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PONTOS RELEVANTES SOBRE O COMPORTAMENTO FELINO ➔ Como a cabeça e o pescoço são as áreas preferidas para o toque físico, os gatos podem não gostar, e é possível até que se tornem agressivos, quando as pessoas tentam acariciá-los em outras áreas. Por conseguinte, a menos que se saibam as preferências individuais de um gato, deve-se evitar acariciar ou tocar em outras áreas em troca de esfregar ou acariciar o gato ao redor do pescoço e da cabeça (p. ex., sob o queixo). → Gatos são animais sociáveis a partir do momento que o recurso alimentar é suficiente, e a partir disso, a manifestação de afeto é demonstrada por lambidas no rosto e pescoço. ➔ Como são caçadores solitários, necessitam manter a saúde física e evitar brigas com outros gatos sempre que possível. Muito da comunicação felina funciona para que se evitem disputas por alimentos e território. Assim, a maioria dos gatos tenta evitar os riscos associados à luta ativa. Como caçadores solitários, os gatos precisam manter a saúde e o bem-estar físicos. A comunicação clara ajuda-os a evitar lesões e possíveis ameaças à sua sobrevivência. 2,13 Como consequência, eles partem para a luta apenas como último recurso, após outras tentativas de comunicação terem falhado. ➔ A audição dos gatos é cerca de quatro vezes mais aguda do que a dos seres humanos. Os gatos podem ouvir uma ampla variedade de frequências, inclusive o ultrassom, o que lhes possibilita perceber as chamadas ou as conversas ultrassônicas dos roedores. 11 Suas aurículas móveis ajudam a localizar os sons. Devido à audição sensível, são fontes de estresse na clínica o toque de telefones, sinais sonoros de equipamentos eletrônicos e as vozes humanas, que soam desconfortavelmente altas, mesmo quando pensamos que estamos conversando em um tom normal. ➔ Os gatos conseguem enxergar bem com pouca luz e são muito sensíveis a movimento, habilidades que os ajudam a caçar a presa. Consequentemente, movimentos rápidos, especialmente quando inesperados, provavelmente acentuam as respostas do gato e podem levar a um paciente mais reativo. Em outras palavras, os integrantes da equipe veterinária que trabalham com gatos devem ter em mente que “devagar se vai ao longe”. As orelhas encontram-se eretas quando o gato está alerta e concentrado em um estímulo (canto superior esquerdo). As orelhas estão giradas para baixo e para os lados em um gato defensivo (inferior esquerdo); no gato agressivo, as orelhas encontram-se dobradas, exibindo as laterais internas das aurículas (inferior direito). As pupilas em fenda indicam o estado normal (canto superior esquerdo): Quando bastante dilatadas, estão associadas a medo e resposta de fuga ou luta (canto inferior esquerdo). Já as oblongas sinalizam agressividade (inferior direito). 26 Em geral, o tamanho das pupilas correlaciona-se com a intensidade da situação, conforme ilustra a Figura 1.2 ao se movimentar de cima para baixo. Os gatos compreendem essas diferenças sutis e as usam para ajudar a prevenir lutas. Duas outras comunicações visuais são muito importantes; conhecê-las pode ajudar a reduzir os níveis de estresse no gato. Primeiramente, acredita-se que piscar sinalize que o gato está procurando reforço em um ambiente tenso. Felizmente, esse comportamento funciona tanto na comunicação entre os gatos quanto na comunicação entre o ser humano e o gato. 2 Piscar lentamente ou fazer “olhos pestanejantes” na direção do gato pode ajudar a confortá-lo. Em segundo lugar, devido ao fato de o contato visual prolongado – especialmente a partir de um gato ou um ser humano desconhecidos – constituir uma ameaça aos gatos, as pessoas que não o conhecem bem não devem encará-lo. A cauda dele é bem expressiva. Quando mantida verticalmente ou dobrada, sinaliza intenções calmas, amistosas; por outro lado, uma cauda mantida reta para baixo ou perpendicular ao chão indica postura agressiva. 26 O gato bate a cauda vigorosamente de um lado para outro quando se encontra muito agitado, incomodado ou excitado, ou ainda durante conflito. Se esse sinal for ignorado, o comportamento dele poderá culminar em agressão. Embora os gatos ronronem quando estão satisfeitos, também podem ronronar quando doentes ou amedrontados. O ronronar é um pedido de contato e cuidados. O trinado e o miado são chamados de cumprimento amigáveis. Os gatos agregados envolvem-se no aloesfregamento (um se esfrega no outro) e nos alocuidados de limpeza, e costumam deitar-se bem próximos. “Os gatos não gostam de mudança sem o seu consentimento.” Ter uma sensação de controle, mesmo que não exercido, torna o gato mais confortável e reduz o estresse. 21 Dar a ele algum controle durante a consulta veterinária, deixando o escolher uma posição e um local confortáveis para ser examinado, reduzirá de modo significativo o estresse associado às consultas. Evitar a contenção excessiva do gato medroso é muito importante. Uma abordagem indelicada provavelmente aumentará a ansiedade do gato e tornará o manuseio ainda mais difícil. O médicoveterinário, os assistentes e o tutor do gato devem permanecer calmos e pacientes. A equipe veterinária deve ser flexível e disposta a adaptar a visita às necessidades de cada paciente. Se o gato estiver com medo e resistir ao manuseio, a equipe deve adotar uma abordagem alternativa para atingir os objetivos da visita. Isso pode incluir sedação ou um período em que a atividade médica cessa temporariamente, para permitir que o gato se acalme. Se o comportamento do gato sugerir a presença de dor, por mais leve que seja, forneça analgesia e reavalie a resposta do gato. A exposição dos gatos ao feromônio facial felino sintético durante as atividades de pré- medicação antes da anestesia também tornou os gatos mais calmos no momento do cateterismo venoso Feromônios faciais beneficiam gatos em todas as fases da visita à clínica veterinária Um estudo da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade do Estado de Ohio descobriu que a exposição de gatos clinicamente doentes a um feromônio facial felino sintético tópico aumentou significativamente o comportamento de esfregar a face, auto-higienização, caminhada e interesse em comida em comparação com a resposta em gatos que receberam um placebo. Os gatos também comiam significativamente mais em 24 horas se tivessem acesso a uma caixa de transporte na qual pudessem se esconder e o feromônio facial felino estivesse no ambiente.7 Além disso, a exposição dos gatos ao feromônio facial felino durante a pré-medicação para anestesia deixou os gatos mais calmos no momento da punção venosa em comparação com a resposta em gatos expostos a placebo.8 Estes resultados sugerem que o tratamento com feromônio facial felino e a provisão de um local privado para descanso são benéficos em gatos hospitalizados. O spray de feromônio facial felino sintético é útil em gaiolas hospitalares, mesas e cobertores, enquanto um difusor de ambiente permeia melhor as áreas de alojamento dos gatos. Recomendações para reduzir o estresse durante o exame físico ❖ As abordagens física e mental da equipe veterinária são essenciais para uma interação bem sucedida com os gatos. Seja paciente, calmo, positivo e confiante. ❖ Ter tempo com pacientes felinos é realmente mais eficiente. Uma abordagem apressada pode criar ansiedade no paciente ou resultar em um exame ou tratamento incompleto. Se o gato permanecer calmo e relaxado durante o exame, seu tutor ganhará confiança no médico veterinário. ❖ Observe os registros médicos do paciente para saber quais abordagens funcionaram ou não anteriormente. ❖ Abra a porta da caixa de transporte ou remova a parte superior para permitir que o gato saia por conta própria. Isso dará a ele uma sensação de controle e segurança. Evite a remoção forçada do gato de dentro da caixa de transporte. Alimentos ou brinquedospodem estimular a saída dos que não fazem isso voluntariamente. ❖ Examine o gato onde ele quiser ser examinado. Pode ser na mesa de exame, no chão, na balança ou na caixa de transporte. ❖ O gato pode perceber alguém olhando diretamente em seus olhos como uma ameaça. Piscar devagar transmite confiança e cordialidade. 15 ❖ Se um gato ficar tenso ou agitado, interrompa temporariamente o exame e permita que ele relaxe. Em uma rotina movimentada, é frequente não praticar essa abordagem simples. ❖ Sempre procure uma oportunidade de recompensar o comportamento positivo com um alimento ou carinho. Isso incentiva o gato a relaxar. Comportamentos positivos podem ser sutis, como uma mudança na expressão facial ou relaxamento da tensão corporal. Dicas para reduzir o estresse durante o diagnóstico e tratamento incluem: ❖ Localização: Escolha uma área tranquila para executar procedimentos diagnósticos ou terapêuticos. ❖ Posicionando o paciente: Coloque o gato em uma superfície macia e antiderrapante e na posição mais natural para o procedimento planejado. Por exemplo, execute cistocentese na posição mais confortável para o gato. Isso pode ser na posição em pé ou decúbito lateral, ao invés do decúbito dorsal. ❖ Feromônio facial felino: O uso de feromônio facial felino sintético em gaiolas hospitalares, mesas ou cobertores nas salas de procedimentos e nas áreas de hospitalização 10 a 15 minutos antes de um procedimento produz um efeito calmante.8 ❖ Punção venosa: As veias jugular, cefálica ou safena medial são escolhas apropriadas para a coleta de sangue. A colocação do cateter na veia safena medial é uma boa opção para procedimentos curtos e coleta de sangue. O posicionamento do gato para punção venosa da veia safena medial geralmente requer menos contenção e pode ser o mais confortável para muitos gatos (Figura 4). Normalmente, não é necessário fazer tricotomia, tornando o procedimento mais rápido, removendo uma etapa que pode alarmar ou perturbar o gato. Referências https://journals.sagepub.com/pb- assets/cmscontent/JFM/Nursing%20Care%20Guideline_Translated%20- %20Cuidados%20de%20enfermagem-1603717337253.pdf
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