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Mercado de Livros no Brasil em Queda

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Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem. 
 (Mario Quintana)
Marília, quarta-feira, 5 de junho de 2019 E-mail: jmcad2@terra.com.br
Mercado de livros no 
Brasil caiu 25% entre 
2006 e 2018, diz estudo
O mercado de livros do 
Brasil teve uma queda real de 
25% entre 2006 e 2018, infor-
ma a edição mais recente da 
pesquisa Produção e Vendas 
do Setor Editorial Brasileiro. O 
resultado, que leva em conta 
vendas para o mercado e para 
o governo, considera a inflação 
do período.
O faturamento em 2006 
foi de R$ 6,8 bilhões, em valor 
atualizado pelo Índice Nacio-
nal de Preços ao Consumidor 
Amplo (IPCA). Em 2018, foi de 
R$ 5,1 bilhões. No entanto, o 
número de exemplares vendi-
dos cresceu de 318,56 milhões 
de cópias em 2006 para 352,02 
milhões em 2018.
Já o preço médio dos livros 
caiu 34%, o que explica, em par-
te, a redução no faturamento. 
Nas vendas para o mercado, o 
preço médio em 2006 de R$ 
27,74 e passou para R$ 18,19 
no ano passado. Nas vendas 
para o governo, baixou de R$ 
11,39 para R$ 9,59.
O estudo é feito pela Fun-
dação Instituto de Pesquisas 
Econômicas (Fipe), por enco-
menda da Câmara Brasileira 
do Livro (CBL) e do Sindicato 
Nacional dos Editores de 
Livros (Snel) e parte de uma 
estimativa de dados dados co-
lhidos a partir de uma amostra 
das editoras, do desempenho 
do setor e dos subsetores no 
período.
As editoras são classifica-
das em quatro tipos: Didáticos 
/ Obras gerais / Religiosos e 
Científicos, Técnicos e Pro-
fissionais (CTP). Entre 2006 e 
2018, o setor setor Religiosos 
foi o que teve melhor resultado 
entre os quatro, com redução 
de 4% em faturamento no 
período.
Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro é feita pela Fipe por 
encomenda da Câmara Brasileira do Livro e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros
Divulgação
Biografia detalha vida do jornalista e empresário 
Roberto Marinho até a criação do Jornal Nacional
Contra os extremismos, Roberto Marinho combatera 
em igual medida o comunismo e o fascismo 
Fotos: Divulgação
Primeiro dos dois volumes da biografia que acaba de ser 
lançado pela editora Nova Fronteira mostra décadas da 
História do Brasil pelo olhar do jornalista e empresário, 
destacando a influência política de quem dialogava com 
todos os lados, mas evitava radicalismos
Em março de 1940, a po-
lícia invadiu “O Estado de S. 
Paulo”, alegando que o jornal 
articulava para derrubar Ge-
túlio Vargas. O Brasil vivia a 
ditadura do Estado Novo, e a 
censura era comum. Após a 
invasão, foi convocada uma 
reunião do Conselho Nacional 
de Imprensa (CNI), em que o 
governo sugeria uma inter-
venção no “Estadão” e queria 
o apoio dos representantes de 
classe. A Associação Brasileira 
de Imprensa e o Sindicato 
dos Jornalistas votaram com 
o governo. Mas não Roberto 
Marinho. O varguista Lourival 
Fontes, que controlava o CNI, 
argumentou: “O conselho vai 
aprovar, é melhor que seja por 
unanimidade. Vai ficar ruim 
você ser derrotado”.
Naquela ocasião, o jornal 
dirigido por Marinho, O Globo, 
não era o primeiro, o segundo e 
nem o terceiro mais importante 
do país. Mas ele parecia saber 
onde iria chegar. O primeiro 
dos dois volumes de sua bio-
grafia, “Roberto Marinho - O 
poder está no ar”, escrito pelo 
jornalista Leonencio Nossa e 
que acaba de ser lançado pela 
editora Nova Fronteira, mostra 
décadas da História do Brasil 
pelo olhar de Marinho, desta-
cando a influência política de 
quem dialogava com todos 
os lados, mas evitava radica-
lismos.
Juventude e boêmia
O período coberto por esse 
primeiro volume vai até 1969, 
quando foi lançado o Jornal 
Nacional. No início, o livro 
mostra como Irineu Marinho, 
um jornalista ilustre do Rio de 
Janeiro, fundou O Globo, em 29 
de julho de 1925. O diretor do 
novo jornal, contudo, morreu 
21 dias após a inauguração, 
deixando para Roberto, o 
filho mais velho, a tarefa de 
ser o “homem da casa” e de 
cuidar dos negócios. Isso tudo 
se não fossem dois pequenos 
empecilhos: Marinho tinha 20 
anos quando o pai morreu, 
e a redação do jornal nunca 
aceitaria seu comando; além 
de que, com tal idade, havia 
um desejo compreensível por 
boêmia. Pelo bem do Globo e 
da juventude do rapaz, o co-
mando do jornal foi entregue, 
portanto, ao baiano Eurycles 
de Mattos, antigo companheiro 
de Irineu.Marinho interessou-
-se pelo jornal aos poucos. 
Enquanto isso, como relata o 
livro, curtia a cidade. Frequen-
tava sambas e fez amizade com 
Sinhô. Também namorava, e 
não era pouco.
Apenas em 1931, após a 
morte de Eurycles, Marinho, 
aos 26 anos, assumiu completa-
mente o comando da redação. 
Era um momento conturbado 
da História, o primeiro dos mui-
tos que ele acompanharia num 
assento privilegiado. Getúlio, 
por quem naquele momento 
Marinho nutria simpatia, havia 
assumido o poder no golpe 
da Revolução de 30. Dali em 
diante, as relações de Marinho 
com políticos sempre foram 
ambíguas.
Contra os extremismos
Leonencio foi minucioso 
em analisar editoriais e man-
chetes do Globo para, assim, 
compreender a cabeça de 
seu diretor. João Goulart, o 
presidente deposto pelo golpe 
militar de 64, por exemplo, 
tinha o apreço pessoal de 
Roberto Marinho, apesar de o 
jornal criticar aspectos do seu 
governo. O problema, para o 
jornalista, era o extremismo: 
ele combatera em igual me-
dida o comunismo e o fascis-
mo. Mas poupou Goulart. “O 
presidente foi tratado como 
um defensor da ‘liberdade’ e 
da ‘democracia’, mas, ao mes-
mo tempo, tornava-se, sob o 
ângulo do jornal de Marinho, 
uma figura menor no debate 
sobre a ‘ameaça’ comunista”, 
escreve Leonencio.
A biografia também abor-
da casos controversos na 
trajetória de Marinho, como 
o acordo da TV Globo com o 
grupo americano Time-Life, 
que levou a uma CPI e acabou 
encerrado em 1971. Trata, 
ainda, da atuação do que 
Leonencio chama de lobistas: 
eram nomes como o poeta 
Augusto Frederico Schmidt 
e o advogado Herbert Moses, 
que atuaram junto a políticos e 
empresários pelos interesses 
das empresas de Marinho - na 
sequência do Globo vieram 
histórias em quadrinhos, re-
vistas, a rádio e a TV.
Ao final deste primeiro vo-
lume de sua biografia, Leonen-
cio conclui: “A matemática não 
define o perfil democrático 
ou ideológico de Marinho. No 
emaranhado de paradoxos, ele 
mostrou coerência, em todos 
esses momentos, ao defender 
sua empresa”.
Tiê canta versão em português de tema árabe no 
disco com a trilha sonora da novela Órfãos da Terra
MÚSICA
Tiê canta versão em português de La bel haki, 
tema romântico da banda libanesa Adonis, no disco 
com a trilha sonora da novela das 18h da TV Globo 
Rita Lee figura no disco com As mina de Sampa,
 música que lançou em álbum de 2003
Guilherme Samora/ Divulgação
Tema romântico da banda 
libanesa Adonis, La bel haki 
(Anthony Khoury, 2016) é 
um dos destaques da trilha 
sonora da novela Órfãos da 
Terra - atual atração da TV 
Globo no horário das 18h - 
tanto no registro original em 
árabe como em inédita versão 
em português.
Coube à cantora paulista-
na Tiê dar voz a essa versão 
em português intitulada Lon-
ge de mim. A gravação de Tiê 
entra como faixa-bônus do 
disco Órfãos da terra, editado 
pela gravadora Som Livre.
Além da versão inédita de 
Tiê e da versão original de 
La bel haki, o disco Órfãos 
da Terra traz gravações de 
Rita Lee (As mina de Sampa, 
música da própria Rita lança-
da pela autora em álbum de 
2003), Skank (Algo parecido, 
composição de Samuel Rosa 
gravada pela banda mineira 
em 2018), Ana Vilela (Onde 
Deus possa me ouvir, música 
de Vander Lee apresentada na 
voz de Gal Costa em 2002), 
Vanessa da Mata (Apenas mais 
uma de amor, música de Lulu 
Santos de 1992 revivida pela 
cantora em single editado em 
2018) e Roberta Campos (Todo 
dia, canção lançada em 2018).
O disco Órfãos da terra é 
aberto com a canção Diáspora 
(Arnaldo Antunes, Carlinhos 
Brown e Marisa Monte, 2017) 
nas vozes dos Tribalistas na 
gravação (bem) escolhida para 
tema de abertura da novela, 
cuja trama de Duca Rachid e 
ThelmaGuedes - produzida 
sob direção artística de Gustavo 
Fernandéz - gira em torno do 
drama de refugiados árabes 
que partem para o Brasil.
Rede Cinépolis inicia venda do combo de 
“MIB: Homens de Preto - Internacional”
PÁGINA 2
Jorge Bispo/Divulgação

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