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PROPEDEUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAUDE DO ADULTOLivro-Texto Unidade I

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Autoras: Profa. Adriana Cecel Guedes
 Profa. Raffaela Angel Cassota
Colaboradoras: Profa. Raquel Machado C. Coutinho
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominicano
Propedêutica e Processo de 
Cuidar na Saúde do Adulto
Professoras conteudistas: Adriana Cecel Guedes / Raffaela Angel Cassota
Adriana Cecel Guedes
Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP. Mestre em Enfermagem na Saúde do 
Adulto pela Universidade de São Paulo – USP (2007). Especialista em Terapia Intensiva pelo Hospital das Clínicas da 
Faculdade de Medicina da USP (2001). Enfermeira graduada pela USP (2002).
Iniciou a carreira como enfermeira assistencial no Hospital Universitário da USP, onde atuou até 2002. Também 
atuou no Hospital São Luiz, Unidade Morumbi, até 2005. Iniciou a carreira de docente como supervisora de estágio na 
Universidade Cruzeiro do Sul. Em 2004, iniciou sua atuação na UNIP, ministrando disciplinas ligadas à saúde do adulto 
e do idoso e à terapia intensiva. Atualmente é coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da UNIP, Campus 
Tatuapé, e ministra disciplinas na graduação e na pós-graduação da instituição.
Raffaela Angel Cassota
Mestre em Enfermagem pela Universidade Guarulhos – UNG (2012), onde também fez a graduação em Enfermagem 
(2005). Começou sua carreira profissional na Enfermagem como enfermeira assistencial no Hospital Santa Marcelina, 
na Unidade de Hematologia e Transplante de Medula Óssea. A atividade na docência teve início na Escola de Formação 
de Profissionais da Saúde Sophia Marchetti – EFPS, no curso de técnico de enfermagem, em 2006.
Logo depois, exerceu a função de enfermeira assistencial no hospital Igesp e, juntamente, foi docente (2007-2008). 
Atuou como enfermeira no Hospital Santa Catarina, na Unidade de Oncologia, onde permaneceu de 2008 até 2013. 
Lecionou na pós-graduação em Enfermagem Oncológica do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas 
Unidas – FMU, em São Paulo.
Atuou como docente na graduação em Enfermagem na Facig, iniciando-se também na UNIP. Atualmente, 
dedica-se à UNIP como professora dos cursos de Enfermagem e Nutrição em nível de graduação.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G924e Guedes, Adriana Cecel.
Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto. / Adriana 
Cecel Guedes, Raffaela Angel Cassota. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
224 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Saúde do adulto. 2. Processo de enfermagem. 3. Necessidades 
humanas básicas. I. Cassota, Raffaela Angel. II. Título
CDU 616-083-053.8
U515.69 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Ricardo Duarte
Sumário
Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CONCEITOS E INSTRUMENTOS PARA O CUIDAR ................................................................................ 11
1.1 Marco histórico do cuidar e desenvolvimento da profissão de enfermagem ............. 11
1.2 Qualidade de vida (QV) e saúde ...................................................................................................... 13
1.3 Enfrentamento em situações de estresse e coping ................................................................ 15
2 PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE) ........................................................................................................... 21
2.1 História do processo de enfermagem (PE) no Brasil .............................................................. 21
2.2 Processo de enfermagem (PE), Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 
e sistemas de classificação em enfermagem .................................................................................... 30
2.2.1 Investigação (anamnese e exame físico) ....................................................................................... 32
2.2.2 Diagnósticos de enfermagem (DEs) ................................................................................................ 36
2.2.3 Planejamento dos resultados esperados ....................................................................................... 51
2.2.4 Implementação ........................................................................................................................................ 54
2.2.5 Avaliação da assistência de enfermagem ..................................................................................... 56
Unidade II
3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE AFECÇÕES DO SISTEMA 
CARDIOVASCULAR .............................................................................................................................................. 63
3.1 Insuficiência coronariana (ICO) ...................................................................................................... 63
3.1.1 Manifestações clínicas .......................................................................................................................... 64
3.1.2 Fatores de risco ........................................................................................................................................ 64
3.1.3 Tratamento ................................................................................................................................................ 65
3.1.4 Assistência de enfermagem ................................................................................................................ 68
3.2 Insuficiência cardíaca (IC) ................................................................................................................. 70
3.2.1 Etiologia ...................................................................................................................................................... 70
3.2.2 Manifestações clínicas .......................................................................................................................... 71
3.2.3 Classificação .............................................................................................................................................. 72
3.2.4 Tratamento ................................................................................................................................................ 73
3.2.5 Assistência de enfermagem ................................................................................................................ 75
3.2.6 Insuficiência cardíaca descompensada (ICD) .............................................................................. 77
4 ASSISTÊNCIADE ENFERMAGEM A PESSOAS PORTADORAS DE ALTERAÇÕES NO 
SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................................................................................... 78
4.1 Pneumonias ............................................................................................................................................ 78
4.1.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................................... 78
4.1.2 Classificação .............................................................................................................................................. 78
4.1.3 Fatores de risco ........................................................................................................................................ 79
4.1.4 Manifestações clínicas .......................................................................................................................... 80
4.1.5 Tratamento ................................................................................................................................................ 81
4.1.6 Assistência de enfermagem ................................................................................................................ 82
4.2 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) .......................................................................... 84
4.2.1 Fisiopatologia ........................................................................................................................................... 85
4.2.2 Fatores de risco ........................................................................................................................................ 86
4.2.3 Manifestações clínicas .......................................................................................................................... 87
4.2.4 Tratamento ................................................................................................................................................ 88
4.2.5 Assistência de enfermagem ................................................................................................................ 88
4.3 Considerações sobre a adesão ao tratamento .......................................................................... 90
Unidade III
5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE AFECÇÕES DO SISTEMA 
NEUROLÓGICO E DO SISTEMA DIGESTÓRIO ............................................................................................. 96
5.1 Afecções do sistema neurológico .................................................................................................. 96
5.1.1 Meningite ................................................................................................................................................... 96
5.1.2 Esclerose lateral amiotrófica (ELA).................................................................................................104
5.2 Afecções do sistema digestório ....................................................................................................109
5.2.1 Gastrite e úlcera gástrica ...................................................................................................................109
5.3 Constipação ..........................................................................................................................................114
5.3.1 Fisiopatologia .........................................................................................................................................115
5.3.2 Tratamento ..............................................................................................................................................115
5.3.3 Assistência de enfermagem ..............................................................................................................116
6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE AFECÇÕES DO SISTEMA 
URINÁRIO E DO SISTEMA ENDÓCRINO ....................................................................................................117
6.1 Afecções do sistema urinário ........................................................................................................117
6.1.1 Litíase renal ............................................................................................................................................. 117
6.2 Afecções do sistema endócrino ....................................................................................................121
6.2.1 Diabetes mellitus (DM) .......................................................................................................................121
Unidade IV
7 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ...............132
7.1 Oxigenação ...........................................................................................................................................133
7.1.1 Oxigenoterapia por cateter nasal .................................................................................................. 137
7.1.2 Oxigenoterapia por máscara facial simples .............................................................................. 139
7.1.3 Aspiração de vias aéreas ................................................................................................................... 143
7.2 Nutrição .................................................................................................................................................148
7.2.1 Sondagem nasoenteral ...................................................................................................................... 150
7.2.2 Sondagem nasogástrica .................................................................................................................... 155
7.3 Eliminação .............................................................................................................................................160
7.3.1 Sondagem vesical de alívio (SVA) ................................................................................................. 163
7.3.2 Sondagem vesical de demora (SVD) ............................................................................................. 166
8 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ................................................................................................172
8.1 Vias de administração de medicamentos .................................................................................177
8.1.1 Medicações via oral ............................................................................................................................ 177
8.1.2 Administração via retal (VR) .............................................................................................................181
8.2 Medicações parenterais ...................................................................................................................182
8.2.1 Materiais utilizados para a medicação parenteral ................................................................. 183
8.2.2 Medicação intradérmica (ID) ........................................................................................................... 186
8.2.3 Medicação subcutânea (SC) ............................................................................................................ 187
8.2.4 Medicação por via intramuscular (IM) ........................................................................................ 190
8.2.5 Administração intravenosa/endovenosa .................................................................................... 196
8.3 Medicamentos tópicos .....................................................................................................................201
8.4 Medicamentos transdérmicos .......................................................................................................202
8.5 Medicamentos oftálmicos..............................................................................................................202
8.6 Medicamentos auditivos .................................................................................................................204
8.7 Medicamentos nasais .......................................................................................................................204
8.8 Medicamentos vaginais ...................................................................................................................204
8.9 Medicamentos por via inalatória .................................................................................................204
9
APRESENTAÇÃO
A disciplina Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde do Adulto é importante na formação 
do enfermeiro porque fundamenta o cuidado ao adulto e a sua família, na promoção, recuperação e 
reabilitação da saúde. Ela tem como objetivo capacitar o aluno para a avaliação clínica e identificação de 
desvios no adulto e na família por meio do estímulo ao julgamento clínico e ao raciocínio crítico. Além 
disso, os assuntos discutidos na disciplina subsidiam o aluno para a coordenação do processo do cuidar 
através da identificação das alterações nas condições de saúde, do planejamento individualizado e da 
identificação das prioridades do cuidado ao adulto e a sua família. Assim, a disciplina trará conceitos 
teóricos e aplicação prática de qualidade de vida (QV), estratégias de enfrentamento do estresse, processo 
de enfermagem (PE), planejamento do cuidado ao adulto em diferentes situações clínicas e técnicas 
básicas de enfermagem necessárias para uma assistência de qualidade.
Inicialmente definiremos alguns conceitos básicos para o planejamento do cuidado. Cuidar do adulto 
doente ou em risco de desvios de saúde inclui não apenas assistir ao corpo físico, mas também às suas 
necessidades psicossociais. Assim, torna-se importante saber como o adulto e sua família reagem às 
situações de estresse e às alterações na sua QV. Discutiremos ainda outro conceito imprescindível para o 
cuidado de enfermagem: o PE. Essa ferramenta chegou ao Brasil no início dos anos 1980 e trouxe maior 
facilidade no entendimento da enfermagem como profissão.
Analisaremos os procedimentos de enfermagem mais comuns no cuidado do adulto, divididos pelas 
necessidades básicas do ser humano: oxigenação, nutrição e eliminação. Serão explanadas as técnicas 
para a realização desses procedimentos e os cuidados antes e depois de sua instalação. Também será 
abordado o tema da administração de medicação, as técnicas, as vias de administração e os cuidados 
necessários para sua realização.
Depois, relacionaremos os conceitos teóricos com os achados clínicos dos pacientes adultos, 
identificando sinais e sintomas, complicações, exames laboratoriais e medicações. Esse conhecimento 
baseia o planejamento do cuidado e a aplicação do PE abordados para as situações clínicas que mais 
afetam o adulto.
INTRODUÇÃO
O estudo desta disciplina fará com que você se sinta mais seguro em ser enfermeiro, em cuidar do 
adulto e de sua família. Você aplicará conceitos que já aprendeu em outras disciplinas na prática clínica 
do enfermeiro, além de aprender novos conteúdos que vão subsidiar essa vivência. Imagine um adulto 
doente ou em risco de adoecer na sua frente. O que fazer? Como começar?
É preciso implementar um plano de cuidados de qualidade e individualizado a ele. Mas como fazer 
isso? Antes de tudo é preciso entender como planejar, e a principal ferramenta disponível ao enfermeiro 
para esse fim é o PE. Entender suas diferentes fases, desde a investigação até a avaliação, é requisito 
básico para um cuidado de qualidade.
10
Além de compreender a ferramenta, é necessário entender o outro e participar do processo de 
enfrentamento do estresse causado pela doença. São muitas as mudanças na forma de ver as situações 
cotidianas e enfrentá-las. Altera-se a QV e muitas vezes a forma de viver. Assim são levantados conceitos 
básicos para a compreensão dos aspectos psicossociais envolvidos no adoecimento do adulto e nas 
respostas de sua família.
São muitos os procedimentos de enfermagem disponíveis para proporcionar uma assistência de 
qualidade. Eles existem para que as necessidades humanas básicas sejam supridas diante da incapacidade 
do adulto de atender suas próprias demandas. Assim, diante da pessoa doente, será possível selecionar 
e praticar técnicas básicas de enfermagem para o atendimento às necessidades básicas do indivíduo.
Após conhecer as ferramentas para o trabalho do enfermeiro, os aspectos psicossociais envolvidos 
na situação de doença ou no risco dela e os procedimentos de enfermagem para suprir as necessidades 
básicas do adulto, será o momento de saber mais sobre as doenças que o acometem. Você conhecerá 
a epidemiologia, a fisiopatologia, os sinais e sintomas, as medicações necessárias e aplicará o PE nas 
principais doenças que acometem cada sistema orgânico do adulto.
Enfim, munido de todo esse conteúdo, você será capaz de avaliar e planejar uma assistência de 
enfermagem de qualidade para o adulto nas fases de promoção, recuperação e reabilitação da saúde.
11
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
Unidade I
1 CONCEITOS E INSTRUMENTOS PARA O CUIDAR
1.1 Marco histórico do cuidar e desenvolvimento da profissão de 
enfermagem
Desde os primórdios da humanidade, o cuidado faz parte da vida do ser humano, com o intuito 
de resgatar, manter ou aprimorar as necessidades humanas básicas. Nessa perspectiva, destacamos o 
cuidar como a essência da profissão de enfermagem, sendo a base do ensino e da prática profissional 
(SOARES; ZEITOUNE, 2012).
Não há ser humano sem cuidado, o qual engloba todo o ciclo de vida do indivíduo, desde o nascimento 
até a morte. Podemos enfatizar que a Enfermagem, enquanto ciência, nasceu das necessidades humanas 
em relação aos cuidados de saúde (SOARES; ZEITOUNE, 2012).
De modo conceitual, o verbo cuidar apresenta alguns significados, tais como: “reparar, atentar 
para, prestar atenção em, preocupar-se com, responsabilizar-se por, tratar da saúde e do bem-estar” 
(CUIDAR, 2009). Tal palavra nos transmite a responsabilidade do ato, sugere atitude, conhecimento e 
relacionamento interpessoal.
A história do cuidar e a evolução da profissão de enfermagem estão relacionadas com fatos históricos. 
Inicialmente o cuidado era oferecido de forma instintiva e pelas mulheres, o que, em um primeiro 
estágio da civilização, garantiu ao homem a sobrevivência.
No período pré-cristão, as doenças eram consideradas resultado de um poder negativo ou do 
demônio e eram tidas como um castigo de Deus. Portanto, os sacerdotes ou feiticeiras exerciam as 
funções de médicos e enfermeiros – o objetivo era afastar os maus espíritos por meio de sacrifícios. 
Com o passar dos anos, os sacerdotes adquiriram conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a 
ensinar pessoas, delegando-lhes as funções dos profissionais de saúde (COREN-PE, 2012).
O período do cristianismo foi marcado por uma grande revolução social: os cristãos praticavam 
caridade; desde o início do cristianismo, os pobres e enfermos receberam cuidados especiais da Igreja. 
A assistência foi modificada: os doentes eram recolhidos e tratados em casas particulares chamadas 
diaconias ou em hospitais organizados para assistência a todo tipo de necessitado (COREN-PE, 2012).
A seguir apresentamos no quadro os principais acontecimentos relacionados com o desenvolvimento 
das práticas de saúde durante os períodos históricos.
12
Unidade I
Quadro 1 – Apresentação da subdivisão dos períodos 
relacionados com a mudança das práticas de saúde
Refere-se à prática do cuidar nos grupos nômades primitivos. As concepções eram evolucionista e 
teológica. As práticas de saúde eram exercidas no primeiro estágio da civilização. As ações garantiam 
ao homem a manutenção da sua sobrevivência. Associadas ao trabalho feminino.
As práticas de saúdeinstintivas
Há relação mística entre as práticas religiosas e as práticas de saúde primitivas desenvolvidas pelos 
sacerdotes nos templos. Corresponde à fase de empirismo. Conceitos primitivos de saúde eram ensinados. 
Mais tarde desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte de curar. O ensino era vinculado à 
orientação da filosofia e das artes. Os estudantes viviam em estreita ligação com seus mestres. 
As práticas de saúde 
mágico-sacerdotais
Inicia-se no século V a.C. e vai até os primeiros séculos da Era Cristã. Há evolução das práticas de 
saúde devido ao surgimento da Filosofia e ao progresso da ciência. A prática de saúde baseia-se na 
experiência, no conhecimento da natureza, no raciocínio lógico, desencadeando uma relação de 
causa e efeito para as doenças. Observam-se fenômenos. Hipócrates propôs uma nova concepção de 
saúde dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais. 
As práticas de saúde 
no alvorecer da 
ciência
Compreende do século V ao XIII. Refere-se ao período medieval. A Enfermagem destaca-se como 
prática leiga, exercida por religiosos. Há influência dos fatores socioeconômicos e políticos da época 
histórica e da sociedade feudal nas práticas de saúde.
As práticas de saúde 
monástico-medievais
Compreende do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada da ciência, o progresso social 
intelectual e a evolução das universidades não constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. 
Esta permanece empírica e desarticulada. O hospital apresenta-se negligenciado e insalubre. Esta 
fase significou uma grave crise para a Enfermagem. Apenas no limiar da revolução capitalista é que 
alguns movimentos reformadores com iniciativas religiosas e sociais tentam melhorar as condições 
dos serviços dos hospitais.
As práticas de saúde 
pós-monásticas
Há o surgimento da Enfermagem como prática profissional institucionalizada. Inicia-se com a 
revolução capitalista no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na 
Inglaterra (século XIX).
As práticas de saúde 
no mundo moderno
Adaptado de: Coren-PE (2012).
A Medicina progride, porém o hospital permanece insalubre e sob péssimas condições, há 
predominância de doenças infectocontagiosas e faltam pessoas preparadas e qualificadas para cuidar 
dos doentes. Mas a história da Enfermagem estava prestes a ser modificada devido às ideias de Florence 
Nightingale, a precursora da Enfermagem moderna.
Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem moderna em todo o mundo, pois são diversos 
os saberes e práticas de Enfermagem relacionados com a sua contribuição.
Podemos ressaltar sua teoria a partir de bases científicas e por meio da observação de sua passagem 
nos locais onde se executava o cuidado de forma leiga. Florence focava os cuidados prestados por meio 
dos conceitos religiosos de caridade, amor ao próximo, doação, humildade e também pelos preceitos 
de valorização do ambiente adequado para a assistência, divisão social do trabalho em Enfermagem e 
autoridade sobre o cuidado a ser prestado (PADILHA; MANCIA, 2005).
Foi voluntária durante a Guerra da Crimeia em 1854, acompanhada por 38 mulheres, irmãs 
anglicanas e católicas. Florence organizou um hospital contendo 4 mil soldados internos, baixando 
a mortalidade local de 40% para 2%. Com o prêmio recebido do governo inglês por esse trabalho, 
fundou a primeira escola de Enfermagem no Hospital St. Thomas, em Londres, em 24 de junho de 
1860 (PADILHA; MANCIA, 2005).
13
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
Florence Nightingale apresentava uma importante habilidade em dissecar problemas e preparar 
documentação sobre eles. Dessa forma, marcou o início de sua influência nas reformas da administração 
médica militar. Ela elaborou, após a guerra, um grande plano de reformas, estudado e implementado por 
uma Comissão Real de Saúde do Exército (KRUSE, 2006).
Esse sistema, inicialmente, torna-se eficiente para a preservação e recuperação do soldado. Mais 
tarde, torna-se também necessário para cuidar dos corpos dos trabalhadores. Até que seus métodos 
chegam aos hospitais de Londres e Paris, onde são implementados para garantir a melhoria das condições 
de saúde da população (KRUSE, 2006).
A escola de Enfermagem fundada por Florence no Hospital Saint Thomas passou a servir de 
modelo para as demais escolas fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era 
uma das características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das 
candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos 
(KRUSE, 2006).
 Saiba mais
O artigo a seguir irá propiciar inter-relação com o conteúdo apresentado:
FRELLO, A. T.; CARRARO, T. E. Contribuições de Florence Nightingale: 
uma revisão integrativa da literatura. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, 
v. 17, n. 3, p. 573-579, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3PmDP4e. Acesso 
em: 27 jun. 2017.
Com a atuação de Florence, o cuidado deixa de ser um ato empírico e ganha especificidade 
no conjunto da divisão do trabalho social, sendo reconhecido como um campo de atividades 
especializadas, necessárias e úteis para a sociedade e que, para o seu exercício, requer formação 
especial e produção de conhecimentos que fundamentem o agir profissional. Dessa forma, surge 
a profissão de enfermagem, devendo ser exercida por profissionais qualificados e especializados, 
dentro dos preceitos éticos e com conhecimento técnico-científico para a realização do cuidar 
(PIRES, 2009).
1.2 Qualidade de vida (QV) e saúde
A assistência de enfermagem ao ser humano é oferecida por meio de um processo do cuidar, em 
que o enfermeiro utiliza um conjunto de conhecimentos que possibilita a busca de resolutividade às 
questões dos fenômenos de saúde relacionados ao indivíduo por meio de interação terapêutica entre 
enfermeiro e paciente (BALDUINO; MANTOVANI; LACERDA, 2009).
Tais atividades referentes à profissão de enfermagem são desenvolvidas para e com o paciente, 
ancoradas no conhecimento científico, na habilidade, na intuição, no pensamento crítico e na 
14
Unidade I
criatividade e acompanhadas de comportamentos e atitudes de cuidar/cuidado para promover, manter 
e/ou recuperar a totalidade e a dignidade humana, com base em preceitos éticos e com o objetivo de 
melhorar a QV da pessoa (BALDUINO; MANTOVANI; LACERDA, 2009).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta a importância da QV, pois ter saúde significa não 
apenas viver sem doença, mas viver com qualidade, com direito à saúde, ao lazer, ao trabalho e à 
moradia. A saúde de todos torna-se uma condição fundamental para alcançar paz e segurança, sendo 
dependente da cooperação entre indivíduos e Estados (OMS, 2014).
A OMS define a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente 
a ausência de doença ou de enfermidade (OMS, 2014). Assim podemos enfatizar a importância e relação 
da saúde com a QV.
A expressão qualidade de vida abrange diversos significados, sendo uma noção eminentemente 
humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e 
ambiental e à própria estética existencial. Tais significados refletem valores individuais, conhecimentos, 
experiências, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural (MINAYO; 
HARTZ; BUSS, 2000).
A QV foi definida pela OMS como: “a percepção individual de sua posição na vida no contexto 
cultural e do sistema de valor que o indivíduo vivencia em relação às suas metas, expectativas, padrões 
e preocupações” (WHO, 1995).
Trata-se de um conceito abrangente, que incorpora de forma complexa a saúde física, o estado 
psicológico, o nível de independência, as relações sociais, as crenças pessoais e suas relações com as 
características mais salientes do ambiente (WHO, 1995).
Esta definição foi elaborada em um estudo para o desenvolvimento de um instrumento que avalie 
a QV do ser humano. Tal estudo destacaque a visão da QV é subjetiva e inclui aspectos positivos e 
negativos da vida, sendo esta multidimensional (WHO, 1995).
Referente à saúde, o interesse pelo conceito de QV é relativamente recente e decorre, em 
parte, dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas do setor nas últimas 
décadas. Diversos estudos evidenciam a relação de aspectos econômicos, socioculturais, experiência 
pessoal e estilo de vida com o processo saúde-doença e o impacto destes na QV do indivíduo. 
Portanto, tornam-se importantes o entendimento dos determinantes e condicionantes ao processo 
saúde-doença e a visão de que tal processo ocorre de modo multifatorial e com complexidade 
(SEIDL; ZANNON, 2004).
Nos últimos anos, a medição da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) tem sido grande objeto 
de pesquisas. Refere-se aos vários aspectos da vida de uma pessoa afetados por mudanças no seu estado 
de saúde, porém trata-se de uma medida subjetiva, estimada a partir da valorização que o paciente faz de 
diferentes aspectos de sua vida e de sua saúde (SANTOS et al., 2011; LIMA; PORTELA, 2010).
15
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
Diversos instrumentos para medir a QV relacionada à saúde surgiram, sendo objeto de interesse 
dos profissionais da área para o acompanhamento de intervenções e seus respectivos resultados 
(SANTOS et al., 2011; LIMA; PORTELA, 2010). Podem ser:
• Genéricos: destinam-se à avaliação geral dos aspectos de vida e de saúde dos indivíduos doentes 
ou não. Por exemplo: o World Health Organization quality of life (WHOQOL).
• Específicos: avaliam as particularidades de uma doença ou agravo quantificando o impacto do 
tratamento e os ganhos de saúde obtidos. Por exemplo: HIV-Aids quality of life test (HATQOL) 
(LANDEIRO et al., 2011).
Landeiro et al. (2011), em uma revisão sistemática, identificaram diversos estudos abordando o 
tema QVRS e a aplicação desses questionários para a avaliação do indivíduo.
As dificuldades relativas à avaliação da QV talvez limitem a sua inclusão na prática clínica, em 
grande parte devido à ausência de informação das equipes de saúde sobre as diferentes possibilidades 
hoje existentes para investigação da QV (SEIDL; ZANNON, 2004). Além disso, a QV é atribuída por um 
significado pessoal e de forma subjetiva, o que dificulta sua avaliação e utilização (PEREIRA; TEIXEIRA; 
SANTOS, 2012).
Um desafio para a coleta de dados e para a avaliação da QV refere-se ao desenvolvimento de um 
método de coleta e análise das informações, de modo a direcionar e melhorar a tomada de decisão. 
Estudos indicam que os profissionais ainda têm resistido a incluir a avaliação da QV dos pacientes em 
sua rotina de atendimento clínico (MORRIS; PEREZ; MCNOE, 1988).
Contudo, outros estudos evidenciam a importância e relevância da abordagem da QV relacionada à 
saúde (PEREIRA; TEIXEIRA; SANTOS, 2012).
Cabe ao enfermeiro, durante a assistência e a elaboração da Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE), individualizar as intervenções de enfermagem, considerar a importância da QV para 
o cotidiano do paciente e o seu impacto nos resultados apresentados.
1.3 Enfrentamento em situações de estresse e coping
Conforme descrito anteriormente, a QV torna-se um fator importante para que o ser humano 
vivencie todos os momentos de sua vida, mas sabemos que a vida apresenta situações que mobilizam 
a pessoa do ponto de vista emocional, principalmente pela presença de uma situação como a doença 
(BRITTO; CARVALHO, 2003).
Nesse caso, diz-se que a avaliação daquela situação a qualifica como estressora ou não. 
Dependendo da maneira como se lida com a situação estressora, pode-se ter como consequência 
o aparecimento de problemas de saúde ou a piora de um problema de saúde já instalado (BRITTO; 
CARVALHO, 2003).
16
Unidade I
Observa-se na área da saúde em geral a existência de inúmeras doenças crônicas que exigem 
tratamentos contínuos, ocasionando desequilíbrio físico e mental, aumentando o sofrimento e 
estresse do paciente, que já enfrenta inúmeras dificuldades e insatisfações na convivência com uma 
doença crônica. Nesse contexto, surge a necessidade de buscar um entendimento complementar 
e mais profundo do melhor manejo do desequilíbrio físico e mental, procurando entender a forma 
como o paciente enfrenta os problemas e dificuldades resultantes da doença e convive com eles 
(SILVA; MÜLLER, 2007).
A possibilidade da compreensão mais ampla do ser que adoece pode surgir de um esgotamento 
dos tratamentos tradicionais ou de uma consciência mais abrangente dos profissionais de saúde. 
Assim, a pessoa pode passar a ser vista não só como um corpo físico, mas também constituída de 
outras dimensões, como a psíquica, a social, a econômica e a cultural, as quais estão interconectadas e 
podem igualmente afetar o equilíbrio do estado de saúde e doença. Dessa forma, torna-se importante 
o profissional de saúde reconhecer um estado de esgotamento mental do paciente e situações que 
direcionam a um estado de estresse (SILVA; MÜLLER, 2007).
Atualmente o termo estresse é bastante conhecido e utilizado, sendo na maior parte das vezes 
empregado com um sentido negativo, pois é o causador ou a consequência de vários problemas para 
as pessoas. No entanto, originalmente o conceito de estresse contém um sentido positivo e negativo. 
Observa-se que o estresse é um dos principais fatores que contribuem para a baixa QV da sociedade. Por 
isso tem sido dedicada atenção especial para esse tópico tanto em programas de tratamento quanto de 
prevenção em saúde (SILVA; MÜLLER, 2007).
Em busca da conquista de QV, o ser humano depara-se com inúmeras condições que se tornam 
obstáculos, como as situações que causam estresse. Assim torna-se importante conceituar o 
termo estresse.
Hans Selye, em sua pesquisa, descreveu as dimensões biológicas relacionadas ao estresse; foi o 
primeiro estudioso a conceituar o estresse com foco nessa dimensão. Selye, em 1950, falou a respeito 
de um padrão de reação básico relacionado a uma situação estressora – independentemente do agente 
utilizado para produzir estresse, há uma resposta. Portanto o autor o conceitua como resposta à síndrome 
geral de adaptação (SGA).
A SGA é caracterizada por diversas alterações, sendo um conjunto de respostas não específicas. 
Tais respostas são apresentadas por dilatação do córtex da suprarrenal, atrofia dos órgãos 
linfáticos e úlceras gastrointestinais, além de perda de peso e outras alterações (FILGUEIRAS; 
HIPPERT, 1999; SELYE, 1950).
No sentido biológico, o estresse é a interação entre danos e defesa, assim como na tensão física 
ou em uma situação de pressão representa a interação entre uma força e a resistência oferecida 
a ela. Dessa forma a adaptabilidade e a resistência ao estresse são pré-requisitos fundamentais 
para a vida, e todos os órgãos e funções vitais participam desse evento (FILGUEIRAS; HIPPERT, 
1999; SELYE, 1950).
17
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
A SGA é um conjunto de respostas não específicas a uma lesão e desenvolve-se em três fases, 
conforme apresentado na figura seguir.
Fase do 
alarme
Fase da 
exaustão
Fase da 
resistência
Figura 1 – Apresentação das fases da SGA
A fase de alarme caracteriza-se por manifestações agudas. Em seguida vem a fase de resistência, 
em que há o desaparecimento das manifestações agudas, representado por esforços defensivos ativos 
por parte do sistema fisiológico a fim de restabelecer a homeostase. Por fim há a fase de exaustão, 
em que ocorre o retorno das reações da primeira fase, podendo ocasionar o colapso do organismo e o 
aparecimento de diversas enfermidades.
O estresse pode ser encontrado em qualquer uma das fases, embora suas manifestações sejam 
diferentes ao longo do tempo. É importante ressaltar que não é necessário que as três fases se 
desenvolvam para haver o registro da síndrome, uma vez que somente o estresse mais grave leva à fase 
de exaustão e à morte (FILGUEIRAS; HIPPERT, 1999; SELYE,1950).
Nesse contexto, o estresse é definido como o resultado não específico de qualquer demanda 
sobre o corpo, seja de efeito mental ou somático, ou seja, como um conjunto de reações que o 
organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação (SELYE, 1950; 
CHAMON; SANTOS; CHAMON, 2008).
 Observação
Diversos agentes podem atuar como estressores, produzindo ações 
específicas e afetando os órgãos-alvo por meio de uma variedade de maneiras.
O estresse atua somente através da adaptação por meio de um ciclo composto por causa, defesa e 
danos (SELYE, 1950).
Para Selye (1950), o estresse ocorre quando não existe a homeostase, o equilíbrio do organismo. Ele 
sugere utilizar alguns conceitos, conforme apresentado no quadro a seguir:
18
Unidade I
Quadro 2 – Apresentação dos conceitos relacionados ao estresse
Definição Conceito
Processo psicofisiológico em que o organismo se encontra Estresse
Identificar o comportamento manifestado pelo organismo Reação de Estresse
As causas desencadeantes da excitação do organismo, O evento 
gerador de um estado forte de tensão Estressor
Adaptado de: Selye (1950).
Qualquer situação que cause o estresse acarreta perigo à vida, a menos que a resposta do indivíduo 
seja adequada e adaptativa (FILGUEIRAS; HIPPERT, 1999; SELYE, 1950).
Conforme o conteúdo apresentado, torna-se fundamental para o indivíduo possuir meios de 
administrar e enfrentar de forma positiva as situações estressantes.
Exemplo de aplicação
Ideal seria evitarmos todas as situações estressantes da vida, porém não conseguimos controlar 
diversos fatores e eles ocorrem independentemente de nossa vontade.
Reflita como o enfermeiro poderá intervir em uma situação estressante para o paciente.
Assim o ser humano possui habilidades para o enfrentamento das situações de estresse. As habilidades 
desenvolvidas para o domínio das situações de estresse e adaptação são formas de enfrentamento 
denominadas coping.
O coping é definido como o conjunto de estratégias cognitivas e comportamentais utilizadas para 
avaliar e gerenciar as exigências internas e/ou externas, determinadas por fatores pessoais, exigências 
situacionais e recursos disponíveis. Portanto, o coping está associado ao ajustamento social e à saúde 
(LISBOA et al., 2002; KRISTENSEN; SCHAEFER; BUSNELLO, 2010; CHAMON; SANTOS; CHAMON, 2008; 
FOLKMAN et al., 1986).
O termo coping não tem sido traduzido para o português, pois não existem palavras equivalentes 
para definir esse conceito. A tradução utilizada – enfrentamento – implica uma ação direcionada 
a algum alvo (LISBOA et al., 2002). Existem várias concepções teóricas a respeito de coping.
As estratégias de coping possuem o objetivo de oferecer meios para o indivíduo lidar com a 
situação de estresse vivenciada. Caracterizam-se por ações deliberadas, conscientes, que podem ser 
aprendidas, usadas e descartadas (LISBOA et al., 2002; KRISTENSEN et al., 2010; CHAMON; SANTOS; 
CHAMON, 2008).
19
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
As estratégias de coping têm sido vinculadas a fatores situacionais e refletem ações, comportamentos 
ou pensamentos usados para lidar com um estressor, podendo ser modificadas de acordo com o momento 
e durante os estágios de uma situação estressante, sendo classificadas em dois tipos, dependendo de sua 
função (FOLKMAN et al., 1986; ANTONIAZZI; DELL´AGLIO; BANDEIRA, 1988):
• Coping focalizado na emoção.
• Coping focalizado no problema.
O coping focalizado na emoção é caracterizado como um esforço para regular o estado emocional 
associado ao estresse ou o resultado de eventos estressantes. Esses esforços de coping são dirigidos a 
um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo por objetivo alterar o estado emocional do 
indivíduo. Como exemplo, podemos citar o ato de fumar um cigarro, tomar um tranquilizante, assistir 
a uma comédia na TV, sair para correr – todos são estratégias dirigidas a um nível somático de tensão 
emocional. A função dessas estratégias é reduzir a sensação física desagradável de um estado de estresse 
(FOLKMAN et al., 1986; ANTONIAZZI; DELL’AGLIO; BANDEIRA, 1988).
O coping focalizado no problema apresenta a característica de alterar o problema existente em relação à 
pessoa e ao ambiente que está causando a situação de estresse. Constitui-se em um esforço para atuar 
na situação que deu origem ao estresse, tentando mudá-la. Tal ação de coping pode ser direcionada 
interna ou externamente. Quando o coping focalizado no problema é dirigido para uma fonte externa 
de estresse, incluem-se estratégias tais como negociar para resolver um conflito interpessoal ou solicitar 
ajuda prática de outras pessoas. O coping focalizado no problema e dirigido internamente geralmente 
inclui reestruturação cognitiva, como, por exemplo, a redefinição do elemento estressor (ANTONIAZZI; 
DELL’AGLIO; BANDEIRA, 1988).
Portanto, o coping caracteriza-se por um processo de interação entre indivíduo e ambiente. Sua 
função é reduzir, minimizar ou tolerar a situação estressora, mais que controlá-la ou dominá-la.
Nesse contexto, torna-se importante citar o conceito de coping religioso e espiritual (CRE): 
quando as pessoas se voltam para a religião para lidar com o estresse, ocorre o coping religioso. 
São diversos os objetivos do CRE, entre eles, a busca de significado, controle, conforto espiritual, 
intimidade com Deus e com outros membros da sociedade e transformação de vida (PANZINI; 
BANDEIRA, 2007).
O CRE pode estar associado a estratégias orientadas tanto para o problema quanto para a 
emoção, bem como à liberação de sentimentos negativos relacionados ao estresse, podendo, então, 
apresentar caráter não adaptativo, refletindo sobre os resultados. Tais estratégias de CRE podem 
ser classificadas em positivas e negativas, conforme apresentado no quadro a seguir (PANZINI; 
BANDEIRA, 2007):
20
Unidade I
Quadro 3 – Apresentação das estratégias de CRE positivas e negativas
Estratégias de CRE negativas Estratégias de CRE positivas
Questionar a existência, o amor ou os atos de Deus Procurar amor e proteção de Deus
Delegar a Deus a resolução dos problemas Conforto na literatura religiosa
Sentir insatisfação/descontentamento em relação 
a Deus ou a frequentadores Buscar perdoar e ser perdoado
Redefinir o estressor como punição divina Orar pelo seu bem-estar e o dos outros
Redefinir o estressor como forças do mal Resolver problemas em colaboração com Deus
Redefinir o estressor como benéfico
Adaptado de: Panzini; Bandeira (2007).
É importante ressaltar que as estratégias de coping variam segundo o problema enfrentado. 
Atualmente, diversos estudos descrevem a relação do coping/paciente/família/doença com o 
objetivo de entender as formas de enfrentamento aplicadas a determinadas situações e direcionar os 
profissionais de saúde a conhecerem tais enfrentamentos para apoiar e auxiliar a família e o paciente 
durante esse processo.
Um estudo realizado por Gonçalves et al. (2016) objetivou identificar e descrever as estratégias 
de enfrentamento utilizadas por doentes, cuidadores e profissionais de saúde no campo das 
doenças crônicas.
Os pacientes entrevistados demonstraram principalmente o enfrentamento focado na resolução 
de problemas, que consiste em seguir o tratamento e ter pensamento positivo em relação à doença 
(GONÇALVES et al., 2016).
No caso dos cuidadores, eles demonstraram a busca de alternativas e planos com a finalidade de 
resolver o problema de uma forma efetiva e que beneficie os pacientes. Eles possivelmente se sentem 
na obrigação de enfrentar a situação de maneira positiva para que o paciente sinta e encare a doença 
da forma mais natural possível, uma vez que ele, enquanto cuidador, também precisa se adaptar à nova 
situação de vida e ao ambiente que fará parte de sua rotina diária (GONÇALVES et al., 2016).
A busca pela religiosidade também foi outra estratégia de enfrentamento utilizada por 
pacientes e cuidadores em face do adoecimento, visando ao enfrentamentodo cotidiano, assim 
como à compreensão e aceitação da doença, ou ainda à esquiva e/ou negação da enfermidade 
(GONÇALVES et al., 2016).
Contudo é valido citar que o CRE é um conceito importante e atual, constituindo uma variável para 
a investigação das relações entre religião/espiritualidade e saúde, o que poderia possibilitar o estudo de 
estratégias positivas e negativas aplicadas pelo paciente, que parecem importantes para explicar, dirimir 
e solucionar as ambiguidades encontradas nessa relação (PANZINI; BANDEIRA, 2007).
21
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
 Observação
A Enfermagem deve entender o método de CRE utilizado pelo paciente, 
mas não deve impor religiosidade/espiritualidade ao paciente.
Outra questão controversa na literatura em relação ao coping diz respeito à eficácia das estratégias 
empregadas pelos indivíduos durante os episódios de coping.
Muitas destas estratégias poderiam afetar os resultados relacionados à assistência de saúde ao 
paciente. Portanto, torna-se importante o profissional de saúde conhecer, entender e refletir sobre a 
relação paciente/família e coping, sendo este religioso/espiritual ou não, visando a uma assistência 
integral ao paciente e sua família (CHAVES et al., 2000).
Estudos tentam evidenciar como a forma de coping poderia interferir no processo saúde-doença, 
podendo este enfrentamento predispor ou desencadear doenças e interferir em sua evolução. Se os 
mecanismos de coping, sejam eles com foco no problema ou na emoção, forem ineficazes em prevenir 
as situações estressoras ou em resolver problemas decorrentes destas, poderá ocorrer exacerbação das 
respostas de estresse sobre os processos biológicos e metabólicos do organismo, levando a desordens 
psicológicas e somáticas (CHAVES et al., 2000).
Torna-se importante para o enfermeiro, além de exercer a função de educador em saúde e prestar a 
assistência de enfermagem especializada e individualizada com base nas necessidades reais do paciente 
e de sua família, propor-lhes formas e direções baseando-se em intervenções condizentes com a 
estratégia de coping identificada, com o objetivo de uma assistência qualificada na redução/resolução 
do fator estressante (CHAVES et al., 2000).
Portanto, cabe ao enfermeiro por meio do PE contribuir com toda essa situação de enfrentamento, 
incentivando e estimulando a verbalização das emoções dos pacientes e de sua família, 
compreendendo-as como tentativa de adaptação (CHAVES et al., 2000).
2 PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE)
2.1 História do processo de enfermagem (PE) no Brasil
Primeiramente, antes de abordarmos o PE, torna-se importante relacionar e discutir questões inerentes 
ao desenvolvimento da enfermagem como profissão voltada ao conhecimento técnico-científico e, 
dessa forma, apresentar o envolvimento das teorias de enfermagem com a elaboração do PE.
Há mais de 50 anos, os enfermeiros se preocupam com as questões relativas ao desenvolvimento do 
conhecimento na área específica da enfermagem. Nos últimos anos, visualizamos uma transformação. 
Inicialmente, o desenvolvimento do conhecimento na enfermagem era silencioso e abrangia um modelo 
biomédico para o cuidar, porém, com o passar dos anos, muitos modelos para a transformação do 
22
Unidade I
conhecimento relativo à enfermagem foram utilizados, abrangendo estudos nas áreas de educação, 
administração, psicologia, sociologia, antropologia, entre outras, sendo estes saberes necessários ao 
desenvolvimento da profissão de enfermagem (CIANCIARULLO et al., 2012).
Atualmente a enfermagem busca desenvolver e aprimorar conhecimentos específicos com articulação 
às demais áreas do conhecimento e ao trabalho multidisciplinar. Teorias, modelos, estudos vêm sendo 
divulgados nos cenários acadêmicos e assistenciais com o objetivo do desenvolvimento da profissão 
de enfermagem. Portanto, a construção do conhecimento reflete o amadurecimento dos profissionais 
e consequentemente o desenvolvimento de estratégias para o aprimoramento técnico-científico. 
O conhecimento também se desenvolve quando há busca de soluções para os problemas. Assim, os 
enfermeiros acostumados a pensar em solucionar seus problemas em relação aos processos cuidativos 
relacionados aos pacientes, famílias e comunidades contribuem com boas práticas assistenciais e 
transformação positiva da profissão de enfermagem (CIANCIARULLO et al., 2012).
Até a década de 1950, pouco se utilizava o termo ciência de enfermagem, porém, em contrapartida, 
a premissa do empirismo nas práticas do cuidado de enfermagem estava sendo contestada. Os 
profissionais, impulsionados pelo positivismo, pela lógica do sistema capitalista e pelo avanço da ciência 
buscaram a valorização da enfermagem, ao iniciar a construção de um conhecimento próprio, por meio 
de elaborações teóricas (KLETEMBERG et al., 2010).
Atualmente, as teorias de enfermagem vêm sendo cada vez mais implementadas na prática. Tal 
situação ocorre devido às mudanças nos comportamentos dos enfermeiros que assistem o paciente 
focando um ser holístico, considerando a esfera biológica, social, psíquica e espiritual, dessa forma 
resultando na melhora da qualidade da assistência (TANNURE; PINHEIRO, 2011).
A utilização das teorias de enfermagem na prática assistencial oferece estrutura e organização 
ao conhecimento de enfermagem, proporciona um meio sistemático de coletar dados para descrever, 
explicar e prever a prática, a promove de forma racional e sistemática, a torna direcionada para metas e 
resultados, determinando a finalidade da prática de enfermagem e oferecendo ao paciente um cuidado 
sistematizado, organizado, individualizado e menos fragmentado (TANNURE; PINHEIRO, 2011).
Contudo, as teorias devem direcionar as ações dos enfermeiros, de modo que se possa responsabilizá-los 
pelos cuidados a serem prestados aos pacientes, não mais executados de maneira empírica (TANNURE; 
PINHEIRO, 2011).
Foram elaboradas para explicitar a complexidade e multiplicidade dos fenômenos presentes no 
campo da saúde e, também, para servir como referencial teórico/metodológico/prático aos enfermeiros 
que se dedicam à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de investigações e à assistência 
no âmbito da profissão (SCHAURICH; CROSSETTI, 2010).
Uma teoria de enfermagem pode ser definida como um conjunto de afirmações sistemáticas relacionadas 
com questões importantes de uma disciplina, comunicadas de modo coerente. É composta por conceitos 
que se relacionam entre si, ou seja, explicam determinado fenômeno para uma disciplina a partir de 
conceitos relacionados, declarações e proposições que possam ser testadas (TANNURE; PINHEIRO, 2011).
23
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
As teorias de enfermagem possuem três componentes, conforme apresentado na figura a seguir 
(TANNURE; PINHEIRO, 2011):
Contexto Conteúdo Processo
Ambiente em que 
ocorre a assistência de 
enfermagem
O assunto da teoria Método pelo qual a enfermagem atua
Figura 2 – Apresentação dos componentes das teorias de enfermagem
As teorias contêm os metaparadigmas de enfermagem, que são elementos fundamentais que 
representam o conteúdo nuclear dessa disciplina, ilustram qual o público receptor dos cuidados de 
enfermagem, qual a finalidade da assistência de enfermagem, em qual ambiente essa assistência é 
prestada e como ela deve ser executada, conforme apresentado no quadro a seguir:
Quadro 4 – Apresentação dos metaparadigmas de enfermagem
Enfermagem Ambiente Saúde Pessoa
Ciência do cuidado 
executado por meio de uma 
metodologia assistencial
Entorno imediato em que 
se encontra a pessoa que 
recebe a assistência
Finalidade da 
assistência de 
enfermagem
Aquele que recebe 
o cuidado
Adaptado de: Tannure; Pinheiro (2011).
A teoria funciona como um alicerce estrutural para a implantação do PE, pois, para sistematizar a 
assistência de enfermagem, torna-se necessário um marco conceitual que fundamente a organização 
que o serviço objetiva alcançar. Ao escolher uma teoriapara fundamentar sua prática, o enfermeiro 
deve conhecer a realidade do setor em que trabalha, o perfil dos enfermeiros que trabalham na unidade 
e o perfil dos pacientes atendidos, pois toda essa caracterização deve estar de acordo com a teoria 
escolhida (TANNURE; PINHEIRO, 2011).
Portanto, conforme apresentado, uma teoria de enfermagem é implementada na prática por meio 
de um método científico denominado PE.
Após a escolha da teoria, torna-se necessário a utilização de um método científico para que haja 
implementação na prática dos conceitos da teoria. Assim, o PE é uma ferramenta baseada em uma 
ampla estrutura científica, sendo um método de solução de problemas do paciente, destacando-se 
pela necessidade de investigação contínua dos fatores de risco e de bem-estar, mesmo quando não 
houver problemas.
De modo histórico, a ideia do PE não é nova na profissão do enfermeiro. Seu surgimento inicia-se no 
período da Enfermagem moderna, quando Florence Nightingale enfatizou que os enfermeiros deveriam ser 
ensinados a fazer observações e julgamentos. O termo PE não existia na época, mas a recomendação de 
Nightingale expressa o conceito que hoje se tem acerca dessa ferramenta de trabalho (BARROS et al., 2015).
24
Unidade I
A organização do cuidado foi descrita inicialmente a partir de 1929 por meio de estudos de caso. 
Em seguida, em torno de 1945, os estudos de caso foram substituídos por planos de cuidados, sendo 
que esses relatórios de enfermagem caracterizaram as primeiras abordagens acerca do PE atual. Porém 
tais planos, que tinham como objetivo melhorar a comunicação da equipe de enfermagem em relação 
aos cuidados oferecidos aos pacientes, foram praticamente abandonados por volta de 1960 (TANNURE; 
PINHEIRO, 2011).
Torna-se importante ressaltar que apenas em 1955 houve a regulamentação do exercício profissional 
da enfermagem no Brasil por meio da Lei nº 2.604/55. Além de regular o exercício da enfermagem 
profissional, a lei descreve sobre as atribuições dos profissionais da enfermagem, discorrendo sobre seis 
categorizações existentes na época: enfermeiro, auxiliar de enfermagem, obstetriz, parteira, parteira 
prática, enfermeiro prático ou prático de enfermagem. No entanto, até o momento, não se utilizava a 
metodologia do PE atual.
O termo processo foi mencionado pela primeira vez por Lydia Hall em 1955. Lydia refere-se 
à enfermagem como um processo no qual a enfermeira atuaria com o paciente e para o paciente, 
abordando a questão da qualidade do cuidado. Em 1961 o PE foi descrito como uma proposta para 
melhorar a qualidade do cuidado prestado por meio de um relacionamento dinâmico enfermeiro-paciente 
(CIANCIARULLO et al., 2012).
No Brasil, o PE foi introduzido, na década de 1970, pela professora Wanda de Aguiar Horta, que o 
definiu como a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser 
humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos (HORTA, 1979). 
Na perspectiva de Horta (1979), o ser humano ou pessoa refere-se ao indivíduo, família (ou pessoa 
significante), grupo ou comunidade que necessitam dos cuidados de enfermagem (BARROS et al., 2015).
Em 1971 a publicação do artigo de Wanda Horta sobre o PE coincidiu com o processo de qualificação 
docente imposto pela reforma universitária, provocando na academia o desenvolvimento de metodologias 
pedagógicas para seu ensino e sua validação em hospitais-escola (KLETEMBERG et al., 2010)
A partir dessa data, observou-se a inserção gradativa do PE nos currículos dos cursos de graduação 
em enfermagem, bem como na prática assistencial, e emergiram diversas legislações para basear a 
implementação da assistência. Os estudos de Horta impulsionaram o ensino e a pesquisa da metodologia 
da assistência de enfermagem no Brasil, pois também coincidiram com o surgimento dos primeiros 
cursos de mestrado em enfermagem no País (KLETEMBERG et al., 2010).
Outro acontecimento histórico importante para a evolução da profissão de enfermagem foi a criação 
dos Conselhos Federais e dos Conselhos Regionais de Enfermagem por meio da Lei Federal n° 5.905, de 
12 de julho de 1973, dando aos profissionais do País instrumento adequado para a disciplinação e a 
fiscalização do exercício da enfermagem no Brasil (KURCGANT, 1976).
O PE esteve contextualizado nos caminhos percorridos para a profissionalização da categoria no Brasil nas 
décadas de 1960 e 1970, sob interesses do governo em relação às políticas de saúde, direcionando o mercado 
de trabalho na categoria e o ensino de enfermagem para a área hospitalar. No mesmo período, ocorria a 
25
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
expansão hospitalar e a procura pela valorização profissional, emergindo o planejamento da assistência, 
buscando o embasamento científico no processo de trabalho do enfermeiro (KLETEMBERG et al., 2010).
Com o passar dos anos, devido aos esforços da categoria em validar o seu processo de trabalho, o 
presidente da República aprova a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que “dispõe sobre a regulamentação 
do exercício da enfermagem, e dá outras providências” (BRASIL, 1986). Essa lei regulamentou a prescrição 
de enfermagem e a consulta de enfermagem como atribuições privativas do enfermeiro, estabelecendo 
um limite entre as atividades exercidas pelos profissionais da enfermagem, conforme apresentado no 
quadro a seguir:
Quadro 5 – Apresentação dos art. 1°, 2°, 3° e 4° 
da Lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986
Legislação Artigo
É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional, observadas as 
disposições desta lei. Art. 1°
A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas 
legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição 
na área onde ocorre o exercício.
Art. 2°
Parágrafo único: a enfermagem é exercida privativamente pelo enfermeiro, pelo técnico 
de enfermagem, pelo auxiliar de enfermagem e pela parteira, respeitados os respectivos 
graus de habilitação.
O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem 
planejamento e programação de enfermagem. Art. 3°
A programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de enfermagem. Art. 4°
Adaptado de: Brasil (1986).
Além dos artigos citados anteriormente, a lei reduz as categorias dos profissionais de enfermagem, 
com a extinção dos enfermeiros práticos e parteiras práticas, tendo sido acrescida a categoria de técnico 
de enfermagem, criada em 1966. O atendente de enfermagem não constava oficialmente na lei, mas 
participava das práticas de cuidado de enfermagem. Portanto, foi extinto oficialmente, concedendo-se 
o prazo de dez anos, a partir da data da publicação da lei, para que ele se qualificasse (KLETEMBERG 
et al., 2010).
Assim, as décadas de 1980 e 1990 caracterizaram-se por impulso na metodologia da assistência 
de enfermagem, com a elaboração da taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association 
International (Nanda-I) e da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (Cipe), entre outras. 
Ressaltam-se também os esforços da Associação Brasileira de Enfermagem Nacional (ABEn) para o 
desenvolvimento e a validação da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde 
Coletiva (Cipesc), por tratar-se de uma taxonomia com contribuição brasileira e, portanto, adequada à 
realidade do País (KLETEMBERG et al., 2010).
Anos mais tarde, a partir da Decisão do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) 
DIR/008/1999, homologada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) através da Decisão Cofen 
26
Unidade I
nº 001/2000, de 4 de janeiro de 2000, tornou-se obrigatória a implementação da SAE em todas as 
instituições de saúde, públicas ou privadas, no estado de São Paulo (COREN-SP, 1999).
Em termos de legislação profissional, destaca-se que o termo PE aparece pela primeira vez na 
Resolução Cofen-272/2002, sendo esta resolução revogada pela Resolução Cofen-358/2009.Essa 
legislação dispõe sobre a SAE nas instituições de saúde brasileiras:
• A SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico 
para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de 
enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da 
saúde do indivíduo, família e comunidade (COFEN, 2002).
• A institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades 
da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à 
saúde pelo enfermeiro (COFEN, 2002).
• A implementação da SAE constitui, efetivamente, melhora na qualidade da assistência de 
enfermagem (COFEN, 2002).
Em 2009, o Cofen publicou a Resolução Cofen-358/2009 (COFEN, 2009), que:
Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a 
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou 
privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá 
outras providências.
Os ambientes referidos compreendem as instituições prestadoras de serviços de internação 
hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações 
comunitárias, fábricas, entre outros (COFEN, 2009). Essa legislação considera:
[...] a evolução dos conceitos de Consulta de Enfermagem e de Sistematização 
da Assistência de Enfermagem; considerando que a Sistematização da 
Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao 
método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do 
processo de Enfermagem:
[...] que o processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que 
orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da 
prática profissional;
[...] que a operacionalização e documentação do Processo de Enfermagem 
evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da população, 
aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional (COFEN, 2009).
27
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
De acordo com essa Resolução, o PE:
[...] quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais 
de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, 
corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta 
de Enfermagem. Art. 2º. organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, 
interdependentes e recorrentes (COFEN, 2009).
As informações estão sistematizadas na figura a seguir:
Coleta de dados de 
enfermagem (histórico 
de enfermagem)
Implementação
Avaliação de 
enfermagem
Planejamento de 
enfermagem
Diagnóstico de 
enfermagem
Figura 3 – Apresentação das etapas do PE conforme Resolução Cofen-358/2009
Ainda segundo a Resolução Cofen-358/2009:
I – Coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem) 
– processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio 
de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de 
informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas 
respostas em um dado momento do processo saúde e doença.
II – Diagnóstico de enfermagem – processo de interpretação e agrupamento 
dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de 
decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, 
com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana 
em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a 
base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva 
alcançar os resultados esperados.
III – Planejamento de enfermagem – determinação dos resultados que 
se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão 
realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em 
um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de 
diagnóstico de enfermagem.
28
Unidade I
IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas 
na etapa de planejamento de enfermagem.
V – Avaliação de enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo 
de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade 
humana em um dado momento do processo saúde-doença, para determinar 
se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; 
e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do 
processo de enfermagem (COFEN, 2009, grifo nosso).
Posteriormente, iremos abordar detalhadamente cada etapa do PE. Vale ressaltar que este é um 
instrumento utilizado pelo enfermeiro para sistematizar o processo da assistência com foco em 
qualidade, ética e segurança.
Segundo Barros et al. (2015), o PE pode ser definido como uma ferramenta intelectual de trabalho do 
enfermeiro que norteia o processo de raciocínio clínico e a tomada de decisão diagnóstica, de resultados 
e de intervenções, e a utilização desta ferramenta possibilita a documentação dos dados relacionada às 
etapas do processo. A SAE, por sua vez, organiza o trabalho profissional quanto ao método, ao pessoal 
e aos instrumentos, tornando possível a operacionalização do PE.
O leitor poderá encontrar outras definições em relação ao PE e à SAE a depender do referencial 
teórico utilizado. Portanto, para o presente estudo, utilizaremos as definições descritas anteriormente e 
apresentadas na figura a seguir.
PE
SAE
Ferramenta metodológica que orienta o cuidado profissional 
de enfermagem e a documentação da prática profissional.
Organiza o trabalho profissional quanto a método, pessoal e 
instrumentos, tornando possível a operacionalização do PE.
Figura 4 – Apresentação da definição de PE e SAE
Barros et al. (2015) explicam que, para a definição descrita ser implementada, torna-se importante 
discutir alguns aspectos que norteiam a elaboração do PE:
• O PE serve à atividade intelectual do enfermeiro; portanto, se dá durante e depende da relação 
enfermeiro-pessoa/família/comunidade que está sob seus cuidados.
• O PE não deve ser definido como a própria documentação, pois ele serve à atividade intelectual do 
enfermeiro. A documentação é um aspecto importante, uma exigência legal e ética dos profissionais 
de enfermagem, mas não é o PE em si. Além disso, os dados documentados podem servir para 
avaliar a contribuição específica da enfermagem para a saúde das pessoas, em auditorias internas 
ou mesmo em processos de acreditação, e para direcionar pesquisas.
29
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
• A utilização de uma ferramenta, por si só, não pode garantir a qualidade de um serviço prestado. 
No entanto, a qualidade da assistência poderá ser evidenciada com o uso do PE, mas depende de 
competências intelectuais, interpessoais e técnicas do enfermeiro. O bom uso dessa ferramenta 
confere cientificidade à profissão, favorece visibilidade às ações de enfermagem e ressalta sua 
relevância na sociedade.
O PE tem como propósito, para o cuidado, oferecer uma estrutura na qual as necessidades particulares 
do indivíduo, família, grupos, comunidades possam ser satisfeitas. Para tal fato ocorrer, deve ser aplicado 
conforme algumas propriedades, como demonstra a figura a seguir:
Intencional
Interativo
Baseado em teoria
Flexível
Sistemático
Dinâmico
Figura 5 – Propriedades para execução do PE
O PE torna-se intencional porque é elaborado conforme uma meta a ser alcançada, por meio de fases 
organizadas, o que o torna sistemático, promovendo a qualidade do cuidado e envolvendo mudanças 
contínuas, sendo um processo ininterrupto e dinâmico, baseando-se nas relações recíprocas que se dão 
entre enfermeiro-pessoa, enfermeiro-família, enfermeiro-equipe, e também deve ser multidisciplinar, 
envolvendo interatividade, podendo ser aplicado em qualquer local e para qualquer especialidade. Suas 
fases podem ser usadas de modo sequencial ou concomitantemente. Por exemplo, ao mesmo tempo 
que o enfermeiro implementa o plano de cuidado (oferece o cuidado), ele pode estar reavaliando a 
pessoae realizando novos diagnósticos, tornando a assistência e o processo flexíveis. Deve ser baseado 
em evidências científicas, em teorias ou modelos teóricos da área de enfermagem e de outras áreas 
(BARROS et al., 2015).
Neste contexto, para todo esse processo ser implementado, o enfermeiro deve possuir conhecimento 
técnico-científico, pensamento crítico e raciocínio clínico.
O pensamento crítico está relacionado ao pensamento intencional direcionado ao resultado, 
tendo como ferramenta o PE, permeado pelo julgamento do enfermeiro baseado em evidências e no 
método científico. Exige conhecimentos específicos, habilidades, sendo orientado pelo código de ética 
profissional. Deve ser constantemente reavaliado e autocorrigido, exigindo aprimoramento continuado 
(JENSEN, 2013).
30
Unidade I
O pensamento crítico é essencial para resolução de problemas, para prática segura e resolutiva. 
Frequentemente o enfermeiro está envolvido em situações complexas e com grande responsabilidade – 
um cuidado aplicado com ausência de pensamento crítico torna-se incompleto, mal direcionado e com 
riscos (JENSEN, 2013). O pensamento crítico não é um método a ser aprendido, mas sim um processo, 
uma orientação da mente, que inclui os domínios de raciocínio cognitivo e afetivo (BARROS et al., 2015).
Podemos pensar no raciocínio clínico como um processo que engloba o pensamento crítico. O 
raciocínio clínico está presente em todas as ações e decisões assistenciais do enfermeiro, tais como o 
diagnóstico dos fenômenos, a escolha de intervenções apropriadas e a avaliação dos resultados obtidos. 
Envolve estratégias de raciocínio analíticas, conscientes e controladas; e não analíticas, inconscientes e 
automáticas, e sua efetividade depende do desenvolvimento de habilidades cognitivas. O pensamento 
crítico envolve algumas habilidades e atitudes necessárias ao desenvolvimento do raciocínio clínico, o 
qual se baseia ainda nos conhecimentos existentes e no contexto (metas possíveis, desejos do usuário, 
recursos disponíveis) (CERULLO; CRUZ, 2010).
Tanto o pensamento crítico quanto o pensamento reflexivo são necessários para o raciocínio clínico 
efetivo e permeiam todas as etapas da SAE.
A seguir iremos apresentar todas as etapas do PE, correlacionando com a aplicação das classificações 
de enfermagem.
2.2 Processo de enfermagem (PE), Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) e sistemas de classificação em enfermagem
O PE é um instrumento do trabalho do enfermeiro. Deve ser aplicado e elaborado por meio de 
etapas que possibilitam o desenvolvimento de ações que modifiquem o estado do processo de vida e de 
saúde-doença dos indivíduos.
A SAE configura-se como uma metodologia para organizar e sistematizar o cuidado, com base nos 
princípios do método científico, permitindo que se alcancem resultados pelos quais o enfermeiro seja 
responsável, permeando diversos objetivos, conforme apresentado na figura a seguir (TRUPPEL et al., 2009).
Identificar as situações de saúde-doença
Identificar a necessidade de cuidados de enfermagem
Subsidiar as intervenções de promoção, prevenção, recuperação e 
reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade
Individualização da assistência conforme as necessidades reais do indivíduo, família e comunidade
Figura 6 – Objetivos do PE e SAE
31
PROPEDÊUTICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE DO ADULTO
Como descrito anteriormente, a SAE organiza o trabalho profissional quanto a método, pessoal e 
instrumentos, tornando possível a operacionalização do PE (BARROS et al., 2015), ou seja, a SAE é o 
conjunto de recursos materiais e humanos de extrema importância para que o PE ocorra.
 Lembrete
Todas as etapas que compõem o PE não se dão de maneira isolada. Estão 
inter-relacionadas e ocorrem concomitantemente, embora didaticamente 
sejam apresentadas de forma dividida.
Para a execução do PE, os profissionais vêm procurando estratégias que visam alicerçar essa prática, 
buscando uma base científica. Portanto, torna-se necessário estabelecer uma linguagem comum, que 
seja utilizada universalmente pelos profissionais e adaptada às mais variadas culturas e contextos. 
Dessa forma, a utilização dos sistemas de classificação de enfermagem possibilita o cuidado em uma 
linguagem única e a descrição da enfermagem clínica (FURUYA et al., 2011).
Podemos enfatizar que o PE passou por algumas gerações, sendo a primeira geração aquela em 
que o raciocínio clínico ocorre pela identificação de problemas que deverão ser solucionados à luz dos 
referenciais teóricos que possibilitaram a sua identificação e que apoiarão as ações de enfermagem para 
solucioná-los.
A segunda geração do PE está atrelada ao uso de classificações de diagnósticos, em que o raciocínio 
clínico faz-se pela formulação de hipóteses diagnósticas que serão afirmadas ou refutadas se as metas/
objetivos declarados forem, ou não, alcançados. A utilização de classificações de intervenções pode, ou 
não, ser adotada nessa geração.
Na terceira geração do PE, as três classificações necessariamente são utilizadas: diagnósticos, 
resultados e intervenções (BARROS, 2009).
Contudo, conhecer as classificações, utilizá-las, pesquisá-las e divulgá-las torna-se imperioso no 
mundo globalizado, em que evidências científicas ditam condutas aos profissionais da área da saúde. 
Portanto, para nossa prática, podemos contar e utilizar alguns sistemas de classificação. Sua utilização 
e seu desenvolvimento estão relacionados a determinada fase do PE.
Para o presente estudo, abordaremos as seguintes classificações:
• Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association 
International (Nanda-I).
• Classificação dos Resultados de Enfermagem (Nursing Outcomes Classification – NOC).
• Classificação de Intervenções de Enfermagem (Nursing Interventions Classification – NIC).
32
Unidade I
São diversos os benefícios associados com a utilização dos sistemas de classificação em enfermagem 
na prática assistencial, tais como segurança no planejamento, execução e avaliação das condutas de 
enfermagem, melhora da comunicação e da qualidade das documentações, visibilidade às ações de 
enfermagem, desenvolvimento de registros eletrônicos, avanço do conhecimento e estimulação ao 
desenvolvimento de pesquisas (FURUYA et al., 2011).
Esses sistemas proporcionam mais do que um método claro de documentação: fornecem orientação 
e apoio para o enfermeiro em seu raciocínio clínico, além de nomear os fenômenos de interesse da 
disciplina de enfermagem. Desde a década de 1970, apontam-se as contribuições que tais sistemas 
podem agregar na construção do conhecimento da disciplina, no raciocínio e na prática clínica de 
enfermagem. Esses sistemas oferecem uma estrutura para organizar diagnósticos, intervenções e 
resultados de enfermagem, sendo considerados instrumentos importantes para lidar com a crescente 
complexidade da enfermagem no que diz respeito à produção de conhecimento, ao raciocínio clínico e 
à prática clínica (BARROS et al., 2015).
Nas ciências e nas profissões, as classificações são aplicadas para separar, codificar e ordenar os 
fenômenos. Um sistema de classificação deve apresentar algumas propriedades, tais como:
• As características da classificação devem ser claramente definidas e aplicáveis a todos os casos.
• As classes em que podem se localizar os fenômenos não se sobrepõem, ou seja, um fenômeno só 
pode ser incluído em determinada classe.
• O sistema de classificação deve permitir que todos os fenômenos de interesse sejam classificados.
• A criação de sistemas de classificação nas profissões requer a identificação de seus propósitos e 
de seus elementos centrais (BARROS et al., 2015).
A seguir apresentaremos as etapas para a realização do PE, relacionando-as com a utilização das 
classificações em Enfermagem.
2.2.1 Investigação (anamnese e exame físico)
A investigação é o primeiro passo para determinar o estado de saúde do paciente. Por mais que esteja 
descrita como a primeira

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