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resumo da cultura pagina 75 a 95conhecimento gerais

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Cultura
A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Textos noticiados:
Bolsonaro manda revogar resolução que retirava do MEI profissões ligadas à cultura49
stas e professores.
O presidente Jair Bolsonaro mandou revogar uma resolução do governo federal que retirava profissões
ligadas à área de cultura do sistema de microempreendedor individual, conhecido como MEI. A resolução
foi publicada nesta sexta-feira (06/12) e provocou a reação de músicos, artistas e professores.
No fim da tarde deste sábado (07/12), em uma rede social, o presidente Jair Bolsonaro informou que
determinou que seja enviada ao comitê gestor do Simples Nacional a proposta para revogar a resolução.
A exclusão de várias atividades relacionadas à cultura, educação e estética foi publicada no Diário
Oficial dessa sexta-feira (06/12). Pela decisão, a partir de 1º de janeiro de 2020, não poderiam mais ser
microempreendedores individuais, por exemplo: cantores, músicos, DJs, humoristas; instrutores de
música e de vários cursos, inclusive de idiomas; professores particulares e esteticistas.
A resolução não trazia nenhuma explicação sobre o motivo para excluir essas atividades da forma
simplificada de recolhimento de imposto, e que também garante a esses trabalhadores autônomos a
cobertura previdenciária.
Inscritos no MEI pagam de R$ 49 a R$ 55 por mês para ter direito aos benefícios da Previdência, ter
um CNPJ e emitir nota fiscal. Para ser incluído no regime, o profissional deve ter faturamento anual de
até R$ 81 mil.. Acesso em 10 de dezembro de 2019.
Cultura
governo Bolsonaro suspende edital com séries de temas LGBT, após críticas do presidente50
Edital havia selecionado produções para TV pública sobre diversidade de gênero e sexualidade.
A portaria assinada nesta quarta por Osmar Terra, ministro da Cidadania, suspende o edital por 180
dias, com possibilidade de prorrogação por mais 180.
Segundo a publicação, houve "necessidade de recompor os membros do Comitê Gestor do Fundo
Setorial do Audiovisual - CGFSA".
Bolsonaro havia afirmado, na quinta-feira (15/08), que não iria permitir que a Agência Nacional do
Cinema (Ancine) liberasse verbas para algumas produções com temas LGBT que tentam captar recursos.
"Afronte", "Transversais", "Religare Queer" e "O sexo reverso" são projetos de séries que foram
anunciadas em março como parte de uma seleção preliminar do processo.
"É um dinheiro jogado fora. Não tem cabimento fazer um filme com esse tema."
'Transversais'
"Um chama 'Transversais'. Olha o tema: 'Sonhos e realizações de cinco pessoas transgêneros que
moram no Ceará'.Diretor e roteirista da série, Émerson Maranhão contou ao G1 que a produção foi inscrita no edital na
categoria "diversidade de gênero". Ela será um documentário em cinco episódios, baseado no curtametragem "Aqueles dois", de 2018."Na prática são cinco documentários. Cada capítulo vai contar a história de uma pessoa, de diversas
origens sociais", afirmou Maranhão. "A ideia é mostrar que há diversidade dentro da diversidade".
'Afronte'
"'Afronte'. 'Mostrando a realidade vivida por negros homessexuais no Distrito Federal'", aí."
Um dos diretores da série, Bruno Victor, contou que a produção tem uma história parecida com a de
"Transversais". Além de ter sido inscrita na mesma categoria, também é baseada em um curta realizado
anteriormente. vai contar a rotina de pessoas LGBT no Distrito Federal. Serão histórias que podem ser baseadas em fatos, com relatos reais..
'O sexo reverso'
"Outro filme aqui. 'Sexo reverso'. 'Bárbara é questionada pelos índios sobre sexo grupal, sexo oral e
sobre certas posições sexuais'", O produtor Maurício Macêdo disse ao G1 que a série é baseada na pesquisa da antropóloga Bárbara Arisi, que visitou a tribo dos Matis, no Amazonas. 
'Religare Queer'
" filme é sobre uma ex-freira lésbica. Tudo tem a ver. Sexualidade LGBT com evangélicos, católicos, espíritas, testemunhas de Jeová, umbanda, budismo, candomblé,judaísmo, islamismo e Santo Daime."
Museus em alta: 1º semestre de 2019 tem recordes de público pelo Brasil51
Levantamento do G1 com 40 museus em todas as regiões mostra disparada de 61% neste ano.
No primeiro semestre de 2019, museus de arte e história no Brasil tiveram um forte aumento de público
em relação ao mesmo período de anos anteriores. O crescimento tem surpreendido os diretores e equipes
destas instituições, que tentam entender o fenômeno.
Os recordes não são só em exposições individuais, mas da frequência em geral. Em levantamento
do G1 com 40 grandes museus em todas as regiões do Brasil, 37 cresceram. E três bateram recordes.
Na soma destes museus, o 1º semestre de 2019 registrou aumentos de 50% sobre a média do mesmo
período nos últimos quatro anos e de 61% em relação a 2018.
os dados:
'Um ano em sete meses' no Masp
O Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), em SP, já tem em sete meses a maior
visitação anual desde 2012, quando teve 556 mil visitantes - recorde histórico. E a marca deve ser batida.
Até o final de julho deste ano, foram 533 mil pessoas.
O número se deve muito ao sucesso da exposição sobre Tarsila do Amaral, que superou as 402 mil
pessoas e se tornou a mais vista da história do Masp. E as outras exposições e acervo permanente,
mesmo com bem menos destaque e divulgação, também tiveram bom público.
Aumento é notado e discutido
"Nós todos estamos refletindo bastante sobre isso, nos questionando sobre os motivos", disse o diretorgeral da Pinacoteca de São Paulo, Jochen Volz, sobre o aumento de público.Volz acredita em um comportamento que reflete a situação política e econômica do país. incorporaram angústias sociais. No Museu de Arte da Bahia (MAB), com aumento de
120% entre 2015 e 2019, o diretor Pedro Arcanjo passou a promover debates e encontros sobre
conjuntura política, sexualidade, raça e gênero, por exemplo.
"Público no espelho
Além de discussões, os museus levaram mais diversidade às mostras e investiram em exposições de
mulheres, negros, indígenas e artistas não-europeus.
A exposição "Histórias afro-atlânticas" de 2018, com obras de artistas africanos, americanos e
caribenhos, se tornou a sexta mais visitada da história do Masp.
De acordocom Oliva, o museu recebeu doação para a reserva técnica de obras de artistas indígenas
e prepara uma exposição sobre o tema para 2021.
Também no segundo semestre de 2018, a Pinacoteca expôs a mostra "Mulheres radiciais: arte latinoamericana, 1960-1985", dando visibilidade a artistas pouco conhecidas no Brasil."A mostra falava sobre estratégias pessoais e coletivas de resistência, de se posicionar e superar
situações 
Instagram em exposição
A exposição nas redes sociais ajuda a tornar os museus mais atrativos para pessoas pouco
habituadas.Durante sua pesquisa de mestrado sobre a relação do Masp, museu com maior número de seguidores
do Instagram, e a rede social, a pesquisadora Mariana Santana Marques constatou que grande parte do
público entrevistado havia ido ao museu após ver uma selfie.
Tarsila popular
O próprio recorde da exposição de Tarsila está ligado ao foco social diferente.
"Falar em Tarsila como popular tem ineditismo. A relação dela com o popular é um aspecto que vem
sendo negligenciado pela história da arte oficial no Brasil."
"Assim como as questões sociais, raciais e de classe. Ela teve uma relação intensa com o popular
brasileiro, como o carnaval em Madureira ou as religiões brasileiras", explica o curador. É o caso dos
quadros "Operários", "Segunda classe" e "O morro da favela".
De acordo com ele, o que melhor explica o sucesso da exposição em particular é a abordagem à obra.
"O público se sente atraído para rever os artistas sob novas perspectivas, com análises inéditas".
Museus não se sustentam com ingressos
Os diretores batem na tecla das políticas educativas e de inclusão adotadas por museus. Elas são
responsáveis pela formação de novos públicos, além de democratizar o acesso.
 últimos cinco anos, ele teve aumento de 68% de público.
Apesar disso, a diretora cultural do MON, Glaci Ito, explica que apenas a arrecadação com ingresso
não é capaz de manter as instituições. Uma exposição de grande porte custa entre R$ 500 mil e R$ 1
milhão. Nossa programação é feita com leis de incentivo, como a Rouanet", .
Ou seja: as discussões que a revisão de leis de incentivo despertam podem ser importantes para fazer
parte do público pensar mais na cultura e visitar mais museus. Mas, se as verbas forem cortadas, só o
aumento da frequência não vai garantir que as exposições continuem.
Morre aos 88 anos João Gilberto, um dos papas da bossa nova52
"Chega de saudade" foi o nascimento oficial do novo gênero musical
brasileiro em 1958.O legendário cantor e compositor brasileiro João Gilberto, um dos criadores da bossa nova, morreu neste sábado (06/07), no Rio de Janeiro, aos 88 anos, informou um dos filhos do artista.
nscido em Juazeiro, Bahia, em 10 de junho de 1931, João Gilberto partiu para o Rio na década de
50 para integrar o conjunto Garotos da Lua. Pouco mais tarde, seu nome será citado lado a lado com o
de Tom Jobim na história da bossa nova: seu compacto de 1958, com Chega de saudade e Bim bom, é
citado como nascimento oficial do gênero inovador, que combinava influências afro-brasileiras e
jazzísticas.
Paraty e Ilha Grande recebem título de Patrimônio Mundial da Unesco53
Local é o primeiro sítio misto do Brasil, reconhecido por sua cultura e natureza.
Paraty e Ilha Grande, no litoral da Costa Verde, foram reconhecidas nesta sexta-feira (05/07), como
Patrimônio Mundial. Essa é a primeira vez que o Brasil tem um sítio misto reconhecido por sua cultura e
natureza.
são 22 bens brasileiros na lista de sítios de excepcional valor universal.
Com cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, a área do sítio misto forma o segundo
maior remanescente florestal do bioma Mata Atlântica. Além da sua extensão, as diferentes fisionomias
vegetais permitem a ocorrência de uma fauna e flora incomparáveis, com diversas espécies raras e
endêmicas.
Com um importante acervo arquitetônico e ricas paisagens com belezas naturais, a cidade concorre
pela terceira vez. O centro histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental que abrangem o
Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual
da Praia do Sul e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, um território de quase 149 mil hectares.
Na Baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis, são mais de 187 ilhas em um território preservado. A área
abriga um sistema de comunidades tradicionais que misturam cultura e biodiversidade.
Oportunidade de crescimento
Segundo a Unesco, os Sítios do Patrimônio Mundial Natural protegem áreas consideradas
excepcionais do ponto de vista da diversidade biológica e da paisagem. A proteção ao ambiente, o
respeito à diversidade cultural e às populações tradicionais são objeto de atenção especial. Os Sítios
geram, além de benefícios à natureza, uma importante fonte de renda oriunda do desenvolvimento do
ecoturismo.
A candidatura envolveu o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em conjunto com o
Ministério da Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual
do Patrimônio Cultural - Inepac, além das prefeituras de Angra dos Reis e de Paraty.
Chico Buarque vence o Prêmio Camões, a premiação literária mais importante da língua
portuguesa
Jurados escolheram cantor e compositor pelo conjunto da obra.
O escritor e compositor Chico Buarque, de 74 anos, é o vencedor do Prêmio Camões 2018 , anunciado
hoje. Esta é a 31ª edição da mais prestigiada premiação da língua portuguesa, oferecida pelos governos
de Portugal e do Brasil. O anúncio foi feito na sede da Biblioteca Nacional, no Rio, pela presidente da
instituição, após quase duas horas de reunião do corpo de jurados.
Escolhido por unanimidade pelo júri, Chico é o 13º escritor brasileiro premiado com o Camões pelo
conjunto da obra, o que inclui, além de romances como "Leite derramado" e "Benjamin", suas letras de
música e peças. Ele receberá 100 mil euros em setembro, em Lisboa, em uma data ainda a ser definida.
Chico estava jantando em Paris, para onde viajou para comemorar seu aniversário (no dia 19 de junho),
quando foi surpreendido pela notícia do prêmio.
composto por Clara Rowland e Manuel Frias Martins (Portugal), e Ana Paula Tavares (Angola),
Antonio Cicero (Brasil), Antônio Hohlfeldt (Brasil) e Nataniel Ngomane (Moçambique), o júri decidiu atribuir
o prêmio "pela qualidade e transversalidade" da multifacetada obra de Chico, "repartida entre poesia,
drama e romance".
Outro fator que contribuiu para a decisão do júri foi o alcance da obra do cantor e compositor, que
atravessou fronteiras e se tornou referência em diversos países.
— Consideramos suas letras como poemas — conta Antonio Cicero. — É assim que deve ser, como
ficou claro com o Nobel de Literatura ao Bob Dylan. Uma música como "Construção" é uma obra-prima.
O Prêmio Camões de Literatura foi criado em 1988 pelos governos brasileiro e português, com o
objetivo de consagrar pelo conjunto da obra um autor de língua portuguesa que tenha contribuído para o
enriquecimento do patrimônio literário e cultural lusófono.
Nessas 31 edições, o prêmio contemplou nomes como Antonio Lobo Antunes, Mia Couto e José
Saramago, além dos brasileiros Jorge Amado, Autran Dourado, João Cabral de Mello Neto, Rubem
Fonseca, João Ubaldo Ribeiro, Ferreira Gullar, Alberto Costa da Silva e Raduan Nassar.
Ministério da Cidadania anuncia reformulação na Lei Rouanet; veja o que muda55
Valor máximo por projeto cairá de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão;
 da Cidadania anunciou, nesta segunda-feira (22/04), novas regras para a Lei de Incentivo
à Cultura, conhecida popularmente como Lei Rouanet. As mudanças incluem o abandono desse segundo
nome na comunicação oficial do governo.
A lei, criada em 1991, autoriza produtores culturais a buscarem investimento privado para financiar
iniciativas culturais. Em troca, as empresas podem abater até 100% do valor investido no Imposto de
Renda. A Lei Rouanet é, atualmente, o principal mecanismo de incentivo à cultura doBrasil As mudanças foram anunciadas pelo ministro Osmar Terra em um vídeo, divulgado nas redes sociais
ainda não havia sido divulgado.
O que muda?
A principal alteração é a queda do valor máximo por projeto inscrito, dos atuais R$ 60 milhões para R$
1 milhão.
O valor máximo por empresa do setor cultural, que também era de R$ 60 milhões, passa para R$ 10
milhões. Isso significa que, por ano, uma única empresa não pode ultrapassar os R$ 10 milhões captados
no somatório de todos os seus projetos.
 regras não se aplicam a:
- Projetos de restauração de patrimônio tombado;
- construção de teatros e cinemas em cidades pequenas;
- planos anuais de entidades sem fins lucrativos, "como museus e orquestras".
Projetos classificados como “festas populares” terão um limite maior, de R$ 6 milhões. O vídeo
divulgado pelo ministério cita o Festival Amazonas de Ópera, o Natal Luz, o Festival Folclórico de Parintins
e feiras de livros, mas não deixa claro qual o critério para essa classificação.
"Com isso, vamos enfrentar a concentração de recursos nas mãos de poucos. Com o mesmo dinheiro,
só que melhor distribuído, vamos ter muito mais atividades culturais e artistas apoiados, dando
oportunidade para os novos talentos”, diz Osmar Terra no vídeo.
Mais mudanças
Pelas novas regras, cada projeto beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura terá de reservar entre
20% e 40% de ingressos gratuitos. Eles serão distribuídos por entidades e serviços de assistência social
a famílias de baixa renda, de preferência, com Cadastro Único.
A lei atual prevê 30% de ingressos gratuitos, mas apenas 10% com destinação social. Os outros 20%
são para ações promocionais e de patrocinadores.
população mais pobre vá ao teatro, ao cinema e às mais diversas atividades
culturais. Por isso, quem usar recursos da Lei de Incentivo à Cultura vai precisar oferecer de 20% a 40%
dos ingressos de graça", diz Terra.
As regras em vigor também separam 20% dos ingressos para “preços populares”. Pelo que já foi
anunciado, o percentual será mantido, mas o preço máximo desse lote cairá de R$ 75 para R$ 50.
 Osmar Terra afirma que os produtores serão obrigados a promover “ações educativas” nas
escolas ou na comunidade, em parceria com as prefeituras, 
Entenda a lei.
Funciona assim:
- O governo federal analisa os projetos para decidir quais poderão ser contemplados pela lei;
- ao ter seu projeto aprovado pelo ministério, o produtor cultural sai em busca de patrocínio para obter
os recursos;- pessoas físicas ou empresas podem decidir patrocinar o projeto. Em troca, elas recebem
possibilidade de abatimento no Imposto de Renda de parte ou do total do valor aplicado no projeto.
Veja o que se sabe até agora sobre o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris56
Um incêndio que começa no topo da catedral, um teto que desmorona e um pináculo em colapso. Veja
o que já se sabe do violento incêndio que devastou na segunda-feira a emblemática Catedral de NotreDame, em Paris.
O fogo começou no teto
Na segunda-feira, às 18h20 no horário local, um primeiro alerta foi recebido de Notre-Dame, . De acordo com
especialistas, houve dificuldades para detectar o fogo.
O fogo, cuja origem é desconhecida, começou no topo e se espalhou rapidamente para uma parte do
telhado. Como a catedral foi evacuada, não houve vítimas, exceto por um bombeiro que sofreu ferimentos
leves.
As chamas consumiram a cobertura de madeira de mais de 100 metros conhecida como “o bosque”
devido ao “grande número de vigas necessárias para manter o telhado, cada uma vinda de uma árvore”.
A Procuradoria de Paris abriu uma investigação judicial por “destruição involuntária”. Os investigadores
privilegiam a pista de um início de incêndio acidental nas obras sendo realizadas no telhado da catedral.
Cinco empresas trabalhavam nas obras de renovação. Os operários começaram a ser interrogados já
na noite de segunda-feira.
— Cerca de 50 investigadores estão mobilizados — disse o ministro do Interior, Christophe Castaner.
Treze horas de chamas
Após cerca de 13 horas de trabalhos, os bombeiros anunciaram na madrugada desta terça-feira que
o incêndio estava “completamente controlado”.
Cerca de 400 bombeiros com 18 mangueiras trabalharam sem descanso para apagar as chamas. A
água era bombeada do Rio Sena, localizado a uma dezena de metros do templo.
Utilizar aviões de combate a incêndios florestais na catedral, como sugeriu no Twitter o presidente
americano, Donald Trump, era impensável: “O lançamento de água com um avião sobre este tipo de
edifício poderá provocar o colapso do conjunto da estrutura”, respondeu a Defesa Civil francesa.
Segundo o secretário de Interior, Laurent Nuñez, a catedral se salvou “por 25 minutos ou meia hora”.
Quais foram os danos?
Às 19h50 no horário local o pináculo da catedral, um dos símbolos de Paris, cuja extremidade estava
93 metros acima do solo, desmoronou. Em poucas horas, uma boa parte do teto do prédio foi reduzida a
cinzas.
— Todo o telhado está danificado, toda a estrutura ficou destruída, uma parte da abóboda caiu, o
pináculo já não existe — resumiu nesta terça-feira o porta-voz dos bombeiros de Paris, Gabriel Plus,
acrescentando que “globalmente, a estrutura se mantém”, mas que foram identificadas “vulnerabilidades”,
em particular na abóbada do edifício.
Várias relíquias e tesouros históricos foram salvos das chamas, mas outros, que não puderam ser
deslocados, estavam sendo monitorados pelos bombeiros.
A coroa de espinhos e a túnica de São Luís, duas relíquias importantes, puderam ser salvas, indicou
monsenhor Patrick Chauvet, reitor da catedral.
Prazos conflitantes
Restaurar o edifício demandará “anos de obras”, estimou o novo presidente da Conferência Episcopal
Francesa, Eric de Moulins-Beaufort.
— Reconstruiremos a catedral ainda mais bela e quero que esteja terminada em cinco anos — disse o
presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira.
Especialistas, porém, estimam em 10 a 15 anos o prazo para recuperar a Catedral de Notre-Dame.
Doações de empresas e de milionários franceses começaram a chegar desde segunda-feira. Na tarde
desta terça, o montante já superava os 700 milhões de euros (cerca de R$ 3,1 bilhões).
Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 6457
No filme, Olavo de Carvalho diz: 'Ninguém pediu para eles (militares) tomarem o poder. Aí fizeram o
golpe dentro do golpe'
Lançado na noite de terça-feira (02/04), o documentário “ 1964: O Brasil entre Armas e Livros", da
produtora gaúcha Brasil Paralelo, traz entrevistas de jornalistas, escritores, filósofos e historiadores de
direita para explicar suas visões e interpretações sobre o período da ditadura militar . Todos eles afirmam
que havia um "perigo comunista", mas, ao explicar o que ocorreu durante a deposição do presidente João
Goulart, três deles dizem que o que ocorreu na época foi um “golpe”.
O documentário expõe o discurso do senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso
Nacional na sessão que declarou vaga a Presidência da República, depois que João Goulart deixou
Brasília rumo a Porto Alegre. No filme, logo depois da apresentação do discurso, o jornalista e escritor
Lucas Berlanza explica o problema da ação do parlamentar:
- Só que o Auro de Moura Andrade declarou a vacância do cargo baseado em um artigo da Constituição
de 1946 que dizia que o presidente da República, ausente do país, sem comunicação oficial à sede do
governo se ausenta e aí o presidente do Congresso pode declarar que o presidente está impedido - afirma
ele.
Mais adiante, Berlanza conclui:
- Então, do ponto de vista técnico, houve um golpe parlamentar ali dentro daquela sessão parlamentar,
porque a Constituição não pregava aquilo. Foi a solução que as forças políticas encontraram para
equacionar o problema. É muito fácil a gente julgar as coisas do ponto de vista de hoje, mas,
tecnicamente, houve um golpe em 1º de abril - apontou Berlanza.
O filósofo Olavo de Carvalho, próximo ao presidente Jair Bolsonaro, também se refere ao episódio
como golpe.
- O movimento de 64 não foi militar. Ele começou como movimento civil- disse ele. - Só que no final,
eles (militares) se precipitaram. Eles nem queriam dar o golpe. Foi o (general) Mourão Filho que se
precipitou e obrigou os outros generais a entrar na coisa - disse Carvalho, em referência às tropas que
vieram de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro.
Ao comentar o mesmo episódio da destituição, surge na tela a entrevista de Percival Puggina, também
apresentado como jornalista e escritor, que relembra que o Congresso Nacional foi avisado que Goulart
estava no Brasil.
- O chefe da Casa Civil mandou uma carta para o Congresso onde disse que o presidente estava em
Porto Alegre e que estava no exercício de suas funções. Foi lida e não foi acolhida a comunicação de que
o país ainda tinha um presidente da República em território nacional - afirmou Puggina, rindo.
O vice-presidente do Instituto de História e Tradição do Rio Grande do Sul, Luiz Ernani Giorgis, também
fala com ênfase sobre o fato de a Presidência ter sido declarada vaga enquanto Goulart estava no país.
- Olha a situação que eles criaram. Ele estava dentro do território nacional. Tava em viagem, mas
estava dentro do território nacional - diz Giorgis.
Fim das eleições diretas
Quando o filme aborda o fim das eleições diretas para presidente da República, já durante o governo
do Marechal Castelo Branco, o ideólogo Bolsonarista, Olavo de Carvalho, critica os militares.
- No primeiro momento, eles salvaram. Realmente, desmantelaram uma ‘revolução comunista’, mas
começaram a fazer cagada no dia seguinte. Todo mundo tinha expectativa de novas eleições em seis
meses. Ninguém pediu para eles tomarem o poder. Aí fizeram o golpe dentro do golpe - afirmou Olavo.
Ele ainda disse que, durante a ditadura, os militares governavam com técnicos e “reduziram o
Congresso a uma espécie de cartório” e, desse modo, a “classe política só servia para carimbar decreto”.
“1964: O Brasil entre Armas e Livros” tem direção de Filipe Valerim e Lucas Ferrugem. O roteiro é
assinado por Henrique Zingano e Lucas Ferrugem. A produtora gaúcha já produziu outros filmes sobre a
história do país, sempre com viés de direita.
No último domingo, o longa-metragem chegou a ser exibido em cinco salas da rede Cinemark em Belo
Horizonte, Curitiba, São Paulo, Recife e Brasília. Após críticas, a empresa divulgou nota em que informou
que as salas foram alugadas e que a exibição se tratou de um erro. Segundo o Cinemark, o filme não
entrará em exibição em seu circuito nacional.
Ignácio de Loyola Brandão é eleito para a Academia Brasileira de Letras58
Escritor e jornalista foi escolhido, por unanimidade, para a cadeira 11 da ABL. Novo 'imortal' da
entidade preenche a vaga que era do jurista e sociólogo Hélio Jaguaribe.
O escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão foi eleito nesta quinta-feira (14/03), por unanimidade,
para a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele preenche a vaga que era do jurista e
sociólogo Hélio Jaguaribe, que morreu em setembro do ano passado.
Loyola – que ao longo da carreira lançou mais de 40 livros, entre romances, coletâneas de contos e
de crônicas, relatos de viagens, infantis e infantojuvenis, além de obra para o teatro – recebeu todos os
31 votos possíveis.
Os demais concorrentes à vaga eram Eloi Angelos Ghio D’Aracosia, Placidino Guerrieri Brigagão, José
Roberto Guedes de Oliveira, Remilson Soares Candeia, José Itamar Abreu Costa, Marilena Barreiros
Salazar, Raquel Naveira, Felisbelo da Silva, Sérgio Caldeira de Araújo, Rodrigo Cabrera Gonzales e
Lucas Menezes.
Após a votação, o Presidente da ABL, Marco Lucchesi, fez a tradicional queima dos votos.
Sobre Ignácio de Loyola Brandão
Ignácio de Loyola Brandão nasceu em 1936, em Araraquara (SP). Começou a carreira como jornalista,
ainda na juventude. Quando tinha 21 anos, mudou-se para São Paulo. Trabalhou no jornal "Última Hora"
e passou ainda pelas revistas "Claudia", "Realidade", "Setenta", "Planeta", "Ciência e Vida", "Lui" e
"Vogue".
Atualmente, publica uma crônica quinzenal no jornal "O Estado de S. Paulo".
Em 2016, Loyola ganhou, pelo conjunto da obra, o Prêmio Machado de Assis de 2016, entregue pela
própria ABL.
Dentre os principais livros do autor, estão:
"Zero"
"Não verás país nenhum"
"Dentes ao sol"
"O beijo não vem da boca"
"Cadeiras proibidas"
"O anônimo célebre"
"O mel de Ocara"
Os ocupantes anteriores da cadeira 11 da ABL foram:
Lúcio de Mendonça (fundador), que escolheu como patrono Fagundes Varela
Pedro Lessa
Eduardo Ramos
João Luís Alves
Adelmar Tavares
Deolindo Couto
Darcy Ribeiro
Celso Furtado
Hélio Jaguaribe
Com homenagem a Marielle Franco, Mangueira vence carnaval do Rio59
‘Ele (Bolsonaro) deveria mostrar ao mundo o carnaval da Mangueira’, disse o carnavalesco Leandro
Vieira, após o 2º campeonato em 4 anos; preparação foi confusa, com prisão de presidente e puxador,
mas samba já havia conquistado as ruas antes do desfile na Sapucaí
Com um enredo em que contestou a história oficial do Brasil, homenageou heróis populares e deu
destaque à vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018, a Estação
Primeira de Mangueira conquistou nesta quarta-feira, 06/03, o 20.º título. O carnavalesco Leandro Vieira,
com o segundo título em quatro anos, afirmou que a conquista é “um recado” ao presidente Jair Bolsonaro.
“O carnaval não é o que ele (Bolsonaro) acha que é. Ele deveria mostrar para o mundo o carnaval da
Mangueira, o carnaval da arte, o carnaval da luta, o carnaval do povo, o carnaval da cultura popular”,
afirmou Vieira, em referência aos posts criticando cenas obscenas nas ruas. A escola teve todos os 270
pontos possíveis, considerando o descarte da nota mínima em cada um dos nove quesitos.
A Unidos do Viradouro, que retornou ao Grupo Especial neste ano, somou 0,3 ponto a menos e foi a
vice-campeã, sob o comando de Paulo Barros. Foram rebaixadas Imperatriz Leopoldinense, em 13.º lugar
com 266,6 pontos, e Império Serrano, em 14.º com 263,8 pontos. Se o regulamento for mantido, o que
não aconteceu nos dois últimos anos, em 2020 elas disputarão a Série A, segunda divisão do samba
cariocas.
No trajeto inverso, a Estácio de Sá venceu a Série A e em 2020 voltará à elite. Ela é herdeira da Deixa
Falar, fundada em 1928 e considerada a primeira escola de samba do País.
Durante a preparação para o carnaval, a Mangueira teve duas dificuldades: o presidente da escola,
deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PSC), foi preso em novembro acusado de envolvimento em
esquema de propinas na Assembleia Legislativa. Por causa dessa prisão, a Uber, que havia oferecido R$
500 mil para cada escola, desistiu do patrocínio. Chiquinho está em prisão domiciliar. No fim da apuração,
seu nome foi gritado em coro pelos diretores no sambódromo.
O segundo susto foi a prisão do intérprete da escola, Marquinho Art’Samba, em plena Marquês de
Sapucaí, logo após o ensaio técnico de 17 de fevereiro. Ele devia pensão alimentícia e passou um dia na
prisão. “Foi o carnaval da superação para mim e toda minha família”, afirmou o cantor, que neste ano
estreou na verde e rosa. O samba foi o primeiro trunfo da Mangueira: escolhido em outubro, tornou-se
muito popular nas ruas, tanto pela qualidade musical como por citar expressamente a vereadora Marielle
– que se tornou figura central, homenageada na Comissão de Frente e na última ala. A viúva de
Marielle, Mônica Benício, foi um dos destaques.Entre as duas homenagens, a escola exaltou heróis populares como Zumbi dos Palmares (interpretadopelo músico e presidente de honra da Mangueira Nelson Sargento), Chico da Matilde (jangadeiro que lutou pela Abolição da Escravatura no Ceará) e Luisa Mahin (líder da Revolta dos Malês, no Império).Durante a apuração, em nenhum momento a escola fundada por Cartola foi ameaçada – só 2 das 36notas não foram 10. Com o 20.º título, também se aproxima da líder nesse quesito, a Portela, que tem 22.
A vice-campeã Viradouro também se manteve neste posto a maior parte do tempo, perdendo em
apenas dois quesitos para a Vila Isabel. Recém-alçada ao Grupo Especial, após três anos na segunda
divisão, a Viradouroobteve esse desempenho graças ao talento de Paulo Barros, que apresentou um
enredo sobre fábulas infantis revisitadas por um adulto.
A Beija-Flor, campeã em 2018 e que neste ano contou a própria história, decepcionou com o 11.º lugar.
A escola não contou mais com o carnavalesco Laíla, que se transferiu para Unidos da Tijuca, sétima
colocada. A vice-campeã de 2018, Paraíso do Tuiuti, também caiu bastante: ficou com o oitavo lugar,
após ter problemas em dois carros alegóricos. A escola contou a história do bode Ioiô, “eleito” vereador
em Fortaleza em 1922.
Quatro perguntas para Mônica Benício
Marielle ajudou a Mangueira a ganhar o campeonato?
A Mangueira ajudou na luta por justiça. Sem dúvida, havia um sentimento de solidariedade. A
Mangueira trouxe a urgência da construção política e a justiça por Marielle. Demonstrou que vidas
faveladas importam. Foi uma contribuição mútua, junção de amor e solidariedade.
Essa vitória vai contribuir para acelerar as investigações?
Não sei se acelera, mas pressiona para que o resultado chegue. O mais importante é saber quem
mandou matar.
Por que você foi a única parente a desfilar?
Não sei responder pelos demais. Fui convidada pelo Leandro (Vieira, carnavalesco).
Agora vai comemorar a vitória a noite inteira?
A ideia é celebrar a vitória da Mangueira e o início da justiça por Marielle.
Presidente da Liesa diz que prefeitura do Rio tem que cuidar melhor da Sapucaí
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, remeteu à
prefeitura do Rio de Janeiro e à Riotur, empresa de turismo do município, a responsabilidade por
melhorias na Marquês de Sapucaí. Neste ano, temendo a segurança dos frequentadores, o Ministério
Público liberou o espaço a cerca de uma hora do desfile do grupo de acesso, na última sexta-feira, 1.
"Tem que falar com a prefeitura e a Riotur para cuidar melhor da Sapucaí", afirmou Castanheira. Ele
se esquivou, no entanto, a criar polêmica em torno da ameaça do prefeito Marcello Crivella de cortar
definitivamente a verba das escolas de samba. O município reduziu de R$ 2 milhões a subvenção
concedida à cada agremiação do grupo especial, em 2017, para R$ 500 mil neste ano. Agora, avalia
repassar toda responsabilidade para a iniciativa privada.
"Tudo tem que ser pensado de cabeça fria. As escolas estão com muita dificuldade. Tem que ser
pensado o financiamento, se não vai ficar inviável", disse Castanheiro, argumentando, em seguida, que
o momento é de comemoração, com a vitória da Mangueira, vencedora com a homenagem à vereadora
assassinada Marielle Franco.
Mas, para o presidente da Liesa, a opção pela crítica social não explica totalmente a vitória da
Mangueira. "Outras escolas vieram com uma tônica política e nem por isso foram vencedoras. O carnaval
é reflexo do que acontece na sociedade. Foi um carnaval extremamente competitivo", acrescentou.
'Green Book', 'Roma' e 'Bohemian Rhapsody' são os principais vencedores do Oscar 201960
'Green Book' levou como melhor filme. Mexicano Alfonso Cuarón levou três estatuetas e filme sobre o
Queen foi o maior vencedor da noite, com quatro prêmios.
A cerimônia do Oscar consagrou "Green Book: O Guia", "Roma" e "Bohemian Rhapsody" neste
domingo (24/02), em Los Angeles.
A noite também foi importante pelo recorde de maior número de prêmios para profissionais negros (7
estatuetas) e para mulheres (15) em toda história da premiação.
"Green Book: O Guia", sobre a amizade entre um motorista racista e um músico negro, venceu como
Melhor Filme, além de Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali). A cinebiografia do Queen
e de Freddie Mercury levou quatro estatuetas, incluindo melhor ator para Rami Malek.
"Roma" deu três prêmios a Alfonso Cuarón, incluindo sua segunda estatueta como diretor e o primeiro
Oscar de Filme Estrangeiro para o México.
Outros destaques do Oscar 2019:
- "A Favorita" bateu a favorita: Olivia Colman foi Melhor Atriz pelo filme "A Favorita". No discurso, ela
pediu desculpas a Glenn Close, que era apontada como favorita ao prêmio, na 7ª indicação sem vitória
- Lady Gaga levou por Melhor Canção com "Shallow", a única estatueta de "Nasce uma estrela"
- Spike Lee ganhou seu primeiro Oscar "oficial", após prêmio honorário em 2006. Foi pelo roteiro
original de "Infiltrado na Klan"
- "Pantera Negra" levou 3 prêmios técnicos: trilha sonora, figurino (o 1º para profissional negro) e
direção de arte (1º para uma mulher negra)
- A Netflix foi premiada quatro vezes: além de "Roma", levou documentário em curta-metragem com
"Absorvendo o tabu"
- Rami Malek foi o melhor ator e celebrou a chance de contar a história de Freddie Mercury: 'um homem
gay, um imigrante, que viveu a vida sem pedir licença'
- Show do Queen abriu a cerimônia, a primeira sem apresentador em 30 anos
"Essa é uma história de amor. Sobre sabermos amar uns aos outros apesar das diferenças", disse o
diretor Peter Farrelly ao agradecer no palco pelo Oscar de Melhor Filme de "Green book: O guia".
Três vezes Alfonso Cuarón
Cuarón levou prêmios de Fotografia, Filme Estrangeiro e Diretor. "Eu cresci vendo filmes em língua
estrangeira... Como 'Cidadão Kane', 'Turabão' e 'O poderoso chefão'", comentou o mexicano ao vencer
com "Roma" o prêmio de Filme Estrangeiro.
No último discurso, ele disse: "Agradeço à Academia por reconhecer um filme que trata de uma mulher
indígena, e uma das 70 milhões de empregadas domésticas sem direitos trabalhistas. Uma personagem
historicamente sempre deixada para trás. "
"O nosso trabalho é olhar para onde ninguém olha. Essa responsabilidade se torna muito maior numa
época onde estamos sendo encorajados a não olhar. Muito obrigado Libo (sua babá na vida real, que
inspirou o filme)", disse Cuarón.
Spike Lee e seu primeiro Oscar 'oficial'
Spike Lee levou seu primeiro Oscar competindo com outros profissionais, pelo roteiro adaptado de
"Infiltrado na Klan". Em 2006, o americano ganhou um Oscar Honorário e na época criticou a quantidade
de negros concorrendo ao prêmio.
"Diante do mundo, eu gostaria de reverenciar os ancestrais que construíram esse país, e também os
que sofreram genocídios", disse ele em seu discurso.
"Os ancestrais vão ajudar a voltarmos a ganhar nossa humanidade. As eleições de 2020 estão
chegando, vamos pensar nisso. Precisamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. É uma escolha
moral. Do amor sobre ódio. Vamos fazer a coisa certa", disse, citando seu próprio filme.
Pantera Negra e vitórias inéditas para negros
Ruth E. Carter ganhou o Oscar de Melhor Figurino e se tornou a primeira pessoa negra a levar nesta
categoria. Outra vitória inédita veio com Hannah Beachler, a primeira mulher negra a ganhar em Direçãode Arte.
"Isso levou tanto tempo... Spike Lee, obrigado por ser meu começo. Espero que isso te deixe
orgulhoso. Marvel criou o primeiro super-herói negro, mas com o nosso figurino o transformamos em um
rei africano", disse Ruth. A figurinista já havia sido duas vezes indicada, por "Amistad (1997) e "Malcom
X" (1992), dirigido por Lee.
Um Oscar para Gaga
Lady Gaga não foi a Melhor Atriz, mas levou Melhor Música por "Shallow", junto com Mark Ronson,
Anthony Rossomando e Andrew Wyatt, coautores da canção.
Ela se emocionou e agradeceu ao diretor do filme e colega de elenco em "Nasce uma estrela", com
quem tinha cantado a música antes de rosto coladinho:
"Bradley [Cooper], não tem nenhuma pessoa no planeta com quem eu poderia cantar essa música a
não ser você. Obrigada."
"Não é sobre ganhar, é não desistir. Se você tem um sonho, lute por ele. Existe uma disciplina. Não é
sobre quantas vezes você foi rejeitado, caiu e teve que levantar. É quantas vezes você fica em pé, levanta
a cabeça e vai adiante", ela disse.
O cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos foi um dos nomes lembrados na seção que
homenageou os artistas que morreram no último ano.
Veja a lista de premiados do Oscar 2019:
Melhor Filme
- "Green Book: O guia"
- "Bohemian Rhapsody"
- "Infiltrado na Klan"
- "A favorita"
- "Pantera Negra"
- "Roma"
- "Nasce uma estrela"
- "Vice"
Ator
- Rami Malek ("BohemianRhapsody")
- Christian Bale ("Vice")
- Bradley Cooper ("Nasce Uma Estrela")
- Willem Dafoe ("No Portal da Eternidade")
- Viggo Mortensen ("Green Book")
Atriz
- Olivia Colman ("A Favorita")
- Lady Gaga ("Nasce Uma Estrela")
- Glenn Close ("A Esposa")
- Yalitza Aparicio ("Roma")
- Melissa McCarthy ("Poderia Me Perdoar?")
Diretor
- Alfonso Cuarón ("Roma")
- Spike Lee ("Infiltrado na Klan")
- Yorgos Lanthimos ("A Favorita")
- Adam McKay ("Vice")
- Pawel Pawlikowski ("Guerra fria")
Atriz coadjuvante
- Regina King - "Se a rua Beale falasse"
- Amy Adams - "Vice"
- Emma Stone - "A favorita"
- Rachel Weisz - "A favorita"
- Marina de Tavira - "Roma"
- Trilha sonora original
- "Pantera Negra"
- "Se a rua Beale falasse"
- "O retorno de Mary Poppins"
- "Infiltrado na Klan"
- "Ilha dos cachorros"
Ator coadjuvante
Mahershala Ali – "Green Book - O guia"
- Adam Driver - "Infiltrado na Klan"
- Richard E. Grant – "Poderia me perdoar?"
- Sam Elliott - "Nasce uma estrela"
- Sam Rockwell – "Vice"
Roteiro adaptado
- "Infiltrado na Klan"
- "A balada de Buster Scruggs"
- "Poderia me perdoar?"
- "Se a rua Beale falasse"
- "Nasce uma estrela"
Roteiro original
- "Green Book - O guia"
- "A favorita"
- "No coração da escuridão"
- "Roma"
- "Vice"
Edição
- "Bohemian Rhapsody"
- "Infiltrado na Klan"
- "A favorita"
- "Green Book - o guia"
- "Vice"
Fotografia
- "Roma"
- "Guerra fria"
- "A favorita"
- "Never Look Away"
- "Nasce uma estrela"
Filme de língua estrangeira
- "Roma"
- "Cafarnaum"
- "Guerra fria"
- "Never Look Away"
- "Assunto de família"
Melhor animação
- "Homem-Aranha no Aranhaverso"
- "Os Incríveis 2"
- "Ilha dos Cachorros"
- "Mirai"
- "WiFi Ralph - Quebrando a Internet"
Canção original
- "Shallow", "Nasce uma estrela"
- "All The Stars", "Pantera Negra"
- "I’ll Fight", "RBG"
- "The Place Where Lost Things Go", "O retorno de Mary Poppins"
- "When A Cowboy Trades His Spurs for Wings", "A balada de Buster Scruggs"
Figurino
- "Pantera Negra"
- "A balada de Buster Scruggs"
- "A favorita"
- "O retorno de Mary Poppins"
- "Duas rainhas"
Curta-metragem
- "Skin"
- "Detainment"
- "Fauve"
- "Marguerite"
- "Mother"
Edição de som
- "Bohemian Rhapsody"
- "Pantera Negra"
- "O primeiro homem"
- "Um lugar silencioso"
- "Roma"
Mixagem de som
- "Bohemian Rhapsody"
- "Pantera Negra"
- "O primeiro homem"
- "Roma"
- "Nasce uma estrela"
Curta de animação
- "Animal Behavior"
- "Bao"
- "Late Afternoon"
- "One Small Step"
- "Weekends"
Direção de arte
- "Pantera Negra"
- "A favorita"
- "O primeiro homem"
- "O retorno de Mary Poppins"
- "Roma"
Efeitos visuais
- "Vingadores: Guerra infinita"
- "Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível "
- "O primeiro homem"
- "Ready Player One"
- "Solo: Uma história Star Wars"
Maquiagem e penteado
- "Vice"
- "Duas rainhas"
- "Border"
Documentário
- "Free Solo"
- "Hale County"
- "Minding the Gap"
- "Of Fathers and Sons"
- "RBG"
Documentário curta-metragem
- "Absorvendo o tabu"
- "Black Sheep"
- "End Game"
- "Lifeboat"
- "A Night at the Garden"
Governo do estado fecha exposição na Casa França-Brasil que teria performance com nudez e
crítica à tortura61
Último dia da mostra 'Literatura exposta' contaria com ação do Coletivo És Uma Maluca.
A Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro cancelou o último dia da exposição "Literatura
exposta" na Casa França-Brasil. A programação deste domingo incluía uma performance do coletivo És
Uma Maluca, que faria uma crítica à tortura durante a ditadura militar, com duas mulheres nuas
interagindo com a obra “A voz do ralo é a voz de deus”. Tal obra já havia sofrido interferência da direção
da casa quando foi inaugurada no mês passado.
Em nota enviada à imprensa, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Ruan Lira, afirmou que o
cancelamento foi realizado devido a um descumprimento de contrato. Segundo ele, o cancelamento
aconteceu porque a programação deste domingo não estaria incluída no contrato firmado.
"A decisão foi tomada devido ao descumprimento do contrato assinado entre as partes em 3 de julho
de 2018 e que prevê o cancelamento unilateral em caso de descumprimento das obrigações
estabelecidas. O referido contrato não inclui em seu objeto a programação informada para o último dia do
evento. Também exige que as atividades sejam autorizadas pelo Iphan, com pedido feito com 45 dias de
antecedência, o que não ocorreu - impedindo, portanto, a realização do programa agendado para este
domingo", escreveu.
Em mensagem publicada em sua conta no Instagram, o curador da exposição, Álvaro Figueiredo, diz
que a direção da Casa França-Brasil já estava previamente avisada sobre a realização da performance
deste domingo. E completou:
"Censura à exposição Literatura Exposta! Fecharam nossa exposição um dia antes da data oficial
como forma de impedir que as performances da finissage acontecessem. Comuniquei com antecedência
o teor das performances à direção da Casa, foi autorizado e ontem à noite enviaram esse comunicado.
Esse é o governo que temos. A arte vai sobreviver aos ignorantes", escreveu o curador, ao compartilhar
o e-mail que recebeu na noite de sábado avisando sobre o cancelamento da exposição. A mensagem
compartilhada por Figueiredo afirma ainda que o cancelamento da exposição foi uma ordem do
governador do Rio, Wilson Witzel.
Para Figueiredo, não faz sentido a secretaria de cultura exigir um detalhamento do que seria
apresentado na exposição no momento em que o contrato foi firmado, pois os artistas desenvolveram as
obras após a contratação.
— Tanto que, quando me pediram o projeto, nunca me cobraram o conteúdo do que os artistas iam
fazer, porque a gente não sabia ainda o que eles iriam preparar. A única obrigação que eles tinham era
entregar o trabalho — afirmou o curador, ao ressaltar que, mesmo assim, encaminhou à Casa FrançaBrasil nesta semana informações sobre o encerramento.
— A gente teve o cuidado de mandar para a Casa França-Brasil, a partir de terça-feira, o detalhamento
de como seriam as três performances do encerramento. O único pedido foi de que a gente alertasse que
a performance do És Uma Maluca não era indicada para menores de 18 anos.
Ele considera “estranha” a movimentação na véspera da apresentação.
— O que a gente pode entender disso? É um absurdo. Como isso chegou ao governador, e por que
ele está preocupado com uma exposição na Casa França-Brasil? Pra mim isso é uma censura, não posso
entender de outra forma. Se isso foi comunicado antes, por que mudaram de ideia agora?
O GLOBO ainda entrou em contato com o coletivo És Uma Maluca. De acordo com o grupo — que
prefere se manifestar apenas coletivamente — a performance deste domingo estava inicialmente prevista
para ser realizada durante a abertura da exposição. No entanto, a pedido da administração da Casa
França-Brasil, foi adiada para o encerramento.
Segunda proibição O cancelamento da performance representa a segunda proibição ao trabalho do coletivo És Uma Maluca durante a realização da exposição. Em dezembro, antes da atual gestão do governo do estado
assumir, o diretor da Casa França-Brasil, Jesus Chediak, e o então secretário estadual de Cultura,
Leandro Monteiro, decidiram proibir o áudio da instalação do coletivo, que em sua primeira versão utilizava
a voz do presidente Jair Bolsonaro.
Batizada de “A voz do ralo é a voz de Deus”, a instalação foi criada pelo coletivo é composta de 6 mil
baratas de plástico em volta da tampa de um bueiro, do qual saiam trechos de discursos do presidente
eleito. Para driblar a proibição, os artistas substituíram o discurso político por uma receita de bolo, recurso
utilizado frequentemente por jornais que eram censurados durante a ditadura militar.
Para a exposição Literatura Exposta, cada artista ou coletivo havia sido provocado a criar uma obra a
partir da releitura de um texto de um escritor considerado periférico. O trabalho do És Uma Maluca
inspirou-se no conto "Baratária", do escritor Rodrigo Santos, de São Gonçalo.
Vencedor do primeiro Prêmio Festa Literária das Periferias (Flup), em 2012, Santos escreveu o conto
em 2016. É a história de uma mulherque tem traumas de baratas desde que caiu em um túmulo cheio
delas, no enterro de sua avó. Nos anos de chumbo, ela é presa, e um torturador introduz os insetos em
sua vagina. Anos depois, a personagem o reconhece num bar do Rio e parte para cima dele, também
usando uma barata encontrada no banheiro do estabelecimento.

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