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Fisiologia 1 Contaminação Atmosférica Sheila De Lira Franklin 1ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Sheila De Lira Franklin Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niterói F834c Franklin, Sheila de Lira. Contaminação atmosférica / Sheila de Lira Franklin ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO. Departamento de Ensino a Distância, 2017. 175 p. : il. 1. Ar - Poluição. 2. Engenharia ambiental. 3. Atmosfera. 4. Ar - Poluição - Medição. 5. Ar - Qualidade. 6. Ar - Controle de qualidade. 7. Poluentes químicos. 8. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. CDD 628. Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Contaminação Atmosférica Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Contaminação Atmosférica 4 Contaminação Atmosférica 5 Sumário Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 8 Unidade 1 - O Meio Atmosférico e Sua Composição ....................................................... 11 Unidade 2 - Materiais Particulados, Mecanismos e Dinâmica do Transporte ............ 41 Unidade 3 - Qualidade do ar de Interiores, Poluentes Atmosféricos e Seus Impactos da Poluição Atmosférica Sobre a Saúde Humana ..................................... 63 Unidade 4 - Poluentes Químicos .......................................................................................... 87 Unidade 5 - Monitoramento da Qualidade do ar ...........................................................109 Unidade 6 - Equipamentos de Controle da Poluição Atmosférica .............................133 Considerações finais ..............................................................................................................161 Conhecendo o autor ..............................................................................................................162 Anexos.......................................................................................................................................169 Contaminação Atmosférica 6 Contaminação Atmosférica 7 Apresentação da disciplina Sejam bem-vindos ao curso de Contaminação Atmosférica! Nesta disciplina, teremos a oportunidade de conhecer a atmosfera, sobre os processos químicos, formação de poluentes e interação destes com o meio ambiente. Considerando os impactos ambientais associados as atividades humanas, torna-se fundamental conhecer os fatores que contribuem para a dispersão dos contaminantes e das tecnologias que podem ser empregadas no controle da poluição atmosférica. Esperamos que o material possa contribuir para sua formação profissional, auxiliando a identificar problemas ambientais e possíveis soluções. Bons estudos! Contaminação Atmosférica 8 Plano da Disciplina Unidade 1 - O meio atmosférico e sua composição Nessa primeira unidade, abordaremos o meio atmosférico e sua composição. Unidade 2 – Materiais particulados, mecanismos e dinâmica do transporte Nessa segunda unidade, abordaremos sobre os materiais particulados consistem em vários tipos de poluentes que se mantêm suspensos na atmosfera, devido seu pequeno diâmetro. Unidade 3- Qualidade do ar de interiores, poluentes atmosféricos e seus impactos da poluição atmosférica sobre a saúde humana Nessa terceira unidade, serão discutidos os principais poluentes biológicos encontrados nos mais variados ambientes confinados, bem como serão escritas suas principais vias de contaminação, efeitos sobre a saúde dos indivíduos e algumas medidas de prevenção. Unidade 4 - Poluentes químicos Nessa quarta unidade, discute-se a temática dos poluentes químicos, como entram em contato com o organismo humano e aborda os principais danos relacionados à saúde. Unidade 5 - Monitoramento da Qualidade do ar Nessa quinta unidade, teremos a oportunidade de conhecer como se dá o sistema de monitoramento dos poluentes atmosféricos. Serão apresentados os principais poluentes que são monitorados, as legislações vigentes que determinam valores limítrofes para estes poluentes, bem como quais são as técnicas mais empregadas para realização de monitoramentoda qualidade do ar. Contaminação Atmosférica 9 Unidade 6 – Equipamentos de controle da poluição atmosférica Nessa sexta unidade, apresentaremos os principais equipamentos empregados no controle da poluição atmosférica, bem como esclarece suas características e recomendações de aplicabilidade. Desejamos que você tenha um excelente estudo e alcance o sucesso! Contaminação Atmosférica 10 Contaminação Atmosférica 11 1 O Meio Atmosférico e Sua Composição Contaminação Atmosférica 12 Caro aluno, Começa aqui a nossa disciplina de Poluição Atmosférica, área das ciências ambientais que estuda os principais poluentes atmosféricos e seus impactos ambientais. Nessa primeira unidade, abordaremos o meio atmosférico e sua composição. Objetivos da unidade: Reconhecer as camadas da atmosfera; Identificar a composição química das camadas da atmosfera; Descrever os principais problemas ambientais associados a cada uma das camadas da atmosfera; Conceituar poluentes atmosféricos e sua classificação; Correlacionar fontes de poluição aos seus respectivos poluentes. Plano da unidade: A constituição química da atmosfera A atmosfera e suas regiões O Efeito estufa, inversão térmica, aquecimento global, chuvas ácidas e smog Conceito de poluição atmosférica e principais poluentes Principais fontes de poluição Bem-vindo à primeira unidade de estudo! Contaminação Atmosférica 13 Nesta primeira unidade, abordaremos sobre a constituição da atmosfera, suas principais camadas e fenômenos naturais e antropogênicos. Estudaremos sobre o conceito de poluentes, suas classificações, origens, principais poluentes e problemas ambientais associados. Conhecer sobre a atmosfera e sobre os poluentes atmosféricos é de fundamental relevância para um estudante da área ambiental, pois a partir da compreensão dos problemas ambientais podem ser traçadas medidas para prevenção dos impactos, redução, correção e substituição de processos e matérias- primas que possam gerar poluentes. O que dessa forma contribui para o desenvolvimento sustentável e para melhorias na área de qualidade ambiental. A Constituição Química da Atmosfera A atmosfera é uma fina camada de gases e material particulado que envolve o nosso planeta e apresenta uma espessura de aproximadamente 1000 km. É composta de gases que são encontrados em proporções distintas. Os principais constituintes gasosos são: N2, O2, Ar, Ne, He, Kr, H, Xe, Rn. O elemento encontrado em maior quantidade na atmosfera é o nitrogênio (78,1%), seguido do oxigênio (20,9%), variando as quantidades de vapor de água, uma pequena quantidade de dióxido de carbono (0,03%) e outros gases residuais. Contaminação Atmosférica 14 Composição básica da atmosfera Constituintes Permanentes Percentagem em Volume Constituintes Variáveis Percentagem em Volume Nitrogênio ( N2) 78,084 Vapor D’agua < 4 Oxigênio (O2) 20,946 Água (Líquida e Sólida < 1 Argônio(Ar) 0,934 Dióxido de carbono (Co2) 0,0345 Neon (Ne) 0,001818 Metano (CH4) 0,00017 Hélio (He) 0,000114 Dióxio de Enxofre (SO2) < 0,0001 Criptônio(Kr) 0,000114 Óxido Nitroso (N2O) 0,0000304 Hidrogênio (H2) 0,000050 Monóxido de Carbono (CO) 0,00002 Xenônio(Xe) 0,0000087 Poeiras (Cinzas, Solo,Sais) < 0,00001 Radônio (Rn) 6x1018 Ozônio (O3) < 0,000002 Amônia (NH4) Traços Fonte: DINGMAN. 1997. As concentrações médias de dióxido de carbono (CO2) têm aumentado globalmente a uma taxa de 0.001 em %volume por ano devido à queima de combustíveis fósseis, manufatura de cimento e desmatamento. As concentrações de metano aumentam em 0,000002 em %volume por ano devido à cultura de arroz por inundação, animais e outras causas. As concentrações de NO2 na estratosfera estão aumentando 0,0000003 em percentagem por volume ao ano. Devido ao uso de fertilizantes e queima de combustíveis fósseis, a concentração de NO2 têm crescido a uma taxa de 0,000001 em % volume ao ano (D CARVALHO JÚNIOR, 2004). Contaminação Atmosférica 15 Figura1: A atmosfera Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/noticias/relacao-entre-atmosfera-e-gravidade Figura 2: Camadas da atmosfera Contaminação Atmosférica 16 A Atmosfera E Suas Regiões A atmosfera é dividida em regiões: a troposfera, a estratosfera, a mesosfera e a termosfera. Dentre essas diferentes regiões as duas mais relevantes do ponto de vista ambiental são a troposfera e a estratosfera. A explicação é simples, a troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre e consequentemente a mais próxima dos seres vivos, é ainda nessa região que ocorrem os fenômenos meteorológicos, os quais tem grande interferência na dispersão de poluentes atmosféricos. Já na estratosfera existe a camada de ozônio. A troposfera, primeira camada desse grande cobertor de ar, tem contato direto com o homem. O ser humano é dependente desse ar e cada indivíduo respira cerca de 22 mil vezes por dia. Se esse cobertor de ar fosse removido, o homem não sobreviveria mais do que cinco minutos. Troposfera É o local onde ocorrem os processos climáticos que regem a vida no planeta. Nessa camada, há grande quantidade de oxigênio e vapor de água. A cada 1 000 metros (1km) que subimos, a temperatura da atmosfera diminui aproximadamente 6 °C. Há grande umidade, formação de nuvens, ventos, chuvas, tempestades, neblina e neve, dentre outros fenômenos meteorológicos. Na troposfera ocorrem fenômenos relacionados à poluição do ar. Cerca de 90% do ar atmosférico se encontra nessa camada. A sua espessura varia conforme a latitude e o tempo. No Equador, alcança 16,5 km de altitude e nos polos 8,5 km. Em latitudes de 45º C alcança aproximadamente 10,5 km. Importante A troposfera é responsável pelas condições climáticas da Terra. Nessa região a temperatura cai em 6,5º C por quilômetro, este fenômeno é conhecido como gradiente vertical normal ou padrão. Este decréscimo da temperatura está associado com a altitude. Na troposfera ocorrem fenômenos naturais e associados a atividades humanas, que modificam a química da atmosfera, trazendo uma série de impactos adversos ao meio físico, antrópico e biótico, os quais serão detalhados nesta unidade. Contaminação Atmosférica 17 Geralmente os efeitos adversos da poluição do ar, afetam a vida em suas múltiplas formas, com efeitos tóxicos, alteram o meio físico (água, ar e solo), contribuem para a poluição odorífera, causam prejuízos materiais entre outros. Fenômenos naturais que ocorrem na troposfera Fenômenos associados à ação humana Formação e destruição do ozônio Efeito estufa Inversões térmicas Intensificação do efeito estufa Intensificação das inversõe térmicas Aquecimento global Aumento das emissões de gase estufa Chuvas ácidas Smog’s O ozônio troposférico Recomendação de limites máximos de ozônio na troposfera A presença de ozônio na troposfera é indicador de poluição. O ozônio troposférico é um poluente relacionado a inúmeros impactos ambientais. São considerados poluentes secundários; É formado durante o efeito smog fotoquímico através da dissociação de radicais livres de Oxigênio; Reagentes para o smog fotoquímico são principalmente oxido nítrico, NOX e hidrocarbonetos derivados de petróleo. OMS – 100 ppb ou menos pelo período de 1 hora USEPA – 80 ppb /8 horas OMS – 60 ppb/ 8 horas Nível em atmosfera limpa – 30 pp Estratosfera A camada estratosfera inicia-se ao final da troposfera e chega a uma altura de aproximadamente 50 km de extensão. Na estratosfera ocorrem os processos climáticos que regem a vida no planeta, o oxigênio é bastante rarefeito (há pouco oxigênio) e praticamente não há umidade. Contaminação Atmosférica 18 Ao contrário da troposfera, na estratosfera a temperatura aumentaà medida que aumenta a altitude. Assim, enquanto na parte inferior da estratosfera a temperatura atinge aproximadamente -40 °C (40 graus Celsius abaixo de zero), em sua parte mais alta a temperatura sobe para -2 °C. Na região da estratosfera existe uma fina camada de ozônio, que se distribui de forma heterogênea pelas diferentes partes do mundo. Nessa região o ozônio atua com um papel indispensável à manutenção de vida no planeta Terra, a proteção contra os raios nocivos UVA e UVB. No caso dos raios UVC são totalmente filtrados pelo oxigênio. A redução da camada de ozônio aumenta a exposição aos raios UVB. A cada 1 % aumenta 2 % a intensidade de UVB na superfície do planeta. O ozônio é muito instável é formado e destruído dentro de um ciclo natural de reações de fotólise. As moléculas de oxigênio (O2), ao absorverem as radiações ultravioleta, se dissolvem, liberando os dois átomos de oxigênio. Esses átomos livres colidem com as moléculas de O2 formando ozônio (O3). O ozônio pode ser facilmente dissociado por raios ultravioletas em moléculas de O2 e átomos livres de oxigênio. É esse precário equilíbrio entre a formação e a dissociação de ozônio que está sendo rompido de forma acelerada por produtos lançados pelo homem na atmosfera. Importante Curiosidade: Para se ter uma ideia da quantidade irrisória de ozônio na atmosfera terrestre, se todo o ozônio presente fosse compactado próximo à superfície terrestre, à pressão e temperatura padrões, seria possível obter somente uma camada de cerca de 3mm-3,5 mm de espessura. A quantidade de ozônio é registrado em unidades Dobson. Seguem dados sobre a unidade Dobson: UD - unidades Dobson 1 UD – 0,001 mm de ozônio Climas temperados – 350 UD – 3,5 mm espessura Trópicos – 250 UD Subpolares – 450 UD Contaminação Atmosférica 19 Conforme é possível observar a quantidade de ozônio não é homogênea. E sua distribuição depende da formação de vórtices (ventos polares de mais de 360 km/h), de presença de raios solares, estações climáticas e composição química da atmosfera. Caso existam muitos compostos que ao se dissociarem podem se combinar ao oxigênio radical livre ou em forma de oxigênio molecular, a sua produção fica comprometida e consequentemente, a proteção do planeta contra os raios nocivos do Sol. Destruição do ozônio Inicialmente, a destruição do ozônio foi associada ao cloro. Depois passaram a associar a destruição a reações sinergéticas que pudessem atacar o ozônio causando sua destruição e aos CFCs – clorofluorcarbonetos. O ozônio é um gás que na estratosfera exerce um papel indispensável para a vida no planeta Terra, que é a proteção do planeta contra os raios nocivos do sol. Esta proteção é conhecida pelo termo camada de ozônio. O ozônio é formado pela união do oxigênio em forma de radical livre em associação ao oxigênio molecular O2. A reação é fotoquímica, ou seja, depende da luz do sol. O tempo todo, moléculas de ozônio são formadas e destruídas, dentro de um ciclo natural. O buraco na camada de ozônio é, portanto, um fenômeno natural. Ele, no entanto, pode ser agravado por atividades humanas. Vários estudos mostraram evidências da redução de ozônio global ao longo dos anos em função da latitude, altitude e sazonalidade. O buraco na camada de ozônio A identificação do buraco na camada de ozônio foi descoberta na década de 50 (JOE FARMAN et al, 1957). Registra-se que o maior índice de depleção ocorria durante os meses de setembro-outubro (primavera polar). Ocorre de forma natural depleção de até 50% do seu nível normal da concentração dos níveis de ozônio na estratosfera. O buraco na camada de ozônio situa-se na região da Antártida. Estudos apontam que caso não ocorra uma redução considerável da poluição atmosférica, o problema vai passar a atingir a região norte (Ártico). Contaminação Atmosférica 20 O buraco de ozônio ocorre como resultado das condições atmosféricas especiais do inverno polar na estratosfera inferior, onde as concentrações de ozônio são normalmente maiores (Baird, 2002). Como já descrito, a camada não é espessa e através de instrumentos tais como: espectofotômetro Brewer (mede radiação UV-B simultaneamente ao ozônio), TOVs (TIROS Operational Vertical Sounder (mede processo de radiação através de satélites meteorológicos) é possível verificar a redução e desaparecimento do ozônio em determinadas partes do globo em sazonalidades, latitudes e altitudes específicas. Os principais compostos associados a atividades antropogênicas que intensificam a destruição da camada de ozônio são: Cloro, Bromo e CFC’s. As principais causas de redução de ozônio na estratosfera estão correlacionadas as atividades humanas, intensificação de emissão de espécies que não possuem sumidouro troposférico – remoção natural, chuvas ou oxidação por gases atmosféricos, os elementos cloro e Bromo são destruídos após anos por meio da ação da radiação UV-C e cerca de 1 milhão de toneladas de cloro foram lançados na atmosfera na década de 80. Tratados e convenções para a proteção da camada de ozônio Convenção de Viena – 1985 – 28 países europeus – Comunidade Econômica Europeia Protocolo de Montreal – 1987 Até 2050 recuperar a camada de ozônio Dado atual: tamanho do buraco Brasil 1989 – Decreto Federal 99.280 de 06 de julho de 1990 2010 – banir os CFC’s – substituição por HCFC O termo buraco na camada de ozônio é um consenso entre a maior parte da comunidade científica da área ambiental, embora parte dos cientistas não apreciem o termo devido a camada ser muito delgada. Contaminação Atmosférica 21 O Efeito Estufa, Inversão Térmica, Aquecimento Global, Chuvas Ácidas E Smog O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. Uma vez que permite que parte da radiação solar que chega ao planeta seja retida e absorvida pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. A outra parte do calor é irradiada de volta ao espaço. O bloqueio da dispersão do calor proveniente da irradiação solar é feita pelos gases de efeito estufa que, apesar de deixarem passar a energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de onda menores), são opacos à radiação terrestre, emitida em maiores comprimentos de onda. Essa diferença nos comprimentos de onda se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre. São exemplos de gases estufa: CO2, N02, vapor de água, CH4, CFC’s. De fato, é a presença desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de 18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC. Mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera estão ocorrendo em função do aumento insustentável das emissões antrópicas desses gases. As emissões de gases de efeito estufa ocorrem em todas as atividades humanas e setores da economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo. Contaminação Atmosférica 22 Gases de efeito estufa Há quatro principais gases de efeito estufa (GEE), além de duas famílias de gases, regulados pelo Protocolo de Quioto: O dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE, sendo emitido como resultado de inúmeras atividadeshumanas como, por exemplo, por meio do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e também com a mudança no uso da terra. A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera aumentou 35% desde a era industrial, e este aumento deve-se a atividades humanas, principalmente pela queima de combustíveis fósseis e remoção de florestas. O CO2 é utilizado como referência para classificar o poder de aquecimento global dos demais gases de efeito estufa. O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica, sendo encontrado geralmente em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas (em maior ou menor grau, dependendo do uso da terra anterior à construção do reservatório) e também pela criação de gado e cultivo de arroz. Com poder de aquecimento global 21 vezes maior que o dióxido de carbono. O óxido nitroso (N2O) cujas emissões resultam, entre outros, do tratamento de dejetos animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis e de alguns processos industriais, possui um poder de aquecimento global 310 vezes maior que o CO2. O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor; gás com o maior poder de aquecimento, é 23.900 vezes mais ativo no efeito estufa do que o CO2. O hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizados como substitutos dos clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores; não agridem a camada de ozônio, mas têm, em geral, alto potencial de aquecimento global (variando entre 140 e 11.700); Os perfluorcarbonos (PFCs) são utilizados como gases refrigerantes, solventes, propulsores, espuma e aerossóis e têm potencial de aquecimento global variando de 6.500 a 9.200. Contaminação Atmosférica 23 Os hidrofluorcarbonos e os perfluorcarbonos pertencem à família dos halocarbonos, todos eles produzidos, principalmente, por atividades antrópicas. Inversões térmicas Em cidades industrializadas o efeito da inversão térmica pode causar efeitos adversos consideráveis. Os poluentes do ar formam uma camada mais quente e densa, os quais não conseguem subir e se dissiparem, ou seja, se misturarem. O resultado é um acúmulo de poluentes que pode causar consequências adversar à saúde, tais como problemas respiratórios. Aquecimento global O aquecimento global associa-se ao aumento do efeito estufa, a queimadas de florestas e emissão de poluentes devido à queima de combustíveis fósseis, entre outros. A alteração do clima no planeta tem consequências adversas à vida em suas múltiplas formas. Fenômenos meteorológicos são alterados, tais como ciclo natural de aquecimento das águas, e correntes marinhas, trazendo como tais consequências: desgelo das calotas polares, estações climáticas mais rigorosas, alteração nos volumes de oceanos, secas e redução do volume de rios, alteração no regime pluviométrico, entre outros. A inversão térmica é um fenômeno que está relacionado à condição meteorológica, ocorre no inverno. Geralmente a altura da camada de inversão fica próxima à superfície. O aquecimento global é uma expressão que tem relação aos impactos das atividades humanas que tem alterado a composição química da atmosfera, causando poluição Contaminação Atmosférica 24 Figura 3: Chuvas ácidas Fonte:https://3.bp.blogspot.com/-BThzKwb4s7I/Tf8yrzzN-BI/AAAAAAAAAB4/tSjuJfx2- YA/s1600/A+Chuvas+%25C3%25A1cidas.jpg O termo é contraditório, uma vez que toda chuva é acida, na área ambiental relaciona-se ao aumento do pH da chuva devido a intensificação de poluentes atmosféricos associados a queima de carvão e de combustíveis fosseis, em níveis considerados normais, o valor do pH 5,0 é considerado normal em atmosfera não poluída. São considerados potencializadores das chuvas ácidas: Dióxido de enxofre (SO2) e de nitrogênio (NO2), ambos derivados da queima de carvão, combustíveis fósseis e poluentes industriais. SO2 e NO2. Dois ácidos predominam na chuva ácida: H2SO4 e o HSO3. A chuva naturalmente tem o papel de limpeza atmosférica, o que faz com que material particulado e possíveis compostos que possuem em sua composição enxofre, ácidos orgânicos e nitrogênio, entre outros, sejam devolvidos a superfície terrestre. O conceito de chuva ácida determina uma chuva que apresenta pH < 5 e “chuva alcalina” aquela com pH > 6. Contaminação Atmosférica 25 Estudos sobre acidez em águas de chuva em regiões industrializadas mostraram valores de pH menores que 4,5 chegando a 2 para eventos isolados em algumas regiões. Em eventos com predomínio de espécies alcalinas, ou potencialmente neutralizantes da acidez (por exemplo, amônia, carbonato ou hidróxido), o valor do pH pode ser superior a 7 (FORNARO, 2006). Efeitos nocivos das chuvas ácidas As chuvas ácidas estão associadas a queima de combustíveis de origem possível, que liberam na queima dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado. O fenômeno das chuvas ácidas também é conhecido como deposição ácida. Pode causar sérios impactos ambientais tais como: a acidificação de rios, lagos e solos, modificando a composição química, afetando a cadeia alimentar e contribuindo para o desaparecimento de espécies mais sensíveis a poluição. Em vegetais pode provocar o atrofiamento do crescimento, além de contaminação. A contaminação por deposição em alimentos, deposição (adsorção) e absorção em algas, alimentos. Comumente causam danos visíveis a materiais como mármore, esculturas feitas em metais, borracha, pinturas de automóveis e de prédios e residências, trazendo prejuízos materiais e também à biodiversidade. Em seres humanos, a poluição do ar pode causar deficiência de funções pulmonares, cardíacas, efeitos neurocomportamentais. A chuva ácida pode causar impactos por dois mecanismos: por deposição seca ou úmida. Seca – gravitacional, quando se deposita no solo, na vegetação. Úmida – água de chuva, neblina, neve e nuvem. Contaminação Atmosférica 26 Figura 4: Estátua em Notre-Dame corroída pelo tempo e chuva ácida Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/por-que-chuva-acida-corroi-os- monumentos-historicos.htm Fonte: http://umaquimicairresistivel.blogspot.com.br/2011/02/chuvas-acidas.html Contaminação Atmosférica 27 Smog O Smog fotoquímico ocorre em presença da luz solar quando os poluentes NOx’s e hidrocarbonetos voláteis reagem entre si. O do tipo ácido pode ocorrer em áreas industriais durante o inverno. Altas concentrações de SO2, NOX e matéria particulada são a característica principal. O Smog industrial ocorre devido associação de dióxido de enxofre, HSO4 e partículas sólidas suspensas emitidas pela queima de combustíveis fósseis. Por outro lado, o smog fotoquímico ocorre principalmente durante o verão (summer smog) quando o ozônio é formado pela ação da luz solar sobre o NO2 em presença de hidrocarbonetos. Conceito de Poluição Atmosférica Podemos dizer que ocorre poluição atmosférica quando uma ou mais substâncias químicas estão presentes em quantidades suficientes para causar impactos adversos ao meio físico, biótico e antrópico. É importante ressaltar que a constituição química do ar depende de um conjunto de fatores que abrangem: topografia, clima, meteorologia e sua relação com a poluição do ar. “Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e as atividades normais da comunidade". (Resolução Conama nº 03/90). Todos os elementos da tabela periódica estão presentes entre os poluentes atmosféricos e os principaisciclos envolvidos são o do enxofre, nitrogênio, carbono, halogênios. O termo smog deriva do inglês smoke, fumaça e fog, nevoeiro, neblina). Existem dois tipos de smog: um ácido e o tipo fotoquímico. atmosférica. Contaminação Atmosférica 28 Figura 5: Acúmulo de poluentes Classificação de poluentes Os poluentes atmosféricos são classificados como primários ou secundários. São considerados poluentes primários os contaminantes diretamente emitidos pelas fontes para o ambiente, como no caso dos gases dos automóveis (monóxido de carbono, fuligem, óxidos de nitrogênio e outros). Já os poluentes secundários resultam de reações de poluentes primários com substâncias presentes na troposfera e ou reações fotoquímicas, como, por exemplo, a formação de ozônio na troposfera, ácido nítrico HNO3 (provenientes do smog). Os compostos orgânicos voláteis dentre os quais os mais reativos (hidrocarbonetos contendo dupla ligação). É válido ressaltar que quanto maior o poder de chama maior a quantidade de NOX produzido. A erupção de um vulcão ou a queima de uma floresta causam alterações na composição química da atmosfera, ainda que considerada natural é um tipo de poluição. No entanto, sendo tratado como um fenômeno natural, a quantidade de poluentes produzidos não é capaz de causar danos significativos ao meio Contaminação Atmosférica 29 ambiente. Associados a condições meteorológicas adequadas, tais como ventos suficientes, chuvas e correntes de ar, os poluentes são dispersados. Entretanto, como o homem aumentou o volume dos seus poluentes, esta autodepuração natural do ar não pode se manter e a poluição aumentou aos níveis atuais. Os poluentes do ar podem ser classificados como: particulado, gases e líquidos. Os poluentes do ar gerados pelo homem são emitidos diretamente na atmosfera (poluentes primários) ou são formados na atmosfera por reações químicas envolvendo poluentes primários (poluentes secundários). Durante sua transformação química para poluente secundário, o composto químico pode mudar de estado ofensivo para um outro que pode ser danoso em altas concentrações, como por exemplo, óxido para dióxido de nitrogênio. Os poluentes do ar também são produzidos pela natureza. Exemplo: pólens, poros, bactérias, poeiras do chão, sal marinho, gases e material sólido resultante da erupção vulcânica e fumaça de queima de florestas. Os poluentes no ar são usualmente divididos em dois grupos maiores: particulados e gases. Recentemente, uma terceira forma de poluição tem sido reconhecida que é o estado líquido. Particulados Os poluentes são suspensões existentes no ar de substâncias fixas, sólidas e ou líquidas. Existem dois termos para designá-los: partículas e aerossóis. As partículas referem-se somente às substâncias sólidas, os aerossóis podem ser tanto líquidos como substâncias sólidas suspensas no ar. Alguns exemplos de particulados são: fuligem, partículas do solo, gotas oleagionosas, poeiras, névoas ácidas, fumaça, fumos e neblina. Os particulados podem ser produzidos na queima incompleta, moagem, corte, purificação etc. Na atmosfera, os particulados ocorrem com vários tamanhos e formas. Usualmente eles são classificados em particulados finos, aqueles com diâmetros menor que 2,5u. Os particulados finos são mais importantes, porque podem ser inalados pelo homem e animais e entrar nos pulmões. Contaminação Atmosférica 30 Nos trabalhos de engenharia ambiental, o particulado fino é aquele abaixo de 10u. Também os particulados finos (0,3-1,0u) são responsáveis pela redução da visibilidade. Os particulados finos são formados primeiramente pela combustão incompleta e/ou reações químicas de poluentes primários na atmosfera. Eles são leves em peso e podem persistir na atmosfera por dias. Os particulados grosseiros são formados primeiramente pela resuspensão de poeiras do solo, processos de moagem e brisa marítima. Eles causam menos problemas que os particulados finos, uma vez que a gravidade fará sua deposição no solo em poucas horas. Entretanto, aqueles particulados grosseiros que se encontram entre 2,5 a 15u em diâmetro podem ser importantes para o ponto de vista de saúde das pessoas com problemas respiratórios e que sempre respiram pela boca. Para pessoas que respiram normalmente pelo nariz, esses particulados não causam problema uma vez que são bloqueados na passagem nasal. Os particulados reduzem a visibilidade e a absorção e dispersão da luz. É o caso do nevoeiro em muitas áreas urbanas que pode causar redução de luz do sol. Também a dispersão de luz, devido aos particulados, pode produzir um céu avermelhado que algumas vezes é visto no nascer ou pôr do sol. Gases O segundo grupo de poluentes do ar é composto de gases. Enquanto somente uma relativa pequena porcentagem de gases na atmosfera é poluente, eles exercem um papel importante porque são perigosos e possuem efeitos desagradáveis. Alguns poluentes gasosos são liberados na atmosfera por meio de processo de combustão, outros são liberados por processo de vaporização (mudança de um líquido para um estado gasoso), ou são formados por reações químicas na atmosfera. Os principais poluentes gasosos na atmosfera podem ser categorizados como gases contendo: carbono, enxofre, nitrogênio e ozônio. Contaminação Atmosférica 31 Os gases contendo carbono são os poluentes do tipo monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos, hidrocarbonetos oxigenados. Monóxido de carbono é tóxico, sem cor, sem odor e é resultado da combustão incompleta de combustíveis. Os hidrocarbonetos são uma classe de compostos formados pela combustão incompleta e pela evaporação da gasolina, óleo combustível e solvente. Eles são compostos de carbono e hidrogênio em várias proporções. Os hidrocarbonetos oxigenados são compostos que contém oxigênio em adição ou carbono e hidrogênio. Alguns deles são formados pela combustão enquanto, outros são poluentes secundários, formados de reações químicas entre hidrocarbonetos e oxigênio na presença da luz solar. Muitos dos hidrocarbonetos e hidrocarbonetos oxigenados são carcinogênicos. Um exemplo de hidrocarboneto carcinogênico é o benzeno, existentes em refinarias e petroquímicas. Os gases contendo hidrogênio são poluentes que incluem o dióxido nítrico e o dióxido de nitrogênio. O óxido nítrico é sem cor, relativamente não perigoso e é produto da queima de combustível a altas temperaturas. Mas ele pode reagir com átomos de oxigênio para formar o dióxido de nitrogênio. Esta reação ocorre especialmente na presença e condições de formação do "smog" fotoquímico. O dióxido de nitrogênio tem odor ligeiramente doce e cor marrom amarelada. Em concentrações altas, pode parecer marrom. As duas maiores fontes de geração de óxido de nitrogênio são combustão em fontes estacionárias na indústria, na geração de energia, no aquecimento de ambientes e também provenientes dos veículos automotores. Os óxidos de nitrogênio são os principais componentes requeridos na formação do "smog" fotoquímico e da chuva ácida. Além do óxido nítrico e do dióxido de nitrogênio, existem alguns compostos orgânicos hidrogenados. Um exemplo é o nitrato de peroxi acetila, comumente conhecido como PAN, que é formado de reações químicas e "smog" fotoquímico. O PAN é um fitóxido, isto é, causa danos às plantas. Líquido/ Mecanismos de limpeza atmosférica Os poluentes atmosféricos líquidos estão associados a chuvas ácidas. Muitos compostos de origem natural ou antrópica que são liberados para atmosfera possuem propriedades ácidas ou básicas, e devido a reações processadas na atmosfera, tem a capacidade de interação e transformação em espécies químicas Contaminação Atmosférica 32 que alteram a química natural e são considerados poluentes. Os mecanismos de limpeza atmosférica disposição úmida e seca são responsáveis pelo transportedesses poluentes que são transferidos do ar, para o solo e águas por exemplo. Na deposição úmida a chuva dissolve os gases solúveis e o arrastam junto com a água da chuva. Se a quantidade de compostos ácidos presentes na chuva é expressiva, a chuva é denominada como chuva ácida. Nuvens e neblinas, podem conter altas concentrações de solutos, ocorrendo a condensação e precipitação destes sobre a superfície terrestre. Além da chuva e da neblina, a deposição úmida pode ocorrer por meio de orvalho e neve. O interesse científico na deposição úmida tem sido crescente nos últimos anos devido aos comprovados prejuízos ambientais e econômicos relacionados (MARTINS & ANDRADE, 2002). A deposição seca por sua vez, não envolve chuva. O vento e o processo de difusão gasosa transportam os poluentes (material particulado e gases) para a superfície terrestre. Os poluentes relacionados estão envolvidos com a deposição ácida, são exemplos de poluentes que possuem uma deposição úmida HSO4, HNO3, H2O2, (NH4)NO3, NH4NO3. São exemplos de poluentes que possuem uma deposição seca, os materiais particulados, O3, NOX e o SO2. Fatores Interferentes Nos Níveis de Poluição Atmosférica São inúmeros os fatores que interferem na dispersão e concentração de poluentes atmosféricos, é fundamental a compreensão desses fatores, o que pode contribuir para a melhor escolha na localização de determinada atividade industrial, compreensão para maior incidência de fenômenos associados a inversão térmica, smog’s, entre outros e para uma melhor prevenção de impactos ambientais associados a poluição atmosférica. Serão listados os principais: o tipo de poluente, as suas concentrações, aspectos topográficos e meteorológicos. Existem alguns formatos de topografia que podem ser um efeito variável na poluição do ar. O topo das montanhas geralmente tem melhores condições de vento e nos locais próximos do mar geralmente formam-se as brisas marítimas. Os ventos fortes nos topos das montanhas produzem condições que dispersam os poluentes enquanto que a natureza complexa da brisa marinha pode até resultar em um aumento na concentração dos poluentes. Contaminação Atmosférica 33 Consideremos a cidade em um vale. O ar frio que é formado nas partes altas à noite flui para o fundo do vale pela manhã. Como resultado, o ar próximo do chão estará mais frio que o ar acima dele. Nestes casos, temos a inversão térmica. A topografia pode ter uma influência importante no vento e na dispersão ou acumulação dos poluentes. As condições climáticas tais como: velocidade e direção do vento, luz solar, precipitação, nuvens, neblina, umidade relativa, temperatura, o aumento ou diminuição da temperatura do ar com o aumento da altitude, bem como o nível de poluição existente nas massas de ar que chegam ao local de estudo. Fontes de poluição atmosférica e principais poluentes Os poluentes do ar originam-se principalmente da combustão incompleta de combustíveis fósseis, para fins de transporte, aquecimento e produção industrial. Entretanto, em adição aos processos de combustão, a poluição do ar é causada por vaporização (a mudança do líquido para o estado gasoso); atrito (operações de redução de tamanhos tais como moagem, corte, perfuração etc.); combustão de materiais residuais; reações químicas na atmosfera envolvendo poluentes primários e dando como formação poluentes secundários; e numa menor extensão, fontes naturais tais como polinização e vulcões. As principais categorias de fontes de poluição do ar feitas pelo homem são: transporte, combustão, processos industriais e resíduos sólidos. Estas fontes são classificadas como fontes móveis e estacionárias. O nosso sistema de transporte atual se baseia na queima de combustíveis consequentemente, a poluição do ar é um subproduto. Estas fontes de transporte incluem automóveis, ônibus, caminhões, aviões, equipamentos de fazenda, trens, navios etc. Devido ao grande número, os automóveis são a fonte principal desta categoria. Contaminação Atmosférica 34 Nos Estados Unidos desde 1963, quando o sistema de ventilação positiva do carter foi instalada, os automóveis têm sido projetados com equipamento de controle da poluição do ar proporcionando uma diminuição das emissões dos tanques de gasolina, carburadores, alívios de carter e do cano de escapamento. Para estes controles trabalharem efetivamente, é necessário que o motor regulado e o carburador sejam ajustados adequadamente. Um motor regulado inadequadamente resultará altas emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos e uma baixa economia de combustível. O carburador controla a relação ar combustível do veículo. Se a relação de ar combustível for muito alta, quantidades maiores de óxidos de nitrogênio serão emitidas, enquanto que com relações de ar combustível baixa, aumentará a quantidade de monóxido de carbono e hidrocarbonetos, assim como aumento do consumo de combustível. Carros não mantidos significam alto consumo de combustível e dessa forma, desperdício de dinheiro e maior emissão de poluentes. A combustão incompleta é a maior causa da poluição do ar, embora a combustão completa resulte na emissão de compostos não danosos de dióxido de carbono, vapor de água e cinzas. Nenhum processo de combustão é completo. Alguns poluentes são ainda liberados independentes se eles são provenientes da queima de carvão e óleo em termoelétricas, fábricas, veículos a gasolina, lixo em incineradores e queima de vegetação. Entretanto se no mundo nós não mais queimássemos combustíveis, a maioria da nossa eletricidade e transporte estaria parada, principalmente nos países frios onde a necessidade de aquecimento é prioritária. Os processos industriais têm uma grande participação na poluição no ar. Devido à tremenda diversidade dos produtos das indústrias, seus processos geram uma grande taxa de poluentes. As principais indústrias que contribuem para poluição do ar são as indústrias de petróleo e combustíveis, a de produtos químicos e a metalúrgica. As emissões provenientes da queima de resíduos sólidos são relativamente pequenas, mas deverão cada vez mais aumentar a sua significância devido aos problemas da destinação de resíduos sólidos. Contaminação Atmosférica 35 Óxidos de Enxofre O principal poluente contendo enxofre é o dióxido de enxofre (SO2). Quando os combustíveis contendo enxofre são queimados, o oxigênio do ar é retirado e produz dióxido de enxofre, o qual, em altas concentrações, é um gás irritante. O dióxido de enxofre reage como os materiais na atmosfera para formar partículas de ácido sulfúrico e partículas de sais de sulfato. O ácido sulfúrico é perigoso e é um poluente altamente corrosivo. Também podemos citar o SO3 como importante poluente atmosférico. Os outros poluentes do ar contendo enxofre são mercaptanas (carbono, enxofre e composto de hidrogênio) e sulfato de hidrogênio (H2S) os quais podem ser produzidos pela decomposição de matéria orgânica. As mercaptanas e o sulfato de hidrogênio não são poluentes comuns, mas quando eles estão presentes, podem ser distinguidos pelo seu odor característico de repolho e ovo podre (Gás sulfídrico). Ozônio A presença de ozônio na troposfera está associada a efeitos nocivos à saúde e ao meio ambiente. NOx Gerado pela combustão incompleta e processos de descarga na atmosfera. CO É gerado pela queima incompleta de combustíveis de origem fóssil. Seus níveis são controlados por limites estabelecidos em legislação. O aumento da sua concentração no ar é extremamente perigoso. Em locais confinados pode provocar morte devido a ser capaz de se combinar a hemoglobina do sangue, dando origem a carboxiemoglobina no sangue, o que leva a deficiência na capacidade psicomotora, dor de cabeça, tontura, alucinação, depressão, do no peito (angina), asfixia e morte. Contaminação Atmosférica36 CO2 A substância faz parte da composição natural do planeta e sua presença é fundamental para manutenção da vida no planeta e para o efeito estufa. No entanto, em grandes concentrações, causa a intensificação do efeito estufa, influenciado com efeitos locais e globais o clima no Planeta Terra (aumento da temperatura). Ainda em grandes concentrações relaciona-se a asfixia e morte. Material particulado Compreende as partículas sólidas e líquidas em suspensão. O material particulado causa problemas respiratórios, além de dependendo do poluente, ter efeitos carcinogênicos, mutagênicos e neurotóxicos. No ambiente pode causar névoas específicas, diminuindo a visibilidade nos espaços urbanos, onde é mais concentrada. Causa efeito corrosivo e interferência na atividade fotossintética dos vegetais. Nessa primeira unidade estudamos sobre o meio atmosférico e sua composição e na próxima unidade abordaremos sobre materiais particulados, mecanismos e dinâmica do transporte. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Contaminação Atmosférica 37 Exercícios – Unidade 1 1. Sobre a atmosfera, pode-se afirmar exceto que: a) O ozônio é encontrado naturalmente na estratosfera. b) A troposfera é uma camada muito importante, pois é com ela que os habitantes da Terra estão permanentemente em contato; é nela que se formam os ventos, as nuvens e a chuva. c) O oxigênio existe em menor quantidade nos lugares mais altos. Pode-se, então, dizer que a atmosfera não é homogênea. d) O ar, ao contrário da terra e da água, não transforma a energia solar em calor. Por isso, os raios solares atravessam a atmosfera sem aquecê-la e incidem sobre a superfície da Terra. Aí o calor é produzido e se irradia pela atmosfera. Por isso, os lugares mais baixos são mais quentes que aqueles que ficam em altitudes mais elevadas. e) Na troposfera os gases que predominam são nitrogênio, gás carbônico, oxigênio e gás natural. 2. Assinale a opção correta sobre o efeito estufa: a) Não é um fenômeno natural e ocorre devido a atividades humanas. b) Interferem na camada de ozônio, os CFCS não são considerados gases estufa. c) Somente o gás carbônico e o metano são capazes de produzir efeito estufa. d) O efeito estufa é prejudicial às condições de vida na Terra. e) O vapor de água e o metano são exemplos de gases estufa. Contaminação Atmosférica 38 3. Qual a camada onde a presença do ozônio exerce papel relevante para o planeta? a) Troposfera. b) Ionosfera. c) Exosfera. d) Estratosfera. e) Mesosfera. 4. Marque a opção que apresenta os gases mais abundantes na atmosfera: a) Ne, Kr, H e CO2. b) CO2, NO2, N e O2. c) N, O, CO2. d) N, O2, Ar. e) Ar, Ra e NOx’s. 5. Assinale a opção incorreta sobre poluentes atmosféricos: a) Os poluentes primários são lançados são lançados diretamente no ar. b) Os poluentes secundários são formados na atmosfera por meio de reações que são determinadas por certas condições físicas. c) O gás fluorídrico é utilizado em processos de produção de alumínio e fertilizantes, bem como refinarias de petróleo e esses processos contribuem para sua dispersão na atmosfera. d) Os óxidos de enxofre podem ser gerados pela queima de combustíveis que contenham enxofre ou por processos biogênicos naturais, nesses últimos só podem ser gerados no solo. e) O gás sulfídrico é um subproduto de processos de refinarias de petróleo, indústrias químicas, e indústrias de celulose e papel, além de ser produzido por processos biogênicos, além de ser um dos gases estufa. Contaminação Atmosférica 39 6. Na incineração catalítica é uma das técnicas de tratamento empregada na indústria química para o controle das emissões de: a) Materiais particulados. b) Óxidos de enxofre. c) Compostos orgânicos voláteis. d) Óxidos de nitrogênio. e) Monóxido de carbono. 7. O gás ozônio e os clorofluorcarbonetos são exemplos de poluentes, assinale a alternativa correta: a) O ozônio nas camadas mais altas da atmosfera é tóxico, na troposfera absorve principalmente a radiação UVC proveniente do Sol, evitando efeitos nocivos à saúde. b) Os CFC’S apresentam alta toxicidade e não são decompostos pela radiação UV. c) O gás ozônio estratosférico é produzido em reações químicas entre NOx e compostos orgânicos voláteis em dias quentes e ensolarados, principalmente em áreas industriais e em regiões propensas a massas de ar estagnado. d) O ozônio estratosférico é tóxico e na troposfera, a radiação ultravioleta (UV) proveniente do Sol, evita os efeitos nocivos do excesso dessa radiação nos seres vivos. e) A camada de ozônio protege os seres vivos do excesso de radiação ultravioleta e pode ser destruída pela ação dos CFCS na tratosfera. Contaminação Atmosférica 40 8. Assinale a opção que não representa um efeito adverso das chuvas ácidas: a) É responsável somente por efeitos adversos de abrangência local. b) Deficiência das funções pulmonares. c) Pode matar peixes. d) Pode atingir florestas. e) Pode alterar a composição de rochas e criar cavernas. 9. A chuva ácida traz danos às aguas, solos e contribui para danos à materiais diversos. Identifique quais são as medidas para redução dos prejuízos causados pelas chuvas ácidas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Diferencie deposição seca de úmida. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Contaminação Atmosférica 41 2 Materiais Particulados, Mecanismos e Dinâmica do Transporte Contaminação Atmosférica 42 Caro aluno, Os materiais particulados consistem em vários tipos de poluentes que se mantêm suspensos na atmosfera devido seus pequenos diâmetros. Sua grande variedade, origem, características e propriedades devem ser conhecidas para que sejam traçadas medidas corretivas e preventivas, a fim de reduzir a poluição atmosférica e seus efeitos nocivos. Objetivos Descrever a classificação dos materiais particulados e suas propriedades; Descrever o comportamento dos materiais particulados; Apresentar as escalas de poluição atmosférica; Descrever suas formas de dispersão; Apresentar o conceito de turbulência atmosférica; Descrever a camada limite planetária; Abordar casos históricos envolvendo poluição atmosférica. Plano da unidade Os Materiais particulados/aerossóis, suas propriedades e características Escalas de poluição atmosférica Fontes de dispersão Transporte de poluentes e as características da fonte emissora Turbulência atmosférica e dispersão de poluentes Camada limite planetária Casos históricos de poluição atmosférica Estudos de caso envolvendo chuvas ácidas Bem-vindo à segunda unidade de estudo! Contaminação Atmosférica 43 Os Materiais Particulados/Aerossóis, Suas Propriedades e Características. Entende-se por material particulado, partículas de materiais sólidos ou líquidos,que quando dispersas no ar formam os aerossóis. É, portanto, considerado como material particulado, qualquer substância, exceto água pura, que existe sob a forma líquida ou sólida na atmosfera, que podem ser emitidos na forma de partícula ou na forma gasosa, que passam por condensação direta ou via formação de outro produto. Podem ser geradas por fontes naturais ou antropogênicas e ainda, serem classificados por poluentes primários ou secundários, pois podem ser emitidos diretamente na fonte (poluentes primários) ou se formarem na atmosfera, a partir da interação de compostos preexistentes (poluentes secundários). São considerados diferentes tipos de partículas: partículas em suspensão, poeiras, fumos, fumaças, névoas, gases, vapores, odores. Possuem alta complexidade, concentração, tamanho e composições químicas, fase e morfologia variadas. Exemplificando O material particulado pode ser classificado como natural ou na antropogênico. São exemplos de materiais particulados naturais: poeira do solo, sal marinho (com tamanhos variáveis pode permanecer no ar (tempo de residência) de minutos a semanas; poeiras e emissões vulcânicas (Sulfatos e Nitratos), partículas biogênicas (ceras, material proveniente de vegetais (pólen, folhas), material proveniente de húmus, fungos, bactérias, vírus e algas). São exemplos de material particulado de origem antropogênica: os derivados de processos industriais, da queima de biomassa, de sulfatos de SO2 e nitratos de NOx. Contaminação Atmosférica 44 As principais fontes de material particulado, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2017) são a queima de combustíveis fósseis, queima de biomassa vegetal, emissões de amônia na agricultura e emissões decorrentes de obras e pavimentação de vias. Os materiais particulados são conhecidos usualmente pela sigla MP’s. As partículas em suspensão são formadas pela combinação de frações sólidas ou líquidas presentes na atmosfera. As propriedades das partículas variam de acordo com o tamanho e forma (morfologia), características de cargas elétricas (carga/resistência), da cor e espalhamento de luz (parâmetros ópticos) e da composição química (ALMEIDA, 1999). O termo material particulado em suspensão (MPS) é associado ao conjunto de partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar. Os MPS têm tamanhos variáveis entre algumas dezenas de de nanômetros (nm) a micrometros (μm) já o termo aerossol associa-se ao conjunto de partículas sólidas ou líquidas em suspensão no ar (meio gasoso). Os aerossóis têm tamanhos variáveis entre 0,001 e 100 μm (ALMEIDA, 1999). Propriedades das partículas dos aerossóis O comportamento das partículas no ar e sua velocidade de sedimentação dependem do tamanho, densidade, quantidade de MP e do movimento do ar. Em relação ao tamanho dos aerossóis, eles se dividem em: Grosso: > 2,5 μm Fino: < 2,5 μm MP10: < 10 μm MP2,5: < 2,5 μm. Sabendo que quanto menor o tamanho da partícula, maior o risco do poluente ser inalado. De acordo com Macintyre, a área superficial, evaporação e condensação, a adesividade, a adsorção e a carga elétrica são propriedades das partículas dos aerossóis (2008). Contaminação Atmosférica 45 Correlações entre as propriedades e comportamento das partículas O diâmetro das partículas é definido em função de propriedades e do comportamento das partículas. Existem vários tipos de diâmetros equivalentes tais como: diâmetro de sedimentação, diâmetro de superfície, diâmetro de volume, diâmetro de área projetada, entre outros. Como exemplos dessas correlações, temos: a difusão relacionada ao movimento browniano, a aerodinâmica relacionando-se a gravidade e a inercia, a óptica relacionando-se ao espalhamento de Luz, a mobilidade elétrica ao movimento eletricamente induzido a área projetada à proporção de volume/superfície (ALMEIDA, 1999). O material particulado possui massa e volumes variados, as unidades de concentração utilizados nos estudos de gases são: S.I. : massa / volume Mixing Ratio – Razão de Mistura Considerando-se gases ideais: RT P V n RT V n P nRTPV total i i total i i i i P P RT P RT P RT P C Contaminação Atmosférica 46 Unidades mais comuns: ppm (ppmv), ppb (ppbv) e mg/m3 onde: R = 8,314 J.mol-1.K-1 T = temperatura em K P = pressão em Pa (1 atm = 760 mm Hg = 1.0133 x 105 Pa) MMi = massa molecular de i Sendo T = 25ºC e P = 1 atm . .9,40 )( )( 3 iMM m g ãoconcentraç ppmvãoconcentraç Unidades de concentração Exemplo 1. Calcular a concentração de ozônio em mg.m-3 que corresponde a 120 ppbv a uma pressão de 1 atm e uma temperatura de 25ºC. Resposta: 235,6 mg.m-3 Exemplo 2. Calcular a concentração de SO2 em ppbv que corresponde a 365 mg.m-3 a uma pressão de 1 atm e 32ºC. Resposta: 142,7 ppbv Contaminação Atmosférica 47 Escalas De Poluição Atmosférica Escalas de contaminantes A poluição do ar pode ocorre em várias escalas. São cinco diferentes: a local, a urbana, a regional, a continental e a global (VALLERO, 2008). Escala de poluição atmosférica local (menor que 50 km) A presença de um polo industrial em uma dada região pode levar a um efeito de poluição atmosférica local, como a acidificação de águas de rios, afetando nesse caso a vida aquática em nível de cadeia alimentar. A acidificação por sedimentação úmida, no caso da ocorrência de chuvas ácidas em uma região, também pode modificar a química dos solos, tornando improdutivos para atividades agrícolas. Ocorre a uma distância de aproximadamente 5 km de extensão da superfície da Terra. Escala de poluição atmosférica regional (entre 50 a 500 km de extensão) Três problemas contribuem significativamente para a poluição do ar em escala regional. Uma delas é a concentração de poluentes na atmosfera urbana, fontes fixas e móveis de poluentes, causam maior concentração de poluentes sobre uma dada região. Os tipos de poluentes que são lançados na atmosfera, bem como suas concentrações, mecanismos de transporte e reações que são processadas na atmosfera durante a transformação dos poluentes (de primários para secundários) são aspectos que podem causar efeitos de dispersão ou maior concentração de poluentes. Escala de poluição atmosférica continental (de 500 a acima de 1000 km) Podem ser considerados problemas de escala continental quando atingem vários países. O efeito de chuvas ácidas por exemplo. Contaminação Atmosférica 48 Escala de poluição atmosférica global Fenômenos de poluição atmosférica global atingem proporções gigantes, afetando de alguma forma adversa a dinâmica natural dos ecossistemas. Os efeitos locais de poluição podem contribuir para formação de microclimas, com ilhas de calor e alteração das condições climáticas originais. Podendo ainda contribuir para a efeitos globais, tais como alteração, redução da proteção planetária contra os raios nocivos do sol UVA e UVB. A atmosfera atua sobre as substâncias poluentes através de dois fenômenos fundamentais: o transporte e a difusão. Existem vários modelos matemáticos, permitem a realização de estudos de simulação de transporte e dispersão de contaminantes, auxiliando no estudo das concentrações e evolução da dispersão dos contaminantes e nas previsões das concentrações de poluentes a serem dispersos por tipos específicos de processos de trabalho, facilitando o planejamento do controle ambiental de diferentes setores industriais e contribuindo para o estabelecimento de políticas públicas com limites de tolerância adequados, que não coloquem em risco a vida em suas múltiplas formas. Fontes De Dispersão A poluição pode ser oriunda de uma fonte fixa (exemplo chaminé de fábrica) ou de uma fonte móvel (ex. veículos). A poluição urbana envolve a dinâmica de emissão de poluentes primários e a formaçãode poluentes secundários, que são formados por reações químicas processadas entre poluentes primários. Os mecanismos de dispersão e transporte de poluentes são dependentes de uma série de fatores tais como: regime de ventos, chuvas, topografia, estabilidade atmosférica, temperatura, altura do ponto de lançamento, entre outros. Na troposfera ocorrem os fenômenos meteorológicos e climáticos que interferem na dispersão os poluentes. O transporte dos poluentes atmosféricos depende entre outros fatores da incidência de raios solares, temperatura, vapor, diâmetro dos poluentes e tipo de deposição (seca ou úmida). Os aspectos Contaminação Atmosférica 49 meteorológicos são fundamentais para a compreensão dos mecanismos de transporte de poluentes. A poluição do ar envolve os contaminantes e os meios receptores. São considerados receptores, os compartimentos da natureza nos quais são depositados os poluentes (solo, água), materiais diversos, seres vivos, entre outros, que sejam afetados de forma negativa pela poluição. Conhecer os mecanismos de transporte dos poluentes é fundamental para a compreensão dos comportamentos dos poluentes e para se traçar medidas preventivas e estratégias no combate aos poluentes. Através de diferentes mecanismos de transporte é possível detectar traços de poluentes em regiões muito remotas. Os poluentes podem atingir distâncias surpreendentes. Como exemplo os poluentes que são detectados em penas de aves e traços de poluentes detectáveis no gelo da Antártica. Poluentes e materiais particulados que só existem em determinadas regiões do planeta poder ser encontrados em compartimentos da natureza em outros continentes do globo terrestre, mas como explicar esses fatos? Através dos ventos os poluentes são transportados, das fontes fixas ou móveis aos receptores. Quando os poluentes se dispersam formam uma pluma. Vórtices com velocidades impressionantes, podem transportar poluentes a regiões remotas. Dependendo das condições meteorológicas, associadas a aspectos topográficos, e regime de ventos, o ponto receptor de poluição pode ter uma concentração muito inferior ao ambiente foco da poluição atmosférica. Transporte de poluentes e as características da fonte emissora O número de chaminés, a forma da chaminé, o diâmetro da fonte emissora, a altura da fonte emissora, a altura de elevação da fonte emissora e a altura física da fonte emissora são importantes para a compreensão do comportamento de uma pluma. As plumas podem ainda ser dependentes de condições meteorológicas e das condições topográficas, dependentes da chaminé ou exclusivamente do efluente. Contaminação Atmosférica 50 As condições meteorológicas são importantes para a dispersão dos poluentes, dentre os fatores que interferem na dispersão dos contaminantes atmosféricos destacam-se: a temperatura, a velocidade do vento, a direção do vento, a estabilidade da atmosfera, o tipo de terreno e edifícios e os focos de calor (LISBOA, 2007). As plumas têm a capacidade de se dispersar na direção vertical e horizontal. No entanto, a taxa de dispersão depende da velocidade, insolação, fatores que possam causar distúrbios no ar (topografia irregular, edifícios etc.), altura efetiva da chaminé, intensidade da fonte, gradiente térmico. Dentre os principais fatores utilizados nos cálculos de plumas e que podem influenciar a levantamento das plumas destacam-se: temperatura de exaustão e emissão, altura de chaminé, raio de sua seção transversal interna, velocidade de exaustão, estabilidade atmosférica e perfil médio do vento (MONTEIRO, 2014). Turbulência Atmosférica e Dispersão de Poluentes De acordo com Moreira et al. (2008), a turbulência atmosférica é um fenômeno que ocorre devido a interação do campo de vento com o solo, e os ciclos de aquecimento e resfriamento da superfície terrestre. O efeito desses eventos provoca um movimento caótico do ar, denominado turbulência atmosférica. A turbulência é responsável pela diluição dos poluentes atmosféricos nos sentidos horizontal e vertical. A troposfera é turbulenta devido às condições meteorológicas dinâmicas. O termo difusão turbulenta se deve às condições adversas, que corroboram para problemas de qualidade do ar em regiões específicas, a exemplo cidades industrializadas e populosas. A turbulência é uma característica da troposfera. Contaminação Atmosférica 51 Camada Limite Planetária A dispersão dos poluentes limita-se a uma estreita camada da troposfera e a altura que a mesma atinge. Essa camada é denominada como Camada Limite Planetária (CLP) ou atmosférica (CLA), cerca de 500 m acima do solo. Como é a parte da troposfera mais próxima da superfície ela é influenciada diretamente pela superfície e os poluentes que são emitidos para a atmosfera. Esta porção da atmosfera sofre a influência da superfície terrestre na estrutura dos ventos. Na CLA predominam os efeitos da turbulência, na qual os processos de difusão são bastante relevantes (MONTEIRO, 2014). A CLP sofre efeitos oriundos da superfície através de trocas de momento, calor e misturas de massa de ar (ZANNETTI, 1999). A imagem abaixo orienta acerca da localização da camada limite planetária (Planetary Boundary Layer) e da sua proximidade com a superfície terrestre. Fonte:https://www.shodor.org/os411/courses/411c/module06/unit01/page01.html https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved =0ahUKEwislWx7sbTAhXLEJAKHR57B6oQjRwIBw&url=https%3A%2F%2Fwww.shodor.org%2Fos41 1%2Fcourses%2F411c%2Fmodule06%2Funit01%2Fpage01.html&psig=AFQjCNGMy_ulgibQ7dYfRB LoPpstphRrSA&ust=1493458932455415 Contaminação Atmosférica 52 A CLA é classificada quanto suas forçantes. As forçantes climáticas segundo Rebellato (2005) são um conjunto de mecanismos que alteram o equilíbrio energético global, e que pode ser de origem natural ou antropogênica. A CLA responde a essas forçantes dentro de uma escala de tempo de uma hora aproximadamente ou menos, ou seja, a sua dinâmica e estrutura respondem a ação dos aspectos meteorológicos/poluentes em uma curta escala de tempo. A emissão de poluentes ou a evaporação influenciam suas condições, entre outros fatores. Esses componentes se comportam de formas distintas, em diferentes partes do dia. A altura é variável de metros a quilômetros, o que depende de modificações na superfície terrestre, principalmente relacionadas a períodos do dia e níveis de insolação. A CLA apresenta um ciclo diurno e noturno, onde os ciclos de energia são mais expressivos durante o dia. Pode ainda ser classificada como estável, neutra e instável, dependendo da variação de temperatura e período do dia. A camada limite convectiva (CLC) ocorre de dia, com episódios de turbulência intensificada, sendo a variação da temperatura inversamente proporcional à altura. Camada de mistura ou Camada limite convectiva (CM) ocorre em dias de sol e com ventos fracos, quando a turbulência é produzida de forma predominante por convecção térmica. A camada neutra (CLN) ocorre durante o período de transição do dia para noite. O conceito neutro baseia-se na variação de temperatura nula e em uma condição atmosférica onde não há intensificação ou inibição da turbulência. Importante Muitas vezes é possível observar uma camada de mistura residual (CMR), formada logo acima da CLP estável. Atuam como um resíduo da camada anterior, ou seja, da camada convectiva. Essa camada surge ao cair da tarde, antes do pôr do sol. A camada de mistura residual pode conservar substâncias emitidas na convectiva diurna. Nesta, a turbulência é menor. A camada limite estável – CLE também é conhecida como camada Noturna. As variações das forçantes, nesta camada ocorrem de forma lenta e possui fraca turbulência térmica. Vale a pena ressaltar que a determinação da altura da mistura é um importante dado para a análise da dispersãodos poluentes. E que, em períodos de transição dia- noite e noite-dia, a determinação desses dados é dificultada. Contaminação Atmosférica 53 O que chamamos de difusão dos poluentes, seria a dispersão, ou seja, a diluição da sua concentração. Ao serem dispersos os poluentes na atmosfera formam-se plumas de poluentes. As plumas são transportadas devido ao processo de turbulência. A dispersão das plumas de poluentes ocorre devido a formação de vórtices, com diferentes tamanhos e velocidades (intensidades). Modelagem Matemática da Dispersão Atmosférica de Contaminantes Modelos matemáticos envolvem o estudo de transporte de poluentes. Os modelos matemáticos são capazes de: descrever e interpretar os dados experimentais; controlar em tempo real e/ou analisar a qualidade do ar; administrar as liberações acidentais e avaliar as áreas de risco (Moreira et al, 2008). Os processos que governam o transporte e a difusão de poluentes são numerosos e de uma complexidade tal que não é possível descrevê-los sem a utilização de modelos matemáticos, que resultam, então, serem um instrumento técnico indispensável para a gestão ambiental. Para determinar o campo de vento (responsável pelo transporte) existem vários procedimentos codificados nos modelos matemáticos chamados de modelos meteorológicos ou de campo de vento. Os modelos meteorológicos são códigos computacionais que permitem reconstruir a evolução espaço-temporal da variável que descreve o fluido atmosférico. Modelos matemáticos envolvem o estudo de transporte de poluentes. Os modelos matemáticos são capazes de: descrever e interpretar os dados experimentais; controlar em tempo real e/ou analisar a qualidade do ar; administrar as liberações acidentais e avaliar as áreas de risco (Moreira et al, 2008). Os processos que determinam o transporte e a difusão de poluentes são numerosos e de grande complexidade, sendo indispensável para sua compreensão a realização de um levantamento o mais completo possível de dados meteorológicos, além de ser necessária a utilização de modelos matemáticos. A exemplo, para se determinar o campo de vento (responsável pelo transporte) existem vários procedimentos codificados nos modelos matemáticos chamados de modelos meteorológicos ou de campo de vento. Contaminação Atmosférica 54 Os modelos meteorológicos são códigos computacionais que permitem reconstruir a evolução espaço-temporal da variável que descreve o fluido atmosférico. Os modelos são equações matemáticas que servem para interpretar e entender o processo de distribuição dos poluentes e suas concentrações. Dentre os modelos matemáticos utilizados nos estudos da dispersão atmosférica, destacam- se os seguintes tipos de modelos: os Eulerianos, os Lagrangeanos e os modelos Gaussianos. Os modelos Eulerianos utilizam soluções da equação advecção-difusão em um sistema de referência fixo em relação à Terra. Utilizam equação diferencial com domínio fixo de espaço-tempo. Já os modelos Lagrageanos simulam as trajetórias das partículas de poluentes em um sistema de referência que se desloca de acordo com o movimento das partículas (TADANO et al., 2010). O transporte e a dispersão de contaminantes na baixa atmosfera, normalmente, são simulados em termos da equação de difusão-advecção, euleriana. Importante Os modelos eulerianos são considerados determinísticos, já que determinam a concentração de um poluente a uma determinada vazão (volume), enquanto os modelos lagrangeanos são probabilísticos, pois trabalham com a probabilidade de uma partícula de poluente ser detectada em uma determinada posição. Os modelos de pluma gaussiana empregam a equação de distribuição gaussiana e são usados na estimativa do impacto de contaminantes não reativos. Esse modelo simula o comportamento de um conjunto de plumas que são emitidas de fontes fixas (indústrias), considerando a altura da chaminé e os fatores que contribuem para a movimentação do ar, ou seja, para simular a distribuição de concentrações de poluentes atmosféricos. Contaminação Atmosférica 55 Principais interferentes na dispersão de poluentes Ventos O vento também exerce um papel indispensável no transporte de poluentes, a direção e sua velocidade orientam a concentração ou dispersão (distribuição) de poluentes em determinadas regiões. O vento varia em função da direção, velocidade e altitude. Como detalhado na unidade I, é na troposfera que ocorrem os fenômenos meteorológicos e climáticos que influenciam a dinâmica de transporte e dispersão dos poluentes. Contudo, o escoamento dos poluentes ocorre separado em três tipos: larga escala, mesoescala e microescala que envolvem respectivamente as seguintes distâncias (superior à 100 km, entre 10 e 100 km e menores que 10 km). Temperatura É importante para a dispersão vertical na atmosfera. Altas temperaturas favorecem a formação de poluentes fotoquímicos, tal como o ozônio troposférico, já as baixas temperaturas a formação de inversões térmicas. Chuvas As chuvas favorecem a precipitação dos poluentes provocando deposição úmida. Topografia O relevo apresenta obstáculos físicos à dispersão dos poluentes, tais como vales ou depressões contribuindo para eventos de inversão térmica. Casos Históricos De Poluição Atmosférica 1950 (Poza Rica - México)- 22 mortes por H2S 1930 (Bélgica) - 63 mortes por SO2 1944 (LA - EUA) – Destruição de plantações Cidade Cubatão (década de 80) RIO HUDSON EUA Vale do Rio Meuse na Bélgica em 1930; Contaminação Atmosférica 56 Estudos de caso envolvendo chuvas ácidas No Brasil, não há um programa específico de monitoramento de chuvas ácidas. Alguns trabalhos discutem localmente o problema ocasionado pela deposição de acidez em materiais, solos e águas, como é o caso de Cubatão e da floresta Amazônica (FORNARO,2006). Cubatão é um exemplo de região que sofreu intensa industrialização nos anos 70, período no qual não existia com rigor o controle da qualidade do ar, o que alterou as características da atmosfera, sendo responsável por episódios críticos de poluição do ar. Na grande São Paulo, em 1976, iniciou-se um processo de atenção e de alerta que denunciava a possibilidade de ocorrência de episódios críticos semelhantes. O controle de grandes quantidades de materiais particulados, cerca de 1500 toneladas por dia, e também dióxido de enxofre possibilitaram uma melhoria acentuada na qualidade do ar na capital paulista (FORNARO, 2006). Em função de ausência de correntes de ar é comum a maior concentração de poluentes em pontos específicos, o que pode acarretar em problemas pulmonares. Alguns episódios como em Donora, Pensilvânia em 1948, nos Estados Unidos (Donora, 20 mortes por SO2 e MP), e na Inglaterra, em Londres em 1952, causaram altos índices de mortalidade (1952). Centenas de lagos nos Estados Unidos e na Escandinávia se tornaram tão ácidos que não mais possuem vida aquática. Mais de 90 lagos no Estado de Nova York na região de Adirondacks já não possuem mais peixes devido às condições ácidas. No Brasil, uma das únicas regiões onde se mediu chuva ácida foi em Cubatão e em Santa Catarina na região carbonífera. No centro leste dos Estados Unidos os números de pH chegam aos valores de 4 a 4,2. Contaminação Atmosférica 57 A ação das chuvas ácidas foi a responsável pela restauração de um dos maiores símbolos turísticos da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil, o Cristo Redentor, instalado no alto do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar, localizado no Parque Nacional da Tijuca. A estátua, inaugurada em 1931, mede, aproximadamente, 38 metros, foi castigada ao longo desses anos pelos ventos, pela umidade, fortes tempestades, porém, a ação mais devastadora foi a das chuvas ácidas (JESUS, 1996). Assim como este monumento histórico, inúmeras esculturas pelo mundo
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