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AULA 3 GESTÃO CONTÁBIL Prof. Érico Eleutério da Luz 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo a mais um tema. Neste, vamos estudar o conceito, objetivo e estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, relatório contábil que proporciona aos usuários uma série de informação essenciais para a gestão do negócio, pois compõem-se de receitas, custos e despesas que formam o resultado da empresa. É imprescindível que o gestor de negócios compreenda a finalidade da DRE bem como sua estrutura e formação do resultado para que possa utilizá-lo da maneira mais prática e assertiva em suas decisões diárias, uma vez que ele expressa a performance da empresa em dado período, mês, trimestre ou ano. Pronto para começar? Então acesse o material on-line e assista ao vídeo em que o Professor Érico apresenta este tema! PROBLEMATIZAÇÃO Imagine que você, profissional já bem conhecido no mercado, é convidado a assumir a função de Diretor Financeiro numa organização. Baseado na sua experiência, você sabe que o resultado empresarial (precisamente o lucro) é um dos elementos cruciais para uma gestão de negócio de qualidade; porém, as circunstâncias não estão favoráveis para uma administração tranquila da área financeira. No contexto, o país passa por momentos de turbulência econômica, com inflação em ligeira elevação, consumo em queda e perspectivas não muito animadoras para os próximos 12 meses. O cenário econômico um tanto adverso e crise nas vendas da empresa, atuante no ramo de comércio de eletrodomésticos para a classe “C”, vai exigir que você tenha que planejar muito bem sua atuação em cada detalhe; receitas, custos, despesas e lucros são seus maiores desafios. Você sabe que o ramo de atuação da empresa é bastante competitivo e a carga tributária incidente sobre o produto vendido é considerável. Tudo isso e aliado ao aumento na taxa de juros nas vendas a prazo poderão comprometer os planos de expansão da empresa. 3 A missão de executar uma política de geração de resultados positivos a despeito das condições não muito favoráveis a isso é sua. Então, observando a demonstração do resultado dos últimos 2 anos, você deverá fazer as conjecturas necessárias para gerar e administrar resultados positivos nos próximos período. Confira a seguir os resultados dos anos anteriores e reflita sobre a solução que você vai precisar ter. Você consegue identificar onde estão os problemas de resultado da empresa? A atividade genuinamente operacional da empresa está comprometendo a geração de resultados positivos? Pelo que você percebe a empresa está endividada? Não precisa responder agora, voltares a falar sobre isso no final do estudo. Empresa: Exemplo DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS Exercícios findos em VALOR AV% VALOR AV% AH% Receita Líquida 3.021.576 100% 2.868.275 100% -5% Custo dos Produtos Vendidos -2.476.193 -82% -2.335.124 -81% -6% Lucro Bruto 545.383 18% 533.151 19% -2% Despesas Operacionais -369.134 -12% -371.677 -13% 1% Com Vendas -207.313 -7% -213.369 -7% 3% Gerais e Administrativas -180.376 -6% -173.728 -6% -4% Outras Rec/Desp. Operacionais 18.555 1% 15.420 1% -17% Resultado de Equivalência Patrimonial 119.672 4% 133.058 5% 11% Resultado Operacional 295.921 10% 294.532 10% 0% (antes dos efeitos financeiros) Resultado Financeiro -195.680 -6% -202.350 -7% 3% Resultado Operacional antes dos Impostos 100.241 3% 92.182 3% -8% Provisão p/Impostos -25.452 -1% -27.645 -1% 9% Lucro\Prej. do Exercício 74.789 2% 64.537 2% -14% 20X3 20X4 4 FINALIDADE DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO: RECEITAS E DESPESAS Para iniciar esta parte do estudo, acesse o material on-line e assista ao vídeo em que o Professor Érico apresenta sobre o conceito e a finalidade da demonstração do resultado do exercício e discorre também sobre o conceito de receita e despesa. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório que expressa o montante de receitas e despesas geradas em determinado período e que em observância ao princípio da competência serão escrituradas. Essa demonstração deve ser estruturada de forma dedutiva, contemplando-se primeiramente todas as receitas (ganhos) e as despesas e custos (gastos) ocorridos num exercício formando o resultado. A Demonstração do Resultado é composta por receitas e despesas reconhecidas ou apropriadas em obediência ao princípio da competência. Já a Receita é a contrapartida que a empresa obtém por uma venda efetuada ou um serviço prestado. Enquanto que a despesa é outro elemento integrante do resultado das entidades. Elas são recursos consumidos no esforço da entidade para obtenção das receitas e devem ser reconhecidas no mesmo instante em que as estas são reconhecidas. Para você entender melhor esta parte e não restar dúvidas, o Professor Érico vai falar no vídeo, com acesso pelo material on-line, a estrutura da demonstração do resultado do exercício. A Estrutura pela qual se apresenta a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a seguinte: Receita Bruta de Vendas ( - ) Deduções da Receita Bruta (impostos sobre vendas, devoluções, abatimentos) ( = ) Receita Líquida de Vendas ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas ( = ) Resultado/Lucro Bruto (lucro ou prejuízo) ( - ) Despesas Operacionais: despesas gerais e administrativas despesas comerciais 5 outros receitas e despesas operacionais ( = ) Resultado Operacional antes dos efeitos financeiros Encargos Financeiros Líquidos (despesas financeira deduzidas das receitas financeiras) ( = ) Resultado Operacional ( - ) Outras Receitas e Outras Despesas : Resultado da Equivalência Patrimonial (+/-) vendas/custos (vendas de itens do não circulante) Resultado de Operações Descontinuadas ( = ) Resultado do exercício (lucro ou prejuízo) antes dos tributos sobre o lucro ( - ) Despesa com Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Participações (debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias) ( = ) Resultado Líquido do Exercício E quem vai explicar cada um destes itens é o Professor Érico. Ele disponibilizou um vídeo lá no material on-line para você entender bem esta parte do estudo. Não deixe de assistir. CONTEÚDO DAS CONTAS A seguir, você vai conhecer cada um dos itens que compõem o conteúdo das contas. Receita bruta de vendas É a soma de todas as vendas, à vista ou a prazo, realizadas pela empresa durante todo o período. Impostos sobre Vendas Representa os impostos que incidem sobre o faturamento da empresa. Os mais comuns são: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Programa de Integração Social (PIS); Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (CONFINS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Receita Líquida de Vendas Pode aparecer com outros nomes: Vendas Líquidas ou Receita Operacional Líquida. Contempla as receitas provenientes das vendas de produtos ou da 6 prestação de serviços, oriundos da atividade operacional da empresa, já deduzidas de impostos e devoluções. O saldo dessa conta é resultado das Vendas Brutas deduzidas dos Impostos e Devoluções quando é estruturada a Demonstração de Resultados. Custos das Mercadorias Vendidas São todos os custos incorridos na compra das mercadorias as quais serão vendidas, incluindo os gastos com fretes e seguros integrante no valor do custo. Resultado Bruto ou Lucro Bruto Nesse grupo deve ser demonstrado o ganho ou a perda bruta comercial da atividade (seja industrial, comercial ou de serviços). Despesas Gerais e Administrativas Engloba todas as despesas relacionadas à área administrativa da empresa, como: Contabilidade, Tesouraria, Recursos Humanos, Financeiro (Contas a Pagar, Crédito e Cobrança), Faturamento,Controladoria, Tecnologia de Informação, Diretoria Administrativo/Financeira, Serviços Gerais (Copa, Limpeza, Ooffice- boys), entre outros. Despesas Comerciais São despesas relacionadas às atividades de comercialização, promoção e venda dos produtos, como: Departamento de Vendas, Marketing, Promoção e Propaganda. Resultado Operacional antes dos efeitos financeiros É o resultado que mede a rentabilidade oriunda da atividade operacional da empresa nas atividades de compra, produção, vendas e administração da sua estrutura. O resultado financeiro líquido (receitas financeiras deduzidas das despesas financeiras) é considerado operacional porque se entende, no Brasil, que são valores ativos e passivos financeiros que correspondem a complementos da atividade operacional. 7 Despesas Financeiras São resultantes de encargos financeiros sobre empréstimos ou financiamentos bancários, empréstimos de coligadas ou sócios, juros de mora e multas. Receitas Financeiras Representa rendimentos sobre ativos, tais como: aplicações financeiras, empréstimos concedidos e outros. Variações Monetárias e Cambiais Ativas Constituída pela atualização monetária ou variação cambial que incide sobre ativos, como Aplicações Financeiras, Depósitos Judiciais que estejam no Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante (ativo realizável a longo prazo). As variações monetárias são registradas mesmo que não tenham sido recebidas até a data do Balanço. Variações Monetárias e Cambiais Passivas Constituídas pela variações monetárias ou variação cambial que incide sobre passivos, como Empréstimos ou Financiamentos Bancários, Créditos de Coligadas ou Controladas, Impostos atrasados ou parcelas ou outras dívidas que estejam no Passivo Circulante ou no Passivo Não Circulante. As variações monetárias são registradas mesmo que não tenham sido pagas até a data do Balanço. Equivalência Patrimonial Podem ser receitas ou despesas que representam o lucro ou prejuízo das empresas coligadas ou controladas. Se for receita, as coligadas ou controladas deram o lucro no período. Se for despesa, as coligadas ou controladas deram prejuízo. Resultado Líquido do Período É o resultado (lucro ou prejuízo) obtido ou incorrido em determinado período (mês, trimestre ou ano), correspondente à rentabilidade líquida antes da tributação. 8 SÍNTESE Chegamos ao final de mais tema. Aqui, você viu que a demonstração do resultado do exercício proporciona o conhecimento do resultado (lucro ou prejuízo) da sociedade, composto pelas receitas e despesas. Para o gestor tributário é imprescindível o conhecimento e o domínio da estrutura e dos conceitos que compõe estes relatórios, pois serão de grande valia para o trabalho de fiscalização. Portanto, conhecer as receitas e despesas aproximará o gestor tributário da realidade financeira da entidade e proporcionará um maior conhecimento dos aspectos financeiros e fiscais do resultado empresarial. Para você relembrar tudo o que foi abordado aqui, acesse o material on-line e assista ao vídeo em que o Professor Érico sintetiza nosso estudo. REVENDO A PROBLEMATIZAÇÃO Agora que você já viu todo o material teórico e acompanhou as explicações do Professor Érico, acredito que já consiga escolher a melhor opção e solucionar o desafio feito no início do estudo. As opções estão a seguir: a) Você assume o desafio em vista da grande oportunidade que terá, sabendo que terá dificuldades pela frente, pois o cenário econômico é preocupante. Percebe que a queda na rentabilidade tem várias causas, porém com a experiência que possui e com a participação das demais áreas operacionais vê que é possível atingir seus objetivos. b) As causas da queda do resultado empresarial, no caso em análise, são variadas e, portanto, requerem ações diversificadas e bem planejadas. A queda na receita não foi de magnitude que mereça tanta preocupação, mas o cuidado com as despesas operacionais deve ser a tônica em momentos de crise. c) Pelo volume das despesas financeiras percebe-se que a empresa tem um volume de passivos onerosos (dívidas com cláusula de atualização monetária, geralmente empréstimos e financiamentos) considerável, pois são essas dívidas que geram as despesas financeiras. 9 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. C. Manual prático de interpretação contábil da lei societária. São Paulo: Atlas, 2014. ALMEIDA, Neirilaine Silva de. Casos para ensino em contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2014. AZEVEDO, O. R. Comentários às regras contábeis. São Paulo: IOB SAGE, 2014. BRASIL. Lei 11.638/2007. Altera dispositivos da Lei 6.404/76. BRASIL. Lei 11.941/2009. Altera dispositivos da Lei 6.404/76. BRASIL. Lei 6404/76 de 15 de Dezembro de 1976. Lei das Sociedades por Ações. IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade societária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. JUNIOR, A. L. R.; ARAÚJO, E. C. de.; SOUZA, K. L. N. de. Holding: aspectos contábeis, societários e tributários. São Paulo: Editora IOB Sage, 2014. MARION, J. C.; REIS, A. Contabilidade avançada. São Paulo: Saraiva, 2006. OLIVEIRA, Antonio Carlos Leite de.; LUZ, Érico Eleuterio da. Contabilidade societária. Curitiba: IESDE, 2012. PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. de; LEITE, J. da S. J.. Manual de normas internacionais de contabilidade. São Paulo: Cencage Learning, 2012.