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Empreendedorismo Unidade 1 O perfil do empreendedor Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria DAVID LIRA STEPHEN BARROS AUTORIA David Stephen Olá. Meu nome é David Stephen. Sou Empresário há 27 anos. Fundei faculdades e escolas técnicas em várias cidades do nordeste brasileiro, com destaque para o Ibratec (1994) e Unibratec (2001). Empreendi vários projetos inovadores na área de educação a distância, tendo sido um dos pioneiros no ensino telepresencial interativo (2005). Atualmente, dirijo a Editora Telesapiens e presto consultoria a instituições de ensino superior na área de marketing e novas tecnologias educacionais. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Fundamentos de empreendedorismo ............................................... 12 Introdução ............................................................................................................................................. 12 O que é ser empreendedor ..................................................................................................... 13 O que é empreendedorismo? ................................................................................................ 14 Empreendedor x Administrador ........................................................................ 16 Empreendedor x Empresário .............................................................................. 18 Intraempreendedorismo ............................................................................................................ 19 A lógica do empreendedorismo ...........................................................23 O processo do empreendedorismo ..................................................................................23 Oportunidade ..................................................................................................................24 Ideia ........................................................................................................................................27 Ação .......................................................................................................................................29 O perfil de um empreendedor ............................................................... 31 Introdução ............................................................................................................................................. 31 Comportamentos empreendedores .................................................................................32 Ambição ..............................................................................................................................32 Atitude ..................................................................................................................................33 Coragem .............................................................................................................................34 Resiliência ..........................................................................................................................35 Persuasão ......................................................................................................................... 36 Organização .................................................................................................................... 36 As ferramentas do empreendedor ......................................................38 Introdução ............................................................................................................................................ 38 Principais ferramentas ................................................................................................................ 38 Pesquisa de mercado .............................................................................................. 39 Planejamento estratégico ..................................................................................... 40 Liderança............................................................................................................................ 41 Marketing pessoal ....................................................................................................... 41 Gerenciamento de projetos ..................................................................................42 Outras ferramentas ........................................................................................................................44 9 UNIDADE 01 Empreendedorismo 10 INTRODUÇÃO Empreender, durante muitos anos, foi encarado pela sociedade como uma mística. Algo como um dom, que já nasce com a pessoa. Antigamente, pensava-se que as pessoas já nasciam rotuladas como empreendedoras ou não empreendedoras. Tudo isso foi por água abaixo quando a comunidade científica começou a estudar os inúmeros casos de empreendedorismo. Atualmente, os anais das universidades estão abarrotados de artigos e dissertações provenientes de pesquisas bastante reveladoras a esse respeito. Decerto que são necessários alguns requisitos comportamentais para se ter sucesso em um projeto empreendedor, mas nada que não possa ser desenvolvido por qualquer um. Vontade, determinação e estudo são ingredientes determinantes para transformar qualquer pessoa em um empreendedor de sucesso. Ao longo desta unidade iremos estudar justamente o aspecto comportamental do empreendedor. Preparado para uma viagem rumo ao conhecimento? Então, aperte o cinto e boa viagem. Empreendedorismo 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 01. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Entender o conceito e o real sentido do que é ser um empreendedor. 2. Compreender a lógica de um projeto de empreendedorismo. 3. Entender o perfil de um empreendedor. 4. Aplicar as ferramentas do empreendedor. Empreendedorismo 12 Fundamentos de empreendedorismo OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o conceito e o real sentido do que é ser um empreendedor. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução O empreendedorismo não é uma arte, técnica ou ciência restrita a poucos, mas é inegável admitir a existência de pessoas que já nascem com esta predisposição. Estamos falando de um perfil comportamental não muito comum entre as pessoas de uma população. Essas pessoas já nascem com uma programação mental diferente das outras, mas nem sempre têm a oportunidade de despertar e desenvolveresse potencial em prol de um projeto empreendedor. Muitas vezes é necessário um evento insólito, como a perda de um emprego ou de um arrimo de família, para que o empreendedor em potencial comece a demonstrar suas habilidades e agir rumo à construção de um empreendimento. Ao longo deste capítulo estudaremos alguns conceitos e debateremos alguns fundamentos sobre o que é ser empreendedor, intraempreendedor, empresário e administrador. Figura 1 – Ilustração de um empreendimento Fonte: Freepik Empreendedorismo 13 O que é ser empreendedor Em que pese o fato de o empreendedorismo ter se desenvolvido bastante nas últimas décadas enquanto ciência, ainda há muitos conceitos difusos sobre o que verdadeiramente significa ser um empreendedor. Vamos analisar algumas definições? DEFINIÇÃO: Empreendedor: Para Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), empreendedor é como: “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Figura 2 - Joseph Shumpeter (1863-1950). Fonte: Wikipedia Essa definição de empreendedor é bastante abrangente e, porque não dizer, completa! Quando Shumpeter (1949) falava em destruir a ordem econômica existente, ele já previa o que aconteceria décadas mais tarde em um ritmo alucinante. A cada ano vemos novos produtos e serviços simplesmente acabarem com negócios e transforarem hábitos Empreendedorismo 14 seculares, como pegar um táxi, por exemplo. E quanto a esse hábito, a Uber simplesmente destruiu a ordem econômica do mercado de transportes urbanos de passageiros das grandes cidades ao introduzir um novo serviço e, ao mesmo tempo, uma nova forma de organização de um processo existente desde o início do século XX. Mas, retomando o conceito de empreendedor, perceba que, em nenhum momento, foram utilizadas palavras como empresas e negócios, por exemplo. Para Shumpeter (1949), empreender não estava restrito a fundação de uma empresa, mas a qualquer movimento no sentido de inovar. E por falar em inovar, acabamos de mencionar uma palavra intimamente associada ao empreendedorismo. Quem inova empreende, mas, será que todos os que empreendem estão inovando? DEFINIÇÃO: Inovação: Ato ou efeito de inovar. Produzir ou tornar algo novo. Renovar. Restaurar. (DICIO, 2017). Para muitos autores, o limiar entre esses dois termos é tênue, quase inexistente. Mas, a rigor, podemos afirmar que é possível empreender sem necessariamente inovar. Por exemplo, se levamos uma franquia de perfumes de um local para outro, não podemos dizer propriamente que inovamos, pois, o serviço já existia. Mas existiu um movimento criador de um novo serviço para um determinado local, tendo exigido uma atitude empreendedora de quem o fez. Bem, inovando ou empreendendo, o responsável por um projeto dessa natureza é um realizador, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação. O que é empreendedorismo? Bem. Vimos o que é ser empreendedor. Mas o que realmente significa empreendedorismo? Empreendedorismo 15 DEFINIÇÃO: Empreendedorismo: É a disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento que seja capaz de alavancar mudanças e gerar um impacto positivo. (ENDEAVOR, 2015). Pela definição acima percebemos que empreendedorismo é o ato ou disposição de empreender. Sendo assim, todos nós podemos nos apropriar dessa disposição, que vem se transformando cada vez mais em uma ciência ou área de conhecimento da administração. Mas, por que é importante estudar empreendedorismo? Figura 3 - Gráfico da taxa de mortalidade das empresas segundo pesquisa da Neoway (2017) em parceria com a GS&MD, 2017. Fonte: Bittencourt Consultoria (2017). Empreendedorismo 16 Somente no Estado de São Paulo, a taxa de fechamento de empresas atingiu 9%, a mais alta desde 2009, que era de 2,9%. E isso aconteceu em quase todos os segmentos de atuação, como mostra o gráfico extraído da pesquisa da Neoway (2017), em parceria com a GS&MD. Além disso, pesquisa realizada em 2018 pelo SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), aponta que mais de 80% das empresas brasileiras não chegam ao segundo ano de funcionamento. O que isso quer dizer para você? Por que nossas empresas morrem tão jovens? Sem dúvida, a explicação está na qualificação de nossos empreendedores. Via de regra, quem decide montar um negócio no Brasil é normalmente motivado por uma contingência qualquer, como pela perda de um emprego. SAIBA MAIS: Interessado em saber mais sobre a mortalidade e outras informações sobre os empreendedores brasileiros? Clique aqui e leia, na íntegra, Sobrevivência e mortalidade de empresas no site do SEBRAE. Publicado em 1916 e atualizado em 2019 apresenta uma série de pesquisas sobre a sobrevivência e a mortalidade das empresas. Empreendedor x Administrador O empreendedor deve ter a consciência de que existem substanciais diferenças entre empreender e administrar. Vivemos em um país que todo mundo acha que é bom empresário, marqueteiro e técnico de futebol. Se administrar uma empresa fosse fácil, não seria necessário haver cursos de administração com 4 anos de duração, não é mesmo? O fato de você ter sido capaz de empreender um negócio, não o qualifica a administrá- lo. Claro que, muitas vezes, não há outra opção. Mas é importante que se entenda que estamos falando de dois perfis profissionais completamente diferentes. O trabalho do empreendedor inicia na concepção do negócio e finda na implantação. Depois disso, ele tem que assumir as posturas Empreendedorismo https://bit.ly/2UGScsV 17 e comportamentos inerentes ao administrador, deixando um pouco de lado o entusiasmo excessivo e todas as características impulsionadoras que o levaram ao êxito no seu empreendimento inicial. Apesar de várias dessas características comportamentais serem comuns aos dois perfis, ao contrário do empreendedor, o administrador tem que ser mais frio, calculista, enfim: “pé no chão”. O empreendedor, por sua vez, se tivesse fincado seus dois pés no chão, provavelmente não teria conseguido empreender seu negócio. Então, qual é o melhor cenário para o sucesso de um negócio? Contratar um administrador para gerir nosso empreendimento recém-criado? Absorver os conhecimentos, competências e habilidades de um administrador? Enfim, o que é mais seguro e eficaz? Mais uma vez afirmamos – não há receita de bolo – mas, se você está à frente de um negócio recém-nascido (startup), procure um sócio com perfil administrador, que possa contrabalancear sua impulsividade, criatividade e ousadia. Não tem um sócio assim? Então procure formar um colaborador, em seu staff, capaz de lhe ajudar a gerir sua empresa, e que tenha um perfil eminentemente gestor. Não tem recursos para contratar alguém assim? Então invista na sua qualificação profissional na área de gestão (desenvolvimento gerencial), o que, aliás, deve ser feito em qualquer situação. VOCÊ SABIA? Você pode buscar ferramentas para selecionar pessoas com este perfil. Recomendamos, para isso, um portal de identificação de perfil comportamental, como o e-Talent, por exemplo. Esses portais oferecem um questionário para ser aplicado ao candidato e devolvem um relatório extenso contendo o perfil profissiográfico da pessoa em avaliação. Clique aqui. Outro questionamento importante para se fazer neste momento: Um bom administrador tem que ser um empreendedor? Empreendedorismo http://www.etalent.com.br/ 18 Decerto que todos nós devemos trazer, em nossa conduta comportamental, muito do perfil empreendedor. Isto nos ajuda a superar vários obstáculos e a empreender nossa própria carreira. Mas, a história tem demonstrado diversos casos de sucesso de gestores com comportamento bastantediferente do que estudaremos ao longo desta disciplina. Talvez isto responda a esta pergunta: um administrador não tem que ser um empreendedor, necessariamente. Ele deve, sim, ser um intraempreendedor, ou seja, um profissional com liderança e muitas das características positivas de um empreendedor. O empreendedor precisa de um contrapeso na gestão de seu negócio. Logo, é de suma importância que um empreendimento já seja iniciado com alguém que possa administrar o negócio, juntamente com o fundador que o empreendeu. Empreendedor x Empresário Vamos a mais um questionamento intrigante? Um empresário de sucesso tem que ser um bom administrador e um bom empreendedor? Perceba que estamos falando de um terceiro perfil: o empresário. Por definição: DEFINIÇÃO: Empresário: É todo aquele que empresaria um negócio, ou seja, é legalmente e financeiramente responsável por uma empresa. Imagine uma situação em que um empreendimento foi concebido e implantado por um empreendedor e, na sequência, administrado por um administrador. Após alguns anos alguém vislumbrou a possibilidade de ganhar dinheiro com este negócio e o adquiriu para revendê-lo após um determinado tempo. Estamos falando de um empresário, ou seja, alguém que, não necessariamente, precisa ser um empreendedor ou um administrador. Simplesmente um empresário. Empreendedorismo 19 Acreditamos que isto responde claramente a esta pergunta, porém, é muito comum que um empreendedor seja, ao mesmo tempo, o administrador e o empresário de seu próprio negócio. Você deve estar se perguntando: para que toda essa elucubração conceitual? A que estas reflexões irão nos levar? Mais uma vez chamamos a atenção de que o conhecimento claro desses conceitos pode ser decisivo na recuperação de um negócio que não vai muito bem das pernas por conta da inexperiência administrativa de seu empreendedor, ou ainda devido à falta de empreendedorismo de seu administrador. Há também aqueles negócios que, tendo um excelente empreendedor a sua frente, guarnecido por um exímio administrador, carece ainda da presença de um empresário que aposte e invista naquela ideia. Intraempreendedorismo Você pode ser um empreendedor de sucesso sem nunca ter tido um CNPJ ou vendido um produto ou serviço. Estamos falando do Intraempreendedor. DEFINIÇÃO: Intraempreendedorismo: É uma modalidade de empreendedorismo praticada por funcionários dentro da empresa em que trabalham. São profissionais que possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas oportunidades para essas empresas. (PERIARD, 2010). Já se foi o tempo em que as empresas gostavam de contratar funcionários que não pensassem, mas apenas cumprissem ordens. Este tipo de profissional morreu com a Era da Revolução Industrial, quando pessoas faziam o trabalho que hoje é feito pelas máquinas. De fato, naqueles tempos, pensar demais poderia comprometer um trabalho mecânico, podendo causar, inclusive, sérios acidentes de trabalho ou queda da produção. Empreendedorismo 20 Com a Era Digital, as empresas perceberam que poderiam substituir boa parte do trabalho manual e repetitivo pelos computadores e máquinas computadorizadas. Ao contrário do que se pensava, a Era da Informação não acarretou desemprego, mas sim uma releitura ocupacional, destruindo uma série de cargos e funções, criando novos postos de trabalho, com atribuições mais nobres e criativas. O medo do desemprego foi surpreendido pelo altíssimo valor agregado aos salários que não param de subir para quem usa mais a cabeça do que as mãos para trabalhar. Um novo conceito se estabeleceu no mercado: a mão de obra cedeu lugar às mentes de obra. Centenas de novas profissões foram criadas, com cursos de formação antes inimagináveis, como Gastronomia, Cachaçologia, Enologia, Esteticista, Designer, entre tantas outras. Mas, quem é este novo profissional da Era da Informação? Qual o seu perfil? Que comportamentos e habilidades são desejáveis pelas empresas? O profissional almejado pelas empresas deve desenvolver o seu comportamento empreendedor, aplicando as mesmas ferramentas e perfil dos empreendedores, porém, para dentro da organização. Daí o nome Intraempreendedor: Intra (dentro) + Empreendedor. A característica mais marcante deste novo profissional é, sem dúvida, a sua capacidade de criar e inovar. Empresas como a Microsoft e a Google, por exemplo, têm nos ensinado a lidar com este novo perfil. Nessas empresas não é incomum presenciar funcionários sem horário rígido de trabalho, podendo passar dias em casa, porém conectados ao fluxo de trabalho da empresa. Bermudas e camisetas estampadas substituem os velhos e formais fardamentos. Decisões são compartilhadas entre a alta gestão e o mais simplório técnico. Salários relativamente baixos, no entanto, com participações expressivas nos resultados da empresa. Essas são algumas das marcas eminentes desta nova ambiência laboral. Mas será que isso dá resultado? Há como controlar a produtividade dessas pessoas dentro dos projetos? A resposta é simples: Gestão por Resultados. Empreendedorismo 21 Os colaboradores da Google e da Microsoft não são medidos por indicadores lineares como frequência ou assiduidade, mas pelo resultado concreto que eles conseguem produzir para os desafios propostos pela organização. Empresas como essas contratam pessoas perfeitamente capazes de empreender outras empresas similares, mas que, pela proposta de trabalho e perspectivas de ganhos financeiros sempre crescentes, deixam esses desejos em forma latente, direcionando todo seu potencial empreendedor para dentro da própria organização onde trabalham. Para as empresas modernas, essas pessoas são seus verdadeiros ativos. São tratados com mais cuidado e zelo do que os próprios sócios acionistas, porque elas sabem que se encontra adormecido dentro da mente de cada uma delas um concorrente em potencial. Essas gigantes têm a consciência de que elas começaram pequenas como seus próprios funcionários, e imprimem todo esforço em motivá-los a fazer parte de seus times. Este é o perfil do Intraempreendedor. E você? Está preparado para formar sua equipe de intraempreendedores para alavancar o seu negócio? Ou você prefere ser um intraempreendedor na empresa onde trabalha ou pretende trabalhar? SAIBA MAIS: Quer se aprofundar nos temas desta competência? Recomendamos o acesso às seguintes fontes de consulta e aprofundamento: Artigo: “Empreendedorismo em rede: o poder do give back”, Clique aqui. Artigo: “Intraempreendedorismo – Guia completo”, Clique aqui. Empreendedorismo http://bit.ly/37YUV5i http://bit.ly/3hv6Pqx 22 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que O tema estudado apresentou os fundamentos básicos da teoria que embasa empreendedorismo, no que se refere ao que é ser um empreendedor, um intraempreendedor, um empresário e/ou um administrador. Importante ressaltar que, para empreender, não basta apenas ter uma predisposição, mas sim compreender toda a literatura já elaborada sobre o tema, para assim diminuir os riscos de erros a caminhar rumo ao sucesso. Empreendedorismo 23 A lógica do empreendedorismo OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de compreender a lógica de um projeto de empreendedorismo. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução Empreender é um processo dividido em etapas. Tudo começa com uma oportunidade de negócio, que pode ser identificada ou criada. Uma vez mapeada e analisada, o empreendedor constrói uma ideia de negócio em cima dessa oportunidade. Mas atenção! Ideia não enche barriga! Ela temque ser transformada em Ação! Só assim podemos dizer que temos um projeto empreendedor nas mãos. Vamos entender melhor a lógica desse processo? Figura 4 – Representação de um processo interno de uma indústria Fonte: Freepik Empreendedorismo 24 O processo do empreendedorismo O processo do empreendedorismo pode ser representado por um fluxograma que consiste em três fases distintas, podendo ser recorrentes, ou seja, uma vez avaliada uma ideia de forma negativa, por exemplo, pode-se retornar à etapa de reavaliação da oportunidade, e assim por diante. • Oportunidade; • Ideia; • Ação. Vejamos cada fase a seguir. Oportunidade Para identificar uma oportunidade tudo o que você precisar ter é VISÃO. Mas o que é ter visão? Para as organizações, visão (ou visão corporativa) pode ser definida da seguinte maneira. DEFINIÇÃO: Visão corporativa: Para Vieira (2020), visão é como a Organização se vê no futuro. A visão é a Organização aspirando a algo (o que será alcançado?) e inspirando partes interessadas (por que esse algo merece ser alcançado?). A visão de uma Organização traduz um conjunto de intenções e aspirações para o futuro, mas não detalha o modo de alcançá-las. Perceba que a visão de uma organização está relacionada a algo que ela almeja para seu futuro. Mas, será que é esta a visão que norteia um empreendedor? A visão empreendedora pode ser classificada entre visão objetiva (restrita a uma área de atuação) ou ampla (como um radar ou rede de pesca – o que cair é peixe). Em outras palavras, para alguém que sabe o que quer, sua visão será concentrada em um tipo específico de Empreendedorismo 25 negócio. Ele andará nas ruas e praças farejando algo que possa servir de oportunidade para seu intento. Já para alguém que possua uma visão ampla, ele não estará limitado a um tipo de negócio, podendo literalmente fisgar qualquer oportunidade que apareça e que possa ser transformada em um negócio. No mercado, podemos identificar empreendedores de sucesso em ambos os casos. Há empresários que conseguiram erguer fortunas montando ou adquirindo negócios nas mais variadas áreas de atuação. Essas pessoas têm a capacidade de enxergar oportunidades de riqueza em outros empresários que iniciaram pequenos negócios. Normalmente elas adquirem esses negócios e multiplicam seu valor de mercado. Como exemplo deste perfil, temos o Marcus Lemonis, empresário, consultor e idealizador do famoso programa de TV: “O Sócio” (The Profit, em inglês) do History Channel. Figura 5 – Exemplo de um empreendedor de sucesso: Marcus Lemonis Fonte: Wikimedia Commos Já outros empresários escolheram um segmento para exercitarem suas visões de negócio, e também conseguiram obter bastante sucesso, como Steve Jobs, que focou a área de Tecnologia da Informação para fazer história. Empreendedorismo 26 Figura 6 - Steve Jobs, fundador da Apple Computers. Fonte: Pixabay Steve Jobs fundou a Apple, na década de 1970. Passou toda a sua vida tendo visões de como a vida das pessoas poderia ser melhor com o uso da tecnologia. Muito à frente de seu tempo, Jobs enxergou inúmeras lacunas no mercado, como a necessidade de se utilizar dispositivos móveis integrados, unindo ligações telefônicas a músicas, filmes e outras funcionalidades. Foi assim que surgiu o iPhone em 2007, sua última grande invenção. O iPhone rendeu à Apple a liderança no mercado de telefonia celular durante muitos anos, além da hegemonia em um nicho de mercado extremamente fiel, que são os usuários do iOS. Tanto este perfil quanto o primeiro devem exercer uma lei universal do empreendedorismo, conhecida como a lei da visão: Empreendedorismo 27 Pense fora da caixa! Para exercitar a sua Visão de Negócio, comece tentando enxergar o mercado de outro ângulo. Faça a você mesmo as seguintes perguntas: a. O que é feito de um jeito há muito tempo, mas poderia ser de um jeito diferente? Melhor? Mais rápido? Mais barato? b. O que não é feito para atender a uma necessidade, mas, se o fosse, poderia ajudar muita gente e gerar lucro para quem o fizesse? c. O que é feito há muito tempo e, se simplesmente deixasse de sê- lo, poderia funcionar do mesmo jeito? d. O que poderia ser substituído por alguma tecnologia? e. O que falta ou é escasso em um lugar que poderia ser trazido de outro? O hábito de questionar e se questionar pode ajudá-lo a construir, em sua tela mental, um processo contínuo de construção de ideias e, assim, fazê-lo enxergar oportunidades que, muitas vezes, batem na sua porta. As oportunidades sempre nos são sinalizadas a partir de velhos problemas. Um bom exemplo disso é o sistema de sinalização de vagas em estacionamentos de shopping centers, recentemente implantado nas principais capitais do Brasil. Ideia Você já sentiu na pele o incômodo de ter que circular durante minutos, e às vezes horas, em estacionamentos lotados de shopping centers, aeroportos e demais complexos de grande aglomeração demográfica? Este problema foi transformado em uma oportunidade de negócio para a PARKHELP, uma empresa que teve a seguinte IDEIA: Sinalizar previamente todas as vagas disponíveis em um andar de estacionamento, evitando assim que o motorista tenha de entrar em um recinto sem qualquer chance de encontrar uma vaga para seu automóvel, reduzindo assim o fluxo intenso de veículos e o tempo de espera para estacionar o carro. Empreendedorismo 28 Figura 7 – Estacionamento Fonte: Pixabay Temos aqui um exemplo de uma IDEIA surgida a partir de uma OPORTUNIDADE, ou seja, um problema (oportunidade) gerou uma necessidade (ideia). Para a obtenção de uma ideia, existe uma ferramenta fundamental para todo e qualquer empreendedor: Criatividade: é uma habilidade que, embora presente em algumas pessoas desde que nasceram, pode ser desenvolvida por qualquer um. A literatura está repleta de bons livros de autoajuda que podem auxiliar neste estudo. Existem muitos vídeos no Youtube, e outros mediacenters, que podem ajudar nesse processo de busca do desenvolvimento de sua criatividade. Para Gun, (2017), existem 7 dicas para ser mais criativo: • Como ter ideias novas com criatividade; • Como o ócio criativo ajuda a ter novas ideias; • Como as charadas ajudam a ser mais criativo; • Como funciona um cérebro criativo; • Como usar a criatividade para resolver problemas; • Como utilizar o humor para ser mais criativo; • Como treinar a criatividade e a sua imaginação. Empreendedorismo 29 SAIBA MAIS: Para compreender melhor o assunto, leia na íntegra o artigo: “9 Dicas de como ser mais Criativo”, de Murilo Gun”, Clique aqui. Ação Se alguém não tivesse tomado a iniciativa de transformar a ideia de sinalização de estacionamentos em uma AÇÃO, não teríamos uma empresa chamada PARKHELP (www.parkhelp.com) oferecendo este serviço em diversos lugares do mundo e, certamente, obtendo bastante lucro com seu empreendimento bem-sucedido. Ao contrário da PARKHELP, muitas pessoas e empresas desperdiçam oportunidades identificadas ou deixam de materializar suas ideias. Esta é a sutil, porém determinante, diferença de uma mente empreendedora. O Empreendedor FAREJA oportunidades, formula IDEIAS e não descansa até transformá-las em AÇÃO. Esta capacidade de fazer ideias acontecerem é conhecida como: Proatividade: sem este perfil comportamental é impossível se tornar um empreendedor de sucesso. Ideias são ideias, nada mais que ideias. A todo tempo, algumas centenas de milhares de pessoas estão tendo a mesma ideia ao mesmo tempo. Então, porque centenas de milhares de novos projetos empreendedores não são implementados simultaneamente, o tempo todo? Poucas dessas ideias conseguem ser transformadas em ação. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar no tema desta competência? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: “O Sócio (The Profit) - Temporadas Completas Download”, Clique aqui. Empreendedorismohttp://keeplearningschool.com/dicas/ http://bit.ly/38GpZai 30 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido queIdeias não têm pai, nem mãe. Em que pese o fato de haver meios de se patentear ideias inovadoras, se elas não conseguem ser implementadas, rapidamente o serão por alguém. Portanto, a alma do negócio atualmente não é mais o segredo, como se pensava até o final do século XX, mas tão somente a velocidade com que esses “segredos” são transformados em ação. Para se ter sucesso como empreendedor, é preciso identificar uma oportunidade, criar uma ideia e transformá-la em ação. Para isto você precisa pensar fora da caixa para ser mais criativo. Construiu uma ideia? Seja proativo e transforme-a rapidamente em uma ação. Empreendedorismo 31 O perfil de um empreendedor OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender o perfil de um empreendedor. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução O empreendedor é um ser inquieto. Não se enquadra em rotinas e sempre questiona se há um jeito melhor, mais simples ou mais eficiente de fazer a mesma coisa. Normalmente não são muito bons com rotinas e controladoria, ou seja, desempenham mal tudo aquilo que exige um comportamento detalhista e repetitivo. É criativo por natureza e necessariamente um líder, ou seja, exerce sobre as outras pessoas um poder de liderança natural, um magnetismo que contagia e acaba por gerar o mesmo desejo de criar e inovar. Ao contrário do que muita gente pensa, o empreendedor não vive de ideias. Ele tem a habilidade e a capacidade de pô-las em prática. Ele não é utópico e não tem apego às suas próprias ideias. Se algo não dá para ser implantado, ele o descarta e tenta de outro jeito. Mas de uma coisa pode ter certeza – ele nunca desiste. Vai fundo e em frente até atingir seus objetivos. E aí? Você está gostando deste perfil? Está achando que ser empreendedor é a melhor coisa do mundo? Cuidado. A felicidade nem sempre está do lado deles. Esse perfil focado, persistente e aguerrido dos empreendedores, muitas vezes os levam a sérios erros. Alguns equívocos são muito comuns entre os empreendedores e, pode ter certeza, todos eles têm muitas histórias de sucesso e de fracasso para contar. Ao longo desta competência vamos conhecer as características e erros mais marcantes na personalidade empreendedora. Empreendedorismo 32 Comportamentos empreendedores Reunimos aqui algumas características comuns ao perfil dos maiores empreendedores da história da humanidade. Figura 8 – Perfil empreendedor Fonte: Freepik Sem citar nomes, vamos discorrendo sobre cada um dos indicadores comportamentais identificados nestes empreendedores: Ambição A ambição é a mola propulsora do empreendedor de sucesso. Quer seja o dinheiro, a fama ou o altruísmo, algo tem que movê-lo rumo a seus objetivos. Mas aqui vale a pena salientar o lado obscuro da ambição: A GANÂNCIA. Tentar ir em busca de seus objetivos, passando por cima de seus princípios éticos, causando dor e prejuízo ao seu próximo, pode transformar uma mola propulsora em um engodo que o levará, certamente, a um grande tombo, com perdas irreparáveis à sua imagem, reputação e, até mesmo, em seus resultados financeiros. Empreendedorismo 33 Vivemos em uma sociedade cada vez mais globalizada, onde as fronteiras são rompidas a cada ano e as pessoas ficam cada vez mais próximas umas das outras. Não dá mais para aplicar a velha lei do “Gerson”, onde o que importa é levar vantagem em tudo. Em contraposição a esta lei existe a Lei do Retorno, onde BATEU-LEVOU. E em pleno século 21, não é mais possível ganhar sozinho. Os ganhos em rede, impulsionados pelas parcerias, são cada vez mais lucrativos. Atualmente, é comum se ouvir falar que: UM NEGÓCIO SÓ É BOM QUANDO É BOM PARA TODOS OS ENVOLVIDOS. Em um mundo globalizado, a palavra “TODOS” ganha um novo sentido, transpondo os limites de uma sociedade e, até mesmo, dos funcionários da empresa, abarcando clientes, fornecedores e a sociedade civil organizada. Todos, sem exceção, devem ser encarados como atores de seu negócio. Atitude Assim como vimos no exemplo da PARKHELP, sem atitude não conseguimos transformar ideias em ação. Mas os grandes empreendedores da história não são conhecidos apenas por terem tido a atitude de iniciar seus negócios. Atitude é uma característica marcante e recorrente na história desses vencedores. A vida empresarial é um constante processo de tomadas de decisões. O sucesso no mundo dos negócios é o somatório das decisões acertadas subtraído do somatório das decisões equivocadas. Mas, lembre-se: uma decisão não tomada, ou simplesmente protelada por um longo tempo, pode pesar como ponto negativo nessa balança, de sorte que: entre acertar ou errar, o melhor a fazer é simplesmente tentar. Mas, por outro lado, é importante registrarmos aqui a enorme diferença entre atitude e INCONSEQUÊNCIA. Muitos empreendedores, movidos pelo impulso, tendem a tomar decisões precipitadas, ignorando importantes ferramentas e recursos como a pesquisa, o aconselhamento (ouvir mais do que falar) e, o mais importante: utilizar TODO O TEMPO DISPONÏVEL antes de tomar aquela decisão. Empreendedorismo 34 Para ilustrar essa diferença, vamos recorrer ao Basquetebol. Quem curte esse esporte conhece bem o drama de se estar a 30 segundos do final do jogo, com a posse de bola, e ter que fazer uma cesta salvadora para ganhar por, apenas, um ponto de diferença. Qual o segredo tático que um técnico pode utilizar nesta situação de jogo? Simples: pedir tempo para orientar a equipe e traçar o plano de ataque e de defesa. E o time? Qual o comportamento esperado? Gastar todo o tempo de 30 segundos sem perder a posse de bola e, nos últimos 5 segundos a que tem direito, tentar a cesta de dois pontos. Mesmo aqueles que curtem esse esporte ignoram este importante recurso de que dispõem: o TEMPO. No mundo dos negócios, decisão é algo que se deve tomar com tempo suficiente para dissipar as pressões e dar chance às oportunidades de se nutrirem da pesquisa e do aconselhamento necessários. Sem utilizar bem o TEMPO, uma atitude pode se transformar em um ato INCONSEQUENTE e, consequentemente, acarretar duras perdas para o seu negócio. Coragem Mas, muitas vezes, ter atitude requer bem mais que tempo, aconselhamento e pesquisa. É necessário um requisito fundamental para o empreendedor: CORAGEM. Este é um atributo que passa, necessariamente, pela confiança que você tem nos seus conselheiros, sócios e, principalmente, em você mesmo. Mais uma vez é importante não confundir CORAGEM com INCONSEQUÊNCIA. Algumas vezes, por orgulho ou vaidade, o empreendedor é levado a tomar decisões apenas para mostrar que tem coragem. Esqueça essa ideia. Esses sentimentos devem ser banidos do vocabulário de um empreendedor de sucesso. Baixar a guarda, em alguns momentos, faz parte do jogo no mundo dos negócios. Mais uma vez, o remédio para se precaver contra a inconsequência é o mesmo tratado no item anterior: TEMPO. Empreendedorismo 35 Este fundamental recurso também serve para avaliar melhor se uma atitude é fruto do coração (EGO) ou da razão. Portanto, não confunda Coragem com IMPULSIVIDADE. Resiliência Costuma-se dizer que empreender é um ato agridoce. No início tudo são flores. A expectativa de ganhar dinheiro. A empolgação da construção da marca, da escolha do ponto, enfim, a cada nova conquista, uma nova comemoração. Mesmo após a inauguração, o empresário vive um momento de lua de mel com o seu empreendimento, até advirem as primeiras barreiras: falta de recursos, pressão da concorrência, questõestrabalhistas, entre uma infinidade de problemas. Boa parte das empresas fecham nos primeiros dois anos de funcionamento por conta de, entre outros fatores, falta de RESILIÊNCIA de seus empreendedores. Mas a final de contas, o que é RESILIÊNCIA? Ser resiliente é ser perseverante, sem ser insistente. É persistir em seus ideais sem se revoltar com os tropeços. É se alimentar dos erros, levando em conta apenas os ensinamentos. É vibrar com os acertos, sem elevar a soberba. Muita gente confunde RESILIÊNCIA com PERSISTÊNCIA. A persistência, por si só, insiste em bater na mesma tecla, mesmo sabendo que não é a tecla correta. E parafraseando um velho adágio popular: errar é humano – insistir no erro é burrice. O empreendedor de sucesso é resiliente porque não desiste de seus ideais. E quando percebe que está no caminho errado, não hesita em tomar outro rumo, contanto que o leve ao mesmo local. A resiliência é, sem dúvida alguma, um dos comportamentos mais nobres, não apenas do empreendedor, mas do administrador, do gerente e de todo e qualquer profissional que deseja construir uma carreira de sucesso. Empreendedorismo 36 VOCÊ SABIA? O termo resiliência, amplamente utilizado e difundido na área de gestão e negócios, foi tomado por empréstimo da física. A resiliência é uma propriedade apresentada por alguns materiais sólidos que se caracterizam por resgatar a sua forma original após uma deformação forçada. Isso ocorre com o aço. Até o seu ponto de resiliência, um vergalhão de aço pode ser dobrado e ter a sua forma original perfeitamente retomada após cessar a tensão que o mantém dobrado. Ao passar desse ponto, ele se deforma e não mais consegue retomar sua forma original. Persuasão É um ledo engano achar que se pode desenvolver um novo empreendimento sozinho. Empreender é, antes de qualquer coisa, vender ideias; convencer pessoas a embarcar em nosso projeto. Ainda que você disponha de recursos próprios o suficiente para não precisar de sócios investidores, ou capital de terceiros, você precisa persuadir funcionários, fornecedores, parceiros e, principalmente, clientes a comprar o seu peixe. Mas, como todo comportamento tem seu lado obscuro, é importante não confundir PERSUASÃO com ENGANAÇÃO. Persuadir é convencer alguém a comungar de suas ideias, sem omitir fatos ou vender falsas ilusões. Este é o grande desafio do empreendedor: construir seu negócio em bases sólidas é conquistar o maior número de seguidores para embarcar em seu projeto. Organização Engana-se quem diz que o empreendedor não precisa ser organizado. Que basta ter um sócio organizado ou contratar um administrador com este perfil para ter êxito em seus negócios. A organização é uma cultura que deve ser cultivada e desenvolvida de cima para baixo. Sem organização você até consegue elaborar um projeto e até mesmo implantá-lo com algum índice de sucesso, mas, dificilmente irá Empreendedorismo 37 muito longe sem aguçar essa habilidade, cada vez mais indispensável em um mercado extremamente competitivo. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar no tema desta competência? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “A relação entre o jeitinho brasileiro e o perfil empreendedor: possíveis interfaces no contexto da atividade empreendedora no Brasil”, Clique aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o tema discorreu sobre algumas características comuns ao perfil dos maiores empreendedores da história da humanidade, sendo elas: ambição; atitude; coragem; resiliência; persuasão; organização. Ser empreendedor é ser criativo por natureza e necessariamente um líder, ou seja, exercer sobre as outras pessoas um poder de liderança natural, um magnetismo que contagia e acaba por gerar o mesmo desejo de criar e inovar. Empreendedorismo http://bit.ly/3pyzUV1 38 As ferramentas do empreendedor OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de utilizar as ferramentas do empreendedor. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução Aprendemos anteriormente quais condutas e comportamentos são desejáveis para um empreendedor. Ao longo deste tópico, iremos estudar que ferramentas devem ser utilizadas dentro de um projeto exitoso de empreendedorismo. Tais ferramentas são extremamente necessárias e não devem ser prescindidas, considerando-se, contudo, a aplicabilidade de cada uma delas. São essas as principais ferramentas das quais você poderá lançar mão em diversos momentos de seu projeto empreendedor: • Pesquisa; • Planejamento Estratégico; • Liderança; • Marketing Pessoal; • Gerência de Projetos. Vamos discorrer sobre cada uma dessas ferramentas, sem a pretensão de nos aprofundarmos demais, pois cada uma delas se constitui em um universo de informações. Principais ferramentas Nesta sessão, vamos discorrer sobre as cinco principais ferramentas do empreendedor. Não estamos falando de softwares ou instrumentos, mas sim de metodologias úteis para o desenvolvimento de projetos empreendedores. Empreendedorismo 39 Pesquisa de mercado Figura 9 – Pesquisa de mercado Fonte: Freepik Existe um preconceito muito grande dos empreendedores brasileiros em relação à pesquisa. Já se ouviu várias piadas pondo em xeque a necessidade de se fazer pesquisa para iniciar um empreendimento ou se lançar um produto no mercado, como por exemplo: “Se Steve Jobs tivesse feito uma pesquisa antes de lançar o iPad, talvez ele jamais o tivesse lançado”. De fato, algumas pesquisas são demasiadamente intangíveis, como aquelas que visam auscultar o mercado quanto ao lançamento de um produto muito inovador. Mas é inegável a eficácia de uma boa pesquisa para nos livrar de alguns desastres, como levantar o perfil do público consumidor para um produto a ser comercializado em uma região, ou mesmo mapear a distribuição do mercado entre seus concorrentes. Mais adiante veremos como trabalhar com pesquisa de mercado dentro de um estudo de caso. Por hora, podemos seguramente adiantar o seguinte: um pequeno investimento em pesquisa pode nos livrar de uma pequena fortuna em prejuízo. A negligência quanto ao uso desta importante ferramenta é um dos motivos da alta taxa de mortalidade das empresas brasileiras, sobretudo as start-ups. Empreendedorismo 40 Planejamento estratégico Como uma ideia se transforma em uma ação? Por qual processo ela passa? Quais as ferramentas necessárias para planejá-la e executá-la a contento? A resposta para todas essas dúvidas passa por uma ciência intitulada: Planejamento Estratégico. Em linhas gerais, planejamento estratégico é um documento, elaborado principalmente pelo empreendedor do negócio, que delineia, no tempo e no espaço, como o projeto de implantação de seu negócio será conduzido. Alguns indicadores são determinantes para o planejamento estratégico do empreendimento, tais como: • Objetivo; • Missão; • Visão; • Valores; • Público-Alvo; • Mercado; e • Concorrentes. Muita gente pensa que Planejamento Estratégico é algo que só se elabora para angariar investidores. Outro engano clássico. Iniciar um negócio sem um planejamento estratégico, por mais simples que seja, é como entrar em um avião sem um plano de voo definido. Imagine só decolar em uma aeronave sem saber a distância a ser percorrida e quanto combustível será necessário para a navegação? O destino deste voo é líquido e certo: “um Desastre Aéreo”. Mas, pasme: é exatamente assim que ocorre com a maioria dos pequenos negócios montados no Brasil. As empresas abrem as portas sem saber o que querem e onde desejam chegar. Batem as portas dos bancos atrás de recursosde curto prazo sem saber se irão poder cumprir com os acordos no longo prazo. Empreendedorismo 41 Mais adiante teremos uma sequência de unidades dedicadas exclusivamente ao planejamento estratégico de um negócio, inclusive o econômico-financeiro. Liderança Se você pensa que liderança é um dom que já nasce com a pessoa, acertou. Mas, felizmente, esta ferramenta é algo que se pode desenvolver em qualquer perfil comportamental. Nunca se escreveu tanto sobre liderança quanto nos últimos 50 anos. De Peter Drucker para cá, o mundo dos negócios vem se voltando, cada vez mais, para o desenvolvimento gerencial de seus executivos. Termos como Coaching, Executive Head Hunter, entre outros, enchem as bibliotecas no afã de encontrar o jeito ideal para desenhar a mente do executivo perfeito. Mas, de uma coisa fique certo: a Liderança é uma das ferramentas mais necessárias e determinantes para o sucesso de um empreendimento, tanto para o empreendedor, quanto para seus liderados. Marketing pessoal O empreendedor tem que ter a consciência de que a imagem da sua empresa passa pela sua própria imagem. E a construção de sua marca empresarial é o resultado do esforço de construção da linha de comunicação institucional da empresa como um todo, perpassando os funcionários e dirigentes. Para vender bem a imagem de seu negócio, você precisa trabalhar a sua imagem pessoal, lançando mão das ferramentas do Marketing Pessoal. Essa imagem pessoal será naturalmente transmitida a todos os seus liderados, fornecedores e, em alguns casos, até mesmo seus clientes. A história recente mostra muitas empresas se perderem em seu marketing institucional por conta da má conduta de seus gestores. O empreendedor de sucesso sabe que ele se tornará uma pessoa pública, e esta publicidade tende a aumentar na medida em que seus negócios vão ganhando visibilidade e obtendo sucesso. Empreendedorismo 42 Hoje, por exemplo, vemos grandes corporações cuja imagem se confunde com a de seus fundadores, como é o caso do Grupo Pão de Açúcar (Abílio Diniz), Votorantim (Antônio Hermínio de Morais), SBT (Sílvio Santos), Grupo Bompreço (João Carlos Paes Mendonça), entre muitos outros. Gerenciamento de projetos Outra ferramenta da administração importantíssima para o empreendedor é o gerenciamento de projetos. Existem, inclusive, algumas certificações nesta área, como a PMP (Project Management Professional), entre outras. Claro que, se sua intenção é tão somente elaborar e implantar o seu projeto de empreendedorismo, não se faz necessário tirar esta ou qualquer outra certificação, porém, não é uma má ideia conhecer todos os fundamentos do PMBOK (Project Management Body Of Knowledge), conhecido como a cartilha do gerenciamento de projetos, segundo o PMI (Project Management Institute). Mas, o que vem a ser gerenciamento de projetos? DEFINIÇÃO: Gerenciamento de projetos: Gerenciamento de projetos é o conjunto de técnicas, conceitos e boas práticas que auxilia o profissional a gerenciar projetos. Gerenciar um projeto, por sua vez, consiste em planejar, executar, monitorar, controlar e encerrar um ciclo de atividades que tem começo, meio e fim. A este ciclo de atividades dá-se o nome de projeto. Mas o que é necessário para gerenciar um projeto? Gerenciar um projeto nada mais é do que articular habilidades nas seguintes áreas de conhecimento: • Escopo: O que realmente você vai fazer? Estamos falando do objetivo do projeto e das entregas que serão realizadas. Empreendedorismo 43 • Tempo: Em quanto tempo você vai desenvolver cada etapa e atividade de seu projeto, e em que ordem de precedência? Como acompanhar, monitorar e controlar os tempos realizados em função dos prazos planejados? Como compactar o cronograma de um projeto em meio a sua execução? • Custo: Quanto vai lhe custar cada atividade de seu projeto? Como racionalizar os custos em meio a imprevistos como falta de verba ou estouro de orçamento? • Qualidade: Quais os indicadores que você irá definir para medir a qualidade de seu produto? Que plano você tem para acompanhar esta qualidade ao longo da execução de seu projeto? • Riscos: Quais os riscos que você terá que mitigar ou eliminar ao longo da implantação de seu projeto? Como você irá administrá- los? • Comunicações: De que maneira você pretende assegurar a boa comunicação entre você e sua equipe de projeto? Que ferramentas e softwares você irá utilizar? De que maneira? • Recursos Humanos: Quem são as pessoas e qual a dedicação que elas terão ao projeto, de modo que você possa mensurar? • Aquisições: Que itens materiais você terá que adquirir e que serviços deverão ser contratados para viabilizar a implantação de seu projeto? • Partes interessadas: Quem são as pessoas direta e indiretamente envolvidas com o seu projeto? Essas pessoas devem se constituir em ponto de atenção permanente do gerente de projetos. O termo técnico mais utilizado para esta área de conhecimento vem do inglês: stakeholders. • Integração: Como as nove áreas anteriormente citadas irão se integrar? Não temos a pretensão de lhe ensinar as técnicas de gerenciamento de projetos, mas sim a conscientização de sua importância para o êxito de seu empreendimento, além de várias dicas sobre como gerenciar Empreendedorismo 44 a implantação de seu empreendimento. Assim, recomendamos que você faça estude de forma aprofundada esta ciência, não esquecendo que o seu empreendimento passa necessariamente por um projeto de implantação. Outras ferramentas As ferramentas que vimos no item anterior referem-se especificamente à fase de projeto do empreendimento. Mas você não deve esquecer de que o empreendedor de hoje será o administrador de amanhã. Portanto, antes ou durante o seu projeto de empreendedorismo, recomendamos que você invista na sua educação empresarial, complementando sua formação empreendedora com áreas de conhecimento de Administração como um todo. Neste sentido, elencamos ferramentas importantíssimas para você utilizar na fase de administração de sua empresa: • Gestão do Marketing; • Gestão de Recursos Humanos; • Gestão Financeira; • Gestão Contábil; • Gestão de Contratos; • Gestão da Tecnologia da Informação (TI); • Gestão de Processos. Dependendo da especificidade de sua área de atuação, outras ferramentas poderão ser importantes, tais como: • Gestão Logística; • Gestão de Compras e Suprimentos; e • Gestão da Produção Industrial. Empreendedorismo 45 Outras ferramentas ainda mais específicas podem ser necessárias à gestão de seu negócio. Fique atento a elas e não deixe de investir em seu conhecimento. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar no tema desta competência? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “A importância do gerenciamento de projetos no desenvolvimento empresarial”, Clique aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre as ferramentas que devem ser utilizadas dentro de um projeto exitoso de empreendedorismo. São elas: pesquisa; planejamento estratégico; liderança; marketing pessoal; gerência de projetos. Tais ferramentas são extremamente necessárias e não devem ser prescindidas, considerando- se, contudo, a aplicabilidade de cada uma delas. Empreendedorismo https://bit.ly/2Mc9z0w 46 REFERÊNCIAS DICIO. Inovação. Disponível em: Dicionário Online de Português: https://www.dicio.com.br/inovacao/. Acesso em: 13 jan. 2021. ENDEAVOR. Empreendedorismo em rede: o poder do “give back”. Disponível em: http://bit.ly/37YUV5i. Acesso em: 13 jan. 2021. GUN, M. 7 dicas de como ser mais criativo. Keep Learning School. Disponível em: http://bit.ly/3hrjhYH. Acesso em: 13 jan. 2021. MIYATAKE, Anderson Katsumi. et al.Empreendedorismo. Unicesumar: Maringá, Pr, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3m0WSpm. Acesso em: 27 jul. 2021. O SÓCIO (The Profit) – Temporadas Completas Download. (13 jan. 2021). The Carvalho. Disponível em: http://bit.ly/38GpZai. Acesso em: 13 jan. 2021. PEDROSO, J. 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Disponível em: Acesso em: 30/12/2020 Empreendedorismo _Hlk60380224 _Hlk60380278 _Hlk60380706 Fundamentos de empreendedorismo Introdução O que é ser empreendedor O que é empreendedorismo? Empreendedor x Administrador Empreendedor x Empresário Intraempreendedorismo A lógica do empreendedorismo O processo do empreendedorismo Oportunidade Ideia Ação O perfil de um empreendedor Introdução Comportamentos empreendedores Ambição Atitude Coragem Resiliência Persuasão Organização As ferramentas do empreendedor Introdução Principais ferramentas Pesquisa de mercado Planejamento estratégico Liderança Marketing pessoal Gerenciamento de projetos Outras ferramentas
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