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Desafios e possibilidades da igualdade de gênero no espaço escolar

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FISICA
CARLOS HENRIQUE DA COSTA ESCOLHANTE
FLÁVIO ALVES DA NÓBREGA
JAQUELINE CRISTINA LARA LOPES
KLEBER FELIPE DOS SANTOS NOVAIS
NATACHA CAROLINE DINIZ DA SILVA E SILVA
YARA RAMIRES DA SILVA AQUINO
PORTIFOLIO
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GENERO NO ESPAÇO ESCOLAR
Campo Grande – MS
2019
CARLOS HENRIQUE DA COSTA ESCOLHANTE
FLÁVIO ALVES DA NÓBREGA
JAQUELINE CRISTINA LARA LOPES
KLEBER FELIPE DOS SANTOS NOVAIS
NATACHA CAROLINE DINIZ DA SILVA E SILVA
YARA RAMIRES DA SILVA AQUINO
PORTIFOLIO
 DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GENERO NO ESPAÇO ESCOLAR
Trabalho apresentado como exigência da disciplina de Portfólio com a tutora: Silvia Carolina Cavalli de Almeida e professores: Mario Carlos Welin Balvedi, Anderson Nascimento Guimaraes, Maria Luzia Silva Mariano, Maria Fernanda Cunha Oliveira, Natalia Germano Gejao Diaz, Renata de Souza Franca Bastos de Almeida, Luana Cristine Franzini de Conti.
Campo Grande – MS
2019
SUMÁRIO
1. Introdução 									4 
2. Desenvolvimento								5
2.1 Igualdade de Gênero							5
2.2 Gênero e Sexo Diferenças 						6
2.3 Educação e Diversidade						7
2.4 Mulheres no Esporte e Lutas						8
3. Conclusão									10
4. Referencias									11
Introdução
Não se é uma tarefa simples educar sob uma perspectiva de igualdade de direitos humanos e de igualdade de gênero. Logo que no Brasil essa promoção de direitos e igualdades, passou a ser inclusa nos objetivos educacionais a partir da década de 90 e, desde então, ainda enfrenta inúmeras oposições e obstáculos que estão presentes dede a disputa de sentido da Educação Básica e a própria formação de professores e professoras, deixando assim a visão do quanto temos que evoluir nesse campo.
As diversas formas de opressão, suscitadas a partir da questão de gênero, é a realidade cotidiana que atinge principalmente as mulheres e, neste sentido, só pode ser compreendida no contexto sociohistorico-cultural, num manifesto complexo e contraditório entre sociabilidade e individualidade e entre as questões de gênero e a grande parcialidade da vida social. Neste portfólio, destacaremos questões de gênero, diversidade, luta das mulheres por questões de igualdade em uma sociedade ainda muitas vezes machista e conservadora e englobaremos esses assuntos na educação na atualidade.
Abarcaremos ao longo desde portfólio assuntos de igualdade de gênero entre homens e mulheres, como é posicionada as questões de gênero e sexo e quais a medidas que são tomadas em relação as suas diferenças, educação e diversidade em escolas e meios acadêmicos e a presença de mulheres nos esportes e lutas.
Igualdade de gênero
 O assunto sobre igualdade de gênero gera discussões não tão recentes a seu respeito, no século XX e inicio do século XXI iniciaram-se as lutas pela igualdade de homens e mulheres, e também abarcando o assunto a respeito da diversidade. Infelizmente, preconceito e atitudes que descriminam ainda são frequentes em nossa atual realidade. As discriminações étnico-racial, de gênero e por orientação sexual ainda são reproduzidas e produzidas em todos os âmbitos da sociedade brasileira e o âmbito escolar, também faz parte. 
 Sabemos que historicamente a mulher foi humilhada, oprimida e deixada a beira de uma sociedade machista e patriarcal. Mulheres que se opuseram e questionaram sobre a época em que viviam, foram perseguidas e muitas vezes rotuladas, não apenas pelo modo de agir ou pensar, mas também criando um grande temor que elas viessem a influenciar outras mulheres a questionarem-se sobre o modo e a situação que lhes eram empregadas, gerando assim uma busca por seus direitos e igualdade diante da sociedade. É incrédulo que no século da modernidade, as diferenças entre homem e mulher seja algo ainda tão recorrente e gerador de tanta desigualdade, é absurda a situação que ainda seja necessário criar uma reflexão sobre o real papel feminino e os espaços que ainda não se tem significativa representatividade, como exemplo a politica.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), (BRASIL,1998) constam – no que se trata a respeito de questão de gênero – que professoras e professores precisam transmitir aos seus/suas estudantes a importância da igualdade entre os gêneros, bem como dirigir todas as discussões sobre o tema, respeitando a opinião individual de cada estudante e, do mesmo modo, garantir a participação e o respeito a todas/todas, mostrando-lhes os preconceitos e trabalhando contra descriminalização das pessoas em uma totalidade.
Assim, como citado por Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia, o professor/a conclui-se que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Dessa maneira, o professor/a deve gerar aos seus/suas alunos/as a possibilidade de discussões sobre questões de gênero para que criem em conjunto atividades e situações que possam ser desenvolvidos no âmbito escolar para tentar de tal maneira extinguir com um pré-conceito sobre o tema.
Neste sentido, é necessário compreender os desafios da atualidade acerca da diversidade e gênero a partir da ideia que as politicas educacionais estão empregando. É necessário também que haja uma busca de formas criativas para a que aconteça a superação de tais problemas, vindo a estimular o combate a descriminalização e ao preconceito em âmbito escolar. É nessa ideia que o principal papel do professor colaborará efetivamente na vida dos alunos e na dinâmica da escola.
Gênero e Sexo diferenças
Em nossa atualidade, as desigualdades entre mulheres e homens são fortemente impostas a distinção de sexo, com relação a conotações biológicas. Sendo assim, sexo expede a diferenças físicas entre mulheres e homens. Na totalidade nascemos com características que são especificas para mulheres ou para homens: um arquétipo e a capacidade da mulher de reprodução e amamentação. Diversas vezes tais características distintas são utilizadas pelos sujeitos na construção de um conjunto de aspectos culturais e sociais, valores e atribuições sociais. Isso é o que titulamos de gênero.
O gênero é outra vez utilizado para indicar as relações sociais entre os sexos. Seu uso abdica de esclarecimentos biológicos como aqueles que encontram um denominador comum, para diversas formas de condicionamento, no fator de que as mulheres têm a capacidade de reprodução e que os homens têm uma força muscular elevada. O gênero torna-se, do mesmo modo, uma forma de apontar “construções sociais” – a concepção completamente social de ideias a propósito de os papéis amoldados aos homens e às mulheres. É uma forma de referir-se às procedência unicamente social da identidade subjetiva dos homens e das mulheres.
Não devemos limitar o sistema de sexo somente a reprodução nem ao sentido social ou biológico do termo. Um princípio de gênero/sexo não se deve somente ao momento de reproduzir com um ‘modo de produção’. A concepção da identidade de gênero é um modelo de produção no reino do sistema sexual. E um sistema gênero/sexo abrange mais do que reprodução no sentido biológico. O sistema gênero/sexo não é imutavelmente tirânico e tem perdido muito seu papel tradicional. Contudo, ele não ficará extinguido na falta de oposição. Este ainda leva a carga social de gênero e sexo, de socialização dos imaturos e de fornecimentos de asserções decisivas sobre a natureza da humanidade. E ele serve a outros fins tanto politico como econômico, diferente daqueles que originalmente deveria atender.
Educação e diversidade
A inserção da contestação a cerca da diversidade sexual e de gênero no ambiente acadêmico acontece ocorre desde meados da década de 70 e ocorreu principalmente pela pressão de grupos feministas e de grupos lésbicos e gays que sofriam com exclusão e denunciaram a cerca de sua representação nos programas curriculares das instituições escolares. No modelo acadêmico internacional, esse movimento teve inicio com os departamentos de Estudos da Mulher que posteriormente designouo Estudos de Gênero e o Estudos Gays e Lésbicos, em determinadas universidade americanas, sempre com intuito de criar alternativas e formas de resistência aos sinais de homofobia, machismo e sexismo e, outrora, tornando possíveis que tais temas possam ser abordados nas pesquisas acadêmicas. 
No Brasil, tal discussão manteve-se restrito por longos anos a áreas como a Psicologia, Critica Literária e a Sociologia, sendo bastante evidente sua ausência, sobretudo nos estudos da Educação. Neste ultimo campo, contudo veio a ocorrer uma grande mudança nos estudos de gêneros nos anos de 1990. 
A diversidade de gênero tem sido tema bastante abordado na mídia, através do cinema, novelas, campanhas publicitarias, revistas voltadas para o publico, programas de auditório, entre outros. O que acarreta a induzir ao âmbito escolar a debater sobre esse tema, abordado muitas vezes de forma espontânea pelos alunos e alunas. Entretanto, esse excesso de discurso de mídia em relação a tal tema nem sempre surte resultados significativos em relação a diminuição dos sinais de homofobia e sexismo. Se a visibilidade de diversas formas propostas pela mídia de viver a sexualidade, atribui certo autoridade em relação a causas vinculadas as minorias de gênero e sexuais, impondo também a escola a reaver padrões normativos que determinam a sexualidade das/dos estudantes, em contra partida não deixa de instigar contestações dos grupos mais conservadores. Uma vez que, em que estamos num dos momentos em que mais tem se falado sobre educar para a diferença, vivenciamos um cenário mundial de intolerância que por sua vez se reproduz na vida privada, estamos num momento de determinada dificuldade geral em nos fazermos livres da forma padrão da sociedade de como devemos nos relacionar com o outro. 
Mulheres no esporte e lutas
O desporto é um evento social que vem ganhando atenção na modernidade, por meio de sua analise podemos compreender e identificar processos de transformações e mudanças que acontecem na sociedade. E não menos uma dessas transformações no campo esportivo é um crescente aumento da participação das mulheres em esportes de confrontos e certo grau de agressividade.
Fazendo parte da deliberação n.7, de 1965, do Conselho Nacional de Desporto, acata para que institutos de desporte brasileiros a questão sobre a participação feminina nas categorias esportivas estabelecendo: "não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, pólo, halterofilismo e beisebol" (Taffarel e França, 1994).
Esta claramente descrita de que algumas modalidades, como exemplo o futebol, eram mantidas como pertencentes e preservadas unicamente ao universo masculino, não somente na legislação regulamentadora, mas também na representatividade de torcedores. Mesmo havendo outras modalidades abrangidas, o futebol teve de aguardar até a década de 90 para poder então os campos serem ocupados não somente por homens.
Atualmente países como Alemanha, Noruega, Austrália, Estados Unidos e Brasil, entre outros, assistem seus times femininos competindo em olimpíadas e a campeonatos mundiais, mas sendo assim isso não tem relação ou signifique que o preconceito tenha sido extinto ou que ele não aconteça. 
O acrescente aumento do sexo feminino em esportes de agressividade e confronto é atualmente um fenômeno que tem tomado posição e aceitação, ainda que em alguns exercícios ainda levem um conceito de transgressão, O rugby, por exemplo, na sociedade britânica, aponta que esportes com maior índice de violência e agressividade tornaram-se um dos poucos âmbitos de reserva do sexo masculino. Com o crescente poder politico das mulheres, o âmbito de sociabilidade do rugby era utilizado como forma de reação masculina, tais locais onde os homens poderiam caluniar e ironizar mulheres.
De acordo com Lovisolo, Soares e Bartholo (2006), a mulher veio para ficar no esporte. Os autores dizem que as mulheres devem pensar seus valores, criar estilos, conciliando o esporte e suas probabilidades de expressão nesse ambiente, pois, se tratasse apenas da questão de igualdade entre homens e mulheres, isso refletiria o ethos masculino. É sugerida uma assimilação de propriedades de uma luta caracteristicamente feminina, por meio de exibição e da valorização das características femininas. Ainda se ouve muitos discursos nos quais as mulheres que participam de esportes que são agressivos, tem seu valor pelos padrões de estética social.
Considerações finais
Mesmo diante do espaço conquistado ao longo dos séculos, a presença feminina concebe apenas uma das faces do discurso sobre as relações de gênero que se estende-se pelo esporte. Essa é a peça de uma engrenagem maior e mais complexa que encontra-se presente em todos os nichos sociais e colabora para refletir as relações de gênero no esporte. Ainda que a presença feminina nas áreas do esporte tenha servido como forma de referencia a igualdade, liberdade e apropriação de seus próprios corpos para outras mulheres, não podemos assim concluir que esse movimento presente no esporte tenha modificado de forma revolucionaria na extinção de estereótipos da feminilidade. Enquanto instituição social representativa que é, onde constituídos sobre gênero são constantemente contestados e reproduzidos, o esporte de alto rendimento permanece contribuindo para a legitimação ideológica de heterossexualidade como um principio organizador do esporte feminino.
Referencias Bibliográficas
DESLANDES, Keila. Formação de professores e direitos humanos: construindo escolas promotoras da igualdade. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
LOVISOLO, H; SOARES, A. J. ; BARTOLO, T. L. 2006. “Feministas, mulheres e esporte: questões metodológicas”. Revista Movimento: Porto Alegre, v.12, n. 03,p.165-191.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: 1998. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
SCOTT, Joan Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.20, n.2, 71-99, 1995.
SAFFIOTI, H.I. B. Rearticulando gênero e classe social. In: OLVEIRA, A.; BRUSCINI, C. (Org.). Uma questão de gênero. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1992. p. 183-215.
DUNNING, E. 1992. “O desporto como área masculina reservada: notas sobre os fundamentos sociais na identidade masculina e as suas transformações” In: ELIAS, N; DUNNING, E. (org.) A busca da excitação. Lisboa: Difel.

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