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MACROECONOMIA-E-POLÍTICA-CAMBIAL

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MACROECONOMIA E POLÍTICA 
CAMBIAL 
 
 
 
2 
Sumário 
 
MACROECONOMIA ........................................................................................ 4 
VARIÁVEIS DA MACROECONOMIA .......................................................... 6 
INFLAÇÃO................................................................................................ 7 
DESEMPREGO ...................................................................................... 11 
TAXAS DE JUROS ................................................................................. 12 
CONSUMO ............................................................................................. 12 
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ...................................................... 12 
POLITICA CAMBIAL ...................................................................................... 13 
CONCEITO DE TAXA DE CÂMBIO ........................................................... 15 
MERCADO DE CÂMBIO BRASILEIRO ......................................................... 19 
CÂMBIO SACADO ..................................................................................... 20 
CÂMBIO MANUAL ..................................................................................... 21 
CÂMBIO PARALELO ................................................................................. 21 
CÂMBIO OFICIAL ...................................................................................... 22 
CÂMBIO PRIMÁRIO .................................................................................. 23 
CÂMBIO INTERBANCÁRIO....................................................................... 23 
POSIÇÃO DE CÂMBIO .............................................................................. 24 
CONTROLE CAMBIAL .............................................................................. 25 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL ................................................. 25 
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) ............................................. 26 
SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SECEX) ........................... 27 
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL (SRF) ...................................... 29 
BANCO DO BRASIL ............................................................................... 29 
REFERENCIAS ............................................................................................. 30 
 
 
 
3 
FACUMINAS 
 
 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo 
de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
MACROECONOMIA 
 
A macroeconomia pode ser definida como um ramo do campo da economia 
que estuda como os fatores que circundam essa conjuntura agregada se comportam. 
Neste sentido, a macroeconomia, em seu sentido mais básico, é o ramo da economia 
que lida com a estrutura, o desempenho, o comportamento e a tomada de decisão do 
conjunto, ou agregada, economia, em vez de se concentrar em mercados individuais. 
Macroeconomia significa também uma parte da ciência econômica que se 
propõe a estudar, medir e observar uma economia nacional ou regional como um todo. 
É a ciência que trata da economia em todos os aspectos a partir de um número 
limitado de índices, como o produto total de uma economia, o nível de emprego, a 
taxa de juros (Selic), a inflação, a taxa de câmbio e a balança de pagamentos. 
Na conjuntura econômica, uma variedade de fenômenos em toda a economia 
é examinada minuciosamente, tais como, inflação, níveis de preços, taxa de 
crescimento, renda nacional, Produto Interno Bruto (PIB) e variação nas taxas de 
desemprego. 
Pode-se chamar de macroeconômicas todas as atividades que analisam o 
funcionamento da economia, em geral de um país, bem como as políticas que são 
adotadas em larga escala. Isto é, engloba a sociedade em seu conjunto funcionando 
ao mesmo tempo, não de forma independente. Trata-se de um dos dois principais 
pilares da análise econômica: o segundo é justamente a microeconomia. 
A diferença entre macro e microeconomia está, antes de tudo, na perspectiva: 
enquanto os estudos macroeconômicos procuram obter uma perspectiva geral de um 
país, as análises microeconômicas se atêm a uma perspectiva individual, como, por 
exemplo, o comportamento dos consumidores. 
 
 
 
5 
Mas é evidente que as duas estão relacionadas, uma vez que uma depende da 
outra. Os estudos macroeconômicos também abrangem a verificação das principais 
tendências da microeconomia. Ou seja, identifica problemas nas relações entre os 
usos e as finalidades de recursos financeiros, e de seus impactos sobre o 
comportamento econômico individual de consumidores e de empresas, considerando-
se a distribuição de produção e de renda entre eles. 
Com base nisso, é possível obter dados relacionados principalmente à 
produção de bens e de serviços, à geração de renda, ao uso de recursos, ao 
comportamento dos preços e ao comércio exterior, de modo a traçar planos para o 
crescimento da economia e da oferta de empregos, além da estabilidade de preços e 
manutenção da inflação sob controle. 
A estrutura de análise da macroeconomia costuma ser composta por cinco 
mercados: 
• Mercado de Bens e Serviços: responsável pela determinação do nível 
de produção agregada, bem como o nível de preços. 
• Mercado de Trabalho: mede a existência de um tipo de mão-de-obra, 
determinando a taxa de salários e o nível de emprego. 
• Mercado Monetário: responsável pela analisa da inflação – a demanda 
da moeda e a oferta dessa moeda pelo Banco Central, que determina a 
taxa de juros. 
• Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos superavitários – 
demonstram um nível de gastos inferior à sua renda, e os deficitários 
que possuem gastos superiores ao seu nível de renda. 
• Mercado de Divisas: avalia a entrada e a saída de capital financeiro por 
meio das exportações e das importações. 
 
 
 
6 
Esse tipo de contexto econômico envolve, ainda, as principais tendências e a 
forma como a economia se move como um todo. Isto posto, os macroeconomistas 
estudam indicadores agregados, como taxas de desemprego, PIB e índices de 
preços, e depois analisam a forma como os diferentes setores da economia se 
relacionam entre si para entender, então, como a economia funciona. 
Ainda, estes estudiosos buscam desenvolver modelos que explicam as 
relações entre uma variedade de fatores, como consumo, inflação, poupança, 
investimentos, comércio internacional e finanças, rendimentos e resultados nacionais. 
Vale ressaltar, ainda, que diante da importância e relevância desse tipo de estudo, é 
muito comum que esses modelos macroeconômicos e o que os modelos preveem são 
usados por entidades governamentais para auxiliar na construção e avaliação de 
políticas econômicas. 
A macroeconomia é um campo bastante amplo, mas duas áreas específicas 
de pesquisa são representativas no quediz respeito a esta disciplina. Uma dessas 
áreas envolve o processo de compreensão da causalidade e das consequências das 
flutuações de curto prazo na conjuntura econômica nacional, ou seja, é diretamente 
ligada ao ciclo econômico do país. 
A outra área envolve o processo pelo qual a macroeconomia tenta entender os 
fatores que determinam o crescimento econômico de longo prazo ou o aumento da 
capacidade de gerar riquezas pelo país em um espaço de tempo de maior 
representatividade. 
É importante mencionar, ainda, que este contexto, da forma como é abordada 
atualmente, começou a ser levantada por através de John Maynard Keynes e a 
publicação de seu livro “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” em 1936. 
Com isso, Keynes ofereceu uma explicação para as consequências da Grande 
Depressão, quando a economia americana se encontrava desolada e o trabalhadores 
desempregados, uma conjuntura que deixou os economistas perplexos. 
 
 
 
7 
A teoria de Keynes explicou por que os mercados podem não ser tão claros 
quantos possam parecer. É interessante notar, ainda, que esta teoria evoluiu ao longo 
do século XX, desviando-se em várias escolas macroeconômicas de pensamento, 
conhecidas como macroeconomia Keynesiana, muitas vezes referida como teoria 
Keynesiana ou Keynesianismo. 
VARIÁVEIS DA MACROECONOMIA 
São muitas as varáveis macroeconômicas que afetam a economia de um país. 
Entre elas, podem-se destacar algumas, tais como: 
• Inflação; 
• Desemprego; 
• Taxa de juros; 
• Consumo; PIB. 
Todas elas influenciam de formas diferentes no rumo da economia do país. Por 
isso, abaixo será explicado mais detalhadamente o que é cada variável e de que forma 
ela afeta a economia. 
INFLAÇÃO 
A inflação é uma das variáveis macroeconômicas que mais é perceptível no dia 
a dia das pessoas. A inflação diz respeito à taxa do aumento de preços na economia 
em um determinado período. Geralmente, ela é expressa se referindo a um ano. 
Como por exemplo, a inflação de um país foi de 2,95%. Ou ainda, ela pode ser 
expressa como o acumulado dos últimos 12 meses. Por exemplo, é comum ouvir a 
expressão de que a inflação acumulada é de x%. 
A inflação na prática representa um aumento no nível dos preços. Por exemplo, 
se um produto custa R$ 100, com uma inflação de 5% ela passará a custar R$ 105. 
E por que a inflação é ruim? A inflação alta tende a ser evitada, pois ela corrói o poder 
 
 
 
8 
de compra da população. Isto ocorre quando os salários não seguem o aumento da 
inflação. 
Por exemplo, imagine que a inflação na economia foi de 20%. Ou seja, os seus 
gastos aumentaram em média 20%. Se o seu salário se manteve o mesmo isto 
significa que o seu poder de compra diminui, pois tudo está mais caro. Obviamente, 
se o seu salário acompanhar a inflação e tiver um aumento de 20% a sua situação 
será a mesma do início. 
A queda do poder de compra da população não é o único malefício da inflação. 
Uma alta da inflação pode trazer consigo diversas outras consequências, tais como: 
• Desvalorização da moeda; 
• Aumento da taxa de juros; 
• Aumento do custo das importações; 
• Desemprego; 
• Aumento da especulação financeira. 
 
 
Fonte: Alvarenga, 2019. 
 
 
 
9 
O IPCA é o índice de preço do consumidor amplo. O IPCA representa uma 
cesta de consumo para um brasileiro médio. O fato de ele representar a cesta de 
consumo do brasileiro médio é um fator muito importante. Isto significa que a inflação 
pode variar de pessoa para pessoa. E isto, por sua vez, depende do seu hábito de 
consumo. 
 
Fonte: Trevizan e Cavallini, 2018. 
 
Por exemplo, se em um ano o preço dos alimentos teve queda (deflação) 
devido a uma oferta excessiva. Isto, inclusive, contribuiu para que a inflação deste 
ano fosse uma das menores da história. Assim, quem consome basicamente 
alimentos teve uma inflação muito baixa neste ano, ou até uma deflação. Mas, no 
mesmo ano, o preço dos combustíveis teve uma alta considerável. 
Um indivíduo que depende bastante do consumo de combustível 
provavelmente teve uma inflação acima da do IPCA. Por isso, é importante sempre 
ter em mente que o IPCA é uma média e não necessariamente condiz com a realidade 
de cada um. Para se ter um número exato de quanto custa a inflação no seu bolso, o 
ideal é fazer os cálculos manualmente observando e comparando os preços. 
Obviamente, isto dá certo trabalho, e não é recomendado para todas as pessoas. 
 
 
 
10 
A deflação é uma inflação negativa. Ou seja, uma diminuição nos preços. Isso 
gera, portanto, um aumento do poder de compra da população no curto prazo, 
contando que os salários também não sejam reduzidos. Logo, a deflação seria algo 
bom, certo? A verdade é que não. A deflação é tão evitada pelas autoridades 
econômicas quanto uma inflação alta. 
 
Fonte: Dicio, 2019. 
 
Isto ocorre, pois em um cenário prolongado de deflação as pessoas não 
consomem. Isto ocorre, pois as pessoas ficam constantemente aguardando uma nova 
redução dos preços, e adiando o ato do consumo. A falta de consumo por sua vez 
desacelera drasticamente uma economia, causando queda no PIB e desemprego. 
Uma das formas de se proteger da inflação é investindo em ações. Em um 
cenário de inflação foi visto que ocorre uma alta no preço dos produtos de bens e 
serviços. Pois bem, as empresas listadas e bolsas fornecem justamente estes bens e 
serviços. Assim, é esperado que a receita da empresa acompanhe a inflação. E, 
 
 
 
11 
portanto, que os seus dividendos também. Ainda uma outra forma de se proteger da 
inflação que é investir em títulos de renda fixa atrelados ao IPCA. 
Para controlar a inflação e não permitir que ela saia do controle o governo utiliza 
um regime de meta de inflação. Meta de inflação – Importante parâmetro presente no 
cenário econômico Funciona da seguinte forma: O governo estabelece um número 
como o centro da meta e um intervalo de tolerância. 
Por exemplo, em um ano um país estabeleceu 4,5% como o centro da meta 
para o IPCA. E o intervalo de tolerância foi estabelecido em 1,5% para mais ou para 
menos. Ou seja, a inflação desse ano deveria estar entre 3% e 6% para a meta ser 
considerada cumprida. Como a inflação de 2017 for abaixo ou acima da meta, significa 
que a meta oficialmente não foi cumprida. 
Ficar abaixo da meta, no entanto, é visto com muito mais apreço pela 
população e pelas autoridades monetárias do que se situar acima da mesma. Ainda 
mais quando se tentava romper com o cenário de alta de inflação vivido no Brasil nos 
anos anteriores ao de 2017. Em 2016, por exemplo, a inflação rompeu o topo da meta. 
Para ocasiões em que a meta da inflação não é cumprida, o presidente do Banco 
Central deve endereçar uma carta ao ministro da fazenda justificando a razão do 
descumprimento e elencando medidas para se ajustar à meta. 
DESEMPREGO 
O desemprego apresenta um grande impacto sobre as demais variáveis da 
macroeconomia. Isto ocorre, pois em uma economia com um alto índice de 
desemprego o consumo tende a ser reduzido, sendo assim as empresas faturam 
menos e o PIB se torna menor. Nas grandes recessões econômicas sempre é 
observada uma alta do desemprego. 
No Brasil, seguindo da recessão econômica de 2015/2016 o desemprego em 
2017 chegou a quase 14% da população, um número altíssimo. Um fato interessante 
de se notar a respeito desta variável é a sua comum defasagem em relação aos ciclos 
 
 
 
12 
econômicos. Isto ocorre, pois muitas vezes demissões são postergadas, já que são 
custosas para os empregadores. Uma vez ocorrida as demissões, os empregadores 
costumam demorar muito para recontratar, mesmo após uma melhora da economia, 
pois ainda há falta de confiança. 
Por isso, o desemprego costuma ser uma das últimas variáveis a responder 
após uma crise econômica. O auge da queda do PIB no Brasil na recessão recente 
se deu em 2016, enquanto em 2018 odesemprego ainda é relevante. 
TAXAS DE JUROS 
A taxa de juros é um instrumento de política monetária utilizado pelo Banco 
Central (Bacen) para direcionar a economia para os rumos desejados. É uma variável 
muito importante, no sentindo que estabelece o custo dos empréstimos. Basicamente, 
quando o Bacen deseja fornecer um estímulo à economia ele baixa a taxa de juros. 
Isto diminui o custo dos empréstimos e dos financiamentos. 
Sendo assim, as empresas podem investir mais facilmente em novas 
contratações e novos projetos. Um ponto negativo da taxa de juros ser reduzida é que 
em um certo ponto isto pode causar um aumento na inflação. Enquanto que uma 
queda na taxa de juros é realizada para estimular a economia a sua alta propõe fazer 
o oposto. A alta dos juros é utilizada principalmente para contar uma inflação elevada. 
Pois ao aumentar os juros, o dinheiro será menos abundante na economia, e o 
consumo será reduzido. 
 Este costuma ser considerado um remédio amargo para curar uma recessão. 
Pois, enquanto é útil para conter a inflação, uma alta dos juros também pode causar 
queda do PIB e desemprego. 
CONSUMO 
O consumo é uma das variáveis com maior impacto sobre o PIB. Ele é muito 
importante, pois sem o consumo não há receita para as empresas, sendo assim não 
 
 
 
13 
há postos de trabalho disponíveis. Por isso muitos investidores observam 
cuidadosamente os índices de consumo reportados na economia. 
Ainda, índices importantes como o da confiança do consumidor podem 
representar um impacto posterior na economia. Quando a confiança do consumidor 
cresce, é esperado que haja mais consumo nos meses seguintes. Por isso são 
monitorados constantemente os índices de confiança do consumidor. 
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) 
Ele é a soma de todas as riquezas produzidas por um país. Pode-se dizer que 
é a variável mais resumida de todas apresentadas neste texto. Afinal, o PIB é 
influenciado pelos dados de todas as variáveis anteriores, e representa uma síntese 
do momento da economia. Em períodos de recessão o PIB cai, ou ao menos deixa de 
crescer. 
 
 
 
 
14 
Fonte: Politize, 2019. 
POLITICA CAMBIAL 
O fato de não serem aceitas moedas estrangeiras em pagamento das 
exportações, nem a moeda nacional em pagamento das importações, constitui a base 
do mercado onde são compradas e vendidas moedas dos diversos países, mercado 
esse denominado mercado de câmbio. O mercado de câmbio é, portanto, aquele que 
envolve a negociação de moedas estrangeiras e as pessoas interessadas em 
movimentar essas moedas. 
O mercado cambial compreende, além dos exportadores e importadores, 
também bancos, corretores e outros agentes que, por qualquer motivo, tenham 
necessidade de transacionar com o exterior. Eventualmente, poderá abranger as 
chamadas autoridades monetárias (Tesouro e Bancos Centrais). 
A incessante integração da economia, notadamente nesta década promoveu 
profundas mudanças no cenário financeiro internacional. Atualmente, a maioria 
esmagadora dos grandes investidores possuem seu fluxo de investimentos 
distribuídos pelo mundo inteiro e a interação entre os mercados é cada vez maior. 
Este fluxo de capitais pode estar voltado para investimentos de curtíssimo, médio e 
longo prazo, especulativos ou não e isto tem acarretado um grande aumento na 
volatilidade do mercado financeiro. 
Neste cenário pode-se observar que uma crise na Ásia afeta os mercados dos 
Estados Unidos, Europa, América latina e, por conseguinte, o resto do mundo, 
basicamente devido a movimentação deste fluxo de capitais. Assim, as relações 
comerciais e financeiras dos diversos países passam a ser de extrema importância 
para uma análise mais aprofundada da economia, assim como a tomada de decisão 
por parte de investidores internacional. 
No Brasil a política de câmbio é atualmente um poderoso instrumento utilizado 
na estabilização da economia, ocorrida após a implantação do plano Real. 
 
 
 
15 
A “âncora cambial” foi adotada como instrumento provisório de combate à inflação, 
servindo para dar tempo ao governo promover as reformas do Estado e, a partir daí, 
poder fazer uso da âncora fiscal que ajudasse no controle dos preços. 
No entanto, dada a morosidade com que as propostas de reformulação fiscal 
tramitam no Congresso Nacional, o governo tem permanecido, em linhas gerais, 
controlando a inflação através do câmbio e dos juros. É perfeitamente compreensível, 
portanto, que o mercado financeiro nacional e internacional monitore constantemente 
estas variáveis da economia brasileira, como uma forma de fazer inferências sobre a 
continuidade da estabilidade e de se ter segurança nos investimentos realizados em 
nossa moeda local. 
Neste contexto, a política cambial de cada país é de suma relevância para 
definir as fronteiras operacionais entre os participantes do mercado, uma vez que uma 
desvalorização na taxa de câmbio pode conferir competitividade a política comercial 
de um país, ao incentivar suas exportações, mas em contrapartida, pode ter reflexos 
na sua economia doméstica, na medida que resulta em uma desvalorização da moeda 
local, podendo promover pressões inflacionárias. 
Existe uma ampla discussão entre os analistas financeiros com relação a 
administração da política cambial, baseado no “trade off” entre flexibilizar ou não a 
taxa de câmbio. O fato é que esta política envolve todo o cenário macroeconômico de 
um País e tem gerado diversos movimentos especulativos no mercado financeiro 
internacional. 
CONCEITO DE TAXA DE CÂMBIO 
A taxa nominal de câmbio é a relação de valor entre duas moedas. De outra 
forma, taxa cambial significa dizer o preço de uma determinada moeda em relação à 
outra, ou seja, é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. 
As variações desta taxa são denominadas de apreciações ou depreciações nominais 
da moeda doméstica. 
 
 
 
16 
A apreciação corresponde no aumento do preço da moeda nacional em relação 
à moeda estrangeira. Ou seja, precisamos de menos unidades de moeda nacional 
para comprarmos uma unidade de moeda estrangeira. Dessa forma a taxa nominal 
de câmbio diminui. Analogamente, uma depreciação da moeda nacional significa um 
aumento de câmbio. 
Existe uma diferença entre paridade e taxa cambial. A denominação paridade 
monetária é oriunda da relação existente entre uma moeda em relação à outra, 
levando-se em consideração o valor dessas moedas pelo lastro de metal precioso 
nela contida ou a ela equivalente, resumindo-se numa relação entre os padrões das 
duas moedas. 
A paridade determinada com lastro em ouro deixou de existir após a 
reformulação do sistema monetário internacional, mas a sistemática de comparação 
entre duas moedas com a denominação de paridade ainda é utilizada. Uma forma de 
paridade, entretanto, utilizando-se uma terceira moeda (normalmente o dólar 
americano) para comparação de duas moedas é bastante utilizada e chamada de 
cross rates. 
Outro ponto relevante que deve ser tratado preliminarmente é a distinção entre 
as taxas de câmbio nominal e real. 
A taxa de câmbio nominal é o preço de uma moeda em termos de outra, isto é, 
quantas unidades de uma determinada moeda em troca de uma unidade da outra – 
por convenção, a taxa será definida como o número de unidades de moeda doméstica 
necessárias para adquirir uma unidade da estrangeira, de modo que um aumento na 
taxa significa uma depreciação cambial nominal doméstica, e sua redução significa 
uma apreciação. 
A taxa de câmbio real, por seu turno, em sua definição mais simples, é a medida 
do poder de compra de uma moeda relativamente ao de outra. A forma mais usual de 
obter esta medida é ajustar a taxa de câmbio nominal para levar em conta os níveis 
de preço nacional e estrangeiro – ou, equivalentemente, comparar os níveis de preço 
 
 
 
17 
nacional e estrangeiro, expressos em uma mesma moeda comauxílio da taxa 
nominal: 
Para compreender o significado econômico de uma valorização ou 
desvalorização real, contudo, é fundamental compreender a taxa real de câmbio como 
um preço relativo – afinal, é o fato de ela ser um preço relativo que faz com que o 
câmbio real afete variáveis reais, em particular os fluxos comerciais. 
É nesse sentido que se afirma geralmente que a taxa real de câmbio é uma 
“medida da competitividade de um país frente a seus concorrentes externos”: ela 
expressa, grosso modo, o quão mais caro ou barato um produto nacional seria diante 
de seu concorrente estrangeiro. Assim, uma depreciação real, que significa uma 
redução do preço dos bens nacionais em comparação com os estrangeiros, 
representa um “aumento de competitividade” nacional, ou seja, um preço mais 
vantajoso; simetricamente, uma apreciação real representa uma redução da 
competitividade, isto é, preços mais caros que os do concorrente externo. 
É necessário ressaltar que, do ponto de vista teórico, essa definição da taxa de 
câmbio real – que, por comparar o poder de compra de duas moedas, também é 
conhecida como taxa de câmbio real de paridade de poder de compra (PPC) – 
geralmente assume de maneira implícita que todos os bens são comercializáveis, ou 
que os preços de bens comercializáveis e não comercializáveis se movem 
conjuntamente. 
Afinal, a existência de bens não comercializáveis nas cestas de consumo 
relevantes para o cálculo dos níveis de preço poderia tornar inviável sua comparação 
entre países. Desta forma, o equivalente teórico da taxa de câmbio PPC em um 
modelo que não adote estas hipóteses – e que, portanto, leve em conta a existência 
de bens não transacionáveis – é o “preço relativo externo dos bens comercializáveis”, 
isto é, o preço dos bens transacionáveis estrangeiros em relação ao dos bens 
comercializáveis nacionais, ambos expressos em uma moeda comum: 
 
 
 
18 
Em um contexto de “pequena economia aberta”, em que o país é incapaz de 
afetar o preço internacional dos bens comercializáveis, essa interpretação da taxa real 
de câmbio é a medida dos incentivos à produção e ao consumo de bens dos dois 
setores. Por exemplo, uma depreciação real – isto é, um aumento do preço relativo 
dos comercializáveis – sinaliza aos agentes para que aumentem a produção e 
reduzam o consumo deste bem. 
De fato, é possível demonstrar que as duas variações – externa e interna – são, 
na verdade, casos especiais de uma formulação geral que compreende os dois 
efeitos. Considere a formulação tradicional da taxa de câmbio real e suponha que os 
índices de preço sejam uma média geométrica de bens comercializáveis e não 
comercializáveis. 
A taxa de câmbio real é, na realidade, obtida pela interação entre o preço 
relativo externo de comercializáveis e o preço relativo interno (nacional e estrangeiro) 
entre comercializáveis e não comercializáveis. Além disso, resta claro que os dois 
casos particulares apresentados são obtidos restringindo a formulação geral com 
hipóteses adicionais. 
O primeiro, como foi dito, supõe que não há bens não transacionáveis, ou que 
seus preços acompanham os dos bens comercializáveis. Desta forma, o segundo 
membro do produto no lado direito da equação se reduz à unidade, e o câmbio real é 
dado apenas pelo preço relativo externo de transacionáveis. 
No segundo caso exposto, supõe-se uma pequena economia aberta que toma 
preços de transacionáveis como dados, portanto, a taxa de câmbio real é determinada 
apenas pelo preço dos comercializáveis em relação ao dos não comercializáveis. 
Além desses dois casos, há modelos que consideram três bens: um 
comercializável nacional (ou exportável), um comercializável estrangeiro (ou 
importável) e um não transacionável (ou doméstico). Neste caso, as duas 
 
 
 
19 
interpretações estão presentes, na medida em que há diferenciação entre os dois 
tipos de comercializáveis e, portanto, não se pode assumir válida a lei do preço único. 
É frequente, quando da adoção deste tipo de modelo, denominar apenas o 
preço dos exportáveis em termos do bem doméstico de câmbio real. Além disso, como 
cada bem transacionável é produzido apenas por um país, o preço relativo externo 
deste tipo de bem é igual à razão entre os preços de importação e exportação, ou 
seja, os termos de troca. 
Por fim, cabe trazer à luz o conceito de taxa efetiva de câmbio, de interesse 
sobretudo empírico e fundamental na questão da mensuração adequada da taxa de 
câmbio real para fins de estimação econométrica. Uma vez que o câmbio real 
compara o nível de preços interno com o externo, faz-se necessário definir 
precisamente como medir os preços externos – tarefa que deixa de ser trivial quando 
abandona-se o campo teórico dos modelos com dois países e adentra-se o mundo 
real, em que uma nação transaciona com diversos outros países com características 
diferentes. 
Uma forma de contornar esse problema é a utilização da taxa de câmbio 
efetiva, que pondera as taxas de câmbio bilaterais e os níveis de preços dos n 
parceiros comerciais mais importantes, em geral, adotando como peso a participação 
de cada parceiro no comércio do país em questão. 
FORMAÇÃO DA TAXA CAMBIAL 
A taxa nominal de câmbio, como já foi vista acima, é o preço da moeda 
estrangeira em relação à moeda doméstica. Esse preço, como o de qualquer outro 
bem, é determinado pela oferta e demanda de mercado. Quando a taxa cambial é 
alta, as pessoas desejam ofertar mais dólares, por exemplo, do que à uma taxa 
menor. Deste modo a curva de oferta de divisas é positivamente inclinada. 
Similarmente, a curva de demanda por dólares, mostra a quantidade de dólares que 
as pessoas comprar à taxa de câmbio dada. Quanto menor for a segunda, maior a 
 
 
 
20 
demanda por moeda estrangeira, fazendo com que a curva de demanda seja 
negativamente inclinada. 
Firmas e indivíduos demandam divisas para comprar bens e serviços 
estrangeiros (exportações estrangeiras) e para comprar ativos reais e financeiros no 
exterior (outflow de capital). Os dois tipos de transações correspondem a dois 
componentes do balanço de pagamentos, a conta corrente e a conta de capitais. 
 Analogamente a oferta de divisas é dada por importações estrangeiras e 
compras de ativos reais e financeiros por parte de estrangeiros (inflow de capital). A 
oferta e procura de divisas também podem ser resultantes de manobras especulativas 
por parte de grupos interessados em auferir lucros com as elevações e quedas 
bruscas das taxas cambiais. Tais movimentos especulativos se devem a expectativas 
de movimentos nas taxas de câmbio influenciado por fatores econômicos, políticos ou 
sociais. 
MERCADO DE CÂMBIO BRASILEIRO 
Os elementos que participam do mercado de câmbio se dividem em os que 
recebem divisas e nos que produzem divisas. Os que recebem divisas, constituindo o 
grupo comprador são: 
• Os importadores; 
• Os compradores de serviços ou de títulos estrangeiros; 
• Os devedores de empréstimos que remetem ao exterior o principal e os 
juros; 
• Os que fazem transferências para o exterior; Os turistas e os 
especuladores. 
Já os que produzem divisas, e portanto constituem o grupo vendedor, são: 
• Os exportadores; 
 
 
 
21 
• Os vendedores de serviços a estrangeiros; 
• Os tomadores de empréstimos e de investimentos do exterior; 
• Os turistas estrangeiros; 
• Os que recebem transferências do exterior; Os especuladores. 
Os bancos atuarão como intermediários entre estes dois grupos, centralizando 
as compras e vendas de divisas. No Brasil essa intervenção bancária é obrigatória, 
não permitindo que as operações de câmbio sejam praticadas livremente e devendo 
ser conduzidas através de um estabelecimento bancário autorizado a operar em 
câmbio. Um banco, em suas operações de câmbio, caracteriza-se como um órgão de 
pagamentos internacionais, utilizando-se de suas agências e correspondentesno 
exterior. 
Além disso, deve-se considerar a importante figura das corretoras de câmbio, 
que são intermediárias nas operações de câmbio, isto é, funciona como contato entre 
clientes e os bancos autorizados a operar em câmbio. Os corretores têm como 
principal função procurar no mercado o melhor negócio com as melhores taxas e 
condições para seus clientes e assim viabilizar o negócio entre as partes. 
Pode-se dizer que o mercado cambial brasileiro possui atualmente dois 
grandes segmentos: o mercado de câmbio oficial e o paralelo. 
No tocante à forma como as operações de câmbio são feitas, pode-se dividir o 
mercado em: mercado de câmbio manual e mercado de câmbio sacado. E, em relação 
aos agentes envolvidos nas operações costuma-se dividir o mercado em mercado 
primário e mercado interbancário. Estas são as principais segmentações do mercado 
de câmbio e é de suma relevância entendermos separadamente cada um desses 
mercados, de modo a facilitar a compreensão posterior das operações de câmbio e 
da política cambial brasileira 
 
 
 
22 
CÂMBIO SACADO 
O câmbio sacado é aquele que envolve direito e obrigações em moeda 
estrangeiras, processadas através de saques, letras de câmbio, crédito documentário, 
ordens de pagamentos e cheques, envolvendo todas as operações da caráter 
comercial e financeiro. 
As operações comerciais envolvem aquelas ligadas às exportações e 
importações, além dos serviços correlatos ( fretes, seguros, etc.). já as operações 
financeiras são aquelas que envolvem remessas pessoais, investimentos, 
empréstimos, assistência técnica, etc. Desta feita, denomina-se câmbio sacado, todas 
as divisas transacionadas no exterior. 
CÂMBIO MANUAL 
Refere-se às operações que envolvem a compra e a venda de moedas 
estrangeiras em espécie, isto é, quando a troca se efetua com moedas metálicas, 
travellers checks ou cédulas de outros países. É também chamado de câmbio de 
balcão. 
O câmbio manual é utilizado praticamente por viajantes que se dirigem ao 
exterior e que, assim, adquirem os recursos para atender às despesas pessoais fora 
do país, bem como por viajantes que procedem do exterior e que necessitam adquirir 
moeda nacional. Em muitos países essas operações são geralmente efetuadas em 
agências de turismo e casas bancárias, pouco ocorrendo nos bancos, onde 
concentram-se as chamadas operações de câmbio sacado. Estas operações estão 
isentas da necessidade de serem formalizadas através decontratos de câmbio e 
intermediadas por corretoras. 
CÂMBIO PARALELO 
O mercado paralelo de câmbio compreende todas as operações conduzidas 
por meio de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas a operar no mercado de 
câmbio. Trata-se, pois, de operações ilegítimas, sem nenhum respaldo legal. 
 
 
 
23 
Contudo, trata-se de um mercado “tolerado”, por diversos motivos, pelas autoridades 
monetárias, surgindo pelo fato de não existir um mercado de câmbio inteiramente 
livre, ou seja, existe em todos os países onde existe um controle cambial. 
Muitas são as causas razões para a existência desse mercado entre as quais 
podemos citar: 
1) a instabilidade monetária; 
2) a deterioração da moeda nacional através da inflação alta fazendo com que 
os agentes econômicos fujam da moeda; 
3) remessa clandestina de lucro; 
4) as atividades ilegais, como o narcotráfico e o contrabando, são fatores 
adicionais que, permanentemente, forçam uma circulação de divisas via 
mercado paralelo; 
5) operações de subfaturamento de exportações e de superfaturamento de 
importações que surgem quando a defasagem entre o dólar comercial e o 
dólar paralelo cresce e realimenta esta diferença. 
Neste último item os exportadores brasileiros podiam declarar ao governo que 
estavam exportando por um preço e cobrar do importador estrangeiro um preço mais 
alto. Ou então, declaravam exportação de uma tonelada e embarcavam mais que isso. 
Nesses casos eles recebiam a diferença “por fora” em moeda estrangeira e a vendiam 
no mercado paralelo. Obviamente quanto maior fosse o ágio, maior o incentivo a 
essas práticas. 
Os importadores brasileiros, por sua vez, declaravam que estavam importando 
por um preço mais alto e adquiriam mais moeda estrangeira no mercado oficial do 
que o necessário, vendendo, obviamente, a diferença no mercado paralelo. 
CÂMBIO OFICIAL 
O Mercado de Câmbio oficial no Brasil está dividido em: 
 
 
 
24 
• Mercado de Câmbio de Taxas Livres (Dólar Comercial); 
• Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (Dólar Flutuante). 
No mercado de câmbio de taxas livres são conduzidas as operações 
comerciais de exportação/importação e as operações financeiras de empréstimo e 
investimentos externos bem como o retorno ao exterior da remuneração destas 
operações. Assim, como exemplo de operações realizadas neste mercado temos: 
transações relacionadas com exportação e importação de mercadorias, fretes e 
seguros, comissões de agente, empréstimos, financiamentos, amortizações, juros, 
lucros, royalties etc. 
O Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes (Dólar Flutuante) legitimou um 
segmento de mercado que era até então considerado ilegal, enquadrando neste 
mercado as operações entre instituições financeiras como definidas pelo BC. Podem 
operar neste mercado os bancos de todas as modalidades, corretoras, distribuidoras, 
sociedades de crédito financeiro e investimento, agências de turismo e meios de 
hospedagem. Neste mercado são conduzidas as seguintes transações: câmbio 
manual, serviços turísticos, heranças, doações, garantias bancárias despesas de 
viagem, manutenção de pessoas no exterior, tratamento de saúde, aposentadorias e 
pensões, cartões de crédito internacionais, aquisição de publicações etc. 
Vale salientar que, devido à mudanças realizadas pela política cambial 
brasileira realizadas em janeiro de 1999, o mercado de câmbio passou a ter cotação 
única, havendo, dessa forma, a mesma cotação tanto para o mercado de câmbio 
comercial, quanto para o flutuante. 
CÂMBIO PRIMÁRIO 
É o mercado onde são realizadas operações cambiais entre os bancos e seus 
clientes não-bancários. Quando o banco, por exemplo, adquire divisas de um 
exportador ou as vende a um importador, essas operações são concretizadas no 
chamado mercado primário, via um contrato de câmbio. O contrato de câmbio visa 
formalizar a prestação deste serviço pelos bancos a seus clientes. 
 
 
 
25 
Quando este cliente for um exportador, após ter o seu negócio confirmado com 
o importador, o mesmo passa a ter direito a contratar a operação de câmbio com um 
banco. O serviço bancário será a cobrança, no exterior, de cambiais sacadas pelo 
exportador nacional contra o importador residente em outro país. Quando for um 
importador o serviço bancário prestado será o recebimento, em moeda local, com o 
respectivo pagamento, ao fornecedor no exterior, do valor referente à mercadoria 
importada. 
CÂMBIO INTERBANCÁRIO 
Este segmento considera as movimentações diárias do mercado de câmbio 
entre bancos, sejam eles, bancos no país ou no exterior. Não consiste somente de 
operações financeiras com o dólar, mas, sobretudo, resultantes das operações 
vinculadas às exportações/ importações, que provocam entradas e saídas de moeda 
nos bancos, que são contabilizadas pelo BC e, evidentemente, vão influenciar o 
volume de recursos disponíveis no mercado financeiro. 
Os bancos, entre si, compram e vendem moeda à vista ou no futuro de acordo 
com suas necessidades específicas. Assim, através do mercado interbancário, os 
bancos dispõem de liquidez para equilibrar seus ativos e passivos em moeda 
estrangeira. As operações desse tipo de mercado são as de arbitragem, entre bancos 
e entre filiais. As operações de arbitragem são realizadas entre bancos no país ou no 
exterior, cuja finalidade é a de efetuar a troca de uma moeda por outra, que não seja 
a nacional, sem, contudo, alterar a posição de câmbio daspartes envolvidas. As 
operações entre bancos são realizadas entre instituições bancárias diferentes 
envolvendo a troca da moeda nacional pela estrangeira e vice e versa. As operações 
entre filiais são da mesma modalidade da descrita anteriormente, envolvendo, 
entretanto, instituições do mesmo grupo. Também são chamadas de 
interdepartamentais 
 
 
 
26 
POSIÇÃO DE CÂMBIO 
Define-se posição de câmbio como o registro que expressa a situação das 
compras e vendas de moedas efetuadas por um estabelecimento bancário dentro de 
um período. Deve-se considerar que a posição, na abertura, deverá incluir o saldo da 
posição (vendida ou comprada) do dia anterior. 
A fim de facilitar as comparações, dado que um estabelecimento bancário pode 
operar com diversas divisas, converte-se as diferentes moedas em uma única de 
referência (no caso brasileiro o dólar americano). 
A posição de câmbio é conseguida pela soma aritmética dos valores 
comprados e vendidos, sem levar em consideração os prazos de liquidação das 
operações. É de suma importância enfatizar que não se confunda a posição de 
câmbio com a disponibilidade de caixa em moeda estrangeira. Isto porque quando se 
fala em posição de câmbio estamos tratando pura e simplesmente do saldo de 
compras e vendas realizadas pelo banco no dia. 
Entretanto, tais compras e vendas podem possuir diferentes prazos de 
liquidação (os quais não são levados em consideração na apuração da posição de 
câmbio) e assim a posição não dá uma medida da disponibilidade de caixa, pois um 
banco pode ter posição nivelada (saldo de compras igual ao de vendas) e mesmo 
assim não ter disponibilidade de caixa em moeda estrangeira, dado que pode ter 
realizado as vendas com liquidação para dois dias e as compras com liquidação futura 
para 30 dias. 
A verificação diária das posições dos vários bancos, pelo BC visa o controle 
dos estoques de reservas cambiais do País. Assim, com objetivo de manter o mercado 
sob controle, o BC estabelece limites diários para essas posições, tanto no câmbio 
comercial como no câmbio flutuante. 
 
 
 
27 
CONTROLE CAMBIAL 
No Brasil o regime cambial é um controlado pelas autoridades monetárias. 
Sendo que o Banco Central do Brasil atua como órgão fiscalizador do sistema, 
controlando a entrada e saída de divisas e administrando as reservas cambiais. Os 
bancos comerciais podem operar na área cambial mediante autorização daquele 
organismo. Como organismo mais representativo pode-se mencionar os seguintes: 
• Conselho Monetário Nacional; 
• Banco Central do Brasil; 
• Secretaria de Comércio Exterior; 
• Secretaria da Receita Federal; Banco do Brasil. 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL 
Ao Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31/12/64, 
compete, entre outras atribuições: 
• Formular a política que objetiva regular o valor externo da moeda e o 
equilíbrio no balanço de pagamentos do País, tendo em vista a melhor 
utilização dos recursos em moeda estrangeira; 
• Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das operações de 
câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos 
ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação; 
• Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive compra e 
venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque 
e em moeda estrangeira; 
• Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, 
fixando limites, taxas, prazos e outras condições e; 
• Regular o exercício da atividade de corretor de câmbio (Lei nº 4.728, de 
14/07/65, e Lei nº 5.601, de 26/08/70). 
 
 
 
28 
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) 
O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal, tendo sido criado em 
substituição à antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pela referida 
Lei nº 4.595, de 31/12/64. 
No que se refere a assuntos cambiais, compete ao Banco Central: 
• Efetuar o controle dos capitais estrangeiros; 
• Ser depositário das reservas oficiais de ouro, de moeda estrangeira e 
de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e 
quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo 
Monetário Internacional; 
• Conceder autorização às instituições financeiras a fim de que estas 
possam praticar operações de câmbio; entender-se, em nome do 
Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e 
internacionais; 
• Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da 
estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de 
pagamentos, podendo, para esse fim, comprar e vender ouro e moeda 
estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, 
inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque e separar os 
mercados de câmbio financeiro e comercial e; 
• Autorizar e fiscalizar o exercício das atividades dos corretores de câmbio 
(Lei nº 5.601, de 26/08/70). 
Antes da criação do BACEN, a troca de divisas no âmbito nacional eram 
realizadas através das bolsas de valores. A partir da criação do BACEN, as atividades 
de compra e venda de moedas estrangeiras passaram a ser realizadas por bancos 
autorizados a operarem no câmbio. 
 
 
 
29 
O SISBACEN ( Sistema Eletrônico do Banco Central ) é um sistema on line de 
teleprocessamento, integrando o Banco Central e os bancos autorizados a operar em 
câmbio, além de corretores credenciados. Ele é o meio de comunicação 
computadorizado do BC com as instituições financeiras. 
É através do SISBACEN que são realizados os leilões de câmbio, cujas 
cotações são eletronicamente ofertadas, tornando assim, totalmente transparente a 
política cambial diária do Banco Central. 
SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SECEX) 
A Secretaria de Comércio Exterior, subordinada ao Ministério da Indústria, do 
Comércio e do Turismo, foi criada pela Lei nº 8.940, de 19/11/92 e exerce as seguintes 
funções: 
• Emitir licenças de exportação e importação, cuja exigência será limitada 
aos casos impostos pelo interesse nacional; 
• Exercer, prévia ou posteriormente, a fiscalização de preços, pesos, 
medidas, classificação, qualidade e tipos, declarados nas operações de 
exportação, diretamente ou em articulação com outros quaisquer órgãos 
governamentais, ressalvada a competência da administração 
aduaneira; 
• Exercer, prévia ou posteriormente, a fiscalização de preços, pesos e 
medidas, qualidades e tipos nas operações de importação, respeitadas 
as atribuições de competência das repartições aduaneiras; 
• Estabelecer critérios para o financiamento da exportação e da produção 
industrial para exportação, bem assim, quando for o caso, para 
aquisição ou financiamento, por ordem e conta do Tesouro Nacional, de 
estoques de outros produtos exportáveis; 
 
 
 
30 
• Traçar diretrizes da política do comércio exterior; adotar medidas de 
controle das operações do comércio exterior, quando necessárias ao 
interesse nacional; 
• Pronunciar-se sobre a conveniência da participação do Brasil em 
acordos ou convênios internacionais, relacionados com o comércio 
exterior; baixar normas necessárias à implementação da política de 
comércio exterior, bem assim orientar e coordenar a sua expansão; 
• Modificar, suspender ou suprimir exigências administrativas com a 
finalidade de facilitar e estimular a exportação; 
• Decidir sobre normas, critérios e sistemas de classificação comercial 
dos produtos objeto do comércio exterior; 
• Estabelecer normas para fiscalização de embarque, com vistas à 
redução de custos; 
• Traçar a orientação a ser seguida nas negociações de acordos 
internacionais relacionados com o comércio exterior e acompanhar sua 
execução; 
• Recomendar diretrizes que articulem o emprego do instrumento 
aduaneiro com objetivos gerais de política de comércio exterior, 
observados os interesses e a evolução das atividades industriais e 
agrícolas;• Opinar, junto aos órgãos competentes, sobre fretes dos transportes 
internacionais relacionados com o comércio exterior, bem assim sobre 
a política portuária; 
• Estabelecer as bases da política de seguros no comércio exterior; 
• Recomendar medidas tendentes a amparar produções exportáveis, 
considerando a situação específica dos diversos setores de exportação, 
bem como razões estruturais, conjunturais ou circunstanciais que 
afetem negativamente aquelas produções; 
 
 
 
31 
• Opinar, na esfera do Poder Executivo, ou quando consultado por 
qualquer das Casas do Congresso Nacional, sobre projetos de lei que 
se relacionem com o comércio exterior ou adotem medidas que neste 
possam ter implicações; 
• Formular as diretrizes básicas da política tarifária no campo das 
importações, visando adaptar o mecanismo aduaneiro às necessidades 
do desenvolvimento econômico e à proteção do trabalho nacional; 
• Normatizar, supervisionar, orientar, planejar, controlar e avaliar as 
atividades aduaneiras. 
Tais funções são exercidas pela SECEX através do Departamento Técnico de 
Intercâmbio Comercial (DTIC) e do Departamento Técnico de Tarifas (DTT) 
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL (SRF) 
A Secretaria da Receita Federal possui, entre outras atribuições, a de fiscalizar 
as importações e exportações de mercadorias e de arrecadar os direitos aduaneiros 
incidentes sobre a entrada de mercadorias no País. Cabe-lhe, também, fiscalizar a 
correta utilização dos incentivos fiscais concedidos pela legislação em vigor às 
exportações e importações. 
BANCO DO BRASIL 
Compete ao Banco do Brasil S/A, no que se refere a assuntos cambiais e de 
comércio exterior: 
• Ser agente pagador e recebedor fora do País, como representante do 
Governo Federal; 
• Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda 
estrangeira e, por conta do Banco Central, nas condições estabelecidas 
pelo Conselho Monetário Nacional e; 
 
 
 
32 
• Difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais, 
suplementando a ação de rede bancária no financiamento das 
exportações e importações. 
 
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