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1 Direito Civil REVISADOS-PDF- COM MÍDIAS- DIREITO ADMINISTRATIVO - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.docx REVISADOS-PDF- COM MÍDIAS- DIREITO ADMINISTRATIVO - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.docx Concursos em Geral Direito Civil – Parte Especial Tópico: Obrigações Inclui: • Gráficos Estatísticos: 1. Disciplinas + cobradas 2. Tópicos + cobrados 3. Subtópicos + cobrados 4. Bancas • Edital Bizurado • Conteúdos Esquematizados • QR Code (áudio e vídeo) • Questões Comentadas 2 Direito Civil Grande concurseiro(a), seja bem-vindo(a)! O QSimulados é uma plataforma com conteúdo exclusivo, inédito e completo, onde você encontra tudo para finalmente chegar COMPETITIVO e SEGURO nos concursos nos quais almeja aprovação. Você encontra as ferramentas necessárias, que REALMENTE PRECISA para garantir um estudo de qualidade e se preparar para diversos concursos, em diversas carreiras. Conheça nossa plataforma, seja nosso assinante e estaremos juntos até a sua aprovação! 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Inadimplemento das obrigações..............................................................................................................19 4.4. Transmissão das obrigações...................................................................................................................22 4.5. Teoria Geral das Obrigações....................................................................................................................26 4.6. Preferências e Privilégios Creditórios.....................................................................................................28 4 Direito Civil Inicialmente, gostaríamos de apresentar um novo conceito de estudos para você que irá começar do zero ou já estuda, mas ainda não foi aprovado(a) no concurso dos seus sonhos. Nossa equipe é composta de professores(as) que também são concurseiros(as), profissionais super atualizados e comprometidos em compartilhar experiência e conteúdos diferenciados. Nossa missão será fornecer o melhor conjunto a você, trabalhando dentro da sua realidade, levando-se em consideração o pouco tempo que a maioria dos concurseiros(as) possuem para se sentar e estudar. Por este motivo, iremos compartilhar conteúdo direcionado, com abordagem dos assuntos relevantes para sua prova, em conjunto com a estratégia mais avançada para memorização da atualidade, na medida certa e suficiente. Concurseiro(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de candidato(as) aprovados(as), bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos como as disciplinas são cobradas para as provas de Concursos. No total, analisamos 82.746 questões. Vamos às disciplinas de direito mais cobradas para Concursos: Concurseiro(a), repare que a disciplina Direito Administrativo é a mais cobrada na maioria dos concursos. Seguida pela disciplina de Direito Constitucional. Somadas ambas ultrapassam 50% das cobranças em certames. Daí a importância de dar ênfase ao que será abordado na sua prova e com isso garantir sua aprovação! A representação gráfica objetiva evidenciar o que deve ser estudado com maior relevância. Mas isso não quer dizer deixar de estudar as demais disciplinas. Apenas aplicar atenção proporcionalmente à importância do assunto no contexto geral. Temos na ilustração grande parte das disciplinas com relevância mediana, mas que no somatório final representam metade do conteúdo cobrado em provas. Veja que a fatia “outros” do gráfico compõe 5% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude também Direitos Humanos, Empresarial e Internacional Público e Privado. 31% 22%8% 8% 7% 7% 5% 4%3% 5% Concursos no Geral (todas as carreiras): Disciplinas mais cobradas Direito Administrativo Direito Constitucional Direito Civil Direito Penal Legislação Extravagante Direito Tributário Direito Processual Penal Direito Ambiental Direito Processual Civil Outros (Humanos, Empresarial, Internacional). 5 Direito Civil 1. Direito Civil – Parte Especial: tópicos mais cobrados Candidato(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de concurseiros(as) aprovados(as), bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. Nossa meta é abordar, de forma estratégica, os pontos mais incidentes nas provas, destacando o que você precisa realmente estudar para obter sua aprovação. Inicialmente, focaremos na disciplina de Direito Civil – Parte Especial, conferindo os tópicos que mais caem. Não é segredo que esta disciplina é cobrada em toda prova. No total, analisamos 7.970 questões: Guerreiro(a), repare que o tópico Direitos Reais é o que mais cai. Além disso, veja que as fatias Direitos das Obrigações e Contratos em espécie do gráfico compõe 19% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude-os também. 19% 18% 16% 15% 13% 10% 9% Direito Civil - parte especial: Tópicos mais cobrados Direitos Reais Direito das Obrigações Contratos em espécie Direito de Família Responsabilidade Civil Contratos em Geral Direito das Sucessões 6 Direito Civil 2. Direito das Obrigações: subtópicos mais cobrados Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos os principais subtópicos dentro do tópico Direitos das Obrigações. Os subtópicos Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações e Modalidades de Obrigações abarcam exatamente 57% das questões. Veja como seu estudo precisa ser estratégico! Não perca tempo estudando de forma passiva e catedrática, mas otimize ao aprofundar e revisar aquilo que mais cai! Neste material já mastigamos tudo para você! Todos os subtópicos mais cobrados são exaustivamente debatidos pela doutrina e compõem este material. Estudando por nossos quadros esquemáticos, bizus e questões selecionadas você vai arrematar esses temas “clássicos”, que não possuem muitas surpresas. Solidifique seu conhecimento e garanta pontos nessas questões que são basilares! Concurseiro(a), repare que a fatia “outros” do gráfico compõe 3% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, não deixe de estudar Preferências e Privilégios Creditórios. 32% 25% 23% 10% 7% 3% Direito das Obrigações:Subtópicos mais cobrados Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações Modalidades de Obrigações Inadimplemento das Obrigações Transmissão das Obrigações Teoria Geral das Obrigações Outros (Preferências e Privilégios Creditórios) 7 Direito Civil 3. Direito das Obrigações: cobrança por banca Concurseiro(a), para montar este material sobre Direito das Obrigações, analisamos 1.015 provas de concursos e 1.351 questões. Boa parte dos estudantes, 85.8%, acertam questões sobre o tema, enquanto 14,2% erram. A CESPE/CEBRASPE é a banca que mais aborda o tema, seguida pela FCC, VUNESP, FGV e IESES. Na próxima página, já faremos uma breve explicitação dos pontos expostos no gráfico acima no EDITAL BIZURADO. Como assim? Então, analisando centenas de editais e de provas, descobrimos que os editais dos concursos são extensos propositalmente. Isso mesmo! Observe que os editais são gigantes, cheio de informações de conteúdos ligados às respectivas disciplinas, mas, na verdade, as bancas de concurso concentram as cobranças nas provas em pontos específicos. Destarte, fica claro que é um artifício para confundir os(as) candidatos(as), para fazer com que ele sinta a necessidade de estudar tudo de tudo. Por este motivo, passamos a “bizurar o edital” para os(as) concurseiros(as), mapeando o que realmente será cobrado na prova, ajudando e direcionando seus estudos para que possa aprofundar e dominar os assuntos que sejam necessários e suficientes na sua aprovação. 41% 32% 18% 6% 3% Direito das Obrigações: Cobrança por banca CESPE/CEBRASPE FCC VUNESP FGV IESES 8 Direito Civil DISCIPLINA: DIREITO CIVIL TÓPICO (assunto + cobrado) Direito das Obrigações SUBTÓPICOS (pontos + cobrados do assunto) Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações Modalidades das obrigações Inadimplemento das obrigações Transmissão das obrigações Teoria Geral das Obrigações Preferências e Privilégios Creditórios CONCEITOS Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações Professor, o que é adimplemento? Candidato(a), adimplemento da obrigação é o fenômeno pelo qual há a satisfação do interesse do credor, mediante realização da prestação, identificando, por isso, também causa de extinção da obrigação, conforme os ensinamentos do doutrinador Bruno Miragem.1 O termo pagamento pode ser utilizado, na técnica jurídica, como meio de extinção da obrigação. Professor, o que é a prestação? Guerreiro(a), a prestação é o objeto do pagamento (dar, fazer ou não fazer). Vejamos: 1) Na obrigação de fazer: prestação consiste em um comportamento ativo do devedor, equivalente a uma prestação de fato, por exemplo, uma prestação de trabalho; 2) Na obrigação de não fazer: prestações traduzidas em um comportamento negativo, de abstenção, pelo qual o devedor assume o dever de não praticar determinado ato ou não adotar certa conduta; 3) Na obrigação de dar coisa certa: prestação de coisa determinada. Modalidades de obrigações Professor, qual a diferença entre obrigações civis e naturais? Candidato(a), a obrigação natural é um débito cuja responsabilização patrimonial é judicialmente inexigível, por exemplo, dívidas de jogo ou de aposta. Por sua vez, a Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação judicial. Candidato(a), vejamos sobre os elementos constitutivos da obrigação: 1) Vínculo Jurídico: é o liame que liga os sujeitos, possibilitando do credor exigir uma conduta do devedor2; 2) Sujeitos: em toda relação obrigacional existem duas partes determinadas ou determináveis: um sujeito ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor); 3) Prestação: a prestação consiste em dar, fazer ou não fazer alguma coisa, com a identificação de seu objeto. Professor(a), qual teoria o direito brasileiro adota? Candidato(a), o direito brasileiro adota a teoria dualista (ou binária), segundo a qual o vínculo obrigacional é composto por: 1MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 2Teoria Geral das Obrigações e Responsabilidade Civil, 11ª Ed. São Paulo, Atlas, 2008, p. 109. 9 Direito Civil 1) Débito (ou schuld): representa o compromisso do devedor em efetuar o pagamento; 2) Responsabilidade (ou haftung): é a possibilidade de sanção patrimonial no caso de inadimplemento. Inadimplemento das obrigações As obrigações se constituem para ser cumpridas, o que equivale à realização da prestação devida, que é o seu objeto. Como já foi examinado, a isso se denomina adimplemento.3 Professor(a), qual objetivo da cláusula penal? Candidato(a), a cláusula penal possui a finalidade de indenização prévia de perdas e danos e de penalizar, punir o devedor moroso. Por diversos motivos, pode ocorrer o não cumprimento da prestação acertada na relação jurídica pessoal. Tal fato pode se dar quando o devedor se recusa a satisfazer o seu débito, quando o faz com atraso ou quando cumpre a obrigação de forma diversa da prevista em um contrato. O inadimplemento das obrigações é um gênero do qual fazem parte o inadimplemento absoluto e a mora.4 Transmissão das obrigações O Título II (Da Transmissão das Obrigações) do Livro I (Do Direito das Obrigações) da Parte Especial do Código Civil divide as formas de transmissão de obrigação em cessão de crédito (Capítulo I) e assunção de dívida (Capítulo II). Professor(a), o que é cessão de crédito? Guerreiro(a), o credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, à lei, ou à convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. Combatente, sobre a transmissão das obrigações, o doutrinador Bruno Miragem dispõe: Na cessão de crédito, o cedente é aquele que aliena o direito; o cessionário, o que adquire. O cedido é o devedor, a quem incumbe cumprir a obrigação. [...] A cessão de crédito não é totalmente alheia ao cedido. A cessão de crédito é, pois, um negócio jurídico pelo qual o credor transfere a um terceiro seu direito. O negócio jurídico tem feição nitidamente contratual. Candidato(a), de acordo com Flávio Tartuce5, a cessão de crédito pode ser classificada da seguinte forma: 1) Cessão legal: é aquela que decorre da lei, tendo origem na norma jurídica. É a que ocorre em relação aos acessórios da obrigação, no caso da cessão de crédito, conforme o artigo 287 do Código Civil. Cedido o crédito, cedem-se também os acessórios, salvo previsão em contrário no instrumento negocial. 2) Cessão judicial: é aquela oriunda de decisão judicial após processo civil regular, como é o caso de decisão que atribui ao herdeiro um crédito do falecido; 3) Cessão convencional: é a mais comum de ocorrer na prática, constituindo a cessão decorrente de acordo firmado entre cedente e cessionário por instrumento negocial. Ocorre no contrato de factoring, por exemplo. Teoria Geral das Obrigações Professor(a), qual a diferença entre obrigação pessoal e personalíssima? 3Karl Larenz, Derecho de obligaciones cit., I, p. 279. 4Série Aperfeiçoamento de Magistrados 13t10 Anos do Código Civil - Aplicação, Acertos, Desacertos e Novos Rumos | Volume 2 5TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 10 Direito Civil Candidato(a), a obrigação pessoal é aquela, mesmo que contraída pelo devedor poderá, esta ser adimplida por terceiro. Já a obrigação Personalíssima aduz que o adimplemento cabe tão somente ao devedor6. Professor qual a diferença entre obrigaçãopositiva e negativa? Combatente, segundo o doutrinador Flávio Tartuce7, conforme o conteúdo da prestação, a obrigação pode ser positiva ou negativa. Será positiva quando tiver como conteúdo uma ação (ou comissão) e negativa quando relacionada com uma abstenção (ou omissão). Filiam-se entre as primeiras a obrigação de dar e fazer. A obrigação de não fazer é a única negativa admitida em nosso ordenamento jurídico. Preferências e Privilégios Creditórios Professor(a), quais são os títulos legais de preferência? Candidato(a), os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais. Observe o resumo sobre o privilegio especial: 1) Sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; 2) Sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 3) Sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 4) Sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução ou melhoramento; 5) Sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; 6) Sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; 7) Sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 8) Sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 9) Sobre os produtos do abate, o credor por animais. 6TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 7TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 11 Direito Civil 4. Direito das Obrigações 4.1. Adimplemento, Modalidades de Pagamento e Extinção das Obrigações Professor(a), o Código Civil apresenta o conceito de obrigação? Guerreiro(a), o Código Civil não apresenta o conceito de obrigações em seu conteúdo. Desse modo, coube aos doutrinadores definirem o conceito de obrigação. A definição dada por Flávio Tartuce8 é amplamente aceita, qual seja, a de que a obrigação é uma relação jurídica transitória de cunho pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à outra (o credor). Candidato(a), conforme o doutrinador Luciano Figueiredo9, o adimplemento significa o cumprimento da prestação, que pode ser de dar, fazer ou não fazer. Contudo, importante lembrar que as obrigações podem ser extintas sem pagamento. Segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves10, existem cinco requisitos essenciais de validade do pagamento: 1) Presença de um vínculo obrigacional; 2) Intenção de solver o vínculo; 3) Cumprimento da prestação; 4) Pessoa que realiza o pagamento; 5) Pessoa que o recebe. Professor(a), quem é o solvens e o accipiens? Combatente, o solvens e o accipiens são elementos subjetivos ou pessoais do pagamento, ou seja, o solvens é a pessoa que deve pagar e o accipiens é a quem se deve pagar. Em regra geral, o solvens será o devedor. Todavia, outras pessoas também podem pagar, além do próprio sujeito passivo da relação obrigacional. Todavia, outras pessoas também podem pagar, além do próprio sujeito passivo da relação obrigacional. Vale destacar que o pagamento pode ser realizado por terceiro, pois qualquer interessado ou não na extinção da dívida pode pagá-la, conforme a disposição legal do art. 304, do Código Civil. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente. Contudo, é possível efetuar o pagamento para uma terceira pessoa, por exemplo, o pagamento de boa-fé ao credor putativo. Guerreiro(a), observe a diferença existente entre a realização do pagamento pelo terceiro interessado e pelo terceiro não interessado: 1) Terceiro interessado: sub-roga-se nos direitos do credor. 2) Terceiro não interessado: possui direito ao reembolso referente ao que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Além disso, nos termos do art. 306, do Código Civil, o pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. 8TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 9FIGUEIREDO, Luciano. Direito Civil: Obrigações e Responsabilidade Civil. Juspodivm, 2020. 10GONÇALVES, Carlos Roberto Teoria geral das obrigações. - Coleção Direito civil brasileiro volume 2 – 17. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 12 Direito Civil Ainda sobre o pagamento efetuado pelo terceiro não interessado, o doutrinador Flávio Tartuce11 dispõe: 1) Caso o terceiro não interessado fizer o pagamento em seu próprio nome tem direito a reembolsar-se no que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305 do CC). Se pagar a dívida antes de vencida, somente terá direito ao reembolso ocorrendo o seu vencimento (art. 305, parágrafo único, do CC). 2) Se o terceiro não interessado fizer o pagamento em nome e em conta do devedor, sem oposição deste, não terá direito a nada, pois é como se fizesse uma doação, um ato de liberalidade (interpretação do art. 304, parágrafo único, do CC). Professor(a), quais são os elementos objetivos do pagamento? Guerreiro(a), nos termos do art. 319, o devedor que paga possui direito à quitação regular e pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada. O recibo (instrumento particular) é o documento utilizado para comprovar o pagamento das obrigações de dar e fazer. Além disso, a entrega do título de crédito firma a presunção do pagamento (art. 324). Nas obrigações de não fazer, o ônus da prova é do credor, que deve evidenciar se foi praticado o ato, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio Venosa12. Guerreiro(a), vejamos como o tema Adimplemento já foi cobrado em provas anteriores: (Crescer Consultorias – 2019 – Prefeitura de Brejo de Areia – Advogado - Adaptada) Quanto ao objeto do Pagamento e sua prova, o credor é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Certo ou Errado Gabarito comentado: combatente, segundo o art. 313 do Código Civil, o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. O item está errado. Professor, existem elementos obrigatórios para fazer um instrumento particular de quitação? Candidato(a), observe que os elementos estão previstos no art. 320, do Código Civil: 1) Valor expresso da obrigação; 2) Especificidade da dívida quitada; 3) Identificação do devedor ou de quem paga no seu lugar; 4) Tempo e lugar de pagamento; 5) Assinatura do credor ou do seu representante, dando quitação total ou parcial. Além do adimplemento, as modalidades de pagamento e extinção das obrigações merecem atenção. Como abordado neste material, a obrigação já nasce com a finalidade de se extinguir. Vale destacar que a extinção da obrigação pode ocorrer com ou sem o pagamento. O doutrinador Caio Mário da Silva Pereira13 divide os meios de pagamento em: modalidades especiais de pagamento e modalidades de extinção da obrigação sem pagamento. Desse modo, o pagamento em consignação, o pagamento em sub-rogação, a imputação do pagamento e a dação em pagamento são classificadas como modalidades em que a obrigação será extinta em razão do pagamento. Por sua vez, a novação, a compensação, aconfusão e a remissão são consideradas como modalidades de extinção da obrigação sem pagamento. Vejamos alguns conceitos: 1) Consignação em pagamento: o pagamento é feito através de depósito bancário ou judicial. As hipóteses de cabimento estão previstas no art. 335. Além disso, o devedor pode levantar o depósito em três momentos, quais 11TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 12VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 13PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 19 ed. Rio de Janeiro: Forense. 13 Direito Civil sejam, antes da manifestação do credor ou impugnação, depois da aceitação ou impugnação e depois do julgamento da ação; 2) Dação: o credor possui a faculdade de consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. É dado algo em pagamento, que não estava originalmente na obrigação; 3) Novação: permite a substituição de uma obrigação por outra e pode ocorrer de forma expressa ou tácita. Além disso, pode ser objetiva, subjetiva ativa ou passiva; 4) Confusão: ocorre quando em uma mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. A confusão pode ser total ou parcial. Guerreiro(a), vejamos algumas diferenças entre o sub-rogação e cessão de crédito: DIREITO DAS OBRIGAÇÕES SUB-ROGAÇÃO CESSÃO DE CRÉDITO É um instrumento utilizado para se efetuar o pagamento de uma dívida, substituindo o sujeito da obrigação. Forma de transmissão de obrigações. Não existe a necessidade de notificação do devedor, salvo na hipótese do artigo 347, inciso I. Existe a necessidade de notificação do devedor para que o mesmo saiba a quem pagar. A sub-rogação pode ser legal e convencional. Pode ter caráter gratuito ou oneroso. Guerreiro(a), vejamos algumas palavras chaves para alguns tipos de extinção da obrigação: 1) Dação em pagamento: diferente/diverso; 2) Novação: novo, pois é uma nova obrigação pelo devedor; 3) Imputação: indicar, pois cabe ao devedor escolher qual das dívidas vai pagar. 1. (CESPE – 2017 – TRF – 5ª Região – Juiz Federal Substituto - Adaptada) Na hipótese de um credor aceitar, em vez do valor prometido, a entrega de um bem móvel pelo devedor, ocorrerá a dação em pagamento. Certo ou Errado 2. (FCC – 2019 – MPE-MT – Promotor de Justiça Substituto) No tocante ao pagamento, a) não é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas, pela insegurança patrimonial causada ao devedor. b) o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, salvo se mais valiosa, pois nesse caso faltará interesse econômico à rejeição. c) quando feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor. d) em qualquer hipótese se considera autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, pela presunção legal absoluta daí decorrente. e) o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor; se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. 3. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – Auditor Fiscal - Adaptada) Pedro tem uma dívida líquida, certa e vencida com Carlos, que reside em lugar incerto. Maria, amiga de Pedro e terceira não interessada na relação jurídica de Pedro e Carlos, resolveu efetuar o pagamento da dívida. Como Maria não localizou Carlos, ela efetuou depósito judicial em 14 Direito Civil nome e à conta de Pedro, que não se opôs e, assim, a dívida foi extinta. Considerando o disposto no Código Civil, Maria procedeu a uma imputação do pagamento. Certo ou Errado 4. (FUNDATEC – 2019 – Prefeitura De Coronel Biaco – Procurador) Quando o devedor contrai com o credor nova dívida, com o nítido intuito de extinguir e substituir a anterior, ocorre: a) Sub-rogação. b) Compensação. c) Novação. d) Dação em pagamento. e) Imputação em pagamento. 1. COMENTÁRIO: concurseiro(a), nos termos do art. 356, do Código Civil, o credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Vale destacar que o credor não é obrigado a aceitar a substituição, conforme a disposição legal do art. 313 do mesmo diploma legal. O item está certo. 2. COMENTÁRIOS: candidato(a), o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito ao reembolso do valor que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor, conforme a disposição do art. 305, do Código Civil. A alternativa “e” é a certa. A alternativa “a” está errada. Guerreiro(a), é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas, conforme dispõe o art. 316 do Código Civil. A alternativa “b” está errada. Candidato(a), o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa, conforme o entendimento do art. 313 do Código Civil. A alternativa “c” está errada. Combatente, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é considerado válido, ainda provado depois que não era credor. Lembrando que o credor putativo é a pessoa que se apresenta com o título obrigacional passando aos olhos de todos como sendo o verdadeiro credor. A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o portador da quitação é considerado como autorizado para receber o pagamento, exceto se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Veja que está autorizado a receber o pagamento a pessoa munida com o documento de quitação. 3. COMENTÁRIO: Guerreiro(a), observe que a situação da questão pode ser enquadrada no inciso III do artigo 355 do Código Civil, qual seja, quando o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. Desse modo, fica evidente que Maria fez uma consignação em pagamento. O item está errado. 4. COMENTÁRIOS: candidato(a), a situação descrita na alternativa é caso de novação. Observe que a novação consiste na substituição de uma obrigação anterior por uma nova, diversa da primeira criada pelas partes. O principal efeito é a extinção da dívida primitiva. A alternativa “c” está certa. 15 Direito Civil A alternativa “a” está errada. Combatente, segundo o doutrinador Carlos Alberto Gonçalves 14, a sub-rogação é uma espécie de pagamento que não extingue a obrigação. Há, pois, um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso. A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), a compensação ocorre quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, conforme o art. 368 do Código Civil. A alternativa “d” está errada. Candidato(a), na dação em pagamento, o credor concorda em receber do devedor prestação diversa da ajustada, conforme a disposição legal do art. 356 do Código Civil. A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), a imputação acontece quando o devedor possuir mais de um débito com o mesmo credor e não tiver dinheiro suficiente para saldar toda a dívida. Desse modo, ele pode apontar qual débito irá pagar primeiro. 4.2. Modalidades de obrigações Professor(a), quais são as modalidades das obrigações? Candidato(a), as obrigações podem ser classificadas como de dar, fazer e não fazer, bem como obrigações alternativas, divisíveis, indivisíveis e solidárias. Em regra, a obrigação de dar possui como conteúdo a entrega de uma coisa. Para o doutrinador, existem três comportamentos possíveis da obrigação de dar: 1) A primeira consiste em propriamente dar, consiste na transmissão do domínio, que se dá mediante entrega da coisa ou celebração do negócio e registro do título, conforme se trate de coisas móveis ou imóveis; 2) A segundaenvolve a conduta de restituir. Restituição é devolução, de modo que assume a obrigação de restituir quem deva devolver a coisa que tenha consigo, ao titular original da propriedade ou da posse do bem, conforme haja estabelecido a obrigação; 3) A terceira caracteriza-se pela entrega do devedor ao credor, de coisas para seu uso ou fruição, sem que o deixe, contudo, de ser o titular do domínio da coisa. Guerreiro(a), no direito brasileiro, a regra de que os bens móveis se transmitem pela tradição e os imóveis pelo registro avança sobre a eficácia das obrigações de dar coisa. O domínio da coisa será do devedor até a tradição. Professor(a), o que é a tradição para o Código Civil? Para Carlos Roberto Gonçalves15, a tradição consiste na entrega da coisa do alienante ao adquirente, com a intenção de lhe transferir o domínio, em complementação do contrato. Com essa entrega, torna-se pública a transferência. Assumindo a obrigação de dar coisa certa, o devedor também passa a responder pelos riscos de sua perda, quando esta se der por culpa sua. O art. 234 estabelece uma distribuição dos riscos pela perda da coisa, tendo ela ocorrido por culpa ou sem culpa do devedor. Ocorrendo a culpa do devedor, trata-se da mais grave forma de inadimplemento, uma vez que inviabiliza a realização da prestação. Professor(a), qual a diferença se a coisa se perde com ou sem culpa do devedor? Candidato(a), o Código Civil aborda sobre as duas situações. Na primeira parte do art. 234, a coisa perder sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as 14GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral das Obrigações. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. v. 2, p. 351. 15GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro – Direito das Coisas. Editora Saraiva, 2007, 3ª Edição,Vol. V. 16 Direito Civil partes. Já a segunda parte do mesmo artigo, dispõe se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais as perdas e danos. Observe que as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de lucrar. Professor(a), quais são as características da obrigação de dar coisa incerta? Guerreiro(a), a obrigação de dar coisa incerta indica que a obrigação tem por objeto uma coisa indeterminada, pelo menos inicialmente, sendo ela somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma indicação posterior quanto à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor. Assim, coisa incerta não quer dizer qualquer coisa, mas coisa indeterminada, porém suscetível de determinação futura. A determinação se faz pela escolha, denominada concentração. Combatente, as obrigações de fazer são aquelas em que a prestação consiste em um comportamento ativo do devedor, equivalente a uma prestação de fato, ou seja, uma prestação de trabalho, ou ainda uma prestação que consista na emissão/manifestação de vontade pelo devedor. Professor, qual a diferença entre obrigação de fazer fungível e infungível? 1) Obrigação de fazer fungível, que é aquela que ainda pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do devedor originário; 2) Obrigação de fazer infungível, que é aquela que tem natureza personalíssima ou intuitu personae, em decorrência de regra constante do instrumento obrigacional ou pela própria natureza da prestação. Professor, em que consiste a obrigação de não fazer? As obrigações de não fazer são as obrigações negativas. Enquanto nas obrigações de dar e fazer o devedor compromete-se a realizar algo, nas obrigações de não fazer o devedor compromete-se a uma abstenção. Candidato(a), vejamos como as bancas costumam cobrar sobre as modalidades das obrigações: (QUADRIX – 2021 – CRECI - Advogado) Nas palavras de Caio Mário da Silva Pereira, obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra prestação economicamente apreciável. O mesmo autor acrescenta ainda que tal vínculo deve se basear na obediência aos valores e princípios constitucionais, inclusive o da dignidade da pessoa humana e o da solidariedade social. Quanto às modalidades de obrigações em geral e a suas características, julgue o item. Se o devedor estiver obrigado a restituir coisa certa e esta se perder antes da tradição, deverá ressarcir ao credor o valor total da coisa principal e de seus acessórios, mesmo que não tenha culpa na perda do bem. Certo ou Errado Gabarito comentado: guerreiro(a), nos termos do art. 238, se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. O item está errado. Candidato(a), vejamos sobre a diferença entre a obrigação simples e composta: DIREITO DAS OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÃO SIMPLES OBRIGAÇÃO COMPOSTA Um devedor e um credor Múltiplos sujeitos Uma prestação Multiplicidade de objetos Exemplo: entregar um quadro a um comprador. Exemplo: entregar quatro livros para três clientes. 17 Direito Civil Combatente, vejamos o resumo a seguir sobre a perda da coisa: 1) Sem culpa: abate ou resolve 2) Com culpa: perdas e danos Código Civil Art. 564. Não se revogam por ingratidão: I. as doações puramente remuneratórias; II. as oneradas com encargo já cumprido; III. as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; [...] Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. §1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. §2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. §3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares. [...] Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. 5. (CESPE – 2018 – EBSERH – Advogado) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue. Nas obrigações de dar coisa certa, caso a coisa restituível se deteriore por culpa do devedor, o credor poderá aceitar a coisa no estado que estiver, com direito a reclamar indenização por perdas e danos. Certo ou Errado 6. (FCC – 2019 – MPE-MT - Promotor) Em relação às obrigações de dar coisa certa, é correto afirmar que, a) como regra geral, a obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. b) se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. c) sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, nesses casos sem direito a reclamar perdas e danos. d) até a tradição, pertence a coisa ao credor, com seus acréscimos, pelos quais poderá exigir aumento do preço, com ou sem anuência do devedor. e) deteriorada a coisa, sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, nesse caso sem abatimento do preço pela referida ausência de culpa do devedor. 18 Direito Civil 7. (CESPE – 2017 – SEDF - Analista)Acerca do inadimplemento das obrigações e do Código de Defesa do Consumidor (CDC), julgue o próximo item. Nas relações jurídicas que tiverem por objeto uma obrigação de não fazer, o inadimplemento se configurará a partir do momento em que a parte obrigada expressar sua vontade em realizar o ato de que deveria se abster. Certo ou Errado 8. (VUNESP – 2019 – Prefeitura de Cerquilho - Procurador) Acerca dos direitos das obrigações, assinale a alternativa correta. a) Quando se tratar de coisa incerta deverá ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela qualidade. b) Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, com culpa do devedor, lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. c) Nas obrigações alternativas, a escolha caberá ao credor, se outra coisa não se estipulou. d) Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. e) A obrigação solidária é presumível. 5. COMENTÁRIO: candidato(a), nos termos do art. 236, do Código Civil, sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. O item está certo. 6. COMENTÁRIOS: grande guerreiro(a), nos termos do art. 238, do Código Civil, se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. A alternativa “b” é a certa. A alternativa “a” está errada. Combatente, como regra geral, a obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, nesses casos sem direito a reclamar perdas e danos. A alternativa “d” está errada. Combatente, até a tradição, pertence a coisa ao credor, com seus acréscimos, pelos quais poderá exigir aumento do preço, com ou sem anuência do devedor, conforme o art. 237, do Código Civil. A alternativa “e” está errada. Candidato(a), deteriorada a coisa, sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, nesse caso sem abatimento do preço pela referida ausência de culpa do devedor, nos termos do art. 235, do Código Civil. 7. COMENTÁRIO: Candidato(a), a obrigação de não fazer, também chamada de negativa, impõe ao devedor um dever de abstenção. Ocorrerá o inadimplemento quando o devedor executar o ato, e não quando expressar sua vontade de realizá-lo. O item está errado. 8. COMENTÁRIOS: candidato(a), conforme o art. 263, do Código Civil, perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. A alternativa “d” é a certa. A alternativa “a” está errada. Candidato(a), nos termos do art. 243, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 19 Direito Civil A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), a obrigação de não fazer é extinta, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar A alternativa “c” está errada. Combatente, nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. No momento da escolha, a obrigação deixará de ser alternativa e passará a ser obrigação simples. A alternativa “e” está errada. Grande guerreiro(a), a solidariedade não se presume, mas decorre da lei, como é o caso, por exemplo, dos arts. 154 e 942, § único do Código Civil, ou da vontade das partes. 4.3. Inadimplemento das obrigações Professor(a), o inadimplemento ocorre de qual forma? Candidato(a), o inadimplemento pode ser: 1) Inadimplemento relativo, parcial, mora ou atraso – é a hipótese em que há apenas um descumprimento parcial da obrigação, que ainda pode ser cumprida. 2) Inadimplemento total ou absoluto – é a hipótese em que a obrigação não pode ser mais cumprida. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. A mora é o atraso, o retardamento ou a imperfeita satisfação obrigacional. Para que exista a mora, a sua causa não poderá decorrer de caso fortuito ou força maior. Professor(a), o que é a mora do devedor? Candidato(a), a mora do devedor caracteriza-se pela não realização da prestação devida por fato ou omissão que lhe seja imputável. O primeiro requisito para constituição do devedor em mora é que a impossibilidade de realização da prestação devida lhe seja imputável, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio Venosa.16 Candidato(a), sobre o inadimplemento, o doutrinador Bruno Miragem17 dispõe: A exigibilidade da prestação é efeito do vínculo jurídico que resulta da relação obrigacional. A obrigação, de sua vez, se constitui por diferentes formas, de modo que se possa falar do vínculo que resulte do contrato, da própria lei, ou de quaisquer outras fontes das obrigações. Quem deixa de realizar o dever de prestação, nos termos em que delimitado como objeto da obrigação, dá causa ao inadimplemento e fica sujeito aos seus efeitos. Professor(a), o que é purgar mora? Combatente, a purga da mora consiste no comportamento espontâneo do inadimplente que, mesmo tendo descumprido as condições originais de realização da prestação devida, realiza o pagamento, acrescido das obrigações que decorram do próprio inadimplemento temporário, visando a obter a satisfação do credor e consequente liberação do vínculo e extinção da obrigação, conforme os ensinamentos do doutrinador Silvio Venosa.18. 16VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 17MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 18VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 20 Direito Civil Professor(a), qual a diferença entre dano cessante e emergente? Guerreiro(a), o dano emergente é o que o credor concretamente perdeu, no prejuízo que sofreu. O lucro cessante é o que o credor deixou de lucrar devido o devedor não ter cumprido com sua obrigação. Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre perdas e danos e cláusula penal: INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES DAS PERDAS E DANOS DA CLÁUSULA PENAL Abrangem além do que ele efetivamente perdeu e o que razoavelmente deixou de lucrar. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagos com atualização monetária. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. Aos não culpados, fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena. Professor(a), o que é arras ou sinal? Candidato(a), as arras podem ser conceituadas como o sinal, o valor dado em dinheiro ou o bem móvel entregue por uma parte à outra, quando do contrato preliminar, visando a trazer a presunção de celebração do contrato definitivo. As arras são normalmente previstas em compromissos de compra e venda de imóvel.19 Combatente, vejamos o resumo sobre o inadimplemento: 1) Inadimplemento relativo: descumprimento da obrigação pode ser suprido; 2) Inadimplemento absoluto: descumprimento não pode ser suprido. Código Civil Art. 389. Não cumprida a obrigação, respondeo devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. 19VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: obrigações e responsabilidade civil – 20. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 21 Direito Civil 9. (CESPE – 2019 – TJ-SC - Juiz) A multa estipulada em contrato que tenha por objeto evitar o inadimplemento da obrigação principal é denominada a) multa penitencial. b) cláusula penal. c) perdas e danos. d) arras penitenciais. e) multa pura e simples. 10. (CESPE – 2018 – EBSERH - Advogado) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue. A cobrança de encargos e parcelas abusivas não impede a caracterização da mora do devedor, que deverá realizar o pagamento e reclamar, posteriormente, indenização por perdas e danos. Certo ou Errado 11. (VUNESP – 2019 – TJ-AL – Notório e Registrador) "A" contratou "B" para cantar em sua festa de casamento. “B" não compareceu à comemoração do casamento na data estipulada. A hipótese é de: a) inadimplemento relativo. b) inadimplemento absoluto. c) mora. d) inadimplemento antecipado. 12. (CESPE – 2020 – MPE-CE - Analista) Conforme as disposições do Código Civil acerca do direito das obrigações, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Rodrigo foi contratado por Caio para prestar determinado serviço na residência deste. Contudo, em razão de uma forte tempestade, foi impossível o cumprimento da obrigação assumida por Rodrigo. Assertiva: Nesse caso, Rodrigo deverá indenizar Caio por perdas e danos. Certo ou Errado 9. COMENTÁRIOS: candidato(a), a cláusula penal é um pacto acessório de prefixação de perdas e danos para o caso de descumprimento culposo, parcial ou integral, da obrigação principal, conforme os ensinamentos do doutrinador Nelson Cristiano Chaves. A alternativa “b” é a certa. A alternativa “a” está errada. Combatente, o doutrinador Gustavo Tepedino20 dispõe: de fato, a multa penitencial constitui mera contraprestação pelo exercício do direito potestativo de arrependimento tardio do vínculo obrigacional, razão pela qual “não há [...] direito de quem quer que seja à indenização suplementar”. A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 20TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. Tomo III. Rio de Janeiro: Renovar, 2009, pág. 292. 22 Direito Civil A alternativa “d” está errada. Combatente, nos termos do art. 402 do Código Civil, salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. A alternativa “e” está errada. Candidato(a), é a multa é instituída para o pagamento de infração de alguns deveres que deveriam ter sidos cumpridos. 10. COMENTÁRIO: candidato(a), nos termos do art. 396 do Código Civil, não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Além disso, o Enunciado 354 da IV Jornada de Direito Civil dispõe que a cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor. O item está errado. 11. COMENTÁRIOS: candidato(a), no inadimplemento absoluto, a prestação torna-se inútil ao credor, por conta do retardamento ou do cumprimento imperfeito da obrigação. A alternativa “b” é a certa. A alternativa “a” está errada. Candidato(a), inadimplemento relativo resulta do descumprimento parcial da obrigação, que não é cumprida no tempo, lugar e forma convencionados ou estabelecidos pela lei, mas ainda poderá ser cumprida. A alternativa “c” está errada. Combatente, considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o inadimplemento antecipado ocorre quando um dos contratantes revela, de maneira expressa ou por meio de atos, que descumprirá parcela da obrigação. 12. COMENTÁRIO: candidato(a), o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. O item está errado. 4.4. Transmissão das obrigações Professor(a), quais são as formas de cessão de crédito? Combatente, o Direito Civil brasileiro admite três formas de transmissão das obrigações: 1) Cessão de crédito; 2) Cessão de débito; 3) Cessão de contrato, em que crédito e débito são cedidos ao mesmo tempo. Preciso que ouça a orientação do professor para não errar esse assunto na prova. Ele irá chamar sua atenção para as pegadinhas mais usuais utilizadas pelas bancas. 23 Direito Civil Guerreiro(a), as transmissões das obrigações podem ocorrer inter vivos ou causa mortis. A transmissão das obrigações em razão da morte de uma das partes da relação jurídica obrigacional é regida pelo Direito das Sucessões. Já a transmissão por ato inter vivos é a que interessa para fins de estudo no Direito Obrigacional. Combatente, as figuras envolvidas na cessão de crédito são: 1) Cedente (credor originário); 2) Cessionário (novo credor); 3) Cedido (devedor). Professor(a), qual a diferença entre cessão de crédito pro soluto e pro solvendo? Candidato(a), a cessão pro soluto exonera o cedente da responsabilidade pela solvência do devedor. O cessionário assume o risco. Em regra, as cessões de crédito são pro soluto, salvo expressa previsão contratual diversa, conforme o art. 296 do Código Civil. Já a cessão pro solvendo não exonera o cedente da responsabilidade pela solvência do devedor. A cessão de crédito pode ser gratuita ou onerosa. Professor, qual a diferença entre assunção de dívida e cessão de crédito? Combatente, na assunção de dívida (denominada cessão de débito por alguns), a primeira noção a ser enfocada é que ela não pode ocorrer sem a concordância do credor. Isso faz a diferença básica para o início de seu estudo. O credor possui como garantia de adimplemento da obrigação (se não tiver privilégio, for meramente quirografário) o patrimônio do devedor. Portanto, a pessoa do devedor é importante para o credor21. Candidato(a), a assunção pode ocorrer dos seguintes modos: 1) Por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); 2) Por acordo entre o terceiro e o devedor (delegação). Professor(a), quando a cessão de crédito não tem eficácia? Candidato(a), a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. Candidato(a), sobre os requisitos da assunção de dívida, o doutrinador Bruno Miragem dispõe: “Os requisitos da assunção de dívida, tratando-se de espécie de negócio jurídico, serão aqueles definidos no art.104 do Código Civil (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei), assim como aqueles específicos, decorrentes de suas características. Em vista do disposto no art. 299 do Código Civil, é requisito específico da assunção de dívida, desse modo, a existência da dívida e condição para sua eficácia a anuência do credor”. Professor, o que é cessão de contrato? Guerreiro(a), cessão de posição contratual é negócio jurídico e tem também características de contrato. Nesse negócio, é encontrado o cedente, com o consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no contrato a um terceiro (cessionário). 21MIRAGEM, Bruno. Direito das Obrigações. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2021. 24 Direito Civil Guerreiro(a), vejamos como o tema Transmissão das Obrigações já foi cobrado em provas anteriores: (IESES – 2019 – Prefeitura de São José – Procurador) Sobre a transmissão das obrigações, salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. Certo ou Errado Gabarito comentado: combatente, a alternativa dispõe sobre a literalidade do art. 296 do Código Civil. O item está certo. Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre cessão de crédito e assunção de dívida: TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES CESSÃO DE CRÉDITO ASSUNÇÃO DE DÍVIDA Transmissão da posição ativa de determinada obrigação. Transmissão da posição passiva de determinada obrigação. Pode ser gratuita ou onerosa. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Pode ser cessão pro soluto ou pro solvendo. Pode ser por expromissão ou delegação. Candidato(a), vejamos o resumo a seguir: Cessão pro soluto (é a regra): o cedente garante ao cessionário apenas a existência e legalidade do crédito, ou seja, que realmente há uma dívida entre ele e o terceiro devedor (cedido); Cessão pro solvendo (mediante previsão contratual): o cedente garante, mediante previsão contratual, que além da existência da dívida, o terceiro devedor (cedido) também é solvente (tem condições de pagar). 13. (QUADRIX – 2018 – CODHAB - Analista) Acerca do direito das obrigações, de contratos e de responsabilidade civil, julgue o item a seguir. A cessão de crédito é modalidade de transmissão de obrigação que importa em alteração objetiva da relação obrigacional. Certo ou Errado 14. (VUNESP – 2018 – Câmara de Nova Odessa – Assessor) A transmissão das obrigações pode se dar de duas maneiras: por meio de cessão de crédito ou por meio de assunção de dívida. Sobre os institutos, é correto afirmar que: a) a assunção de dívida é a transferência ativa da obrigação que o credor faz a outrem de deus direitos. b) a assunção de dívida necessita de consentimento expresso do credor, sendo o seu silêncio interpretado como recusa. c) em regra, a cessão de crédito corresponde apenas à obrigação principal. d) na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor. e) o novo devedor, na assunção de dívida, pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. 25 Direito Civil 15. (CESPE – 2015 – Telebrás - Advogado) A respeito das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente. O consentimento do credor é requisito para que um terceiro possa assumir determinada obrigação, exonerando o devedor primitivo e resultando em alteração subjetiva na relação-base. Certo ou Errado 16. (VUNESP – 2018 – FAPESP - Procurador) O credor pode ceder o seu crédito, a) Sempre que exista um crédito a ceder. b) Mas sua cessão jamais tem eficácia em relação ao devedor. c) Sendo eficaz perante terceiros, independentemente de qualquer solenidade. d) Porém, a cessão de crédito hipotecário somente terá valor se averbada no registro de imóveis. e) E salvo disposição em contrário, na cessão abrangem-se todos os seus acessórios. 13. COMENTÁRIO: candidato(a), na verdade, existe uma alteração subjetiva na relação contratual e não objetiva. O credor pode ceder seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação, nos termos do art. 286 do Código Civil. O item está errado. 14. COMENTÁRIOS: combatente, é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava, nos termos do art. 299, do Código Civil. A alternativa “b” é a certa. A alternativa “a” está errada. Guerreiro(a), a assunção de dívida tem como principal característica a mudança no polo passivo, alterando o devedor da obrigação. Assim, em regra, o credor deve manifestar concordância expressa. A alternativa “c” está errada. Candidato(a), salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. A alternativa “d” está errada. Combatente, salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor, nos termos do art. 296, do Código Civil. A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo, conforme o art. 302. 15. COMENTÁRIO: candidato(a), é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. O item está certo. 16. COMENTÁRIOS: combatente, salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios, nos termos do art. 287, do Código Civil. A alternativa “e” é a certa. A alternativa “a” está errada. Candidato(a), em algumas situações não será possível a cessão do crédito, como na obrigação de alimentos, bem como na hipótese de no próprio instrumento obrigacional constar a vedação quanto a cessão. 26 Direito Civil A alternativa “b” está errada. Combatente, a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita, conforme o art. 290, do Código Civil. A alternativa “c” está errada. Guerreiro(a), de acordo com o art. 288, do Código Civil, para que tenha eficácia em relação a terceiros é necessário celebrar a cessão mediante instrumento público ou particular, revestido das solenidades do art. 654, §1º, do Código Civil. A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel, conforme o art. 289, do Código Civil. 4.5. Teoria Geral das Obrigações Professor(a), quais são as espécies de obrigações? Candidato(a), existem obrigações de dar ou restituir, de fazer, não fazer, simples, alternativas, cumulativa, divisíveis e solidárias. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Candidato(a), vejamos sobre os sujeitos da relação obrigacional, conforme os ensinamentos do doutrinador Flávio Tartuce22: 1) Sujeito ativo: é o beneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente despersonalizado a quem a prestação é devida. É denominado credor, sendo aqueleque tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação. 2) Sujeito passivo: é aquele que assume um dever, na ótica civil, de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio. É denominado devedor. Candidato(a), vejamos algumas diferenças entre as obrigações a seguir: OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÕES DE FAZER OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 22TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 27 Direito Civil Candidato(a), cuidado para não confundir Direito Real com Obrigacional: 1) O Direito Real versa sobre direitos exercidos diretamente sobre a coisa; 2) O Direito pessoal ou obrigacional versa sobre o direito de exigir de outrem prestação de natureza monetária. 17. (CESPE – 2015 – FUB – Tecnólogo) Julgue o item subsecutivo, relativo aos direitos das obrigações. As obrigações originam-se de atos unilaterais, de relações contratuais e de atos ilícitos. Certo ou Errado 18. (VUNESP – 2019 – Câmara de São Roque – Procurador) Em relação ao direito das obrigações, assinale a alternativa correta. a) Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou. b) Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela sua parte da dívida. c) A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios dela que não forem mencionados, mesmo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso d) A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. e) Na obrigação de fazer, se a prestação do fato se tornar impossível, sem culpa do devedor, este responderá por perdas e danos. 17. COMENTÁRIO: combatente, segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, temos a lei, que atua como fonte imediata das obrigações, como ocorre no caso da obrigação alimentar (art. 1.696 do CC); a declaração de vontade unilateral (promessa de recompensa, por exemplo) ou bilateral (contrato); e o ato ilícito. O item está certo. 18. COMENTÁRIOS: guerreiro(a), a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade, nos termos do artigo 243 do Código Civil. A letra “d” é a certa. A alternativa “a” é a errada. Guerreiro(a), nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou, conforme o artigo 252 do Código Civil. A alternativa “b” é a errada. Combatente, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda., nos termos do artigo 259 do Código Civil. A alternativa “c” é a errada. Guerreiro(a), A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso, conforme o artigo 233 do Código Civil. A alternativa “e” é a errada. Combatente, se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver- se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos, nos termos do artigo 243 do código civil. 28 Direito Civil 4.6. Preferências e Privilégios Creditórios Professor, quando se declara a insolvência de uma pessoa? Candidato(a), o estado de insolvência do devedor civil, no entanto, e ao contrário do que ocorre com a falência do comerciante, nada tem a ver com o processo de insolvência, porque pode ocorrer que o devedor esteja insolvente e não haja concurso a se instaurar. Desde que as obrigações pendentes se refiram à pessoa física, tem-se a insolvência civil. Pela insolvência civil, busca-se apurar o patrimônio líquido, a fim de satisfazer proporcionalmente as dívidas ao montante das dívidas. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma classe especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, se o produto não bastar para o pagamento integral de todos. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial. Candidato(a), sobre a insolvência, o doutrinador Flávio Tartuce23 dispõe: Declarada a insolvência, vários os efeitos que decorrem: o vencimento antecipado das dívidas; a arrecadação dos bens suscetíveis de penhora, seja atuais ou os que forem adquiridos; a execução por concurso universal dos bens; e a perda do direito de administrar os bens e de dispor deles. Candidato(a), vejamos algumas diferenças: PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS POSSUEM PRIVILÉGIO ESPECIAL POSSUEM PRIVILÉGIO GERAL Frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita. O crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior. Sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento. O crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa. Sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis. O crédito por despesa do funeral do devedor, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar. 23 TARTUCE, Flávio Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. – 15. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. 29 Direito Civil Candidato(a), vejamos um mnemônico sobre os créditos que gozam de privilégios gerais: FU - NERAL JU - DICIAL e LUTO na DOENÇA MANTENdo na FAZENDA EMPREGADOS DEMAIS Código Civil Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dos bens do devedor. Art. 956. A discussão entre os credores pode versar quer sobre a preferência entre eles disputada, quer sobre a nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos. Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual direito sobre os bens do devedor comum. Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais. Art. 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipotecários ou privilegiados: I. sobre o preço do seguro da coisa gravada com hipoteca ou privilégio, ou sobre a indenização devida, havendo responsável pela perda ou danificação da coisa; II. sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca ou privilégio for desapropriada. Art. 960. Nos casos a que se refere o artigo antecedente, o devedor do seguro, ou da indenização, exonera-se pagando sem oposição dos credores hipotecários ou privilegiados. Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral. Art. 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da mesma classe especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, se o produto não bastar para o pagamento integral de todos.Art. 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial. Art. 964. Têm privilégio especial: I. sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; II. sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; III. sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; IV. sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento; V. sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; VI. sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; VII. sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 30 Direito Civil VIII. sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. IX. sobre os produtos do abate, o credor por animais. Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: I. o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar; II. o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa; III. o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas; IV. o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte; V. o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento; VI. o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior; VII. o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida; VIII. os demais créditos de privilégio geral. 19. (CESPE – 2018 – PGM – Procurador) Considere que, após declarada a insolvência do devedor, este tenha falecido. De acordo com a legislação pertinente, nesse caso, o crédito que primariamente goza de privilégio geral é o de a) impostos devidos à fazenda pública. b) salários de empregados domésticos. c) despesas de funeral. d) gastos necessários à mantença da família do devedor. e) despesas com o luto do cônjuge sobrevivo, caso exista. 20. (CESPE – 2018 – PGM – Procurador) A respeito da propriedade, da posse e das preferências e privilégios creditórios, julgue o item subsequente. De acordo com o Código Civil, na hipótese de insolvência de devedor pessoa natural, o crédito referente a custas judiciais gozará de privilégio especial. Certo ou Errado 19. COMENTÁRIOS: candidato(a), o crédito por despesa do funeral do devedor, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar goza de crédito privilégio geral, conforme o artigo 965, inciso I, do Código Civil. Observe que a questão pede a alternativa correta sobre aquela que primeiramente goza de privilégio geral. A alternativa “c” é a certa. A alternativa “a” está errada. Candidato(a), o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior Goza de privilégio geral, mas está disposto no inciso VI, art. 965, do Código Civil. A alternativa “b” está errada. Guerreiro(a), o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida, conforme o inciso VII artigo 965, do Código Civil. A alternativa “d” está errada. Combatente, o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento, nos termos do inciso V artigo 965, do Código Civil. 31 Direito Civil A alternativa “e” está errada. Guerreiro(a), o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas, de acordo com o inciso III, artigo 965, do Código Civil. 20. COMENTÁRIO: candidato(a), o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa goza de privilégio geral, nos termos do artigo 965, inciso II, do Código Civil. O item está errado.
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