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Acesso cirúrgico das artérias de MMII FÁBIO SVETLIC INCOR-2021 Aspectos anatômicos da região da coxa Região da Coxa Triângulo femoral/Scarpa: face anterior e superior da coxa. Limites: Superior: ligamento inguinal Lateral: borda medial do músculo sartório Medial: músculo adutor longo Assoalho: músculos iliopsoas e pectíneo Bainha femoral: localizada no triângulo femoral; Corresponde o prolongamento da fáscia transversal do abdome; Função da bainha femoral – possibilita o deslizamento da artéria e da veia femorais profundamente ao ligamento inguinal durante a movimentação do quadril. CANAL DOS ADUTORES Inicia-se a 15 cm do ligamento inguinal, a partir do ápice do triângulo femoral; Delimitação: Medialmente: músculo sartório; Anterolateral: músculo vasto medial; Posterior: músculos adutor longo e adutor magno. Componentes: artéria e veia femorais, nervo safeno e nervo para o músculo vasto medial. O acesso cirúrgico aos vasos femorais é simples, porém necessita de mobilização muscular, em especial do músculo sartório. O nervo safeno cruza anteriormente a artéria femoral e a partir do hiato tendíneo passa em direção descendente do músculo sartório, inervando a superfície medial da perna e tornozelo. Artéria femoral comum Após o ligamento inguinal, a a. ilíaca externa é denominada de a. femoral; Situa-se no ponto médio entre a espinha ilíaca anterossuperior é o tubérculo púbico; Ramos da a. femoral no triângulo femoral: a. circunflexa superficial do ílio, a. epigástrica superficial, a. pudenda externa superficial, a. pudenda externa profunda, ramo profundo da artéria femoral. Na cirurgia vascular, geralmente esse sistema é referido como: artéria femoral comum, artéria femoral profunda e artéria femoral superficial Ramo profundo da artéria femoral Principal artéria da coxa; Origina-se da a. femoral entre 1 a 8,5 cm do ligamento inguinal (em média a 5 cm); Geralmente em sua origem é lateral a a femoral, seguindo posterior a veia e artéria femoral e medial ao fêmur; Próximo sua origem, é cruzada pela veia circunflexa femoral lateral, que pode ser lesada durante a sua dissecção. Acessos Cirúrgicos da Coxa 1. Acesso da Artéria Femoral no Trígono Femoral A artéria femoral no triângulo femoral corresponde ao local mais frequentemente abordado (anastomose proximal, distal, embolectomia, endarterectomia etc); Paciente em decúbito horizontal; Tubérculo púbico e EIAS – determinam o lig. Ingnal e o início da incisão; incisão linear, vertical e oblíqua no triângulo femoral, acompanhando a borda medial do sartório em direção ao ápice do triângulo – acesso adequado ao vasos femorais; Tecido subcutâneos são seccionados e os vasos linfáticos são ligados A abertura da bainha femoral possibilita a identificação e a mobilização da femoral. Durante mobilização da artéria femoral comum – cuidado com epigástrica e ilíaca circunflexa profunda Isolar A femoral comum com fita de borracha Isolar femoral superficial com fita aproximadamente 1-2cm após bifurcação Traciocamento das fitas facilita localização da a. femoral profunda Seccionar banda fibrosa para facilitar sua mobilização. Ligar ramos da veia femoral profunda Mobilizar ramos da femoral comum e superficial antes da cirurgia do vaso ser empreendida. Afastar tecido adiposo medialmente 1. Acesso da Artéria Femoral Superficial no Canal de Hunter Paciente em DDH, joelho fletido e rotação externa do membro inferior Incisão do ápice do Trígono Femoral até o tubérculo adutor. Aprofundar incisão ate fáscia superficial do sartório. Isolar veia safena medialmente. Mobilizar sartório, identificar nervo safeno anteriormente à artéria e isolá-lo medialmente com cuidado para não exercer muita tensão. Poupar ramos musculares, em especial artéria genicular superior, que realiza anastomose com supra-infra genicular Distalmente existe o canal dos adutores, que pode ser seccionado para melhor visualização entre Femoral superficial e poplítea. (Local de grande incidência de placas ateromatosas). Caso necessária a exposição de toda a artéria femoral, a incisão é estendida da virilha até tubérculo adutor, com incisões combinadas Aspectos anatômicos da região do joelho Fossa poplítea: Localização: face posterior do joelho, apresentando forma de losango; Delimitações: porção súperolateral - músculo bíceps da coxa, semitendinoso e semimembranoso; Porção inferior - cabeças medial e lateral do gastrocnêmio; Porção superior - pele e fáscias superficial e profunda; Assoalho - face poplítea do fêmur, ligamento poplíteo oblíquo e fáscia poplítea. Artéria poplítea Continuação da a. femoral superficial; Dividinde-se em aa tibial anterior e tronco tibial posterior (tibiofibular); Ramos: artérias geniculares superiores, média e inferiores; A veia poplítea é lateral à artéria na porção proximal, porém, distalmente, torna-se medial; Veia safena parva - junta-se à v. poplítea e à safena magna; Nervo ciático – 2 ramos (tibial e fibular) 1. Acesso Medial da Artéria Poplítea Proximal Posição supina, membro em leve rotação externa e joelho em flexão de 30º. Incisão limite anterior do sartório – cuidado com safena magna Após abertura fascia profunda, retrair sartório medialmente e vasto medial lateralmente. Porção proximal da artéria escondida atrás do tendão do adutor magno (seccionar). Preservar genicular. Ligar e seccionar tributária e comunicantes das veias poplíteas. Liberar 3-4cm da artéria poplítea para realizar o procedimento cirúrgico. Após identificação dos vasos, liberar nervo safeno e coxim gorduroso para fora do campo operatório. 2. Acesso Medial da Artéria Poplítea Inteira Incisão cutânea curva é feita acompanhando o limite anterior do M. Sartorio no terço inferior da coxa e estendendo-se através do joelho ao longo do limite posteromedial da tíbia. Seccionar, junto à tíbia, os mm sartório, semimembranoso, grácil e semitendíneo. A seguir, seccionar porção musculotendínea da porção medial do gastrocnêmico próximo ao côndilo femoral medial. Isolar, ligar e seccionar veias tributárias das veias poplíteas. Caso a porção distal não seja totalmente acessível, pode-se fletir o músculo sóleo para expor a bifurcação. Após o procedimento, reconstruí as estruturas seccionadas (principalmente gastrocnêmico) com pontos separados e fios não absorvíveis. 3. Acesso Medial da Artéria Poplítea Distal Posição do paciente igual outras abordagens mediais Incisão 1cm abaixo do côndilo medial do fêmur prolongada até limite póstero-medial da tíbia. Ligar e seccionar ramos da safena e preservar a mesma. Incisionar fáscia crural abaixo de m semitendíneo e m grácil. Retrair cabeça medial do gatrocnêmico, expondo músculo sóleo e feixe neurovascular. Geralmente o feixe fica coberto pelo musculo poplíteo. Se necessária a visualização da bifurcação, seccionar musculo sóleo ***preservar nervo tibial posterior Este segmento, na maioria das vezes é preservado de lesões ateromatosas da artéria poplítea proximal e tem calibre suficiente para receber enxerto. 4. Acesso Posterior da Artéria Poplítea É a abordagem clássica. Pcte em decúbito ventral, perna levemente fletida. A extensão da incisão depende do fato de precisarmos expor somente a porção proximal ou a arteria em toda sua extensão. Para a porção superior é realizada uma incisão vertical mediana acima da dobra poplítea. Para a poplítea inferior, a incisão na pele inicia na metade da dobra flexora do joelho e se estende distalmente, seguindo uma linha na depressão entre as duas cabeças do M. Gastrocnêmico. Para exposição da artéria em toda sua extensão é necessária incisão em “S” para evita cicatriz retrátil, que impossibilita a extensão completa do joelho. Após a abertura da fascia profunda, os nervos tibial e fibular são identificados. A veia poplítea é medial ao nervo e pode ser facilmente exposta seguindo-se a v. Safena parva. A artéria situa-se medialmente e é a estruturamais profunda das 3 no feixe. Aspectos anatômicos da região da perna Compartimento da perna Artérias da perna ficam situadas entre parte interior da tuberosidade da tíbia e a base dos maléolos. 4 Compartimento: Anterior Lateral Posterior superficial Posterior profundo Compartimento anterior Limite anterior: fáscia. Limite posterior: membrana interóssea e superfície anterior da fíbula Limite medial: superfície lateral da tíbia Limite lateral: septo intermuscular anterior Contém: Mm tibial anterior, extensores (longo dos dedos e do hálux) e fibular tércio; Vasos tibiais anteriores e nervo tibial anterior ( fibular profundo) Compartimento lateral Localizado entre os septos intermusculares fibulares Contém: Terminação do nervo fibular comum Nervo fubular superficial Mm fibular longo e curto Compartimento posterior superficial Contém: Mm gastrocnêmio, sóleo e plantares. A junção dos tendões dos dois músculos , forma o tendão calcâneo (tendão de Aquiles), que se insere na metade distal da superfície posterior do calcâneo. Compartimento posterior profundo É separado do compartimentos superficial por um segmento de fáscia q se estende entre a fíbula e a borda medial da tíbia. Contém: Mm tibial posterior, flexores longo dos dedos e do hálux. Artérias tibial posterior e fibular, com suas respectivas veias, Nervos tibiais. 1. Acesso da Artéria Tibial Posterior - Proximal Incisão cutânea de 10 cm , feita na altura da metade da panturrilha, atrás da borda postero medial da tíbia. Após a incisão da fascia profunda o M. Gastrocnêmico é retraído posteriormente. A exposição dos vasos pode ser tanto por meio de secção (preferência) através do sóleo ou por meio de desprendimento deste da sua inserção tibial. Sóleo é seccionado no sentido das fibras e vasos são facilmente expostos. Artéria é liberada do plexo venoso e das veias satélites **cuidado com lesão do nervo tibial posterior 2. Acesso da Artéria Tibial Posterior - Distal É realizada no terço inferior da perna acima do maleolo medial. Após a incisão da fascia superficial, o tendão de Aquiles é mobilizado e retraido posteriormente. A fascia profunda é então incisada anteriormente, expondo assim os vasos tibiais posteriores. Flexor longo dos dedos e do hálux estão situados posteriormente aos vasos. A artéria é liberada após secção das veias que comunicam as 2 veias tibiais. **nervo tibial posterior, nessa região, está situado posteriormente ao feixe vascular. 1. Acesso da Artéria Tibial Anterior É composta por dois segmentos distintos: O terço superior, ou arqueado, situado atrás e imediatamente medial ao colo da fibula, que cruza a membrana interossea. Tronco tibial anterior próprio, que passa por toda extensão do compartimento tibial anterior. 1. Acesso da Artéria Tibial Anterior - Superior Posição supina, joelho fletido e pé com rotação interna Incisão de 8-10 cm que se inicia medialmente na cabeça da fíbula e termina na metade da superfície anterior do tornozelo (borda lateral do tendão do m. tibial anterior. Aprofundar incisão até a fáscia; Localizar digitalmente sulco entre m. tibial anterior e extensor longo dos dedos – Feixe neurovascular situado profundamente entre esses músculos. Vasos localizam-se profundamente ao extensor e lateralmente à incisão. **Aumentar incisão caso músculos sejam avantajados para evitar tensão das estruturas 2. Acesso da Artéria Tibial Anterior - Distal Incisão 6-8 cm na mesma linha para exposição da a. tibial posterior. Abrir a fáscia e afastar , medialmente, tendão do m. tibial anterior e, lateralmente tendão do m. extensor longo dos dedos. Artéria está localizada na profundidade e nervo tibial anterior medialmente à ela. Nesse nível a artéria e mais superficial e o acesso é fácil. A melhora da exposição pode ser obtida estendendo proximalmente a incisão e separando os músculos ou distalmente em direção à pediosa, através da secção do ligamento anular do tornozelo. Acesso Combinado da Artéria Poplítea Distal e sua trifurcação Abordagem medial ( descrita anteriormente) Em caso de embolia de artéria poplítea com trombose propagando para tronco tibiofibular a exposição deste permitirá tromboembolectomia sob visão direta. Dificilmente consegue-se passar o folgarty em tibial anterior. Para eliminar essa dificuldade, faz-se uma arteriotomia no tronco tibiofibular no lado oposto da tibial anterior. Abordagem lateral (transfibular)** Acesso Combinado da Artéria Poplítea Distal e sua trifurcação Acesso Lateral ou transfibular Posição supina, perna semifletida e rodada internamente Incisão sobre a parte inferior do tendão do bíceps femoral e extendida distalmente sobre a fíbula por aprox. 12-15cm. **sulco que separa o sóleo da cabeça da fíbula (plano de clivagem entre mm fibulares e da panturrilha) Secção das fáscias superficial (limite superior) e profunda (tendão do bíceps) Reparação do nervo fibular comum e incisionar fascia distalmente Localizar plano entre m. sóleo e m. fibular longo. A divisão desses músculos expõe a fíbula Seccionar fíbula com serra de Gigli Alisar extremidades com rugina para evitar lesão de estruturas adjacentes Visualiza-se a artéria poplítea e seus ramos após dissecção proximal e distal. *** CUIDADO COM NERVO FIBULAR, ARTERIAS E VEIAS ADJASCENTES. Acesso Combinado da Artéria Poplítea Distal e sua trifurcação Acesso Lateral ou transfibular – VANTAGENS Acesso ao arco tibial anterior sem que ocorra dano ou hemorragia Fácil visualização dos vasos após rebatimento do sóleo e do fibular longo A porção do osso não precisa ser substituída Posição supina Realização de endarterectomia local sob visão direta. Acesso da Artéria Pediosa Continuação da arteria tibial anterior, atravessa a articulação do tornozelo acompanhando a porção medial do dorso do pé para a parte proximal do primeiro espaço intermetatarsal, onde se divide em dois ramos. O primeiro metatarsal dorsal e o plantar profundo. Exposição realizada próxima ao tornozelo de 5-8cm distalmente Aprofundamento da incisão sobre pele, subcutâneo, fáscia e ligamento cruciforme ***cuidado para evitar dano às colaterais e terminação do nervo tibial anterior. Acesso da Artéria Tibial Posterior Terminal e Origem das Artérias Plantares A artéria tibial posterior, após deixar o retináculo inferior dos flexores, divide-se em artéria plantar lateral, plantar medial e ramos para o calcâneo; Secção do ligamento lacinado, o qual cobre tendões, vasos e nervos, é obtida a exposição dos vasos plantares na junção entre o calcanhar e e estruturas plantares. Secção do mm abdutor do hálux, pois ele é a barreira natural à sua exposição no pé; Referências Bibliográficas HAIMOVICI, Cirurgia VAscular, 5º Edição, 2006;