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1
Maria Helena Lenardt1 Tânia Maria Lourenço1, ,Clovis Cechinel1, Maria Angélica Binotto1 ,
41
Lenardt MH/et al/Colômbia Médica - Vol. 48 Nº2 2017 (abril a junho)
Nathalia Hammerschmidt Kolb Carneiro1
Colombia Medica
Fragilidade física e aptidão do condutor idoso
Palavras-chave:
Lenardt MH, Cechinel C, Binotto MA, Carneiro NHK, Lourenço TM. Fragilidade física e aptidão física do condutor idoso. Colomb Med (Cali). 2017; 48(2): 41-6.
Objetivo: Analisar a associação entre a fragilidade física e os resultados do exame 
de aptidão para conduzir um veículo, em antigos
Anciano fragilizado, aptitud física, 
Envejecimiento, calidad de vida, 
conducción de automovil, Brasil
E-mail: Cechinelc@hotmail.com
© 2017 Universidade do Valle. Este é um artigo de Acesso Aberto distribuído sob os termos da Licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução irrestritos em qualquer meio, 
desde que o autor original e a fonte sejam creditados.
brasileiros.
de medicina de tráfico de Curitiba/PR (Brasil). Se recopilaron datas mediante as 
verificações de avaliação da fragilidade física, aplicação de cuestionario estructurado 
y busqueda no formulario de Registro Nacional de Conductores Habilitados. Pode 
ser usado em pruebas descritivas e não paramétricas.
Historia do artigo:
Métodos: Estudio cuantitativo transversal, realizado nas clínicas
Resultados: Ciento setenta y dos individuos de edad avanzada participando no 
estudio, de los cuales 56,4% fueron ancianos pre frágiles y 43,6% no frágiles. Para 
conduzir estaban aptos 25,0% de los ancianos, 68,6% aptos com restrição e 6,4% 
não aptos temporários.
Abstrato
Métodos: trata-se de um estudo transversal, realizado em ambulatórios de medicina 
do trânsito da cidade de Curitiba (Brasil). Os dados foram coletados por meio de 
testes de fragilidade física, aplicação de questionário estruturado e buscas nos 
registros do Cadastro Nacional de Motoristas Habilitados. Para análise das 
informações, os autores utilizaram estatística descritiva e testes não paramétricos.
Nenhuma associação entre a condição de fragilidade e os resultados finais para 
aptitude veicular (p= 0,8934). A fragilidade física estuvo significativamente associada 
às restrições impostas para aptos com restrições (p= 0,0313), o número de 
quilômetros conduzidos semanalmente (p= 0,0222) e os acidentes ocorridos após 
os 60 anos (p= 0,0165).
Resumo
Resultados: Cento e setenta e dois idosos, sendo 56,4% pré-frágeis e 43,6% não 
frágeis. 25,0% foram considerados aptos para dirigir, 68,6% foram considerados 
aptos, mas com algumas restrições, e 6,4% foram colocados como temporariamente 
inaptos para dirigir. Não houve associação entre a condição de fragilidade e os 
resultados finais para a aptidão para dirigir (p= 0,8934). A fragilidade física esteve 
significativamente associada às restrições observadas para os aptos sob restrições 
(p= 0,0313), de acordo com a quantidade semanal de quilômetros percorridos (p= 
0,0222), e aos acidentes automobilísticos ocorridos após os 60 anos (p= 0,0165). ).
Conclusões: A fragilidade física estuvo significativamente associada às restrições 
para aptos com restrições, razão pela qual, é importante a gestão da fragilidade 
neste grupo de condutores.
Objetivo: analisar a associação entre fragilidade física e resultados de exames de 
aptidão física para dirigir veículos em idosos brasileiros.
Conclusão: A fragilidade física associou-se significativamente às restrições 
relacionadas à condução, razão pela qual torna-se importante o gerenciamento da 
fragilidade neste grupo de motoristas. No entanto, não foi observada associação 
entre a fragilidade física e o resultado final para a condução de veículos.
Sem embargo não se observa uma associação entre a fragilidade física e o resultado 
final para conduzir um veículo.
Recebido: 22 de novembro de 2016
Palavras-chave:
Revisado: 06 de março de 2017
Idoso frágil, aptidão física, 
idoso, qualidade de vida, 
condução automóvel, Brasil
Clóvis Cechinel. Av. Preferência Lotário Meissner, 632, 80210-170, Curitiba, PR, Brasil.
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
Aceito: 17 de abril de 2017
Autor correspondente:
colombiamedica.univalle.edu.co
Artigo original
Fragilidade física em antigos e aptidões para dirigir um veículo
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Os critérios de inclusão dos idosos foram: ter 60 anos ou mais; estar agendado 
para os exames de carta de condução; poder responder ao questionário. Os 
critérios de exclusão foram: apresentar doenças e/ou sintomas físicos que, 
de alguma forma, impedissem o preenchimento do questionário e a realização 
dos exames.
Estudos que analisam idosos em diferentes contextos, como os ambulatórios 
de medicina do trânsito, geram uma avaliação mais ampla dessa faixa etária 
e uma compreensão mais profunda da síndrome da fragilidade física, 
subsidiando a implementação de políticas públicas para uma condução mais segura.
Lenardt MH/et al/Colômbia Médica - Vol. 48 Nº2 2017 (abril a junho)
O envelhecimento e a condução segura têm uma interface complexa, que 
exige a integração de habilidades cognitivas, sensoriais e motoras. Essas 
habilidades podem mudar e/ou deteriorar-se ao longo dos anos e, como 
consequência, comprometer a capacidade de dirigir4 . A funcionalidade, a 
idade e o estado de saúde influenciam o desempenho de direção de motoristas 
mais velhos, o que torna importante compreender o processo para melhor 
explorar estratégias de direção segura5 .
Diante do exposto, o estudo teve como objetivo analisar a associação entre 
fragilidade física e resultados do teste de aptidão física para direção veicular 
em idosos brasileiros.
O Código Nacional de Trânsito Brasileiro não impõe idade máxima para os 
motoristas. A decisão é baseada na inspeção médica, onde o médico avalia 
as condições físicas e mentais dos motoristas, bem como suas habilidades 
para dirigir6 . O processo de renovação da Carteira Nacional de Habilitação 
não leva em consideração as peculiaridades do envelhecimento, sendo o 
mesmo teste utilizado em motoristas adultos e jovens. A única especificidade 
para a faixa etária mais avançada, presente na resolução nº 007/98, do 
Conselho Nacional de Trânsito, é a exigência de reduzir de cinco para três 
anos o intervalo dos procedimentos de inspeção médica necessários para 
renovação da carteira de habilitação de pessoas acima de 65 anos7 .
Para avaliar o componente fadiga/exaustão, foram utilizados os itens 7 e 20 
da Escala de Direito para Estudos Epidemiológicos
Os idosos foram convidados a participar da pesquisa e mediante assinatura 
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; os dados foram coletados 
em três etapas: (1) utilização do questionário estruturado; (2) testes para 
avaliar a síndrome da fragilidade física; (3) busca de informações no Cadastro 
Nacional de Motoristas Habilitados. O questionário estruturado foi elaborado 
especificamente para o presente estudo e possui questões relacionadasà 
habilidade de dirigir. As variáveis de interesse foram: idade, sexo, tipo de 
carteira de habilitação (primeira ou renovação), experiência na condução, 
características do desempenho da direção (se é mais à noite ou durante o dia, 
se viaja apenas dentro do bairro ou frequenta centro da cidade), tipo de 
transmissão usado (manual ou automático), média de quilômetros percorridos 
por semana e acidentes automobilísticos após os 60 anos.
42
A população idosa no Brasil, apresentada na Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílios em 2015, apresentou 29.374.000, equivalente a 14,3% da 
população geral1 , proporção superior à de 2010, que representou 11,7%2 . Segundo a mesma estimativa, o 
Paraná era o estado com a 9ª maior população de idosos do país, formada 
por 1.637.000 indivíduos, o que corresponde a 14,6% da população1 .
Entre os muitos problemas de saúde, a fragilidade física é um importante foco 
de investigação, devido ao aumento da prevalência à medida que as pessoas 
envelhecem. A fragilidade física é considerada “uma síndrome médica com 
múltiplas causas e contribuições/determinantes, na qual se caracteriza pela 
diminuição da força, resistência e redução do funcionamento fisiológico que 
aumentará a vulnerabilidade do indivíduo, maior dependência e/ou morte” 8 .
Trata-se de um estudo quantitativo transversal, cuja amostra foi construída 
entre 31 de janeiro e 31 de julho de 2015. O estudo ocorreu nas clínicas de 
medicina do trânsito da cidade de Curitiba (Brasil) onde são avaliadas as 
habilidades de condução. Os critérios de inclusão das clínicas foram: estar 
credenciado para realizar avaliação da capacidade de condução; ter um 
espaço físico adequado para realizar tais testes.
O fenótipo da fragilidade é focado na perspectiva biológica da síndrome e é 
composto por cinco componentes mensuráveis, que incluem a redução da 
velocidade de caminhada e força de preensão manual, perda de peso não 
intencional, baixo nível de atividade física e fadiga autorreferida /exaustão9 . 
Desses cinco componentes, o idoso que apresenta três ou mais dessas 
características é considerado frágil; os que apresentam um ou dois são 
colocados em estágio anterior à síndrome (pré-fragilidade); e os que não 
relatam nenhum dos componentes mencionados são rotulados como não 
frágeis.
Durante a elaboração do projeto, foram identificadas 54 clínicas regularmente 
credenciadas, que foram colocadas em sequência para serem visitadas, 
escolhidas em uma amostra aleatória simples. As clínicas foram classificadas 
com letras e números crescentes, de C1 a C54, e nesta sequência foram 
avaliadas de acordo com os critérios de inclusão.
A fragilidade física foi avaliada através dos componentes do fenótipo Fried9 . 
A força de preensão manual foi mensurada com um dinamômetro hidráulico, 
da marca Jamar®. Os idosos considerados frágeis nesse componente foram 
os encontrados no quintil mais baixo, após ajustes para sexo e índice de 
massa corporal.
O Anuário Estatístico de 2015 do Departamento de Trânsito do Paraná 
(DETRAN) mostrou que 23,28% dos motoristas do estado têm mais de 55 
anos, correspondendo a 1.237.471, com maior número de homens (950.886) 
em relação às mulheres (286.585)3 .
Para avaliar a velocidade de caminhada, foram contados os segundos que o 
participante levou para percorrer uma linha reta em velocidade regular de 
caminhada por 4,6 metros. Após ajustes para sexo e estatura, os idosos que 
apresentaram os resultados no quintil mais baixo foram considerados frágeis 
para este componente.
Considerando a falta de dados relativos ao número de idosos atendidos pela 
clínica, e a distribuição imparcial e equitativa de idosos pelo departamento de 
trânsito, optou-se por estabelecer uma quantidade padrão de entrevistados 
(35 idosos) a serem entrevistados em cada clínica até o último dia de coleta 
de dados. Na última clínica, devido ao término desse período, apenas 32 
idosos compuseram a amostra.
A perda de peso não intencional foi observada por meio de duas questões: 
Você emagreceu nos últimos 12 meses? Quantos? Foram considerados 
frágeis aqueles que relataram perda de peso ÿ4,5 kg nos últimos 12 meses.
Materiais e métodosIntrodução
Machine Translated by Google
Resultados
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres 
Humanos do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal 
do Paraná (Brasil), sob o protocolo CAAE 34689914.8.0000.0102; aprovação 
CEP/SD 833460. Foram observados os princípios éticos para participação 
voluntária e consentida de cada indivíduo/clínica, conforme regulamentação 
vigente no Brasil, como a Resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde, 
de 12 de dezembro de 2012, que se baseia sobre a Declaração de Helsinque 
de 1975 e suas revisões posteriores.
Na Tabela 2 é possível observar a associação entre fragilidade física e os 
resultados alcançados pelos idosos no teste de condicionamento físico nas 
clínicas de medicina do trânsito. Não houve associação entre a classificação 
do idoso segundo o fenótipo de fragilidade de Fried e os resultados finais 
na aptidão para dirigir (p= 0,8934).
Tabela 2. Associação entre fragilidade física e resultados finais de exames 
de condução em clínicas de medicina de trânsito.Curitiba, Brasil, 2015
Lenardt MH/et al/Colômbia Médica - Vol. 48 Nº2 2017 (abril a junho)
No Cadastro Nacional de Motoristas Habilitados do Brasil foram pesquisados 
os resultados finais da avaliação dos idosos no teste de aptidão física e os 
valores de força de preensão palmar coletados pelos médicos de trânsito.
- Depressão (CES-D) (http://counsellingresource.com/quizzes/
O exame realizado pelo médico envolve análise, exame físico geral, e 
exames específicos que englobam, oftalmológicos, otorrinolaringológicos, 
cardiorrespiratórios,
Tabela 1. Associação entre condição de fragilidade física e as características 
relacionadas à condução em idosos. Curitiba, Brasil, 2015
teste de depressão/cesd/). As respostas foram categorizadas de 0 a 3, de 
acordo com sua frequência. Uma resposta 2 ou 3 para qualquer uma dessas 
questões colocou o idoso como frágil nesse componente.
A investigação do nível de atividade física foi realizada por meio do 
Minnesota Leisure Activity Questionnaire, validado em idosos brasileiros10. 
Após ajustes para sexo, os indivíduos do quintil mais baixo foram 
considerados frágeis nesse componente.
A amostra é composta por 172 idosos, com média de idade de 67,7 ±6,6 
anos, sendo 120 (70,7%) homens. Nenhum idoso foi avaliado e categorizado 
como frágil; os pré-frágeis foram 97 (56,4%) idosos e os não frágeis foram 
75 (43,6%) idosos. O resultado final do exame de direção realizado por 
médico de trânsito mostrou que 25,0% desses idosos foram considerados 
aptos, 66,6% deles foram considerados aptos com restrições e 6,4% foram 
considerados temporariamente inaptos.
43
Os métodos utilizados para avaliar a fragilidade física foram propostos porFried et al., mas os pontos de corte utilizados no presente estudo foram 
definidos a partir dos resultados da amostra.
Como visto na Tabela 1, a maioria dos exames realizados (169 exames, ou 
97,3% do total) teve como objetivo a renovação da Carteira Nacional de 
Habilitação, sendo que destes, mais de 70% dos entrevistados possuem 
mais de 36 anos de experiência de direção. Ao cruzar os dados da carteira 
nacional de habilitação e a condição de fragilidade, observou-se associação 
significativa entre a fragilidade e a distância percorrida semanal, em 
quilômetros (p= 0,0222), e o número de acidentes (p= 0,0165). Não houve 
significância estatística entre as características relacionadas à direção (dia/
noite, centro/bairro, rodovias) e fragilidade física.
avaliação neurológica e locomotora, e nenhum exame de direção é realizado 
neste momento. O resultado foi apresentado de acordo com a resolução 
425, de 27 de novembro de 2012, do Conselho Nacional de Trânsito, em 
uma escala de parâmetros rotulados como “apto”, “apto com restrições”, 
“temporariamente inapto” e “inadequado”6 . No resultado “encaixe 
com restrições”, o médico descreve as restrições observadas.
Os dados foram organizados e analisados por meio dos softwares Microsoft 
Excel® 2015 e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 
20.0. Foram utilizadas estatísticas descritivas e testes não paramétricos 
(qui-quadrado e Cochan) para avaliar a associação entre variáveis de 
interesse e fragilidade física. Considerou-se p ÿ0,05 como evidência 
estatística significativa.
ÿ36 a <54
Tipo de carta de condução
96(98,97) 73(97,33) 1(1,03) 
2(2,67)
ÿ50 a <250
teste de aptidão mental
Sim
Pré-frágil (%)
43
Primeira licença
0,9180*
72(7,23) 53(70,67) 25(2,77) 
21(28)
Sim
Em forma136 0,1127**
109
Variáveis
0,0165*
41 0,0222**
155 0,1030**
53(70,67) 118 0,893465(67,01)
Acidente
Manual
125 0,7035**
6
Total
Sim
35
ÿ54 a <72
Renovação
ÿ250 a <500
Condução noturna
Não
16
5 (6,66)
Experiência de direção
Automático
96(98,97) 73(97,33) 1(1,03) 
1(1,33)
Sim
46
169
Total
0,2402*
90
16
em km
8(10,67) 
13(17,33) 
45(60) 
9(12)
63(84) 
11(14,67)
Não
6 (6,19)
73(75,26) 
24(24,74)
0,4173*
124
7(7,22) 
19(19,59) 
64(65,98) 
7(7,22)
Manual/automático
91(93,81) 64(85,33) 6(6,19) 
10(13,33)
2
Teste de Cochran - Teste G, p ÿ0,05.
Não
valor p
25
ÿ0 a <18
Não
11
40
169
Não
Não
Ajuste com restrição
75 (100) 172
* Teste de Cochran - Teste G, p ÿ0,05
Não frágil (%)
15 0,5783**
ÿ0 a <50
10
Condução no centro da cidade
Condução do bairro
26 (26,8) 17(22,67)
Distância percorrida semanalmente
69(71,13) 55 (73,33) 23(23,71) 
17(22,67) 5(5,15) 3(4)
95(97,94) 70(93,33) 2(2,06) 
4(5,33)
0,8476*
Condução à luz do dia
Temporariamente inapto
**Teste do qui-quadrado, p ÿ0,05
ÿ18 a <36
Resultado final no físico e Pré-frágil Não-frágil Total p-value
16
16(16,49) 25(33,33) 60(61,86) 
30(40) 12(12,37) 13(17,33) 9(9,28) 
7(9,33)
162
Sim
97 (100)
8
3
ÿ500
Tipo de transmissão
9(9,28) 1(1,33) 88(90,72) 
74(98,67)
Sim
165
Condução na estrada
32
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Categoria não autorizada e uso de lentes Categoria 
não autorizada e uso de aparelhos auditivos Uso de 
lentes corretivas e validade da carteira de motorista por 2 
anos Outras restrições**
Lenardt MH/et al/Colômbia Médica - Vol. 48 Nº2 2017 (abril a junho)
1
1 1
Categoria não autorizada, capacidade de visão monocular e 
validade da carta de condução por 2 anos
1
É preocupante a alta frequência de motoristas idosos pré-frágeis, uma vez 
que é impossível prever quando ocorrerá a evolução de um declínio funcional 
significativo, o que comprometerá a condução segura para o condutor e para 
a sociedade. Portanto, é fundamental a identificação de idosos frágeis e pré-
frágeis durante a prova de aptidão física para habilitação de motorista e, 
sobretudo, a orientação desses idosos para que aprendam a gerenciar a 
fragilidade sob a responsabilidade dos cuidados de saúde geriátricos e 
gerontológicos. O manejo da fragilidade é compreendido sob quatro 
intervenções de caráter multiprofissional: realização de exercícios físicos 
(resistência e aeróbica), suporte calórico e proteico, uso de vitamina D e 
redução da polifarmácia8 .
Os motoristas idosos estão conscientes de seus riscos e utilizam medidas 
compensatórias, evitando condições de direção perigosas (como trânsito 
intenso ou condições climáticas de risco), preferem rotas conhecidas e 
técnicas de direção cautelosas18.
Os desfechos dos acidentes de trânsito envolvendo idosos podem ser 
diferentes quando se comparam as faixas etárias. A Comissão de Seguros 
da Austrália Ocidental - divisão Motor Injury - comparou dois subgrupos de 
motoristas (idade entre 45 e 64 anos e acima de 65 anos) e encontrou 
diferenças significativas em relação a lesões. O subgrupo mais jovem foi 
mais propenso a lesões na região cervical (30,6%), quando comparado ao 
resultado do grupo mais velho (12,1%), enquanto o grupo mais velho foi 
mais propenso a lesões no tórax (30,9%, contra 18,5% dos os mais novos). 
Ainda, a pesquisa demonstra que pode não ter capacidade pulmonar para 
se recuperar de tais lesões, estando mais propenso a morrer por tais danos2 .
Restrições na carta de condução*
0,0313
1 (1,33) 
6 (8) 
0 (0) 
1 (1,33) 0 (0)
Total
Validade da carta de condução por 2 anos
Em relação aos hábitos de direção dos idosos, verificou-se que 26,7% 
evitam dirigir à noite e 20,4% evitam rodovias e vias rápidas.
Houve associação significativa entre relato de acidentes de trânsito e 
fragilidade física após os 60 anos. Esse resultado indica que é necessário 
estudar o desenvolvimento de predição clínica sensível e específica para 
detectar o risco de acidentes entre motoristas idosos, principalmente 
naqueles vistos como frágeis e pré-frágeis.
44
32
17
Apesar de não ter sido observada a presença de idosos frágeis, a prevalência 
de pré-fragilidade foi de 56,4%, achado acima dos relatados em pesquisas 
internacionais, tanto nos Estados Unidos da América11 quanto em Taiwan12, 
pontuando 40,0% e 45,5%, respectivamente.
Tabela 3. Associação entre os grupos de fragilidade e o resultado do exame de direção se enquadram com restrições. Curitiba, Brasil, 2015
6
0 (0) 
11 (11,34) 1 
(1,03) 0(0) 
1 (1,03)
1
Resultados percentuais semelhantes que correspondem ao presente estudo 
foram encontrados em países da América Latina, como Peru13(47,3%) e 
Colômbia14 (53,0%), que envolveram idosos de comunidades locais. Nos 
estudos brasileiros da FIBRA (Fragilidade em Idosos Brasileiros), a pré-
fragilidade variou entre 47,7% em Ivoti e 55,5% em Parnaíba15.
Pré-frágil 26 
(26,8) 
24(24,8) 2 
(2,06) 1 
(1,03)
Uso de lentes corretivas
Na Tabela 3 encontra-se a associação estatística entre fragilidade física e 
as restrições impostas aos candidatos considerados aptos, mas com 
restrições (p= 0,0313). O uso de lentes de contato foi a restrição mais 
utilizada (n= 32; 42,66%) entre os não frágeis.
valorp
Um estudo realizado pelo US Right for Disease Control (CDC) coincide com 
os resultados mencionados anteriormente ao mostrar que os idosos tendem 
a modificar seus hábitos de condução. Como resultado, verificou-se que 
82% dos motoristas com 75 anos ou mais referiram limitar suas viagens de 
condução noturna, bem como devido ao clima ou às longas distâncias. No 
entanto, apenas 15% dos idosos relataram limitar suas viagens de carro por 
motivos médicos, e nenhum mencionou qualquer comprometimento 
cognitivo17.
Houve associação estatística entre as restrições na carteira de habilitação e 
a fragilidade física dos idosos. O mais frequente
Categoria não autorizada
Não frágil
32 (42,66) 8 
(10,67) 4 
(5,33) 0 
(0)
Essa crescente autorregulação na direção noturna e nas rodovias foi 
demonstrada em estudo que caracterizou os motoristas segundo sexo e 
faixas etárias: 55-64 anos, 65-74 anos e 75 anos ou mais. O aumento da 
idade foi indiretamente proporcional à condução noturna, com diminuição da 
frequência de 30,4% entre os mais jovens, 46,3% no grupo intermediário e 
56,0% nos acima de 75 anos. O mesmo ocorreu com a condução em 
rodovia: 18,8% dos mais jovens e 32,9% dos mais velhos evitaram dirigir em 
rodovias. Ao observar por gênero, 34,9% das mulheres evitaram dirigir à 
noite e 24,4% evitaram rodovias, enquanto para os homens esses números 
foram de 20,7% e 13,8%, respectivamente16.
58
A partir da avaliação dos candidatos à renovação da CNH, não houve idosos 
frágeis, e essa informação difere da maioria dos estudos, principalmente 
aqueles que estudam populações infinitas, incluindo idosos doentes que 
possuem algumas habilidades funcionais comprometidas e são considerados 
frágeis9, 11.Os idosos que pretendam ter carta de condução são 
independentes e autónomos.
Teste de Cochran - Teste G, p ÿ0,05
*O teste foi realizado considerando apenas o ajuste com restrições (n= 118);
**Outras restrições incluem: proibido dirigir em rodovias e vias rápidas, proibido dirigir após o pôr do sol, validade da carteira de motorista reduzida para 2 anos, uso de lentes e rebaixamento de categoria
Discussão
Uso de lentes corretivas e aparelhos auditivos
Machine Translated by Google
2. Nações Unidas, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Divisão 
de População (2015). Perspectivas da População Mundial: Revisão de 2015, 
Principais Resultados e Tabelas Avançadas. Documento de Trabalho No. ESA/
P/WP.241. Nações Unidas, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, 
Divisão de População Perspectivas da População Mundial: Revisão de 2015, 
Principais Resultados e Tabelas Avançadas. 2015
Lenardt MH/et al/Colômbia Médica - Vol. 48 Nº2 2017 (abril a junho)
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES; 
bolsas de doutorado para Maria Angélica Binotto e Nathalia Hammerschmidt 
Kolb Carneiro).
6. Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Resolução n.º 425, de 27 de 
novembro de 2012. Fornece sobre o exame de novembro material e mental, 
uma avaliação e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que 
tratam o art. 147, I e §§ 1o a 4o eo art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União; 2012.
A falta de pontuação de passagem para velocidade de caminhada, nível de 
atividade física e força de preensão manual presentes no fenótipo de 
fragilidade, bem como a presença de componentes autorrelatados, como fadiga/
www.detran.pr.gov.br/arquivos/File/estatisticasdetransito/
A fragilidade física foi significativamente associada às restrições relacionadas 
à direção, porém, não foi observada associação entre
fragilidade física e o resultado final para a condução de veículos, além de um 
valor percentual expressivo de idosos pré-frágeis. Esta informação demonstra 
a importância das intervenções nesta fase, tendo maior possibilidade e eficácia 
para interromper e/ou regredir o quadro e, consequentemente, a manutenção 
de uma condução segura por mais tempo.
Fundação Araucária Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do 
Estado do Paraná. Edital 09/2015, protocolo 45784. Programa de Bolsa Sênior 
para Maria Helena Lenard
5. Coxon K, Chevalier A, Lo S, Ivers R, Brown J, Keay L. Atrás do volante: 
Preditores de exposição ao volante em motoristas mais velhos. J Am Geriatr 
Soc 2015; 63(6):1137-45.
A leitura mínima do dinamômetro necessária para os candidatos às categorias 
“A” e “B” deve ser igual ou superior a 20 kgf6 .
Conflito de interesse: Nada
45
A existência de uma relação entre a fragilidade física e o ajuste com restrições 
demonstra a necessidade de uma gestão eficaz da fragilidade, que deve iniciar-
se pelo menos durante a avaliação para teste de aptidão física, de forma a 
manter as capacidades específicas para a condução e o desempenho de 
condução ideal. A restrição à condução pode levar à diminuição da qualidade 
de vida e ao mesmo tempo pode aumentar a senescência20. Apesar de não 
haver associação entre a fragilidade física e o resultado da carteira de 
habilitação, foi possível notar a associação entre a fragilidade e a restrição 
imposta na carteira de habilitação.
1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílio. Síntese de Indicadores 2015. Resultados. Tabela 1.3 
População residente, por grupos de idade, segundos como Unidades da 
Federação 2014-2015. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/
exaustão, nível de atividade física e perda de peso não intencional podem 
influenciar na classificação dos idosos.
foi o uso de lentes corretivas e a declaração de categoria de condução não 
autorizada. Comparando os idosos pré-frágeis com os não frágeis, a 
obrigatoriedade do uso de lentes corretivas ocorreu com menor frequência 
entre os pré-frágeis. Vê-se que muitas restrições impostas aos motoristas não 
estão relacionadas diretamente ao fenótipo de fragilidade, sendo fundamentais 
para a condução, como a visão.
Agradecimentos:
trabalhoerendimento/pnad2015/sintese_defaultxls.shtm.
Outras limitações estão relacionadas à possibilidade de os entrevistados 
omitirem dados, durante a avaliação da fragilidade física, e ao desenho 
transversal do estudo, que não permite a compreensão completa de algumas 
relações de causa e efeito entre as variáveis.
Quanto às categorias de condução, destaca-se o número de idosos com 
categorias de condução não autorizadas. Verificou-se que a categoria mais 
não autorizada foi a “C”, seguida da categoria “A”. A categoria “A” é formada 
por todos os veículos automotores e motores elétricos de duas ou três rodas, 
com ou sem carro lateral; a categoria “C” compreende todos os veículos 
automotores e motores elétricos utilizados para transporte de cargas, 
matriculados como com capacidade de carga mínima de peso bruto total de 6 
toneladas e peso bruto total do veículo não superior a 3,5 toneladas19.
Fundação:
anuario/Anuario15.pdf.
Declaração de financiamento
3.Brasil. Departamento de Trânsito do Paraná (DETRAN). Anuário Estatístico 
2015. 2015. Acessado: 2016 12; Disponível em: http://
Fundação Araucária Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do 
Estado do Paraná. Edital 09/2015, protocolo 45784 Programa de Bolsas 
Sênior para Maria Helena Lenard.
Os candidatos a dirigir veículos das categorias “C”, “D” e “E” devem demonstrar 
força de preensão palmar igual ou superior a 30 kgf em cada mão6 . Dos 32 
idosos caracterizados na categoria não autorizada, metade deles não teve 
força de preensão palmar avaliada de 30 kgf, enquanto os equipamentos das 
clínicas de medicina do trânsito constataram que apenas 31,25% deles 
falharam no teste, devido ao intervalo de leitura de seus dinamômetros, que é 
de 10 kgf.
4. Langford J, Koppel S. Epidemiologia de acidentes de motorista mais velho 
identificando fatores de risco de motorista mais velho e padrões de exposição. 
Transp Res Part F Traffic Psychol Behav. 2006; 9: 309-21.
Na 
mensuração realizada na avaliação da fragilidade, oito candidatos apresentaram 
preensão palmar abaixo de 20 kgf, porém, nenhum deles foi considerado 
inapto para dirigir. Desses, 25% foram considerados aptos sem restrição, 50% 
aptos com restrição visual e 25% tinham categorias não autorizadas, fato que 
pode levar a situações de condução inseguras. Instrumentos mais precisos 
podem auxiliar a mostrar ao candidato que a preensão manual está próxima 
do padrão mínimo e orientar atividades que possam melhorar a força muscular 
da mão.
Referências
Conclusão
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