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Trabalho de bases legais

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IV - qualquer forma de obstrução de processo (Res. CFO Nº 118/12); Qualquer forma de obstrução de processo impede o desvelo da verdade e, por conseguinte, caracteriza-se como um agravante.
V - o falso testemunho ou perjúrio (Res. CFO Nº 118/12); Declarar ou jurar falsamente são agravantes da pena. Considerar-se-ia que o falso testemunho ou perjúrio poder-se-ia referir ao infrator ou acusado durante seu interrogatório ou à testemunha, durante a sua oitiva. Neste caso, se a testemunha for profissional com registro e inscrição no CRO/CFO, incorrer-se-ia em um descumprimento do dever fundamental relatado no Art. 8º do CEO, em discussão, de “... comunicar ao Conselho Regional fatos de que tenham conhecimento e caracterizem possível infringência do presente Código e das normas que regulam o exercício da Odontologia”. Ressalta-se, ainda, o crime descrito no Código Penal (Decreto-Lei Nº 2.848/40) de falso testemunho ou falsa perícia: “... fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta” (Art. 342) e “... dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa” (Art. 343). Cabe incluir nesta dialética a alínea “g” do item 3 do Art. 14 da PIDCP-CIDH (1966) o qual relata que “... qualquer pessoa acusada de uma infracção penal terá direito, em plena igualdade, pelo menos às seguintes garantias: [...] a não ser forçada a testemunhar contra si própria ou a confessar-se culpada”. Segundo o Art. 347 da Lei Nº 5.869/73 (CPC), “... a parte não é obrigada a depor de fatos: I - criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Parágrafo único. Esta disposição não 134 se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento”. O Art. 14, da Lei citada, relata que “... são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade”. O Art. 202 do Decreto-Lei Nº 3.689/41 (CPP) dá conta de que “... toda pessoa poderá ser testemunha”. O Art. 203, do decreto citado, informa que “... a testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade”.
VI - aproveitar-se da fragilidade do paciente (Res. CFO Nº 118/12); e, Como já discutido no inciso II do Art. 11 do CEO, em destaque, que caracteriza como infração ética o ato de “... aproveitar-se de situações decorrentes da relação profissional/ paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou política...”, o profissional pode obter vantagem do paciente em virtude 1) da confiança que o paciente normalmente deposita no profissional da área da saúde; 2) na vulnerabilidade do paciente em função da sua condição mórbida; 3) na dependência que o paciente possui em relação ao profissional para sanar sua doença e/ou cessar sua dor; e 4) do estereótipo positivo do profissional. A fragilidade bem como a vulnerabilidade do paciente em função dos aspectos citados e de sua condição de leigo o coloca em uma situação sem meios para sua defesa configurando a circunstância agravante.
VII - cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou função (Res. CFO Nº 118/12). Uma autoridade goza de Influência intelectual, prestígio, crédito e renome. Em adição, possui aptidão, capacidade e direito ou poder de mandar, como também tem reputação de grande conhecimento em determinado assunto. Em função dos predicados geralmente associados às autoridades, estas são invocadas em abono 135 ou reforço de uma opinião (MICHAELIS, 2009), portanto, seu comportamento pode reforçar o comportamento de outrem, muitas vezes, em escala pública. Ressalta-se que o inciso IV do Art. 9º do CEO, alvo desta dialética, relata o dever fundamental do dirigente ou responsável técnico: o de “... assegurar as condições adequadas para o desempenho ético-profissional da Odontologia”. Em adição, cita-se o inciso VIII do Art. 53, do mesmo código, que dá conta de que a “... infração ao Código de Ética no exercício da função de dirigente de entidade de classe odontológica” é considerada uma prática de manifesta gravidade. Desta feita, a infração ética cometida com o abuso do poder relativo ao cargo ou função é um ato grave por ser diametralmente oposta ao dever fundamental (inciso IV do Art. 9º) e ocorrer, geralmente, na esfera pública caracterizando-se como circunstância agravante da pena. É imperativo reafirmar o dever das autoridades de pautarem-se pela ética, moral e virtude.
Art. 56. São circunstâncias que podem atenuar a pena: I - não ter sido antes condenado por infração ética (Res. CFO Nº 118/12); Não ter sido antes condenado por infração ética (não reincidência) implica na possibilidade da infração ética ter sido um episódio esporádico justificando a configuração de circunstância atenuante a pena. Ousar-se-ia refletir que a circunstância de não ter sido antes condenado por infração ética incorreria em atenuação de pena somente quando houvesse manifesta gravidade, uma vez que, sem ela, o infrator receberia a pena mais branda por ser não reincidente (condenado pela primeira vez) devido à obediência à gradação das penas relatada no § 1º do Art. 18 da Lei Nº 4.324/64 e no Art. 52 do CEO, em análise. 
II - ter reparado ou minorado o dano. Considerando o parágrafo único do Art. 52, que avalia a gravidade pela extensão do dano e por suas consequências, a reparação e/ou minoração do dano estanca ou reduz a extensão do mesmo e, desta feita, configura-se em uma 136 circunstância de atenuação de pena. Em adição, poder-se-ia levar em conta que a reparação do dano pode ser entendida como compensação do dano
III - culpa concorrente da vítima (Res. CFO Nº 118/12). Quando o infrator e a vítima contribuírem ou cooperarem para uma infração ética, ambos são coniventes na ação. No entanto, cabe considerar que o paciente não pode responder eticamente, junto ao Conselho, pela sua conduta. O infrator, no caso de culpa concorrente da vítima, não teria responsabilidade absoluta, caracterizando-se a circunstância atenuante da pena.
O Art. 57 do CEO, aqui discutido, prevê, no caso de infração ética, além das penas disciplinares listadas no Art. 51, do mesmo código, a aplicação de pena pecuniária, ou seja, pena em dinheiro ou multa (MICHAELIS, 2009). A pena em dinheiro ou multa é calculada segundo uma multiplicação cujo multiplicador varia de 1 a 25 e o multiplicando é o valor da anuidade; deve ser elevada proporcionalmente à gravidade da infração; e será dobrada em caso de reincidência.

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