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Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas AD1 Dinâmica da Terra 2022-2 Nome: Kryzya Thayná Pinheiro Barra Polo: Nova Iguaçu Matrícula: 22214020065 A estrutura interna da terra Há cerca de 3 anos, o Data Folha divulgava que 7% dos brasileiros; cerca de 11 milhões, acreditavam que a terra era plana. O canal de Youtube dos adeptos ao terraplanismo intitulado como “Ciência de Verdade” possui cerca de 345 mil inscritos. Os argumentos para essa crença são os mais variados possíveis, tais como “os gregos já sabiam” ou “se a terra fosse redonda era possível vê isto através de uma montanha ou um prédio”. O fato é que, ao refutar o formato da terra, nega-se não apenas a sua esfericidade, mas toda sua estrutura interna. De todos os argumentos dos terraplanistas, uma coisa é certa: a terra não é redonda. Esta possui uma forma geoide, que consiste basicamente em uma estrutura arrendondada com superfície irregular que guarda dentro de si uma preciosa e complexa estrutura de camadas, a sua estrutura interna. Vale ressaltar que geoide é uma figura abstrata da matemática que representa um formato aproximado da terra. Mas afinal, do que é composta essa estrutura? Grande parte do que sabemos hoje sobre a estrutura interna da terra são obtidas através dos estudos da geofísica; ramo da geociência que estuda a terra de forma indireta, ou seja, calor, magnetismo, radioatividade, gravidade, eletricidade, propagação de ondas elásticas etc. Para CORDANI (2000, p.10) “A origem da terra está intrinsecamente ligada à formação do sol, dos demais planetas do sistema solar e de todas as estrelas a partir de nuvens de gás e poeira interestrelar”. A estrutura interna na terra é tudo que nela se encontra desde a sua superfície a tudo que há abaixo disto. Esta estrutura é formada por camadas com diferentes temperaturas e composições químicas. De uma forma geral a terra se divide em três grandes camadas: crosta, manto e núcleo. Mas não foi sempre assim, houve um tempo em que essa estrutura era homogênea; como se fosse um grande maciço. A verdade é que, essa divisão por camadas também serve para facilitar o entendimento dessa estrutura complexa. A primeira camada da terra se chama Crosta ou Crosta Terrestre. Apesar de ser a camada da terra com menor espessura, é a mais importante para nós, seres vivos, porque é nessa camada que desenvolvemos as nossas atividades. Alguns estudiosos comparam a crosta terrestre como a casa da maçã em relação a maçã inteira. Composta basicamente de material rochoso, a crosta terrestre varia quanto a sua espessura. Se nas regiões montanhosas, ela pode atingir em média 40 km, nas regiões oceânicas, ela atinge em média 7 km. Por está razão a crosta está dividida em crosta continental e crosta oceânica. A crosta é dividida em grandes fragmentos que são chamados placas tectônicas que há milhões de anos era uma só placa, conhecida como Pangea. A divisão dessas placas foi fundamenta para a estrutura de continente que conhecemos hoje e também para a formação dos oceanos. As placas continuam a se movimentar, ano após ano, embora seja quase imperceptível para a população. Na composição química, a crosta continental, grosso modo, é composta por granito, quartzo, urânio, calcário e potássio. Na crosta oceânica a composição é basicamente de basalto. No que discerne a temperatura desta camada, podemos afirmar que é muito variável, dependendo assim do ambiente, podendo ser de temperaturas elevadas como é possível observar nos desertos áridos e até congelantes, como é o caso da Antártida; registrado os surpreendentes -89,2ºC pela estação Vostok em 21 de julho de 1983. O manto é a camada intermediaria da terra, fica localizado entre a crosta e o núcleo, é a camada mais extensa, em média pode chegar de 30 km até 2.891 km de profundidade. É a maior dentre as camadas, representando 85% do volume da terra, e está dividida em duas grandes camadas, manto superior e manto inferior. O limite entre estas camadas se dá pelas chamadas descontinuidades de Gutenberg e descontinuidade de Mohorovicic. A principal característica de diferencia uma camada da outra é a temperatura do material rochoso que nele existe que é composto principalmente por magnésio, silicatos de ferro e silício. Na camada superior é mais pastoso e menos quente e o manto inferior possui sua composição mais liquida e em temperaturas muito elevadas. Também há diferença entre gravidade e pressão, e é justamente essa diferença que pode causar eventos de movimentação das placas tectônicas, como por exemplo, vulcões e terremotos. Sua temperatura pode atingir os incríveis 2.000ºC, conforme esta camada vai se aproximando mais do núcleo. Núcleo é a terceira e ultima camada da terra. É uma enorme massa compacta que tem em sua composição química ferro e níquel em maior quantidade. Também é no núcleo que há os maiores níveis de temperatura e pressão. O núcleo tem duas subdivisões: núcleo interno e externo. O núcleo externo é liquido e sua temperatura pode atingir os 3000 ºC, esta subcamada se estende de 2.900 até 5150 km. Em contra partida o núcleo interno é sólido e sua temperatura se assemelha muito a superfície sol, algo em torno de 5000ºC o que pode causar estranheza com o fato de sua estrutura ser sólida, mas isso se dá devido à pressão ali exercida. Esta camada também é conhecida como NIFE. Se nos dias atuais é impossível adentrar com qualquer tipo de equipamento conhecido no interior da terra com finalidade de estudo, então como foi e é possível saber de todas essas informações e traçar futuros novos estudos? Os métodos usados para estudo variam entre a análise dos materiais rochosos trazidos a superfície da terra através de atividades vulcânicas, estudos de meteoritos, da gravidade e do magnetismo da terra e ondas sísmicas. Destas, destacaremos as ondas sísmicas. Ondas sísmicas são vibrações emitidas do interior terra, mais precisamente da crosta terrestre. Quando essas vibrações são de alta intensidade podemos nomear de terremoto ou até sismo, que nada mais é do que uma grande liberação de energia na crosta terrestre. Esses eventos de vibrações que podem causar grandes transtornos aos seres viventes na superfície terrestre são estudados pelos profissionais chamados sismólogos, que utilizam equipamentos de rastreio dessas atividades que podem prever catástrofes. Então podemos destacar que há uma grande importância em estudar as atividades sísmicas como prevenção em segurança humana. No que se refere ao estudo das ondas sísmicas para colher informações sobre as camadas internas da terra, tais como espessura densidade e estado físico, podemos afirmar que o estudo de duas ondas, P e S, são fundamentais para desvendar os mistérios não alcançáveis diretamente pelo homem no interior terrestre, pois as ondas P (ondas primárias) podem atravessar qualquer coisa, em outras palavras elas podem viajara através de qualquer material já as ondas S que são as ondas secundárias apenas podem viajar pelos elementos sólidos, pois são ondas transversais. A intensidade e a velocidade de como se comportam essas ondas no interior da terra e que podem ser medidas pelo sismógrafo, nos indicam que há diferença de estado físico no interior da terra. É através do estudo do comportamento dessas ondas que foi possível definir a terra em suas camadas. Referências: https://istoe.com.br/para-milhoes-de-brasileiros-a-terra-e-plana/ CORDANI, Umberto G. O planeta terra e suas origens. Decifrando a terra. Tradução. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 1-26. . Acesso em: 10 ago. 2022. https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Teixeira, W; Fairchild, T. R.; Toledo, M. C. M.; Taioli, F.; Decifrando a Terra. 2. Ed. São Paulo: IBEP Editora Nacional – Conrad, 2009.623 p. https://www.pucrs.br/mct/a-composicao-quimica-do-planeta-terra/ https://ppgenfis.if.ufrgs.br/mef004/20021/Marcelo/ondaselasticas.html https://istoe.com.br/para-milhoes-de-brasileiros-a-terra-e-plana/ https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf https://www.pucrs.br/mct/a-composicao-quimica-do-planeta-terra/ https://ppgenfis.if.ufrgs.br/mef004/20021/Marcelo/ondaselasticas.html
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