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FICHAMENTO LIVRO ESCOLA E DEMOCRACIA, DERMEVAL SAVIANI

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FICHAMENTO DO LIVRO
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Teorias da educação e o problema da marginalidade - 36. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, p.3-34. 2003.
Nov, 14, 2012
Por : Cristina de Oliveira Farias 
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Graduação em Educação Física Licenciatura 
O problema: De acordo com estimativas relativas a 1970, “cerca de 50% dos alunos das escolas primárias desertavam em condições de semi-analfabetismo potencial na maioria dos países da Ámerica Latina” (Tedesco, 1981, p.67). Isto sem levar em conta o contigente de crianças em idade escolar quee sequer têm acesso à escola e que, portanto, já se encontram a priori marginalizadas dela. (p.3)
Questões: Como interpretar esse dado? Como explicálo? Como as teorias da educação se posicionam diante dessa situação?
As teorias educacionais podem ser classificadas em: Dois grupos. No primeiro grupo, as teorias que entendem ser a educação um instrumento de equalização social, portanto de superação da marginalidade. No segundo grupo, as teorias que entendem ser a educação um instrumento de discriminação social, logo, fator de marginalização. (p.3)
Ambos os grupos explicam a questão da marginalidade a partir de determinada maneira de entender as relações entre: educação e sociedade.
	1º) Grupo: educação como
	Entendem ser a educação um instrumento de equalização social. (p.3)
	SOCIEDADE
	É entendida como harmoniosa, entendendo à integração de todos os membros. (p.4)
	MARGINALIDADE
	Um fenômeno acidental, que afeta alguns indivíduos, constitui um desvio, uma distorção que não só pode como deve ser corrigida. (p.4)
	EDUCAÇÃO
	Instrumento de correção das distorções, e também tem como função garantir a integração de todos os indivíduos no corpo social. (p.4)
	RELAÇÃO EDUCAÇÃO-SOCIEDADE
	Entende-se a educação com ampla margem de autonomia em face da sociedade. Cabendo a educação o papel de evitar sua desagregação e garantir uma sociedade igualitária. (p.9)
	2º) Grupo: educação como
	Entendem ser a educação um instrumento de discriminação social. (p.3)
	SOCIEDADE
	A sociedade é marcada pela divisão de classes antagônicas que se relacionam á base da força. (p.4)
	MARGINALIDADE
	É entendida como um fenômeno inerente à própria estrutura da sociedade (p.4)
	EDUCAÇÃO
	Compreendida como inteiramente dependente da estrutura social geradora da marginalidade cumprindo aí a função de reforçar a dominação e legitimar a marginalização. (p.5)
	RELAÇÃO EDUCAÇÃO-SOCIEDADE
	 A educação, converte-se num fator de marginalização, porque reproduz o que a estrutura social determina, em forma de produção de marginalidade cultural e especificamente, escolar. (p.5)
Tomando como critério de criticidade a percepção dos condicionantes objetivos, denominarei:
- o primeiro grupo de “teorias não-críticas”.
- o segundo grupo de críticas.
- as que entendem que a função básica da educação é a reprodução da sociedade, serão denominadas de “teoria crítico-reprodutivistas”.
TEORIAS NÃO CRÍTICAS
	A PEDAGOGIA TRADICIONAL
	A iniciativa cabe ao professor, a questão central é aprender.
	Sociedade
	Tratava-se, pois de contruir uma sociedade democrática, de consolidar a democracia burguesa (p.5)ã
	Marginalidade
	A causa da marginalidade é identificada com a ignorância. É marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. (p.6) 
	Educação/escola
	A escola surge como um antídoto à ignorância, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade. Seu papel é transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente. A escola organiza-se como uma agência centrada no professor razoavelmente bem preparado, o qual transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos, cabendo aos alunos, apenas assimilar os conhecimentos que lhe são transmitidos. As escolas eram organizadas em forma de classes, cada uma com um professor. (p.6)
	Resultado 
	Esse tipo de escola não conseguiu realizar seu objetivo de universalização, pois nem todos nela entravam e mesmo os que nela ingressavam nem sempre eram bem sucedidos, ainda teve o fato de que nem todos os bem-sucedidos se ajustavam ao tipo de sociedade que se queria consolidar. Começaram, então, a se avolumar críticas a essa escola que passa a ser chamada de Escola Tradicional. (p.6-7)
	A PEDAGOGIA NOVA
	A iniciativa desloca-se para o aluno, situando-se o nervo da ação educativa na relação professor-aluno, a questão central é aprender a aprender.
	Sociedade
	 Biopsicologização da sociedade.
	Marginalidade
	Marginalizados são os “anormais” , isto é, os desajustados e inadaptados de todos os matizes. Mas a “anormalidade” não é algo, em si, negativo. Ela é, simplismente, uma diferença, por tanto um fenômeno normal. Não é, pois suficiente para caracterizar a marginalidade, a qual está marcada pela inadaptação ou desajustamento, fenômenos associados ao sentimento de rejeição. (p.8)
	Educação/escola 
	A educação será um instrumento de correção da marginalidade na medida em que cumprir a função de ajustar, de adaptar os indivíduos à sociedade e onde não importa as diferenças de quaisquer tipos dos seus membros, aceitem-se mutuamente e respeitem-se na sua individualidade específica. [...] A escola deveria agrrupar os alunos segundo áreas de interesses decorrentes de sua atividade livre. O professor agiria como um orientador da aprendizagem cuja a iniciativa principal caberia aos próprios alunos, para tanto, cada professor teria que trabalhar com grupos pequenos, sem isso a relação interpessoal seria prejudicada e num ambiente dotado de materiais didáticos etc. (p.8-9)
	Resultado
	As consequências do ideário escolanovista foram mais negativas do que positivas, uma vez que, com afrouxamento da disciplina e a despreocupação com a transmissão dos conhecimentos, acabou a absorção do escolanovismo pelos professores por rebaixar o nível de ensino das camadas populares, já a qualidade do ensino destinado às elites foi aprimorado pela “escola nova”. Em lugar de resolver o problema da marginalidade, a “escola nova” o agravou. Ao enfatizar a “qualidade do ensino” ela deslocou o eixo da preocupação do âmbito político (relativo à sociedade em seu conjunto) para o ãmbito técnico-pedagógico (relativo ao interior da escola). (p.10)
	A PEDAGOGIA TECNICISTA
	O elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando professor e aluno posição secundária, a questão central é aprender a fazer.
	Sociedade
	Baseada no trabalho fabril.
	Marginalidade
	 A marginalidade é a ineficiência e improdutividade, ou seja, marginalizado é o incompetente (no sentido técnico da palavra), isto é, o ineficiente e improdutivo. (p.13)
	Educação/escola
	A educação estará contribuindo para superar a marginalidade na medida em que forma indivíduos eficientes, isto é, aptos a dar sua parcela de contribuição para o aumento da produtividade da sociedade. A educação será concebida, pois, como um subsistema, cujo o funcionamento eficaz é essencial ao equilibrio do sistema social de que faz parte. Do ponto de vista pedagógico, para a pedagogia tecnisista o que importa é o aprender a fazer. A pedagogia tecnisista, ao ensaiar transpor para a escola a forma de funcionamento do sistema fabril, perdeu de vista a especificidade da educação, ignorando que a articulação entre a escola e o processo produtivo se dá de modo indireto e por meio de complexas mediações.(p.14-15)
	Resultado
	A pedagogia tecnisista contribuiu para aumentar o caos no campo educativo, gerando tal nivel de fragmentação, que praticamente inviabilizou o trabalho pedagogico. O problema da marginalidade só tendeu a se agravar: o conteudo do ensino tornou-se ainda mais raro-efeito e a ampliação das vagas tornou-se insignificante em face dos altos indices de evasão e repetência, essa situação afetou particularmente a américa latina já que desviou das atividades-fim para atividades-meio parcela consideravéldos recursos escarssos destinados á educação
TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS
Recupera: O primeiro grupo de teorias concebe a marginalidade como um desvio, tendo a educação por função a correção desse desvio. Essas teorias consideram, pois, apenas a ação da educação sobre a sociedade poque desconhecem as determinações sociais do fenômeno educativo eu as denominei de “teorias não críticas”.
- Inversamente, as terorias do segundo grupo – são críticas, uma vez que postulam não ser possível compreender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais.
	TEORIA DO SISTEMA DE ENSINO COMO VIOLÊNCIA SIMBÓLICA
Desenvolvida na obra A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino, de P. Bourdieu e J. C Passeron (1975).
	Sociedade
	Formada por classes antagônicas, as classes dominantes e as dominadas. (p.18)
	Educação/escola
	A função da educação é a de reprodução das desigualdades sociais. Pela reprodução cultural, contribui especificamente para reprodução social. (p.20)
	Marginalidade
	Marginalizados são os grupos ou classes dominados. (p.21)
	Resultado
	A classe dominante exerce um poder de tal modo absoluto que se torna inviável qualquer reação por parte da classe dominada. A luta de classe resulta, pois, impossível. (p.21)
	TEORIA DA ESCOLA COMO APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO
	Sociedade
	Uma sociedade capitalista formada por classes antagônicas: as classes dos trabalhadores e dos capitalistas burgueses ou ainda segundo Althusser, classe dos exploradores e classe dos explorados. (p.23)
	Educação/escola
	A escola constitui um instrumento mais acabado de reprodução das relações de produção capitalista. Para isso, toma a si todas as crianças de todas as classes sociais e inculca-lhes durante anos “saberes práticos envolvidos na ideologia dominante. (p.23)
	Marginalidade
	O fenômeno da marginalidade insere-se no próprio seio das relações de produção capitalista que funda na expropriação dos trabalhadores pelos capitalistas. Marginalizada é a classe trabalhadora. (p.23-24)
	Resultado
	Com o funcionamento do AIE escolar, a luta de classes fica praticamente diluída, tal o peso que adquire a dominação burguesa. (.p24)
	TEORIA DA ESCOLA DUALISTA
Foi elaborada por C. Baudelot e R. Establet, exposta no livro L’école capitaliste en france (1971).
	Sociedade
	Sociedade capitalista dividida em duas classes: a burguesia e o proletariado. (p.25)
	Educação/escola
	Como aparelho ideológico, a escola cumpre duas funções básicas: contribui para formação da força de trabalho e para a inculção da ideologia burguesa. Vale ressaltar que não se trata de duas funções separadas. A escola é um aparelho ideológico da burguesia a serviço de seus interesses.
	Marginalidade
	A escola é ao mesmo tempo um fator de marginalização relativamente à cultura burguesa assim como em relação à cultura proletária. A escola transforma os trabalhadores em marginais, não apenas por referência à cultura burguesa, mas também em relação ao próprio movimento proletário, buscando colocar à margem dele todos que ingressam no sistema de ensino. (p.28)
	Resultado
	A escola, vista como aparelho ideológico, é um instrumento da burguesia na luta ideológica contra o proletariado. A possibilidade de que a escola se constitua num instrumento de luta do proletariado fica descartada. Se o proletariado se mostra capaz de elaborar independentemente da escola sua própria ideologia como faz a burguesia com auxílio da escola, então, por referência ao aparelho escolar, a luta de classes revela-se inútil. (p.28)
TEORIA CRÍTICA DA EDUCAÇÃO
	Hoje são conhecidas: pedagogia histórico – crítica (Brasil); pedagogia socialista (URSS); pedagogia do movimento Sem-Terra (Brasil).
	Sociedade
	A sociedade em que vivemos, fundada no modo de produção capitalista, é dividida em classes com interesses opostos. (p.30)
	Educação/escola
	[...] A escola como um instrumento capaz de contribuir para a superação do problema da marginalidade. Uma teoria desse tipo impõe-se a tarefa de superar as ilusões e incompetência que caracterizam as outras teorias, colocando nas mãos dos educadores uma arma de luta capaz de permi-lhes o exercício de um poder real,ainda que limitado. (p.31)
	Marginalidade
	 O rebaixamento do ensino das camadas populares. (p.31)
	Resultado
	Lutar contra a marginalidade através da escola significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar substância concreta a essa bandeira de luta de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com interesses dominantes. (p.31)

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