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PDF-DIREITO-CIVIL-OBRIGACOES-1

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1 
 
 Direito Civil 
REVISADOS-PDF- 
COM MÍDIAS- DIREITO ADMINISTRATIVO - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.docx
REVISADOS-PDF- 
COM MÍDIAS- DIREITO ADMINISTRATIVO - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.docx
 
 
Concursos em Geral 
 Direito Civil – Parte Especial 
 Tópico: Obrigações 
 
 
Inclui: 
• Gráficos Estatísticos: 
 1. Disciplinas + cobradas 
 2. Tópicos + cobrados 
 3. Subtópicos + cobrados 
 4. Bancas 
 • Edital Bizurado 
• Conteúdos Esquematizados 
• QR Code (áudio e vídeo) 
• Questões Comentadas 
 
 
 
 2 
 
 Direito Civil 
 
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 3 
 
 Direito Civil 
DIREITO CIVIL – PARTE ESPECIAL 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. Direito Civil – Parte Especial: tópicos mais cobrados.................................................................................. 5 
2. Direito das Obrigações: subtópicos mais cobrados..................................................................................... 6 
3. Direito das Obrigações: cobrança por banca................................................................................................ 7 
4. Direito das Obrigações...................................................................................................................................11 
4.1. Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações...........................................11 
 4.2. Modalidades de obrigações......................................................................................................................15 
 4.3. Inadimplemento das obrigações..............................................................................................................19 
 4.4. Transmissão das obrigações...................................................................................................................22 
 4.5. Teoria Geral das Obrigações....................................................................................................................26 
 4.6. Preferências e Privilégios Creditórios.....................................................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 Direito Civil 
 
Inicialmente, gostaríamos de apresentar um novo conceito de estudos para você que irá começar do zero 
ou já estuda, mas ainda não foi aprovado(a) no concurso dos seus sonhos. 
Nossa equipe é composta de professores(as) que também são concurseiros(as), profissionais super 
atualizados e comprometidos em compartilhar experiência e conteúdos diferenciados. 
Nossa missão será fornecer o melhor conjunto a você, trabalhando dentro da sua realidade, levando-se em 
consideração o pouco tempo que a maioria dos concurseiros(as) possuem para se sentar e estudar. 
Por este motivo, iremos compartilhar conteúdo direcionado, com abordagem dos assuntos relevantes para 
sua prova, em conjunto com a estratégia mais avançada para memorização da atualidade, na medida certa 
e suficiente. 
Concurseiro(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de candidato(as) aprovados(as), bem como 
em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. 
Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos como as disciplinas são cobradas para as provas de Concursos. No total, 
analisamos 82.746 questões. 
Vamos às disciplinas de direito mais cobradas para Concursos: 
 
Concurseiro(a), repare que a disciplina Direito Administrativo é a mais cobrada na maioria dos concursos. Seguida 
pela disciplina de Direito Constitucional. Somadas ambas ultrapassam 50% das cobranças em certames. Daí a 
importância de dar ênfase ao que será abordado na sua prova e com isso garantir sua aprovação! 
A representação gráfica objetiva evidenciar o que deve ser estudado com maior relevância. Mas isso não quer dizer 
deixar de estudar as demais disciplinas. Apenas aplicar atenção proporcionalmente à importância do assunto no 
contexto geral. 
Temos na ilustração grande parte das disciplinas com relevância mediana, mas que no somatório final representam 
metade do conteúdo cobrado em provas. 
Veja que a fatia “outros” do gráfico compõe 5% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e 
revisado os assuntos mais recorrentes, estude também Direitos Humanos, Empresarial e Internacional Público e 
Privado. 
31%
22%8%
8%
7%
7%
5%
4%3%
5%
Concursos no Geral (todas as carreiras): 
Disciplinas mais cobradas
Direito Administrativo
Direito Constitucional
Direito Civil
Direito Penal
Legislação Extravagante
Direito Tributário
Direito Processual Penal
Direito Ambiental
Direito Processual Civil
Outros (Humanos, Empresarial, Internacional).
 
 
 5 
 
 Direito Civil 
 
1. Direito Civil – Parte Especial: tópicos mais cobrados 
 
Candidato(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de concurseiros(as) aprovados(as), bem 
como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. 
Nossa meta é abordar, de forma estratégica, os pontos mais incidentes nas provas, destacando o que você precisa 
realmente estudar para obter sua aprovação. 
Inicialmente, focaremos na disciplina de Direito Civil – Parte Especial, conferindo os tópicos que mais caem. Não 
é segredo que esta disciplina é cobrada em toda prova. No total, analisamos 7.970 questões: 
 
Guerreiro(a), repare que o tópico Direitos Reais é o que mais cai. Além disso, veja que as fatias Direitos das 
Obrigações e Contratos em espécie do gráfico compõe 19% das questões de concursos. Quando você já tiver 
estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude-os também. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19%
18%
16%
15%
13%
10%
9%
Direito Civil - parte especial: Tópicos mais 
cobrados
Direitos Reais
Direito das Obrigações
Contratos em espécie
Direito de Família
Responsabilidade Civil
Contratos em Geral
Direito das Sucessões
 
 
 6 
 
 Direito Civil 
2. Direito das Obrigações: subtópicos mais cobrados 
 
Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos os principais subtópicos dentro do tópico Direitos das Obrigações. 
Os subtópicos Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações e Modalidades de 
Obrigações abarcam exatamente 57% das questões. Veja como seu estudo precisa ser estratégico! Não perca 
tempo estudando de forma passiva e catedrática, mas otimize ao aprofundar e revisar aquilo que mais cai! Neste 
material já mastigamos tudo para você! 
Todos os subtópicos mais cobrados são exaustivamente debatidos pela doutrina e compõem este material. 
Estudando por nossos quadros esquemáticos, bizus e questões selecionadas você vai arrematar esses temas 
“clássicos”, que não possuem muitas surpresas. Solidifique seu conhecimento e garanta pontos nessas questões que 
são basilares! 
 
Concurseiro(a), repare que a fatia “outros” do gráfico compõe 3% das questões de concursos. Quando você já tiver 
estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, não deixe de estudar Preferências e Privilégios Creditórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32%
25%
23%
10%
7% 3%
Direito das Obrigações:Subtópicos mais 
cobrados 
Adimplemento, Modalidades de Pagamento
e Extinção das Obrigações
Modalidades de Obrigações
Inadimplemento das Obrigações
Transmissão das Obrigações
Teoria Geral das Obrigações
Outros (Preferências e Privilégios
Creditórios)
 
 
 7 
 
 Direito Civil 
3. Direito das Obrigações: cobrança por banca 
 
Concurseiro(a), para montar este material sobre Direito das Obrigações, analisamos 1.015 provas de concursos e 
1.351 questões. 
Boa parte dos estudantes, 85.8%, acertam questões sobre o tema, enquanto 14,2% erram. 
A CESPE/CEBRASPE é a banca que mais aborda o tema, seguida pela FCC, VUNESP, FGV e IESES. 
 
Na próxima página, já faremos uma breve explicitação dos pontos expostos no gráfico acima no EDITAL BIZURADO. 
Como assim? 
Então, analisando centenas de editais e de provas, descobrimos que os editais dos concursos são extensos 
propositalmente. Isso mesmo! 
Observe que os editais são gigantes, cheio de informações de conteúdos ligados às respectivas disciplinas, 
mas, na verdade, as bancas de concurso concentram as cobranças nas provas em pontos específicos. Destarte, fica 
claro que é um artifício para confundir os(as) candidatos(as), para fazer com que ele sinta a necessidade de estudar 
tudo de tudo. 
Por este motivo, passamos a “bizurar o edital” para os(as) concurseiros(as), mapeando o que realmente será 
cobrado na prova, ajudando e direcionando seus estudos para que possa aprofundar e dominar os assuntos 
que sejam necessários e suficientes na sua aprovação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41%
32%
18%
6% 3%
Direito das Obrigações: Cobrança por banca
CESPE/CEBRASPE
FCC
VUNESP
FGV
IESES
 
 
 8 
 
 Direito Civil 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
TÓPICO 
(assunto + 
cobrado) 
Direito das Obrigações 
SUBTÓPICOS 
(pontos + 
cobrados do 
assunto) 
Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações 
Modalidades das obrigações 
Inadimplemento das obrigações 
Transmissão das obrigações 
Teoria Geral das Obrigações 
Preferências e Privilégios Creditórios 
CONCEITOS 
 
 Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações 
Professor, o que é adimplemento? 
Candidato(a), adimplemento da obrigação é o fenômeno pelo qual há a satisfação do 
interesse do credor, mediante realização da prestação, identificando, por isso, 
também causa de extinção da obrigação, conforme os ensinamentos do doutrinador 
Bruno Miragem.1 
O termo pagamento pode ser utilizado, na técnica jurídica, como meio de extinção da 
obrigação. 
Professor, o que é a prestação? 
Guerreiro(a), a prestação é o objeto do pagamento (dar, fazer ou não fazer). Vejamos: 
1) Na obrigação de fazer: prestação consiste em um comportamento ativo do 
devedor, equivalente a uma prestação de fato, por exemplo, uma prestação de 
trabalho; 
2) Na obrigação de não fazer: prestações traduzidas em um comportamento 
negativo, de abstenção, pelo qual o devedor assume o dever de não praticar 
determinado ato ou não adotar certa conduta; 
3) Na obrigação de dar coisa certa: prestação de coisa determinada. 
Modalidades de obrigações 
Professor, qual a diferença entre obrigações civis e naturais? 
Candidato(a), a obrigação natural é um débito cuja responsabilização patrimonial é 
judicialmente inexigível, por exemplo, dívidas de jogo ou de aposta. Por sua vez, a 
Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, 
mediante ação judicial. 
Candidato(a), vejamos sobre os elementos constitutivos da obrigação: 
1) Vínculo Jurídico: é o liame que liga os sujeitos, possibilitando do credor exigir uma 
conduta do devedor2; 
2) Sujeitos: em toda relação obrigacional existem duas partes determinadas ou 
determináveis: um sujeito ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor); 
3) Prestação: a prestação consiste em dar, fazer ou não fazer alguma coisa, com a 
identificação de seu objeto. 
Professor(a), qual teoria o direito brasileiro adota? 
Candidato(a), o direito brasileiro adota a teoria dualista (ou binária), segundo a qual o 
vínculo obrigacional é composto por: 
 
1MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 
2Teoria Geral das Obrigações e Responsabilidade Civil, 11ª Ed. São Paulo, Atlas, 2008, p. 109. 
 
 
 9 
 
 Direito Civil 
1) Débito (ou schuld): representa o compromisso do devedor em efetuar o 
pagamento; 
2) Responsabilidade (ou haftung): é a possibilidade de sanção patrimonial no caso 
de inadimplemento. 
Inadimplemento das obrigações 
As obrigações se constituem para ser cumpridas, o que equivale à realização da 
prestação devida, que é o seu objeto. Como já foi examinado, a isso se denomina 
adimplemento.3 
Professor(a), qual objetivo da cláusula penal? 
Candidato(a), a cláusula penal possui a finalidade de indenização prévia de perdas 
e danos e de penalizar, punir o devedor moroso. 
Por diversos motivos, pode ocorrer o não cumprimento da prestação acertada na 
relação jurídica pessoal. Tal fato pode se dar quando o devedor se recusa a satisfazer 
o seu débito, quando o faz com atraso ou quando cumpre a obrigação de forma 
diversa da prevista em um contrato. O inadimplemento das obrigações é um gênero 
do qual fazem parte o inadimplemento absoluto e a mora.4 
Transmissão das obrigações 
O Título II (Da Transmissão das Obrigações) do Livro I (Do Direito das Obrigações) 
da Parte Especial do Código Civil divide as formas de transmissão de obrigação em 
cessão de crédito (Capítulo I) e assunção de dívida (Capítulo II). 
Professor(a), o que é cessão de crédito? 
Guerreiro(a), o credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza 
da obrigação, à lei, ou à convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão 
não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da 
obrigação. 
Combatente, sobre a transmissão das obrigações, o doutrinador Bruno Miragem 
dispõe: 
Na cessão de crédito, o cedente é aquele que aliena o direito; o cessionário, o 
que adquire. O cedido é o devedor, a quem incumbe cumprir a obrigação. [...] A 
cessão de crédito não é totalmente alheia ao cedido. A cessão de crédito é, pois, um 
negócio jurídico pelo qual o credor transfere a um terceiro seu direito. O negócio 
jurídico tem feição nitidamente contratual. 
Candidato(a), de acordo com Flávio Tartuce5, a cessão de crédito pode ser 
classificada da seguinte forma: 
1) Cessão legal: é aquela que decorre da lei, tendo origem na norma jurídica. É a 
que ocorre em relação aos acessórios da obrigação, no caso da cessão de crédito, 
conforme o artigo 287 do Código Civil. Cedido o crédito, cedem-se também os 
acessórios, salvo previsão em contrário no instrumento negocial. 
2) Cessão judicial: é aquela oriunda de decisão judicial após processo civil regular, 
como é o caso de decisão que atribui ao herdeiro um crédito do falecido; 
3) Cessão convencional: é a mais comum de ocorrer na prática, constituindo a 
cessão decorrente de acordo firmado entre cedente e cessionário por instrumento 
negocial. Ocorre no contrato de factoring, por exemplo. 
 
Teoria Geral das Obrigações 
Professor(a), qual a diferença entre obrigação pessoal e personalíssima? 
 
3Karl Larenz, Derecho de obligaciones cit., I, p. 279. 
4Série Aperfeiçoamento de Magistrados 13t10 Anos do Código Civil - Aplicação, Acertos, Desacertos e Novos Rumos | Volume 2 
5TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
 
 
 10 
 
 Direito Civil 
Candidato(a), a obrigação pessoal é aquela, mesmo que contraída pelo devedor 
poderá, esta ser adimplida por terceiro. Já a obrigação Personalíssima aduz que o 
adimplemento cabe tão somente ao devedor6. 
Professor qual a diferença entre obrigaçãopositiva e negativa? 
Combatente, segundo o doutrinador Flávio Tartuce7, conforme o conteúdo da 
prestação, a obrigação pode ser positiva ou negativa. Será positiva quando tiver como 
conteúdo uma ação (ou comissão) e negativa quando relacionada com uma 
abstenção (ou omissão). Filiam-se entre as primeiras a obrigação de dar e fazer. A 
obrigação de não fazer é a única negativa admitida em nosso ordenamento jurídico. 
 
Preferências e Privilégios Creditórios 
Professor(a), quais são os títulos legais de preferência? 
Candidato(a), os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais. 
Observe o resumo sobre o privilegio especial: 
1) Sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas 
com a arrecadação e liquidação; 
2) Sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 
3) Sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 
4) Sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras 
construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, 
reconstrução ou melhoramento; 
5) Sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, 
ou à colheita; 
6) Sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o 
credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; 
7) Sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus 
legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 
8) Sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e 
precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, 
quanto à dívida dos seus salários. 
9) Sobre os produtos do abate, o credor por animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
7TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
 
 
 11 
 
 Direito Civil 
4. Direito das Obrigações 
4.1. Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações 
 
Professor(a), o Código Civil apresenta o conceito de obrigação? 
Guerreiro(a), o Código Civil não apresenta o conceito de obrigações em seu conteúdo. Desse modo, coube aos 
doutrinadores definirem o conceito de obrigação. A definição dada por Flávio Tartuce8 é amplamente aceita, qual 
seja, a de que a obrigação é uma relação jurídica transitória de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, 
devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à outra (o credor). 
 
 
Candidato(a), conforme o doutrinador Luciano Figueiredo9, o adimplemento significa o cumprimento da prestação, 
que pode ser de dar, fazer ou não fazer. Contudo, importante lembrar que as obrigações podem ser extintas sem 
pagamento. 
Segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves10, existem cinco requisitos essenciais de validade do 
pagamento: 
1) Presença de um vínculo obrigacional; 
2) Intenção de solver o vínculo; 
3) Cumprimento da prestação; 
4) Pessoa que realiza o pagamento; 
5) Pessoa que o recebe. 
Professor(a), quem é o solvens e o accipiens? 
Combatente, o solvens e o accipiens são elementos subjetivos ou pessoais do pagamento, ou seja, o solvens é 
a pessoa que deve pagar e o accipiens é a quem se deve pagar. Em regra geral, o solvens será o devedor. 
Todavia, outras pessoas também podem pagar, além do próprio sujeito passivo da relação obrigacional. Todavia, 
outras pessoas também podem pagar, além do próprio sujeito passivo da relação obrigacional. 
Vale destacar que o pagamento pode ser realizado por terceiro, pois qualquer interessado ou não na extinção da 
dívida pode pagá-la, conforme a disposição legal do art. 304, do Código Civil. 
 
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente. Contudo, é possível efetuar o pagamento 
para uma terceira pessoa, por exemplo, o pagamento de boa-fé ao credor putativo. 
 
Guerreiro(a), observe a diferença existente entre a realização do pagamento pelo terceiro interessado e pelo terceiro 
não interessado: 
1) Terceiro interessado: sub-roga-se nos direitos do credor. 
2) Terceiro não interessado: possui direito ao reembolso referente ao que pagou, mas não se sub-roga nos direitos 
do credor. 
Além disso, nos termos do art. 306, do Código Civil, o pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou 
oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. 
 
8TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
9FIGUEIREDO, Luciano. Direito Civil: Obrigações e Responsabilidade Civil. Juspodivm, 2020. 
10GONÇALVES, Carlos Roberto Teoria geral das obrigações. - Coleção Direito civil brasileiro volume 2 – 17. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
 
 
 12 
 
 Direito Civil 
 
Ainda sobre o pagamento efetuado pelo terceiro não interessado, o doutrinador Flávio Tartuce11 dispõe: 
1) Caso o terceiro não interessado fizer o pagamento em seu próprio nome tem direito a reembolsar-se no que 
pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305 do CC). Se pagar a dívida antes de vencida, somente 
terá direito ao reembolso ocorrendo o seu vencimento (art. 305, parágrafo único, do CC). 
2) Se o terceiro não interessado fizer o pagamento em nome e em conta do devedor, sem oposição deste, não 
terá direito a nada, pois é como se fizesse uma doação, um ato de liberalidade (interpretação do art. 304, parágrafo 
único, do CC). 
Professor(a), quais são os elementos objetivos do pagamento? 
Guerreiro(a), nos termos do art. 319, o devedor que paga possui direito à quitação regular e pode reter o 
pagamento enquanto não lhe seja dada. O recibo (instrumento particular) é o documento utilizado para 
comprovar o pagamento das obrigações de dar e fazer. Além disso, a entrega do título de crédito firma 
a presunção do pagamento (art. 324). Nas obrigações de não fazer, o ônus da prova é do credor, que deve evidenciar 
se foi praticado o ato, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio Venosa12. 
 
Guerreiro(a), vejamos como o tema Adimplemento já foi cobrado em provas anteriores: 
(Crescer Consultorias – 2019 – Prefeitura de Brejo de Areia – Advogado - Adaptada) Quanto ao objeto do 
Pagamento e sua prova, o credor é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 
Certo ou Errado 
Gabarito comentado: combatente, segundo o art. 313 do Código Civil, o credor não é obrigado a receber prestação 
diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 
O item está errado. 
Professor, existem elementos obrigatórios para fazer um instrumento particular de quitação? 
Candidato(a), observe que os elementos estão previstos no art. 320, do Código Civil: 
1) Valor expresso da obrigação; 
2) Especificidade da dívida quitada; 
3) Identificação do devedor ou de quem paga no seu lugar; 
4) Tempo e lugar de pagamento; 
5) Assinatura do credor ou do seu representante, dando quitação total ou parcial. 
Além do adimplemento, as modalidades de pagamento e extinção das obrigações merecem atenção. Como 
abordado neste material, a obrigação já nasce com a finalidade de se extinguir. Vale destacar que a extinção da 
obrigação pode ocorrer com ou sem o pagamento. O doutrinador Caio Mário da Silva Pereira13 divide os meios 
de pagamento em: modalidades especiais de pagamento e modalidades de extinção da obrigação sem 
pagamento. 
Desse modo, o pagamento em consignação, o pagamento em sub-rogação, a imputação do pagamento e a 
dação em pagamento são classificadas como modalidades em que a obrigação será extinta em razão do 
pagamento. Por sua vez, a novação, a compensação, aconfusão e a remissão são consideradas como modalidades 
de extinção da obrigação sem pagamento. 
Vejamos alguns conceitos: 
1) Consignação em pagamento: o pagamento é feito através de depósito bancário ou judicial. As hipóteses de 
cabimento estão previstas no art. 335. Além disso, o devedor pode levantar o depósito em três momentos, quais 
 
11TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
12VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 
13PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 19 ed. Rio de Janeiro: Forense. 
 
 
 13 
 
 Direito Civil 
sejam, antes da manifestação do credor ou impugnação, depois da aceitação ou impugnação e depois do julgamento 
da ação; 
2) Dação: o credor possui a faculdade de consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. É dado 
algo em pagamento, que não estava originalmente na obrigação; 
3) Novação: permite a substituição de uma obrigação por outra e pode ocorrer de forma expressa ou tácita. Além 
disso, pode ser objetiva, subjetiva ativa ou passiva; 
4) Confusão: ocorre quando em uma mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. A 
confusão pode ser total ou parcial. 
 
Guerreiro(a), vejamos algumas diferenças entre o sub-rogação e cessão de crédito: 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
SUB-ROGAÇÃO CESSÃO DE CRÉDITO 
É um instrumento utilizado para se efetuar o 
pagamento de uma dívida, substituindo o sujeito 
da obrigação. 
Forma de transmissão de obrigações. 
Não existe a necessidade de notificação do 
devedor, salvo na hipótese do artigo 347, inciso 
I. 
Existe a necessidade de notificação do devedor 
para que o mesmo saiba a quem pagar. 
 A sub-rogação pode ser legal e convencional. Pode ter caráter gratuito ou oneroso. 
 
Guerreiro(a), vejamos algumas palavras chaves para alguns tipos de extinção da obrigação: 
1) Dação em pagamento: diferente/diverso; 
2) Novação: novo, pois é uma nova obrigação pelo devedor; 
3) Imputação: indicar, pois cabe ao devedor escolher qual das dívidas vai pagar. 
 
1. (CESPE – 2017 – TRF – 5ª Região – Juiz Federal Substituto - Adaptada) Na hipótese de um credor aceitar, em 
vez do valor prometido, a entrega de um bem móvel pelo devedor, ocorrerá a dação em pagamento. 
Certo ou Errado 
 
2. (FCC – 2019 – MPE-MT – Promotor de Justiça Substituto) No tocante ao pagamento, 
a) não é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas, pela insegurança patrimonial causada 
ao devedor. 
b) o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, salvo se mais valiosa, pois nesse caso 
faltará interesse econômico à rejeição. 
c) quando feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor. 
d) em qualquer hipótese se considera autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, pela presunção legal 
absoluta daí decorrente. 
e) o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, 
mas não se sub-roga nos direitos do credor; se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no 
vencimento. 
 
3. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – Auditor Fiscal - Adaptada) Pedro tem uma dívida líquida, certa e vencida com 
Carlos, que reside em lugar incerto. Maria, amiga de Pedro e terceira não interessada na relação jurídica de Pedro e 
Carlos, resolveu efetuar o pagamento da dívida. Como Maria não localizou Carlos, ela efetuou depósito judicial em 
 
 
 14 
 
 Direito Civil 
nome e à conta de Pedro, que não se opôs e, assim, a dívida foi extinta. Considerando o disposto no Código Civil, 
Maria procedeu a uma imputação do pagamento. 
Certo ou Errado 
 
4. (FUNDATEC – 2019 – Prefeitura De Coronel Biaco – Procurador) Quando o devedor contrai com o credor nova 
dívida, com o nítido intuito de extinguir e substituir a anterior, ocorre: 
a) Sub-rogação. 
b) Compensação. 
c) Novação. 
d) Dação em pagamento. 
e) Imputação em pagamento. 
 
 
1. COMENTÁRIO: concurseiro(a), nos termos do art. 356, do Código Civil, o credor pode consentir em receber 
prestação diversa da que lhe é devida. Vale destacar que o credor não é obrigado a aceitar a substituição, 
conforme a disposição legal do art. 313 do mesmo diploma legal. 
O item está certo. 
 
2. COMENTÁRIOS: candidato(a), o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito 
ao reembolso do valor que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor, conforme a disposição do art. 305, 
do Código Civil. 
A alternativa “e” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Guerreiro(a), é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas, 
conforme dispõe o art. 316 do Código Civil. 
A alternativa “b” está errada. Candidato(a), o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, 
ainda que mais valiosa, conforme o entendimento do art. 313 do Código Civil. 
A alternativa “c” está errada. Combatente, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é considerado válido, ainda 
provado depois que não era credor. Lembrando que o credor putativo é a pessoa que se apresenta com o título 
obrigacional passando aos olhos de todos como sendo o verdadeiro credor. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o portador da quitação é considerado como autorizado para receber o 
pagamento, exceto se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Veja que está autorizado a receber 
o pagamento a pessoa munida com o documento de quitação. 
 
3. COMENTÁRIO: Guerreiro(a), observe que a situação da questão pode ser enquadrada no inciso III do artigo 355 
do Código Civil, qual seja, quando o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir 
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. Desse modo, fica evidente que Maria fez uma consignação em 
pagamento. 
O item está errado. 
 
4. COMENTÁRIOS: candidato(a), a situação descrita na alternativa é caso de novação. Observe que a novação 
consiste na substituição de uma obrigação anterior por uma nova, diversa da primeira criada pelas partes. O 
principal efeito é a extinção da dívida primitiva. 
A alternativa “c” está certa. 
 
 
 15 
 
 Direito Civil 
A alternativa “a” está errada. Combatente, segundo o doutrinador Carlos Alberto Gonçalves 14, a sub-rogação é 
uma espécie de pagamento que não extingue a obrigação. Há, pois, um objeto ou um sujeito jurídico que toma o 
lugar de outro diverso. 
A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), a compensação ocorre quando duas pessoas forem ao mesmo tempo 
credor e devedor uma da outra, conforme o art. 368 do Código Civil. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), na dação em pagamento, o credor concorda em receber do 
devedor prestação diversa da ajustada, conforme a disposição legal do art. 356 do Código Civil. 
A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), a imputação acontece quando o devedor possuir mais de um débito com 
o mesmo credor e não tiver dinheiro suficiente para saldar toda a dívida. Desse modo, ele pode apontar qual débito 
irá pagar primeiro. 
 
4.2. Modalidades de obrigações 
 
Professor(a), quais são as modalidades das obrigações? 
Candidato(a), as obrigações podem ser classificadas como de dar, fazer e não fazer, bem como obrigações 
alternativas, divisíveis, indivisíveis e solidárias. 
 
Em regra, a obrigação de dar possui como conteúdo a entrega de uma coisa. Para o doutrinador, existem três 
comportamentos possíveis da obrigação de dar: 
1) A primeira consiste em propriamente dar, consiste na transmissão do domínio, que se dá mediante entrega da 
coisa ou celebração do negócio e registro do título, conforme se trate de coisas móveis ou imóveis; 
2) A segundaenvolve a conduta de restituir. Restituição é devolução, de modo que assume a obrigação de 
restituir quem deva devolver a coisa que tenha consigo, ao titular original da propriedade ou da posse do bem, 
conforme haja estabelecido a obrigação; 
3) A terceira caracteriza-se pela entrega do devedor ao credor, de coisas para seu uso ou fruição, sem que o deixe, 
contudo, de ser o titular do domínio da coisa. 
 
Guerreiro(a), no direito brasileiro, a regra de que os bens móveis se transmitem pela tradição e os imóveis pelo 
registro avança sobre a eficácia das obrigações de dar coisa. O domínio da coisa será do devedor até a tradição. 
Professor(a), o que é a tradição para o Código Civil? 
Para Carlos Roberto Gonçalves15, a tradição consiste na entrega da coisa do alienante ao adquirente, com a 
intenção de lhe transferir o domínio, em complementação do contrato. Com essa entrega, torna-se pública a 
transferência. 
 
Assumindo a obrigação de dar coisa certa, o devedor também passa a responder pelos riscos de sua perda, 
quando esta se der por culpa sua. O art. 234 estabelece uma distribuição dos riscos pela perda da coisa, tendo 
ela ocorrido por culpa ou sem culpa do devedor. Ocorrendo a culpa do devedor, trata-se da mais grave forma de 
inadimplemento, uma vez que inviabiliza a realização da prestação. 
Professor(a), qual a diferença se a coisa se perde com ou sem culpa do devedor? 
Candidato(a), o Código Civil aborda sobre as duas situações. Na primeira parte do art. 234, a coisa perder sem 
culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as 
 
14GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 2, p. 351. 
15GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro – Direito das Coisas. Editora Saraiva, 2007, 3ª Edição,Vol. V. 
 
 
 16 
 
 Direito Civil 
partes. Já a segunda parte do mesmo artigo, dispõe se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais as perdas e danos. Observe que as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que 
ele efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de lucrar. 
Professor(a), quais são as características da obrigação de dar coisa incerta? 
Guerreiro(a), a obrigação de dar coisa incerta indica que a obrigação tem por objeto uma coisa indeterminada, pelo 
menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma indicação posterior 
quanto à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor. Assim, coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, mas 
coisa indeterminada, porém suscetível de determinação futura. A determinação se faz pela escolha, denominada 
concentração. 
 
Combatente, as obrigações de fazer são aquelas em que a prestação consiste em um comportamento ativo do 
devedor, equivalente a uma prestação de fato, ou seja, uma prestação de trabalho, ou ainda uma prestação que 
consista na emissão/manifestação de vontade pelo devedor. 
Professor, qual a diferença entre obrigação de fazer fungível e infungível? 
1) Obrigação de fazer fungível, que é aquela que ainda pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do devedor 
originário; 
2) Obrigação de fazer infungível, que é aquela que tem natureza personalíssima ou intuitu personae, em 
decorrência de regra constante do instrumento obrigacional ou pela própria natureza da prestação. 
Professor, em que consiste a obrigação de não fazer? 
As obrigações de não fazer são as obrigações negativas. Enquanto nas obrigações de dar e fazer o devedor 
compromete-se a realizar algo, nas obrigações de não fazer o devedor compromete-se a uma abstenção. 
 
Candidato(a), vejamos como as bancas costumam cobrar sobre as modalidades das obrigações: 
(QUADRIX – 2021 – CRECI - Advogado) Nas palavras de Caio Mário da Silva Pereira, obrigação é o vínculo jurídico 
em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra prestação economicamente apreciável. O mesmo autor 
acrescenta ainda que tal vínculo deve se basear na obediência aos valores e princípios constitucionais, inclusive o 
da dignidade da pessoa humana e o da solidariedade social. Quanto às modalidades de obrigações em geral e a 
suas características, julgue o item. 
Se o devedor estiver obrigado a restituir coisa certa e esta se perder antes da tradição, deverá ressarcir ao credor o 
valor total da coisa principal e de seus acessórios, mesmo que não tenha culpa na perda do bem. 
Certo ou Errado 
Gabarito comentado: guerreiro(a), nos termos do art. 238, se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem 
culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os 
seus direitos até o dia da perda. 
O item está errado. 
 
Candidato(a), vejamos sobre a diferença entre a obrigação simples e composta: 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÃO SIMPLES OBRIGAÇÃO COMPOSTA 
Um devedor e um credor Múltiplos sujeitos 
Uma prestação Multiplicidade de objetos 
Exemplo: entregar um quadro a um comprador. Exemplo: entregar quatro livros para três clientes. 
 
 
 
 
 17 
 
 Direito Civil 
 
Combatente, vejamos o resumo a seguir sobre a perda da coisa: 
1) Sem culpa: abate ou resolve 
2) Com culpa: perdas e danos 
 
Código Civil 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
I. as doações puramente remuneratórias; 
II. as oneradas com encargo já cumprido; 
III. as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; 
[...] 
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que 
voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. 
§1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de 
dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. 
§2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos 
e apostas legalmente permitidos. 
§3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza 
esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares. 
[...] 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente 
inexigível. 
 
5. (CESPE – 2018 – EBSERH – Advogado) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos 
institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue. 
Nas obrigações de dar coisa certa, caso a coisa restituível se deteriore por culpa do devedor, o credor poderá aceitar 
a coisa no estado que estiver, com direito a reclamar indenização por perdas e danos. 
Certo ou Errado 
 
6. (FCC – 2019 – MPE-MT - Promotor) Em relação às obrigações de dar coisa certa, é correto afirmar que, 
a) como regra geral, a obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios, salvo se o contrário resultar do título 
ou das circunstâncias do caso. 
b) se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o 
credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
c) sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, 
nesses casos sem direito a reclamar perdas e danos. 
d) até a tradição, pertence a coisa ao credor, com seus acréscimos, pelos quais poderá exigir aumento do preço, com 
ou sem anuência do devedor. 
e) deteriorada a coisa, sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, nesse caso 
sem abatimento do preço pela referida ausência de culpa do devedor. 
 
 
 
 
 18 
 
 Direito Civil 
7. (CESPE – 2017 – SEDF - Analista)Acerca do inadimplemento das obrigações e do Código de Defesa do 
Consumidor (CDC), julgue o próximo item. 
Nas relações jurídicas que tiverem por objeto uma obrigação de não fazer, o inadimplemento se configurará a partir 
do momento em que a parte obrigada expressar sua vontade em realizar o ato de que deveria se abster. 
Certo ou Errado 
 
8. (VUNESP – 2019 – Prefeitura de Cerquilho - Procurador) Acerca dos direitos das obrigações, assinale a 
alternativa correta. 
a) Quando se tratar de coisa incerta deverá ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela qualidade. 
b) Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, com culpa do devedor, lhe torne impossível abster-se do ato, 
que se obrigou a não praticar. 
c) Nas obrigações alternativas, a escolha caberá ao credor, se outra coisa não se estipulou. 
d) Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
e) A obrigação solidária é presumível. 
 
5. COMENTÁRIO: candidato(a), nos termos do art. 236, do Código Civil, sendo culpado o devedor, poderá o 
credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em 
outro caso, indenização das perdas e danos. 
O item está certo. 
 
6. COMENTÁRIOS: grande guerreiro(a), nos termos do art. 238, do Código Civil, se a obrigação for de restituir 
coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação 
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
A alternativa “b” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Combatente, como regra geral, a obrigação de dar coisa certa não abrange os 
acessórios, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar 
a coisa no estado em que se acha, nesses casos sem direito a reclamar perdas e danos. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, até a tradição, pertence a coisa ao credor, com seus acréscimos, pelos 
quais poderá exigir aumento do preço, com ou sem anuência do devedor, conforme o art. 237, do Código Civil. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), deteriorada a coisa, sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, nesse caso sem abatimento do preço pela referida ausência de culpa do devedor, nos 
termos do art. 235, do Código Civil. 
 
7. COMENTÁRIO: Candidato(a), a obrigação de não fazer, também chamada de negativa, impõe ao devedor um 
dever de abstenção. Ocorrerá o inadimplemento quando o devedor executar o ato, e não quando expressar sua 
vontade de realizá-lo. 
O item está errado. 
 
8. COMENTÁRIOS: candidato(a), conforme o art. 263, do Código Civil, perde a qualidade de indivisível a obrigação 
que se resolver em perdas e danos. 
A alternativa “d” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), nos termos do art. 243, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo 
gênero e pela quantidade. 
 
 
 19 
 
 Direito Civil 
A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), a obrigação de não fazer é extinta, desde que, sem culpa do devedor, se 
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar 
A alternativa “c” está errada. Combatente, nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa 
não se estipulou. No momento da escolha, a obrigação deixará de ser alternativa e passará a ser obrigação simples. 
A alternativa “e” está errada. Grande guerreiro(a), a solidariedade não se presume, mas decorre da lei, como é o 
caso, por exemplo, dos arts. 154 e 942, § único do Código Civil, ou da vontade das partes. 
 
4.3. Inadimplemento das obrigações 
 
Professor(a), o inadimplemento ocorre de qual forma? 
Candidato(a), o inadimplemento pode ser: 
1) Inadimplemento relativo, parcial, mora ou atraso – é a hipótese em que há apenas um descumprimento parcial da 
obrigação, que ainda pode ser cumprida. 
2) Inadimplemento total ou absoluto – é a hipótese em que a obrigação não pode ser mais cumprida. 
 
Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
 
O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se 
houver por eles responsabilizado. 
 
A mora é o atraso, o retardamento ou a imperfeita satisfação obrigacional. Para que exista a mora, a sua causa não 
poderá decorrer de caso fortuito ou força maior. 
Professor(a), o que é a mora do devedor? 
Candidato(a), a mora do devedor caracteriza-se pela não realização da prestação devida por fato ou omissão que 
lhe seja imputável. O primeiro requisito para constituição do devedor em mora é que a impossibilidade de realização 
da prestação devida lhe seja imputável, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio Venosa.16 
 
Candidato(a), sobre o inadimplemento, o doutrinador Bruno Miragem17 dispõe: 
A exigibilidade da prestação é efeito do vínculo jurídico que resulta da relação obrigacional. A obrigação, de sua vez, 
se constitui por diferentes formas, de modo que se possa falar do vínculo que resulte do contrato, da própria lei, ou 
de quaisquer outras fontes das obrigações. Quem deixa de realizar o dever de prestação, nos termos em que 
delimitado como objeto da obrigação, dá causa ao inadimplemento e fica sujeito aos seus efeitos. 
Professor(a), o que é purgar mora? 
Combatente, a purga da mora consiste no comportamento espontâneo do inadimplente que, mesmo tendo 
descumprido as condições originais de realização da prestação devida, realiza o pagamento, acrescido das 
obrigações que decorram do próprio inadimplemento temporário, visando a obter a satisfação do credor e 
consequente liberação do vínculo e extinção da obrigação, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio 
Venosa.18. 
 
16VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 
17MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 
18VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 
 
 
 20 
 
 Direito Civil 
Professor(a), qual a diferença entre dano cessante e emergente? 
Guerreiro(a), o dano emergente é o que o credor concretamente perdeu, no prejuízo que sofreu. O lucro cessante é 
o que o credor deixou de lucrar devido o devedor não ter cumprido com sua obrigação. 
 
Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre perdas e danos e cláusula penal: 
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
DAS PERDAS E DANOS DA CLÁUSULA PENAL 
Abrangem além do que ele efetivamente perdeu e 
o que razoavelmente deixou de lucrar. 
Incorre de pleno direito o devedor na cláusula 
penal, desde que, culposamente, deixe de 
cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
As perdas e danos, nas obrigações de pagamento 
em dinheiro, serão pagos com atualização 
monetária. 
O valor da cominação imposta na cláusula penal 
não pode exceder o da obrigação principal. 
Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. Aos não culpados, fica reservada a ação 
regressiva contra aquele que deu causa à 
aplicação da pena. 
Professor(a), o que é arras ou sinal? 
Candidato(a), as arras podem ser conceituadas como o sinal, o valor dado em dinheiro ou o bem móvel entregue por 
uma parte à outra, quando do contrato preliminar, visando a trazer a presunção de celebração do contrato definitivo. 
As arras são normalmente previstas em compromissos de compra e venda de imóvel.19 
 
Combatente, vejamos o resumo sobre o inadimplemento: 
1) Inadimplemento relativo: descumprimento da obrigação pode ser suprido; 
2) Inadimplemento absoluto: descumprimento não pode ser suprido. 
 
Código Civil 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, respondeo devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária 
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que 
se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo 
aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções 
previstas em lei. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não 
se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis 
evitar ou impedir. 
 
 
 
 
19VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 
 
 
 21 
 
 Direito Civil 
 
9. (CESPE – 2019 – TJ-SC - Juiz) A multa estipulada em contrato que tenha por objeto evitar o inadimplemento da 
obrigação principal é denominada 
a) multa penitencial. 
b) cláusula penal. 
c) perdas e danos. 
d) arras penitenciais. 
e) multa pura e simples. 
 
10. (CESPE – 2018 – EBSERH - Advogado) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos 
institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue. 
A cobrança de encargos e parcelas abusivas não impede a caracterização da mora do devedor, que deverá realizar 
o pagamento e reclamar, posteriormente, indenização por perdas e danos. 
Certo ou Errado 
 
11. (VUNESP – 2019 – TJ-AL – Notório e Registrador) "A" contratou "B" para cantar em sua festa de casamento. 
“B" não compareceu à comemoração do casamento na data estipulada. A hipótese é de: 
a) inadimplemento relativo. 
b) inadimplemento absoluto. 
c) mora. 
d) inadimplemento antecipado. 
 
12. (CESPE – 2020 – MPE-CE - Analista) Conforme as disposições do Código Civil acerca do direito das obrigações, 
julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Rodrigo foi contratado por Caio para prestar determinado serviço na residência deste. Contudo, 
em razão de uma forte tempestade, foi impossível o cumprimento da obrigação assumida por 
Rodrigo. Assertiva: Nesse caso, Rodrigo deverá indenizar Caio por perdas e danos. 
Certo ou Errado 
 
 
9. COMENTÁRIOS: candidato(a), a cláusula penal é um pacto acessório de prefixação de perdas e danos para 
o caso de descumprimento culposo, parcial ou integral, da obrigação principal, conforme os ensinamentos do 
doutrinador Nelson Cristiano Chaves. 
A alternativa “b” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Combatente, o doutrinador Gustavo Tepedino20 dispõe: de fato, a multa penitencial 
constitui mera contraprestação pelo exercício do direito potestativo de arrependimento tardio do vínculo obrigacional, 
razão pela qual “não há [...] direito de quem quer que seja à indenização suplementar”. 
A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, 
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
 
20TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. Tomo III. Rio de Janeiro: Renovar, 2009, pág. 292. 
 
 
 22 
 
 Direito Civil 
A alternativa “d” está errada. Combatente, nos termos do art. 402 do Código Civil, salvo as exceções expressamente 
previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), é a multa é instituída para o pagamento de infração de alguns deveres 
que deveriam ter sidos cumpridos. 
 
10. COMENTÁRIO: candidato(a), nos termos do art. 396 do Código Civil, não havendo fato ou omissão imputável 
ao devedor, não incorre este em mora. Além disso, o Enunciado 354 da IV Jornada de Direito Civil dispõe que a 
cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor. 
O item está errado. 
 
11. COMENTÁRIOS: candidato(a), no inadimplemento absoluto, a prestação torna-se inútil ao credor, por conta 
do retardamento ou do cumprimento imperfeito da obrigação. 
A alternativa “b” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), inadimplemento relativo resulta do descumprimento parcial da 
obrigação, que não é cumprida no tempo, lugar e forma convencionados ou estabelecidos pela lei, mas ainda poderá 
ser cumprida. 
A alternativa “c” está errada. Combatente, considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor 
que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o inadimplemento antecipado ocorre quando um dos contratantes revela, 
de maneira expressa ou por meio de atos, que descumprirá parcela da obrigação. 
 
12. COMENTÁRIO: candidato(a), o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força 
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
O item está errado. 
 
4.4. Transmissão das obrigações 
 
Professor(a), quais são as formas de cessão de crédito? 
Combatente, o Direito Civil brasileiro admite três formas de transmissão das obrigações: 
1) Cessão de crédito; 
2) Cessão de débito; 
3) Cessão de contrato, em que crédito e débito são cedidos ao mesmo tempo. 
 
 
Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. 
Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas 
bancas. 
 
 
 
 
 23 
 
 Direito Civil 
 
Guerreiro(a), as transmissões das obrigações podem ocorrer inter vivos ou causa mortis. A transmissão das 
obrigações em razão da morte de uma das partes da relação jurídica obrigacional é regida pelo Direito das 
Sucessões. Já a transmissão por ato inter vivos é a que interessa para fins de estudo no Direito Obrigacional. 
 
Combatente, as figuras envolvidas na cessão de crédito são: 
1) Cedente (credor originário); 
2) Cessionário (novo credor); 
3) Cedido (devedor). 
Professor(a), qual a diferença entre cessão de crédito pro soluto e pro solvendo? 
Candidato(a), a cessão pro soluto exonera o cedente da responsabilidade pela solvência do devedor. O cessionário 
assume o risco. Em regra, as cessões de crédito são pro soluto, salvo expressa previsão contratual diversa, conforme 
o art. 296 do Código Civil. Já a cessão pro solvendo não exonera o cedente da responsabilidade pela solvência do 
devedor. 
 
A cessão de crédito pode ser gratuita ou onerosa. 
Professor, qual a diferença entre assunção de dívida e cessão de crédito? 
Combatente, na assunção de dívida (denominada cessão de débito por alguns), a primeira noção a ser enfocada é 
que ela não pode ocorrer sem a concordância do credor. Isso faz a diferença básica para o início de seu estudo. O 
credor possui como garantia de adimplemento da obrigação (se não tiver privilégio, for meramente quirografário) o 
patrimônio do devedor. Portanto, a pessoa do devedor é importante para o credor21. 
 
Candidato(a), a assunção pode ocorrer dos seguintes modos: 
1) Por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); 
2) Por acordo entre o terceiro e o devedor (delegação). 
Professor(a), quando a cessão de crédito não tem eficácia? 
Candidato(a), a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por 
notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
 
Candidato(a), sobre os requisitos da assunção de dívida, o doutrinador Bruno Miragem dispõe: “Os requisitos da 
assunção de dívida, tratando-se de espécie de negócio jurídico, serão aqueles definidos no art.104 do Código Civil 
(agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei), assim 
como aqueles específicos, decorrentes de suas características. Em vista do disposto no art. 299 do Código Civil, é 
requisito específico da assunção de dívida, desse modo, a existência da dívida e condição para sua eficácia a 
anuência do credor”. 
Professor, o que é cessão de contrato? 
Guerreiro(a), cessão de posição contratual é negócio jurídico e tem também características de contrato. Nesse 
negócio, é encontrado o cedente, com o consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no 
contrato a um terceiro (cessionário). 
 
 
 
21MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 
 
 
 24 
 
 Direito Civil 
 
Guerreiro(a), vejamos como o tema Transmissão das Obrigações já foi cobrado em provas anteriores: 
(IESES – 2019 – Prefeitura de São José – Procurador) Sobre a transmissão das obrigações, salvo estipulação em 
contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
Certo ou Errado 
Gabarito comentado: combatente, a alternativa dispõe sobre a literalidade do art. 296 do Código Civil. 
O item está certo. 
 
Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre cessão de crédito e assunção de dívida: 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
CESSÃO DE CRÉDITO ASSUNÇÃO DE DÍVIDA 
Transmissão da posição ativa de determinada 
obrigação. 
Transmissão da posição passiva de determinada 
obrigação. 
Pode ser gratuita ou onerosa. O novo devedor não pode opor ao credor as 
exceções pessoais que competiam ao devedor 
primitivo. 
Pode ser cessão pro soluto ou pro solvendo. Pode ser por expromissão ou delegação. 
 
Candidato(a), vejamos o resumo a seguir: 
Cessão pro soluto (é a regra): o cedente garante ao cessionário apenas a existência e legalidade do crédito, ou 
seja, que realmente há uma dívida entre ele e o terceiro devedor (cedido); 
Cessão pro solvendo (mediante previsão contratual): o cedente garante, mediante previsão contratual, que além 
da existência da dívida, o terceiro devedor (cedido) também é solvente (tem condições de pagar). 
 
13. (QUADRIX – 2018 – CODHAB - Analista) Acerca do direito das obrigações, de contratos e de responsabilidade 
civil, julgue o item a seguir. 
A cessão de crédito é modalidade de transmissão de obrigação que importa em alteração objetiva da relação 
obrigacional. 
Certo ou Errado 
 
14. (VUNESP – 2018 – Câmara de Nova Odessa – Assessor) A transmissão das obrigações pode se dar de duas 
maneiras: por meio de cessão de crédito ou por meio de assunção de dívida. Sobre os institutos, é correto afirmar 
que: 
a) a assunção de dívida é a transferência ativa da obrigação que o credor faz a outrem de deus direitos. 
b) a assunção de dívida necessita de consentimento expresso do credor, sendo o seu silêncio interpretado como 
recusa. 
c) em regra, a cessão de crédito corresponde apenas à obrigação principal. 
d) na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor. 
e) o novo devedor, na assunção de dívida, pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor 
primitivo. 
 
 
 
 25 
 
 Direito Civil 
15. (CESPE – 2015 – Telebrás - Advogado) A respeito das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente. 
O consentimento do credor é requisito para que um terceiro possa assumir determinada obrigação, exonerando o 
devedor primitivo e resultando em alteração subjetiva na relação-base. 
Certo ou Errado 
 
16. (VUNESP – 2018 – FAPESP - Procurador) O credor pode ceder o seu crédito, 
a) Sempre que exista um crédito a ceder. 
b) Mas sua cessão jamais tem eficácia em relação ao devedor. 
c) Sendo eficaz perante terceiros, independentemente de qualquer solenidade. 
d) Porém, a cessão de crédito hipotecário somente terá valor se averbada no registro de imóveis. 
e) E salvo disposição em contrário, na cessão abrangem-se todos os seus acessórios. 
 
13. COMENTÁRIO: candidato(a), na verdade, existe uma alteração subjetiva na relação contratual e não objetiva. 
O credor pode ceder seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o 
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do 
instrumento da obrigação, nos termos do art. 286 do Código Civil. 
O item está errado. 
 
14. COMENTÁRIOS: combatente, é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento 
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente 
e o credor o ignorava, nos termos do art. 299, do Código Civil. 
A alternativa “b” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Guerreiro(a), a assunção de dívida tem como principal característica a mudança no 
polo passivo, alterando o devedor da obrigação. Assim, em regra, o credor deve manifestar concordância expressa. 
A alternativa “c” está errada. Candidato(a), salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se 
todos os seus acessórios. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência 
do devedor, nos termos do art. 296, do Código Civil. 
A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que 
competiam ao devedor primitivo, conforme o art. 302. 
 
15. COMENTÁRIO: candidato(a), é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento 
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente 
e o credor o ignorava. 
O item está certo. 
 
16. COMENTÁRIOS: combatente, salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os 
seus acessórios, nos termos do art. 287, do Código Civil. 
A alternativa “e” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), em algumas situações não será possível a cessão do crédito, como na 
obrigação de alimentos, bem como na hipótese de no próprio instrumento obrigacional constar a vedação quanto a 
cessão. 
 
 
 26 
 
 Direito Civil 
A alternativa “b” está errada. Combatente, a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando 
a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da 
cessão feita, conforme o art. 290, do Código Civil. 
A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), de acordo com o art. 288, do Código Civil, para que tenha eficácia em 
relação a terceiros é necessário celebrar a cessão mediante instrumento público ou particular, revestido das 
solenidades do art. 654, §1º, do Código Civil. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão 
no registro do imóvel, conforme o art. 289, do Código Civil. 
4.5. Teoria Geral das Obrigações 
 
Professor(a), quais são as espécies de obrigações? 
Candidato(a), existem obrigações de dar ou restituir, de fazer, não fazer, simples, alternativas, cumulativa, divisíveis 
e solidárias. 
 
A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar 
do título ou das circunstâncias do caso. 
 
Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar 
do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
 
Candidato(a), vejamos sobre os sujeitos da relação obrigacional, conforme os ensinamentos do doutrinador Flávio 
Tartuce22: 
1) Sujeito ativo: é o beneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente 
despersonalizado a quem a prestação é devida. É denominado credor, sendo aqueleque tem o direito de exigir o 
cumprimento da obrigação. 
2) Sujeito passivo: é aquele que assume um dever, na ótica civil, de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de 
responder com seu patrimônio. É denominado devedor. 
 
Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre as obrigações a seguir: 
OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÕES DE FAZER OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER 
Incorre na obrigação de indenizar perdas e 
danos o devedor que recusar a prestação a ele 
só imposta, ou só por ele exequível. 
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde 
que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou 
a não praticar. 
Se o fato puder ser executado por terceiro, será 
livre ao credor mandá-lo executar à custa do 
devedor. 
Praticado pelo devedor o ato, a cuja 
abstenção se obrigara, o credor pode exigir 
dele que o desfaça, sob pena de se desfazer 
à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e 
danos. 
Se a prestação do fato tornar-se impossível sem 
culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação 
Em caso de urgência, poderá o credor 
desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, 
sem prejuízo do ressarcimento devido. 
 
22TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
 
 27 
 
 Direito Civil 
 
Candidato(a), cuidado para não confundir Direito Real com Obrigacional: 
1) O Direito Real versa sobre direitos exercidos diretamente sobre a coisa; 
2) O Direito pessoal ou obrigacional versa sobre o direito de exigir de outrem prestação de natureza monetária. 
 
17. (CESPE – 2015 – FUB – Tecnólogo) Julgue o item subsecutivo, relativo aos direitos das obrigações. 
As obrigações originam-se de atos unilaterais, de relações contratuais e de atos ilícitos. 
Certo ou Errado 
 
18. (VUNESP – 2019 – Câmara de São Roque – Procurador) Em relação ao direito das obrigações, assinale a 
alternativa correta. 
a) Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou. 
b) Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela sua parte da dívida. 
c) A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios dela que não forem mencionados, mesmo se o contrário 
resultar do título ou das circunstâncias do caso 
d) A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
e) Na obrigação de fazer, se a prestação do fato se tornar impossível, sem culpa do devedor, este responderá por 
perdas e danos. 
 
17. COMENTÁRIO: combatente, segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, temos a lei, que atua como fonte 
imediata das obrigações, como ocorre no caso da obrigação alimentar (art. 1.696 do CC); a declaração de vontade 
unilateral (promessa de recompensa, por exemplo) ou bilateral (contrato); e o ato ilícito. 
O item está certo. 
 
18. COMENTÁRIOS: guerreiro(a), a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade, nos 
termos do artigo 243 do Código Civil. 
A letra “d” é a certa. 
A alternativa “a” é a errada. Guerreiro(a), nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não 
se estipulou, conforme o artigo 252 do Código Civil. 
A alternativa “b” é a errada. Combatente, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um 
será obrigado pela dívida toda., nos termos do artigo 259 do Código Civil. 
A alternativa “c” é a errada. Guerreiro(a), A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não 
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso, conforme o artigo 233 do Código 
Civil. 
A alternativa “e” é a errada. Combatente, se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos, nos termos do artigo 243 do código civil. 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 Direito Civil 
4.6. Preferências e Privilégios Creditórios 
 
Professor, quando se declara a insolvência de uma pessoa? 
Candidato(a), o estado de insolvência do devedor civil, no entanto, e ao contrário do que ocorre com a falência do 
comerciante, nada tem a ver com o processo de insolvência, porque pode ocorrer que o devedor esteja insolvente e 
não haja concurso a se instaurar. 
 
Desde que as obrigações pendentes se refiram à pessoa física, tem-se a insolvência civil. Pela insolvência civil, 
busca-se apurar o patrimônio líquido, a fim de satisfazer proporcionalmente as dívidas ao montante das dívidas. 
 
Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma classe especialmente 
privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, se o produto não bastar para o 
pagamento integral de todos. 
 
O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que 
ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial. 
 
Candidato(a), sobre a insolvência, o doutrinador Flávio Tartuce23 dispõe: 
Declarada a insolvência, vários os efeitos que decorrem: o vencimento antecipado das dívidas; a arrecadação dos 
bens suscetíveis de penhora, seja atuais ou os que forem adquiridos; a execução por concurso universal dos bens; 
e a perda do direito de administrar os bens e de dispor deles. 
 
Candidato(a), vejamos algumas diferenças: 
PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS 
POSSUEM PRIVILÉGIO ESPECIAL POSSUEM PRIVILÉGIO GERAL 
Frutos agrícolas, o credor por sementes, 
instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita. 
O crédito pelos impostos devidos à Fazenda 
Pública, no ano corrente e no anterior. 
Sobre a coisa salvada, o credor por despesas de 
salvamento. 
O crédito por custas judiciais, ou por despesas 
com a arrecadação e liquidação da massa. 
Sobre a coisa beneficiada, o credor por 
benfeitorias necessárias ou úteis. 
O crédito por despesa do funeral do devedor, feito 
segundo a condição do morto e o costume do 
lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
 
 
 29 
 
 Direito Civil 
 
Candidato(a), vejamos um mnemônico sobre os créditos que gozam de privilégios gerais: 
FU - NERAL 
JU - DICIAL 
e LUTO 
na DOENÇA 
MANTENdo 
na FAZENDA 
EMPREGADOS 
DEMAIS 
 
Código Civil 
Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dos bens do 
devedor. 
Art. 956. A discussão entre os credores pode versar quer sobre a preferência entre eles disputada, quer sobre a 
nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos. 
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do devedor comum. 
Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais. 
Art. 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipotecários ou privilegiados: 
I. sobre o preço do seguro da coisa gravada com hipoteca ou privilégio, ou sobre a indenização devida, havendo 
responsável pela perda ou danificação da coisa; 
II. sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca ou privilégio for desapropriada. 
Art. 960. Nos casos a que se refere o artigo antecedente, o devedor do seguro, ou da indenização, exonera-se 
pagando sem oposição dos credores hipotecários ou privilegiados. 
Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao simples; e o 
privilégio especial, ao geral. 
Art. 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma classe 
especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, se o produto não 
bastar para o pagamento integral de todos.Art. 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do 
crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial. 
Art. 964. Têm privilégio especial: 
I. sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; 
II. sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 
III. sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 
IV. sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, 
dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento; 
V. sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; 
VI. sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às 
prestações do ano corrente e do anterior; 
VII. sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo 
crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 
 
 
 30 
 
 Direito Civil 
VIII. sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer 
outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 
IX. sobre os produtos do abate, o credor por animais. 
Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: 
I. o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar; 
II. o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa; 
III. o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas; 
IV. o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte; 
V. o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao 
falecimento; 
VI. o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior; 
VII. o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses de 
vida; 
VIII. os demais créditos de privilégio geral. 
 
19. (CESPE – 2018 – PGM – Procurador) Considere que, após declarada a insolvência do devedor, este tenha 
falecido. De acordo com a legislação pertinente, nesse caso, o crédito que primariamente goza de privilégio geral é 
o de 
a) impostos devidos à fazenda pública. 
b) salários de empregados domésticos. 
c) despesas de funeral. 
d) gastos necessários à mantença da família do devedor. 
e) despesas com o luto do cônjuge sobrevivo, caso exista. 
 
20. (CESPE – 2018 – PGM – Procurador) A respeito da propriedade, da posse e das preferências e privilégios 
creditórios, julgue o item subsequente. 
De acordo com o Código Civil, na hipótese de insolvência de devedor pessoa natural, o crédito referente a custas 
judiciais gozará de privilégio especial. 
Certo ou Errado 
 
 
19. COMENTÁRIOS: candidato(a), o crédito por despesa do funeral do devedor, feito segundo a condição do morto 
e o costume do lugar goza de crédito privilégio geral, conforme o artigo 965, inciso I, do Código Civil. Observe que a 
questão pede a alternativa correta sobre aquela que primeiramente goza de privilégio geral. 
A alternativa “c” é a certa. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e 
no anterior Goza de privilégio geral, mas está disposto no inciso VI, art. 965, do Código Civil. 
A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, 
nos seus derradeiros seis meses de vida, conforme o inciso VII artigo 965, do Código Civil. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua 
família, no trimestre anterior ao falecimento, nos termos do inciso V artigo 965, do Código Civil. 
 
 
 31 
 
 Direito Civil 
A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do 
devedor falecido, se foram moderadas, de acordo com o inciso III, artigo 965, do Código Civil. 
 
20. COMENTÁRIO: candidato(a), o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da 
massa goza de privilégio geral, nos termos do artigo 965, inciso II, do Código Civil. 
O item está errado.

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