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CAMPANHAS EXTERNAS

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HISTÓRIA MILITAR -NPOR 2022
GUERRA DA CISPLATINA
A Guerra da Cisplatina (1825 e 1828) foi um conflito travado entre o
Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata pelo controle da
Cisplatina (atual Uruguai).
A Guerra da Cisplatina foi um conflito travado pelo Império do Brasil
contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) pelo controle
da Cisplatina, região que atualmente conhecemos como Uruguai. Essa foi
a primeira guerra de que o Brasil participou como nação independente e
estendeu-se de 1825 a 1828. O resultado do confronto foi desastroso para o
Brasil, que, além de perder a Cisplatina, teve de amargar uma intensa crise
econômica.
POR QUE OCORREU A GUERRA DA CISPLATINA?
A região da Cisplatina (atual Uruguai) era um local de tensão e atrito desde
o período colonial. A disputa pela Cisplatina teve como marco estipulado
pelos historiadores o ano de 1680, quando a Coroa Portuguesa autorizou a
construção de um forte na margem oriental do Rio da Prata. Surgia nesse
momento a Colônia de Sacramento.
A Colônia de Sacramento foi alvo de intensa disputa entre portugueses e
espanhóis. Foram assinados diversos tratados territoriais entre as duas
nações, tais como o Tratado de Madrid (1750), o Tratado de El Pardo
(1761) e o Tratado de Santo Ildefonso (1777). No entanto, apesar dos
tratados, a disputa e a indefinição acerca do controle de Sacramento
permaneceram durante o século XIX.
A partir de 1808, D. João VI transferiu a Corte Portuguesa para o Brasil
por conta da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas. O impacto
disso no Brasil foi imediato, inclusive na questão das relações
internacionais. Em represália à ação dos espanhóis de permitir que as
tropas francesas cruzassem seu território para invadir Portugal, D. João
ordenou a invasão de Sacramento e nomeou a região de Cisplatina.
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Aconteceram duas invasões dos portugueses na região. Em 1816, a
Cisplatina foi invadida de maneira definitiva e agregada ao território de
Reino de Portugal, Brasil e Algarves. As tropas brasileiras eram lideradas
por Francisco Frederico Lecor e eram formadas por aproximadamente 14
mil soldados. Os objetivos, conforme lista Chico Castro, eram dois:
- Reunir sob o domínio português as colônias espanholas;
- Expulsar um revolucionário local chamado José Artigas.
A ocupação da Cisplatina por Portugal aumentou a tensão e o desgaste que
existiam na região platina porque o comandante Lecor indispôs-se bastante
com a população local, agindo de maneira autoritária. Além disso, o
desgaste do Reino de Portugal com as Províncias Unidas, sobretudo, com a
elite portenha (de Buenos Aires), aumentou consideravelmente.
Em 1822, o Brasil declarou a sua independência sob a liderança de Dom
Pedro I, e a anexação da Cisplatina ao território brasileiro foi confirmada.
A região, inclusive, mandou representantes para a Assembleia Constituinte
que redigiu a primeira Constituição do Brasil (a que foi rejeitada por D.
Pedro I em 1823).
Por causa da tensão permanente na Cisplatina, iniciou-se uma rebelião, em
1825, organizada por Juan Antonio Lavalleja. Nessa rebelião, Lavalleja e
seus aliados (conhecidos como “33 orientais”) declararam a separação da
Cisplatina do Brasil e a sua vinculação com as Províncias Unidas. Essa
atitude de Lavalleja aconteceu porque ele e seus aliados estavam sendo
apoiados material e financeiramente pelos portenhos.
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OBJETIVOS
Os objetivos de cada lado podem ser resumidos da seguinte maneira:
- Brasil: colocar fim à rebelião na Cisplatina e retomar o controle da
região.
- Uruguai: do movimento liderado por Lavalleja, o objetivo principal era
anexar-se às Províncias Unidas, mas havia uruguaios que defendiam a
independência.
- Províncias Unidas: garantir a anexação da Cisplatina ao seu território
QUEM GANHOU A GUERRA DA CISPLATINA?
A derrota sofrida na Batalha de Ituzaingó foi duríssima para as tropas
brasileiras, uma vez que cerca de 1.200 brasileiros morreram nela. Logo
após, o Brasil concordou em iniciar negociações para tratar da cessão
definitiva da Cisplatina para os uruguaios. O resultado dessa negociação
foi a assinatura da Convenção Preliminar de Paz em 27 de agosto de 1828.
Nesse momento, o Brasil assinou o fim das suas pretensões territoriais
sobre a Cisplatina e aceitou a derrota militar.
Há, no entanto, que se considerar que os argentinos também não
alcançaram os seus objetivos, uma vez que no início do conflito os
uruguaios haviam anunciado a sua vinculação com as Províncias Unidas.
Nesse acordo, argentinos e brasileiros concordaram pelo fim de suas
pretensões na Cisplatina e pela independência da região. Surgiu, assim, a
República Oriental do Uruguai.
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CONSEQUÊNCIAS
As consequências dessa guerra para o Brasil foram gravíssimas.
Primeiramente, a guerra ampliou a crise econômica que atingia o país. Os
gastos com o conflito foram gigantescos e quebraram a economia
brasileira. Além disso, essa situação foi agravada pelo fato de que, durante
os anos da guerra, a Casa da Moeda emitiu grande volume de moeda, o
que causou a sua desvalorização.
A guerra também contribuiu para desgastar a imagem de D. Pedro I. O
imperador vinha sofrendo um desgaste contínuo desde 1822 por causa de
seu autoritarismo. Ao final da guerra, a derrota e a crise econômica fizeram
a sua popularidade despencar.
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GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS
A Guerra contra Oribe e Rosas ou também conhecida como Guerra do
Prata aconteceu entre 1851 e 1852 na região do rio do Prata, um estuário
criado pelos rios Paraná e Uruguai. O Brasil já havia lutado anteriormente
na Guerra Cisplatina (1825-1828) contra as Províncias Unidas do Rio da
Prata que resultou na criação do Uruguai.
O primeiro personagem dessa guerra que inclusive dá nome a Guerra, é
Juan Manoel de Rosas que foi eleito o governador de Buenos Aires, uma
das províncias mais ricas e populosas e ainda contava com um importante
porto na época. Seu governo era o de um perfeito ditador, caracterizado
pela corrupção e resultando em uma emigração em massa de 14 mil
opositores. Os planos de Rosas eram audaciosos, ele queria recriar o antigo
Vice-Reinado do Prata, que abrangia territórios do Uruguai, Paraguai e
Bolívia e garantir assim que a Argentina se tornasse a principal potência da
América do Sul.
Quanto ao Paraguai, Rosas logo resolveu este problema. Este país declarou
sua independência em 1811, mas nenhum outro o reconheceu. O ditador
paraguaio José Gaspar Rodríguez de Francia isolou o país, evitando
contatos com o exterior e possíveis ações diplomáticas. Quando este
morreu, Carlos Antonio López o sucedeu e abriu as suas portas para a
Argentina assinando dois tratados, porém como o ditador Rosas não estava
para brincadeira se recusou de reconhecer o Paraguai como independente e
criou barreiras para o comércio deste país.
O Uruguai antiga província Cisplatina, também enfrentava problemas, mas
nas eleições para o seu primeiro presidente. De um lado o candidato
Fructuoso Rivera, do partido Colorado e do outro o responsável pela 
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independência da Cisplatina, Juan Antonio Lavalleja, do partido Blanco.
Rivera num ato de desespero tentou tomar o poder a força, o que durou
dois anos (1830-1832) e finalmente conseguiu a presidência que tanto
desejava.
Depois de cumprir seu mandato até 1835, Manuel Oribe também do
partido Blanco assumiu o poder por alguns anos, já que renunciou em
1839 deixando o posto livre novamente para Rivera.
O ditador argentino enviou um exército liderado por Lavalleja que não
teve êxito. Rosas então enviou outro exército com a ajuda de argentinos e
de uruguaios liderados por Oribe. Desta vez Rivera não teve tanta sorte e
procurou exílio no Brasil,enquanto mais de trinta mil pessoas eram
mortas.
Mesmo com o Uruguai em suas mãos, Rosas queria mais e passou a atacar
o Sul do Brasil. O Brasil, cujo imperador era Dom Pedro II, então teve que
tomar as suas medidas. Mandou uma parte do seu exército para o Sul e
tinha como plano financiar os oponentes. A aliança começou a ser
formada, Dom Pedro contava com o apoio da Bolívia, Paraguai (sendo que
o Brasil enfim reconheceu a sua independência), Uruguai (opositores
internos) e com as duas províncias argentinas: Entre Rios e Corrientes.
O exército brasileiro se armou para o confronto, uma parte ficou na
fronteira para protegê-la e outra foi para o Uruguai tirar Oribe do poder.
No dia 19 de outubro de 1851, diante do tamanho do exército que vinha ao
seu encontro, Oribe se rende sem luta.
Então as forças armadas seguem rumo a Argentina para tirar Rosas do
poder. Chegam próximo de Buenos Aires no dia 1º de fevereiro de 1852 e
derrotam a primeira força rosista que encontram. Dois dias depois, houve
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uma nova batalha chamada de Batalha de Monte Caseros, sendo que desta
vez o exército argentino era liderado pessoalmente por Rosas. Os aliados
ganharam a disputa e Rosas fugiu para o Reino Unido, sem que ninguém
soubesse.
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