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Irregularidades em Licitação para Centros Comunitários

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PÓLO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
 
Disciplina: Licitação 
Aluna: Laryssa da C. da Silva
Matrícula: 17113110121
Polo: Belford Roxo 
Assumo o compromisso de confidencialidade e de  sigilo escrito, fotográfico e verbal sobre as questões do exame ou avaliação pessoais que me serão apresentadas, durante o curso desta disciplina.
Comprometo-me a não revelar, reproduzir, utilizar ou dar  conhecimento, em hipótese alguma, a terceiros e a não utilizar tais informações para gerar benefício próprio ou de terceiros.
Reitero minha ciência de que  não poderei fazer cópia manuscrita, registro fotográfico, filmar ou mesmo gravar os enunciados que me são apresentados.
Declaro, ainda, estar ciente de que o não cumprimento de tais normas caracterizará infração ética podendo acarretar punição nas esferas penal, civil e administrativa de acordo com a legislação vigente.
Nome completo: Laryssa da Conceição da Silva
APX 3
Na cidade de Stanley, o Prefeito ZigZag apresentou em seu plano de governo a criação de centros comunitários com acesso à internet nas comunidades mais pobres, visando promover inclusão social e digital na cidade. Passada as eleições, ZigZag foi eleito e resolveu, logo no início do mandato, em Janeiro, cumprir esta promessa. Ferdinando, seu amigo de longa data, foi nomeado como responsável pelo setor de compras do município. Historicamente, este cargo era ocupado por servidores que desempenhavam as funções de presidente da Comissão de Licitação e de Pregoeiro. 
Apesar de já ter atuado no serviço público antes, nunca havia trabalhado ou estudado sobre a área de compras públicas. Mesmo assim, resolveu analisar os procedimentos antigos e em outros municípios e elaborou, por conta própria, o edital solicitado. Ferdinando e o Prefeito decidiram, pra agilizar, que a empresa vencedora ficaria responsável por todo o serviço inclusive pela construção dos centros comunitários nos bairros onde não tinha. Diante disso, como objeto ele citou a “a contratação de serviços para instalação de infraestrutura elétrica, lógica e de telecomunicações, com adequações ambientais e instalações para os centros de internet comunitários” no valor referência de R$ 1.768.000,00 (Um milhão e setecentos e sessenta e oito reais) que serão pagos com dinheiro do governo federal, fruto de uma emenda parlamentar de um deputado. 
 Quando foi questionado sobre a modalidade a ser escolhida, Ferdinando estudou as modalidades e preferiu adotar a modalidade pregão, pois viu na doutrina que essa modalidade é mais célere e assim atenderia de forma mais rápida a demanda política. 
Ainda em Janeiro, o Prefeito cobrou Ferdinando mais agilidade e esse garantiu que até o final do mês realizaria o certame. Com essa pressão, Ferdinando publicou o edital no dia 20 de Janeiro (segunda-feira), e não realizou consulta aos setores jurídicos, contábil e administrativo, pois ficou com medo do “excesso de burocracia” dos servidores concursado da prefeitura. 
A licitação ocorreu de forma presencial no dia 24 de janeiro (sexta-feira), pois Ferdinando queria que uma empresa do município – a única do setor - prestasse o serviço. A empresa, única participante, ganhou a licitação com o valor do termo de referência e na hora da realização do certame ele só deu a ata para o representante da empresa assinar e juntou os documentos que a empresa apresentou e, no mesmo dia, o contrato foi assinado. 
Um estudante de Administração Pública ciente do feito, solicitou o processo por meio da Lei de Acesso à Informação e fez uma denúncia ao Tribunal de Contas do Estado apontando as irregularidades por ele destacada.
Sendo você este estudante, formalize uma denúncia ao Tribunal de Contas apontando, na sua visão, as irregularidades encontrada, citando ainda possíveis esclarecimentos ao TCE sobre fatos narrados acima. Lembre-se de fundamentar sua resposta utilizando-se dos artigos da Lei e trechos da doutrina para dar força ao conteúdo. Não há layout padrão para realizar denúncia, contudo sugiro que faça a denúncia utilizando-se da estrutura do texto de forma dissertativo-argumentativo.
Resposta: 
Caro TCU,
 O ponto inicial dos erros foi a modalidade escolhida para a licitação, visto que o servidor deseja escolher uma única empresa para efetuar as construções e ofertar o uso contínuo de Internet, a irregularidade é a formulação do objeto da licitação que apresenta uma execução de obra e a instalação e prestação de serviço, ambos diversos no campo prático de atuação e, ainda, a possibilidade ou não da utilização da modalidade pregão, diante da caracterização da “adequação ambiental” ser considerada serviço comum de engenharia. E visto que a recurso para pagamento é da emenda parlamentar, a licitação deveria ocorrer como Pregão Eletrônico, pois no §3º do art. 1º que “Para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pelos entes federativos, com a utilização de recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, tais como convênios e contratos de repasse, a utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa eletrônica será obrigatória, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que dispuser sobre a modalidade de transferência discipline de forma diversa as contratações com os recursos do repasse”.
 	 De imediato, notamos que todo o processo foi realizado por um único servidor, não ocorreu a segregação de funções e o Acórdão nº 3.031/2008, ressalta “a impossibilidade de se 1.6 [...] permitir que um mesmo servidor execute todas as etapas da despesa, [isto é] as funções de autorização, aprovação de operações, execução, controle e contabilização”. 
 Outro ponto, o servidor Fernandinho não possui qualificações para atuar como pregoeiro e efetuou a assinatura dos contratos sem a Comissão Permanente de Licitação e de acordo com o art. 51 da Lei 8.666/93 diz que “A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.”
 Mais uma vez, Fernandinho errou ao publicar o edital sem consultar e requerer o parecer jurídico e de acordo com o do art. 38, da Lei 8.666/93:“as minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração”, não esperou o tempo necessário entre a publicação e a a realização do certame e de acordo inciso V, do art. 4º fala que “o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis” e não consultou o orçamento antes da realização do certame e de acordo com Art. 14 da Lei 8.666/93 fala que “nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.”.
 Por isso, solicito análise dos fatos e verificação das possíveis irregularidade.

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