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Aula 03 Prova. Lei nº 9.296/1996 (interceptação telefônica).

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DIREITO PROCESSUAL PENAL - TRIBUNAIS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJDFT 
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
AULA 03 – PROVA – INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
 
 
Olá, Pessoal! 
 
Hoje começaremos a tratar de um tema que o CESPE adora exigir em seus 
concursos: A PROVA NO PROCESSO PENAL. 
É um tema vasto, mas interessantíssimo e que sem dúvida, a correta 
compreensão, garantirá preciosos pontos em sua PROVA. 
Durante a aula responderemos a importantes questionamentos do tipo: 
Posso obrigar alguém a provar alguma situação que eu estou colocando em 
dúvida? 
Posso utilizar uma conversa telefônica gravada sem seu consentimento na qual 
escutamos CLARAMENTE uma conversa de duas horas com sua namorada ou 
namorado, configurando o ILÍCITO de deixar candidatos passarem sua frente 
na fila de aprovação (Aqui isto é um crime tipificado no art. 1º do Código dos 
Concurseiros)? 
Pode o juiz aceitar como prova suficiente para embasar a condenação de um 
concurseiro o depoimento de uma testemunha, colhido na fase do inquérito, e 
que afirma ter visto o futuro candidato a um cargo público assistindo “BBB 13” 
e mais, votando para a saída de um participante da “casa”? 
Bom, estas e outras perguntas serão respondidas e explicadas! 
Dito isto, atenção total e vamos em frente recuperar as duas horas no 
telefone...Eu sei...Eu sei...Você goza de presunção de inocência até a sentença 
judicial transitada em julgado... 
 
Bons estudos!!! 
*************************************************************** 
 
3.1 PROVA – REGRAS GERAIS 
 
O Código de Processo Penal traz em seu texto um conjunto de regras que 
define a fase probatória em um processo penal. 
Essas regras podem ser divididas em gerais, que tratam da forma como o 
magistrado deve apreciar e valorar as provas, e específicas, que versam sobre 
meios de prova, tais como a acareação, o interrogatório e o mais exigido e 
cobrado em prova, AS PERÍCIAS EM GERAL constantes dos art. 158 a 184, 
com modificações importantíssimas inseridas pela Lei nº 11.690/2008. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL - TRIBUNAIS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 3.1.1 CONCEITO 
 
O termo prova deriva do latim probatio, que significa inspeção, verificação, 
ensaio, razão, exame, argumento, aprovação ou confirmação. Visto isto, 
podemos conceituar prova como sendo o conjunto de elementos que serão 
apresentados pelas partes a fim de convencer o Magistrado quanto a fatos, 
atos e circunstâncias. 
Mirabete afirma que provar é "produzir um estado de certeza, na 
consciência e mente do juiz, para sua convicção, a respeito da existência ou 
inexistência de um fato, ou da verdade ou falsidade de uma afirmação sobre 
uma situação de fato, que se considera de interesse para uma decisão 
judicial ou a solução de um processo". 
 
 3.1.2 OBJETO DA PROVA 
 
Objeto da prova é, resumidamente, o fato no processo penal que precisam 
ser provados por gerar dúvida ao Juiz. 
Mas todo fato precisa ser comprovado se requisitado por uma das partes? 
A resposta é negativa. Vamos exemplificar: 
Imaginemos um processo penal em que Mévio acusa Tício de ter jogado 
álcool e fogo em sua perna. Durante o litígio, em determinado momento, o 
advogado de Tício profere a seguinte declaração...”MAS PROVE QUE O 
FOGO QUEIMA!!!”. 
Óbvio que tal pedido é um absurdo e exatamente para evitar este tipo de 
situação a doutrina lista os seguintes fatos que NÃO necessitam de 
comprovação. São eles: 
 
• FATOS AXIOMÁTICOS � São aqueles em que pesam certeza 
absoluta, inquestionável. São os fatos evidentes, intuitivos sob 
os quais não recaem questionamentos. 
Exemplo: Um motoqueiro é atropelado por um caminhão de 
cerveja (daqueles bem grandes) e tem seu corpo dividido em 
vários pedaços (espero que os futuros peritos não estejam 
achando a história pesada). 
Ao chegar ao local o perito olha para as partes do corpo e diz: 
“VAMOS REALIZAR O EXAME CADAVÉRICO INTERNO PARA 
DETERMINAÇÃO DA CAUSA DA MORTE”. 
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ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA 
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Este perito merece ser DEMITIDO, porque estamos diante de 
um fato axiomático em que, claramente, é intuitivo a 
determinação da causa do falecimento. 
 
• FATOS NOTÓRIOS � São os fatos que encontram 
embasamento no conhecimento que faz parte da cultura de uma 
sociedade. Assim, em um processo contra a honra do 
Presidente, por exemplo, ninguém precisa provar em juízo que 
ele é o Chefe do Executivo Federal, pois isto é um fato notório. 
Não precisamos comprovar que o fogo queima, que a água 
molha, enfim é tudo aquilo que podemos dizer: “ AHHH, mas 
isso todo mundo já sabe!”. 
 
• PRESUNÇÕES LEGAIS � São juízos de certeza que decorrem 
da própria lei e que se classificam em: 
 
1. ABSOLUTAS (JURE ET DE JURE) ��� NÃO ADMITEM 
PROVA EM CONTRÁRIO. 
2. RELATIVAS (JURIS TANTUM) ��� ADMITEM PROVA EM 
CONTRÁRIO, PORÉM INVERTEM O ÔNUS 
PROBATÓRIO. 
 
Exemplo de presunção absoluta: Será possível a um advogado 
comprovar em juízo que, devido a uma capacidade mental 
diferenciada, um menor de 18 anos não poderá ser considerado 
inimputável? 
A resposta é negativa, pois há, neste caso, presunção legal 
absoluta de que só o maior de 18 aos é imputável. 
Exemplo de presunção relativa: Utilizando a situação acima 
apresentada, podemos dizer que há presunção relativa de que o 
maior de 18 anos é imputável. 
Assim, caso este possua uma doença mental, por exemplo, 
caberá à defesa comprovar tal fato e não a quem está 
acusando. 
Como falamos, ocorre a inversão do ônus probatório. 
 
Resumindo: 
 
 
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• FATOS INÚTEIS � São os que não possuem relevância para a 
causa. Seria o caso, por exemplo, de em um delito de furto o 
advogado querer saber qual a preferência sexual do réu, ou 
mesmo o que ele fez nas férias passadas, ou qualquer outro 
aspecto que em nada agregará ao convencimento do Juiz. 
Do exposto, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO - FATOS INCONTROVERSOS 
 
NO PROCESSO PENAL, DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRE NO PROCESSO 
CIVIL, OS FATOS ADMITIDOS PELAS PARTES NECESSITAM DE PROVA, 
POIS, NO PROCESSO PENAL, BUSCA-SE A VERDADE MATERIAL. DESTA 
FORMA, ATÉ MESMO O JUIZ PODE DETERMINAR DE OFÍCIO A PRODUÇÃO 
DE PROVAS: 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao 
juiz de ofício: 
[...] 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
ASSIM, SE TÍCIO (RÉU) DIZ QUE MATOU E MÉVIO(OFENDIDO) CONCORDA, 
O MAGISTRADO NÃO É OBRIGADO A ACEITAR TAL SITUAÇÃO, PODENDO 
REALIZAR DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES PARA DIRIMIR DÚVIDAS. 
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Diante do exposto, podemos concluir que a regra geral é a necessidade de 
provar os fatos, salvo nas situações apresentadas acima que excluem esta 
obrigação. 
Para finalizar, existem determinados requisitos para que a prova seja aceita 
em um processo penal. Para ter aceitação a prova necessita ser: 
 
1. ADMISSÍVEL ��� ADMITIDA PELO DIREITO; 
2. PERTINENTE ��� TENHA RELAÇÃO COM O PROCESSO; 
3. CONCLUDENTE ���VISA DIRIMIR DÚVIDAS SOBRE 
DETERMINADA QUESTÃO; 
4. POSSÍVEL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3.1.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 
 
 3.1.3.1 QUANTO AO OBJETO 
 
• PROVAS DIRETAS � São aquelas que por si só e com certeza 
demonstram um fato controvertido 
Exemplo: Testemunho de uma pessoa que estava no local do 
roubo e tudo viu ou exame do corpo de delito no caso de um 
homicídio 
 
• PROVAS INDIRETAS � São aquelas que exigem um raciocínio 
lógico para que se deduza determinada circunstância. A prova 
não encontra ligação direta com o fato, mas mediatamente 
permite conclusões. 
Exemplo: Em um delito de homicídio o réu (Tício) consegue um 
álibi. Este álibi vai proferir uma declaração que no dia X e hora 
Não viola o art. 5º, LV, da CF/88, o indeferimento da prova tida 
como desnecessária (STF, RE 446.517/DF, DJ 18.05.2007). 
Não constitui cerceamento de defesa o indeferimento de diligências 
requeridas pela defesa, se forem elas consideradas desnecessárias 
pelo órgão julgador a quem compete a avaliação da necessidade ou 
conveniência do procedimento então proposto (STF, HC 94.542/SP, 
DJ 20.03.2009). 
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Y Tício estava jantando com ela (Mévia). Mévia pode até nem 
saber do homicídio, mas para o processo a declaração tem 
grande importância. 
 
 3.1.3.2 QUANTO AO EFEITO OU VALOR 
 
• PROVAS PLENAS � São provas em que pesam um alto grau 
de certeza podendo ser utilizadas como elemento principal de 
convencimento do Magistrado. Relembro aqui que o Juiz não 
poderá formar seu convencimento simplesmente em provas sob 
as quais tenha dúvida, pois, neste caso, in dúbio pro reo. 
Exemplo: Prova documental, testemunhal, pericial. 
 
• PROVAS NÃO PLENAS� Servem para reforçar o 
convencimento do magistrado, não podendo funcionar como 
elemento principal de convicção. 
Exemplo: O indício, a fundada suspeita etc. 
 
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida 
e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por 
indução, concluir-se a existência de outra ou outras 
circunstâncias. 
 
 3.1.3.3 QUANTO AO SUJEITO 
 
• PROVAS REAIS � São aquelas que não resultam, diretamente, 
de pessoas e sim de eventos externos. 
Exemplo: Cadáver, arma do crime etc. 
 
• PROVAS PESSOAIS � São aquelas obtidas através de 
PESSOAS. 
Exemplo: Interrogatório, testemunho, laudos periciais etc. 
 
3.1.3.4 QUANTO À FORMA OU APARÊNCIA 
 
• TESTEMUNHAL; 
• DOCUMENTAL; 
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• MATERIAL. 
 
 Podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3.1.4 PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS 
 
• PRINCÍPIO DA COMUNHÃO (OU AQUISIÇÃO) � A prova 
não pertence à parte que a gerou, ou seja, uma vez produzida, 
passa a integrar o processo, podendo ser utilizada por qualquer 
dos intervenientes, seja o juiz, sejam as demais partes. 
QUANTO AO OBJETO 
QUANTO AO VALOR 
QUANTO AO SUJEITO 
QUANTO À FORMA 
DIRETAS 
INDIRETAS 
PLENAS 
NÃO PLENAS 
REAIS 
PESSOAIS 
TESTEMUNHAL 
DOCUMENTAL 
MATERIAL 
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Imaginemos, por exemplo, que em um processo eu contrato um 
perito particular, pago R$5000,00 e apresento um laudo pericial 
como prova. Este laudo é só meu (TÔ PAGANDO...) ou poderá 
ser utilizada pela outra parte? 
Na verdade, a partir no momento que uma prova é produzida, 
esta passa a ser DO PROCESSO, podendo ser utilizada por 
qualquer das partes. 
 
• PRINCÍPIO DA AUTO-RESPONSABILIDADE DAS PARTES � 
Em um processo não há que se falar em OBRIGAÇÃO das partes 
em produzir provas e sim em direito das partes de aplicar o 
princípio da ampla defesa e do contraditório. 
Desta forma, as partes assumem as conseqüências por sua 
inércia, negligência, erro ou inatividade. 
 
• PRINCÍPIO DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA � Enuncia 
exatamente o já visto princípio do contraditório. 
Não há no processo penal as chamadas provas secretas. Isto 
ocorre, justamente para garantir à outra parte a possibilidade 
de apresentação de contraprova. 
 
• PRINCÍPIO DA NÃO-AUTO-INCRIMINAÇÃO (nemo tenetur 
se detegere) � Ninguém será obrigado a produzir prova 
contra si. 
Assim, por exemplo, se intimado o réu pela autoridade 
competente para apresentar padrões gráficos de próprio punho 
para subsidiar uma prova pericial, o investigado deverá 
comparecer, mas poderá optar por não fornecer o solicitado. 
Também é este o motivo pelo qual o acusado não está obrigado 
a responder perguntas em seu interrogatório. 
 
• PRINCÍPIO DA ORALIDADE � Como forma de celerizar e 
tornar mais espontâneas as declarações proferidas durante um 
processo penal, busca-se a utilização do procedimento oral em 
substituição ao escrito. Deste princípio surgem outros dois: 
 
1. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO � Deve-se, sempre que 
possível, concentrar a produção de provas na audiência. 
Tal princípio restou-se fortalecido com o advento da lei nº. 
11.719/08 e as novas regras atribuídas ao procedimento 
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comum, ordinário e sumário. Só para exemplificar, no rito 
sumário, anteriormente, as alegações finais eram feitas por 
escrito, preceito este modificado conforme podemos 
observar: 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou 
sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais 
por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação 
e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), 
proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
 
2. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE � Primando-se pela 
oralidade garante-se de uma forma mais ampla a aplicação 
da publicidade tendo em vista que o cidadão terá acesso à 
produção de provas no momento em que elas surgirão 
(audiência). 
A publicidade não é absoluta no processo penal e o juiz 
poderá restringi-la em algumas situações presentes no CPP, 
mas indubitavelmente, encontra íntima relação com o 
princípio da oralidade que, para vocês, concurseiros, é o que 
importa no momento. 
 
 3.1.5 SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA 
 
Os doutrinadores destacam diversos sistemas que, se adotados, geram 
consequências quanto ao aspecto de valoração da prova por parte do 
Magistrado. Vamos conhecê-los: 
 
3.1.5.1 SISTEMA LEGAL, TARIFADO OU FORMALCaracteriza-se pelo fato de a lei impor ao Juiz estrito acatamento a 
determinadas regras preestabelecidas, não conferindo qualquer margem 
de liberdade ao Magistrado. Aqui não devemos falar em convicção íntima 
ou mesmo valoração de provas, pois os pesos e medidas já estão 
estabelecidos pelo legislador. 
Este sistema vigora como exceção em nosso país em algumas situações, 
tais como as definidas: 
 
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• No art. 158 do CPP que nos diz que quando a infração deixar 
vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
• No art. 155 do CPP que nos preceitua que quanto ao estado de 
pessoas, na esfera penal, somente se prova mediante certidão, 
não se admitindo prova testemunhal. 
 
Perceba que nas duas situações o Juiz só pode aceitar o fato como 
verdadeiro se for comprovado exatamente da forma como a lei 
preceitua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.5.2 SISTEMA DA ÍNTIMA CONVICÇÃO OU CERTEZA 
MORAL 
 
É exatamente o oposto do que tratamos acima, pois enquanto no 
sistema legal temos ausência da margem de liberdade, no sistema íntimo 
temos TOTAL margem de liberdade conferida ao Juiz. 
Praticamente não encontramos aplicabilidade deste sistema no nosso 
ordenamento jurídico, mas podemos citar como exemplo as decisões 
emanadas do Júri popular, nas quais o jurado profere seu voto, sem 
necessidade de fundamentação. 
 
3.1.5.3 SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO OU 
VERDADE REAL 
 
É um equilíbrio entre os dois extremos acima mencionados, ou seja, 
neste sistema o Juiz forma seu convencimento através da livre 
apreciação da prova, mas deve fundamentar sua decisão. 
OBSERVAÇÃO: O citado art. 155 do CPP no seu parágrafo único dispõe: 
 
Art. 155. [...] 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão 
observadas as restrições estabelecidas na lei civil. 
 
Este artigo deixa claro que não são aplicáveis ao processo penal, por uma 
possível analogia, as restrições ao processo estabelecidas na lei civil, via 
de regra presentes no Código Civil e Código de Processo civil. 
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Tal sistema foi acolhido pelo Código de Processo Penal e encontra 
previsão no art. 155, com redação dada pela Lei nº. 11.690/2008. 
Observe: 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Duas conseqüências surgem a partir da adoção do sistema do livre 
convencimento pelo ordenamento jurídico brasileiro. São elas: 
 
1 – INEXISTÊNCIA DE LIMITAÇÃO COM RELAÇÃO AOS MEIOS DE 
PROVA � O CPP não cria uma lista taxativa de provas. Isto significa que 
sendo lícitas e legítimas poderão ser admitidas. 
 
2 – INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA � Quanto à valoração das 
provas não existe um valor prefixado. 
Assim, se em um processo o Magistrado desconsidera a prova pericial 
para condenar o réu unicamente em prova testemunhal, não há qualquer 
problema. 
Faz-se necessário ressaltar que a liberdade valorativa não é absoluta, 
encontrando no ordenamento pátrio as seguintes restrições: 
• Necessidade de motivação � As decisões judiciais 
devem ser motivadas. Tal preceito encontra base na 
Constituição Federal e também no CPP: 
Art. 381 [...] 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em 
que se fundar a decisão; 
 
• Obrigação da produção sob a égide do contraditório 
� Esta regra encontra-se prevista no já citado art. 155 
deixando claro que o Juiz não poderá fundamentar sua 
decisão unicamente em elementos obtidos na fase da 
investigação. Desta forma já se pronunciou o STF: 
 
 
 
 
 
É possível a utilização de declarações de testemunhas 
colhidas na fase do inquérito policial sem observância 
do contraditório, desde que verificado que a 
condenação se baseia, outrossim, em depoimentos 
de testemunhas colhidos em juízo, sob o crivo 
contraditório. (HC 68.010/MS, DJ 22.04.2008 p. 1) 
 
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Outro importante aspecto a ser tratado neste ponto é com 
relação ao final do art. 155 que coloca as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas como ressalvas à 
impossibilidade do magistrado proferir decisões 
exclusivamente com base nos elementos informativos 
colhidos na investigação. 
Esta situação trata de provas consideradas URGENTES, ou 
seja, provas que se aguardarem o início da ação penal 
estão passíveis de perecimento. 
Exemplo: Na fase de investigação o Magistrado determina 
uma busca domiciliar através da qual são apreendidos 
diversos objetos incriminadores que demonstram que o 
acusado realmente é culpado. Neste caso esta prova 
poderá, unicamente, fundamentar a decisão do Juiz. 
 
Do exposto, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.6 ÔNUS DA PROVA 
 
Conforme já visto, a prova não constitui uma obrigação das partes, pois, 
caso não seja apresentada, não podemos afirmar que tal fato constitui uma 
afronta ao direito. 
Exatamente por isso que utilizamos a expressão ônus que caracteriza a 
posição jurídica cujo exercício conduz o titular a uma posição mais 
favorável. Sobre o assunto dispõe o CPP: 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: 
AUSÊNCIA 
DE MARGEM 
DE 
LIBERDADE 
TOTAL 
MARGEM DE 
LIBERDADE 
EQUILÍBRIO NA 
LIBERDADE � 
DECISÕES 
FUNDAMENTADAS 
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I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da 
medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir 
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre 
ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Perceba que logo no início do art. 156 o CPP trata da prova da alegação 
discorrendo que ela deverá caber a quem a fizer. 
Pergunto: A partir deste preceito podemos afirmar que o ônus da prova 
cabe exclusivamente a quem acusa? 
A resposta é negativa, pois caberá a quem alega determinado fato, seja a 
defesa ou seja a acusação. 
Assim, quem terá que provar que o delito foi doloso e não culposo é quem 
acusa, mas quem provará uma alegação de uma possível excludente de 
ilicitude será a defesa, pois ela ALEGA o fato. 
Desta forma, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACUSAÇÃO 
DEFESA 
FFAATTOOSS CCOONNSSTTIITTUUTTIIVVOOSS 
 
•• AAUUTTOORRIIAA 
•• MMAATTEERRIIAALLIIDDAADDEE 
•• TTIIPPIICCIIDDAADDEE•• DDOOLLOO OOUU CCUULLPPAA 
•• EETTCC 
FFAATTOOSS IIMMPPEEDDIITTIIVVOOSS,, 
EEXXTTIINNTTIIVVOOSS OOUU 
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Bom, até aqui vimos a regra que é o ônus da prova caber ou a defesa ou à 
acusação. Todavia, da leitura do art. 156, percebemos que a produção de 
provas também pode ser feita, ex officio, pelo magistrado. 
Este assunto é bem controvertido e encontramos diversas divergências 
doutrinárias das quais teremos que tratar aqui para que você leve uma 
compreensão geral sobre o tema para a sua PROVA. 
Segundo Guilherme de Souza Nucci, a atuação de ofício pelo juiz "trata-se 
de decorrência natural dos princípios da verdade real e do impulso oficial". 
Não deve o magistrado, segundo o autor, "ter a preocupação de beneficiar, 
com isso, a acusação ou a defesa, mas única e tão-somente atingir a 
verdade". 
Em sentido contrário, estudiosos alegam que, se o acusado é presumido 
inocente até sentença penal condenatória transitada em julgado (artigo 5°, 
LVII, CRFB); se compete privativamente ao Ministério Público a promoção 
da ação penal pública, segundo o princípio da oficialidade da ação penal 
insculpido no artigo 129, I, CRFB; se a Carta Política adota o sistema 
acusatório para o processo penal, devendo o julgador ser imparcial e 
autônomo em relação à acusação; como aceitar a atividade probatória 
exercida ex oficio pela autoridade judiciária? 
Se no processo penal, como garantia individual que este ramo representa, 
vigora o princípio do in dubio pro reu, como justificar a atividade do 
magistrado que, na dúvida, não absolve, mas determina produção de 
provas? 
Para começarmos a responder a estes questionamentos, observe o 
interessante julgado do STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"(...) O órgão acusador tem a obrigação jurídica de provar o alegado e não o réu 
demonstrar sua inocência. É característica inafastável do sistema processual 
penal acusatório o ônus da prova da acusação, sendo vedado, nessa linha de 
raciocínio, a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 156 do Código de 
Processo Penal. 3. Carece de fundamentação idônea a decisão condenatória que 
impõe ao acusado a prova de sua inocência (...) É notório que o órgão acusador 
tem a obrigação jurídica de provar o alegado e não o réu demonstrar sua 
inocência. É característica inafastável do sistema processual penal acusatório, 
como retratado no art. 156 do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, afirma AFRÂNIO SILVA JARDIM: ´O réu apenas nega os fatos 
alegados pela acusação. Ou melhor, apenas tem a faculdade de negá-los, pois a 
não impugnação destes ou mesmo a confissão não leva a presumi-los como 
verdadeiros, continuando eles como objeto de prova de acusação. Em poucas 
palavras: a dúvida sobre os chamados fatos da acusação leva à improcedência da 
pretensão punitiva, independentemente do comportamento processual do réu. 
Assim,o ônus da prova, na ação penal condenatória é todo da acusação e 
relaciona-se com todos os fatos constitutivos do poder-dever de punir do Estado, 
afirmado na denúncia ou queixa; conclusão esta que harmoniza a regra do art. 
156, primeira parte, do CPP com o salutar princípio in dubio pro reu." 
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Esta decisão do Superior Tribunal de Justiça traduz perfeitamente a idéia de 
que o processo penal é, antes de tudo, um sistema de garantias face ao uso 
do poder do Estado. 
Desta forma, a fim de tomarmos o art. 156 do CPP como constitucional, há 
de se aplicar ao dispositivo uma interpretação compatível com o sistema 
acusatório, que deriva de nossa Constituição. 
Ainda que o caput desse artigo generalize a possibilidade de o juiz agir de 
ofício nas duas situações previstas (incisos I e II),é relevante ressaltar que, 
no caso do inciso I, o juiz só poderá agir quando provocado por quem 
exerce o direito de ação (portanto, com processo em curso) e no resguardo 
de uma prova pertinente e importante em vias de perecer (arts. 225 do CPP 
e 846, 851 do CPC). 
Tal interpretação se faz necessária, na medida em que admitir que o juiz, 
de ofício, possa ordenar antes do início da ação penal a produção 
antecipada de provas, seria aceitar a volta de um processo penal 
inquisitório, o que contrariaria nosso atual sistema de direitos e garantias 
previstos na Carta Magna. 
Tal conduta acabaria por violar, a um só tempo, os princípios da inércia, 
inerente ao sistema acusatório (visto que a ação seria iniciada por parte 
ilegítima), da iniciativa das partes e o princípio acusatório, o da 
imparcialidade do juiz (tendo em vista que estaria investigando, adotando 
comportamento tipicamente inquisitivo, o que lhe é vedado 
constitucionalmente), o do contraditório, sem se mencionar o próprio 
princípio do Estado democrático de direito. 
Desta forma, diante do exposto, na sua PROVA aplique o entendimento de 
que não figura inconstitucionalidade nos incisos do art. 156 (ATÉ PORQUE 
ESTA DECISÃO NÃO CABE A NÓS E, ATÉ AGORA NÃO TEMOS UM 
POSICIONAMENTO CONCRETO SOBRE O ASSUNTO). Entretanto, entenda 
que a aplicação deles é restrita, pois, segundo doutrina majoritária, devem 
ser interpretados restritivamente e considerados só em situações 
excepcionais. 
 
 3.1.7 PROVAS ILEGAIS 
 
Preceitua a Constituição Federal: 
 
Art. 5º 
[...] 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
 
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A constituição, quando utiliza a expressão “provas obtidas por meios 
ilícitos”, trata do gênero provas ilegais que pode ser subdividido nas 
seguintes espécies: 
 
• PROVAS ILÍCITAS ��� Afrontam o direito material. 
Exemplos: Interceptação telefônica obtida sem autorização judicial, 
busca e apreensão domiciliar sem autorização judicial (salvo os casos 
previstos na CF), interrogatório obtido mediante tortura etc. 
• PROVAS ILEGÍTIMAS � Afrontam o direito processual. 
Exemplo: Perícia realizada por apenas um perito NÃO-OFICIAL, ou 
seja, aquele nomeado na ausência de perito oficial. Neste caso temos 
violação ao parágrafo 1º do Art. 159 do CPP. 
• PROVAS ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO ��� Provas lícitas em sua 
essência, mas que trazem em seu bojo uma contaminação advinda de 
prova ilícita produzida anteriormente. 
Exemplo: Apresentação de testemunha obtida com base em 
interceptação telefônica realizada sem as formalidades legais. 
 
Vamos tratar especificamente das provas ilícitas e das ilícitas por derivação 
que exigem um estudo mais aprofundado para efeito de PROVA: 
 
3.1.7.1 PROVAS ILÍCITAS 
 
Dispõe o CPP: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Perceba que não há exceções para a inadmissibilidadede provas ilícitas 
previstas no Código ou na Carta Magna, sendo cabível, inclusive, o 
desentranhamento (retirada) das provas que ferirem este preceito. 
Entretanto, é importante frisar que, de forma majoritária, tanto a 
doutrina quanto a jurisprudência, tem entendido que se deve relativizar 
o texto constitucional e legal, fundando-se no princípio da 
proporcionalidade, que deverá nortear as soluções dos conflitos 
apresentadas ao meio jurídico. 
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Quando trata da inexistência de admissibilidade de provas ilícitas 
previstas no texto constitucional, o Ilustre Jurista Vicente Greco Filho 
dispõe que, “entende-se que o legislador constituinte tenha adotado uma 
postura radical, mas, justificada pela ocasião, já que, naquele momento, 
o país o país rompia com um regime autoritário e passava-se a adotar 
direitos e garantias fundamentais. Assim, a proibição da produção de 
provas por meios ilícitos representava uma maneira de evitar arbítrios do 
Estado para com os indivíduos.” 
Diante desta analise podemos concluir que a REGRA é a impossibilidade 
de apresentação de provas ilícitas, mas, excepcionalmente ela poderá 
ser aceita. A doutrina e a jurisprudência majoritária concordam com a 
seguinte situação em que a prova ilícita poderá ser aceita: 
 
1 – PROVAS ILÍCITAS EM FAVOR DO ACUSADO: 
 
 
 
 
 
 
 
O indivíduo, perante o Estado é mais fraco, necessitando que seus 
direitos fundamentais, constitucionalmente outorgados, sejam 
observados, a fim de que o Poder Estatal seja limitado. 
São de suma importância a existência e o respeito aos direitos 
fundamentais, principalmente no âmbito do procedimento criminal, onde 
se tem em voga o direito à liberdade, à vida, à intimidade, dentre outros 
considerados os mais importantes direitos de qualquer cidadão. 
A vedação das provas ilícitas visa justamente o respeito a estes direitos, 
preservando-os e sempre impondo limites ao Estado. É nesta acepção 
que a incidência do princípio da proporcionalidade pro reo apresenta 
menores problemas e maior número de adeptos, vez que, neste caso, 
utilizando-se uma prova ilícita em favor do acusado, mesmo que com 
infringência a direitos fundamentais seus ou de terceiros, o direito do 
particular restaria protegido diante do poder do Estado. 
Segundo César Dario Mariano Silva: "Portanto, se for possível ao 
acusado demonstrar sua inocência através de uma prova obtida 
ilicitamente, certamente ela poderá ser utilizada no processo, haja vista 
a preponderância do direito à liberdade sobre a inadmissibilidade da 
prova ilícita no âmbito processual". 
A prova ilícita poderá ser admitida em favor do réu. Pode-se 
dizer, então, que a prova ilícita não serve para condenar, mas 
pode ser utilizada para absolver. Isto é possível, pois pelo 
princípio da proporcionalidade, as normas constitucionais se 
articulam num sistema, cujo harmonia impõe que, em certa 
medida, tolere-se o detrimento a alguns direitos por ela 
conferidos. (STJ, RHC 7216/SP, DJ 27.04.1998) 
 
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OBSERVAÇÃO: ALGUNS DOUTRINADORES VISUALIZAM A 
POSSIBILIDADE DE SE EXCEPCIONAR A REGRA DA VEDAÇÃO ÀS 
PROVAS ILÍCITAS EM PROL DA SOCIEDADE QUANDO SE TRATAR DE 
CRIMES MUITO GRAVES. TAL ENTENDIMENTO É REPUDIADO PELA 
JURISPRUDÊNCIA E PELAS BANCAS DE PROVA !!! 
 
O eminente doutrinador GOMES FILHO, entende da mesma forma, e 
assim exemplifica: ”No confronto entre uma proibição de prova, ainda 
que ditada pelo interesse de proteção a um direito fundamental e o 
direito à prova da inocência parece claro que deva este último 
prevalecer, não só porque a liberdade e a dignidade da pessoa humana 
constituem valores insuperáveis, na ótica da sociedade democrática, mas 
também porque ao próprio Estado não pode interessar a punição de um 
Inocente, o que poderia significar a impunidade do verdadeiro culpado; é 
nesse sentido, aliás, que a moderna jurisprudência norte-americana tem 
afirmado que o direito à prova de defesa é superior.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.7.2 PROVAS ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO 
 
Dispõe o CPP sobre o tema: 
 
Art. 157. [...] 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das 
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, 
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da 
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir 
ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
 
No supracitado texto legal fica claro o posicionamento do legislador em 
aplicar a chamada Teoria da Árvore dos Frutos Envenenados (“fruits of 
fhe poisonous tree”) no nosso ordenamento jurídico, segundo a qual o 
defeito existente no tronco contamina os frutos. 
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Assim, resumindo o exposto, se uma prova X(legal), deriva de Y(ilegal), 
aquela será contaminada por esta. 
É importante perceber que o § 2o deixa claro a necessidade de uma 
relação EXCLUSIVA entre a prova posterior e a anterior (ilícita), para 
que seja considerada inválida. Desta forma, podemos concluir que a 
prova ilícita por derivação é admissível nos seguintes casos: 
 
• QUANDO FOR PROVENIENTE DE FONTE INDEPENDENTE, COMO 
TAL CONSIDERADA AQUELA QUE NÃO POSSUI NEXO DE 
CAUSALIDADE COM A PROVA ILÍCITA QUE A PRECEDEU; 
• QUANDO ACONTECIMENTO POSTERIOR AFASTA VÍCIO QUE 
TORNAVA A PROVA PRECEDENTE ILEGAL (LIMITAÇÃO DA 
CONTAMINAÇÃO EXPURGADA). 
• QUANDO FICAR CLARO QUE, INEVITAVELMENTE, A PROVA 
SERIA DESCOBERTA. 
 
Para ficar mais claro vamos exemplificar: 
Imaginemos que no curso de um processo penal Tício foi arrolado como 
testemunha do fato. 
Entretanto, após o depoimento de Tício conclui-se que só foi descoberta 
a relação dele com o caso devido a uma interceptação telefônica ilegal. 
Nesta situação o depoimento de Tício terá que ser desentranhado dos 
autos por constituir uma prova ilícita por derivação (derivou da 
interceptação telefônica ilegal). 
Agora imagine que durante o inquérito, do mesmo fato supracitado, 
outra testemunha (Mévio) tenha citado Tício. 
Neste caso, o depoimento de Tício não será considerado como uma prova 
ilícita, pois, independentemente da interceptação ilegal, ele seria 
chamado ao processo como testemunha devido a informações de uma 
fonte independente (Mévio). 
 
3.1.7.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE PROVAS 
ILEGAIS 
 
Finalizando esse tópico trataremos do último parágrafo do art. 157 que 
dispõe: 
 
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§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova 
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão 
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente 
 
A decisão judicial não inutiliza,mas sim autoriza a inutilização da prova 
inadmissível, que deverá dar-se por meios físicos apropriados, como 
incineração, por exemplo. 
É isso que se depreende da afirmação de que é "facultado às partes 
acompanhar o incidente", em redação, aliás, que lembra o art. 9º da Lei 
nº 9.296/96 que versa sobre a interceptação telefônica: 
 
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada 
por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual 
ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público 
ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo 
Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de 
seu representante legal. 
 
Cabe por fim ressaltar que a prova inadmissível só será destruída depois 
de preclusa a decisão de desentranhamento. 
 
 
 
 
 
 
 3.1.8 PROVA EMPRESTADA 
 
Imagine que Tício esta sofrendo dois processos penais, um por roubo e 
outro por homicídio. Durante o processo que tem como objeto o homicídio, 
Tício, a fim de provar sua inocência produz determinada prova. 
Será possível a utilização da prova produzida por Tício no processo que 
versa sobre o roubo? 
A resposta, segundo entendimento majoritário é que sim. Isso é o que se 
chama de prova emprestada. Para a elucidação do tema, observe o 
importante julgado: 
 
Preclusão é a perda de faculdade processual ou 
a extinção do direito a que a parte tiver de 
realizar o ato, ou de exigir determinada 
providência judicial. 
 
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************************************************************************ 
 
Finalizada esta primeira parte, passemos, agora, a análise da Lei n.º 9.296/96 
que define regras para a interceptação telefônica. 
 
************************************************************************ 
 
3.2 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
 
A Lei n.º 9.296, de 24 de julho de 1996, surgiu com o propósito de 
regulamentar o inc. XII, do art. 5.º, da Constituição Federal de 1988, garantia 
individual fundamental, que dispõe: 
 
Art.5º [...] 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
Essa inviolabilidade constitucional tem por objetivo assegurar o direito à 
intimidade e à vida privada das pessoas, entretanto, como pode se observado 
no supracitado inciso, esta não é uma regra absoluta. 
O próprio legislador constituinte estabeleceu como exceção a interceptação das 
comunicações telefônicas, com a devida ordem judicial, nas hipóteses 
enumeradas na lei para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal. 
A interceptação telefônica é um meio de prova excepcional, de natureza 
cautelar, somente determinado com o cumprimento de uma série de requisitos 
legais, quando não existem outros recursos probatórios. 
 
A Turma manteve decisão do STJ que, em habeas corpus lá 
impetrado, admitira a utilização de prova emprestada em 
processo penal, desde que sobre ela ambas as partes fossem 
cientificadas, a fim de que pudessem exercer o contraditório. 
(STF, HC 95186/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.5.2009). 
 
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3.2.1 ANÁLISE LEGAL 
 
A partir de agora iremos adentrar na lei n.º 9.296/96 verificando o que lá 
está disposto. Vamos começar: 
 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de 
qualquer natureza, para prova em investigação criminal e 
em instrução processual penal, observará o disposto nesta 
Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação 
principal, sob segredo de justiça. 
 
Logo no início do supracitado artigo, o legislador apresenta a expressão: 
“Comunicação telefônica de qualquer natureza”. 
Tal expressão significa todo tipo de comunicação, inclusive aquelas que 
possam surgir por meio de novas tecnologias. Abrange a radioelétrica, a 
óptica, a eletromagnética, a informática, dentre outras. 
Posteriormente, o dispositivo legal ressalta a necessidade da interceptação 
ser determinada por um Juiz. Mas pode ser qualquer Juiz? 
A resposta é negativa, pois o juiz que determina a interceptação deve ser o 
competente para julgar a ação criminal principal. 
Ainda no art. 1º, o seu parágrafo único dispõe: 
 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à 
interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de 
informática e telemática. 
 
Tal parágrafo, sem grande importância para a sua PROVA, trata da 
telemática que estuda a comunicação relacionada com a informática. 
Podemos dizer que é a união da telecomunicação com a informática. 
Observação: Parte da doutrina, minoritariamente, entende ser 
inconstitucional o parágrafo único do art. 1.º, porque a Constituição Federal 
de 1988 somente teria excepcionado a hipótese da interceptação 
telefônica, e não “do fluxo de comunicações em sistema de informática e 
telemática. Tal entendimento é adotado por alguns doutrinadores, mas 
NÃO PELAS BANCAS. 
 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações 
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes 
hipóteses: 
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I - não houver indícios razoáveis da autoria ou 
participação em infração penal; 
 
Apesar de não se exigir uma prova cabal de que o indivíduo realmente foi 
autor ou partícipe de um ato ilícito, os indícios precisam ser ao menos 
razoáveis, afastando situações absurdas de determinação da interceptação 
por suspeitas totalmente sem embasamento. 
Cabe ressaltar que a interceptação pode ser decretada antes mesmo de 
instaurado o inquérito policial. Entretanto, deve existir ao menos uma 
investigação iniciada, isto é, não se pode aceitá-la para ser o ponto de 
início da investigação da autoria, justamente para não ocorrer abusos. 
 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
 
Neste inciso, o legislador deixa claro o caráter subsidiário da intercepção 
como meio de prova, ou seja, se existe a possibilidade de provar por outro 
meio, não há que se falar em possibilidade da interceptação. Havendo 
possibilidade de a prova ser colhida por outros meios disponíveis, como 
testemunhas, perícias em geral, busca e apreensão, não é possível 
determinar a interceptação. 
Como já tratamos, trata-se de procedimento probatório excepcional. 
 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no 
máximo, com pena de detenção. 
 
Não só o Código Penal, como toda a legislação especial, definem 
penalizações para determinadas condutas. A pena mais rígida é a de 
reclusão, seguida da detenção. 
Nos termos do inciso III, a interceptação só é cabível para crimes apenado 
com RECLUSÃO. 
 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita 
com clareza a situação objeto da investigação, inclusive 
com a indicação e qualificação dos investigados, salvo 
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
 
A situaçãoobjeto da investigação deve ser descrita da melhor forma 
possível, de modo a delimitar o delito a ser apurado, de preferência com a 
qualificação dos investigados. 
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Novamente aqui, a fim de evitar abuso das autoridades, não se admitem 
autorizações de interceptação genéricas ou abertas, as quais dariam um 
“poder” de decisão muito grande para as autoridades policiais 
A linha telefônica objeto da interceptação deverá ser identificada, podendo 
ser particular ou aberta ao público, ou ainda de repartição pública. 
Para finalizar, observe o pronunciamento do STJ sobre o tema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas 
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na 
investigação criminal e na instrução processual penal. 
 
A interceptação telefônica pode ser solicitada pelo delegado de polícia ou 
pelo membro do Ministério Público durante a investigação criminal, primeira 
fase da persecução penal. 
Durante o processo criminal, segunda fase da persecução penal, somente 
pode ser solicitada pelo membro do Ministério Público. 
Antes ou depois de instaurado o processo, o juiz sempre poderá determiná-
la de ofício. 
Resumindo O ART. 3º: 
 
 
 
 
 
 
 
O Juiz, ao determinar a escuta telefônica, o faz com relação às pessoas 
envolvidas, referindo os números de telefones, não cabendo à autoridade 
policial fazer qualquer tipo de “filtragem”. E a avaliação dos diálogos que 
serão usados como prova cabe ao Julgador, quando da sentença. (STJ RHC 
13274/RS 19/08/2003) 
INVESTIGAÇÃO 
CRIMINAL 
PROCESSO PENAL 
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Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica 
conterá a demonstração de que a sua realização é 
necessária à apuração de infração penal, com indicação dos 
meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido 
seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes 
os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em 
que a concessão será condicionada à sua redução a termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, 
decidirá sobre o pedido. 
 
Com o propósito de evitar excessos na condução do procedimento 
probatório por parte da autoridade policial, o legislador exigiu como 
requisito para a concessão da interceptação de comunicação telefônica que 
o pedido seja devidamente fundamentado, no sentido de demonstrar a 
necessidade da realização. 
Em regra, o pedido é escrito. A exceção é o pedido realizado verbalmente, 
em situações excepcionais, devendo ser, nesse caso, reduzido a termo. 
 
O prazo para apreciar o pedido de interceptação é de 24 horas apenas, 
devido à excepcionalidade desse recurso probatório. 
 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de 
nulidade, indicando também a forma de execução da 
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, 
renovável por igual tempo uma vez comprovada a 
indispensabilidade do meio de prova 
 
Depois de apreciar o pedido no prazo máximo de 24 horas, em decisão 
motivada, o juiz decidirá sobre a interceptação. Caso a autorize, deve 
indicar a sua forma de realização. 
Cabe ressalvar que a interceptação não poderá exceder o prazo de 15 dias, 
SALVO se comprovada a indispensabilidade do meio de prova, situação esta 
que permitirá a renovação do tempo por igual período. 
Quanto a este ponto, surge um importante questionamento: 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
Reduzir a termo � É colocar no papel aquilo que esta sendo falado. Normalmente, 
tal tarefa compete ao escrivão. 
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Este prazo só pode ser renovado uma vez ou cabe renovação sucessiva, ou 
seja, uma atrás da outra (15 + 15 + 15 + 15...)? 
Majoritariamente, prevalece o entendimento segundo o qual a renovação 
pode ser sucessiva. É o entendimento da banca e do Superior Tribunal de 
Justiça. 
Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá 
os procedimentos de interceptação, dando ciência ao 
Ministério Público, que poderá acompanhar a sua 
realização. 
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da 
comunicação interceptada, será determinada a sua 
transcrição. 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial 
encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, 
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter 
o resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a 
providência do art. 8°, ciente o Ministério Público. 
 
Este artigo praticamente não aparece em PROVAS, bastando a você que 
saiba que, depois de deferida a interceptação, obrigatoriamente o 
Ministério Público terá que tomar conhecimento da decisão para, caso 
julgue necessário, acompanhar o processo. 
 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que 
trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar 
serviços e técnicos especializados às concessionárias de 
serviço público. 
 
“Este Superior Tribunal tem entendimento de que a interceptação telefônica 
não pode exceder 15 dias. Todavia, pode ser renovada por igual período, 
não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se 
comprovada a sua necessidade”. E ainda: “A interceptação telefônica deve 
perdurar pelo tempo necessário à completa investigação dos fatos 
delituosos, devendo o lapso temporal ser avaliado motivadamente pelo Juízo 
sentenciante, considerando os relatórios apresentados pela polícia. (STJHC 
110644 / RJ 2008/0151933-8 16/04/2009) 
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O art. 7º concede à autoridade policial a possibilidade de, diretamente, 
requisitar informações e serviços técnicos para as concessionárias de 
serviço público. Cabe ressaltar que não se trata de um PEDIDO, mas de um 
MANDAMENTO que obrigatoriamente deve ser atendido pela empresa. 
 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de 
qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, 
apensados aos autos do inquérito policial ou do processo 
criminal, preservando-se o sigilo das diligências, 
gravações e transcrições respectivas. 
 
A Lei 9296/96 determina no supracitado artigo que os autos de 
interceptação telefônica devam processar-se em apartado aos autos 
principais. 
Objetiva-se, com este procedimento, resguardar o sigilo. 
Cabe ressaltar que, claramente, o sigilo é indispensável nesse meio de 
prova, sob pena de frustrar todo o procedimento. Todavia, cessada por 
completo a interceptação, o investigado, no inquérito policial, ou o 
acusado, no processo criminal, têm o direito de ter acesso a todas as 
informações colhidas. 
 
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será 
inutilizada por decisão judicial,durante o inquérito, a 
instrução processual ou após esta, em virtude de 
requerimento do Ministério Público ou da parte 
interessada. 
 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido 
pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do 
acusado ou de seu representante legal. 
 
Esse artigo pode ser facilmente compreendido através de um exemplo: 
Imagine que Tício é suspeito de crime relacionado com lavagem de 
dinheiro, para o qual, nas investigações, foi deferido o pedido de 
interceptação das comunicações telefônicas solicitado pelo Ministério 
Público. Ao iniciar a gravação obtêm-se o seguinte diálogo: 
Tício: “Olá, Mévia. Como você está?” 
Mévia: “Estou bem. Pena que há cinco anos não te vejo. Acho que desde 
aquele dia em que ficamos a sós em minha casa, logo após o seu 
casamento”. 
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Caro aluno, concorda que há sérios indícios da ocorrência de um adultério? 
A resposta é positiva, mas o que isso tem a ver com o crime de lavagem de 
dinheiro? Absolutamente nada. 
Consequentemente, nos termos do art. 9º, tal gravação será inutilizada. 
 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de 
comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou 
quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou 
com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
Por fim, a lei nº 9.296/96 criminaliza: 
 
• A interceptação das comunicações sem autorização judicial. 
• A interceptação com objetivos não autorizados em lei. 
 
Agora um importante ponto: A consumação ocorre quando o agente 
delitivo instala o equipamento ou quando efetivamente toma conhecimento 
das informações referentes à interceptação telefônica? 
Consuma-se no momento em que o agente tem acesso às informações, 
mesmo que parcialmente, independentemente de terceiras pessoas 
tomarem conhecimento. 
 
 
 
 
 
3.2.2 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL 
 
A partir de agora, trataremos de alguns aspectos jurisprudenciais referentes 
à lei nº. 9.296/96. Vamos analisar: 
• É possível incluir na denúncia crimes não investigados, mas 
descobertos em virtude de intercepção que visava outro delito. 
Segundo o STJ: 
 
 
 
Somente caracteriza crime a interceptação telefônica ilegal. 
Dessa forma, a gravação realizada por um dos interlocutores, 
sem o conhecimento do outro, não é crime, por falta de 
previsão legal. É fato atípico. 
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• É possível a utilização de prova colhida em procedimento de 
interceptação telefônica em outro processo. Segundo o STF: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O acusado não está obrigado a fornecer padrões vocais necessários a 
subsidiar prova pericial. 
• 
 
 
 
 
 
************************************************************ 
“Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, 
judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação 
criminal ou em instrução processual penal, bem como documentos 
colhidos na mesma investigação, podem ser usados em procedimento 
administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em 
relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos 
supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessas provas.” (STF Pet 
3683 QO / MG 13/08/2008). 
 
No mesmo sentido o STJ: “A doutrina e a jurisprudência se posicionam de 
forma favorável à "prova emprestada", não havendo que suscitar qualquer 
nulidade, tendo em conta que foi respeitado o contraditório e a ampla 
defesa no âmbito do processo administrativo disciplinar, cujo traslado da 
prova penal foi antecedido e devidamente autorizado pelo Juízo Criminal.” 
(STJ MS 13501 / DF 10/12/2008). 
 
 “Se, no curso da escuta telefônica – deferida para a apuração de delitos 
punidos exclusivamente com reclusão – são descobertos outros crimes 
conexos com aqueles, punidos com detenção, não há porque excluí-los da 
denúncia, diante da possibilidade de existirem outras provas hábeis a 
embasar eventual condenação” (STJ RHC 13274/RS 19/08/2003). 
 “o privilégio contra a auto-incriminação, garantia constitucional, permite 
ao paciente o exercício do direito de silêncio, não estando, por essa razão, 
obrigado a fornecer os padrões vocais necessários a subsidiar prova 
pericial que entende lhe ser desfavorável”. (STF HC 83096/RJ) 
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Caros alunos, 
Por enquanto é “só”!!! 
Siga com força de vontade, pois tenho certeza que em breve seu esforço 
será recompensado. 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
 
Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último 
limite e dar o melhor de si. 
Ayrton Senna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DOS PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as 
restrições estabelecidas na lei civil. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de 
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a 
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os 
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, 
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada 
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes 
acompanhar o incidente. 
 
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. 
 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, 
para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, 
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da 
ação principal, sob segredo de justiça.Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e telemática. 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando 
ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
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II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a 
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração 
penal, com indicação dos meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a 
termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também 
a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze 
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do 
meio de prova. 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a 
sua realização. 
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação 
interceptada, será determinada a sua transcrição. 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá 
conter o resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , 
ciente o Ministério Público. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a 
autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às 
concessionárias de serviço público. 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, 
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do 
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e 
transcrições respectivas. 
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Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente 
antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código 
de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o 
despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de 
Processo Penal. 
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão 
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude 
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério 
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
1. (CESPE / INSS / 2010) Não é admitida a interceptação telefônica 
entre o acusado em processo criminal e seu defensor, pois o sigilo 
profissional do advogado é uma garantia do devido processo legal. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Não será admitida a interceptação telefônica quando as 
partes forem o acusado e seu defensor, pois o sigilo profissional do advogado é 
garantia do próprio devido processo legal. Isto somente poderá ocorrer se o 
advogado estiver envolvido na atividade criminosa. 
 
2. (CESPE / TRE-BA / 2010) O juiz da causa pode avaliar a 
necessidade de renovação das autorizações de interceptação 
telefônica, levando em conta a natureza dos fatos e dos crimes e as 
circunstâncias que envolvem o caso. Nesse sentido, os tribunais 
superiores vêm admitindo sucessivas prorrogações enquanto perdurar 
a necessidade da investigação, sem configurar ofensa à Lei n.º 
9.296/1996 e à CF. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Majoritariamente, prevalece o entendimento segundo o qual 
a renovação pode ser sucessiva. É o entendimento do CESPE e do Superior 
Tribunal de Justiça. 
 
3. (CESPE / Delegado de Polícia - SGA-AC / 2008) A interceptação 
poderá ser requerida verbalmente ao juiz pela autoridade policial, 
desde que estejam presentes os pressupostos que a autorizem, caso 
em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. 
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GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 4º, § 1° da lei nº 9.296/96, 
excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a 
termo. 
 
4. (CESPE / DEFENSORIA PÚBLICA / 2008) Para fundamentação de 
pedido anteriormente deferido, de que se prorrogue a interceptação de 
conversas telefônicas, a lei exige a transcrição total dessas conversas, 
sem a qual não se pode comprovar que é necessária a continuidade 
das investigações. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, “Não se faz 
necessária a transcrição das conversas a cada pedido de renovação da 
escuta telefônica, pois o que importa, para a renovação, é que o Juiz 
tenha conhecimento do que está sendo investigado, justificando a 
continuidade das interceptações, mediante a demonstração de sua 
necessidade.” 
 
5. (CESPE / Analista Processual - MPU / 2010) No tocante aos 
sistemas de apreciação das provas, é correto afirmar que ainda existe 
no ordenamento jurídico brasileiro procedimento em que o julgador 
decide pelo sistema da íntima convicção, não se impondo o dever 
constitucional de motivar a decisão proferida. 
 
GABARITO: CERTA 
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COMENTÁRIOS: No ordenamento jurídico brasileiro, o sistema da íntima 
convicção somente é aplicado no julgamento proferido pelos jurados no 
Tribunal do Júri, por expressa disposição constitucional. Portanto, a regra é o 
sistema do livre convencimento motivado; enquanto a exceção é o sistema da 
íntima convicção. 
 
6. (TJ-RS / Juiz Substituto - TJ-RS / 2009) São admitidas provas 
derivadas das ilícitas quando não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por 
uma fonte independente das primeiras. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Para acertar este tipo de questão basta que o candidato 
tenha lido atentamente o CPP, pois o enunciado reproduz o art. 157, parágrafo 
1º: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou legais 
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas 
e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras. 
 
7. (CESPE / Promotor de Justiça- MPE-RN / 2009) Segundo 
entendimento doutrinário, quando a norma afrontada tiver natureza 
processual, a prova vedada deve ser chamada de ilícita; afrontando 
normas de direito material, deve ser chamada de ilegítima 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: É exatamente o contrário. Norma de natureza processual - 
ILEGÍTIMA / Norma de natureza penal (material) – ILÍCITA 
 
8. (CESPE / Agente de investigação Escrivão de Polícia / 2009) Poderá 
o juiz, de ofício, ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a 
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Segue o Art. 156 do CPP: 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: 
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da 
medida; 
 
9. (CESPE / Agente - Polícia Civil–ES / 2009) O sistema da livre 
convicção, método de avaliação da prova concernente à livre valoração 
ou à íntima convicção do magistrado, é inaplicável no processo penal 
pátrio, porquanto afasta a necessidade de motivação das decisões 
judiciais. 
 
GABARITO: ERRADA 
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COMENTÁRIOS: A convicção do magistrado é o fundamento principal da 
valoração de provas no nosso país, vigorando este sistema com base no art. 
155. 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
10. (OAB-RJ / 2007) Na disciplina da valoração da prova instituída 
pelo Código de Processo Penal brasileiro, foi adotado o sistema 
 
A) da íntima convicção; 
B) de provas legais; 
C) do livre convencimento motivado; 
D) de provas legais, exceto no tribunal do júri, que adota o sistema do livre 
convencimento motivado. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O CPP adota o princípio do livre convencimento motivado 
segundo o qual o juiz não ficará adstrito aos laudos, mas deve motivar sua 
decisão. 
 
11. (OAB-SP – 2009) São entendidas como provas ilícitas apenas as 
que forem obtidas em violação a normas constitucionais, devendo tais 
provas ser desentranhadas do processo. 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Provas ilícitas são aquelas que afrontam normas, sejam 
constitucionais ou infraconstitucionais. 
 
12. (OAB-SP – 2009) São, em regra, admissíveis as provas derivadas 
das ilícitas. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Por expressa determinação do CPP, não são admitidas as 
provas ilícitas e as derivadas das ilícitas. 
 
13. (OAB-SP – 2009) Considera-se fonte independente aquela que, por 
si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação 
ou instrução criminal, seja capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: É a resposta da questão, pois traz de forma correta o 
conceito de fonte independente de uma determinada prova. 
 
14. (OAB-SP / 2008) A prova, ainda que produzida por iniciativa de 
uma das partes, pertence ao processo e pode ser utilizada por todos os 
participantes da relação processual, destinando-se à apuração da 
verdade dos fatos alegados. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Traz o conceito de prova emprestada que é perfeitamente 
admitido em nosso ordenamento jurídico. 
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15. (OAB-SP / 2008) O sistema da livre convicção, adotado 
majoritariamente no processo penal brasileiro, com fundamento na 
Constituição Federal, significa a permissão dada ao juiz para decidir a 
causa de acordo com seu livre entendimento, devendo o magistrado, 
no entanto, cuidar de fundamentá-lo, nos autos, e buscar persuadir as 
partes e a comunidade em abstrato. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Não cabe ao magistrado “persuadir as partes e a 
comunidade”, mas apenas motivar sua decisão com base no sistema do livre 
convencimento MOTIVADO. 
 
16. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) São inadmissíveis no 
processo provas derivadas de provas ilícitas, ainda que não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O § 1º do Art. 157 define que são inadmissíveis as provas 
derivadas das ilícitas, salvo quando: não evidenciado o nexo de causalidade 
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras. 
 
17. (CESPE / Defensor - DPU/ 2007) Dados obtidos em interceptação 
de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente 
autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em 
instrução processual penal, podem ser usados em procedimento 
administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em 
relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos 
supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. 
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