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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Prof. Danilo Melo E-mail: advdanilomelo@gmail.com Bibliografia Básica LOBO, Paulo Luiz Neto. Código Civil Comentado: direito de família, relações de parentesco, direito patrimonial. São Paulo: Atlas, 2003. TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Obrigações / Responsabilidade Civil. São Paulo: Método, 2011. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil 2 - Parte Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2008. Bibliografia complementar NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado e Legislação Extravagante. 3. ed.. São Paulo: RT, 2008. VENOSA. Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008.V.2 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações. 22. ed. São Paulo: Saraiva 2009.V.2 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das obrigações contratuais e extracontratuais. São Paulo: Saraiva, 2010. V. 3. PEREIRA, Caio Mario Pereira. Instituições de direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2011. V. 2 Direito civil II- Ementa: Direito Civil: conceito de obrigação. Distinção entre direitos obrigacionais e reais. Obrigações naturais. Princípios do direito das obrigações. Fontes. Atos unilaterais. Classificação das obrigações. Transmissão das obrigações. Modo, tempo e lugar do cumprimento das obrigações. Pagamento. Meios extraordinários de extinção das obrigações. Enriquecimento sem causa. Insolvência do devedor. Inadimplemento das obrigações. Mora. Adimplemento substancial. Responsabilidade Civil: Contexto Histórico-Jurídico da Responsabilidade Civil; Responsabilidade Civil Subjetiva, Objetiva e Culpa Presumida; Responsabilidade Civil e a legislação brasileira; Responsabilidade Civil Contratual e Extra-Contratual; Responsabilidade Civil e Penal – distinções; Elementos Caracterizadores da Responsabilidade Civil: ato ilícito, Dano e Nexo de Causalidade; Excludentes de Ilicitude; Teoria da Imprevisão; O Ônus da Prova; Responsabilidade pré e pós- contratual; A Indenização e sua Liquidação; Responsabilidade Civil do Estado; Responsabilidade Civil do Profissional Liberal e das Pessoas Jurídicas de Direito Privado. CONCEITO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES É o conjunto das normas jurídicas e princípios reguladores das relações patrimoniais entre um credor e um devedor a quem incumbe o dever de cumprir, espontaneamente ou coativamente uma prestação de dar, fazer ou não fazer. Exemplos de obrigações: Fontes das obrigações: As obrigações nascem de três fontes principais: Contrato, A Lei e Atos ilícitos (artigo 948, II do Código Civil). Evolução Histórica do direito das obrigações. Legislação principal: Código Civil artigo 233 a 420. Terminologia Nos códigos do mundo e no do Brasil se consagrou a denominação de direito das obrigações, dando-se destaque ao aspecto passivo (obrigação) e não o ativo (crédito) da relação jurídica. Obrigação, portanto, para o direito civil significa a própria relação jurídica que vincula credor e devedor, em razão da qual o devedor fica obrigado a cumprir uma prestação patrimonial de interesse de outra. DIFERENÇA ENTRE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E DIREITO REAL Conceito de direito real: Clóvis Beviláqua explica in verbis:"direito das coisas é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes aos bens corpóreos" e, o direito real "é o poder jurídico do homem sobre coisa determinada, aderindo a ela, enquanto perdura, e prevalecendo contra todos". QUANTO AO SUJEITO Direito das obrigações – Dois sujeitos (credor e devedor) Direito Real – Um sujeito QUANTO A AÇÃO Direito das obrigações a ação é apenas contra o indivíduo devedor Direito real a ação é contra qualquer um que tiver a coisa QUANTO AO OBJETO Direito das obrigações é uma prestação positiva (de dar de fazer) ou negativa (de não fazer Direito real – Pode ser coisa corpórea ou incorpórea. Há uma aderência do direito real à coisa que se refere. QUANTO AO LIMITE O direito das obrigações pode ser objeto de livre convenção (autonomia da vontade) O direito real por sua vez não pode ser objeto de livre convenção, pois está limitado e regulado expressamente por norma jurídica. OUTRAS DIFERENÇAS : Abandono - típico de direito real. Extinção – No direito das obrigações a inércia extingue o crédito. Usucapião – aquisição típica de direito real. Posse – típico de direito real. Sequela – típico de direito real. Atenção: Figuras híbridas entre direitos pessoais e reais Existem obrigações que decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a ela, são as chamadas obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular. Exemplo: Obrigações do condômino de contribuir com a conservação da coisa comum (art. 1.315) ou dos vizinhos de proceder à demarcação da divisa de seus prédios (art. 1.297). Três princípios básicos do Código Civil (Miguel Reale): Socialidade (sociabilidade): O Código está preocupado com a função social. Operabilidade: O Código é operável, é de fácil manuseio, tenta fazer um código de fácil interpretação. (Exemplo, a diferenciação dos prazos de prescrição artigo 205 e 206) e demais artigos é decadência. Eticidade: As relações devem ser ética, As partes devem agir de boa-fé, em especial com relação aos contratos. Princípios jurídicos dos contratos: 1) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: Consiste no poder das partes de estipular livremente, mediante acordo de vontades, envolvendo, a liberdade da criação do contrato, a liberdade de contratar ou não contratar (limitado pelo princípio da função social dos contratos e boa-fé.) 2) PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO: Em regra o simples acordo entre as partes basta para gerar obrigações válidas. 3) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE: As estipulações feitas nos contratos deverão ser cumpridas, sob pena de execução contra o inadimplente, o contrato constitui lei entre as partes (pacta sunt servanda). 4) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 5) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: Na interpretação é preciso ater-se mais a intenção do que ao sentido literal, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíproca. CARACTERISTICAS DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Dois sujeitos (credor e devedor). É uma prestação positiva (de dar de fazer) ou negativa (de não fazer). é ilimitado (autonomia da vontade). Decorrência lógica: Sujeito passivo (devedor obriga-se a cumprir uma prestação (dar, fazer ou não fazer) em benefício do sujeito ativo (credor). Requisitos da Prestação Licitude Possibilidade Determinada ou determinável CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÃO INTRODUÇÃO: Obrigação Positiva Negativa De dar De fazer Coisa certa Coisa incerta De não fazer - Obrigações de dar consistem na atividade de dar (transferir a propriedade), entregar (transferir a posse ou detenção) ou restitui (quando se devolve a posse). OBRIGAÇÕES DE DAR Obrigações de dar coisa certa - O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, aindaque mais valiosa. Continuação obrigações de dar coisa certa -A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. - No caso de perecimento da coisa: Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. -No caso de perecimento parcial (deterioração): a) Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. b) Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. -Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. -Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. - Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Obrigações de dar coisa incerta: consiste na entrega de coisa especificada apenas pela espécie e quantidade. -Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. - Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. OBRIGAÇÃO DE FAZER: Interessa a própria atividade do devedor. Obrigação de fazer Fungível (pode ser realizado por outro). Infungível. -Se a obrigação de fazer for fungível, será livre ao credor mandá- lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível e em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. - Se a obrigação de fazer tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos -Descumprimento Da obrigação de Fazer -Impossível cumprimento posterior. -Possível cumprimento posterior -Perdas e danos -Tutela específica + perdas e danos. -Perdas e danos ( se o autor não tiver mais interesse na obrigação). Obrigações de não fazer: tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. - Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado pelas perdas e danos. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. -Descumprimento Da obrigação de Não Fazer -Impossível cumprimento posterior. -Possível cumprimento posterior -Perdas e danos -Tutela específica + perdas e danos. -Perdas e danos ( se o autor não tiver mais interesse na obrigação).
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