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CACD História do Brasil - Política Exterior do Primeiro Reinado - A Constituição de 1824 - 3.3 do edital

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História do Brasil
OBS.: Esse material é um resumo do ponto 3.3 do Edital do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática e pode sofrer alterações com o passar do tempo. A principal fonte é o livro História do Brasil Nação vol. 1.
Cópias não são autorizadas.
3.3 - POLÍTICA EXTERIOR DO PRIMEIRO REINADO:
 O primeiro país a reconhecer a independência do Brasil foi os EUA em 25 de junho de 1824, mediante a assinatura de um simples acordo comercial, motivados pela Doutrina Monroe. Em seguida, aos poucos, os países da América Latina foram reconhecendo apesar de uma certa desconfiança por não ter havido uma ruptura direta entre Portugal e Brasil e porque o Brasil ainda mantinha subordinada a Província Cisplatina.
 Já o reconhecimento português precisou ocorrer com a mediação, nada barata, inglesa. Esta exigiu em troca do reconhecimento (1825 após o português), a renovação dos tratados de 1810 (que expiravam naquele ano). Já Portugal só aceitou reconhecer a independência após o Brasil conceder a ele a mesma tarifa alfandegária inglesa de 15%, aceitar pagar uma indenização de 2 milhões de libras (para o qual a Inglaterra forneceu um empréstimo) e admitia ser a Independência uma concessão unilateral de Portugal, mesmo sem d. Pedro abdicar completamente dos seus direitos ao trono português.
 D. João VI reconheceu a independência do Brasil somente em 1825 pelo Tratado de Paz e Aliança de 29 de agosto de 1825, depois de demoradas negociações e mediante indenizações, ainda assim tendo reservado para si o título de imperador do novo país e assinando que ele concedia a transferência da soberania sobre o território americano, que só ele detinha, ao reino do Brasil, sob a autoridade de seu filho. (p. 101/ 50(pdf) - História do Brasil Nação (1808-1830))
 O reconhecimento dos demais países europeus se deu logo após o inglês, já a partir de 1825, em troca da promessa de também obterem a mesma tarifa de 15%, o que ocorreu em 1828.
 Após a morte de d. João em 1826, as prioridades de d. Pedro voltavam-se para a política externa, em função da confusão gerada pela questão sucessória em Portugal (d. Pedro abdicou do trono para deixar a sua filha que havia casado com o irmão de d. Pedro, d. Miguel, para este assumir a regência já que a menina só tinha 7 anos. Porem d. Miguel deu um golpe absolutista tomando o trono para si e d. Pedro teve que solicitar apoio das demais províncias europeias para restituir o trono, o que só ocorreu após a volta de d. Pedro a Portugal e sua abdicação ao trono brasileiro), as dificuldades para sustentar a guerra na Cisplatina e a renovação dos tratados com a Inglaterra, o que acabava por influir decisivamente na condução dos negócios internos. (p. 108/ 54(pdf) - História do Brasil Nação (1808-1830))
VER FICHAMENTO DE RICUPERO SOBRE JOSÉ BONIFÁCIO
 
Guerra da Cisplatina: (1825-1828)
· Questão da Cisplatina:
 A região da Colônia de Sacramento, localizada no território da Cisplatina, atual Uruguai, foi, por muito tempo, motivo de disputa diplomática entre Portugueses e Espanhóis. No Tratado de Badajoz (1801) estabelecia que essa colônia pertencia a Espanha. Porém em 1811, as disputas pela independência do Vice-Reino do Rio da Prata, sede em Buenos Aires, levaram as tropas portuguesas a ocupar o território da Banda Oriental, retirando-se de lá meses depois.
 José Gervasio Artigas (apoiava Buenos Aires), chefe militar que queria a saída dos espanhóis da região, mas divergia da elite da cidade que queria o conservar a centralização e o poder político da região, através do controle do porto de Buenos Aires.
 Em 1814, Artigas criou a Liga dos Povos Livres: república federal e socialmente reformista que possuía o apoio da população mais pobre do meio rural. Ele se tornou uma ameaça tanto a centralização do poder em Buenos Aires quanto aos interesses da Coroa Portuguesa.
 Em 1816, D. João ordenou nova ocupação da Banda Oriental, que não sofreu oposição de Buenos Aires.
 Em 1820, forças portuguesas derrotaram os revolucionários de Artigas, levando-o a refugiar-se no Paraguai (aonde morreu em 1850).
 Em 1821, D. João incorporou oficialmente o território da Banda Oriental ao Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil. Com a designação de Província da Cisplatina.
 Em 1822, essa Província tornou-se parte do Império do Brasil.
 Em 1823, D. Pedro I recusou-se a devolver a Banda Oriental às Províncias Unidas do Rio da Prata, conforme havia sido pedido pelo governo de Buenos Aires.
 Em 1825, Juan Antonio Lavalleja, a frente dos "Treinta y tres orientales", vindos de Buenos Aires, desembarcou no território oriental, iniciando a luta contra a dominação brasileira. Em outubro desse mesmo ano, o pedido de incorporação da Banda Oriental foi aceito pelo Congresso das Províncias Unidas, o que levou D. Pedro I a declarar guerra a tais províncias.
 Apesar do governo de Buenos Aires não ter declarado apoio a expedição de Lavalleja, o Congresso Nacional e a população local queria a guerra. Porém os brasileiros não tiveram tanta aceitação ao conflito.
 
· Conflito:
 Quatro anos após a incorporação oficial da Cisplatina ao Brasil, iniciou-se uma rebelião (1825) nesta província a qual Buenos Aires se aproveitou para anexar a região às Províncias Unidas do Rio da Prata. Diante deste cenário o Brasil declarou guerra à Argentina no mesmo ano.
 A partir de outubro de 1825, as forças do Império do Brasil dominavam apenas Montevidéu e Colônia, tendo perdido o controle do restante do território oriental. Apesar da esquadra imperial ter superioridade naval, não conseguiu dominar as águas platinas devido ao grande porte dos navios brasileiros que tornava seu manejo, pelo rio Uruguai, complicado. Além disso, as cartas de corso (Patentes de Corso) lançadas pelas Províncias Unidas que permitia que qualquer beneficiário, advindo de qualquer nacionalidade, atacasse o Brasil, o que prejudicou seriamente o comércio exterior brasileiro.
 Em contra partida, o governo brasileiro instituiu um bloqueio do porto do Rio da Prata, principal porto de Buenos Aires. Devido a isso, muitos países não apoiaram a decisão brasileira, pois se viram prejudicados em relação ao comércio com as Províncias Unidas, houveram diversas tentativas de romper o bloqueio imperial. Em 1827, um navio de bandeira estadunidense foi apressado por uma belonave brasileira, acusado de servir de corsário. O representante dos Estados Unidos à época declarou rompidas as relações diplomáticas com o Império do Brasil. A situação foi superada em 1828, quando o Império e os Estados Unidos assinaram um Tratado de Amizade, Navegação e Comércio com validade de 12 anos.
 Apesar das batalhas, um lado não conseguia vencer o outro decisivamente. Diante do impasse, o presidente da Argentina, Bernardino Rivadávia, enviou Manuel Garcia ao Rio de Janeiro para conseguir a paz, ele assinou, cumprindo instruções secretas, um tratado reconhecendo ser a Banda Oriental parte do Império do Brasil. A notícia causou intensos protestos populares, agravou a crise política nas Províncias e obrigou Rivadávia a renunciar.
 Em 1828, com a vitória da Marinha das Províncias Unidas na batalha de Juncal, a situação militar do Império agravou-se. Prejudicada em seu comércio na região, a Grã-Bretanha fez uma intervenção diplomática, impondo paz e obtendo o compromisso de que o Império do Brasil e as Províncias Unidas aceitassem a independência do território em litígio.
 Em 27 de agosto de 1828, foi assinado a Convenção Preliminar de Paz, pela qual surgiu a República Oriental do Uruguai.
Esse conflito trouxe diversas perturbações, entre elas:
· Constituiu mais uma alta carga aos cofres públicos já exauridos do país;
· Praticamente irrompeu o abastecimento, e por consequência elevou em muito os preços, de gado bovino e muar (burro) do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais;
· Exigiu um grande aumento do recrutamento militar, práticaextremamente abominada pela população;
· O Governo recorreu, mais uma vez, à contratação de tropas mercenárias estrangeiras, a fim de complementar as forças nacionais;
 Apesar do esforço do Governo não foi possível evitar o fracasso brasileiro, sendo em outubro de 1828 implantado, com a mediação inglesa, a Branda Oriental do Uruguai, espécie de Estado tampão entre Brasil e Argentina.
 
** A Guerra da Cisplatina e seu resultado foi, também, decisivo para a abdicação de D. Pedro I e sua volta à Portugal.** Contribuindo para aumentar seu desgaste político perante os brasileiros.
 
Cabildo abierto (colonial) América Espanhola:
Cabildo era uma corporação municipal instituída na América Espanhola durante o período colonial que se encarregava da administração geral das cidades coloniais. Era o órgão que dava representatividade legal à cidade, através do qual os habitantes resolviam os problemas administrativos, econômicos e políticos do município.
 
O cabildo é derivado de instituições similares da Espanha medieval, transplantadas à América pelos primeiros conquistadores já no século XVI. Os membros do cabildo eram escolhidos entre os principais habitantes da cidade, que detinham assim amplos poderes jurídicos e administrativos. Com o tempo, os cabildos foram perdendo muito do seu poder devido às tendências centralizadoras do poder colonial espanhol, que se observaram na América espanhola a partir do século XVIII. Os cabildos permaneceram, porém, como os representantes máximos da oligarquia dos criollos, os descendentes dos colonizadores espanhóis.
 
As sessões ordinárias dos cabildos resolviam vários tipos de problemas como a administração de bens comuns, o policiamento e higiene das ruas, ensino, abastecimento da cidade, determinação de valores de venda de serviços e bens, regulamentação de ofícios urbanos, regulamentação de um sistema de pesos e medidas. Também intervinham na ação da justiça na cidade.
 
Em situações extraordinárias podia haver um cabildo abierto, em que os cidadãos mais importantes da cidade eram também convocados para decidir algum tema de relevância especial. Foi num cabildo aberto, por exemplo, que foi declarada a Revolução de Maio de 1810 pelo Cabildo de Buenos Aires.

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