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Vitimização de crianças e adolescentes Referências: SHINE, S. A. Espada de Salomão: a psicologia e a disputa de guarda de filhos. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2007. SIQUEIRA, A. C.; JAEGER, F. P. & KRUEL, C. S. Família e violência – conceitos, práticas e reflexões críticas. Curitiba: Juruá Editora, 2013. As crianças e adolescentes vítimas de violência apresentam sinais e sintomas bem característicos. Muitas vezes a violência tende a ser encoberta, principalmente quando as crianças e adolescentes são vítimas dos próprios pais e/ou parentes próximos. Tal atitude é o que chamamos de “Complô do silêncio” que envolve todo o contexto da violência e todos que dela fazem parte compactuam para a perpetuação das respostas violentas. Este silêncio dentro do núcleo familiar cria um “segredo” entre vítima e agressor, o que também afasta esta família do convívio com outras pessoas; vivem isoladas protegendo o segredo. Tal complô não significa que as vitimas aceitam a violência, mas que não conseguem sair da situação devido ao vínculo afetivo que existe entre agressor e vítima. O psicólogo fica responsável então pela “revelação” que é o momento certo que este segredo deve ser desvendado. Para algumas vítimas, significa a possibilidade da quebra do ciclo de violência, mas também o desamparo da família. Isto gera muita angústia e dúvida sobre o que e como fazer. A revelação pode ser vivenciada como algo tranquilo para alguns e devastador emocionalmente para outros; o psicólogo deve ser cuidadoso ao extremo nesta entrevista. O vínculo entre o profissional e a vítima deve ser cuidado e esta precisa sentir-se acolhida e à vontade, percebendo que pode confiar no profissional. Nas crianças e adolescentes vitimas de violência são possíveis verificas alguns traços como: alterações de comportamento, queixas somáticas, alterações psicológicas e de humor, queda no desempenho escolar, afastamento das pessoas e medo do inesperado. Todos esses são sinais e sintomas que, isolados ou combinados, são característicos e muito comuns em crianças e adolescentes vitimizados. A observação e discriminação destes sinais são fundamentais para o diagnóstico e para o encaminhamento mais adequado. A escola tem o dever de denunciar em suspeita de violência. A “transgeracionalidade da violência” se refere a padrões de comportamento violento que se repetem de geração, ou seja, estudos demonstram que os agressores de hoje foram crianças e/ou adolescentes vítimas de violência. Tal condição é preocupante, pois, se esta situação perdurar, as vítimas de violência hoje também serão perpetuadores de violência, reforçando o ciclo da violência neste núcleo familiar. Nota-se também o alto consumo de álcool e drogas entre os responsáveis pelo ciclo da violência. Tipos de violência Violência física: atos violentos com uso da força física de forma intencional a ferir a criança e/ou o adolescente. Violência sexual: todo ato ou jogo sexual (hetero ou homossexual) cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a vítima. Para ser considerado violência, não é necessário que haja relação sexual de fato – produção de fotos e vídeos, manipulação de genitais e até prostituição infantil são formas de violência sexual. Negligência e maus tratos: omissões dos pais em prover as necessidades básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e/ou adolescente. Violência psicológica: rejeição, depreciação, discriminação, humilhação.
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