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CRANIOENCEFÁLICO CRANIOENCEFÁLICO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO CRANIOENCEFÁLICO CRANIOENCEFÁLICO UNIVERSIDADE PAULISTA - GABRIELLY ALMEIDA SUMÁRIO 1 2 3 3.1 5 8 7 4 9 7.1 6 5.1 SUMÁRIOSUMÁRIO Definição de TCE TCE - Aberto e Fechado Incidência Epidemiologia Lesões Primárias e Secundárias Complicações Complicações: Hematomas Intracranianos Exames Complementares Escala de Glasgow Escala de Glasgow atualizada Escala Rancho los amigos Tratamentos Intrahospitalares Condutas Fisioterapêuticas DEFINIÇÃO DE TCE O TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO (TCE) TEM COMO DEFINIÇÃO QUALQUER AGRESSÃO DE ORDEM TRAUMÁTICA OCASIONANDO UMA LESÃO ANATÔMICA OU COMPROMETIMENTO FUNCIONAL DO COURO CABELUDO, CRÂNIO, ENCÉFALO OU SEUS VASOS. (STOKE, 2000; DAVID, 2006; MACEDO, 2006;). O TCE TEM COMO CAUSAS ACIDENTES DE TRÂNSITO (ATROPELAMENTOS, AUTOMOBILÍSTICO, CICLÍSTICOS), AGRESSÕES, ACIDENTES POR ARMA DE FOGO, CATÁSTROFES, ENTRE OUTROS (COMO QUALQUER FORÇA EXTERNA CAPAZ DE CONSUMAR UMA DISFUNÇÃO CEREBRAL). Neste caso, o crânio é fraturado ou penetrado. O Traumatismo Cranioencefálico Aberto é uma lesão visível que frequentemente resulta de ferimento por arma de fogo ou arma branca bem como de acidentes que causam penetração do crânio e exposição da substância cerebral. TCE - ABERTO: Nesta situação de trauma, o crânio permanece íntegro. Comumente, sucede de acidentes automobilísticos motorizados, quedas ou pancadas que causam rápida aceleração e desaceleração do crânio. O estresse da aceleração e desaceleração faz com que o cérebro seja jogado para frente e para trás para fora das proeminências localizadas na parte inferior do cérebro; TCE - FECHADO: Onde sobrevem o movimento de hiperextensão e hiperflexão da cervical (Síndrome/lesão tipo chicote conhecida também como whiplash). Esse movimento rápido do cérebro rompe e lesa as fibras nervosas que regulam todas sensações que chegam ao cérebro e todos os sinais motores que surgem do cérebro, levando a todas as partes do corpo. Entre 2008 e 2019 ocorreram, em média, no Brasil, 300 mil internações por TCE ao ano, destas 75 à 100 mil pessoas faleceram no decorrer de horas ou desenvolveram perda irreversível de alguma função neurológica. Deve-se também salientar a elevada incidência de traumatismo craniencefálico em ADULTOS IDOSOS (acima de 70 anos), acompanhada de altas taxas de mortalidade. Além disso, há também elevada incidência de TCE em adultos jovens ( de 20 à 39 anos; principalmente do SEXO MASCULINO). Os dados atuais indicam que a Região Sul do Brasil apresenta a incidência mais alta ao TCE com menor mortalidade. Já as regiões Sudeste e Nordeste apresentam a maior taxa de mortalidade por TCE. INCIDÊNCIA - TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TCE é a principal causa de morte de pessoas entre 5 e 44 anos, correspondente a 10% de morte e nos Estados Unidos tem uma estimativa de 1,7 milhões de casos de TCE anualmente. Principalmente em pessoas com menos de 34 anos. • Quarta maior de morte em todas as idades; • 50% das mortes: acidentes automobilísticos; • Taxa de Traumatismo nos Homens é muito superior em comparação as Mulheres; • Em uma grande maioria dos casos, está Relacionado à ingestão de álcool EPIDEMIOLOGIA LESÕES PRIMÁRIAS As lesões primárias são aquelas que ocorrem no momento do trauma. No paciente com TCEA (ferimentos por projétil de arma de fogo ou arma branca que penetram o crânio), a lesão primária ocorre em virtude do trauma direto ao parênquima encefálico. Por outro lado, no TCEF, caracterizados quando não ocorre contato com o conteúdo intracraniano, as lesões primárias podem resultar da movimentação cerebral associada à energia cinética do acidente; Como o encéfalo e a caixa craniana possuem densidades diferentes, quando submetidos às mesmas forças inerciais, respondem de forma desigual. As lesões secundárias decorrem de agressões que se iniciam após o momento do acidente, resultantes da interação de fatores intra e extracerebrais, que se somam para inviabilizar a sobrevivência de células encefálicas poupadas pelo trauma inicial. No local do acidente, intercorrências clínicas como hipotensão arterial, hipoglicemia, hipercarbia, hipóxia respiratória, hipóxia anêmica e distúrbios hidroeletrolíticos são os principais fatores de lesão secundária. Posteriormente, são somados outros distúrbios metabólicos e infecciosos sistêmicos, assim como a presença de substâncias neurotóxicas, hidrocefalia e alterações hemodinâmicas no espaço intracraniano. LESÕES SECUNDÁRIAS As complicações mais comuns que acometem as vítimas do TCE incluem o edema cerebral, laceração de vasos, fístula liquórica, hidrocefalia, convulsões, epilepsia, formação de abscesso cerebral, rinorréia e otorréia liquórica, lesão de nervos, hematomas que podem criar lesões expansivas adicionais, infecções como: osteomielites, abscessos e meningites em traumas abertos, disfunção e lesão de nervos cranianos, cefaléia pós-traumáticas, síndrome pós-traumática, lesões focais do cérebro e cisto leptomeníngeos . COMPLICAÇÕES (ROWLAND, 1997 apud OLIVEIRA; WIBELINGER; LUCA, 2005) COMPLICAÇÕES: Os hematomas intracranianos são acúmulosde sangue dentro do crânio, seja dentro do cérebro ou entre o cérebro e o crânio .• Extradurais: coleção sanguínea entre a tábua interna óssea e a dura-máter •Subdurais: Ruptura traumática de veias córtico meníngeas que vão do córtex aos seios durais; • Intraparenquimatoso: Coleção compacta de sangue alojada dentro do parênquima cerebral. HEMATOMAS INTRACRANIANOS COMPLICAÇÕES: HIPERTENSÃO INTRACRANIANA A Hipertensão Intracraniana (HI) é caracterizada pelo aumento da pressão dentro do crânio. Esse aumento da pressão dentro do crânio pode resultar de uma lesão encefálica ou mesmo ser a causa da lesão. Geralmente, a pressão normal dentro do crânio varia entre 5 e 15 mmHg, mas na hipertensão intracraniana encontra-se acima desse valor e, por isso, nos casos mais graves pode impedir o sangue de entrar no crânio, deixando de haver oxigenação adequada do cérebro. •Uma das mais frequentes complicações; •Principal causa de óbito; • Conflito de espaço entre líquor, encefálo e sangue; (Aumento não compensado de um desses componentes) HIC - Consequências • Herniaçōes • Complicações vasculares - isquemia • bloqueio do fluxo liquórico Os efeitos da fisioterapia respiratória e da motora sobre a pressão intracraniana (PIC) não são totalmente esclarecidos. Enquanto em determinadas unidades de terapia Intensiva (UTI) a fisioterapia é quase proibida na fase aguda após uma lesão cerebral, em outras pode não haver nenhum critério ou limite. Estudos mostram que exercícios passivos podem ser feitos em pessoas com pic elevada, desde que tenha cautela. Existem restrições nos tipos de movimentos e posições que devem ser evitadas. O estímulo à tosse, a aspiração traqueal, a drenagem postural com a cabeceira abaixo de 30 graus, entre outras condutas, elevam a PIC Compressão torácica unilateral contínua e flexão lateral do tronco inferior devem ser evitadas em pacientes com hipertensão intracraniana. A aspiração traqueal é inevitável, mas deve ser cautelosa. FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM A PIC ELEVADA EX A M ES : A avaliação por imagem do traumatismo crânio- encefálico (TCE), no atendimento emergencial, até o presente, deve ser realizada preferencialmente pela tomografia computadorizada (TC). A TC além de diagnosticar fraturas ósseas, também pode avaliar lesões parenquimatosas e hemorragias ou coleções extra-axiais. As radiografias simples do crânio apresentam melhores resultados que a TC para o diagnóstico de fraturas, mas a avaliação limita-se à análise óssea, e não fornece informações precisas sobre o parênquima, por isso a radiografia é desnecessária nesse contexto. A RM pode fornecer informações superiores às da TC em relação ao parênquima e a coleções extra-axiais, principalmentehemorragia subaracnóide (HSA), mas nem sempre está disponível nos serviços emergenciais. Além disso, trata-se de um exame mais oneroso e demorado. Na emergência o tempo é crucial, e nem sempre é possível contar com a cooperação do paciente, que habitualmente não deve ser sedado. A a escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala de ordem neurológica capaz de medir e avaliar o nível de consciência de uma pessoa que tenha sofrido um TCE. Esta escala é um método bastante confiável para detectar o nível de consciência de uma pessoa após acidentes. Ela é utilizada durante as primeiras 24 horas após o trauma e faz a avaliação baseada em três parâmetros: abertura ocular, resposta motora e resposta verbal. Após o traumatismo, o profissional da área da saúde fará uma avaliação no paciente e dependendo da resposta que ele dará, será atribuído um valor específico para cada tipo de reação, conforme o quadro a seguir. ESCALA DE COMA GLASGOW Após estas avaliações, é feita a somatória dos três parâmetros avaliados, onde o valor mais baixo que se pode obter na escala de Glasgow é de 3 pontos e o maior é de 15 pontos, onde: A classificação que varia de 3 a 8 pontos é considerada grave, tendo a necessidade de intubação imediata; A classificação de 9 a 12 pontos é considerada moderada; A classificação de 13 a 15 é considerada leve. Quanto menor for a pontuação registrada no paciente, mais grave é a sua situação. Ou seja, caso a contagem seja de 3 pontos significa que o paciente está em coma profundo, representando mais de 80% de chance de vir a óbito. Recentemente, algumas modificações foram feitas na escala de Glasgow, com o objetivo de otimizar sua utilização no processo de avaliação do paciente. Na escala atualizada, as etapas de avaliação estão mais claras, tendo uma ênfase maior nas pontuações individuais do que na soma total. Outro aspecto referente à escala atualizada é que quando o paciente apresenta alguma característica que dificulte a análise, o profissional da saúde deverá informar que a utilização da escala não é aplicável. Ou seja, não é atribuída uma pontuação. ESCALA DE GLASGOW ATUALIZADA A Escala Rancho Los Amigos , uma escala amplamente usada para determinar o nível cognitivo em pacientes com lesão cerebral, foi desenvolvida na década de 1970. A avaliação cognitiva sistemática é essencial para estabelecer planos de reabilitação ajustados à pessoa com traumatismo crânio-encefálico (TCE). A Rancho Los Amigos Levels of Cognitive Functioning Scale (LCFS) é uma ferramenta descritiva de enquadramento do nível de cognitivo e comportamental, representando a recuperação típica das pessoas com TCE. Este estudo teve como objetivo traduzir e adaptar transculturalmente a LCFS. TRATAMENTO INTRAHOSPITALAR • A primeira medida geral que deve ser tomada é o posicionamento correto do paciente. Elevação do DD (30 graus com alinhamento da cabeça para não compressão das veias jugulares); • Aspiração Orotraqueal (Reflexo da tosse aumenta PIC. • Sedação (Redução do grau de agitação e metabolismo neural); • Diuréticos e Drogas (Morfina, diazepam e principalmente corticoesteroides que tem a função de prevenir ou diminuir edema cerebral) • Cateter de monitorização intraventricular; TRATAMENTO INTRAHOSPITALAR: (DVE) Derivação Ventricular Externa é o procedimento cirúrgico em que o Neurocirurgião faz uma pequena crâniotomia para ter acesso ao cérebro e tratar pacientes com distúrbios da circulação liquórica, pois a maioria desses pacientes apresenta hemorragia subaracnóidea ou intraparemquematosa. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Parte intrahospitalar: O papel e a importância da fisioterapia respiratória começam com ajustes de valores da ventilação mecânica (VM) para que ocorra da melhor forma possível o processo de desmame e este amplie-se até a permanência do paciente sob ventilação espontânea após o procedimento A assistência fisioterapêutica abrange várias formas de intervenção, entre elas a própria ventilação mecânica, processos para higiene brônquica, reexpansão pulmonar, exercícios respiratórios, e a utilização da ventilação não invasiva (VNI) A fisioterapia dispõe de exercícios metabólicos e exercícios de tornozelo para melhorar o retorno venoso, exercícios passivos para acentuar a função cardiopulmonar, preservar a função neuromuscular e musculoesquelética e reduzir o risco de tromboembolismo (Thompson e Piercy, 1994). • Exercícios passivos e/ou ativos-assistidos para MMSS e Membros Inferiores (MMII); • Alongamento muscular de MMSS e MMII • Mudanças de decúbito; • Nos caos de trauma raquimedular associado: mobilizar em bloco, mantendo colar cervical e tração; • Aplicação de técnicas específicas para atendimento de pacientes neurológicos como os métodos: facilitação neuromuscular proprioceptiva, Bobath, Rood, entre outras abordagens clássicas do tratamento neurofuncional; • Exercícios para coordenação motora (controle de velocidade, tempo, força, precisão,...); • Exercícios de técnicas facilitatórias e inibitórias (proprioceptivas: aproximação articular, estiramento rápido, percussão, alongamento mantido; visuais; auditivas; vestibulares); Na fase do acompanhamento ambulatorial a fisioterapia tem como objetivo maior a recuperação da funcionalidade do indivíduo, suas atividades de vida diárias e participação A seguir será apresentada uma proposta terapêutica genérica para os casos de TCE. Porém a avaliação individualizada norteará a tomada de decisão: TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Sentar o paciente no leito, após liberação médica (o tempo de permanência no posicionamento deve ser realizado de acordo com a tolerância do paciente, aumentando progressivamente); • Sentar o paciente fora do leito, na poltrona, após liberação médica (o tempo de permanência no posicionamento deve ser realizado de acordo com a tolerância do paciente, aumentando progressivamente); • Treino de equilíbrio de tronco com o paciente sentado, quando possível; • Treino de equilíbrio em pé, quando possível; • Treino de marcha (utilizando dispositivos para auxílio na deambulação, como andadores, muletas e bengalas quando necessário); • Utilização de órteses em MMSS e/ou MMII quando necessário; • Realização de treinamentos e orientações complementares ao tratamento para pacientes, familiares e cuidadores, quando esses estão presentes, para que estímulos adequados sejam dados ao longo do dia e não somente durante as sessões de fisioterapia. • Orientações para alta (posicionamentos, estímulos ambientais, cuidados gerais e necessidade dos exercícios). A fisioterapia deve ser suspendida, caso o paciente apresente: • Instabilidade hemodinâmica; • Arritmias no eletrocardiograma ou monitor cardíaco; •Intenso desconforto respiratório; •Mudanças excessivas na frequência cardíaca (menor que 55 ou acima de 120 bpm); •Pressão arterial menor que 80 X 60 mmHg ou acima de 150 X 100 mmHg; • Saturação Periférica de Oxigênio menor que 90%; • Temperatura corporal acima de 37,8 ° C. INTERCORRÊNCIAS REABILITAÇÃO PÓS TCE Pós TCE, as técnicas mais utilizadas são a cinesioterapia, ganho da ADM, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, Conceito Bobath, Hidroterapia, dispositivos auxiliares e treino de marcha. As contraindicações fisioterapêuticas nesses casos quando existem, dependem de cada paciente e do estágio de recuperação do mesmo. A reabilitação é essencial para reinserção do indivíduo na vida diária. A reaquisição de pequenas tarefas são de vital importância para esses pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: https://rper.aper.pt/index.php/rper/article/view/174 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/lesões-intoxicação/trauma- cranioencefálico-tce/trauma-cranioencefálico-tce https://www.fleury.com.br/medico/manuais-diagnosticos/manual-de- neurodiagnsticos/traumatismo-neuro https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt- BR&as_sdt=0%2C5&q=traumatismo+crânio+encefálico&oq=traumatismo+#d=gs_qabs&t=16538 80085883&u=%23p%3DgQj6ePXLXAoJ https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=traumatismo+crânio+encefálico&oq=traumatismo+#d=gs_qabs&t=16538 80098426&u=%23p%3D_6fsIlE61WMJ
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