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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III-Aula 1-O Espírito Santo no Antigo Testamento

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Teologia Sistemática III
Aula 1: O Espírito Santo no Antigo Testamento
Apresentação
Nesta aula, estudaremos as afirmações e indicações incoativas (veladas) acerca do Espírito Santo no âmbito do Antigo Testamento.
Você já pensou sistematicamente nos significados da Pessoa e do Mistério do Espírito Santo na existência da Igreja, do mundo e na sua própria? Como pode ser importante aprofundar os valores da existência no espírito?
Mas o que nos foi revelado plenamente nas Escrituras sobre o Espírito Santo não se inicia, como se poderia imaginar, nos escritos do Novo Testamento. Os textos e eventos do Velho Testamento estão repletos de uma forte e decisiva revelação acerca do Espírito Santo.
Por isso, para compreender melhor a Pessoa do Espírito Santo, será preciso estudar de que maneira, ao longo dos séculos, gradativamente, Deus, nas Sagradas Escrituras, nos revelou a Identidade e a Missão do Espírito Santo.
Objetivos
Analisar a doutrina pneumatológica (pneuma = espírito ou sopro) no desenvolvimento da história de Israel;
Reconhecer o que se diz do Espírito de Deus nas etapas da História da Salvação antes do Evento Cristo.
 (
(Fonte:
 
Artit
 
Fongfung
 
AF
 
/
 
Shutterstock)
)
Espírito Santo
Como discernir, com efeito, a presença do Espírito de Deus na história?
Só podemos dar uma resposta a essa pergunta recorrendo às Sagradas Escrituras que, inspiradas pelo paráclito, nos revelam progressivamente Sua ação e Sua identidade.
Elas manifestam, de certo modo, a “linguagem” do Espírito, o Seu “estilo”, a Sua “lógica”. A realidade em que Ele atua, é possível lê-la também com olhos que penetram para além duma simples observação exterior, captando atrás das coisas e dos eventos os traços de Sua presença.
A própria Escritura, desde o Antigo Testamento, nos ajuda a compreender a Identidade e a Ação do Espírito Santo ao longo da história humana.
O Espírito de Deus na criação
"O Espírito de Deus movia-Se sobre a superfície das águas."
(Gn 1,2)
O primeiro pressuposto que devemos considerar quando pesquisamos sobre o Espírito Santo é que a Bíblia não é um dicionário que responda sistematicamente a perguntas precisas que possamos elaborar. Mas na Bíblia se encontram os núcleos do conhecimento elaborado pela teologia, como
“ciência humana do conhecimento de Deus”.
 (
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)
A teologia (teo + logia = conhecimento de Deus) é a compreensão racional e sistemática de tudo aquilo que Deus revelou ao longo das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos. As Sagradas Escrituras funcionam como
“fontes” e referências na elaboração das tradições compreensivas da
Revelação.
Uma primeira referência ao Espírito encontra-se nas primeiras linhas da Bíblia, no hino a Deus criador na abertura do livro do Gênesis (Gn 1,2), “O Espírito de Deus movia-Se sobre a superfície das águas”. Para dizer “espírito” usa-se aqui a palavra hebraica ruach, que significa “sopro”, e pode designar tanto o vento como o respiro, que foi traduzida para o grego (pneuma) e para o latim (spiritus). As duas
palavras ainda acusam o sentido sensível de “vento”, “vento que sopra”, e que também no significado de espírito acentuam a dimensão de dinamismo de maneira muito mais forte do que as dimensões do insensível ou da reflexão.
Saiba mais
O significado básico de ruach é simultaneamente “vento” e “respiração” – ambos não como essencialmente presentes, mas como força que se encontra no golpe do sopro do vento cujos de onde e aonde permanece enigmático.
"Como se sabe, este texto pertence à chamada ‘fonte sacerdotal’ que remonta ao período do exílio babilônico (séc. VI a.C.), quando a fé de Israel tinha chegado explicitamente à concepção monoteísta de Deus. Ao tomar consciência do poder criador do único Deus, graças à luz da revelação, Israel chegou a intuir que Deus criou o universo com a força da Sua palavra."
(AQUINO, 1998)
Nessas primeiras concepções veterotestamentárias, a questão em torno do conceito ou identidade do Espírito Santo reside em sua realidade “impessoal”. Não se encontra na Bíblia do Antigo Testamento uma concepção trinitária explícita. A teologia clássica gosta de se referir a isso com a expressão “Trindade Imanente”, em relação à “Trindade Econômica”.
A Revelação da Trindade, isto é, do Mistério Divino, foi- nos comunicado em duas etapas: a primeira, aquela do Antigo Testamento, acerca do Deus Uno, base do monoteísmo bíblico; a segunda, no Novo Testamento, pela revelação do Cristo, tivemos o Conhecimento do Deus, Uno e Trino.
Quanto à questão econômica, refere-se aos sinais e às palavras que Deus dispôs para que O
conhecêssemos através da história da salvação, um saber disposto pelo seu agir histórico. De outra parte, Deus, em Cristo, faz conhecer-Se a Si mesmo: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9) ou, ainda,
“Ninguém vai ao Pai, senão por Mim” (Jo 14, 6).
“Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, pelo sopro (ruach) da Sua boca, todos os seus
exércitos” (Sl 33,6); ao longo dos livros do Antigo Testamento, sempre se relacionou o ato da Criação ao Espírito Santo, pois o ato criador provém dos lábios divinos, de seu sopro. Aqui, Palavra e Sopro estão associados.
Esse sopro vital e vivificante de Deus não está limitado ao instante inicial da criação, mas sustém em permanência e vivifica toda a criação, renovando-a continuamente: “Se lhes enviais o Vosso espírito, voltam à vida, e renovais a face da terra” (Sl 104,30).
O Espírito Santo e a história de Israel
O Espírito de Deus não á manifestado na Bíblia dissociado das “intervenções divinas” ao longo da história do Povo de Israel. No decorrer do percurso de Israel se vê nas suas narrativas que Deus é causa dos sucessos sobre adversidades e inimigos e ao mesmo tempo, sob a forma de correção, castigo e punição.
No tocante aos personagens humanos (fora os anjos), não há alusão a seres humanos excepcionais (poderes mágicos). Mas é claro que aqueles que foram ungidos pelo Espírito de Deus para cumprir tarefas e missões específicas são dotados de força, coragem e sabedoria extraordinárias.
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Espírito Santo e Moisés
"Então o Senhor desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele, pô-lo sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles profetizaram, mas depois nunca mais o fizeram."
(Nm 11,25)
Sobre a figura central de Moisés, não faltam acenos à convicção de que ele fora ungido pelo Espírito de Deus, para cumprir sua missão. Aliás, por diversas vezes, Moisés é tido como um profeta, o maior. O elogio deriva da intimidade que goza em seu relacionamento com Deus:
"Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face."
(Dt 24,10)
Nessa passagem, fica claro ao leitor a consciência da atuação “carismática” de Moisés, agora compartilhada com outros juízes:
"Pouco depois do reinício da viagem, a partir do monte Sinai, Moisés teve uma crise de cansaço e desânimo. Chegou a fazer um desabafo longo e sentido diante de Deus: ‘Por que me tens tratado tão mal? Por que estás aborrecido
comigo? Por que me deste um trabalho tão pesado de dirigir todo este povo? Eu não fiz este povo, neOmEdsepi àíriltuozSeasntatogeenotes! JPuoírzqesue me pedes que faça como
 (
uma babá e os carregue no colo como criancinhas para a terra que juraste dar
 
aos seus antepassados? Onde poderia eu conseguir carne para dar a todo est
 
povo?
 
Eles
 
vêm
 
chorar
 
perto
 
de
 
mim
 
e
 
dizem
 
que
 
querem
 
comer
 
carne.
 
Eu
sozinho
 
não
 
posso
 
cuidar
 
de
 
todo
 
este
 
povo;
 
isso
 
é
 
demais
 
para
 
mim!
 
Se
 
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tratar
 
desse
 
jeito,
 
tem
 
pena
 
de
 
mim
 
e
 
mata-me!
 
Se
 
gostas
 
de
 
mim,
 
não
 
deixes
 
que
 
eu
 
continue
 
sofrendo
 
deste
 
jeito!"
(Nm
 
11.11-15)
)Emcada etapa, como na chegada da terra prometida ao auge da teologia do Espírito na	e
experiência dos profetas, tem-se um belo panorama da identidade e da ação do Espírito Divino.
Com a fixação na terra prometida e os desafios religiosos e bélicos que Israel tem de enfrentar,
Deus suscita alguns homens e mulheres a serem, em situações de crise, em tribos e períodos	e
determinados, uma referência da Unção divina, que exprime eleição e proteção da parte de Deus.
Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gedeão; e tocando ele a trombeta, os abiezritas se ajuntaram após ele (Jz 6,34);
Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté, de modo que ele passou por Gileade e
Manassés, e, chegando a Mizpá de Gileade, dali foi ao encontro dos amonitas (Jz 11,29);
E o Espírito do Senhor começou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol (Jz 13,25);
Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que ele, sem ter coisa alguma na mão, despedaçou o leão como se fosse um cabrito. E não disse nem a seu pai nem a sua mãe o que tinha feito (Jz 14, 6);
Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que desceu a Asquelom, matou trinta dos seus homens e, tomando as suas vestes, deu-as aos que declararam o enigma; e, ardendo em ira, subiu à casa de seu pai (Jz 14,19).
A ação carismática dos “juízos” revela a atuação do Espírito como fonte de força e fidelidade a
Deus. Ungidos do Espírito, cumprem uma função social e religiosa fundamental naquele início de caminho de Israel após a Páscoa e o período do deserto.
O Espírito Santo e os reis de Israel
Com o advento da monarquia davídico-salomônica, essa força divina, que até então se
manifestara de modo imprevisível e intermitente, alcança certa estabilidade. E isso é bem constatado na consagração régia de David:
"A partir daquele dia, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David."
(1 Sm 16,13)
O Espírito Santo estrutura e dirige a história monárquica de Israel. O Espírito de Deus comanda a coroa, o rei é o servo de Deus diante do povo. O gesto da coroação é a unção (o óleo consagra). Ele se apossa de Saul, de Davi, do oficial do exército Amasai (1Cr 12.18), de Azarias (2Cr 15.1) e de Zacarias (2Cr 24.20).
E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás outro homem (Saul: 1Sm 10, 6);
E, chegando eles ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles (Saul: 1Sm 10, 10);
Então foi para Naiote, em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá (Saul: 1 Sm 19, 23).
Mas também ocorre que a legitimidade do rei passa pela posse do espírito de Deus, corresponde a sua investidura. Quando há outro espírito atuando, o rei está fora da sua verdadeira função,
sem a garantia da fidelidade a Deus, no serviço do governo do Povo:
E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do Senhor. Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora o espírito mau da parte de Deus te atormenta (Saul: 1 Sm 16, 14.15);
Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá (Davi: 1 Sm16,13).
A monarquia que se estabelece a partir do século X a.C. é a demonstração que Deus atua por meio das instituições de Israel. Na lei e na ordem do Estado, Deus é quem, pelo seu Espírito, governava Israel.
"O Espírito sai de um para falar a outro (1Rs 22.24). O Espírito não era uma pessoa desconhecida. Prova-o que Obadias, o fiel adorador do Senhor, admitiu que o Espírito do Senhor, por ser soberano, poderia levar o profeta Elias para qualquer lugar e em qualquer momento."
(AQUINO, 1998)
O Espírito Santo e os profetas
"Sim, fizeram os seus corações como pedra de diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito por intermédio dos primeiros profetas; daí veio a grande ira do Senhor dos Exércitos."
(Zc 7, 12)
Durante e depois do exílio na Babilônia, toda a história de Israel é relida como um longo diálogo estabelecido por Deus com o povo eleito, pelo Seu Espírito, pelo ministério dos profetas do
passado. O fenômeno da profecia é o auge da revelação do Espírito de Deus nas Sagradas
Escrituras. Deus coloca suas palavras nos lábios dos profetas. Eles são os “tímpanos” da ação e da revelação divina no meio de Israel, como se lê no relato vocacional de Jeremias:
"Foi-me dirigida nestes termos a palavra do Senhor: Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações. E eu respondi: Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou, porém, o Senhor: Não digas: ‘Sou apenas uma criança’: porquanto irás procurar todos aqueles aos
quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar. Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te – oráculo do Senhor. E o Senhor, estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me falou: Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios. Vê: dou-te hoje poder sobre as nações e sobre os reinos para arrancares e demolires, para arruinares e destruíres, para edificares e
plantares."
(Jer 1, 4-10)
Ou ainda no relato da vocação de Ezequiel:
"Filho do homem – falou-me –, come o rolo que aqui está, e, em seguida, vai falar à casa de Israel. Abri a boca, e ele mo fez engolir. ‘Filho do homem’ – falou-me –, ‘nutre o teu corpo, enche o teu estômago com o rolo que te dou.’ Então o comi, e era doce na boca, como o mel. 4. Em seguida, acrescentou: ‘Filho do homem, vai até a casa de Israel para lhe transmitir as minhas palavras"
(Ez 3, 1-4)
Em todos os profetas, como em Ezequiel torna-se explícito o ligame entre o espírito e a profecia,
"Filho do homem – dizia-me –, fica de pé, porque eu te falo! Enquanto ela me falava, entrou o espírito em mim, e ele me fez ficar de pé; então, ouvi aquele que me falava. Filho do homem – dizia-me –, envio-te aos israelitas, a essa nação de rebeldes, revoltada contra mim, a qual, do mesmo modo que seus pais, vem
pecando contra mim até este dia. É a esses filhos de testa dura e de coração
insensível que te envio, para lhes dizer: oráculo do Se¬nhor Javé. Quer te ouçam ou não (pois é uma raça indomável), hão de ficar sabendo que há um profeta no meio deles! 6. Quanto a ti, filho do homem, não os temas, nem te arreceies dos seus intentos, conquanto estejas entre moitas de abrolhos e de espinhos e vivas entre escorpiões; não te deixes intimidar por suas palavras nem te espantes com sua atitude, porque é uma raça rebelde. Tu lhes transmitirás os meus oráculos, quer te deem ouvidos ou não; é uma raça pertinaz. E tu, filho do homem, escuta o que eu te digo: não sejas rebelde, como essa raça de rebelados. Abre a boca e
come o que te vou dar. Olhei e vi avançando para mim uma mão, que segurava
um manuscrito enrolado, que foi desdobrado diante de mim: estava coberto com escrita de um e de outro lado: eram cânticos de luto, de queixumes e de
gemidos"
(Ez 2, 1-10)
No entanto, a perspectiva profética aponta, sobretudo, no futuro o tempo privilegiado em que se cumprirão as promessas no sinal do ruach divino. Aqui se apresenta outro elemento importante do Espírito de Deus no Antigo Testamento e a profecia: a dimensão escatológica. A afirmação do domínio divino sobre a história, o anúncio do Messias (Ungido) e do juízo definitivo de Deus
sobre a humanidade.
Isaías anuncia o nascimento de um descendente, sobre o qual “repousará o espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de temor do Senhor” (Is 11,2-3). No conjunto do Antigo Testamento, nos diversos livros e narrativas o Espírito de
Deus, o Espírito Santo ainda não surge com uma identidade “pessoal”, como a conheceremos na plena revelação em Cristo, mas Ele é o princípio dinâmico da ação e dapresença divina no meio do povo de Israel e anima seus dirigentes (juízes, reis e profetas)
 (
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(2008)
 
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colete
 
suas
 
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principais
 
usando
 
as
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questões apresentadas pelo próprio autor:
O Espírito enche todo o mundo, mas “foge e se distancia”. O que Welker quis afirmar sobre a identidade do Espírito Santo?
a) O Espírito não existe na realidade.
b) O Espírito é material e físico.
c) O Espírito é divino e transcendente.
d) O Espírito vive sempre para além da razão.
e) O Espírito é um ser oculto.
2. No Credo antigo, dito niceno-constantinopolitano, se lê o seguinte: “Creio no Espírito Santo,/ Senhor que dá a vida,/ e procede do Pai e do Filho;/ e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:/ Ele que
falou pelos profetas.” O que isso significa?
a) O Espírito Santo só existia no Antigo Testamento.
b) Só os profetas eram portadores do Espírito Santo.
c) Deus falou em ambos os testamentos pelo Espírito.
d) Os profetas eram visionários em nome do Espírito.
e) O Espírito é um evento exclusivo do Novo Testamento.
Referências
AQUINO, F. O Espírito Santo no Antigo Testamento. L’Osservatore Romano, n. 20, v. 272, 16 maio
1998. Disponível em: https://cleofas.com.br/o-espirito-santo-no-antigo-testamento. Acesso: 10 fev. 2019.
NEGRO, M. Profetas e profetismo: identidade e missão. Revista de Cultura Teológica, São Paulo, n. 6,
p. 157-176, 2009. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/15459. Acesso em: 10 fev. 2019.
WELKER, M. O Espírito Santo. Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 1, n. 48, p. 5-17, 2008.
Próxima aula
Diversos aspectos da teologia do Espírito Santo no Novo Testamento em geral.
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Leia os textos:
Dietz, M. T. Pneumatologia no tratado “Da liberdade cristã”, de Martim Lutero. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DA FACULDADE EST, 1., 2012, São Leopoldo. Anais [...]. São Leopoldo: EST, 2012;
JOÃO PAULO II (PAPA). Dominum et Vivificantem: sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo. São Paulo: Paulinas, 1986.

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