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Educação profissional e tecnológica

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Educação 
pro�ssional 
e tecnológica
Profª. Maria Céri da Silva Amaral
Descrição
A educação profissional e tecnológica, a legislação e os atos normativos definidores de sua ação, bem
como os programas e ações federais relacionados.
Propósito
Reconhecer a legislação e os atos normativos da educação profissional e tecnológica, a evolução dos tipos
de programas e ações federais, bem como a necessidade de uma formação profissional permanente que
possibilite ao educador mais condições de exercer seu papel social.
Objetivos
Módulo 1
Legislação
Reconhecer a evolução da educação profissional e tecnológica por meio da legislação.
Módulo 2
Programas federais
Identificar os programas federais que construíram a história da educação profissional e tecnológica.
Módulo 3
Demandas pro�ssionais atuais
Analisar os rumos da educação profissional e tecnológica integrada aos caminhos da lei educacional e
às demandas profissionais atuais.
“Um quarto dos jovens de 15 a 29 anos não estuda nem trabalha”
A manchete da reportagem realizada no caderno Economia do jornal Correio Braziliense, em 18 de
maio de 2021, apresenta a situação da geração nem-nem (nem estuda, nem trabalha), caracterizada
no texto como um flagelo social. É comum a mídia sinalizar sobra de vagas nas empresas e falta de
qualificação profissional.
Podemos, então, perguntar: por que a população jovem não procura a educação profissional como
forma de construir um projeto de vida ou até mesmo de descobrir seus talentos e reais
competências? O histórico da legislação educacional nos revela as possíveis causas da
desvalorização dessa área. Daí a importância de estudar tais legislações, bem como os programas e
ações federais acerca da educação profissional e tecnológica. Perceberemos que eles são
consequência de uma profunda mudança política, econômica e social que, de certa forma, impõe
uma instabilidade aos processos.
Além disso, não podemos negligenciar que o avanço da tecnologia e o processo de industrialização
disseminado pela globalização requerem dos trabalhadores novos saberes e novas competências. É
necessário entender o objeto de seu trabalho, que não se restringe à realização de ações repetitivas.
Deve-se compreender os processos bem mais complexos e adquirir novas competências que
incorporem a capacidade de resolver problemas, a autonomia intelectual e profissional, a criatividade
e o trabalho em equipe.
Introdução
1 - Legislação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a evolução da educação pro�ssional e
tecnológica por meio da legislação.
Evolução das legislações anteriores
Em pesquisa realizada pela FGV Social (NERI, 2019), que embasa a reportagem mencionada na introdução,
os dados mostram que, além de aumentar em quantidade nos últimos anos, o perfil dos jovens “nem-nem” é
composto, em grande parte, por pessoas menos privilegiadas no mercado de trabalho:
A partir disso, perguntamos: você acredita que a educação profissional e tecnológica promove a
dualidade educacional ou ela representa uma oportunidade para que continuemos a diminuir a
desigualdade social? As novas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Profissional, emanadas
da Resolução CNE/CP nº 1/2021, podem nos ajudar a responder.
De maneira geral entre os jovens a renda da metade mais pobre caiu 24,24%
contra 14,66% da média geral. Os fatores queda de renda e aumento de
desigualdade entre os jovens são os mesmos para aumento de desemprego,
redução de jornada de trabalho, queda do salário por hora/ano de estudo.
(NERI, 2019, p. 3)
A pesquisa (NERI, 2019) também mostrou que quase 67% dos jovens “nem-nem” não têm instrução —
percentual bem acima dos 56% registrados no fim de 2014. E, mesmo nas capitais, o número de jovens que
não trabalham nem estudam cresceu entre 2014 e 2020, passando de 19,1% para 26,5%, o que pode
comprometer o crescimento do país por uma geração inteira, segundo o estudo.
A falta de perspectiva dos jovens pode vir de uma visão cultural que o brasileiro herdou do período
colonialista: haveria uma escola que atende a classe intelectual — dos que pensam — e outra a classe
operária — que executa. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (4024/61), ao se referir ao ensino
técnico, já afirmava que os cursos — industrial, agrícola e comercial — seriam ministrados em escolas
especializadas com dois ciclos: o ginasial, com a duração de quatro anos, e o colegial, em três anos. Temos
uma melhor compreensão disso ao percebermos que, nessa época, foram criados o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para formar
técnicos em cada área respectivamente, pela necessidade de se preencherem as vagas no setor econômico.
As mudanças no cenário político brasileiro, com o Regime Militar (1964-1984), promoveram também uma
mudança na legislação educacional. Segundo o art. 1º da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971:
O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a
formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como
elemento de autorrealização, qualificação para o trabalho e preparo para o
exercício consciente da cidadania.
(LEI Nº 5.692/1971, art. 1º)
Repare a mudança nas finalidades das leis até aqui. Duas expressões se destacam e se farão presentes
daqui para frente: qualificação para o trabalho e exercício da cidadania. A preocupação com o setor
produtivo, fruto da ausência de mão de obra qualificada, continua sendo a grande questão. Veja a seguir:
Ensino de 1º grau e de 2º grau
Ao mencionar o ensino de 1º grau e de 2º grau, estamos nos referindo à nova nomenclatura para
ensino primário e secundário dada pela lei de 1971 em relação à de 1961. Na atualização, o ensino terá,
no currículo, o núcleo comum obrigatório em âmbito nacional e uma parte diversificada.
Formação especial
Seu objetivo será a sondagem de aptidões e iniciação para o trabalho (1º grau) e de habilitação
profissional, no 2º grau, reforçando ainda que a iniciação e a habilitação profissional serão fixadas de
acordo com as necessidades do mercado de trabalho local ou regional, observando-se o
levantamento periódico.
Saiba mais
A Lei nº 5.692/1971 diz também que as habilitações profissionais poderão ser realizadas em regime de
cooperação com empresas.
A grande mudança, no entanto, tanto para a educação de modo geral, como para a educação profissional,
ocorreu a partir dos novos rumos políticos do Brasil, com a retomada da democracia e a promulgação da
Constituição Federal, em 1988. Embora a educação profissional não tivesse um texto específico, em um
artigo no qual detalha os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, visando à melhoria de sua condição
social: “proíbe a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.”
(CF/1988, art. 7º, XXXII)
Assim, a Carta Magna do país já preconiza a necessidade de se terminar com a dualidade educacional —
uma educação para a elite e outra para os menos favorecidos —21 estabelecida até então. Na verdade, a
evolução do setor produtivo diante das inovações tecnológicas e das demandas de eficiência e efetividade
nos resultados passam a requerer dos trabalhadores novas competências. Fora a aplicação dos seus
conhecimentos e habilidades, precisavam enfrentar o trabalho como um desafio a sua criatividade, mobilizar
o espírito de equipe e saber tomar decisões. Conforme Zarifian (2003), a respeito do modelo da
competência, nesse novo mundo produtivo, há uma ênfase muito maior na valorização de autonomia e

responsabilidade do educando e profissional, em detrimento da mera aquisição de conteúdo, de modelos
produtivos anteriores. O modelo da competência requer, além do domínio do fazer (operacional), a
compreensão global do processo produtivo. Autonomia e responsabilidade são palavras-chave nesse
processo. Para ele, “alguém é tanto mais qualificado e, portanto, mais remunerado, quanto é mais autônomo
no seu trabalho.”(ZARIFIAN, 2003, p. 52)
Ganha-se autonomia à medida que se diminuem as normas. Veremos como a autonomia será fator
preponderante tanto para o trabalhador, quanto para a educação profissional. O tipo de trabalho repetitivo e
individualista representado no filme Tempos modernos de Charles Chaplin dará lugar a uma atividade cada
vez mais complexa, em que o todo será realizado pela construção coletiva, dando vez à criatividade e à
contínua tomada de decisão.
Esse momento foi de grande importância para o país em todos os aspectos. Existe uma transformação no
mundo do trabalho e novos perfis profissionais precisam ser delineados.
O Operário trabalhando na máquina gigante na cena mais famosa do filme
Educação pro�ssional inserida na LDB atual
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação deixa claro, em seu art. 2º, que:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
(LEI Nº 9.394/1996, art. 2º)
A palavra “preparo” traz para a educação a obrigatoriedade de desenvolver as competências necessárias
para a qualificação para o trabalho.
A educação profissional técnica de nível médio está inserida na educação básica e há uma seção específica
(Seção IV-A) da LDB em que já se possibilita o preparo do educando para profissões técnicas. A lei prevê
ainda duas possibilidades para a educação técnica: integrada ao ensino médio ou subsequente a ele.
A partir daí se iniciará uma conexão com a educação profissional (art. 36), especialmente quando o artigo
foi alterado pela Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017:
O currículo será composto pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, e
pelos itinerários formativos que deverão ser organizados por meio da oferta de
diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a
possibilidade de sistemas de ensino.
(LEI Nº 13.415/2017, art. 36)
Os itinerários formativos também serão citados no processo de formação da educação profissional.
Segundo o MEC, os itinerários formativos são os conjuntos de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de
estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio. A
autonomia também será dada à escola que poderá definir os itinerários formativos de acordo com a
demanda de sua comunidade. Dessa forma, o estudante do ensino médio é estimulado a descobrir seus
talentos, a vislumbrar as oportunidades de trabalho e a trilhar o caminho profissional, exercendo sua
autonomia.
Você considera que essa mudança pode mudar a visão que o jovem possui da escola? Será que a busca de
novos caminhos profissionais pode diminuir a evasão dos alunos no ensino médio?
No Capítulo III, Da Educação Profissional e Tecnológica, art. 39, fica clara sua abrangência como curso de
formação que será construído pelo estudante, não por falta de oportunidade ou com cunho assistencialista,
mas como projeto de vida. Ela estará integrada a diferentes níveis e modalidades no âmbito da educação,
bem como a dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Esse artigo sinaliza que os cursos de
educação profissional serão organizados por eixos temáticos, o que induz à construção da formação do
estudante de acordo com os seus talentos e desejos profissionais.
Uma legislação de grande importância e que servirá de estofo à educação profissional e tecnológica será a
Medida Provisória nº 746, encaminhada pelo executivo ao Congresso, instituindo a Política de Fomento à
Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Convertida em lei (13.415/2017, já citada
acima), estabeleceram-se os critérios para a implementação do Programa de Ensino Médio em Tempo
Integral (EMTI) para as escolas da rede pública de ensino, desde que atendam a critérios preestabelecidos.
Saiba mais
O Novo Ensino Médio, com carga horária ampliada de 800h para 1000h e previsão de nova organização
curricular, busca ofertar aos estudantes os itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na
formação técnica e profissional. Isso significa que o estudante terá um núcleo fixo das áreas do
conhecimento da 1ª à 3ª série e uma parte flexível de acordo com o interesse de cada um, o que lhe permite
seguir para o Ensino Superior e/ou para uma profissionalização técnica.
A mudança visa a garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros, aproximando-os
da realidade do mundo do trabalho e da vida em sociedade. O estudante poderá desenhar o seu itinerário a
partir dos eixos temáticos: Linguagens e novas tecnologias.
Linguagens e novas tecnologias.
Matemática e suas tecnologias.
Ciências da Natureza e suas tecnologias.
Ciências Humanas e Sociais aplicadas.
Formação técnica e profissional.
O que seria isso? Na escola em que já se adota o Novo Ensino Médio no núcleo comum, o aluno estudará as
áreas definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aplicada a toda a rede nacional, enquanto
selecionará os cursos que despertam seu interesse profissional na formação especial. Por exemplo, se o
aluno tem uma tendência à área da Matemática, o curso de Gestão Financeira poderá formar o seu itinerário
para, no futuro, realizar um curso superior tecnológico ou um curso de Administração. Enquanto esse
momento não chega, há de encontrar oportunidades de trabalho na área técnica.
Atenção
O Novo Ensino Médio terá o processo de implementação iniciado nas escolas em 2022 para a 1ª série do
EM; em 2023, para o 2º e 3º anos, chegando em 2024 para todas as séries.
Educação pro�ssional e tecnológica e sua legislação
Estudaremos aqui a legislação vigente da educação profissional e tecnológica (EPT). Por que caminhos
anda a EPT? Novos rumos se apresentam. Vamos a eles!
Como já apontamos no início de nosso estudo, não é difícil ouvir nos meios de comunicação, por exemplo,
que o mercado sinaliza ainda a falta capital humano para atuar nas empresas. Isso porque o percentual
daqueles que se dedicam aos cursos profissionalizantes é muito baixo!
Mas por que a educação profissional e tecnológica ainda se apresenta tão tímida?
Atravessamos uma crise diante do número de desempregados, além da ocupação de pessoas altamente
qualificadas em funções divergentes de sua formação. Convivemos também com o fenômeno da
uberização (CORDÃO; MORAES, 2017) da economia e do mundo do trabalho, o que afasta, cada vez mais, o
trabalhador da regularidade do emprego assalariado e da qualificação profissional.
Uberização
A partir da experiência de trabalho nascida com o mais famoso aplicativo de locomoção (UBER), que
revolucionou o transporte privado, passou-se a usar a palavra uberização para significar todo tipo de
trabalho que ora traz autonomia ao trabalhador, ora libera-o da atividade assalariada, ora exige que se utilize
recursos pessoais na execução desse trabalho.
Além da LDB de 1996 (Lei nº 9.394/1996), que acabamos de ver, há uma legislação que foi fundamental
para o crescimento da educação profissional e tecnológica: o Plano Nacional de Educação (PNE),
sancionado pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que estabeleceu metas e estratégias em prol da
melhoria da educação e da superação das desigualdades sociais, a ser obedecida por todas as instâncias
governamentais. Esse plano determina que em 10 anos, ou seja, até o ano de 2024, as metas deverão ser
cumpridas.
Dando sequência às legislações específicas que estamos estudando, as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica definem, no artigo 2º (Resolução CNE/CP 1, de 5 de
janeiro de 2021), a EPT como:
Metas
Você pode acompanhar o comprometimento de cada estado e município em relação às metas
estabelecidas. Acesse o site do Plano Nacional de Educação (PNE em movimento), clique em “Situação das
Metas”, e selecione o seu estado e município. Assim poderá confrontar a situação daquelaregião específica
com a situação atual nacional. No caso da educação profissional, a meta é a de número 11.
Modalidade educacional que perpassa todos os níveis da educação nacional,
integrada às demais modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da
ciência, da cultura e da tecnologia, organizada por eixos tecnológicos, em
consonância com a estrutura sócio-ocupacional do trabalho e as exigências da
formação profissional nos diferentes níveis de desenvolvimento observadas as
leis e normas vigentes.
(RESOLUÇÃO CNE/CP 1/2021, art. 2º)
Assim, educação profissional e tecnológica passa a estruturar-se e desenvolver-se por cursos e programas
dos seguintes segmentos:
I. Qualificação profissional, seja por formação inicial ou continuada
II. Educação profissional técnica em nível médio, vinculada à educação básica, podendo se configurar:
a. integrada ao ensino médio com matrícula única;
b. concomitante ao ensino médio — podendo ocorrer na mesma unidade de ensino ou em
unidades diferenciadas; e
c. subsequente, para quem já terminou o ensino médio.
III. Educação tecnológica de graduação ou de pós-graduação, de nível superior, que pode funcionar como
qualificação profissional tecnológica com etapa de terminalidade intermediária, como superior de
graduação tecnológico, como aperfeiçoamento ou especialização profissional tecnológicos, mestrado
profissional ou doutorado profissional.
Ensino médio
A educação profissional técnica em nível médio deve totalizar 3200 horas, a partir de 2021, possuindo no
máximo de 1800 horas para a formação geral de acordo com a BNCC e o restante para a formação
profissional. Essa modalidade também pode ser oferecida às pessoas que estudam fora do tempo previsto,
ou seja, na educação de jovens e adultos (EJA), sendo obrigatórias, no mínimo, 1200h para a BNCC, e na
educação a distância (com exceção dos cursos da Saúde, em que se deve observar a carga horária
presencial prevista no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos).
Estrutura da EPT
No vídeo a seguir, você compreenderá as diferenças entre qualificação profissional, de educação
profissional técnica em ensino médio e em nível superior:
Catálogo de Cursos Técnicos de Nível Médio – CNCT
O Catálogo de Cursos Técnicos de Nível Médio – CNCT (implantado pela Resolução CNE/CEB nº 3, de 9 de
julho de 2008), tendo a exigência de atualização anual, é mais do que um catálogo. Representa um porto
seguro, por ser uma exigência tanto para as instituições educacionais como para os estudantes. Ele
apresenta todos os cursos existentes, com a carga horária mínima e um breve descritor do curso, perfil
profissional, possibilidades de temas a serem abordados, possibilidades de atuação dos egressos e
infraestrutura recomendada para a implantação do curso. Há de se destacar que a instituição que oferecerá
o curso precisa fazer uma pesquisa de interesse na comunidade educacional, ficar atenta às necessidades
produtivas e planejar a infraestrutura adequada.
O que se propõe nessa organização de itinerários formativos é que eles se articulem de modo que o
estudante planeje a sua formação de forma horizontal ou verticalmente. O que isso quer dizer? O aluno
pode selecionar unidades curriculares, etapas ou módulos de cursos diferentes de um mesmo eixo
tecnológico, construindo sua formação horizontalmente, desde que em cada um haja terminalidade
ocupacional, ou verticalmente, com a sucessão progressiva de cursos ou certificações e com o
reconhecimento de competências, desde a formação inicial ou continuada.
Vale destacar a possibilidade da construção dos itinerários formativos de forma flexível, diversificada e
atualizada, conforme a relevância para o contexto local e as reais possibilidades das instituições e redes de
ensino públicas e privadas, visando ao desenvolvimento das competências para o exercício da cidadania e
das competências específicas para o exercício profissional, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.

Isso significa que as Instituições precisarão se planejar para oferecer os cursos da educação profissional
tecnológica a partir de estudos sobre a profissionalização praticada no mundo do trabalho, sobre a estrutura
sócio-ocupacional da área da atuação profissional e sobre os fundamentos científicos e tecnológicos dos
processos produtivos de bens ou serviços.
Vamos supor que o aluno esteja fazendo o ensino médio em determinada instituição, mas há um curso para
a sua formação profissional em outra. Se esse curso for reconhecido e propiciar certificação, ele poderá
constar do seu histórico, sendo presencial ou a distância. Essa é a flexibilização de que a resolução fala,
para a instituição e para o estudante. Além disso, como estudante, o aluno usufrui de sua autonomia e
desenha seu próprio projeto de vida, não ficando preso a uma matriz curricular que não desperta seu
interesse.
A educação profissional e tecnológica, tanto em nível de ensino médio como em ensino superior
tecnológico, desenvolve competências específicas para o perfil profissional, reconhecidas tanto pelo
sistema de ensino como pela CBO – Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho.
Exemplo
Vamos pensar a respeito do eixo tecnológico turismo, hospitalidade e lazer. Veja as tecnologias que estão
relacionadas aos processos de recepção, viagens, eventos, gastronomia, serviços de alimentação e bebidas,
entretenimento e interação. Logo, o aluno desenvolverá competências que o tornem capaz de planejar,
organizar, operar e avaliar os produtos e os serviços inerentes ao turismo, à hospitalidade e ao lazer,
integradas ao contexto das relações humanas em diferentes espaços geográficos e dimensões
socioculturais, econômicas e ambientais. E, ao eleger o curso superior de Tecnologia em Eventos, por
exemplo, terá acesso a todas as informações pertinentes, como carga horária, perfil profissional de
conclusão, infraestrutura requerida, campos de atuação, ocupações CBO associadas e possibilidades de
prosseguimento de estudos na pós-graduação.
Dessa forma, o aluno não fará um voo cego! Saberá o que o curso lhe oferece e quais serão suas
possibilidades, o que lhe dará um foco na construção de sua carreira profissional. A educação profissional e
tecnológica já funciona em programas e ações federais que serão tema do nosso próximo módulo.

Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Plano Nacional de Educação e EPT
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
CNCT
Todos
Módulo 1 - Video
Estrutura da EPT
Módulo 2 - Video
EPT e Legislação
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Algumas legislações deram destaque à educação profissional e tecnológica: o Plano Nacional de Educação
– PNE e o Ensino Médio em Tempo Integral – EMTI. Em relação ao ensino médio e à educação profissional
e tecnológica, há convergência na estruturação da organização curricular, porque ambos: 
I. São organizados em eixos temáticos e itinerários formativos. 
II. Promovem o desenvolvimento da autonomia nos estudantes e nas instituições educacionais. 
III. Mantêm a fragmentação das disciplinas. 
IV. Articulam diferentes campos de saberes específicos, contemplando vivências práticas e vinculando a
educação ao mundo do trabalho. 
Está correto o que se afirma em
A I e IV.
B I, II e IV.
C II, III e IV.
D II e III.
E III e IV.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Todas as assertivas são verdadeiras exceto a III, uma vez que os eixos temáticos, por trabalharem
com as áreas do conhecimento, evitam que o currículo se forme por disciplinas isoladas e
fragmentadas.
Questão 2
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Profissional e Tecnológica, os cursos de
formação poderão ocorrer como
A educação profissional técnica integrada ao ensino médio.
B educação superior tecnológica.
C educação profissional técnicapós ensino médio.
D formação inicial.
E
qualificação profissional, educação profissional técnica em nível médio e educação
tecnológica de graduação e pós-graduação.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Em se tratando da legislação (Diretrizes Gerais da EPT), a qualificação para o trabalho poderá
ocorrer mediante: qualificação profissional (quando, seja de forma inicial ou continuada, é
oferecido ao indivíduo a formação necessária a exercer determinada atividade); formação técnica
(sempre em nível de ensino médio); formação tecnológica (sempre em nível de ensino superior,
isto é, graduação ou pós-graduação).

2 - Programas federais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os programas federais que construíram
a história da educação pro�ssional e tecnológica.
Quando tudo começou
A história nos tem revelado o quanto o período de colonização atrasou o nosso país em termos
educacionais, em decorrência do cenário político, econômico e social. As relações de produção no Brasil
(CUNHA, 2005), a contar do período colonial, sempre buscaram reduzir o incentivo ao desenvolvimento e,
assim, fazer valorizar artesanato e manufatura. E, quando havia um empreendimento de grande porte, o
governo recrutava os menores dos setores mais desvalidos, os órfãos e excluídos da sociedade que eram
absorvidos pelas Santas Casas de Misericórdia, onde aprendiam um ofício e eram encaminhados ao
serviço. Somente depois de anos, poderiam escolher onde gostariam de trabalhar.
Entre 1840 e 1856, foram criadas as casas de educandos artífices em dez províncias do país (CUNHA,
2005). O objetivo era que adquirissem a instrução primária — leitura, escrita, aritmética, álgebra, geometria,
desenho — e alguns ofícios — tipografia, encadernação, alfaiataria, tornearia, carpintaria, sapataria etc. Após
a aprendizagem, o artífice permanecia por mais três anos no asilo, trabalhando nas oficinas, até que
pagasse o processo de aprendizagem e construísse um pecúlio que era entregue no final do triênio.
Oficina dos Ferreiros Artísticos do Liceu na Rua da Cantareira, 1910. Acervo do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Em paralelo, entre 1858 a 1886, criaram-se os liceus de Artes e Ofícios, iniciativa de benfeitores como
nobres, fazendeiros e comerciantes, nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Paulo, Maceió e
Ouro Preto, onde desenvolviam Ciências Aplicadas e Artes.
Os alunos estudavam Aritmética, Álgebra, Geometria Plana, Espacial e Descritiva, Física, Química e
Mecânica Aplicada. Em Artes, aprendiam desenho da figura humana, desenho geométrico, ornamental, de
máquinas, de arquitetura civil, naval e regras de construção.
Curiosidade
O Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, com 351 alunos matriculados, foi o pioneiro em promover a
formação técnico-profissional. A Sociedade Propagadora das Belas Artes (SPBA) fundou o liceu como ação
benemérita e serviu de modelo a outros estados da União. Hoje, continua existindo e oferecendo a educação
básica e cursos livres, não só no RJ como em outros estados. O Liceu de Artes e Ofícios é uma instituição
particular, sem fins lucrativos, que recebe subsídio do estado.
Em paralelo, com a intenção de escoar a produção cafeeira, em 1854, surge a Estrada de Ferro Mauá, no Rio
de Janeiro, e, sucessivamente, outras no estado de São Paulo. Mais uma vez, à semelhança dos liceus de
Artes e Ofícios, o grupo de fazendeiros funda a escola para ferroviários.
A ideia consistia em preparar jovens de 14 a 17 anos, desde que os pais se comprometessem, por meio de
contrato, a manterem os filhos trabalhando na ferrovia por até 5 anos após o curso. Os alunos recebiam
uma remuneração fixa, auxílio residência e gratificações. Além de aprenderem as funções de mecânico e
demais especializações necessárias às ferrovias, estudavam as disciplinas de Aritmética, Desenho, Física e
Mecânica, Geografia, Geometria, Higiene, História, Moral e Tecnologia.
Lançamento da pedra fundamental da EF Mauá, em 29 de agosto de 1852.
Na passagem do Império para a Primeira República, no entanto, um novo cenário se descortinava. A
expansão da economia cafeeira e os novos empreendimentos industriais abriam um mercado de trabalho
diferenciado, com a demanda de construção de mais estradas de ferro, novas construções e serviços, e um
contingente de pessoas ávidas por qualificação, oriundas do movimento abolicionista e do projeto de
imigração. O aumento da população urbana, o acirramento dos movimentos sindicais e o desenvolvimento
da industrialização fizeram com que Nilo Peçanha, em 1909, inaugurasse 19 escolas de aprendizes artífices,
trazendo para o governo federal a responsabilidade dessas escolas que foram implantadas uma em cada
Unidade da Federação (21, à época), exceto no DF e no Rio Grande do Sul. Apesar das dificuldades em sua
manutenção e no recrutamento de professores, a finalidade dessas escolas era a formação de operários e
contramestres, mediante ensino prático e conhecimentos técnicos necessários àqueles que quisessem um
ofício. As oficinas de trabalho manual ou mecânico seriam escolhidas pelo Estado, de acordo com a
necessidade das indústrias locais.
Passo a passo, o ensino profissional foi tomando corpo e, a partir de 1927, passa a ser obrigatório nas
escolas primárias subvencionadas ou mantidas pela União. Dez anos mais tarde, a Constituição Federal, que
inaugura o Estado Novo, ratifica o dever do Estado e define que as indústrias e os sindicatos devem criar
escolas de aprendizes de acordo com suas especificidades. No mesmo ano, o Ministério da Educação e
Saúde Pública (que era um único ministério, à época) transformou as escolas de aprendizes artífices em
liceus industriais e instituiu novos liceus.
O governo, de certa forma, procura distribuir a responsabilidade da formação dos profissionais necessários
ao momento econômico e social, marcado pelo número cada vez maior de imigrantes e pelo progresso da
industrialização no país. Essa mesma constituição, além de conceder facilidades e subsídios a essas
escolas, estabeleceu, em seu art. 129, que:
É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera da sua
especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários
ou de seus associados.
(CF/1937, Art. 129)
Construção da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, em 1941.
Momento relevante para a educação profissional se deu em 1942, pelo Decreto-Lei nº 4.127, de 25 de
fevereiro daquele ano, ao estabelecer as bases da organização da rede federal de ensino industrial,
constituída de escolas técnicas, escolas industriais, escolas artesanais e escolas de aprendizagem,
extinguindo os liceus industriais.
O ensino agrícola, por sua vez, só foi homologado com a Lei nº 9.613, de 20 de agosto de 1946, e ministrado
pelos poderes públicos ou por pessoas da iniciativa privada, desde que reconhecidas pelo governo federal.
Em 1959, as escolas industriais e técnicas mantidas pelo governo federal passam a ser chamadas de
escolas técnicas federais e se transformam em autarquias, ou seja, ganham autonomia didática e de
gestão. Com isso, intensificam a formação de técnicos, mão de obra indispensável diante da aceleração do
processo de industrialização. No entanto, a Lei nº 5.692/71 determinou que o ensino médio deveria incluir a
habilitação profissional técnica em seu currículo, tornando obrigatório que houvesse um número de horas
para disciplinas técnicas. Nessa mesma época, as instituições de ensino profissional passam a integrar a
rede geral de ensino de 1º e 2º graus.
Somente com a Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/61, o ensino profissional, denominado ensino técnico,
abrangerá os cursos industrial, agrícola e comercial, ministrados em dois ciclos: ginasial e colegial. A partir
de então, cristalizam-se duas concepções educacionais: uma acadêmico-generalista, que poderia levar o
estudante ao ensino superior, e outra que se especializava na competência técnica de determinada
profissão. Apesar dessasconcepções, a legislação entendia que tanto a formação técnico-profissional
colegial, como a formação generalista permitiam acesso ao ensino superior.
Saiba mais
A LDB de 1971, Lei nº 5.692, definiu que o ensino de 2º grau, hoje ensino médio, deveria conduzir o
estudante a uma habilitação técnica, ao menos de auxiliar técnico. Além disso, todas as instituições da rede
profissional passam a integrar a rede geral de ensino de 1º e 2º graus, objetivando também o ingresso no
ensino universitário. A reação das escolas regulares, diante da falta de infraestrutura, fez com que, em 1982,
a Lei nº 7.044 retirasse a obrigatoriedade da habilitação profissional.
Logos do Cefet-RJ ao longo dos anos.
Posteriormente, em 1978, as escolas federais do Paraná, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais foram
transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet). Tais instituições atuam na oferta de
cursos de qualificação profissional, de cursos técnicos de nível médio, de cursos superiores de graduação —
licenciatura, tecnologia e bacharelado — e de cursos superiores de pós-graduação lato e stricto sensu —
especialização, mestrado e doutorado. Dessa forma, a pesquisa aplicada, a extensão e o desenvolvimento
tecnológico também compõem sua missão. Essas escolas federais foram gradualmente transformadas em
Cefets, fazendo parte do Sistema Nacional de Educação Tecnológica.
Curiosidade
Em 2005, o Cefet do Paraná foi transformado em Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
tendo como um dos seus princípios a ênfase na formação de recursos humanos, no âmbito da educação
tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia,
envolvidos nas práticas tecnológicas e na vivência com os problemas reais da sociedade, voltados
notadamente para o desenvolvimento socioeconômico local e regional.
Em 1994, foi instituído o Sistema Nacional de Educação Tecnológica (Sistec), que serve como mecanismo
de registro e validação dos diplomas dos cursos de educação profissional e tecnológica.
A partir da LDB de 1996, instituída pela Lei nº 9.394, a Educação Profissional e Tecnológica ganha destaque
e vem crescendo no país. Foram definidas Diretrizes Nacionais Curriculares específicas para a educação
profissional de nível técnico pela Resolução nº 4/99. Já pela Resolução nº 03/02, instituíram-se as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a educação profissional de nível tecnológico.
Os debates sobre dualidade educacional continuam. Há os que acreditam que a educação profissional e
tecnológica pode diminuir o déficit de escolarização e aumentar as oportunidades de trabalho. E há os que
defendem a ideia de que ela continuará a dividir a sociedade entre os que devem pensar e os que devem
produzir.
EPT e Legislação
Vamos agora entender o impacto que a legislação pode ter sobre a formação dos educandos, a partir de um
Estudo de Caso.

Rede federal de educação pro�ssional
A rede federal de educação profissional está distribuída ao longo de todo o nosso país! Criada em 2008 pela
Lei nº 11.892, essa rede representa um momento fundamental no processo de qualificação profissional no
Brasil. Vinculada ao Ministério da Educação a partir daquele momento, é composta por: institutos federais
de Educação, Ciência e Tecnologia – institutos federais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná -
UTFPR e Centros Federais de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – Cefet-RJ e Cefet-MG. A
partir de 2012, com a Lei nº 12.667, foram acrescentadas as escolas técnicas vinculadas às universidades
federais e o Colégio Pedro II.
A rede federal de educação profissional e tecnológica, portanto, se fortalece. Muitas escolas federais de
diversas configurações se transformam em institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que são
instituições providas de reitoria, campus, campus avançado, polos de inovação e polos de educação a
distância, especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica em todos os seus níveis,
inclusive licenciaturas, bacharelados e pós-graduação stricto sensu. Sua configuração se equipara a das
universidades, possuindo autonomia para criar e extinguir cursos, mediante autorização do Conselho
Nacional de Educação. Em 2008, foram instituídos 160 institutos. Importante frisar que, entre as suas
atribuições, desenvolve soluções técnicas e tecnológicas por meio de pesquisas aplicadas e ações de
extensão junto à comunidade, com vistas ao avanço econômico e social, local e regional.
Rede federal de educação pro�ssional
No site do Ministério da Educação, no menu “Rede Federal/Instituições da Rede Federal”, você poderá
consultar os endereços dessas instituições, estado por estado.
Saiba mais
A Plataforma Nilo Peçanha consiste em um ambiente virtual no qual se coleta, valida e dissemina as
estatísticas oficiais da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica, com o objetivo de
monitoramento dos dados pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – Setec/MEC. Vale a
pena consultar!
Rede estadual de educação
Os estados brasileiros oferecem escolas profissionalizantes que estão sob o comando das secretarias do
estado da Educação ou das secretarias de Ciência e Tecnologia de cada estado. Elas possuem o respeito da
sociedade assim como as escolas da rede federal e da rede privada. Observe a distribuição de matrículas,
segundo o Censo Escolar, promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), em 2019.
Gráfico: Número de matrículas na educação profissional segundo dependência administrativa e localização da escola – Brasil – 2019Adaptado
de: Brasil, 2020, p. 41.
Com relação às unidades administrativas, a rede estadual tem o maior número de matrículas no ensino
médio e, consequentemente, de escolas com 68,2%, seguida pela rede privada com 29,1%, conforme revela
o gráfico abaixo:
Gráfico: Percentual de escolas de ensino médio por dependência administrativa – Brasil – 2019.Adaptado de: Brasil, 2020, p. 74.
O Centro Paula Souza (CPS) e a Faetec são exemplos de escolas profissionalizantes. Veja a seguir:
CPS
O Centro Paula Souza (CPS) é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI). Foi criado em 1969 para avaliar a
viabilidade da organização gradativa de uma rede de cursos superiores de tecnologia, com duração de 2 ou
3 anos.
Faetec
A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), situada no Rio de Janeiro, teve início em 1997, atendendo à
qualificação profissional na formação inicial e continuada, no ensino técnico de nível médio e no ensino
superior, na área da educação tecnológica.
Faetec
É constituída das seguintes unidades: Escolas Técnicas Estaduais (ETE), Centros de Educação Tecnológica
e Profissionalizante (Cetep), Centro Vocacionais Tecnológicos (CVT), Escolas de Artes Técnicas (EAT),
Faculdades de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj) e Centros de Referência em
Formação de Profissionais de Educação (Iserj e Isepam).
Saiba mais
Para que você fique atualizado em relação à educação profissional e tecnológica em nosso país, o site do
Inep disponibiliza o documento Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica: um campo em construção,
publicado em 2020.
Sistema S
O Sistema Nacional de Aprendizagem, desde a sua constituição, é alimentado pelas contribuições das
empresas que estão sob a tutela das Confederações Nacionais da Indústria e do Comércio. As empresas, de
acordo com as suas atividades-fim, recolhem para a Confederação 1% da folha de pagamento dos seus
funcionários, para que sejam investidos nas escolas de aprendizagem. E assim se formou ao longo do
tempo o Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do
Comércio (Senac), hoje ampliado para bens e serviços.
À semelhança do Senai e Senac, foram criados outros serviços:
Serviço de Aprendizagem Rural– Senar
Serviço Nacional de Transportes – Senat
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop
Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae
Serviço Social da Indústria – Sesi
Serviço Social do Transporte – Sest
Sistema Social do Comércio – Sesc
Apesar de se caracterizarem como instituições de direito privado, o Sistema S, como é conhecido hoje pela
sua abrangência de setores, deve cumprir certas exigências em função dos recursos financeiros, mas
também em função das obrigações educacionais, como a regulação, a supervisão e a avaliação da União,
conforme a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) vigente.
Atualmente, o Sistema S oferece inúmeras vagas nos cursos de educação profissional, passando pelo
ensino médio técnico, por cursos de graduação em todas as modalidades de ensino — presencial, educação
a distância, educação de jovens e adultos —, por cursos e programas de educação continuada e até de pós-
graduação.
O conceito de menor aprendiz nasceu pelo Decreto nº 4.481, de 16 de julho de 1942 e, posteriormente,
alterado pelo Decreto nº 9.576, de 12 de agosto de 1946, ao instituir em seu art. 1º que:
Os estabelecimentos industriais de qualquer natureza são obrigados a
empregar e matricular nas escolas mantidas pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai), um número de aprendizes equivalentes a 5 %
no mínimo e 15 % no máximo, dos operários existentes em cada
estabelecimento e cujos ofícios demandem formação profissional.
(DECRETO Nº 4.481/1946, art. 1º)
Essa determinação ainda se mantém atuante por meio do Programa Jovem Aprendiz e Aprendiz Legal, que
oportunizam aos jovens maiores de 14 e menores de 18 anos trabalharem e adquirirem formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. Esse contrato de
aprendizagem é oferecido pelas empresas mediante pagamento de um salário-mínimo, com anotação em
Carteira de Trabalho e Previdência Social. A duração desse programa é de, no máximo, dois anos e o
estudante deve matricular-se em programa de aprendizagem. Caso o Sistema S não possua vagas ou
cursos específicos, a empresa deverá buscar programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de
entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, sem ônus para o jovem, como escolas
técnicas de educação e entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente
e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Ao
final do curso, o aprendiz terá certificação profissional. Importante ressaltar que é necessário que o jovem
possua ensino fundamental completo.
Esses programas auxiliam os jovens uma vez que propiciam a experiência do 1º emprego, a aprendizagem
de competências técnico-profissionais e competências socioemocionais necessárias no mercado de
trabalho.

Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Rede Federal de Educação Pro�ssional
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Plataforma Nilo Peçanha
Todos
Módulo 1 - Video
Estrutura da EPT
Módulo 2 - Video
EPT e Legislação
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/1961 foi importante para a educação profissional e tecnológica, porque
A foi a primeira lei que sistematizou a educação.
B incluiu na LDB a educação profissional, com os cursos: comercial, agrícola e industrial.
C cuidou da formação dos docentes.
D preparou obrigatoriamente os estudantes para essa modalidade de ensino.
E diminuiu a dualidade educacional.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A LDB, disposta na Lei nº 4.024/1961, foi a primeira sistematização da Lei da Educação e já
incluiu a educação profissional, com os cursos comercial, agrícola e industrial, cujos
ensinamentos já respondiam à demanda econômica da época. Esse foi um passo importante,
porque sedimentou as bases para o reconhecimento da formação profissional, a ponto de se
tornar obrigatória uma habilitação técnica no 2º grau, a partir da LDB de 1971.
Questão 2
Leia as afirmativas sobre o Programa Jovem Aprendiz: 
I. O jovem de 14 a 25 anos pode trabalhar e adquirir formação técnico-profissional. 
II. O contrato de aprendizagem é oferecido pelas empresas aos jovens de 14 a 18 anos, mediante
pagamento de um salário-mínimo, com anotação em Carteira de Trabalho e Previdência Social. 
III. Esse projeto nasceu de uma determinação legal de 1942, em que as empresas eram obrigadas a
matricular os jovens que não possuíssem formação profissional nas escolas mantidas pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. 
IV. O jovem de 14 a 18 anos pode trabalhar e adquirir formação técnico-profissional. 
Está correto o que se afirma em
A II, III e IV.
B I e II.
C I, III e IV.
D II e III.
E III e IV.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O Programa Jovem Aprendiz nasceu em 1942, quando houve uma legislação que obrigava os
estabelecimentos industriais, de qualquer natureza, a empregar e matricular os jovens que não
tivessem formação técnica profissional nas escolas mantidas pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai). Atualmente, o Programa Jovem Aprendiz se dirige aos jovens de
14 a 18 anos que queiram trabalhar com contrato assinado na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, adquirindo formação técnico-profissional.

3 - Demandas pro�ssionais atuais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os rumos da educação pro�ssional
tecnológica integrada aos caminhos da lei educacional e às demandas pro�ssionais atuais.
Um novo momento
Não há dúvida de que o mundo do trabalho vem se modificando velozmente. A globalização e as novas
tecnologias trazem novos desafios. Com a elevada sofisticação e permanente mutação, as organizações se
obrigam a assumir inovações que impactam a qualificação profissional. Estarrece conviver com os rumos
da civilização com a Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial,
biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D, a internet das coisas.
Como ficarão os empregos? As pessoas serão descartadas?
No quesito serviços, convivemos e fazemos uso de uma nova modalidade de trabalho, a uberização, que
parece nos tornar independentes, mas que, na verdade, nos torna dependentes de uma equipe de retaguarda
atualizada no campo das plataformas digitais. Os novos empregos têm como característica o modelo de
equipes multidisciplinares e trabalhos em rede, com atividades laborais cada vez menos repetitivas, ao
mesmo tempo em que várias ocupações e funções se tornam obsoletas. Assim, uma vaga de emprego
requer que o indivíduo seja capaz de tomar decisões e mostrar iniciativa, bem como exige que possua
algumas potencialidades para exercer uma função a qual naquele momento demanda autonomia.
A instabilidade passa a ser regra não só para as empresas que precisam se atualizar constantemente como
para o empregado, cuja meta deve ser sempre cuidar de sua formação continuada. O agronegócio vem
demonstrando essa evolução: os donos do negócio estudando e implantando novas tecnologias e o
agricultor que, antes cortava a cana, agora necessita aprender a lidar com a máquina que faz seu trabalho
em menor tempo e de forma eficaz.
Como você pode acompanhar, o cenário atual exige das empresas e do trabalhador novas posturas: ser
criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável. Do
empregado se requer autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar as dificuldades e propor
soluções, estar aberto à convivência em equipe.
E aí está a chave do problema: o indivíduo da atualidade está preparado para isso? As gerações anteriores
foram formadas para esse tipo de desenvoltura?
Modelo dacompetência na educação
Vimos nos módulos anteriores que a educação é sempre um reflexo dos movimentos políticos e
econômicos da sociedade. A atual Lei de Diretrizes e Bases, nº 9.394/1996, em seu art. 2º, é clara:
A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
(LEI Nº 9394/1996, art. 2º)
Veja bem: sua qualificação para o trabalho! Por essa razão, a educação profissional e tecnológica se insere
no Capítulo III dessa Lei.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por sua vez, define o conjunto progressivo das aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades de educação, com o
objetivo de garantir a qualidade e a igualdade de condições no processo de aprendizagem.
A BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de
competências. E conforme consta no documento:
Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber”, considerando a
constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores; e, sobretudo, do
que devem “saber fazer”, considerando a mobilização desses conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
(BRASIL, 2017, p. 13)
Cabe ressaltar ainda que essa orientação também se faz presente nas avaliações internacionais da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coordena o Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), e na Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), que instituiu o Laboratório Latino-americano de
Avaliação da Qualidade da Educação para a América Latina (LLECE, na sigla em espanhol).
Com relação ao ensino médio, a BNCC orienta que as instituições deverão favorecer a preparação básica
para o trabalho e a cidadania, o que supõe:
[o] desenvolvimento de competências que possibilitem aos estudantes inserir-
se de forma ativa, crítica, criativa e responsável em um mundo do trabalho cada
vez mais complexo e imprevisível, criando possibilidades para viabilizar seu
projeto de vida e continuar aprendendo, de modo a ser capazes de se adaptar
com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores.
(BRASIL, 2018, p. 465)
O currículo, por sua vez, será composto por uma base comum, dividida em áreas do conhecimento, e por
uma área diversificada com a oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o
contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.
Sendo assim, a oferta de diversos itinerários formativos, seja para o aprofundamento acadêmico em uma ou
mais áreas do conhecimento, seja para a formação técnica e profissional, propiciará ao educando maior
flexibilidade na construção do seu projeto de vida e da sua carreira profissional.
Assim, a educação profissional e tecnológica acompanha o modelo da educação básica e, em especial, do
ensino médio, por possuir o mesmo conceito de organização: eixos temáticos (semelhantes às áreas do
conhecimento) e itinerários formativos.
Construindo um novo per�l pro�ssional
A educação profissional e tecnológica deve ser entendida como uma modalidade educacional que perpassa
todos os níveis da educação. Essa formação acontece mediante a construção de itinerários formativos.
Todas as ações necessárias para essa construção exigirão do aluno reflexão, planejamento,
autoconhecimento. A BNCC também alerta as instituições para despertar no estudante a construção do
projeto de vida. É nesse momento que ele precisa pensar em quais são os seus sonhos possíveis, que
talentos possui, do que não gostaria de jeito algum.
Consciente (ainda que nem sempre) de seu talento e de seu sonho, é preciso que o aluno decida sobre o
eixo tecnológico que faz seus olhos brilharem e sobre a área em que ele gostaria de trabalhar. Como
também já vimos, o CNCT é um instrumento fundamental para se encontrar essas informações, a fim de
decidir os cursos que poderá cursar e, a partir daí, trilhar o caminho profissional.
O Novo Ensino Médio, a partir da legislação vigente, está organizado de forma similar: uma parte de
formação geral e outra diversificada, composta por itinerários. Atualmente, a maioria das escolas ainda está
organizada em disciplinas que devem ser cursadas por todos os alunos. Não há, portanto, autonomia para
definir seu caminho profissional.
Anteriormente, os alunos cursavam as mesmas disciplinas durante todo o ensino médio. Mas, como
também já sabemos, essa realidade terá de adaptar-se a partir de 2022.
Atenção
Importante ressaltar que as instituições necessitarão fazer uma pesquisa sobre as preferências
profissionais dos seus alunos e sobre as demandas locais. Essa organização é fundamental para o sucesso
da educação profissional. Não havendo curso que seja do interesse do aluno em uma instituição, ele poderá
estudar em outra, uma vez que cada formação deve possuir uma finalização e, consequentemente, uma
certificação. Essa possibilidade propicia que as instituições trabalhem coletivamente, aperfeiçoando
infraestruturas e trocando expertises, o que as torna mais flexíveis entre os estudantes.
Além disso, a lógica da construção de itinerários propõe uma continuidade nos estudos, o que garante ao
jovem ou ao adulto o estímulo à melhoria de sua carreira profissional. A partir da Lei nº 11.741, de 16 de
julho de 2008, além de a educação profissional e tecnológica ser integrante dos diferentes níveis e
modalidades de educação e das dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, ela abrangerá:
A formação inicial e continuada ou qualificação profissional.
A educação profissional técnica de nível médio.
A educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.
Os cursos de educação profissional e tecnológica de graduação atendem aqueles que pretendem ingressar
mais rapidamente no mercado de trabalho, visto que a duração é menor por possuir uma matriz curricular
voltada à prática. As exigências em relação à autorização do MEC são as mesmas de um curso superior,
seja licenciatura ou bacharelado. As oportunidades também são as mesmas. Você pode concorrer a vagas
em concurso público ou seguir na pós-graduação stricto sensu ou lato sensu.
O diferencial da graduação tecnológica é que ela é mais específica, voltada para uma determinada área
dentro de um campo de conhecimento, e direcionada a suprir as necessidades do setor produtivo.
Saiba mais
O Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST) apresenta 134 denominações de cursos,
em 13 eixos tecnológicos, possuindo em cada um o perfil profissional de conclusão, a infraestrutura mínima
requerida, a carga horária mínima, o campo de atuação, as ocupações CBO associadas, bem como as
possibilidades de prosseguimento de estudos na pós-graduação lato sensu e stricto sensu.
Novos caminhos da educação pro�ssional e tecnológica
EAD e formação pro�ssional
No vídeo a seguir, você porderá identificar as possibilidades e perspectivas da EAD na formação profissional
contemporânea. Confira!
Inovação tem sido uma das palavras mais usadas na atualidade. Todos os ramos de negócios —
agropecuário, industrial, de bens e serviços, comércio etc. — se apoderaram da tecnologia como aliada à
produtividade e ao crescimento econômico. Nesse contexto, o setor agropecuário tem sido grande destaque
econômico positivo ao longo da pandemia, iniciada em 2020.
Também as startups de soluções para o varejo vêm crescendo assustadoramente. As lojas autônomas de
supermercados já são uma aposta. Isso sem falar na evolução vertiginosa do e-commerce. Essas inovações
não se deram apenas na tecnologia, mas também em pesquisa, como é o caso de supermercados, por
exemplo, que devem ser precisos nos processosde recebimento de pedidos, na separação de produtos, no
empacotamento, no processamento de pagamento, na logística, assim como na diversidade de oferta,
controle de estoque etc.

Startups
Resumidamente, chamamos startup a reunião de um grupo de pessoas que, com ideias inovadoras, busca
iniciar um negócio que pretende gerar rendimentos. Para que assim se caracterize, devem ser apresentadas
possibilidades reais de realização (ainda que, momentaneamente, na incerteza), em condições de
repetibilidade (suprir a demanda de seu “produto”) e escalabilidade (sendo capaz de crescer como modelo
de negócio).
E-commerce
E-commerce, ou comércio eletrônico, é toda transação comercial realizada por meio de equipamentos
eletrônicos que, em sua quase totalidade, envolve a internet.
Também na indústria, até o chão de fábrica passa a ser o 4.0. Ou seja, a automação digital, o uso da
robótica, a transformação digital e a inteligência artificial permitem que o tamanho dos equipamentos e a
quantidade de pessoal para operação sejam reduzidos — e isso obviamente impacta no espaço físico das
novas fábricas.
Toda essa inovação pode fazer parecer que as pessoas serão substituídas por máquinas. No entanto, essas
máquinas exigem um aparato tecnológico mais profundo, o desenvolvimento de pesquisa e o despertar de
novas competências. Por essa razão, a responsabilidade da educação e, especificamente, da educação
profissional e tecnológica é a de preparar as pessoas para um mundo mais produtivo, ético, solidário e
sustentável. Seus currículos precisam ser interdisciplinares, eliminando a fragmentação dos conhecimentos
e buscando o atendimento às demandas socioeconômicas. Sem antes ratificar sua flexibilidade e constante
atualização, impositiva no mundo contemporâneo, contudo repleta de reflexão, para que não se inove por
inovar, mas se baseie nas competências a serem desenvolvidas no cidadão.
Outro ponto a ser destacado na educação profissional e tecnológica é o mundo que se abre para o
aproveitamento de estudos e de experiências profissionais que podem despertar nas pessoas o desejo de
voltar aos bancos educacionais, estimulando-as ao aprendizado e à melhoria de suas carreiras. As
instituições têm papel fundamental ao traçar as estratégias no oferecimento dos cursos, fruto de pesquisa
junto à comunidade, destacando o espírito de coletividade na oferta entre as demais entidades, sempre em
prol dos estudantes e sua inserção no mundo do trabalho.
Vale ressaltar a inclusão na lei do atendimento ao segmento da educação de jovens e adultos (EJA), cujos
alunos, por alguma razão, não conseguiram terminar seus estudos em tempo certo. A educação profissional
vem como estímulo à apropriação de uma nova profissão, não só por sua autoestima, mas também por
subsistência. A educação a distância, por sua vez, também pode compor a carga horária de alguns cursos.
Assim, pela primeira vez, a educação profissional e tecnológica sai da esfera instrumental para a aquisição
de competências em que se articulam os conhecimentos, as habilidades e atitudes com autonomia
intelectual e consciência crítica dos desafios do mundo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
BNCC e ensino médio
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
CNCST

Todos
Módulo 1 - Video
Estrutura da EPT
Módulo 2 - Video
EPT e Legislação
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3
Questão 1
Leia as afirmativas abaixo em relação à educação profissional e tecnológica. 
I. Pelo fato de ser organizada em itinerários formativos, ela possibilita a inserção ou reinserção profissional
dos estudantes. 
II. Itinerário formativo representa o conjunto de unidades curriculares, etapas ou módulos que compõem a
sua organização em eixos tecnológicos. 
III. O estudane pode articular horizontalmente sua formação profissional mediante etapas ou módulos de
um mesmo eixo tecnológico ou, verticalmente, por sucessivas certificações desde a formação inicial até a
pós-graduação. 
IV. O itinerário formativo deve ser estabelecido pela instituição que oferece o curso sem vinculação com as
demandas produtivas. 
Está correto o que se afirma em
A I, II e III.
B I e IV.
C II e IV.
D II e III.
E III e IV.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O itinerário formativo representa uma unidade curricular, possibilita a inserção ou reinserção
profissional do estudante e pode promover a ascensão profissional dentro do próprio eixo
tecnológico (horizontalmente) ou avançando em outros níveis (verticalmente). A instituição deve
realizar uma pesquisa de interesse de seus alunos, propondo cursos que atendam a essa
demanda e à do setor produtivo.
Questão 2
Leia as afirmações a seguir: 
I. As Diretrizes Curriculares Nacionais da educação profissional e tecnológica asseguram a
interdisciplinaridade como um dos seus princípios 
PORQUE 
II. A fragmentação dos conhecimentos e a descontextualização curricular precisam ser superadas. 
Assinale a alternativa correta:
A As duas afirmações estão corretas e a segunda não justifica a primeira.
Considerações �nais
Por muito tempo, a educação profissional fez parte de um debate a respeito da dualidade na educação,
dividida em um ensino para os pobres e outro voltado para a elite acadêmica. Atualmente, com a velocidade
das inovações tecnológicas e a decorrente mudança do processo produtivo, a execução de trabalhos mais
complexos e as exigências no perfil profissional — autônomo, responsável, capaz de resolver problemas e
trabalhar em equipe — abriram espaço para um modelo organizacional e ocupacional.
Dessa forma, a educação profissional e tecnológica requer novas competências, o que amplia sua
valorização no mercado de trabalho por estar presente em todos os níveis de ensino, da educação básica ao
ensino superior, presenciais ou a distância, vinculando-se às dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e
da tecnologia. Distante da visão da menos valia que os cursos da educação profissional e tecnológica
B As duas afirmações estão incorretas e a segunda não justifica a primeira.
C As duas afirmações estão incorretas.
D As duas afirmações estão corretas e a segunda justifica a primeira.
E A primeira afirmativa está incorreta e a segunda está correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A interdisciplinaridade é um dos princípios da educação profissional e tecnológica em
substituição à fragmentação dos conteúdos e à descontextualização.
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trouxeram, percebe-se hoje seu valor e seu potencial junto aos profissionais, além de sua capacidade de
incrementar a economia.
Há, no entanto, grandes desafios a cumprir: a preparação dos docentes, para que possam atuar de forma
eficiente e eficaz nesse novo cenário, e um diálogo consistente sobre demandas entre a comunidade local e
as instituições educacionais. Os novos rumos da educação profissional e tecnológica, contudo, prometem
luz e vigor aos indivíduos que procuram uma oportunidade de crescimento profissional. A possibilidade de
caminhar paulatinamente e subir degrau a degrau na construção de suas competências laborais os inspira a
seguir e os anima a alçar futuros voos.
O estímulo à adoção da pesquisa como princípio pedagógico é fator relevante, para que o crescimento não
ocorra somente no mundo tecnológico, mas no desenvolvimento do trabalho como mola mestra da
evolução social.
Podcast
Agora, o professor Antônio Giacomo encerrra o tema falando sobre a educação profissional e tecnológica.
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Referências
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2017.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2018.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação
Básica 2019: Resumo Técnico. Brasília, 2020.
CORDÃO, F. A.; MORAES, F. Educaçãoprofissional no Brasil: síntese histórica e perspectivas. São Paulo:
Editora Senac, 2017.
CUNHA, L. A. O ensino de ofícios nos primórdios da industrialização. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp;
Brasília, DF: FLACSO, 2005. E-book.
HESSEL, R.; OLIVEIRA, A. Um quarto dos jovens de 15 a 29 anos não estuda nem trabalha, aponta FGV.
Correio Braziliense, Economia, 18 mai. 2021. Consultado na internet em: 2 set. 2021.
NERI, M. Juventude e trabalho: qual foi o Impacto da crise na renda dos jovens? E nos nem-nem? Rio de
Janeiro: FGV Social, 2019.
ZARIFIAN, P. O modelo da competência: trajetória histórica, desafios atuais e propostas. Trad. Eric Roland
René Henault. São Paulo: Editora Senac, 2003.
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Para ampliar seus conhecimentos sobre o conteúdo:
Veja o vídeo O Novo Ensino Médio, do canal Movimento pela Base, que apresenta essa proposta de forma
criativa e muito clara. Nesse mesmo canal do YouTube, é possível encontrar outros vídeos de temas afins.
Leia o artigo A diferença entre ganhar dinheiro e fazer dinheiro - as três lições de vida de um vendedor de
água, de Leandro Ávila, que nos traz a impressionante história de Rick Chester (o vendedor de água) e como
a inovação e o empreendedorismo (que nele parecem inatos) devem ser incentivados na formação
profissional.
Os documentos abaixo, todos disponíveis virtualmente, são muito importantes no contexto do estudo que
aqui realizamos. Confira!
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos
Classificação Brasileira de Ocupações
Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia
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