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Pós-Graduando: 
Curso: Pós-Graduação em Novo Testamento 
 
 
VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR 
 
RESUMO 
O neoevangelicalismo tem gerado cristãos opostos aos cristãos que vemos 
descritos na Escritura. Cristãos fieis e sérios, de todas as idades, desde o jovem até 
o idoso, como José, Daniel, Priscila e Áquila, Timóteo, sua mãe e sua avó, Lídia, 
entre outros. Os cristãos de hoje não são como os Bereianos (At 17.11), que eram 
estudantes assíduos da Palavra de Deus, que examinavam meticulosamente se o 
que era pregado estava baseado ou não na Escritura, nem como os cristãos de 
Éfeso, fiéis à doutrina. 
Ao contrário, estamos vivendo uma geração de analfabetos bíblicos. Cristãos 
ingênuos, ávidos por experiências místicas, como sonhos, visões, revelações, etc… 
Cristãos interessados somente em novidades gospel e ensandecidos por milagres e 
bênçãos materiais. Por isso mesmo há indolência mental e pouco interesse na 
Palavra de Deus. 
O tema escolhido (Voltando ao Primeiro Amor) busca refletir o momento atual 
que a Igreja atravessa em relação no mundo todo, não só com relação aos 
ensinamentos deixados por Cristo, como também pelo esfriamento de uma formal 
geral, nas relações humanas, referente ao comportamento e moralidade cristãos. 
Uma leitura e estudo da carta à igreja de Éfeso (que é também a carta de 
Jesus à nossa igreja) é oportuna, necessária e atual. Esta carta não retrata somente 
a situação espiritual da igreja histórica de Éfeso, que havia deixado de praticar o 
amor, mas também demonstra a situação espiritual que assola a igreja de hoje, que 
também deixou de vivenciar o mesmo amor. 
Este trabalho busca então fazer uma comparação entre a vivência cristã da 
Igreja Primitiva e as Igrejas da atualidade, onde se percebe uma perda ou 
desinteresse completo por esse primeiro amor, visando um possível resgate dessa 
primeira essência, dessa primeira comunhão, como é relato no livro de Atos: 
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do 
pão, e nas orações. E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e 
sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e 
 
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tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam 
com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes 
todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com 
alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça do 
povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se 
haviam de salvar”. (Atos dos Apóstolos 2:42-47, ACF). 
 
Para tanto, propomos uma apresentação das doutrinas em forma de 
seminário teológico, onde poderemos contextualizar e praticá-las. 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA 
Hoje vemos com certo espanto, teologias duvidosas entrando pelas Igrejas, e 
consequentemente, heresias e mensagens totalmente contrárias aos ensinos que 
nos foram deixados pelo próprio Jesus e seus discípulos, ditando e produzindo 
comportamentos e atitudes não cristãs. Por exemplo, a Teologia da Prosperidade, 
que defende que uma determinada bênção financeira para aos cristãos é o desejo 
de Deus, mediante ao quanto mais você dá, mais você terá em riqueza materiais 
(barganha). 
Observando a primeira Igreja percebemos a simplicidade da hierarquia que 
eles obedeciam, onde os apóstolos eram os ministradores e as outras pessoas 
aprendiam, onde houve um certo momento que os apóstolos perceberam umas 
questões mais simples que poderiam ser resolvidas por pessoas capacitadas, como 
a distribuição de alimentos, e sob a supervisão de líderes escolhidos, todos 
poderiam ajudar. A igreja fazia numerosos esforços para edificar o corpo. Estes 
esforços eram dirigidos pelo Espírito Santo, acompanhados de oração e de jejum 
(veja Atos 13:1-4). Isto quer dizer que não só os pregadores pregavam (veja Atos 
8:4). Eles testemunhavam e pregavam espontaneamente. Todos eles eram 
missionários. Além disso, eles aceitaram e esperaram a perseguição. Por último, 
eles testemunharam que era um privilegio sofrer por causa do Senhor Jesus. 
Não podemos esquecer, como os efésios, que nós podemos perder o amor 
por Deus quando o trocamos pelo trabalho, pelo zelo doutrinário e quando 
denunciamos hereges e heresias. É possível trabalhar diligentemente para Deus, 
perseverar em meio ao sofrimento, glorificando a Cristo, ser um profundo 
conhecedor e exímio defensor do Evangelho sem amor por Deus. 
 
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Vale ressaltar que eles viviam mais como uma família do que propriamente 
como uma instituição. Eles gostavam de se reunir e de se ajudar mutuamente. Era 
uma época de perseguição à Igreja e eles se encorajavam. Mesmo com todos os 
obstáculos, o objetivo era fazer com que a Igreja crescesse mais e mais. E a 
pregação do Evangelho não deixou de ser propagada em nenhum instante, mesmo 
com as agruras dos perseguidores. 
E com esse crescimento, a Igreja foi vista como uma ameaça e as 
perseguições se tornaram mais intensas. Com isso se espalharam não se limitando 
apenas a Jerusalém; o que foi uma coisa boa, pois o Evangelho foi propagado em 
outras regiões, e mais pessoas foram se convertendo, se batizando, e vários grupos 
locais foram organizados. 
Entretanto, com esse avanço da Igreja por todo o mundo, com o tempo foi se 
perdendo a originalidade do primeiro amor. Aquele aroma foi se perdendo. O que é 
visto indulgentemente como uma coisa totalmente natural, sob a desculpa de que é 
difícil monitorar e supervisionar várias pessoas em locais muito remotos e distantes, 
sendo necessário então, adequar a doutrina cristã com seus usos e costumes aos 
novos locais e tempos modernos. 
William Barclay diz que a nossa segurança e nossa própria vida depende de 
estarmos sustentados por Jesus. Quando a igreja se submete ao controle de Cristo, 
sua doutrina e sua vida deixam de correr perigo. 
E chegou o tempo (dando um salto na história) que não era mais “a” Igreja. E 
sim, várias igrejas. E por definição, acabou o primeiro amor. Aquilo que nos foi 
ensinado há mais de dois mil anos pelos discípulos foi diluído em uma mistura moral 
e filosófica, que chamamos hoje de humanismo. 
Um teólogo luterano moderno, Dietrich Bonhoeffer, escreveu sobre este 
resultado lamentável e usa as seguintes palavras, chamando a esta “indulgência 
protestante” para pecar, pelo nome de “graça barata”: 
A graça barata é a justificação do pecado sem a justificação do pecador. A 
graça faz tudo, dizem eles e, portanto, tudo pode ficar como estava antes. 
(...) O mundo continua na mesma forma antiga e nós ainda somos 
pecadores, “inclusive aquele que vive melhor”, como disse Lutero. Então, 
pois, que o cristão viva como faz o resto do mundo, que se guiem pelos 
padrões do mundo em cada esfera da vida e que não presuma que viverá 
uma vida diferente debaixo da graça, daquela que foi a sua antiga vida 
debaixo do pecado. Essa foi a heresia dos entusiastas anabatistas ou os de 
sua classe (...) A graça barata é a pregação do perdão sem requerer o 
arrependimento, o batismo sem a disciplina da igreja, a comunhão sem a 
confissão, a absolvição sem a contrição. A graça barata é a graça sem o 
 
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discipulado, graça sem a cruz, graça sem Jesus Cristo, vivente e encarnado 
[no crente] (BONHOEFFER, 1959.). 
Por isto propomos neste trabalho: incentivar a busca e a possível volta ao 
primeiro amor, as práticas doutrinárias da Igreja apostólica primitiva, mesmo com as 
dificuldades e em um mundo totalmente diferente daquela época, demonstrando que 
podemos adquirir novamente um interesse prático pela doutrina bíblica, pelo ensino 
apostólico genuíno, e fugirmos da repreensão de Apocalipse 2.1-7. 
 
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA 
IDENTIFICADO 
Proponho então realizar um congresso ou seminário de três dias (quinta, 
sexta e sábado) nas dependências da Igreja,onde o tema apresentado e que seria 
discutido, é justamente esse: De Volta ao Primeiro Amor. 
Como é uma proposta nova, não teríamos despesas com palestrantes 
convidados, pois o curso seria ministrado pelos Pastores locais, que antes teriam um 
treinamento adequado e específico. Devido ao momento atual que estamos vivendo, 
devindo a pandemia, teríamos um número reservado de vagas, respeitando o devido 
distanciamento, uso de mascar, álcool em gel... 
Adotaríamos também a possibilidade de estarmos online em alguma 
plataforma virtual com o objetivo de alcançarmos o máximo de pessoas em todo 
estado, país e mundo e também àquelas que gostariam de estar presentes, mas não 
puderam devido ao limite de vagas e o próprio receio de alguma possível 
aglomeração. 
A fase final desse seminário seria o treinamento de pessoas, capacitando-as 
para desenvolverem o mesmo tipo de estudo em suas Igrejas, outras localidades. 
De que forma? Inserindo por um tempo determinado, nas Escolas Bíblicas 
Dominicais (nas Igrejas que adotam esse ensino), os assuntos devidamente 
apostilados e disponibilizados fisicamente ou de alguma forma virtual, utilizando, 
sempre que for possível, recursos midiáticos e audiovisuais. 
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS/PREVISTOS 
Ao sugerir a aplicação deste seminário buscamos nos aproximar com as 
ferramentas que estão a nossa disposição hoje, de ser uma Igreja mais efetiva na 
evangelização e cuidado das pessoas, santa e imaculada segundo o modelo de 
 
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comunhão e doutrinas apostólico; entendemos que há uma impossibilidade de 
sermos uma só Igreja instituição, mas que existe a possibilidade de ser “a” Igreja, 
universal corpo de Cristo, na nossa localidade/comunidade. 
Através do seminário proposto e colocado em prática, vislumbramos a 
possibilidade de alcançar o objetivo de produzir uma resposta ao aplicar a lista dos 
imperativos apresentados por Jesus na vida prática, o que tornaria esta pessoa um 
ser considerado por ele como vencedor. O vencedor aqui é o cristão sincero que 
permaneceu fiel, sendo zeloso no serviço a Deus, zeloso pela sã doutrina; é aquele 
que se opôs aos falsos mestres sendo perseverante no sofrimento, glorificando o 
nome de Jesus e quem sabe, ser até reconhecido não só na sua localidade, mas no 
seu estado, no seu país e por que não no mundo? Afinal, voltar ao primeiro amor é 
voltar a ser uma igreja com a capacidade de viver e sofrer pelo evangelho, 
denunciando o pecado. Uma Igreja abençoadora. 
 
 
APRESENTAÇÃO DO TEMPLATE (FRAMEWORK) COM A SÍNTESE DE SUA 
PROPOSTA 
Apresentamos na figura abaixo um resumo da proposta, evidenciando a 
simplicidade e clareza tanto da motivação quanto dos objetivos a serem alcançados: 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
- BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada - Tradução de João Ferreira de Almeida, 
(ACF) Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil —1994,1995. 
- Bonhoeffer, Dietrich: The cost of Discipleship (“O custo do discipulado”), pp. 37 - 
38, 47. New York: Macmillan, 1959. 
- Lopes, Hernandes Dias: Apocalipse: o Futuro Chegou - Editora: Hagnos, 2020. 
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo_primitivo