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Diretriz Braspen Enfermagem em TN oral, enteral e parenteral 2021

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ISSN 2525-7374
Volume 36 | Número 3 | Suplemento 3 
Diretrizes 2021
Brazilian Society of Parenteral 
and Enteral Nutrition
BRASPEN
JOURNAL
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em 
Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
Claudia Satiko Takemura Matsuba, Letícia Faria Serpa, Sandra Regina Maciqueira Pereira, Jaqueline Almeida Guimarães Barbosa, 
Ana Paula Almeida Corrêa, arcia de Souza Antunes, Franciele Anziliero, André Santos Alves de Araújo, Simone Araújo, 
Michelli Cristina Silva de Assis, Mariur Gomes Beghetto, Suely Itsuko Ciosak, Michele Coelho Vicente, Thaiz Angelica Franzoni da Silva, 
Mario Jorge Sobreira da Silva, Rozeane Macedo das Neves, Lilian Leite de Almeida, Luana Ferreira de Almeida, 
Andréia Maria Minutti de Almeida, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Maria Carolina Gonçalves Dias, Graziele Cristina Silva Scofano Diniz, 
Thaís Rogério dos Santos, Mylene Montes Rodrigues Faim, Ricardo Ferrer, Saskia Iasana Pontes Fleury, Daniela França Gomes, 
Karla Lopes Pereira Gomes, Thiago José Martins Gonçalves, Adriana Flores Haikel, Elaine Emi Ito, Allan Egon Kern, 
Maria de Fátima Lago Alvite, Marcela Alvim Lopes Parente Martins, Hugo Martinez Moraes, Adriano Antonio Mehl, Ana Paula Borges Ménès, 
Ivna Raquel Olimpio Moreira Nogueira, Vanessa Alvarenga Pegoraro, Renata Andrea Pietro Pereira Viana, Sílvia Maria Fraga Piovacari, 
Rafaella Pitol Corrêa, Ricardo Tadeu Prete, José Ribamar do Nascimento Junior, Fernanda Antunes Ribeiro, 
Nara Lúcia Andrade Lopes Segadilha, Cibelle Ribeiro Magalhães Silva, Stella Marys Rigatti Silva, Paula Ferreira Siqueira, Bruna Stamm, 
Janaina de Medeiros Tavares, Fernanda Ramires Totti, Denise Philomene Joseph van Aanholt, Dan Linetzky Waitzberg, 
Iveth Yamaguchi Whitaker, Lucas Santos Zambon, Melina Gouveia Castro
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
2
DDiretrizes
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia 
Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN Nursing Guidelines in Oral, Enteral and Parenteral Nutritional Therapy 
Claudia Satiko Takemura Matsuba1
Letícia Faria Serpa2
Sandra Regina Maciqueira Pereira3
Jaqueline Almeida Guimarães Barbosa4
Ana Paula Almeida Corrêa5
Marcia de Souza Antunes6
Franciele Anziliero7 
André Santos Alves de Araújo8
Simone Araújo9
Michelli Cristina Silva de Assis10 
Mariur Gomes Beghetto11
Suely Itsuko Ciosak12
Michele Coelho Vicente13
Thaiz Angelica Franzoni da Silva14
Mario Jorge Sobreira da Silva15
Rozeane Macedo das Neves16
Lilian Leite de Almeida17
DOI: 10.37111/braspenj.diretrizENF2021 Luana Ferreira de Almeida18Andréia Maria Minutti de Almeida19
Maria Isabel Pedreira de Freitas20
Maria Carolina Gonçalves Dias21
Graziele Cristina Silva Scofano Diniz22
Thaís Rogério dos Santos23
Mylene Montes Rodrigues Faim24
Ricardo Ferrer25
Saskia Iasana Pontes Fleury26
Daniela França Gomes27
Karla Lopes Pereira Gomes28 
Thiago José Martins Gonçalves29
Adriana Flores Haikel30
Elaine Emi Ito31
Allan Egon Kern32
Maria de Fátima Lago Alvite33
Marcela Alvim Lopes Parente Martins34
Hugo Martinez Moraes35
Adriano Antonio Mehl36 
Ana Paula Borges Ménès37
Ivna Raquel Olimpio Moreira Nogueira38
Vanessa Alvarenga Pegoraro39
Renata Andrea Pietro Pereira Viana40
Sílvia Maria Fraga Piovacari41
Rafaella Pitol Corrêa42
Ricardo Tadeu Prete43
José Ribamar do Nascimento Junior44
Fernanda Antunes Ribeiro45
Nara Lúcia Andrade Lopes Segadilha46
Cibelle Ribeiro Magalhães Silva47
Stella Marys Rigatti Silva48
Paula Ferreira Siqueira49 
Bruna Stamm50
Janaina de Medeiros Tavares51
Fernanda Ramires Totti52
Denise Philomene Joseph van Aanholt53
Dan Linetzky Waitzberg54
Iveth Yamaguchi Whitaker55
Lucas Santos Zambon56
Melina Gouveia Castro57
1 Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP); Hospital do Coração (HCor), São Paulo, SP, Brasil.
2 Doutora em Enfermagem na Saúde do Adulto pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP); Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil.
3 Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4 Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.
5 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil.
6 Hospital Universitário Antônio Pedro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
7 Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Quadro de Saúde da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
8 Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN); Hospital Samaritano Higienópolis, São Paulo, SP, Brasil.
9 Especialista em Terapia Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE); Estomaterapeuta pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR); Hospital São Vicente de Paula, 
Passo Fundo, RS, Brasil.
10 Doutora em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil.
11 Doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Professora Associada da Escola de Enfermagem da UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil.
12 Doutor em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP); Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo 
(EEUSP), São Paulo, SP, Brasil.
13 Especialista em Terapia Nutricional em Cuidados Intensivos pelo GANEP, Especialista em Educação na Saúde para Preceptores no SUS pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, Especialista em 
Enfermagem em Cardiologia pelo Centro Universitário São Camilo, Especialista em Docência do Ensino e Pesquisa pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES); Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP, Brasil.
14 Especialista em Terapia Intensiva, Especialista em Terapia Nutricional, Especialista em Gestão da Saúde; Hospital São Cristóvão, São Paulo, SP, Brasil.
15 Doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
16 Pós-graduada em Oncologia; Américas Centro de Oncologia Integrado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
17 Especialista em Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica pelo Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG); Hospital Samaritano Higienópolis, São Paulo, SP, Brasil.
18 Doutora em Educação em Ciências da Saúde; Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
19 Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral; Hospital Santa Catarina, São Paulo, SP, Brasil.
20 Professora Associada da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Especialista pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), Pós-Doutorada pela 
National and Kapodistrian University of Athens; UNICAMP, Campinas, SP, Brasil.
21 Mestre em Nutrição Humana pela Universidade de São Paulo (USP); Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP, Brasil.
22 Mestre em Pesquisa Clínica pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Consultora, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
23 Mestra em Tecnologia e Inovação em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR); Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, Fortaleza, CE, Brasil.
24 MBA em Gestão de Serviços de Saúde pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), Espe-
cialista em Nutrição nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis pelo Hospital Israelita Albert Einstein, Especialista em Nutrição Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicinada Universidade 
de São Paulo (FMUSP); Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil.
25 Especialista em Nutrição Clínica e Hospitalar pelo GANEP; Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN); Hospital Rede D’Or Itaim, São 
Paulo, SP, Brasil.
26 Enfermeira estomaterapeuta pela Faculdade São Camilo; Mestranda pelo Programa Saúde do Adulto na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP); Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São 
Paulo, SP, Brasil.
27 Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Hospital do Coração (HCor), São Paulo, SP, Brasil.
28 Especialista em Terapia Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), Pós-graduada em Estomaterapia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Hospital Copa 
D’Or, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
29 Doutor em Ciências Médicas pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE); Hospital Sancta Maggiore, Rede Prevent Senior, São Paulo, SP, Brasil.
30 Enfermeira Especialista em Nutrição Humana e Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pelo Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMEN), MBA em Gestão de Serviços de Saúde pela UNINOVE; Profissional de 
Educação Física, Especialista em Dança e Consciência Corporal pela Universidade Estácio de Sá; Consultora Autônoma em Terapia Nutricional, São Paulo, SP, Brasil.
31 Mestre em Administração de Serviços em Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP); Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil.
32 Especialista em Qualidade e Produtividade pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); Treinamento e Consultoria em Saúde, São Paulo, SP, Brasil.
33 Fonoaudiologia Hospitalar; Hospital Placi- Cuidados Extensivos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
34 Especialista em Terapia Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), Pós- graduação em Terapia Nutricional pela Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ); 
Nutricionista da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ), Preceptora da residência em Nutrição 
na área de Terapia Nutricional HUPE/UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
35 Especialista em Nutrição Clínica pelo GANEP, Farmacologia Clínica pela Faculdade Oswaldo Cruz; Serviço Nacional do Comércio (SENAC), São Paulo, SP, Brasil.
36 Mestre e Doutor em Ciências/Engenharia Biomédica (CPGEI) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Núcleos de Pesquisa, Prevenção e Tratamento de Feridas e Pé Diabético, Curitiba, PR, Brasil.
37 Mestre em Ciências e Tecnologia em Saúde; Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil.
38 Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Redentor (AMIB); Hospital São Domingos, São Luis, MA, Brasil.
39 Mestre em Ciência da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT); Faculdade AUM, CEA-DF, Brasília, DF, Brasil.
40 Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), Associação de Medicina Intensiva Brasileira 
(AMIB), Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva (ABENTI), São Paulo, SP, Brasil; World Federation of Critical Care Nurses (WFCCN), Dayboro, Queensland, Austrália.
41 Especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional; Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.
42 Mestre Profissional em Ensino em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral 
e Enteral (BRASPEN); Departamento de Atenção Pré-Hospitalar-Prefeitura Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil.
43 Especialista pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN); Hospital do Coração (HCor), São Paulo, SP, Brasil.
44 Mestre em Ciência - Área de Oncologia pela fundação Antonio Prudente AC Camargo Cancer Center; Instituto de Gerenciamento em Disfagia (IGDDISFAGIA), São Paulo, SP, Brasil.
45 Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN); Pós-graduada em Terapia Nutricional em Pacientes Graves pelo Hospital Israelita Albert 
Einstein (HIAE), Pós-graduada em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Especialista em Extracorporeal Membrane Oxygenation (ECMO) pela Extracorporeal Life Support Organization 
(ELSO); Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.
46 Mestre em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Hospital Copa D’Or, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
47 Mestre em Princípios da Cirurgia pela Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR); Hospital Municipal Dr. Odorico Amaral de Matos – Hospital da Criança, São Luís, MA, Brasil.
48 Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil.
49 Enfermeira Especialista em Cardiologia e Hemodinâmica; Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP, Brasil.
50 Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria; Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 
Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Bagé, RS, Brasil.
51 MBA Gestão em Saúde e CCIH Faculdade Método de São Paulo (FAMESP) / Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN); 
Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
52 Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral; Consultora Autônoma em Terapia Nutricional, São Paulo, SP, Brasil.
53 Nutricionista clínica, especialista em Terapia Nutricional, Especialista em Atenção Domiciliar, Especialista em Administração Hospitalar, Doutoranda pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo 
(EEUSP); Consultora Autônoma em Terapia Nutricional, São Paulo, SP, Brasil.
54 Professor Doutor; Hospital Santa Catarina, São Paulo, SP, Brasil.
55 Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP); Escola de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
56 Doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (EEUSP); Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), São Paulo, SP, Brasil.
57 Doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
3
Endereço para correspondência:
Claudia Satiko Matsuba
Rua Abílio Soares, 233, cj 144 – Paraíso – 
São Paulo, SP, Brasil – CEP: 04005-000
E-mail: csmatsuba@uol.com.br
INTRODUÇÃO
Estudos demonstram dados alarmantes sobre desnutrição 
hospitalar na América Latina, com incidência de aproximada-
mente 50%, observando-se perda de peso corpóreo, risco de 
lesões por pressão, infecções, entre outras complicações, além 
de aumento no tempo de internação e dos custos hospitalares1. 
Graças aos avanços tecnológicos, várias estratégias na 
área da Saúde foram adotadas para minimizar o risco de 
desnutrição hospitalar. Além disso, terapia nutricional tem 
representado uma oportunidade para promover melhora no 
cuidado, permitindo a utilização nas diferentes condições 
clínicas e faixas etárias, além da administração pelas vias 
oral, enteral e parenteral1. 
Pela sua complexidade, esta terapêutica contempla 
a atuação transdisciplinar, em que cada profissional tem 
seu papel fundamental em todas as etapas, a fim de evitar 
riscos de complicações e garantir a segurança no processo 
assistencial2. 
O enfermeirotem seu papel fundamental nas Equipes 
Multiprofissionais de Terapia Nutricional (EMTN), por ser consi-
derado aquele que permanece por maior período em contato 
com o paciente e que tem a possibilidade de promover maior 
comunicação entre os demais membros da equipe multiprofis-
sional. Este conhecimento origina-se de Florence Nightingale, 
enfermeira inglesa, que durante a guerra da Criméia teve 
grande contribuição ao observar a importância do alimento 
e do ambiente na recuperação dos soldados3. 
De acordo com legislações vigentes, este profissional é o 
responsável por garantir a administração das terapias, pautado 
também na utilização de protocolos assistenciais, na seleção de 
materiais e equipamentos, no monitoramento dos resultados 
e na educação permanente de toda equipe de enfermagem, 
seja no âmbito hospitalar, ambulatorial ou domiciliar2,4,5.
Assim sendo, promover a assistência isenta de riscos e 
efetividade na administração das terapias tem exigido destes 
profissionais um grande esforço, somado à vivência e à 
adoção de boas práticas de enfermagem.
Sob a coordenação de três enfermeiras, especialistas e 
com ampla vivência assistencial e de pesquisa, esta Diretriz 
contou, também, com o auxílio de outros enfermeiros espe-
cialistas e profissionais da equipe multiprofissional, procu-
rando responder às várias lacunas da prática assistencial na 
terapia nutricional, abordando aspectos ainda não descritos 
em outras obras didáticas ou artigos científicos. 
MÉTODO
Com vistas na ciência baseada em evidências, a diretriz 
BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, 
Enteral e Parenteral foi estruturada com questões especí-
ficas, cada uma delas acompanhada do nível de evidência, 
com respostas claras e objetivas. Nesta obra, adotou-se 
o critério Grading of Recommendations, Assessment, 
Development and Evaluation (GRADE), onde se define a 
qualidade da evidência da recomendação para se adotar 
ou não uma determinada conduta. O sistema GRADE 
apresenta quatro níveis de evidência: alto, moderado, 
baixo ou muito baixo.
•	 Alto – resultados provenientes de ensaios clínicos rando-
mizados bem planejados e conduzidos, com grupos 
paralelos, com controles adequados, análise de dados 
apropriada e achados consistentes, tendo como alvo o 
desfecho clínico de interesse para médico e paciente. 
Em algumas situações, estudos observacionais podem 
ser considerados de nível alto de qualidade para apoiar 
recomendações, inclusive terapêuticas;
•	 Moderado – resultados provenientes de ensaios 
clínicos randomizados com importantes problemas na 
condução, inconsistência nos resultados, avaliação de 
um desfecho substituto (surrogate endpoint) em lugar de 
um desfecho de maior interesse para médico e paciente, 
imprecisão nas estimativas e vieses de publicação. Os 
resultados podem, também, ser provenientes de estudos 
observacionais;
•	 Baixo – resultados provenientes de estudos observacio-
nais, mais especificamente estudos de coorte e caso-
controle, considerados altamente susceptíveis a vieses. As 
evidências podem, também, ser provenientes de ensaios 
clínicos com importantes limitações; 
•	 Muito Baixo – resultados provenientes de estudos obser-
vacionais não controlados e observações clínicas não 
sistematizadas, relato de casos e série de casos. Quando a 
qualidade da evidência é muito baixa, qualquer estimativa 
de efeito deve ser vista como incerta.
Este material foi revisado por autor sênior responsável 
(MCG), durante todo o processo da elaboração da presente 
diretriz. Embora as recomendações aqui apresentadas tenham 
sido pautadas em evidências e opinião de especialistas, 
recomenda-se que a compreensão das decisões clínicas 
sempre deverá ter como soberanas as condições clínicas 
atuais, circunstâncias locais e individuais de cada paciente. 
TERAPIA NUTRICIONAL ORAL
1. TERAPIA NUTRICIONAL ORAL: INDICAÇÃO E 
MONITORAMENTO 
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
4
Após a internação hospitalar, qual é o melhor 
momento para a indicação da terapia nutri-
cional oral? 
Recomendação: A terapia nutricional oral deve ser 
recomendada após a identificação do risco nutri-
cional ou desnutrição combinada com evidência de 
baixa aceitação alimentar e/ou perda de peso. 
Nível de evidência: Alto
A desnutrição é a doença mais prevalente no ambiente 
hospitalar, é definida como o estado resultante da deficiência 
de nutrientes que podem causar alterações na composição 
corporal, funcionalidade e estado mental, com prejuízo no 
desfecho clínico. Os fatores envolvidos são privação alimentar, 
doenças, idade avançada, isolados ou combinados6,7.
Diversos estudos demonstram que a taxa de desnutrição 
varia entre 20% e 60%, em adultos hospitalizados; esta 
condição piora progressivamente, principalmente, em idosos 
e pacientes críticos. Em 2017, Correia et al.6 publicaram 
uma revisão sistemática de 66 artigos latino-americanos (12 
países e 29.474 pacientes), apontando alta prevalência de 
desnutrição em pacientes hospitalizados.
A identificação precoce realizada por meio de ferramentas 
recomendadas possibilita estabelecer uma conduta nutri-
cional mais apropriada, sendo um dos importantes desafios 
dos profissionais de saúde. O conhecimento crescente entre 
os profissionais de Nutrição e da Saúde em geral, aliado a 
avanços significativos da área, resulta em um atendimento 
direcionado e especializado ao paciente hospitalizado, com 
objetivo de manter e/ou recuperar seu estado nutricional7.
Existem evidências, em revisões sistemáticas e meta-
análises, de que a suplementação nutricional oral (SNO) 
pode melhorar a ingestão e o peso do paciente. O ganho 
de peso está associado à melhora da função física, força 
muscular, caminhada e atividades da vida diária, reduzindo 
morbi e mortalidade8,9. 
A prescrição dietética deve garantir as necessidades nutri-
cionais de macro e micronutrientes, atendendo à demanda 
de atividade física, tolerância gastrointestinal, risco de 
realimentação, condição clínica e metabólica. Em geral, a 
prescrição nutricional deve atender às recomendações diárias 
apontadas no Quadro 17,9,10:
Qual é o percentual ideal de aceitação da 
 dieta oral? 
Recomendação: A aceitação alimentar ideal deve 
atender a 100% das necessidades nutricionais do 
 indivíduo.
Nível de evidência: Moderado
O estado nutricional do indivíduo é resultado do equilíbrio 
do consumo de nutrientes e gasto energético do organismo 
para suprir as necessidades nutricionais em plano individual 
ou coletivo. A alimentação saudável é a base para a saúde. 
A natureza e a qualidade dos alimentos são fundamentais 
para a manutenção da saúde, tratamento e recuperação de 
doenças, tornando as fases da vida em produtivas e ativas, 
longas e saudáveis11.
No ambiente hospitalar, a aceitação alimentar pode se 
tornar difícil, devido à mudança do ambiente ou à condição 
clínica que o paciente se encontra12. 
A dieta oral do paciente internado deve ser individua-
lizada, pautada em diversos aspectos, como seus hábitos, 
preferências, intolerâncias, aversões e comportamentos 
alimentares, que devem ser bem investigados, a fim de deter-
minar uma orientação nutricional eficiente, que favoreça a 
adequada ingestão alimentar e nutricional12.
Profissionais da equipe assistencial, especialmente a 
equipe de Enfermagem, devem acompanhar a aceitação 
alimentar do paciente internado, a fim de garantir que as 
necessidades nutricionais sejam completamente atendidas13. 
Um estudo realizado com 1707 pacientes hospitalizados 
avaliou a influência da doença e do tratamento no consumo 
alimentar12. Apesar do planejamento adequado da dieta, 
70% dos pacientes estudados apresentaram aceitação 
alimentar insuficiente, manifestada pela ingestão abaixo da 
recomendada12.
Para pacientes com ingestão alimentar oral abaixo de 
60% de suas necessidades nutricionais por 3 dias, deve 
ser considerada SNO ou terapia nutricional especializada.Enfatiza-se a necessidade de aconselhamento dietético ao 
paciente e familiares, com objetivo de aumentar a adesão 
ao tratamento7,9.
Qual é a melhor forma de registro da aceita-
ção oral? 
Recomendação: Para identificar a aceitação alimen-
tar real de pacientes hospitalizados, recomenda-se 
o registro da aceitação alimentar a cada refeição, 
com linguagem compreensível a todos os profissio-
nais envolvidos no cuidado. 
Quadro 1 – Necessidades nutricionais para pacientes com SNO.
Necessidades Recomendação
Oferta Calórica 25-35 kcal/kg/dia
Oferta Proteica 1,2 a 2 g/kg/dia
Necessidades Hídricas 30 a 35* ml/kg/dia
Fonte: Toledo et al.7; NICE 20178, Bauer et al.10.
* com possibilidade de perdas extras por drenos ou fístulas
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
5
Nível de evidência: Opinião de especialista
A avaliação dietética é a ferramenta indicada para iden-
tificar a quantidade e a qualidade da ingestão alimentar 
oral do paciente14. 
A avaliação quantitativa da aceitação é, especialmente, 
de responsabilidade da equipe de Enfermagem. Após a 
realização do registro da aceitação alimentar, o nutricionista 
poderá realizar análise qualitativa em relação às recomen-
dações/necessidades nutricionais, permitindo verificar se a 
ingestão foi deficiente ou excessiva em energia, macro e 
micronutrientes, disponibilidade e consumo de alimentos15. 
Alguns fatores podem interferir nessa avaliação, afetando 
a qualidade do resultado encontrado, tais como a metodo-
logia do registro alimentar, podendo ser subestimado ou 
superestimado. Alguns métodos podem ser usados para 
maior confiança dos dados, como métodos prospectivos15 
ou registro alimentar a cada refeição.
A equipe assistencial é responsável por identificar 
pacientes que necessitem de monitoramento, em decorrência 
de perda de apetite e/ou baixa aceitação alimentar. Os 
profissionais devem ter habilidades e treinamento relevantes 
em monitoramento nutricional. Destaca-se a importância de 
utilização de ferramentas de fácil aplicação à beira-leito9.
O nutricionista deve garantir prescrição dietética adequada 
para cada paciente, assegurar o plano de cuidado nutricional 
personalizado, padronizar o que é servido para o paciente 
e calcular a adequação calórica ofertada versus ingerida, 
baseada no manual de dietas hospitalar padronizado. O 
treinamento da equipe de copeiros, assistencial, pacientes, 
familiares e cuidadores na aplicação das ferramentas de 
acompanhamento da ingesta alimentar é fundamental 9.
A equipe de enfermagem é responsável pela adminis-
tração da terapia nutricional e por garantir o aproveitamento 
dos nutrientes oferecidos por via oral:
•	 A	 proposta	 é	 utilizar	 uma	 figura	 que	 demonstre	 a	
composição da bandeja e as porcentagens da aceitação 
alimentar, classificando em excelente, adequada, regular/
inadequada, baixa e recusa/muito baixa (por exemplo, 
Figura 1); 
•	 Registrar	a	aceitação	alimentar	das	principais	 refei-
ções: desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia;
•	 Orientar	o	paciente,	 familiar	ou	cuidador	quanto	à	
necessidade de observar e registrar a aceitação das 
principais refeições, além de comunicar aceitação de 
outros alimentos não programados.
Como deve ser a hidratação do paciente?
Recomendação: A hidratação deve estar de acor-
do com as necessidades do organismo, devendo 
ser sempre relacionada às perdas ou eliminações, 
por isso a importância de se realizar o balanço hí-
drico diariamente.
Nível de evidência: Moderado
A água constitui cerca de 60% a 70% do peso corporal 
e está presente no interior das células, tecido muscular, 
intestinos, órgãos e tecido adiposo. A ingestão diária de 
água é necessária para compensar as perdas diárias por 
respiração, exsudação, urina e fezes. O mínimo neces-
sário de fluidos para um indivíduo é a quantidade de 
água que equivale às perdas e previne efeitos adversos 
da desidratação16.
Segundo estudos recentes, as recomendações para a 
ingestão adequada de líquidos para a Agência Europeia 
de Segurança Alimentar são de 2,0 l/dia, para mulheres, e 
de 2,5 l/dia, para homens de todas as idades. Assumindo 
que 80% desses fluidos precisam vir de bebidas, então 
para mulheres seria recomendado 1,6 l/d de bebidas e, 
para os homens, 2,0 l/d17,18.
Esses valores podem variar de acordo com as condi-
ções do ambiente, temperatura do país e atividade física. 
Dependendo do país, também pode haver recomendação 
em unidades mais vagas, como copos por dia19. 
Perdas excessivas relacionadas a febre, diarreia, 
vômitos ou hemorragia grave devem ser avaliadas e 
equilibradas por ingestão ou infusão de líquidos e eletró-
litos. Por outro lado, situações clínicas específicas, como 
Figura 1 - Controle quantitativo de consumo alimentar. 
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BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
6
insuficiência cardíaca ou renal, devem ser avaliadas com 
cuidado, podendo ser necessária a restrição da ingestão 
de líquidos16. 
Manter o equilíbrio adequado de fluidos é um compo-
nente essencial da saúde ao longo da vida. Idosos são mais 
vulneráveis a mudanças no equilíbrio da água, tanto para 
hiper-hidratação quanto para desidratação, pelas alterações 
funcionais relacionadas à idade ou alterações orgânicas que 
possam desenvolver, sendo a desidratação a ocorrência mais 
frequente16.
A equipe assistencial, especialmente a equipe de Enfer-
magem, deve estar atenta aos sinais clínicos de hidratação e 
desidratação, realizar o balanço hídrico de forma rigorosa, 
para que possa subsidiar uma tomada de decisão rápida, 
sem comprometimento da evolução clínica dos pacientes. 
Em uma revisão sistemática, alguns cuidados com a 
hidratação foram salientados, especialmente em idosos: 
incentivo à ingestão de líquidos e auxílio, quando neces-
sário; higiene bucal diária, envolvendo escovação dentária; 
reconhecimento precoce da desidratação e reposição de 
volume; registro da ingestão de alimentos e líquidos; ofere-
cimento de bebidas nutricionais ou proteicas, duas vezes ao 
dia, durante a internação hospitalar; atenção e tratamento 
para a sobrecarga de líquidos e desidratação; oferecimento 
de quatro copos de água por dia; observação da relação 
ureia e creatinina, bem como manutenção do equilíbrio de 
fluidos e eletrólitos20. 
Bebidas que fornecem fluidos com efeito hidratante em 
nosso corpo incluem água, água com gás, água com sabor, 
chá quente ou frio, café, leite e bebidas lácteas, sucos de 
frutas, sopas, refrigerantes e smoothies. As bebidas deveriam 
ser escolhidas de acordo com as preferências do idoso, 
bem como o conteúdo líquido e nutricional delas. Outros 
líquidos, como leite, sucos de frutas e vitaminas, bebidas 
com alto teor calórico e bebidas fortificadas, também 
apresentam benefícios particulares em circunstâncias 
específicas21.
2. TERAPIA NUTRICIONAL ORAL - JEJUM
Como deve ser orientado o jejum para pacien-
tes internados para realização de cirurgia e 
qual é o período recomendado? 
Recomendação: O período de jejum deve ser orien-
tado em cirurgia eletiva, mantendo-se 6 horas de 
jejum para sólidos e, líquidos, até 3 horas antes da 
indução anestésica, naqueles pacientes que não ti-
verem comorbidades que diminuam o tempo de es-
vaziamento gástrico, como o diabético com neuro-
patia, atrofia de piloro, dentre outros. 
Nível de evidência: Alto
A indicação cirúrgica de uma doença exige cuidadoso 
preparo do paciente pela equipe de saúde, para que sejam 
mitigadas todas as complicações passíveis de ocorrência. 
O foco da atenção deve estar voltado às necessidades da 
pessoa que está sob os cuidados da equipe multiprofis-
sional. O atendimento deverá estar embasado em proto-
colos de cuidados, originários de estudos de evidência 
científica, e no gerenciamento estabelecido após siste-
mática de uso de auditoria interativa e contínua22-24. Em 
2001, formou-se um grupo de estudos voltado maispara 
a qualidade do que para a velocidade de recuperação 
do paciente, com extensa produção científica sobre este 
tema24-26. 
O preparo do paciente requer cuidadoso exame físico, 
entrevista para coleta de dados para conhecimento da 
história clínica individualizada, análise de exames labo-
ratoriais e diagnósticos realizados para avaliação do 
estado geral. Na anamnese, torna-se necessária atenção 
cuidadosa sobre história de refluxo gastroesofágico, 
sintomas de disfagia, bem como outros distúrbios gastroin-
testinais que possam interferir na motilidade gástrica e em 
distúrbios metabólicos (como diabetes mellitus), os quais 
podem aumentar o risco de regurgitação e de aspiração 
pulmonar27. As informações passadas pela equipe de 
saúde capacitada, sobre os passos necessários para o 
cumprimento do tempo em que o paciente permanecerá 
em jejum, tipo de alimentos permitidos e proibidos, 
precisam ser transmitidas de forma a não permitir que 
haja desvio de entendimento das orientações oferecidas 
ao paciente28.
O período em que poderão ser ofertados alimentos e 
líquidos antes da indução anestésica é um dos aspectos a 
serem identificados e colocados em prática pela equipe 
de saúde. Por mais de 7 décadas (de 1883 a 1960s), a 
orientação a ser feita ao paciente era a de que poderia 
ingerir uma xícara de chá ou de caldo de carne até duas 
horas previamente à indução anestésica29. A prescrição 
de "nada via oral após a meia noite" passou a ser reco-
mendada a partir da década de 1970, para redução do 
risco de aspiração pulmonar nas cirurgias eletivas e, por 
muitos anos, essa prática foi aplicada empiricamente26,30. 
Em diferentes instituições de saúde, ainda permanece esta 
máxima, mesmo existindo a comprovação de que, em 
pacientes que permanecem em jejum desde a meia noite do 
dia anterior à cirurgia, não há redução do volume gástrico, 
aumento do pH do fluido gástrico ou incremento da 
prevalência de complicações quando comparados àqueles 
em que é permitida a ingesta de líquidos claros até mais 
próximo da cirurgia30. O paciente não deverá permanecer 
longo período de tempo em jejum, pois poderá acarretar 
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7
catabolismo, com consequências graves para o organismo 
que estará exposto ao trauma cirúrgico31. A "resposta ao 
estresse" é representada por alterações hormonais e meta-
bólicas, que resultam em respostas hematológicas, imuno-
lógicas e endócrinas, e sua extensão é paralela ao grau de 
lesão tecidual, sendo ainda ampliada com complicações 
pós-operatórias32. Pode acarretar depleção do estoque 
de glicogênio e resistência à insulina, provocando altera-
ções em todo metabolismo. Como a proteína está sendo 
perdida pelo músculo, há diminuição de massa e da força 
muscular, que comprometerão a resposta do organismo 
ao trauma, principalmente nas trocas gasosas, além de 
provocar desidratação e desconforto ao paciente26,30,32. 
Esses fatores podem aumentar o catabolismo, provocar 
complicações graves e retardar a recuperação32. Pacientes 
que apresentem risco aumentado de regurgitação ou aspi-
ração, que possuam história de doença gastrointestinal ou 
neuropatia, portadores de estenose pilórica, gestantes ou 
tenham refluxo gastro-esofágico devem manter um período 
de jejum pré-operatório específico (tradicional, em torno 
de 6 a 8h de jejum pré-operatório)30. 
Como deve ser orientado o jejum quanto aos 
líquidos?
Recomendação: Em relação a líquidos, a ingesta até 
2 horas antes da indução anestésica pode ser permi-
tida, sem que haja aumento no volume de resíduo 
gástrico, não oferecendo, portanto, risco de aspira-
ção pulmonar. 
Nível de evidência: Forte
Não há evidência atual que sugira aumento de risco de 
aspiração ou mesmo regurgitação, durante o período em que 
o paciente permanece anestesiado, naqueles que receberam 
líquidos claros 2 a 3 horas antes da indução anestésica, em 
comparação àqueles que permaneceram em jejum prolon-
gado devido à prescrição do jejum tradicional33.
Diferentemente, uma bebida oferecida durante o período 
pré-operatório, até duas horas antes, demonstrou ser bené-
fica30,33. Várias diretrizes de sociedades de anestesiologia e 
de cirurgia servirão de base para orientação do paciente 
com segurança em relação à ingesta de líquidos antes da 
indução anestésica. Estas sociedades recomendam que o 
paciente possa ingerir líquidos claros até 2 horas antes do 
procedimento anestésico. Esta recomendação não deverá 
ser indicada para pacientes submetidos a cirurgias de emer-
gência ou aqueles que apresentem tempo de esvaziamento 
gástrico retardado ou refluxo gastroesofágico, por qualquer 
motivo que tenha o acometido7,22,33. 
Quando e como deve ser o início da dieta após 
a cirurgia?
Recomendação: A ingestão oral, composta por die-
ta hospitalar balanceada (incluindo líquidos claros), 
pode ser iniciada imediatamente após a cirurgia, na 
maioria dos casos. Após operação abdominal ele-
tiva, a realimentação via oral ou enteral deve ser 
precoce, até 24h de pós-operatório, desde que o 
paciente esteja hemodinamicamente estável. Essa 
recomendação se aplica mesmo em casos de anas-
tomoses digestivas, visto não causar comprometi-
mento da cicatrização de anastomoses no cólon ou 
reto. A quantidade de ingestão oral inicial deve ser 
adaptada ao estado da função gastrointestinal e da 
tolerância individual.
Nível de evidência: Forte
A assistência de enfermagem prestada a pacientes no 
período pós-operatório tem como objetivo garantir uma 
recuperação segura e preventiva, que identifique e responda 
às complicações derivadas dos atos anestésico e cirúrgico. 
A via oral deve ser a primeira opção para a realimen-
tação precoce do paciente, mesmo após procedimentos de 
grande porte do trato digestivo. Diversas meta-análises e 
estudos randomizados publicados demonstram segurança 
dessa prescrição quanto a deiscências de anastomoses e 
diminuição de complicações infecciosas e do tempo de 
internação. A tendência atual no pós-operatório é evitar o 
jejum prolongado e abandonar a evolução clássica da dieta 
via oral de líquida para pastosa e, finalmente, sólida7,22,34,35.
Nutrição adequada sempre foi um dos principais propó-
sitos de uma assistência segura no período pós-operatório, 
prevendo a adoção de uma nova forma de atender ao 
paciente, rompendo com uma rotina de descompressão 
gástrica por sondas e questionando a prorrogação do início 
da alimentação via oral, visto os benefícios trazidos pela 
nutrição enteral precoce em relação às implicações existentes 
na dieta parenteral.
O início da oferta de alimentos pela via oral 
(água ou chá, dieta líquida, etc...) deverá ser 
negado enquanto o paciente tiver íleo paralí-
tico, demonstrado pela falta de ruídos hidro-
aéreos? 
Recomendação: Em pacientes que foram submetidos 
a cirurgias eletivas abertas de cólon, a nutrição oral 
precoce não deve ser negada, tomando-se por base 
a presença de íleo paralítico demonstrado pela au-
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BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
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sência de ruídos hidroaéreos, pois sua oferta pode 
reduzir o tempo de permanência hospitalar após a 
operação e a duração do íleo adinâmico ou para-
lítico. Este fator parece não ser o responsável pelo 
desencadeamento de complicações pós-operatórias.
Nível de evidência: Baixo
Íleo paralítico, ou adinâmico, é a inibição temporária da 
motilidade gastrointestinal após uma intervenção cirúrgica, 
decorrente de uma causa não mecânica, que impeça a 
ingestão oral suficiente36. 
A diferença entre íleo paralítico devido a uma dismotili-
dade intestinal após o ato operatório e um período clinica-
mente problemático e patológico à recuperação do paciente 
com trânsito intestinal alterado é muito pequena e de difícil 
determinação37. Estimativas da incidência de íleo paralítico 
após ressecção colorretal são heterogêneas, podendo variar 
de 3% e32%38.
A alteração dos movimentos peristálticos e suas repercus-
sões no organismo do paciente podem provocar distensão 
abdominal, com falta de ruídos hidroaéreos, náuseas ou 
vômitos e a ausência de eliminação de flatos ou fezes, por 
mais de três dias, no período pós-operatório36,39,40. 
Algumas causas podem estar associadas ao íleo para-
lítico: idade avançada37-40; sexo masculino40,41; dor41, o 
que provoca maior liberação de catecolaminas; baixo 
nível de albumina37,39; uso de opioide de forma aguda ou 
cronicamente38,40,42; cirurgia abdominal prévia ou tempo 
cirúrgico prolongado38; pré-existência de doenças vascu-
lares ou respiratórias40; operações de emergência41; perda 
excessiva de sangue, provocando a necessidade de infusão 
de cristaloides ou de transfusão de sangue, provocando 
edema37,38,40; necessidade de realização de estoma, por 
aumentar a manipulação de alças intestinais e realizar 
incisão na alça39. 
Estudos demonstraram que a ingesta oral precoce por 
pacientes submetidos a cirurgias intestinais eletivas, inde-
pendentemente da presença dos sinais objetivos de retorno 
das funções intestinais, como os movimentos peristálticos, 
foi uma medida segura e eficaz, apresentando como prin-
cipal benefício menor tempo de internação hospitalar43,44. 
Uma medida que se mostrou indicada para melhora do íleo 
paralítico é a estimulação da deambulação precoce36. Há 
estudos que sugerem que o uso de goma de mascar, após 
cirurgia abdominal, pode trazer benefícios significativos na 
redução do tempo de resolução do íleo pós-operatório e 
diminuição do tempo de internação45. 
Qual é a recomendação de jejum para reali-
zação de exames diagnósticos e terapêuticos?
Recomendação: Ainda não há consenso na literatura 
quanto ao período de jejum para a realização de 
exames diagnósticos e terapêuticos. Porém, é neces-
sária atenção especial sobre essa rotina, pois ainda 
hoje há relatos de períodos extensos de jejum para 
a realização de exames sem nenhuma necessidade, 
inclusive trazendo prejuízo à evolução do paciente. 
Nível de evidência: Muito baixo
Historicamente, existe uma recomendação de se fazer 
jejum como preparo para a realização de exame com 
contraste venoso. Essa recomendação diverge em múltiplos 
serviços de imagem pelo mundo e não existe consenso sobre 
o assunto46,47. 
A recomendação mais comum de jejum para a realização 
de tomografia computadorizada com contraste venoso varia 
de 4 a 8 horas. Essa recomendação contraria a recomen-
dação dos fabricantes de contrastes venosos não iônicos, que 
sugerem que os pacientes estejam hidratados. Permanecendo 
em jejum, fica subentendido ainda não utilizar sua medicação 
habitual, o que pode adicionar outros riscos para pacientes 
hipertensos, diabéticos, ou que dependem de qualquer outra 
medicação de uso contínuo46,47. 
Uma revisão da literatura, que avaliou o período de jejum 
para a realização de tomografia com contraste, não encon-
trou nenhum relato de pneumonia aspirativa relacionada ao 
uso de contrate endovenoso. Esse artigo também realizou 
uma pesquisa em serviços de imagem de 49 hospitais de 
diversos países, questionando sobre a política de preparo 
para tomografia com contraste, identificando que não havia 
nenhuma concordância ou regra para as recomendações 
de preparo46. 
Em uma tese de doutorado, com estudo comparativo da 
influência do jejum na tomografia computadorizada com 
contraste endovenoso não iônico, se estabeleceu dois tipos 
de preparo para exames de tomografia computadorizada 
com contraste venoso: com e sem jejum. Ambos os tipos 
de preparo foram bem tolerados pelos pacientes ambula-
toriais de um serviço oncológico. No entanto, observou-se 
que os pacientes permaneceram em jejum de 4 a 22 horas, 
apesar da recomendação de 4 horas. A média do tempo 
de jejum foi de 9,3 ± 4,1 horas (N=1546) e a mediana, 
de 9 horas47. 
Em outro estudo observou-se que o tempo médio de 
jejum para exames foi superior ao preparo convencional, 
correlacionando-se com índice de massa corporal (IMC) 
final dos adultos48. Faz-se necessária a criação de protocolos 
padronizados para todos os exames que necessitam de jejum 
realizado no hospital e a participação da equipe multiprofis-
sional, principalmente dos enfermeiros e dos nutricionistas, 
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BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
9
para ocorrer modificação de rotinas que envolvem essa 
alteração de paradigma de jejum pré-exames47,48. 
3. SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL ORAL
Quando se deve discutir a indicação de um su-
plemento nutricional oral? 
Recomendação: A indicação de um suplemento nu-
tricional oral deverá ser considerada nas seguintes 
condições clínicas: desnutrição, pessoas em risco 
nutricional [ingestão alimentar abaixo das neces-
sidades diárias (<75% VET) por tempo prolongado 
ou que estão impossibilitados de se alimentar por 
período superior a 3 dias] e pessoas hipercatabó-
licas (gasto metabólico elevado em decorrência do 
aumento na demanda de produção de novas células 
e/ou tecidos, necessários durante um processo infla-
matório, infeccioso, cicatricial ou cirúrgico).
Nível de evidência: Opinião de especialista
Quando o paciente não consegue alcançar entre 70% e 
80% das necessidades nutricionais pela via oral, em conse-
quência da dificuldade de deglutição, é indicada a terapia 
nutricional sob forma de módulos individualizados, como 
proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais49.
A suplementação oral está indicada em pacientes que 
não conseguem atingir suas metas nutricionais por meio da 
dieta oral exclusiva, com aceitação menor que 75%, por 
um período superior a 72 horas, casos de desnutrição ou 
risco nutricional e situações de hipercatabolismo, com gasto 
energético aumentado49.
Segundo o Manual de Indicadores de Qualidade em 
Terapia Nutricional50, há algumas das condições princi-
pais em que se faz necessária a indicação de suplementos 
orais: câncer, anorexia, queimadura, anorexia nervosa, 
trauma muscular, cirurgia ortopédica, preparo intestinal 
pré-operatório, quando o paciente estiver incapacitado de 
nutrir-se adequadamente para alcançar suas necessidades 
metabólicas e ingestão via oral < 75% das necessidades 
nutricionais totais.
Qual perfil de paciente pode se beneficiar da 
suplementação oral? 
Recomendação: Muitos pacientes podem se benefi-
ciar do uso do suplemento nutricional oral (SNO), 
melhorando os resultados do tratamento de doenças 
e sua qualidade de vida. Os principais beneficiados 
com a suplementação oral são: idosos, pacientes 
oncológicos ou portadores de doença crônica. Na 
realidade, todos pacientes que não atingirem a meta 
calórica preconizada com a dieta oral, mesmo após 
as adaptações dietéticas, devem ter indicação de 
SNO e ser beneficiados com a melhora em sua recu-
peração, incluindo indivíduos saudáveis e gestantes.
Nível de evidência: Moderado
A nutrição inadequada contribui para a progressão de 
muitas doenças, e é considerada um importante fator na 
complexa etiologia da sarcopenia e fragilidade. Devido 
a muitos fatores, a ingestão nutricional é frequentemente 
comprometida em idosos e o risco de desnutrição aumenta51-57. 
Os idosos têm indicação de terapia nutricional oral, 
conforme o guideline da ESPEN de Geriatria 201916. Inter-
venções nutricionais para idosos devem fazer parte do papel 
da equipe multimodal e multidisciplinar, com objetivo de 
alcançar a ingestão dietética adequada, manter ou aumentar 
o peso corporal e melhorar a capacidade funcional e os 
resultados clínicos. Em pacientes geriátricos, após fraturas e 
cirurgias ortopédicas, é recomendado o uso de suplementos 
nutricionais orais, para melhorar a ingestão alimentar e 
reduzir o risco de complicações.
Da mesma forma, pacientes oncológicos podem se 
beneficiar com a suplementação, pois eles apresentam maior 
risco de desenvolverem desnutrição do que outros grupos, 
apresentando alta prevalência, oscilando entre 20% até mais 
de70% dos casos, com diferenças relacionadas a idade, 
tipo de câncer e estadiamento da doença. Em pacientes com 
câncer, o balanço energético negativo e a perda de massa 
muscular são provocados pela combinação entre o consumo 
alimentar reduzido e a desregulação metabólica (alta taxa 
metabólica basal, resistência à insulina, lipólise e proteólise 
que agravam a perda de peso causados pela inflamação 
sistêmica e fatores inflamatórios) provocados pelo tumor, 
além da sarcopenia e caquexia que podem estar presentes51. 
Segundo o guideline da ESPEN para pacientes com câncer, a 
terapia nutricional oral é recomendada para aqueles que têm 
condições de se alimentar, mas se encontram desnutridos ou 
em risco nutricional. Está incluído o aconselhamento dieté-
tico, manejo dos efeitos colaterais da terapia antineoplásica 
e o uso do suplemento nutricional oral.
Recomendam-se, também, durante a radioterapia, espe-
cialmente em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, 
tórax e trato digestório, o aconselhamento dietético intensivo 
e a suplementação nutricional oral, para evitar desnutrição, 
manter ingestão dietética e prevenir a interrupção da 
radioterapia51. 
Em pacientes com câncer avançado em quimioterapia, 
com risco de perda de peso ou desnutrido, recomenda-se 
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BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
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usar suplementação com ácidos graxos ômega 3 ou óleo 
de peixe, para estabilizar ou melhorar o apetite, a ingestão 
alimentar, a massa corporal magra e o peso corporal51.
Nos pacientes com câncer do trato digestório superior, 
submetidos a ressecção cirúrgica em cuidados pré-operató-
rios, recomenda-se imunonutrição oral e/ou enteral51.
Para pacientes com lesões por pressão (LP), a hidra-
tação e a nutrição, ao proporcionarem oferta calórica e de 
micronutrientes adequada, contribuem para preservação 
da integridade da pele e dos tecidos. Dentre os objetivos da 
terapia nutricional na LP, podemos destacar a regeneração 
do tecido, favorecendo o processo de cicatrização52,53.
Segundo os guidelines da ESPEN para geriatria16, nos 
pacientes idosos em risco de LP, recomenda-se intervenção 
nutricional, a fim de evitar desenvolvimento das lesões.
A desnutrição provoca no organismo do indivíduo uma 
redução da produção de fibroblastos, de neoangiogênese 
e de síntese de colágeno, além de menor capacidade de 
remodelação tecidual. É importante que tenha aporte nutri-
cional adequado, para auxiliar nas etapas de cicatrização52,53.
Em pacientes com doença renal crônica (DRC), a desnu-
trição proteico-energética é comum, especialmente naqueles 
em terapia de diálise de manutenção, e está associada ao 
aumento da morbidade e mortalidade. A causa da desnu-
trição proteica-energética em pacientes com DRC é complexa 
e multifatorial e inclui ingestão energética e proteica redu-
zidas, resultante de anorexia e restrições alimentares, infla-
mação, hipercatabolismo, perdas de proteínas durante a 
diálise, acidose metabólica, toxicidade urêmica e presença 
de comorbidades54,55.
Outra população que merece atenção é a de doentes 
crônicos, podemos destacar aqui os pacientes com doenças 
inflamatórias intestinais (DII), que são caracterizadas pela 
presença de inflamação intestinal crônica. As alterações nutri-
cionais na DII são resultantes de ingestão oral inadequada, 
má absorção intestinal, aumento das perdas gastrointestinais 
e das necessidades nutricionais. A desnutrição acomete cerca 
de 41,1% dos pacientes com doenças crônicas e 32,4% dos 
doentes com retocolite ulcerativa (RCU), sendo um fator de 
risco para maior tempo de doença ativa, infecções e compli-
cações pós-cirúrgicas56. Segundo os guidelines de doenças 
inflamatórias intestinais, o uso de SNO é indicado quando 
a ingestão alimentar via oral não atingir as recomendações 
nutricionais. A SNO deve ser o primeiro passo quando a 
nutrição artificial é indicada56.
Segundo Dias57, todos os pacientes que não atingirem a 
meta calórica preconizada com a dieta oral, mesmo após as 
adaptações dietéticas, incluindo indivíduos saudáveis, devem 
ter indicação de SNO: cirrose hepática, diabetes mellitus, 
disfagia, doença renal, doença pulmonar obstrutiva crônica 
(DPOC), caquexia cardíaca e gestantes.
Como deve ser a oferta dos suplementos e 
como garantir o melhor aproveitamento? 
Recomendação: Os suplementos nutricionais orais 
disponíveis se apresentam originalmente com sua 
composição definida, em pó para reconstituição, 
líquidos prontos para uso ou na forma cremosa. A 
utilização destes suplementos, com presença ou res-
trição de lactose, sacarose ou fibras, dependerá da 
situação clínica do paciente. Há algumas estratégias 
para melhorar o aproveitamento da SNO pelos pa-
cientes, como: ofertar SNO com densidade calórica 
alta e com volume reduzido, variedade de sabores 
e texturas, definir melhor horário de oferta da SNO, 
adequação na aparência e no odor. Além destas es-
tratégias, é importante esclarecer e orientar o pa-
ciente e sua família quanto a necessidade e benefí-
cios da SNO. 
Nível de evidência: Baixo
Além dos suplementos nutricionais convencionais, podemos 
contar, também, com os especializados, que vêm crescendo 
no mercado com as mais variadas formas de apresentação e 
sabores, podendo ser melhor empregados de acordo com a 
condição clínica do paciente e de alguma eventual patologia, 
sempre com o objetivo de melhorar o manejo da terapia 
nutricional na prática clínica e aceitação16,58,59.
Um dado muito importante seria a variação do sabor dos 
suplementos nutricionais orais, visto que temos vários sabores 
disponíveis, o que aumenta a palatabilidade do SNO60. Não 
existe consenso na literatura quanto ao horário de entrega 
dos suplementos, entretanto, sabemos que não devem ser 
ofertados próximos às grandes refeições, pois a ideia é 
complementar a ingestão calórica e proteica e não reduzí-
la. Desta maneira, o paciente vai, provavelmente, deixar 
de fazer as refeições, isto com exceção dos suplementos 
em pó sem sabor, que podem ser adicionados às refeições, 
lanches, etc, ou mesmo os líquidos, pois é uma outra forma 
de oferta do SNO58. 
Estudos têm demonstrado que suplementos nutricionais 
orais com densidade calórica alta e com volume reduzido 
melhoram a aceitação do paciente, especialmente em 
algumas situações59,61. 
Uma alternativa importante na oferta do SNO, que é 
também bastante interessante na prática clínica, é a utilização 
de técnicas culinárias para melhorar a aparência e o odor 
dos suplementos oferecidos no hospital e no domicílio e, 
assim, estimular a sua ingestão, a fim de também reduzir o 
desperdício. Como exemplos, podemos citar, para redução 
do odor, a adição de essência de frutas e coloração, além 
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da adição de sucos para diabéticos de diferentes sabores, 
uso de gelatinas diet, água de coco, frutas, dentre outros. 
Neste quesito, a indústria apresenta uma gama de receitas 
que muito nos auxilia para melhor adesão dos pacientes58.
Allen et al.62 compararam a oferta de suplemento em taça 
de vidro com a oferta em embalagem original, constatando 
que o grupo de pacientes que a receberam em taça de vidro 
apresentaram maior consumo, estatisticamente significativo, 
quando comparados ao grupo que a recebeu na embalagem 
original da SNO.
Qual é o melhor horário para pacientes que 
têm aceitação por VO insatisfatória? 
Recomendação: O melhor horário depende muito 
do tipo de SNO do paciente. Há exemplos de ofer-
ta de SNO nos horários das refeições, nos horários 
de medicação ou de forma isolada. A adesão dos 
pacientes para a ingestão de SNO de maneira satis-
fatória é um grande desafio enfrentado pela equipe 
multiprofissional de saúde. Muitas podem ser as es-
tratégias utilizadas para melhorar a adesão do pa-
ciente à SNO: aumentar o fracionamento, oferta de 
suplementos de menor volume, verificara possibili-
dade de adicionar em outras preparações alimenta-
res e identificar o melhor horário, de acordo com a 
necessidade e perfil do paciente. 
Nível de evidência: Baixo
Estudo publicado por Hubbard et al.59 avaliou a adesão 
dos pacientes à SNO, verificando quais fatores poderiam 
influenciá-la. Os resultados encontrados pelo grupo demons-
traram que a adesão à SNO prescrita era maior entre os 
pacientes com cuidados domiciliar do que entre os hospita-
lizados, já que 80,9% e 67,2% do suplemento prescrito eram 
efetivamente consumidos, respectivamente. Foram diversos 
os motivos relatados pelos pacientes que interferiram na 
adesão à SNO.
Van den Berg et al.63 demonstraram que o fracionamento 
do suplemento, de preferência no horário das medicações, 
pode ser uma alternativa. No estudo conduzido por esses 
autores, 234 pacientes desnutridos foram randomizados 
e divididos em 3 grupos: grupo controle, que recebeu um 
suplemento de 125 ml, 2 vezes ao dia, entre as refeições; o 
primeiro grupo intervenção, que recebeu dois suplementos 
de 125 ml, às 12 horas e às 17 horas; o segundo grupo 
intervenção, que recebeu 125 ml, em 4 vezes de 62 ml, 
nos horários das medicações. A aceitação do suplemento 
foi significativamente maior no segundo grupo intervenção, 
quando comparado ao grupo controle63.
Cabe aos profissionais da saúde, em especial às equipes 
de Enfermagem e Nutrição, a atenção especial dada a este 
paciente que necessita de um aporte nutricional adequado, 
incentivando-o, monitorando e registrando de forma precisa 
a ingestão alimentar e da SNO.
Ressalta-se que a melhora na adesão do paciente à SNO 
está vinculada à compreensão e oo entendimento do paciente 
e de sua família quanto à importância da ingestão satisfatória 
de nutrientes para manutenção adequada do organismo e 
enfrentamento da doença. 
4. TRIAGEM NUTRICIONAL
Qual é o melhor momento para realizar a tria-
gem nutricional? 
Recomendação: Recomenda-se que a triagem nutri-
cional aconteça nas primeiras 24h a 72h de interna-
ção ou admissão de pacientes, seguida de reavalia-
ção semanal. Em pacientes críticos, a recomendação 
é que a triagem ocorra em até 48 horas. 
Nível de evidência: Opinião de especialista
A triagem nutricional consiste na realização de inquérito 
simples ao paciente ou seus familiares, com o propósito 
de identificar o risco nutricional. O objetivo da triagem 
nutricional é identificar os pacientes em risco nutricional 
e/ou de desnutrição e, diante disso, iniciar imediata-
mente um tratamento nutricional preventivo, para evitar a 
piora clínica, bem como o surgimento de complicações, 
como prejuízos na capacidade funcional e no estado 
nutricional64,65.
Em idosos institucionalizados ou fora do ambiente hospi-
talar, a triagem nutricional deve ser repetida, no mínimo, a 
cada três meses e, no máximo, anualmente, de acordo com 
as condições clínicas e nutricionais do paciente65. Essa rotina 
pode ser realizada tanto na unidade hospitalar quanto na 
atenção primária de idosos domiciliados.
Uma revisão de literatura realizada em hospitais brasi-
leiros, para verificar a prevalência da desnutrição em idosos 
hospitalizados, demonstrou uma variação entre 20% e 
60,62% da incidência de desnutrição6,66.
Uma das causas importantes a ser considerada para esse 
percentual é a não identificação dos pacientes desnutridos ou 
em risco nutricional desde o momento da internação, além 
da desvalorização das informações relacionadas ao aspecto 
nutricional e alterações da ingestão alimentar67.
Em março de 2005, o Ministério da Saúde estabeleceu 
a exigência do uso de protocolos de triagem nutricional na 
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
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internação, para identificar pacientes em risco ou com algum 
grau de desnutrição, com o objetivo de otimizar a abordagem 
terapêutica desses pacientes, o mais precocemente possível, 
e reduzir a desnutrição hospitalar65. 
Existe melhor ferramenta validada para a 
triagem nutricional a ser realizada pelo en-
fermeiro?
Recomendação: A melhor ferramenta é aquela que 
está disponível na instituição e que seja de fácil 
acesso e aplicabilidade pela equipe multiprofissio-
nal ou equipe multiprofissional de terapia nutricio-
nal (EMTN). No entanto, a ferramenta mais utilizada 
em nosso meio é a NRS 2002 (Nutritional Risk Scre-
ening - Triagem de Risco Nutricional 2002). Trata-se 
de um instrumento simples, objetivo, composto por 
elementos que avaliam ingestão alimentar, perda de 
peso não intencional, gravidade da doença e tem 
como diferencial considerar a idade, pontuando ido-
sos acima de 70 anos como fator de risco adicional.
Nível de evidência: Opinião de especialista
Triagem, avaliação e intervenção nutricionais inadequadas 
têm contribuído para o agravamento do estado nutricional 
durante a hospitalização64,65. O enfermeiro, como profissional 
responsável por atuar frente aos cuidados preventivos durante 
a internação hospitalar, torna-se essencial no processo de 
detecção do risco de desnutrição, o que é possível por meio 
da aplicação de instrumentos de triagem nutricional. 
A NRS 2002 pode ser aplicada pelos vários profissionais 
da saúde, desde que sejam treinados para esse fim67. Um 
estudo sobre a aplicabilidade das ferramentas para a reali-
zação da triagem nutricional revelou que a NRS 2002 pode 
ser aplicada a todos os pacientes internados em hospitais, 
independentemente da doença que apresentem ou da idade, 
sem custo adicional ao serviço67.
A Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabo-
lismo (ESPEN) destaca o Nutritional Risk Screening 2002 
(NRS 2002) e a Mini Avaliação Nutricional versão reduzida 
(MNA - versão reduzida) como métodos de fácil e rápida 
aplicabilidade, podendo ser executadas por enfermeiros 
capacitados16. A MNA foi desenvolvida para indivíduos 
idosos, a partir de 65 anos, inclusive quando são portadores 
de doença oncológica. Pode ser uma boa ferramenta para 
essa população específica16,68.
Após a triagem nutricional, os pacientes em risco e 
aqueles com longa permanência hospitalar devem ser subme-
tidos à avaliação nutricional, para o adequado diagnóstico 
do estado nutricional69. 
A utilização de um instrumento para a identificação dos 
pacientes em risco é fundamental, pois possibilita identificar 
os pacientes em risco, os principais fatores de risco nessa 
população, desenvolver a conscientização dos profissionais 
quanto à importância da implementação de medidas preven-
tivas, auxiliando na tomada de decisão, na instituição de 
protocolos de prevenção e no apoio à gestão desse cuidado. 
Cada instituição deve selecionar o instrumento de acordo 
com as características da sua clientela64,65.
5. DISFAGIA
Como realizar a detecção da disfagia? 
Recomendação: Deve ser realizada por meio de um 
instrumento de rastreio para disfagia. O instrumento 
de rastreio para disfagia pode ser aplicado por qual-
quer profissional da área da saúde, de preferência 
pelo fonoaudiólogo ou enfermeiro, no momento da 
admissão hospitalar e, também, de preferência sem 
oferta de líquido ou alimento. 
Nível de evidência: Opinião de especialista
As publicações sobre instrumentos para identificação de 
pacientes disfágicos iniciaram em 1999 e 50% dos artigos 
analisados foram desenvolvidos nos Estados Unidos. Os 
métodos empregados nos instrumentos foram: questioná-
rios; observação de sinais e sintomas clínicos do paciente; 
solicitação da execução de alguns movimentos orofaciais; 
teste de deglutição com água ou alimentos70. 
Os principais aspectos abordados nos instrumentos de 
rastreio são presença de tosse/engasgo/pigarro, voz molhada, 
nível de alerta e atenção, qualidade vocal, deglutição da saliva, 
tosse voluntária, reflexo nauseoso, entre outros71. 
A disfagia é um distúrbio da deglutição, decorrente de 
causas neurológicas e/ou estruturais72. Existem dois tipos de 
disfagia, que diferem quanto à localização e aos mecanismos 
fisiopatológicos,sendo elas: disfagia orofaríngea e disfagia 
esofagiana73. 
A disfagia orofaríngea compromete a interação entre as 
fases oral e faríngea, que se manifesta desde uma dificul-
dade mínima para engolir comprimidos, alimentos e líquidos 
até a incapacidade total de se realizar bem esta função. É 
prevalente em várias populações de risco, incluindo pacientes 
pós-acidente vascular encefálico, pacientes em terapia 
intensiva e idosos74. 
Sendo assim, é consenso que a detecção precoce da 
disfagia é fundamental para evitar as complicações. Para 
isso, pode-se aplicar um instrumento de rastreio antes de 
qualquer tipo de alimentação por via oral e, na presença de 
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risco, esse paciente deve ser encaminhado para avaliação 
fonoaudiológica75.
Finalmente, é importante observar e registrar como está 
o processo de deglutição do paciente, aceitação do volume 
de dieta e instruir paciente, cuidador e família sobre medidas 
de adaptação à disfagia. 
Quais são os cuidados específicos para pa-
cientes com disfagia? 
Recomendação: Os cuidados específicos devem 
ocorrer frente ao déficit nutricional, à desidratação 
e à broncoaspiração. Quanto ao monitoramento 
da funcionalidade da deglutição, este deve ser fei-
to pelo fonoaudiólogo, durante a alimentação, ob-
servando sinais de risco, tais como: tosse durante e 
após a deglutição; pigarro; engasgos; resíduo na 
cavidade oral após a deglutição; tempo prolonga-
do para engolir; necessidade de engolir várias vezes 
para o alimento líquido ou saliva descer; dor ao en-
golir; sensação de alimento parado na garganta; es-
cape de alimento pelo nariz durante a alimentação; 
mudança na voz após deglutir; cansaço durante a 
alimentação; perda de peso; pneumonias de repeti-
ção; e falta de interesse em se alimentar. 
Nível de evidência: Opinião de especialista
O monitoramento de todos esses sinais de risco é impor-
tante para oferecer maior segurança ao paciente e reduzir o 
risco de aspiração76,77.
Uma das estratégias terapêuticas que visa à diminuição 
dos riscos de aspirações é a modificação da consistência 
dos alimentos e líquidos. Contudo, a escolha da consistência 
correta exige conhecimento da fisiologia da deglutição 
normal e as especificidades da fisiopatologia dos diferentes 
quadros clínicos. Por exemplo, líquidos ou alimentos muito 
espessos exigem maior resistência em termos das forças de 
propulsão da língua que serão necessárias para conduzir o 
material através da orofaringe. Indivíduos com essa força 
de língua reduzida ou fraqueza muscular faríngea podem 
apresentar maior risco de presença de resíduos nos recessos 
faríngeos após deglutição, com risco de aspiração de mate-
riais residuais na faringe78-80. 
Além disso, alimentos sólidos precisam de mastigação 
eficiente, o que pode ser difícil para indivíduos com problemas 
dentários ou fraqueza nos músculos mastigatórios81. 
Por fim, também é preciso levar em conta, para essa 
escolha, não apenas a segurança da deglutição, mas também 
sua eficiência em termos nutricionais e de adesão ao trata-
mento para desfechos clínicos efetivos. 
Vucea et al.82 afirmaram que alimentos com textura 
modificada, especialmente do tipo purê, estão associados 
à prevalência de desnutrição e perda de peso entre idosos 
em cuidados prolongados. Além das questões nutricionais, 
estima-se que a desidratação esteja presente em metade dos 
residentes de cuidados de longa duração, pois muitos não 
consomem os níveis recomendados de líquidos83. 
Sendo assim, a equipe multidisciplinar é fundamental para 
o adequado tratamento do paciente disfágico. O enfermeiro 
e equipe são os responsáveis pela oferta dos nutrientes ao 
paciente, garantindo o aproveitamento adequado e uma 
assistência segura, devendo observar os sinais e sintomas 
de disfagia, estabelecer precocemente intervenções de enfer-
magem que possibilitam melhora no tratamento e prevenção 
de complicações84. 
Importante ressaltar que a comunicação eficaz entre os 
membros da equipe e a padronização, em todas as etapas 
do processo nutricional, é uma estratégia de gerenciamento 
de riscos85. 
Como deverá ser preparado o espessante? 
Recomendação: Existem dois tipos de espessante no 
mercado: os de amido e os de goma xantana. Para 
realizar o espessamento das dietas, deve-se utilizar 
o espessante na quantidade definida pelo tipo de 
preparação, consistência desejada e capacidade do 
paciente. Os líquidos podem ser espessados em três 
consistências: néctar, mel e pudim. Importante se-
guir o protocolo da instituição. 
Nível de evidência: Opinião de especialista
A escolha do tipo de espessante e a consistência 
adequada dependem da patologia de base que o paciente 
apresenta e das alterações da deglutição identificadas na 
avaliação clínica e instrumental e a capacidade do paciente. 
Portanto, é de extrema importância que a equipe multidis-
ciplinar respeite o preparo e a oferta ao paciente disfágico, 
visando à segurança no processo de deglutição, prevenindo 
a penetração e aspiração laríngeas86. 
Há necessidade de assistência durante as re-
feições?
Recomendação: Sim. A equipe multiprofissional deve 
avaliar a necessidade de assistência de um familiar, cui-
dador, da equipe de enfermagem ou, também, o acom-
panhamento de um fonoaudiólogo durante as refeições.
Nível de evidência: Opinião de especialista
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Para auxiliar a equipe multiprofissional na observação e 
atuação durante as refeições, algumas condutas devem ser 
inseridas na prática alimentar desses pacientes, tais como86:
•	 Posicionamento	 em	 decúbito	 elevado	 (sentado,	 se	
possível) durante a alimentação e manter nessa posição 
por 30 minutos após a refeição;
•	 Realizar	a	higiene	bucal,	logo	após	as	refeições;	
•	 Evitar	 distração	 e	 conversas	 durante	 a	 administração	
do alimento, para que sua atenção esteja totalmente 
voltada à alimentação; 
•	 Encorajar	a	dar	pequenas	mordidas	e	a	mastigar	vaga-
rosamente os alimentos;
•	 Apresentar	os	alimentos,	mesmo	triturados	ou	batidos,	
em porções separadas, não misturar, pois o aroma e 
o sabor devem ser apetitosos, garantindo o prazer e o 
interesse pela alimentação;
•	 Certificar-se	de	que	o	paciente	engoliu	toda	a	porção,	
antes de oferecer outra “colherada”;
•	 Lembrar	 de	 retirar	 a	 prótese	 dentária	 quando	 estiver	
frouxa ou utilizar fixador de dentadura;
•	 Orientar	 os	 pacientes	 e	 seus	 cuidadores	 quanto	 às	
técnicas de alimentação e deglutição segura. 
6. LESÃO POR PRESSÃO
Como avaliar o risco de desenvolvimento de 
lesão por pressão?
Recomendação: A avaliação do risco para lesão 
pressão deve ser realizada utilizando escalas estru-
turadas, somada à avaliação clínica e dos fatores de 
risco dos pacientes.
Nível de evidência: Opinião de especialista
As lesões por pressão são classificadas de acordo com o 
comprometimento tecidual, etiologia, tempo de cicatrização 
e características teciduais87. Podem apresentar-se com pele 
intacta ou ferida aberta e serem dolorosas. Os locais mais 
comuns para as lesões por pressão são as áreas lombar, 
sacral e cóccix (47%), nádega (17%) e calcanhar (14%)88. 
O aparecimento de lesões por pressão piora a qualidade 
de vida dos pacientes hospitalizados, aumenta o tempo de 
internação, bem como os gastos e custos do tratamento89. 
É o segundo tipo de evento adverso mais notificado pelos 
núcleos de segurança do paciente dos serviços de saúde no 
Brasil e a identificação dos fatores de risco é fundamental 
para implementação de ações preventivas e terapêuticas90.
As ferramentas de avaliação, como as escalas estrutu-
radas (por exemplo, Escala de Braden), podem auxiliar na 
identificação dos pacientes com risco para desenvolver lesões 
por pressão nas instituições de saúde. Algumas escalas de 
avaliação de risco, já traduzidas e adaptadas,culturalmente, 
para a língua portuguesa, devem ser aplicadas, idealmente, 
em até 8 horas após a admissão do paciente no serviço de 
saúde. A sequência de avaliação deve ser diária ou com 
maior brevidade possível, quando houver mudança no 
estado clínico do paciente. No entanto, a utilização isolada 
de escalas para determinar o risco pode não contribuir para 
diminuir a incidência dessas lesões87,91.
A utilização de uma avaliação estruturada, quando asso-
ciada ao julgamento clínico e técnico pelos profissionais de 
saúde, auxilia nos procedimentos para prevenção e iden-
tificação precoce dos pacientes com fatores de risco para 
lesões por pressão. Dentre os fatores de risco que devem 
ser obrigatoriamente verificados, ressaltam-se: extremos de 
idade; histórico de lesões por pressão; obesidade; presença 
de incontinência fecal e urinária; alteração da oxigenação 
e perfusão tecidual; déficit cognitivo; limitação física; imobi-
lidade e desnutrição92,93. A desnutrição é um fator de risco 
significativo para o desenvolvimento de lesões por pressão88. 
Quais são as principais estratégias de preven-
ção relacionadas ao aspecto nutricional?
Recomendação: As principais estratégias nutricionais 
para prevenção de lesões por pressão compreendem: 
triagem nutricional precoce para os pacientes com 
risco para lesões por pressão; identificação precoce 
dos pacientes com risco para desnutrição ou desnu-
tridos; prescrição da dieta individualizada; oferta de 
suplemento nutricional oral para pacientes que não 
atendam às metas nutricionais por meio da alimenta-
ção; e otimizar a oferta calórica e proteica para pa-
cientes desnutridos ou com risco de desnutrição.
Nível de evidência: Baixo
Os pacientes com risco de desenvolver lesões por 
pressão devem ser precocemente avaliados quanto ao 
estado nutricional, para garantir o melhor aporte de macro 
e micronutrientes.
O risco do desenvolvimento de lesões por pressão é 
maior em pacientes desnutridos quando comparados aos 
não desnutridos94, sendo que a desnutrição contribui como 
um importante fator no retardo da cicatrização de feridas95. 
Logo, é possível dizer que o cuidado nutricional tem grande 
impacto não só na prevenção, como também no tratamento 
das lesões por pressão. 
A identificação precoce dos pacientes desnutridos e o 
gerenciamento da desnutrição por meio da intervenção 
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
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nutricional oral demonstraram prevenir o desenvolvimento 
de lesões por pressão88. Portanto, é a partir da avaliação 
do estado nutricional inicial e sequencial que ocorrerão os 
ajustes e adequações individualizadas e de acordo com as 
necessidades calóricas, proteicas e de micronutrientes96. 
Desse modo, recomenda-se ajustar e otimizar a ingestão 
calórica e de proteínas, preferencialmente pelo uso de SNO, 
nos pacientes em risco para desenvolver lesões por pressão87. 
Pacientes com risco de desnutrição ou já desnutridos, que 
não atingem as metas nutricionais por meio da alimentação, 
também devem receber SNO. Associado a isso, se faz neces-
sário garantir a correta hidratação desses indivíduos por meio 
da oferta e ingestão de líquidos de forma adequada87,88,96. 
As principais estratégias nutricionais para prevenção 
de lesões por pressão compreendem: triagem nutricional 
precoce para os pacientes com risco para lesões por pressão; 
identificação precoce dos pacientes com risco para desnu-
trição ou desnutridos; prescrição da dieta individualizada; 
oferta de SNO para pacientes que não atendam às metas 
nutricionais por meio da alimentação e otimizar a oferta 
calórica e proteica para pacientes desnutridos ou com risco 
de desnutrição96.
Qual é a melhor abordagem terapêutica para 
o paciente com lesão por pressão?
Recomendação: A abordagem terapêutica do pa-
ciente com lesão por pressão deve garantir a oti-
mização do processo de cicatrização, por meio da 
oferta energética e proteica, de micronutrientes es-
pecíficos e hidratação. 
Nível de evidência: Baixo
O tratamento da lesão por pressão deve considerar a 
intervenção nutricional e a otimização da cicatrização97. 
As proteínas são os macronutrientes mais importantes no 
processo de cicatrização. Têm papel fundamental na prolife-
ração dos fibroblastos, síntese de colágeno, resposta imune 
e angiogênese77,95. Para pacientes com lesão por pressão e 
desnutridos ou com risco para desnutrição, a EPUAP/NPAUP/
PPPIA sugere oferecer 1,2-1,5 g/kg/dia de proteína87. Para 
pacientes com feridas extensas e profundas, com grande 
exsudação, o aumento da oferta de proteína de 1,5-2 g/kg/
dia pode gerar benefício cicatricial87,98. Quanto à oferta de 
calorias, as recomendações EPUAP/NPAUP/PPPIA sugerem 
30-35 kcal/kg/dia87. 
Suplementos com proteína, calorias, arginina, zinco e 
antioxidantes são indicados para pacientes desnutridos ou 
em risco para desnutrição e que não conseguem atingir as 
metas nutricionais com a ingestão oral87,99. 
A oferta de nutrição enteral enriquecida com arginina 
também melhorou, significativamente, a cicatrização de 
feridas, independente do status nutricional97,100. 
Os micronutrientes são fundamentais na cicatrização de 
feridas: as vitaminas A, C, E e o mineral zinco estimulam o 
processo de epitelização e a síntese de colágeno. Possuem 
propriedades antioxidantes e contribuem com melhora da 
resposta imune na cicatrização de feridas96. Embora a quanti-
dade e a frequência ideais da oferta destes micronutrientes não 
sejam conhecidas, a SNO contendo micronutrientes está asso-
ciada com a otimização do processo cicatricial de feridas95. 
A hidratação também desempenha papel fundamental 
na cicatrização, devendo ser ofertados 30 mL de líquido/kg 
de peso/dia ou 1 mL de líquido/kcal/dia, monitorando-se 
os sinais de desidratação87,96. 
7. INDICADORES DE QUALIDADE NA TERAPIA 
 NUTRICIONAL ORAL, DISFAGIA E LESÃO POR 
PRESSSÃO
Quais são os indicadores recomendados para 
TNO, disfagia e lesão por pressão?
Recomendação: Os melhores indicadores são aque-
les que poderão ser utilizados para pacientes nas 
diferentes condições clínicas. Estas ferramentas au-
xiliarão na implementação dos protocolos assisten-
ciais, garantindo uma padronização do cuidado e 
direcionarão as equipes assistenciais na organiza-
ção dos processos e implementação do cuidado de 
forma integral e individualizada. 
Nível de evidência: Opinião de especialista
Indicadores de qualidade na assistência à saúde podem 
ser entendidos como ferramentas mensuráveis, com habili-
dade reconhecida para avaliar e acompanhar a qualidade da 
assistência à saúde. Qualidade deve englobar um conjunto 
de requisitos como um nível de excelência profissional, uso 
eficiente de recursos, oferecer o melhor cuidado com um 
mínimo de risco ao cliente e um alto índice de satisfação 
dos atores envolvidos101.
O monitoramento de indicadores é uma atividade plani-
ficada e sistemática para identificar problemas ou situações 
que devem ser estudadas de forma profunda ou ser objeto de 
intervenção para a implementação contínua de melhorias102.
Na terapia nutricional, alguns estudos têm buscado 
identificar os indicadores que melhor otimizem os processos 
assistenciais. Em 2018, a Força-Tarefa de Nutrição Clínica 
do Comitê de Nutrição do International Life Sciences Institute 
(ILSI) do Brasil realizou uma pesquisa, em hospitais brasileiros, 
Diretriz BRASPEN de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral
BRASPEN J 2021; 36 (Supl 3): 2-62
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para avaliar o uso de indicadores de qualidade em TN50. Uma 
preocupação com relação aos resultados desse estudo foi que 
8% das instituições pesquisadas não utilizavam nenhum indi-
cador de qualidade, relatando a falta de recursos humanos e 
de apoio operacional como as principais dificuldades para a 
implementação de indicadores de qualidade em TN.
Verotti103 realizou um estudo que teve como objetivo 
avaliar indicadores de qualidade da terapia nutricional

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