se reforçada pela existência de dois órgãos no aparelho político central: o Senado (órgão de reação contra as possíveis tendências excessivamente liberais da Câmara dos Deputados) e o Conselho de Estado (órgão consultivo que aconselhava o Imperador nas medidas administrativas e políticas, constituindo-se em intérprete supremo da Constituição).
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ATENÇÃO (I) !!!
A carta constitucional de 1824 criou um Estado Unitário, vigorosamente centralizado política e administrativamente na capital do Império e nos poderes que a Constituição criou, tornando impraticável qualquer aspiração de autonomia dos poderes locais – o art. 165 estabelecia que cada província teria um presidente nomeado pelo Imperador que o poderia remover quando o bom serviço do Estado assim o entendesse; os artigos 81 e 84 tratavam das atribuições dos Conselhos Gerais das Províncias, que entre 1826 e 1834 se constituíram em meros órgãos consultivos, devendo as deliberações tomadas em maioria serem remetidas ao Poder Executivo (no Rio de Janeiro), por intermédio do Presidente da Província – se a Assembléia Geral estivesse reunida, as deliberações eram enviadas pela Secretaria de Estado para serem propostas como projetos de lei e para obterem a aprovação da Assembléia por uma única discussão em cada câmara - no caso do Legislativo não estar reunido, o Imperador poderia mandar executá-las
provisoriamente ou negar-lhes aplicação.
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Código Criminal de 1830
REFERÊNCIAS FUNDAMENTAIS:
1. ILUMINISMO (Itália séc. XVIII)
É um conjunto de idéias em contraponto ao absolutismo.
Mais que uma louvação à razão: obriga que sempre haja uma crítica e soluçãp. Trabalha com respostas racionais possíveis. 
Ex.: Absolutismo(o rei manda muito). O que fazer? Montesqueiu defende dividir o poder do rei – 3 poderes.
2. CESARE BECCARIA
Iluminista, aos 23 anos escreve a obra-prima Dos Delitos e Das Penas – apresentou problemas e deu soluções.
Era um iluminista afinado com seu tempo. Defendeu
`1. princípio da individuação das penas. Deuteronômio: “Não morrerão os pais pelos filhos nem os filhos pelos pais”.
2. Só o legislador pode legislar e previamente.
3. finalidade das penas é prevenir e reeducar e não penalizar.
Contra a pena de morte – é ilógico. Como alguém pode dizer ao outro não mater, e mata.
3. Quanto mais juízes na comunidade, melhor.
4. É contra a tortura – verdade não nasce pelo tormento.
5. É dele o “in dubio pro reu” X “in dubio pro societate”
6. Segue o rastro dos ideiais da Rev. Francesa.
7. Defende a igualdade de tratamento legal e é avesso à vingança.
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As características presentes nas regras do Código Criminal de 1830, que representaram um grande avanço em relação às violentas e extemporâneas regras estabelecidas pelas Ordenações Filipinas. Nesta linha, importa ressaltar:
a ideia de proporcionalidade entre o crime e a pena;
a impossibilidade da pena ultrapassar a pessoa do infrator; 
a humanização da pena de morte, sem a tortura;
a proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, embora ainda tenham persistido algumas penas previstas pelas Ordenações Filipinas. 
O Código Penal de 1830 
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Análise do Código Criminal de 1830
 Em dos mais graves erros: Não prevê crime culposo. Só há dolo. Art. 2º. § 1º. 
O art. 3º reforça que foi intencional não prever culpa, só dolo.
Art. 4º e 5º – autor e cúmplice ( no atual: autor, co-autor e partícipe) – art. 29.
Art. 7º - Responsabilidade solidária.
Art. 8º - premeditação
Art. 14 – crimes justificáveis – abre a porta da analogia ( Código iluminista tupiniquim abre brechas para ser possível manter o status quo ante das Ordenações Filipinas).
Art. 16,§ 5º - Atenuantes e agravantes – é a parte do CP que mais reflete a mentalidade da época – patriarcalismo – sacralidade do pai.
 Art. 18 – vingança e embriaguez são atenuantes
Art. 19 – Influirá também no agravamento ou atenuação do crime a sensibilidade do ofendido ( status social)
Capítulo IV – Da satisfação (reparação)
OBS: Nas Ordenações Filipinas a maioridade rea maturidade. Hoje é puramente cronológico.
Título II – PENAS
 OBS: Na forca é a pena com mais probabilidade de sobreviver
Art. 40 – descreve a morte com detalhes. Não há morte para a grávida ( Afonsinas e Alcorão)
Art. 50 – banimento (expulsão do Brasil)
Art. 51 – degredo (para algum lugar específico)
Art. 52 – desterro (nunca mais volta à terra natal ou do crime)
Art. 226 – rapto de mulher honesta
Art. 250 – adultério (Mulher – se fez uma vez. No caso do homem – constância)
Art. 276 – ofensa a religião – qualquer pessoa que for adivinhador ou ao adivinhador setará cometendo crime.
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Já no que se refere ao primeiro Código Processual Penal brasileiro de 1832, foi  o mesmo, seguindo a linha do Código Penal, considerado liberal para a época, oferecendo muitas garantias de defesa aos acusados e valorizando o juiz, conferindo-lhe funções importantes.
O Código de Processo Criminal de 1832
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CODIGO DE PROCESSO CRIMINAL DE 1832
A criação do Código do Processo Criminal, em 1832, restabeleceu a autonomia municipal de acordo com as propostas dos exaltados e os interesses de vários proprietários de escravos e terras que exaltavam a liberdade, mas acreditavam que em seus domínios a lei deveria ser a sua vontade, reforçando assim o poder daquele que governava a casa.
As funções do juiz de paz, cargo criado em 1827, foram bastante ampliadas pelo Código. Os juízes, eleitos pelos cidadãos ativos da localidade, passaram a exercer, também, o papel de polícia local, com o poder de prender, formalizar a culpa e julgar. Em casos de urgência podiam convocar a Guarda Nacional e a polícia. Acima do juiz de paz, instituiu-se a figura do juiz municipal, escolhido pelo presidente da Província.
Foi abolida a pena de morte, embora fosse mantida a pena do açoite. O Código regulava, também, o processo eleitoral e o recrutamento da Guarda Nacional. 
O fortalecimento do poder dos juízes de paz, entretanto, desagradou a vários setores da sociedade.
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No que se refere aos Códigos de 1830 e 1832, deve-se ter em vista que seguem a linha liberalizante dos direitos fundamentais previstos no artigo 179 da Carta de 1824, rompendo com os padrões medievais das Ordenações Filipinas. Evidentemente, que não há que se falar em irradiação dos valores constitucionais, já que tal fenômeno só poderá ser pensado no Pós-Guerra (2ª Guerra). Porém, é evidente a influência dos incisos XVIII e seguintes da Carta de 1824 no processo de produção dos mencionados Código

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