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atividade COMPLEMENTAR - ANALISE DE SISTEMA

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP EaD
Projeto Integrado Multidisciplinar
Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
RESUMO DE 12 LIVROS (10 HORAS CADA)
UNIP EaD Polo 
ANO
NOME - RA
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
RESUMO DE 12 LIVROS (10 HORAS CADA)
UNIP EaD POLO
2020
SUMÁRIO
1.	O SEU COMPUTADOR ESTÁ PEGANDO FOGO	4
2.	NÃO ME FAÇA PENSAR	7
3.	LIDERANÇA POR ALGORITMOS	12
4.	ORIENTADAS AOS DADOS	17
5.	POLÍTICA DO FUTURO	21
6.	FORÇA DIGITAL	26
7.	BIG DATA NA PRÁTICA	32
8.	BLOCKCHAIN REVOLUTION	37
9.	O CONDUTOR DO CARRO AUTÔNOMO	43
10.	ANÁLISE PREDITIVA	49
11.	UM MAR DE DADOS	54
12.	ANÁLISE DE MARKETING DIGITAL	59
O SEU COMPUTADOR ESTÁ PEGANDO FOGO
O progresso tecnológico sem a contribuição das ciências sociais é perigoso porque não leva em conta as suas implicações políticas, sociais e econômicas.
O desenvolvimento tecnológico sempre tem potencial para melhorar vidas. Mas mesmo quando uma inovação visa resolver um problema social sério, muitas vezes gera consequências indesejadas: a Google desempenhou um papel fundamental no mapeamento da Internet para as massas, mas também abriu as portas para a mineração invasiva de dados e violações da privacidade dos usuários. Normalmente, as pessoas com pouco ou nenhum poder na sociedade sofrem as consequências mais negativas das novas tecnologias.
“Vivemos um período em que se torna cada vez mais urgente reconhecer que o progresso tecnológico sem responsabilidade social não é um progresso real.”
A falta de preocupação dos desenvolvedores de tecnologia com os efeitos generalizados das suas criações decorre, em parte, da falta de contribuições de outras disciplinas, como as ciências sociais ou políticas e outras disciplinas STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Deixar os sistemas que afetam todos os aspectos da vida das pessoas nas mãos de especialistas técnicos sem conhecimentos suficientes nos âmbitos da história ou psicologia – ou sem um incentivo para conferir os fatos – pode gerar resultados perigosos. Pense, por exemplo, em como a falta de supervisão governamental permitiu à Boeing instalar sistemas de piloto automático defeituosos nos seus aviões 737 Max – resultando na morte de centenas de pessoas.
O mundo aparentemente virtual do comércio eletrônico e da tecnologia é profundamente físico.
A cadeia de suprimentos global da nuvem levanta questões políticas, sociais e ambientais, que vão desde a segurança dos trabalhadores até as relações políticas e econômicas entre os países. Isso também levanta questões sobre por que as grandes empresas de comércio eletrônico estão isentas de certos controles sociais, políticos e ambientais. Por exemplo, apesar de ser essencialmente uma versão moderna de uma empresa de catálogo de pedidos pelo correio, a Amazon recebe subsídios fiscais ao se identificar como empresa de comércio eletrônico.
A inteligência artificial nunca é puramente artificial – ela sempre depende da intervenção humana.
A qualidade da tomada de decisão relativa à IA depende dos materiais que se encontram na origem da tecnologia. Se você inserir informações de baixa qualidade, vai obter informações de baixa qualidade. Por exemplo, as tecnologias de policiamento tendem a se basear em estatísticas criminais. No entanto, as estatísticas de crime muitas vezes fornecem um quadro distorcido devido ao policiamento excessivo dos bairros de baixa renda e à frequência das prisões de pessoas não brancas. Nos últimos anos, a maioria das grandes empresas de tecnologia, incluindo o Facebook, Twitter e YouTube, precisaram empregar mais moderadores de conteúdo devido aos escândalos em torno da influência eleitoral, contas falsas ou recomendações automatizadas de conteúdo.
“A IA é atualmente e sempre será composta e dependente da inteligência e intervenção humanas.”
A contribuição humana é crítica para lidar com crimes como pornografia infantil, por exemplo. Embora os algoritmos possam detectar uma imagem potencialmente pornográfica, a decisão sobre se ela pode ser classificada como pornografia infantil depende totalmente da interpretação e análise humanas. Além disso, há problemas conhecidos com os softwares de reconhecimento de imagem: por exemplo, a maioria dessas ferramentas têm dificuldades em identificar com precisão as minorias raciais. Isso ocorre porque muitos dos conjuntos de dados utilizados para treinar os algoritmos empregam adultos brancos do sexo masculino como padrão.
A tecnologia não é neutra nem objetiva; pelo contrário, ela muitas vezes reforça estereótipos raciais e de gênero muito negativos.
Como a coleta de dados para treinar a tecnologia de fala é cara, a maioria das empresas ainda utiliza um conjunto composto, principalmente, por sotaques do centro-oeste americano. Além de reforçar as estruturas de poder e a discriminação, a tecnologia também destaca estereótipos negativos. Por exemplo, em muitos filmes de Hollywood, robôs “bons” tendem a ser brancos, enquanto os robôs pretos ou escuros são maus.
O teclado QWERTY é uma interface tanto de exclusão como de possibilidade criativa.
As empresas começaram a utilizar o teclado QWERTY na década de 1870. Hoje, é a interface aceita globalmente. No entanto, mais de 50% da população global, incluindo falantes do árabe, hindi, coreano e chinês, não podem utilizá-lo para digitar na sua escrita nativa. Isso ocorre porque os recursos do teclado QWERTY não atendem às especificações destes idiomas. Por exemplo, a base da escrita coreana são ideogramas que mudam de tamanho e posição dependendo do contexto, e se conectam tanto vertical quanto horizontalmente, o que não se encaixa no formato QWERTY.
“Criar uma classe especial de sistemas de escrita e rotulá-los como ‘complexos’ omite da discussão a questão de como e por que esses sistemas de escrita se tornaram ‘complexos’ em primeiro lugar.”
Para superar esta limitação, as pessoas começaram a utilizar as teclas do teclado QWERTY como um “sistema de recuperação”: pressionando combinações de teclas que “descrevem” para o computador o caractere que desejam recuperar. Para que a máquina encontre o ideograma que você está tentando escrever, você não precisa executar todos os traços de um ideograma. Em média, você só precisa soletrar os primeiros cinco a seis traços para que o software reconheça o ideograma que você quer comunicar. Isso significa que 22 combinações de letras – que cabem no teclado QWERTY – permitem que você escreva aproximadamente 2.000 ideogramas mais comumente utilizados. Em vez de rejeitar o teclado completamente, os pensadores criativos descobriram como adaptá-lo.
Ao contrário do que o setor tecnológico quer que você acredite, ele não funciona como uma meritocracia.
Apesar das alegações de que qualquer pessoa com vontade e habilidade pode chegar ao topo, há muito pouca diversidade no setor de tecnologia. Nos Estados Unidos, várias iniciativas, como Code.org e Girls Who Code, visam ensinar programação para crianças em idade escolar e, assim, introduzir mais mulheres e minorias no setor tecnológico. Na Índia, os programas de desenvolvimento de habilidades tecnológicas voltados para jovens e mulheres prometem uma maneira de superar barreiras sociais e oferecer empregos com melhor remuneração.
Não Me Faça Pensar
As pessoas não utilizam a Internet da maneira que você imagina.
As pessoas não navegam pela Internet como você imagina. O designer do seu site provavelmente pensa que os usuários “examinam cada página” e leem cada palavra do texto. O designer pode imaginar os leitores descobrindo o esquema organizacional e “pesando suas opções” antes de clicar. Na realidade, as pessoas “olham para cada nova página”, “examinam parte do texto” e clicam na primeira coisa que atraia sua atenção ou soe vagamente como o que procuram – isso se você tiver sorte. Os designers e pessoal de marketing podem tentar convencer você de que o seu site deve ser de “fácil leitura”. Na prática, as pessoas experimentam o seu sitemais como um “outdoor” que encontram na estrada.
“Todos nós que trabalhamos em sites temos uma coisa em comum – também somos usuários da web. E como todos os usuários da web, tendemos a ter sentimentos fortes sobre o que gostamos e não gostamos nos sites.”
As pessoas não costumam ler muito online. Elas examinam rapidamente, localizam algumas placas de sinalização para se orientar e seguir em frente. Elas não querem perder tempo para fazer a melhor escolha possível. Em vez disso, elas escolhem “a primeira opção razoável” que as deixe satisfeitas. Quando algo funciona bem o suficiente, as pessoas tendem a permanecer ali. Essa é a realidade com a qual você deve trabalhar; você pode ficar frustrado e viver reclamando ou se tornar realmente bom em projetar outdoors que alcancem as pessoas no mundo virtual.
“Nos últimos dez anos, passei muito tempo observando as pessoas navegarem pela web, e o que mais me impressionou é a diferença entre como pensamos que as pessoas utilizam os sites e como elas realmente os utilizam.”
Priorize a “usabilidade”; torne o seu site fácil de ser utilizado.
Os princípios de um bom webdesign não são “nada além de puro bom senso”, algo que qualquer pessoa pode aprender e aplicar. Um ótimo site precisa ter usabilidade, no sentido de que deve funcionar para os clientes, servir aos seus propósitos e ser fácil de usar. Se os clientes acharem o seu site difícil de navegar, eles vão evitar acessá-lo. No entanto, não existe uma abordagem única e correta na hora de criar um site.
“Deixados por sua conta, as equipes de desenvolvimento da web não são notoriamente bem-sucedidas na tomada de decisões sobre questões de usabilidade.”
Quando as pessoas entram no seu site, os seus “reservatórios de boa vontade” estão pela metade. Revigore a boa vontade criando um site claro e acessível que elimine etapas, ofereça dados importantes, antecipe perguntas, peça desculpas por eventuais erros e torne as páginas fáceis de imprimir.
Igualmente, observe cinco princípios essenciais para que o tempo das pessoas no seu site seja produtivo e eficiente: “crie uma hierarquia visual clara”; “tire vantagem das convenções” que funcionam; “divida as páginas em áreas claramente definidas”; “torne óbvio o que é clicável”; e “minimize o ruído”.
“Como as pessoas passam a maior parte do tempo na Internet procurando a próxima coisa a clicar, é importante deixar claro o que é clicável e o que não é.”
Muitos designers acreditam que os usuários devem chegar a qualquer página do seu site com um determinado número de cliques. O verdadeiro fator limitante não é o número de cliques, mas “a dificuldade de cada clique”. Fazer as pessoas pensarem sobre suas escolhas acaba custando “três cliques intuitivos e eficazes”.
Como os sinais de trânsito, suas ferramentas de navegação devem ser uniformes 
Portanto, as suas ferramentas de navegação são cruciais; eles fornecem aos visitantes “algo em que se agarrar”. Elas tranquilizam as pessoas e as ajudam a confiar no seu site. Elas também informam aos usuários o que está disponível no site para que saibam quando podem parar de pesquisar. O ideal é que as ferramentas de navegação também informem às pessoas como utilizar o site. As “convenções de navegação” orientam as pessoas sem fazê-las pensar. Duas convenções são muito úteis: indicar as “seções” do seu site e “os utilitários” que ele oferece. As seções orientam os usuários dentro da hierarquia. Os utilitários, que não se enquadram na hierarquia, podem incluir uma função de pesquisa, o carrinho de compras e um mapa do site. Se você incluir uma função de pesquisa, rotule-a claramente: “Pesquisar”. Se você fornecer instruções sobre como pesquisar, torne-as claras e simples. Se os usuários tiverem opções – como a opção de pesquisar em toda a web ou apenas no seu site – deixe isso claro também.
“A realidade é que normalmente não escolhemos a melhor opção – escolhemos a primeira opção razoável e que nos satisfaça.”
As suas ferramentas de navegação devem incluir uma maneira fácil e óbvia de retornar à página inicial. Esse marcador deve aparecer no mesmo lugar em todas as páginas. Dentro das ferramentas de navegação, evidencie a sua hierarquia. Marque todas as divisões secundárias com guias, cores e rótulos separados. As únicas exceções são a página inicial e eventuais formulários. Afixe a sua logo em todas as páginas para garantir que os usuários não saiam do site por acidente. Exiba com destaque um nome para cada página no mesmo lugar em todas as páginas. Certifique-se de que ele corresponda ao título em que o usuário clicou para acessar a página.
“É um fato: as pessoas não vão permanecer no seu site se não conseguirem se localizar.”
Para evitar que os usuários se percam, adicione um indicador “Você está aqui” para mostrar aos usuários como sua localização atual se encaixa na hierarquia do seu site. Não seja sutil. Procure distinguir claramente as páginas com fontes e cores em negrito, ou ambos. Os nomes das páginas são como sinais de trânsito: devem ser grandes e óbvios para que você possa vê-los facilmente. Utilize também “trilhas de migalhas de pão” (breadcrumbs) para mostrar “o caminho da página inicial até onde você está”.
A sua página inicial deve comunicar a identidade do seu site, definir os seus usuários-alvo e atraí-los mais profundamente ao site.
A sua página inicial é a que exige maiores cuidados. Ela precisa identificar o site, comunicar sua missão, indicar a “hierarquia” e exibir uma função de busca. Você precisa atrair mais leitores para o seu site e indicar que o atualiza regularmente. Crie um slogan atrativo e escreva um breve texto de boas-vindas.
“É assim com a página inicial. Quando você pensa que cobriu todas as necessidades, há sempre apenas mais uma coisinha.”
Concilie esses requisitos com as demandas de todos os departamentos da empresa. Depois de comunicar seus pontos principais, forneça ferramentas de navegação confiáveis ​​e fáceis de utilizar para orientar os visitantes para o resto do site.
Para refinar o seu site, aplique testes de usabilidade frequentes.
As equipes de webdesign não devem tomar certas decisões. Os designers apreciam certas características e acabam aplicando essa predileção nos seus sites, insistindo que “todo mundo vai gostar” do que eles gostam. Alguns designers recorrem a apelos retóricos para definir o “usuário médio”, mas o usuário médio não existe. Teste o seu site utilizando pessoas reais.
“Cada equipe de desenvolvimento web deve passar uma manhã por mês fazendo testes de usabilidade.”
Um teste de usabilidade não é um grupo de foco. Os grupos de foco reúnem algumas pessoas para reagirem a “ideias e designs”. Nos testes de usabilidade, você observa um usuário por vez; você apresenta algo no site e pede para que ele identifique este item ou realize uma tarefa específica. Testes de usabilidade são necessários se você deseja que o seu site funcione bem.
“Repita comigo: grupos de foco não são testes de usabilidade.”
Teste o seu site no início do processo de design e não se preocupe em recrutar “usuários representativos”. Testar “cedo e com frequência” é mais importante. Quando você testa, você não está tentando “provar ou refutar algo”. Você está buscando informações sobre como pessoas reais utilizam o seu site. O teste é um “processo transformativo”: você testa, corrige os problemas e testa novamente. Praticamente qualquer pessoa serve para testes. Mas se o seu site for utilizado “quase exclusivamente por um tipo de usuário” ou se destina a um público separado com necessidades bem distintas, recrute testadores desses grupos.
“Se você quer um ótimo site, é preciso testar.”
Avalie os resultados do seu teste imediatamente. Uma tática viável é fazer três ou quatro testes pela manhã para que sua equipe possa “fazer um balanço durante o almoço”. Comece com uma “triagem” para identificar eventuais problemas e descobrir como corrigi-los. Ajuste as falhas e problemas óbvios que sejam rápidos ou fáceis de corrigir. Não acrescente nada novo: seja cético em relação a solicitações de “novos recursos”.Liderança por algoritmos
A Inteligência Artificial (IA) vai mudar a vida, a sociedade e os negócios.
À medida que a IA se torna um fator relevante na sociedade, na vida diária e nas operações comerciais, ela vai seguir a Lei de Moore: esta mudança tende a acelerar rapidamente, levando a um futuro irreconhecível já em 2030. A IA e os algoritmos podem assumir as rédeas dos negócios e tomar todas as decisões, desde as mais corriqueiras até as mais estratégicas.
“A IA é o tipo de inovação tecnológica que é tão disruptiva que se você não começar a mudar a sua maneira de trabalhar hoje, talvez não haja um futuro para você amanhã.”
Os algoritmos podem ser mais rápidos e inteligentes do que os humanos, mas funcionam sem sentimentos ou empatia. As máquinas não vão desenvolver uma consciência ou más intenções. Elas somente podem assumir o controle se os seres humanos permitirem. Três ingredientes – dados universalizados; computação rápida, poderosa e barata; e armazenamento de dados acessível – surgiram apenas recentemente, assim como os maiores feitos da IA, incluindo derrotar jogadores campeões mundiais de Go, aprender como realizar diagnósticos médicos e auxiliar em julgamentos legais.
A IA parece pronta para impulsionar as economias mundiais, tornando os negócios e as pessoas mais eficientes e eficazes. Os trabalhadores agora podem transferir o trabalho rotineiro e repetitivo para as máquinas e se concentrar em tarefas mais significativas que exigem habilidades exclusivamente humanas. A maioria dos líderes empresariais planeja investir pesadamente em soluções de aprendizado das máquinas antes de 2030. Um dia – talvez depois de sintetizar as habilidades dos melhores CEOs do mundo – os algoritmos possam se tornar líderes de topo.  Em um mundo volátil e incerto de mudanças rápidas, os algoritmos talvez se encontrem mais qualificados para tomar decisões.
A IA não é capaz de compreender o significado por trás dos dados ou inputs; não segue nenhum código moral e, portanto, não pode liderar.
Os chatbots dotados de IA já conseguem imitar os seres humanos tão bem que as pessoas não têm ideia de que estão conversando com um robô. Se a conversa sair do script e a IA encontrar algo novo, o seu potencial logo se revela. A IA pode responder com base em padrões conhecidos que aprendeu com exemplos anteriores. Isso permite que ela encontre e repita abordagens altamente específicas de tarefas. Aplicações dedicadas de IA fazem uma única coisa bem, seja jogar xadrez ou fornecer consultoria financeira.
“As estimativas atuais mostram que a aplicação da IA nos negócios deve adicionar pelo menos US$ 13 trilhões à economia global nos próximos 10 anos.”
A IA ainda não consegue se aproximar das qualidades humanas importantes que pesam nas tomadas de decisão. Os líderes de hoje precisam exercer influência para ganhar seguidores. Isso requer uma gama complexa de habilidades – algumas racionais, mas principalmente emocionais. Eles devem ser capazes de desenvolver confiança, que se forma quando as pessoas acreditam que o seu líder é benevolente, compassivo, sábio e justo e está agindo com base em valores e propósitos compartilhados. Os líderes de confiança também sabem escutar, têm empatia e respeitam aqueles que lideram. No entanto, muitas pessoas estão dispostas a confiar na IA porque consideram os algoritmos imparciais e não tendenciosos. Os funcionários parecem dispostos a permitir que a IA os monitore no trabalho e relate o seu desempenho, mas são poucos os que confiam na capacidade da IA de tomar decisões importantes.
A IA não vai assumir cargos de liderança. No entanto, deve substituir alguns gerentes.
Os gerentes proliferaram nas organizações, criando camadas crescentes de administração, burocracia e controle. Porém gestão e liderança são coisas diferentes. Os gerentes fornecem a base estável que permite aos líderes olhar além do dia a dia e prever o futuro da sua organização. A gestão protege o status quo e resiste a mudanças, mas em um mundo volátil, a mudança é constante.​​​​​​
Com dados à disposição de toda a espécie – e por todo lado –, a maioria das empresas se concentra na tomada de decisão com base em analítica de dados. Os gerentes tomam decisões rotineiras de acordo com os inputs e supervisionam as tarefas repetitivas conforme o que funcionou anteriormente. Estes cargos parecem os candidatos perfeitos para a automação da IA.
“A execução da gestão pode ser feita por algoritmos, mas não sem envolvimento humano e supervisão.”
Quando as pessoas ganham experiência, elas detectam melhor os padrões e se tornam mais rápidas na tomada de decisões acertadas. A intuição dos gerentes veteranos geralmente se mostra útil quando aplicada em território familiar. Os algoritmos replicam isso, mas aprendem exponencialmente mais rápido e não se esquecem de nada, tornando os elementos humanos da gestão substituíveis por máquinas. Algoritmos que contratam trabalhadores fazem um trabalho significativamente melhor do que os recrutadores veteranos que desenvolveram os seus instintos ao longo de décadas.
Utilizando plataformas como o blockchain, os algoritmos podem avaliar o desempenho do trabalhador, facilitar a colaboração entre os funcionários e sugerir níveis de remuneração. Como o blockchain verifica apenas os dados, está livre de preconceitos e mantém registros inalteráveis de cada transação e interação, gerando confiança. Organizações em todo o mundo começaram a automatizar tarefas gerenciais. A maioria dos líderes acredita que a IA vai acabar assumindo funções de gestão completas.
Mesmo ao nível gerencial, os insights e conselhos das máquinas carecem do contexto e da visão que, até agora, apenas os humanos podem fornecer.
Embora a IA mais recente aprenda sem intervenção humana, ela não tem consciência dos conselhos que dá ou das decisões que toma. Os algoritmos podem acabar incorporando os vieses humanos dos programadores que os desenvolvem ou dos dados que digerem. Enquanto as pessoas são capazes de reconhecer os seus vieses pessoais e fazer ajustes, as máquinas não possuem esta capacidade.
“Mesmo que a inteligência humana seja algo belo e complexo, a realidade pura e simples é que ela nem sempre se dá ao trabalho de processar grandes quantidades de dados – em períodos de tempo muito curtos – para chegar à melhor decisão disponível.”
Os humanos fazem julgamentos utilizando a consciência emocional, enquanto os algoritmos não. Os algoritmos oferecem conselhos, não orientações decisivas sobre questões não rotineiras. Os algoritmos podem tornar as avaliações de desempenho mais completas e precisas, mas com relação a classificações, aumentos, promoções e despromoções, a maioria dos funcionários deseja que seus gerentes tomem a decisão final.
A liderança e a tomada de decisão de nível superior não funcionam bem nos algoritmos.
As decisões devem se integrar a uma série de fatores e considerações – o efeito sobre os vários stakeholders, o alinhamento aos valores compartilhados de uma organização e o impacto da decisão na visão compartilhada, entre outros. Muitas tarefas gerenciais enfrentam a automação. As tarefas de liderança não.
“Esta não é uma corrida contra as máquinas” (…) Esta é uma corrida com as máquinas.
Os algoritmos não podem produzir a autenticidade de forma sintética. Antes de tomar uma decisão, os líderes levam em conta os novos desenvolvimentos no contexto de outros desenvolvimentos de longo prazo, bem como os seus valores, visão, propósito compartilhado, sentimentos dos funcionários e outros stakeholders, e assim por diante.
A essência da liderança envolve conexão humana. As pessoas não veem a IA ou os algoritmos como possuidores de uma “mente completa” – consciência ou autodeterminação – ou a capacidade de se comunicar com sentimentos, emoções, ter perspectivas múltiplas ou entender fatores díspares complexos. Estas incapacidades tornam a IA pouco confiável para tomadas de decisão importantes. Os líderes devem utilizar os algoritmos apenas para processar e interpretar informações.
Os algoritmos podem ajudar agestão na tomada de decisões, mas sem tomá-las sozinhos. As organizações precisam de novos tipos de líderes com competências avançadas.
A volatilidade e a incerteza tendem a aumentar, o que significa que as organizações precisam de líderes com as seguintes habilidades humanas:
Pensamento crítico – Somente os seres humanos podem pensar criticamente sobre o que os algoritmos produzem e colocar isto no contexto do negócio.
Curiosidade – Apenas os seres humanos têm curiosidade e uma mente aberta para alimentar a imaginação e a criatividade, características que a IA talvez nunca exiba.
Agilidade – Os líderes definem um propósito e um caminho exclusivos para as suas organizações e se adaptam conforme o ambiente muda. Algoritmos não processam bem pequenas mudanças.
Imaginação – Para lidar com a incerteza e evitar a paralisia das decisões, os líderes devem imaginar o futuro. Aproveitando o pensamento crítico, a agilidade e a curiosidade, eles preenchem lacunas de informações para chegar a soluções criativas.
Criatividade – A criatividade e a inovação prosperam no caos e na falta de estrutura, características antagônicas ao funcionamento da IA e dos algoritmos.
Inteligência emocional – A IA pode replicar alguns traços da inteligência emocional, mas não consegue entender a empatia ou os sentimentos humanos.
Empatia – Líderes empáticos entendem os sentimentos e compreendem as pessoas ao nível individual, ajustando-se de acordo. A empatia nunca é artificial.
Julgamento ético – Moralidade e ética pesam em todas as decisões que os líderes tomam. Os algoritmos podem analisar os dados para encontrar padrões, mas isso não infere uma compreensão de por que as pessoas tomam decisões levando em conta a ética, moral e valores. Bons líderes avaliam, pesam e equilibram uma gama ampla de informações e perspectivas. Sem empatia, os algoritmos são inadequados para decisões importantes de liderança.
Para ser um líder bem-sucedido na adoção da IA na sua empresa, seja humilde e inclua outras pessoas na tomada de decisão, encorajando a colaboração e valorizando opiniões diversas. Empodere as pessoas e explique por que a coleta de dados cuidadosa é crucial.
“As empresas que melhor gerem a colaboração entre humanos e algoritmos serão as mais bem-sucedidas no futuro.”
Os líderes mais competitivos utilizam a IA para gerir e analisar os dados, porém adotam os algoritmos com sensibilidade – um cuidado especialmente importante quando a IA for capaz de tomar decisões finais. Eles criam uma cultura na qual as equipes trabalham com algoritmos em harmonia e os algoritmos servem os líderes, gerentes e funcionários, e não o contrário.
Orientadas aos Dados
O ambiente digital
Na era digital, as pessoas – especialmente os da geração do milênio – evitam os canais tradicionais de mídia de massa. Os métodos de antigamente utilizados para definir os consumidores já não rendem mais como antes. O novo ambiente digital exige que se pense em novas maneiras de alcançar os clientes, coletando e analisando dados sobre eles.
Três princípios fundamentais para construir uma estratégia de dados vencedora
Três ideias orientadoras marcam o futuro do “marketing orientado aos dados”:
Você tem mais e menos dados do que pensa – Em 2016, 34% das vendas líquidas da Kellogg’s vieram dos seus cinco principais clientes atacadistas, como o Walmart, então a Kellogg’s não tinha um relacionamento direto com clientes individuais. No entanto, ela coletou milhões de endereços de e-mail de consumidores por meio de seu programa Family Rewards – e-mails que representavam um contato direto com os consumidores, algo incomum para a Kellogg’s.
Não há uma verdade única, apenas teorias com utilidade variável – A determinação é um traço principal na liderança empresarial. No entanto, confiar os seus planos concretos a uma “cartilha de marketing para múltiplos anos” é semelhante a um meteorologista que ignora suas próprias previsões de fortes tempestades e constrói uma casa em uma área conhecida por deslizamentos de terra. Lidar com dados exige uma ação e pensamento fluidos. É comum as empresas acreditarem erroneamente que seus conjuntos de dados são suficientemente grandes, mas, no ambiente de coleta de dados de hoje, os conjuntos de dados podem e vão crescer exponencialmente à medida que novas tecnologias estiverem online.
Plataformas de gestão de dados
As cinco fontes do poder impulsionado por dados
Quase 50% das empresas da Fortune 500 utilizam uma DMP. A outra metade planeja implementar uma. Os sistemas baseados em DMPs podem fornecer retornos significativos e constantes, abordando os dados por meio de cinco “padrões de uso amplo que geram retornos mais altos e reincidem de maneira confiável entre setores e negócios verticais”:
Segmentação (pessoa certa) – Um fluxo de dados precisos dos clientes permite que os profissionais de marketing segmentem os indivíduos de forma mais estratégica e com maior precisão, redefinindo-os repetidamente à luz de novos dados.
Ativação (lugar certo) – A infinidade de canais e plataformas com os quais os clientes interagem significa que você pode alcançá-los “intencionalmente” – e medir sua resposta – utilizando uma DMP.
Personalização (mensagem certa) – Com base nos dois primeiros elementos, a personalização permite que as empresas forneçam a um usuário o que ele precisa.
Otimização (hora certa) – Para garantir que cada centavo de marketing seja gasto da forma mais eficiente possível, os profissionais de marketing podem definir o número e o tempo das mensagens enviadas aos consumidores. Por exemplo, você não vai querer enviar um anúncio a um cliente que você sabe que acabou de comprar o seu produto.
Insights (ideia certa) – Utilizar dados e análises obtidos dos primeiros quatro elementos vai resultar em maior precisão, eficácia e eficiência em futuros esforços de marketing.
Modelo de maturidade da capacidade
Informal – As empresas do “Estágio 1” podem ter metas pouco claras, equipe qualificada limitada e dados insuficientes para apoiar as decisões baseadas em dados. Apenas alguns stakeholders estão envolvidos nesta fase. No entanto, as empresas do Estágio 1 criaram processos e uma infraestrutura estável, por exemplo, um DMP para a coleta de dados. Estas empresas provavelmente ajuntam dados recebidos de fontes relativamente acessíveis, incluindo ferramentas de análise da web e pixels de publicidade digital, mas também possuem dados offline inacessíveis. Elas planejam um DCOE para transmitir os dados por toda a empresa e tomar ações com base em objetivos ROI.
Organizado – As empresas do “Estágio 2” aproveitam dados apenas para determinados fins. Elas ainda não estão preparadas para fazer pleno uso de todas as possíveis opções baseadas em dados. Elas desenvolveram e definiram objetivos específicos, como reduzir o desperdício de gastos com publicidade em 15%, mas sofrem com metas mais gerais que não possuem elementos mensuráveis. Elas atribuíram papéis e responsabilidades importantes a um “gestor de mídia ou analítica”, mas não implementaram completamente um DCOE para a partilha de dados tampouco tornaram estes dados acessíveis aos silos. Nesta fase de desenvolvimento, a empresa está começando a compartilhar informações por todos os setores, já centralizou a maioria dos dados e está expandindo para buscar novas fontes de dados.
Otimizado – As empresas do “Estágio 3” são relativamente raras. Apenas algumas empresas adotaram com sucesso a “transformação pelos dados”. Elas incluem a Meredith, Adidas, L’Oréal EUA, Turner, Pandora e ABI. Devido ao investimento e esforço consideráveis para se tornarem pioneiras, contando com o financiamento e apoio direto dos executivos, elas são capazes de utilizar os dados com flexibilidade para alterar a forma como se conectam, comunicam, escutam e vendem para os clientes. Cada uma destas empresas seguiu um processo orientado claramente pelos dados, mesmo que, às vezes, estes dados contradigam o status quo.
Especialmente nas grandes empresas, tome cuidado para nunca isolar o grupo encarregado de desenvolver umaorganização orientada aos dados. Os esforços deste grupo vão permitir, no devido tempo, o fluxo de dados em toda a organização. Qualquer isolamento inicial apenas retardaria o processo e precisaria ser superado posteriormente.
Qualquer transformação que permeie toda a empresa acarreta múltiplos riscos, e mudar para o marketing “orientado a dados” não é exceção. Gerencie os riscos com cuidado e identifique a melhor forma de integrar dados, sistemas, pessoal e processos.
Modelo de três camadas
Para competir no marketing orientado por dados, aplique este modelo de três camadas. De baixo para cima, as camadas oferecem várias formas de envolver os consumidores utilizando as forças combinadas de gestão de dados, inteligência artificial e análise:
Saber (identificação) – Este elemento fundamental da gestão de dados “unifica e sincroniza” informações de várias fontes e permite que você alcance os consumidores onde eles estiverem e quando você precisar se comunicar com eles com maior especificidade.
Personalizar (inteligência) – Esta camada de IA mostra “o que” a empresa deve fazer a seguir para acompanhar clientes específicos.
Engajar (orquestração) – Este elemento tem como alvo os consumidores “quando” e “onde” tal abordagem for mais vantajosa para os seus objetivos.
Olhando para o futuro
O futuro que o marketing orientado por dados pode alcançar nos próximos anos é, obviamente, desconhecido. A sua trajetória atual sugere um provável aumento nas tecnologias de IA que devem liberar mais tempo para a equipe. Independentemente de como a tecnologia evolui, a capacidade de coletar dados vai ser sempre fundamental. As opções de descoberta e recolha de informações sobre os consumidores têm tudo para expandir exponencialmente.
Política do Futuro
Novas ferramentas poderosas nas mãos de poucos
As tecnologias estão mudando o mundo de maneiras profundas. Embora muitos líderes optem por ficar de fora e aceitar as mudanças promovidas pela tecnologia, é importante que todos, de forma responsável, preparem-se para a ampla varredura da revolução digital que deve transformar a sociedade humana. A revolução tecnológica promete ser tão monumental quanto a revolução industrial, a revolução agrícola ou até mesmo o desenvolvimento da própria linguagem humana. No entanto, muitas vezes parece que as ferramentas digitais estão sendo desenvolvidas sem que se reflita muito sobre os seus impactos mais amplos na sociedade. Os estudantes das ciências, tecnologia, engenharia ou matemática raramente se deparam com cursos sobre filosofia política ou política social. Da mesma forma, a maioria das artes liberais não buscam uma compreensão profunda de como a tecnologia funciona.
“Ainda não estamos prontos – intelectual, filosófica ou moralmente – para o mundo que estamos criando.”
As mudanças tecnológicas prometem trazer consequências tanto econômicas quanto morais em sua essência. Por exemplo, a realidade virtual um dia fornecerá sexo virtual como um bem de consumo. Este fato levanta várias questões complicadas. Deveria ser permitido uma empresa poder vender sexo virtual com um avatar projetado para se parecer com uma celebridade, ou o cônjuge de um amigo ou outra pessoa real? A visão libertária poderia argumentar que, se ninguém é prejudicado pelo sexo virtual, a supervisão do governo é desnecessária; mas e se o parceiro sexual virtual for uma criança? Tais questões são partes de uma trama muito maior: nas próximas décadas, à medida que a tecnologia continuar avançando, a humanidade pode acabar entregando a sua própria autonomia aos sistemas digitais que a maioria das pessoas não compreende nem controla totalmente.
Três características definidoras
A revolução tecnológica – um “mundo da vida digital” formado por computadores poderosos processando grandes quantidades de dados – é algo novo para a humanidade. Nunca antes os humanos lidaram com uma tecnologia tão sofisticada servindo de base para a comunicação e o comércio. Três desenvolvimentos-chave vão moldar o futuro da sociedade e da política:
Sistemas mais inteligentes – Através da inteligência artificial (IA), os engenheiros estão construindo sistemas tão bons ou melhores que os humanos para realizar uma série de tarefas. Os carros autônomos já são uma realidade e a Ford espera que seu primeiro veículo autônomo chegue às concessionárias em 2021. A IA descobriu como transcrever a fala humana, ler os lábios humanos e escrever notícias. Robôs estão inclusive escrevendo discursos políticos. O aprendizado das máquinas – no qual um objeto inanimado adquire conhecimentos por meio da tentativa e erro – vai permitir que a IA continue a melhorar. Estes avanços são alimentados pelo crescimento exponencial de poder e velocidade de computação.
Tecnologia onipresente – Os dispositivos digitais estão profundamente entrelaçados na vida humana moderna. Cerca de 90% dos americanos jamais permanecem a mais de um metro de distância dos seus smartphones. E a tendência da “tecnologia em toda parte” está apenas começando. Os dispositivos digitais vão proliferar nas próximas décadas, à medida que sensores embutidos se multipliquem em eletrodomésticos, roupas e acessórios. Estima-se que de 25 a 50 bilhões de dispositivos estejam conectados à Internet até 2020. Enquanto isso, os avanços na tecnologia blockchain vão aprofundar as conexões construídas por dispositivos onipresentes. O digital também vai se tornar mais presente no mundo físico. A população de robôs já está crescendo rapidamente. Eles lidam tanto com as tarefas mais comuns – como o transporte de estoque nos armazéns da Amazon – como tarefas complicadas, aplicadas às cirurgias.
Big Data – Mais e mais atividades humanas estão sendo quantificadas. Seja fazendo uma compra na Amazon ou uma postagem rápida no Instagram, tudo vai para o Big Data. Já em 2012, os pesquisadores utilizavam dados de localização por GPS para prever – com total exatidão – onde um usuário de smartphone estaria 24 horas depois. Para muitas empresas de hoje, os dados são uma matéria-prima vital, assim como o carvão durante a revolução industrial. Os governos também dependem cada vez mais de dados para gerenciar comunidades e obras públicas.
O futuro do poder
O avanço da tecnologia levanta questões importantes sobre a escolha pessoal e o papel do Estado. Por exemplo, quando os humanos são responsáveis por seus veículos, a adesão aos limites de velocidade e às regras estacionamento depende da disposição do operador de arriscar a punição do Estado. Já os carros autônomos podem ser programados para evitar qualquer atividade ilegal. Um terrorista não seria capaz de lançar um veículo automatizado contra uma multidão de pedestres, e um carro autônomo encostaria automaticamente para permitir a passagem de uma ambulância ou uma abordagem policial. No entanto, retirar o poder de escolha dos motoristas também significa dar a palavra final à máquina diante de dilemas éticos.
Força – Nesse tipo de poder, uma parte remove a capacidade da outra parte de escolher se deseja cumprir. Entidades baseadas no Estado, como a aplicação da lei e os sistemas judiciais, incorporam mais claramente este tipo de poder, mas a tecnologia está fazendo avanços nessa área. O eBay, por exemplo, estabeleceu o seu próprio sistema que resolve cerca de 60 milhões de litígios por ano. O sistema judicial americano, pelo contrário, é capaz de lidar com menos de 20 milhões de ações civis anualmente.
Vigilância – O poder não exige necessariamente força. Como sabem os políticos, a manipulação é mais eficaz. O soft power é exercido através da vigilância – coleta, manutenção e análise de informações sobre os outros. Durante grande parte da história humana, a vigilância exigia a interação cara a cara: a mãe monitorando a jarra de biscoitos da família, ou a mulher verificando a maquiagem no espelho. No mundo da vida digital, as máquinas podem ampliar o monitoramento. A polícia já começou a utilizar dispositivos como o Amazon Echos para investigar assassinatos. No futuro, as máquinas vão aplicar as informações coletadaspara prever o comportamento humano mais minuciosamente e avaliar as pessoas de acordo com pontuações e outras medidas.
Controle da percepção – Controlar o que as pessoas pensam ou como percebem o mundo é uma ferramenta poderosa. Os filtros são uma parte importante do controle da percepção; eles moldam o discurso, direcionando o que as pessoas veem e sentem. No século XX, os meios de comunicação de massa realizavam a maior parte da filtragem pela mídia impressa, rádio e televisão. A ascensão da Internet pode ter removido alguns desses filtros tradicionais, mas em muitos aspectos – em casos como o Great Firewall da China e o app do Facebook – a revolução digital ajudou a criar novos tipos de filtros ainda mais poderosos. As máquinas já dominam uma das principais fontes de controle de percepção: os resultados das buscas online. E, olhando para o futuro, as máquinas devem, cada vez mais, participar do controle da percepção, enquanto moderadores automatizados tomam o lugar dos jornalistas humanos na distribuição de notícias. 
O paradoxo da liberdade
Os avanços na tecnologia digital criaram uma era dourada de inovação e criatividade. Eles também centralizam o poder nas mãos de algumas empresas poderosas e do Estado. Este paradoxo nem sempre é óbvio, mas está presente: a tecnologia digital tanto expande a liberdade como a limita. Veja, por exemplo, o iPhone ou o iPad. Ambos são maravilhas do design, fáceis de usar e quase indispensáveis. Mesmo assim, a Apple está no comando. O proprietário de um iPad pode escolher quais aplicativos baixar, mas a Apple aprova estes aplicativos. Como observou o estudioso jurídico Tim Wu, os proprietários de produtos da Apple concordaram em trocar “um pouco de totalitarismo pela conveniência”.
A política e a economia no mundo digital
A revolução digital já reformulou a forma como as candidaturas políticas são conduzidas. Os candidatos utilizam as tecnologias para arrecadar dinheiro, mobilizar apoio e, com a ajuda do Big Data, coletar informações sobre os eleitores. A campanha presidencial de Barack Obama em 2012 ganhou notoriedade por seus avanços nesta área. Quatro anos depois, uma empresa contratada por Donald Trump supostamente construiu perfis extensivos de 220 milhões de pessoas, um tesouro de informações que permitiram que sua campanha segmentasse anúncios com eficiência. 
“Estamos às portas do mundo da vida digital, um mundo habitado por sistemas digitais que vêm para rivalizar e superar os humanos em uma ampla gama de funções.”
No mundo da vida digital, parece provável que o desemprego humano possa se generalizar. Conforme as máquinas vão desenvolvendo a capacidade de executar muitas tarefas hoje executadas por pessoas, os trabalhadores humanos serão menos necessários. Em meio à competição acirrada pelos empregos restantes, os salários dos trabalhadores vão cair. No entanto, o aumento das taxas de desemprego não deve causar uma depressão. Em vez disso, a nova economia automatizada vai se manter lucrativa e eficiente. Os governos podem optar por cuidar dos cidadãos desempregados, expandindo as redes de segurança social existentes ou oferecendo uma renda básica universal: um subsídio mensal em dinheiro “sem compromisso”.
Protegendo a democracia
Algumas democracias lançaram mão da tecnologia para aumentar a participação pública no governo. Em Paris, por exemplo, a tecnologia permitiu o conceito de “orçamento participativo”, no qual os eleitores podem enviar propostas orçamentais que são votadas por outros parisienses. Ainda assim, em muitos aspectos, a revolução digital representa uma ameaça à democracia. Se as empresas do Vale do Silício ou outras forças puderem controlar os pensamentos dos eleitores, os conceitos de vontade política e divergência vão ser minados. Assim, proteger a democracia em uma revolução digital requer dois passos. O primeiro é a transparência. Os cidadãos devem saber o que as organizações que controlam suas vidas estão fazendo. 
Força Digital
Transição para o mundo digital
As organizações na maioria dos setores precisam se converter às operações digitais e entrega digital, sob o risco de sofrerem uma “desintermediação”. Conforme o mundo físico se transporta para a Internet através de milhões de dispositivos conectados – formando a Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês) – a maioria das empresas enfrenta uma janela cada vez menor para agir. Este rol inclui empresas de varejo, manufatura, saúde, entre outras áreas de atuação. Caso você não mude, talvez acabe oferecendo soluções, ferramentas e produtos “legados” desatualizados e potencialmente mais caros. Você vai ter dificuldades em atrair e manter os clientes diante dos concorrentes com ofertas modernas, integradas, fáceis de usar e geralmente mais baratas. Dê uma boa olhada no seu negócio e sua cultura. Os seus clientes amam os seus produtos ou serviços? 
“A transformação digital consiste em automatizar mais operações, criar recursos digitais que gerem mais receita e trazer novas conveniências e valor aos clientes.”
A sua “transformação” para o mundo digital pode significar renovar suas operações, bem como reformular produtos e serviços. Os clientes esperam softwares intuitivos, geralmente baseados na nuvem, que se integrem facilmente a outras ferramentas e plataformas. Para superar os concorrentes que se apegam aos modelos tradicionais, você vai precisar criar ferramentas e processos que derrubem silos, incentivem e permitam o compartilhamento de informações e forneçam informações em tempo real.
“Faça algo inovador, algo que melhore a experiência do cliente, otimize o trabalho de um colega ou torne o mundo um lugar mais seguro.”
Alcance a sua transformação digital de forma lenta e metódica. Ao investir no planejamento, criação de recursos de dados, alteração das práticas de TI e renovação da sua cultura, busque persistentemente o seu futuro digital, dando pequenos passos todos os dias. Isto exige esforço contínuo e concentrado.
Uma cultura Agile
Inicie a transformação digital das suas ferramentas de tecnologia, instituindo as práticas Agile. Convoque os seus melhores profissionais, incluindo profissionais de TI e gestores de negócios ou processos. Avalie a visão e os riscos. Identifique e priorize as mudanças necessárias e as subdivida em entregas distintas e definidas que possam ser alcançadas em “sprints”. Por meio da abordagem Agile, você cria flexibilidade e capacidade de resposta aos comentários dos clientes, permitindo que os stakeholders alterem os requisitos e redefinam as prioridades.
Equipes de planejamento e desenvolvimento
Configure equipes de planejamento e desenvolvimento para gerir e preparar as entregas. As equipes de planejamento devem concentrar cerca de 80% da atenção no próximo estágio de entregas – o próximo sprint de desenvolvimento – enquanto as equipes de desenvolvimento executam o sprint atual. As equipes de planejamento precisam de um “proprietário de produto” que se comunique com os stakeholders e os represente priorizando as entregas, determinando os requisitos do produto e dimensionando as entregas para estimar o tempo e os custos de desenvolvimento. Este é um processo longo e exigente, mas necessário.
“A transformação digital em um setor acontece rapidamente. Uma vez que a transformação esteja em andamento, é provável que você tenha apenas 10 anos para se transformar em um negócio digital competitivo.”
As equipes de planejamento devem também incluir um “analista de negócios” e um “líder técnico”. O analista de negócios descreve e documenta os requisitos da equipe. O analista trabalha com os desenvolvedores para garantir que eles entendam claramente as necessidades da equipe. O líder técnico ajuda a articular soluções, incluindo desdobrar as entregas em partes, combinar os requisitos com os processos técnicos e identificar soluções “minimamente viáveis”. O líder técnico também gerencia o “controle de versão” do software e o backlog de melhorias futuras no código – a chamada “dívida técnica” – enquanto motiva a equipe de desenvolvimento. 
Controlede qualidade
Não economize no controle de qualidade. Coloque especialistas em qualidade e não desenvolvedores para gerir a qualidade. É natural que as equipes cometam erros e vacilem. As equipes necessitam de vários ciclos de sprint para ajustar o ritmo. Dite o ritmo dos seus sprints – normalmente duas a três semanas para cada um – para que as equipes tenham tempo suficiente para realizar testes no final de cada sprint e antes do lançamento de uma entrega final. Planeje e teste agora para evitar perder tempo corrigindo entregas passadas durante os sprints futuros.
Escolhas críticas
As organizações e os produtos de TI permanecem estagnados quando se concentram cada vez mais no suporte e menos no desenvolvimento. Esta relutância em se “modernizar” leva à manutenção de sistemas desatualizados que estão prestes a sofrer disrupção. Separe a sua equipe de desenvolvimento das suas equipes de suporte e operações. Os desenvolvedores vão ainda trabalhar com a equipe de operações para corrigir problemas nas versões anteriores, mas devem se concentrar em melhorias, atualizações e inovações. Conforme a sua transformação digital vai amadurecendo, volte a integrar ou unir as equipes. Permita o link entre as equipes de desenvolvimento e de operações – práticas “DevOps” – em torno de áreas de responsabilidades sobrepostas.
“O caminho para encontrar o seu espaço, possuir programas digitais ou ser o paladino da estratégia digital é deixando bem claro que você e sua equipe podem definir, amadurecer e dominar as práticas digitais.”
Desenvolva os seus recursos Agile em “plataformas” flexíveis e cuidadosamente selecionadas – “Java e PHP, CRM ou ERP” – que aproveitam eventuais códigos e aplicativos reutilizáveis. Evite “soluções pontuais” que possam atender a uma necessidade comercial específica, mas que exijam um trabalho extensivo para integrar. Incentive os desenvolvedores a criarem um código reutilizável. Reúna uma pequena equipe para avaliar as opções e propor soluções. A sua plataforma deve permitir que seus melhores desenvolvedores inovem e trabalhem mais rápido. Assegure-se de que as suas plataformas de front-office, como Tableau ou WordPress, permitam um “sign-on unificado” e uma conversão fácil para a utilização móvel. Torne os desenvolvedores mais produtivos, fornecendo ferramentas de desenvolvimento rápidas – como gerenciamento de versões, recursos avançados de controle de qualidade – e aspectos simplificados de integração e segurança – como criptografia avançada, ferramentas de analítica e “recuperação de desastres”.
“A disrupção digital permite o surgimento de novos produtos e concorrentes de fontes não tradicionais.”
Escolha estrategicamente uma plataforma Big Data, como o Hadoop, devido à sua adequação aos negócios, capacidade de gerenciar os seus maiores conjuntos de dados e facilidade de utilização e aprendizado.
Princípios da transformação
Construa cuidadosamente a sua cultura de TI para incentivar a colaboração, a partilha de conhecimentos, a diversão, a competição e o estímulo. Idealize um local de trabalho onde os funcionários queiram passar o seu tempo. Reconheça o bom trabalho para criar um sentimento de missão e objetivos compartilhados. Encontre e cultive pessoas e equipes responsáveis, resilientes, abertas e orientadas à ação que queiram aprender e colaborar, e que desfrutem da companhia uns dos outros depois do trabalho.
“Sprints bem-sucedidos levam você do ponto A ao ponto B, mas somente quando você lança uma nova tecnologia nos ambientes de produção é que você começa a demonstrar o valor comercial.”
Colete insights sobre o negócio e suas prioridades de uma ampla gama de funcionários. Configure uma “ferramenta de gerenciamento de portfolios” baseada na nuvem para documentar, classificar e acompanhar projetos em andamento, novas ideias e recursos disponíveis. Identifique as prioridades dos projeto e incentive a colaboração multifuncional e multidepartamental e a partilha de informações. Incentive os funcionários a lançarem mão destes recursos, começando pequeno e direcionando-os às necessidades mais cruciais.
Práticas de governança de dados
As organizações digitais prosperam devido aos dados. Arquitete os seus recursos de captura de dados, análise e tomada de decisões orientada aos dados de maneira rápida e abrangente. Supere o seu provável maior desafio – acessar talentos especializados em dados – colaborando com empresas que forneçam serviços analíticos externos especializados e encontrando maneiras de adquirir ou desenvolver as competências internas de “ciência de dados” das quais você necessita. Você pode desenvolver as habilidades e a disciplina para agregar a captura de dados nos seus produtos e serviços. Isto vai permitir melhorias constantes de acordo com o que os seus usuários fazem, como o fazem e de que maneira as suas ferramentas funcionam em tempo real. Utilize o Big Data em combinação com ferramentas de “aprendizado das máquinas e inteligência artificial” para alcançar descobertas que estimulem a ação. Depois de concluir esta análise preditiva, aplique-a para ajustar os seus produtos e desenvolver novos recursos. Torne a tomada de decisão orientada aos dados parte da sua cultura, “de cima para baixo e de baixo para cima”.
Mantendo o rumo, antecipando e buscando adesão
Utilize os dados para rastrear o pulsar dos desejos e necessidades do cliente. Melhore continuamente ao invés de esperar até que as pressões competitivas provoquem a necessidade de uma atualização massiva, difícil e arriscada. Utilize projetos piloto para instituir atualizações menores. Experimente as ferramentas e serviços disponíveis para determinar quais novos “produtos digitais” potenciais devam produzir o maior retorno, atrair novos clientes e reter os já existentes. Empregue as informações coletadas para decidir quais produtos atuais vão ser expandidos ou descontinuados.
“Tornar-se mais inteligente e mais rápido” (...) é o que diferencia as organizações digitais dos seus pares.
Para desenvolver novos produtos, os seus líderes devem entender as suas necessidades de mercado, escala e condições econômicas e políticas que impulsionam a demanda ou antecipam grandes mudanças. Conheça os possíveis clientes de cada produto: porque eles estariam interessados e quanto vão estar dispostos a pagar. Entenda os produtos dos seus concorrentes e qualquer restrição regulatória. Veja se você possui talentos disponíveis para construir o produto desejado e, caso afirmativo, de quem vai ser a responsabilidade. Detalhe as projeções de vendas, receita e lucro para consolidar a sua estratégia conquistar a adesão dos executivos de topo. Inicie o processo de desenvolvimento Agile. Desenvolva o seu “plano de entrada no mercado”, incluindo branding, precificação, publicidade, pontos de venda – incluindo parcerias – e eventuais “considerações legais”.
“Quando você estiver atuando de forma mais inteligente e com maior rapidez, as ameaças de novos competidores nativos digitais e startups podem parecer menos intimidantes. Você precisa ser capaz de avaliar os seus pontos fortes e fracos e encontrar maneiras de competir, cooperar ou fazer parceria com eles.”
Decisões rápidas e inteligentes podem fazer você se destacar na era digital. Faça tudo mais rapidamente, com base em informações e evidências. Construa a capacidade de criar ferramentas com agilidade e para os clientes certos. Aprenda a coletar e analisar dados com e eficiência e aplicar os seus insights. Forme alianças com executivos que acreditam na transformação digital e com pessoal técnico que expresse interesse e entusiasmo imediatos. Venda o projeto por toda a empresa; influencie os seus líderes, enfatizando que a pressão dos clientes tem impulsionado a mudança digital. Supere as “barreiras culturais” internas escutando, observando e oferecendo incentivos e treinamento. Aproveite a influência e o incentivo das forças na empresa, incluindo o CEO, para trazer mais pessoas a bordo.
Big Data na Prática
Um grande negócio
Hoje, a enorme geração de dados combinada com uma analíticapoderosa, algoritmos e inteligência artificial (IA), além do custo cada vez mais baixo do armazenamento de dados, fazem desta a era do Big Data. Mas o seu futuro pode ser limitado. Devido às quantidades indescritíveis de dados que quase todas as organizações, em todos os setores, produzem todos os dias, a ênfase passará para os “dados inteligentes”. As empresas que utilizam dados de maneira seletiva e os analisam e aplicam com sabedoria para aprimorar a sua tomada de decisões, conquistam uma vantagem competitiva sobre aquelas que não o fazem.
“Duas coisas” (…) estão alimentando esse grande movimento dos dados: o fato de termos mais dados sobre qualquer coisa e nossa capacidade aprimorada de armazenar e analisar os dados.
O Big Data afeta quase todos os setores e todos os tipos de função. Quase tudo o que você faz no trabalho e muito do que você faz em casa – navegar na web, acompanhar as mídias sociais, assistir TV, jogar jogos online e enviar e-mails e textos – produz atualmente dados que várias organizações coletam, analisam e agem para obter lucros. Cada vez mais dispositivos industriais, nos escritórios e nos lares – e que devem chegar à casa dos “50 bilhões em 2020” – estão conectados à Internet, criando a Internet das Coisas (IoT). Todas as organizações, não importa o tamanho ou setor, devem adotar o Big Data e analítica para competir e prosperar. Atualmente, cada empresa pode obter informações valiosas sobre os clientes e rastrear o seu inventário – seja ele tangível ou intangível – de forma detalhada e aplicável.
A Etsy, um shopping online para fabricantes e compradores de itens de artesanato, captura todas as ações que os visitantes realizam no seu site. Os seus analistas buscam insights sobre o que desencadeia uma compra e como fazer melhores recomendações personalizadas em tempo real aos compradores. Como um número crescente de outras empresas, a Etsy disponibiliza os seus dados para quase todos os funcionários. Cada departamento faz alterações experimentais regularmente no site e analisa o impacto resultante nas vendas. Dezenas de novas pequenas alterações aparecem no site diariamente.
Ciência
A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN, do original em francês) gera grandes quantidades de dados a partir do seu Grande Colisor de Hádrons, o qual simula condições que podem ter existido na origem do universo. Milhares de analistas em todo o mundo observam como “centenas de milhões” de colisões de prótons ocorrem a cada segundo a uma velocidade próxima à da luz. Somente algoritmos e supercomputadores podem gerir essa velocidade e volume para detectar as partículas raras – como o “bóson de Higgs”. Para apoiar os esforços globais de conservação, sensores, satélites, Big Data e analítica preditiva ajudam os cientistas a rastrearem animais, plantas e sistemas ecológicos ameaçados e avaliar e prever o impacto da poluição, do desmatamento e da invasão humana. Os sismólogos utilizam algoritmos e “técnicas de modelagem preditiva” na análise de dados de fotografias de satélite, sensores, condições atmosféricas e incidentes passados para preverem terremotos com precisão em 90% das vezes.
Entretenimento
A Netflix combina estratégias de analítica para entender e prever as preferências do espectador. A analítica de Big Data da Netflix levou a empresa a investir em House of Cards, baseando-se unicamente em previsões. A Netflix avalia quase 80 mil fatores para selecionar programas e filmes. Os dados inseridos no Quill, uma “plataforma de geração de linguagem natural”, geram notícias “a granel” para firmas como a MasterCard e a revista Forbes. A maioria das pessoas não percebe que um algoritmo produziu o material publicado. A British Broadcasting Corporation aplica “tecnologia de reconhecimento facial” para obter informações sobre as emoções dos espectadores enquanto assistem os seus programas, permitindo ajustar o conteúdo de acordo com as reações do espectador. A Caesars Entertainment coletou dados sobre os visitantes dos seus cassinos por quase duas décadas. Hoje, combina a modelagem preditiva e o “marketing direcionado e automatizado” para personalizar a experiência de cada visitante e maximizar os gastos dos hóspedes.
“Estamos testemunhando um movimento que tem poder de transformar completamente qualquer área dos negócios e da sociedade.”
A Walt Disney Company gastou quase US$ 1 bilhão em 2013 para instalar sensores em todo o seu parque temático na Flórida. Isso permite rastrear mais de 120 milhões de visitantes anuais, capturando os seus movimentos no parque, o tempo que passam nas filas e o que compram e comem. Os hóspedes que optam por utilizar as “MagicBands” da Disney podem planejar e personalizar suas férias, enquanto a Disney utiliza os dados para personalizar as experiências dos clientes e gerir as operações. As fabricantes de videogames Electronic Arts e Zynga capturam tudo o que os jogadores fazem online para otimizar os jogos e adaptá-los às preferências individuais dos jogadores. Como a Etsy, a Zynga disponibiliza os seus dados a todos os funcionários e implementa cerca de 1.000 experimentos simultâneos nos jogos ao vivo, permitindo que diferentes produtos incorporem práticas de outros jogos.
Fabricação
Sensores e chips integrados conectam à Internet outros dispositivos além dos computadores, adicionando continuamente informações à Internet das Coisas (IoT). Empresas como a Rolls-Royce utilizam a IoT para capturar dados dos seus produtos à medida que os clientes os utilizam. Os motores a jato da Rolls-Royce transmitem dados em tempo real sobre “todos os mínimos detalhes” das suas operações para serem acompanhados por analistas. Em seguida, estes especialistas executam algoritmos para prever as necessidades de manutenção antes que os motores exibam problemas discerníveis para os seres humanos. A John Deere agrega dados de sensores ligados aos seus equipamentos pesados operados por agricultores ao redor do mundo.
Esportes
A IoT também afeta os esportes. Na Fórmula 1, por exemplo, sensores nos carros produzem dados em tempo real sobre falhas mecânicas microscópicas, detalhamento do desempenho do motorista e muito mais. Quando o piloto entra em um pit stop, a equipe sabe exatamente o que consertar para recuperar mais rapidamente o carro na corrida. Em 2012, o piloto Sebastian Vettel bateu durante o Grande Prêmio do Brasil. 
Pequenas e médias empresas
O açougue Pendleton & Son Butchers, em Londres, enfrentou uma grande ameaça comercial quando um grande supermercado se mudou para o seu bairro. Utilizando sensores nas suas vitrines, a Pendleton testou como os transeuntes reagiam a várias maneiras de expor os produtos, avaliando a probabilidade de entrarem na loja. Os dados permitiram que os proprietários otimizassem as vitrines da Pendleton e mantivessem a loja aberta após o horário comercial normal para servir os frequentadores de bares noturnos. Embora não seja tecnicamente uma pequena empresa, a Dickey’s Barbeque Pit, uma cadeia de mais de 500 restaurantes nos EUA, captura e agrega dados de vendas das caixas registradoras com cartões de fidelidade e pesquisas. Ela analisa os dados três vezes a cada hora para ajudar as filiais a tomarem as melhores decisões imediatas sobre inventário, promoções e ações.
Cuidados de saúde
Médicos e enfermeiras tomam notas manuscritas e mantêm registros em uma ampla variedade de formatos. A natureza desses “dados não estruturados” dificulta a analítica de Big Data. Para permitir a análise, aplicativos de “reconhecimento ótico de caracteres” estruturam os dados para sugerir cuidados personalizados.
Governo
O Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA desenvolveu o seu sistema AVATAR, com sensores e câmeras que medem os movimentos e expressões dos viajantes. Em combinação com um agente automatizado que faz perguntas e, simultaneamente, verifica os viajantes em relação aos bancos de dados dos perfis, o sistema sinaliza perfis suspeitos. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA lança mão de um sistema que “sincroniza” e analisa dados de múltiplas fontesem tempo real para prever ataques com dispositivos explosivos improvisados e detectar quem constrói as bombas. A Transport for London conta com um sistema de bilhetes em “cartões inteligentes” para coletar dados sobre a utilização de transporte público, aprimorar os fluxos e alertar os usuários sobre problemas futuros.
Tecnologia da Informação
O setor de TI lidera o uso de Big Data de várias maneiras. O Facebook talvez possua a maior coleção de dados pessoais jamais acumulados. O LinkedIn tem mais de 400 milhões de membros, cada um com um perfil de negócios detalhado. O Facebook e o LinkedIn tiram o máximo de vantagem dos seus dados anônimos de usuários e membros para fazer com que os anunciantes alcancem o público-alvo exato, de acordo com fatores que variam de dados demográficos e renda a gosto musical e preferências de filmes. O LinkedIn associa os empregadores aos candidatos a emprego usando análises semelhantes. A Microsoft aproveita o seu enorme alcance para coletar dados de tudo o que seus usuários fazem no seu sistema operacional Windows 10 e por quanto tempo – incluindo quais outros softwares utilizam. 
O Watson, uma tecnologia de IA da IBM, aprende e melhora continuamente, digerindo enormes quantidades de dados e aplicando algoritmos e aprendizagem das máquinas para os processar. O Watson trabalha na área de saúde para diagnosticar o câncer e também é útil em campos tão variados quanto finanças e prevenção de crimes. Ele representa o emergente e crescente campo da IA de última geração que tem o potencial de trazer mudanças radicais. A Google processa quantidades inconcebíveis de dados por meio da aprendizagem das máquinas e inteligência artificial avançada para manter a sua liderança massiva nas pesquisas online.
Ferramentas
Uma enorme variedade de ferramentas de banco de dados, programação, analítica, aprendizagem das máquinas e IA compõem um mercado robusto para o setor do Big Data. Alguns, como o Hadoop, aparecem no conjunto de ferramentas utilizadas por quase todas as organizações. O serviço de armazenamento da Amazon Web Services é amplamente utilizado. Muitas empresas desenvolvem ferramentas proprietárias nas suas operações com dados.
Obstáculos e desafios
Blockchain Revolution
A plataforma de uma revolução
Um novo protocolo tem permitido às pessoas comuns promoverem a confiabilidade na Internet utilizando “um código inteligente” em uma “plataforma global confiável”. Este é um conceito revolucionário: um modelo que autorize transações de confiança diretamente “entre duas ou mais partes, autenticadas pela colaboração em massa e alimentadas por autointeresses coletivos”, livres de grandes empresas movidas pelos lucros. Esta plataforma já existe e está sendo chamada de “Protocolo da Confiança”, o alicerce de um número cada vez maior de livros-razão – similares aos utilizados na contabilidade para demonstrar a movimentação das contas – denominados de Blockchains. Os Blockchains podem registrar eventuais transações realizadas na Internet e depois distribuí-las por todo o mundo. O exemplo deste protocolo que hoje mais se destaca é a criptomoeda Bitcoin. Apesar da tecnologia envolvida ser complicada para os iniciantes e a palavra Blockchain não soar tão intuitiva, o conceito principal é muito simples. Os Blockchains permitem, por exemplo, que você envie dinheiro de maneira direta e segura, sem a necessidade da intermediação de uma instituição financeira, como um banco, uma empresa de cartões de crédito ou mesmo serviços online como o PayPal.
“Fazer negócios na Internet exige um salto de fé. Porque a infraestrutura não tem toda a segurança necessária, muitas vezes há pouca escolha além de se tratar os intermediários como se fossem divindades.”
Os Blockchains fazem com que a Internet da Informação seja também a Internet do Valor. É uma plataforma da transparência, ao menos no que tange a informação estruturada gravada. Fundamentalmente, “é um código-fonte aberto”: ele pode ser baixado gratuitamente, executado e utilizado por qualquer pessoa interessada em “desenvolver novas ferramentas para o gerenciamento de transações online”. Desta forma, o protocolo tem potencial para gerar inúmeras aplicações, transformando definitivamente incontáveis produtos e serviços.
Compreendendo o funcionamento deste livro-razão global
Hoje, grandes instituições financeiras e alguns governos já implementam os Blockchains como “livros-razão distribuídos” para inovar a maneira como as informações são armazenadas e as transações realizadas. Os seus objetivos são muito práticos e claramente justificáveis: “velocidade, menor custo, segurança, menos erros e a eliminação de pontos centrais de ataque externo e falhas”. Para ser eficaz, cada Blockchain deve ser: “distribuído” nos computadores de voluntários mundo afora, sem uma base de dados central que possa ser hackeada; “público”, para ser conferido por qualquer pessoa a qualquer hora; e “criptografado” com chaves públicas e privadas (como duas chaves em mãos diferentes para se abrir um cofre-forte) para manter a “segurança virtual”, sem a necessidade de firewalls.
“Criptomoedas são diferentes das moedas fiduciárias tradicionais, pois não são criadas ou controladas por países. [O Blockchain] estabeleceu um conjunto de regras” (...) que asseguram a integridade dos dados trocados entre esses bilhões de dispositivos sem passar por uma terceira parte confiável.
Os modelos desta plataforma não envolvem necessariamente uma criptomoeda criada para se realizar pagamentos online, porém os Blockchains mais importantes e de amplo alcance têm como base o modelo Bitcoin criado em 2008 por um programador sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. O Bitcoin, uma moeda digital não rastreável, não é salvo em arquivos localizáveis em um lugar determinado; é na verdade “representado por transações registradas em um Blockchain, como uma espécie de planilha ou livro-razão global” capaz de checar e autorizar todas as operações vinculadas a esta moeda digital.
“Em breve, bilhões de objetos inteligentes no mundo físico estarão detectando, respondendo, comunicando, comprando sua própria eletricidade e compartilhando dados importantes (...) Essa Internet de Tudo” (IoE) precisa de um livro-razão de tudo. Os negócios, o comércio e a economia precisam de uma contabilidade digital.
De dez em dez minutos, ao ritmo do “batimento cardíaco da rede Bitcoin”, todas as transações efetuadas são “verificadas, liberadas e armazenadas em um bloco” vinculado ao bloco anterior, formando uma corrente. Cada bloco deve estar relacionado ao anterior para ser válido. Essa estrutura registra definitivamente o momento e “armazena as trocas de valor”, impedindo que alguém faça alterações no livro-razão. Para furtar um Bitcoin, você precisa “reescrever toda a história da moeda no Blockchain” diante dos olhos atentos de todos os interessados, algo praticamente impossível. O mesmo funcionaria com qualquer outro tipo de transação: o Blockchain se torna o livro-razão distribuído que representa a consolidação de todas as operações ocorridas na rede em questão. Para muitos estudiosos, a invenção da contabilidade propiciou o surgimento “do capitalismo e do Estado-Nação”. Este novo modelo de livro-razão digital marca uma nova era e pode gravar “praticamente tudo o que for de valor e importância para a humanidade: certidões de nascimento e de óbito, certidões de casamento, ações e títulos de propriedade, diplomas de ensino, contas financeiras, procedimentos médicos, créditos de seguros, votos, proveniência de alimentos” e qualquer outra coisa que possa ser expressa no formato de código.
“Não é o Bitcoin, o ativo ainda especulativo, que deve lhe interessar, a menos que você seja um Trader” (um negociante). Este livro é sobre algo mais importante que a posse de bens. É sobre o poder e o potencial da plataforma tecnológica subjacente.
Não são apenas os analistas e programadores que têm se entusiasmado pelos Blockchains. Os capitalistas de risco também já mostram enorme interesse na plataforma, algo que não se via desde o surgimentodas pontocom nos anos 1990. Apenas em 2014 e 2015, “mais de US$ 1 bilhão em capital de risco inundou o ecossistema emergente do Blockchain” e esta taxa de investimento quase que tem dobrando anualmente. E o que tem atraído tanto os investidores ao Blockchain? Essencialmente a confiança que o modelo traz, fundamentado nos “quatro princípios da integridade”: “honestidade, “consideração”, “responsabilidade” e “transparência”. Anteriormente ao Blockchain, as transações exigiam que se confiasse na integridade dos indivíduos, intermediários ou organizações, algo complicado de se lidar. Já no mundo em evolução do Blockchain, a confiança está na própria rede e nos objetos físicos conectados a ela. Caso um objeto, “seja um sensor em uma torre de comunicações, uma lâmpada ou um monitor cardíaco”, não for plenamente confiável, ele vai ser rejeitado automaticamente. O livro-razão é essencialmente o sustentáculo desta confiança.
“A base para a prosperidade é a inclusão, e os Blockchains podem ajudar.” (…) Isso significa acabar com as barreiras ao acesso.
Diante deste fato, no futuro os stakeholders, como acionistas e consumidores, vão exigir que todas as corporações de capital aberto e organizações financiadas pelos contribuintes operem as suas contabilidades dentro dos parâmetros do Blockchain. Devido à maior transparência, os investidores vão poder avaliar se o bônus generoso de um CEO é realmente merecido. Novos contratos inteligentes, habilitados por Blockchains, vão exigir que as partes cumpram os seus compromissos, e os eleitores vão ser capazes de acompanhar as ações dos seus representantes.
Promessas e perigos da nova plataforma
Alguns críticos garantem que a tecnologia Blockchain ainda não está pronta para ser aplicada em seu potencial máximo, ou que é “difícil de utilizar” e que já há outras opções disponíveis. Outros apontam para a enorme quantidade de energia necessária apenas para viabilizar a rede de Bitcoins: quais as implicações quando talvez milhões de Blockchains interconectados processam, “cada um, bilhões de transações por dia”? “Será que os incentivos são grandes o suficiente para que, com o tempo, as pessoas participem e se comportem de forma segura, e não tentem dominar a rede?” Não seria a tecnologia Blockchain a “maior eliminadora de empregos de todos os tempos”?
Sete princípios do projeto da economia Blockchain
Os sete princípios da aplicação de uma economia Blockchain são:
Integridade na rede – A “confiança é intrínseca, não extrínseca” e presente em todo o processo, nunca atribuída a um membro somente. Para evitar a duplicidade, por exemplo, um mesmo Bitcoin entregue a duas pessoas ao mesmo tempo, “a rede registra a primeira transação em que o proprietário gasta uma moeda específica e rejeita os gastos subsequentes da mesma moeda.
Poder distribuído – O poder é distribuído por uma rede ponto a ponto “sem nenhum ponto de controle”. Não há a possibilidade de uma parte isolada interromper o processo. Mesmo que uma autoridade central desligue ou desconecte um indivíduo ou grupo, o complexo é capaz de sobreviver.
Valor como incentivo – “O sistema alinha os incentivos de todos os participantes”. A base do modelo é a reputação. O código-fonte foi desenvolvido para que, mesmo que “as pessoas agissem de forma egoísta”, as suas ações beneficiariam o sistema como um todo e aprimorariam as suas reputações. Tendo os Bitcoins como moeda de recompensa, os participantes acabam fazendo o que é certo.
Segurança – Certas medidas de segurança foram introduzidas na rede sem pontos de falha e fornecem não apenas a “confidencialidade”, como a “autenticidade e aceitação a todas as atividades”. A criptografia é obrigatória e assimétrica, ou seja, os usuários obtêm duas chaves que não executam a mesma função: uma serve para criptografar e outra para descriptografar.
Privacidade – As pessoas devem ser capazes de “controlar os seus próprios dados”. O protocolo não exige que as pessoas forneçam “um nome, endereço de e-mail, ou quaisquer outros dados pessoais”, para “baixar e utilizar o software do Bitcoin”. O Blockchain não precisa “saber quem é quem”.
Direitos preservados – “Os direitos de propriedade são transparentes e executáveis.” As liberdades do indivíduo são “reconhecidas e respeitadas”. O protocolo não permite que se negoceie aquilo que não for seu por direito, sejam “bens imobiliários, propriedade intelectual ou direitos pessoais” sem a devida autorização.
Inclusão – Dentro do Blockchain, por meio da “Verificação de Pagamento Simplificado” (SPV), qualquer um com um smartphone pode participar na economia.
Experimentando a transformação: As disrupções dos dispositivos inteligentes
São muitas as possibilidades futuras de se aplicar o livro-razão da Blockchain em dispositivos inteligentes no contexto da Internet das Coisas, visando obter benefícios e avanços específicos em vários setores. Veja alguns exemplos:
Transporte – Um veículo autônomo vai transportar você de forma segura.
Gestão de infraestrutura – Dispositivos inteligentes vão monitorar a “localização, integridade, idade, qualidade” e outros fatores importantes de estradas, linhas ferroviárias, redes elétricas e outras infraestruturas públicas e privadas.
Energia, desperdício e gestão da água – Cestos de lixo cheios vão chamar caminhões e vazamentos em encanações vão acionar encanadores.
Extração de recursos e agricultura – O próprio gado vai permitir que pecuaristas acompanhem a dieta e o histórico de saúde dos animais.
Monitoramento ambiental e serviços de emergência – Agentes autônomos vão acompanhar sensores meteorológicos distribuídos pelo mundo e viver da coleta e venda de “dados meteorológicos críticos”.
Assistência médica – Nos hospitais, aplicativos inovadores vão conectar dispositivos entre si capazes de gerir qualquer ativo e registro médico e monitorar os inventários.
Serviços financeiros e seguros – Seguradoras e financeiras podem utilizar dispositivos inteligentes para localizar e rastrear ativos físicos.
Documentos e cuidados com outros registros – “Patentes, propriedades, garantias, certificação de inspeção, proveniência, seguro, datas de substituição, aprovações”, podem ser digitalizados e mantidos no Blockchain, garantindo a sua integridade.
Construindo e gerenciando propriedades – Sensores digitais podem criar mercado para “1,1 bilhão de metros quadrados de imóveis comerciais” existentes nos EUA, facilitando a procura, venda, “usabilidade e pagamento em tempo real”.
Operações industriais – O “Blockchain industrial” permite que os gerentes das fábricas utilizem dispositivos inteligentes para gerir as linhas de produção.
Gerenciamento da casa – Diversos produtos e serviços estão chegando ao mercado para viabilizar a gestão automatizada da sua casa.
O Condutor do Carro Autônomo
Na guinada desigual rumo ao futuro, a discussão pública sobre os riscos e benefícios das tecnologias em rápido desenvolvimento sugere que as sociedades realmente não têm voz ativa na construção do seu próprio progresso. No entanto, quando desmoronam os sistemas sociais e infraestruturas, os avanços da civilização desaparecem. O iluminismo atenuado dos tempos romanos deslizou na ignorância da Idade das Trevas.
O mundo de hoje, incerto e em franca aceleração
No início, as pessoas abraçaram com alegria os benefícios da revolução do microchip - computadores domésticos, e-mails, GPS e assim por diante. Mas o futuro brilhante logo perdeu o seu fulgor quando os trabalhadores passaram a enfrentar uma “desigualdade de renda” galopante e a perda de postos de trabalho para a automação. Alguns expressaram raiva contra os efeitos economicamente desestabilizantes das grandes empresas de tecnologia, por exemplo lançando excrementos nos ônibus da Google
Lei de Moore
A lei de Moore, que afirma que o número de transistores em chips de silício dobra a cada 18 meses, está subjacente às “tecnologias de avanço exponencial”. Hoje, o crescimento insano está atrelado à queda significativa de custos em áreas como genômica, smartphones e energias renováveis. É isto que impulsiona

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