Buscar

A relação da LGPD no contexto social Brasileiro

Prévia do material em texto

10
Sistema de Ensino online
SERVIÇO SOCIAL
 EIRIVANE DOS SANTOS ALVES
A RELAÇÃO DA LGPD E O CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
Parauapebas - PA 
2021
EIRIVANE DOS SANTOS ALVES
A RELAÇÃO DA LGPD E O CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de Filosofia, Ética política e cidadania, Psicologia social, Sociologia .
Tutor (a): Edvaldo Paulino da Silva
Parauapebas - PA
2021
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	DESENVOLVIMENTO	5
3.	CONCLUSÃO	12
4.	REFERÊNCIAS	13
INTRODUÇÃO
A produção textual interdisciplinar individual tem como tema a discussão sobre “A Relação da LGPD e o Contexto Social Brasileiro”. Portanto abordará o avanço da tecnologia e da coleta de dados pessoais da população e como a lei LGPD estabelece padrões de sigilo aos dados dos brasileiros consumidores.
Esse trabalho desenvolve-se a partir da situação-problema apresentada na PTI. Um estudo da Lei de Proteção de Dados Pessoais bem como as principais transformações que ela traz para o país. Essa Lei que veio para estabelecer padrões mínimos a serem seguidos quanto ao uso de dados pessoais de cidadãos brasileiros.
Diante da relevância dessa produção textual, é essencial analisar alguns pontos, como a importância do embasamento filosófico e ético, e de que maneira influenciam os cidadãos consumidores, bem como a importância do sigilo da identidade a partir do uso de dados pessoais e também a relação sociológica neste meio digital e informacional.
Portanto esse trabalho vem ao encontro de contribuir no processo de ensino aprendizagem do aluno desenvolvedor, estimulando a responsabilidade pelo aprendizado integro. Ou seja, ele pretende promover a integração dos conteúdos as disciplinas do semestre e procura fazer com que as áreas do conhecimento se completem de forma que os conteúdos das disciplinas sirvam de apoio ao aprendizado uma das outras.
dESENVOLVIMENTO
O aumento dos casos de vazamento de dados nos últimos anos fez com que governos, empresas e sociedade se preocupassem em criar mecanismos para evitar a invasão de privacidade. Outro fator relevante é a perda financeira causada por ataques cibernéticos. No Brasil, a perda foi de R$ 80 bilhões de reais, em 2019, como informa o levantamento mais recente da União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em consequência dos fatos citados, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei n. 13.709, de 14 de agosto de 2018) foi aprovada em 2018 e entraria em vigor a partir de 14 de agosto de 2020, ela tem como principal objetivo proteger os direitos fundamentais e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, ela demanda que empresas e órgãos públicos mudem a forma de coletar, armazenar e usar os dados das pessoas. Ou seja, terá impactos significativo nas áreas jurídica, administrativa e de segurança da informação das companhias.
A promulgação dessa Lei segue as tendências internacionais, uma vez que cerca de 120 países já possuíam uma regulamentação sobre o tema, e a nossa foi inspirada especialmente na regulamentação europeia.
A Lei representa um marco histórico na regulamentação sobre o tratamento de dados pessoais no Brasil, tanto em meios físicos quanto em plataformas digitais, segundo o Supremo Tribunal de Justiça.
A Lei define o que são dados pessoais e explica que alguns deles estão sujeitos a cuidados ainda mais específicos, como os dados pessoais sensíveis e dados pessoais sobre crianças e adolescentes. Esclarece ainda que todos os dados tratados, tanto no meio físico quanto no digital, estão sujeitos à regulação. Além disso, a LGPD estabelece que não importa se a sede de uma organização ou o centro de dados dela estão localizados no Brasil ou no exterior: se há o processamento de informações sobre pessoas, brasileiras ou não, que estão no território nacional, a LGPD deve ser observada.
A legislação se fundamenta em diversos valores e tem como principais objetivos:
· Assegurar o direito à privacidade e à proteção de dados pessoais dos usuários, por meio de práticas transparentes e seguras, garantindo direitos fundamentais.
· Estabelecer regras claras sobre o tratamento de dados pessoais.
· Fortalecer a segurança das relações jurídicas e a confiança do titular no tratamento de dados pessoais, garantindo a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa das relações comerciais e de consumo.
· Promover a concorrência e a livre atividade econômica, inclusive com portabilidade de dados.
Para fiscalizar e aplicar penalidades pelos descumprimentos da LGPD, o Brasil conta com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais, a ANPD. A instituição terá as tarefas de regular e de orientar, preventivamente, sobre como aplicar a lei. No entanto, não basta a ANPD (Lei nº 13.853/2019) e é por isso que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais também prevê a existência dos agentes de tratamento de dados e estipula suas funções, nas organizações, como: o controlador, que toma as decisões sobre o tratamento; o operador, que realiza o tratamento, em nome do controlador; e o encarregado, que interage com os titulares dos dados pessoais e a autoridade nacional.
De que maneira a Filosofia, sobretudo a partir dos estudos da Ética, pode ser útil e contribuir com as análises relacionadas à privacidade no uso das novas tecnologias de informação e comunicação?
A Filosofia pode auxiliar na construção de reflexões válidas a respeito de seguir ou não seguir os princípios/regras éticas que são impostas pelas instituições que trabalham com serviços digitais. Naturalmente, cada reflexão contribui para a mudança ou não de comportamento perante a sociedade.
Como exemplo de reflexão que pode ser feita com base nos estudos da Ética, podemos destacar que as regras éticas ajudam a melhorar o ambiente de trabalho, de estudos, convivência social e familiar.
As questões éticas e sociais decorrem do uso da tecnologia em todas as áreas de nossa vida. E nos negócios especialmente levaram a criação de um novo ramo da ética conhecido como tecnoética.
A tecnoética é um segmento da ética que estuda os problemas éticos decorrentes da tecnologia e da investigação tecnológica, quer na aplicação de tecnologias já existentes, quer no desenvolvimento de tecnologias cujo potencial pode, previsivelmente, ter implicações éticas. Ou seja, é um estudo que define os parâmetros éticos e morais que devem seguir as ciências tecnológicas para não prejudicar a sociedade.
Como o ser humano é concebido (pelo mercado) e como deveria ser (de acordo com a visão de Kant)?
Para Kant, o homem, na visão mercadológica, é visto como um objeto, perdendo sua identidade e sua dignidade como pessoa humana. Segundo a máxima kantiana, o sujeito deve agir de tal forma que a sua ação se torne uma ação universal e que sirva para todos.
Assim, seguindo a razão, a ética do dever, para Kant, é a deontologia, isto é, o estudo do dever e a sua aplicação na sociedade.
Ainda para Kant, a ação humana não deve se pautar no achismo e na simples intenção de agir. Ela deve ser unicamente racional e acompanhar, o respeito ao próximo. A ética é categórica, objetiva e guiada, somente, pela razão humana, pois se assim não for, ela será particular e tendenciosa, não existindo um parâmetro ético no mundo.
A formulação teórica de Kant sobre a ética não se restringe à definição de uma moralidade correlata à sociedade burguesa. Ela determina a ética como uma forma própria do capitalismo, como uma abstração categorial que só foi possível com a ascensão de um tipo de sociedade baseado na produção e na circulação de mercadorias em larga escala, a exemplo do que se dá com a forma jurídica e com o sujeito de direito.
O que é personalidade e como esta pode ser diferenciada da identidade? 
A personalidade é uma característica do ser humano que organiza os sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e morais de forma que, interligados, determinama individualidade de cada ser. A personalidade de uma pessoa é formada, nada mais nada menos, por suas características individuais, forma de agir, pensar, sentir, valores morais, traços emocionais, julgamentos, entre outros aspectos. Esse conjunto de elementos por sua vez, torna o indivíduo um ser único e complexo perante o contexto em que vive.
Nossa identidade pessoal, entretanto, está relacionada diretamente com a nossa personalidade: podemos ser mais extrovertidos, mais amáveis, menos neuróticos, etc. Enfim, nossa identidade pessoal vai ser formada por diferentes características que nos definem.
Como a Sociologia pode contribuir e analisar as relações sociais atuais no ambiente digital e informacional? Mesmo no mundo virtual podemos considerar a Sociologia como uma ciência própria para analisar as relações sociais? A Sociologia deixa de existir no mundo virtual de relações?
O desafio da sociologia, está diretamente relacionado com as transformações tecnológicas e a produção massiva de dados, além do problema quantitativo, existe o desafio qualitativo, de construir instrumentos teóricos-metodológicos para a produção de inteligibilidade sociológica desses dados. 
O fato é que a sociologia está lamentavelmente despreparada para lidar com esse problema. Não existem ferramentas analíticas nem a imaginação conceitual necessária. Nossas aparelhagens metodológicas foram projetadas para investigar as relações entre um pequeno número de variáveis e são inúteis para grande escala de reconhecimento de padrões ou, como temos pejorativamente rotulado, para a dragagem de dados.
Enquanto outros departamentos das ciências naturais foram profundamente modificados pelas mudanças tecnológicas provocadas por computadores e acesso à informação, as ciências sociais permanecem estagnadas em seus moldes originais. É tarefa da sociologia digital retomar as preocupações, obviamente pautadas para o horizonte atual.
A sociologia precisa fazer o estudo das tecnologias digitais central às suas atribuições. Todos os tópicos que os sociólogos agora pesquisam e ensinam estão inevitavelmente conectados às tecnologias digitais, quer eles se concentrem na sociologia da família, da ciência, da saúde e medicina, do conhecimento, da cultura, da economia, do emprego, da educação, do trabalho, do gênero, do risco, do envelhecimento, da raça e etnicidade. Estudar a sociedade digital é se concentrar em muitos aspectos que têm sido preocupações centrais para os sociólogos.
CONCLUSÃO
Percebeu-se com a realização desse trabalho que as informações pessoais de todos os brasileiros precisam ser cuidadas, afinal de contas muitos são os prejuízos causados pelos vazamentos de dados pessoais. Ao encontro disso a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais estudada nesse trabalho vem ao encontro de garantir aos brasileiros segurança, privacidade e transparência no uso das informações pessoais. 
Também é significativo ressaltar a importância que a interdisciplinaridade trazida por esse portfólio, tem para a formulação de um trabalho pautado em metodologias que corresponda todas as necessidades do ensino a distância, tendo como principal objetivo o desenvolvimento integral do aluno. 
REFERÊNCIAS
BARBOZA, Sergio de Góes; ALMEIDA, Márcia Bastos; ANACLETO, Gesiel; DA LUZ, Pedro Fernandes Leite; BOHMANN, Katja Junqueira; OTTO, Franciele; SANCHES, Sidney de Moraes; DE AQUINO, Fernando Lopes. Filosofia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2014.
BAUMAN, Zygmunt e TIM, May. Aprendendo a pensar com a Sociologia. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2010. 
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Dispõe sobre a proteção de dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet). Brasília, DF: Presidência da República, 2018.
CIZOTO, S. A.; CARTONI, D. M. Ética, Política e Sociedade. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional, 2016.
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
[Biblioteca Virtual Universitária 3.0]
FREITAS, V.H.D. Violação de dados pessoais e o princípio da eficiência: um diálogo entre o público e o privado. Disponível em:< http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=ffb5597397de30f2>. Acesso em: 25 out. de 2021.
GARNIER, Cíntia Miele; PADILHA, Tamyris Michele. Ética, privacidade e novas tecnologias: o impacto da lei de proteção de dados na sociedade. Disponível em:<https://www.migalhas.com.br/depeso/311142/etica--privacidade-e-novastecnologias--o-impacto-da-lei-de-protecao-de-dados-na-sociedade>. Acesso em: 25 out. 2021
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. P. Quintela. Lisboa: Edições70, 2007. Disponível em https://www.arquer.com.br/arquivos/Fundamentacao-daMetafisica-dos-Costumes-Kant.pdf
LOPES, D.D. et al. Psicologia Social [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
SANTOS, M.C.F. Psicologia Social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,2019.

Continue navegando