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DESCRIÇÃO
A avaliação psicológica a partir do modelo dos cinco grandes fatores de
personalidade (Big Five ).
PROPÓSITO
Compreender o conceito de personalidade e as formas de avaliá-la é
importante para o psicólogo, pois todas as interações humanas têm a
personalidade em sua base e as mais variadas atuações do psicólogo
consideram a personalidade uma variável relevante.
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OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever os cinco grandes fatores (Big Five ) de personalidade
MÓDULO 2
Reconhecer as condições e os processos de medição da personalidade
MÓDULO 3
Identificar os testes psicométricos e projetivos na avaliação da
personalidade
INTRODUÇÃO
O que um psicólogo estuda? Se fizermos essa pergunta para pessoas
leigas, algumas vão dizer que o psicólogo estuda a mente. Outras poderão
dizer que o psicólogo estuda os comportamentos. Haverá também quem
diga que psicólogo é aquele que estuda personalidade. Todas as respostas
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Página 2 de 97
estão corretas. Neste tema, aprenderemos a avaliar esse conceito central
dentro da Psicologia.
Inicialmente, abordaremos o modelo fatorial da personalidade, com ênfase
no modelo dos cinco grandes fatores de personalidade (Big Five ), que tem
origem em um conjunto de pesquisas sobre personalidade advindo de
teorias fatoriais e de traços de personalidade.
Não podemos nos esquecer do modelo Myers-Briggs Type Indicator
(MBTI). Posteriormente, serão apresentados o histórico e algumas
considerações pertinentes à medida da personalidade. Por fim, serão
mostrados os principais testes psicométricos e projetivos para a avaliação
dessa importante faceta humana.
! ATENÇÃO
Materiais de avaliação psicológica são de uso exclusivo do psicólogo.
Podem ser utilizados como objeto de estudo sob a supervisão do
profissional qualificado da área.
MÓDULO 1
! Objetivo: Descrever os cinco grandes fatores (Big Five ) de
personalidade
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ESTUDO DE FATORES
Como é formada a nossa personalidade? Qual a estrutura dela? Essas
perguntas são respondidas pelo estudo dos fatores da personalidade.
Praticamente todas as áreas da Psicologia utilizam a personalidade como
base para seus estudos. Veja alguns exemplos:
Foto: Shutterstock.com
A Psicologia escolar deve conhecer a personalidade dos alunos e
professores de uma escola, a fim de que o processo de aprendizagem se
dê de forma mais efetiva.
" Foto: Shutterstock.com
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Foto: Shutterstock.com
A Psicologia organizacional deve entender a personalidade de pessoas no
ambiente de trabalho.
" Foto: Shutterstock.com
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Página 5 de 97
Foto: Shutterstock.com
A Psicologia clínica busca conhecer a personalidade das pessoas em
atendimento e daquelas que interagem com elas.
" Foto: Shutterstock.com
Do ponto de vista evolutivo, conhecer a personalidade (BUSS, 1996) é
bastante adaptativo para o ser humano. Imagine a vantagem que possui
alguém que compreende a personalidade dos outros. Essa pessoa
consegue antecipar as ações de seus semelhantes, agir de acordo com o
sentimento deles. Conhecer a personalidade de parceiros e potenciais
parceiros traz uma grande vantagem reprodutiva e evita o envolvimento em
situações desagradáveis.
O início do estudo da personalidade se dá a partir de uma ideia
interessante.
Suponha que você queira saber tudo que está incluído na personalidade
humana.
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Qual base você utilizaria?
Na década de 1930, Gordon Willard Allport teve a ideia de utilizar a
linguagem como base para a compreensão da personalidade. Isso é
chamado de hipótese léxica. A hipótese léxica afirma que, se alguma
coisa é relevante dentro de nossa personalidade, de alguma forma tal coisa
foi decodificada pela linguagem.
Dessa maneira, a base para o estudo da personalidade foram todos os
adjetivos do dicionário. Allport e Odbert (1936) analisaram 400 mil palavras
do Webster’s New International Dictionaire , chegando a 4.500 descritores
de personalidade. Esse trabalho influenciou Raymond Cattell, que fez
análises fatoriais a partir desses descritores na década de 1940. Entretanto,
na época, a análise fatorial era uma técnica estatística que dava seus
primeiros passos. A estrutura computacional era inexistente. Portanto, não
foi possível criar uma estrutura mais simples para a personalidade.
GORDON WILLARD ALLPORT
(1897-1967)
Famoso psicólogo social que “passou quase toda a sua carreira
acadêmica em Harvard, concluindo seu bacharelado e doutorado na
universidade e atuando como membro do corpo docente de 1930 a
1967”.
Fonte: Harvard University (2021a).
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RAYMOND CATTELL (1905-1998)
Psicólogo norte-americano que retomou a teoria de Allport sobre
personalidade, definindo-a como uma estrutura de traços. Identificou
16 fatores, também designados traços profundos, que determinariam
a personalidade. Elaborou um teste, designado por 16 PF (Personality
Factors ), tendo por objetivo avaliar e distinguir os indivíduos
segundo os fatores de personalidade.
Fonte: Infopédia (2021).
# COMENTÁRIO
A análise fatorial é uma técnica estatística que permite avaliar a quantidade
de traços latentes necessários para explicar todos os itens.
Posteriormente, com o aprimoramento da análise fatorial, modelos mais
simples puderam ser criados. Cabe mencionar que um princípio bastante
importante da ciência é o da parcimônia. Por parcimônia, entende-se que,
quanto mais simples, melhor é o modelo, desde que ele dê conta da
complexidade dos fatos. Esse princípio está associado a uma corrente
científica chamada reducionismo.
SAIBA MAIS SOBRE REDUCIONISMO
Reduzir fenômenos complexos é a melhor forma de entendê-los.
Entretanto, o reducionismo adequado jamais perde de vista que essa
redução não pode excluir elementos importantes daquilo que está sendo
pesquisado. O objetivo do reducionismo é tão somente encontrar
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elementos que convergem para tratá-los como a mesma coisa. Por
exemplo, não há necessidade de dizer que uma pessoa é desatenta e
distraída ao mesmo tempo. Se uma pessoa é desatenta, ela também é
distraída, então esses dois elementos podem reduzir-se a um só.
Ao realizarem-se análises fatoriais de diversos instrumentos de medida de
personalidade, percebeu-se que soluções com cinco fatores eram as mais
adequadas. Mesmo instrumentos que não foram feitos para avaliar cinco
fatores apresentavam-nos nessas análises fatoriais. Essa solução também
foi encontrada em análises fatoriais de descritores oriundos de dicionários.
Foto: Shutterstock.com
Como isso é feito?
Primeiro, um pesquisador faz um levantamento de todos os adjetivos
existentes no dicionário (descritores).
$
Depois, ele cria uma escala na qual os participantes pontuam (por exemplo,
de 1 a 5) o quanto consideram que aquele adjetivo os descreve. As
análises fatoriais servem para criar grupos de adjetivos que são similares.
As soluções tendem a demonstrar que cinco grupos são suficientes para
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explicar toda a estrutura dos adjetivos do dicionário.
Assim como algumas descobertas da ciência, a descoberta dos cinco
fatores deu-se ao acaso. O que ocorreu foi que todos os estudos
convergiram para a mesma solução. Não existe uma teoria prévia sobre os
cinco fatores de personalidade, mas teorias posteriores foram criadas.
Entretanto, não há consenso na ciência sobre como eles devem ser
batizados. Isso não constitui em um problema epistemológico e é possível
que, futuramente, tenham seus nomes padronizados por alguma
convenção de pesquisadores.
Foto: Shutterstock.com
Os fatores são:
Abertura à experiência
Conscienciosidade
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Extroversão
Neuroticismo
Amabilidade/socialização
Uma maneira de recordá-los, frequentemente encontrada nos livros, é por
meio do acrônimo OCEAN — que significa “oceano”, em inglês. Esse
acrônimo contém as iniciais de todosos cinco fatores no mesmo idioma, a
saber:
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
O Openess (Abertura)
C Consciensioness (Conscienciosidade)
E Extraversion (Extroversão)
A Agreeableness (Amabilidade/socialização)
N Neuroticism (Neuroticismo)
Uma maneira de recordá-los em português é por meio do acrônimo
NASCE:
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
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Página 11 de 97
N Neuroticismo
A Abertura
S Socialização
C Conscienciosidade
E Extroversão
É muito importante que você memorize esses fatores, bem como suas
descrições. Trata-se de apenas cinco elementos que permitem um
conhecimento amplo da personalidade de qualquer indivíduo.
% RECOMENDAÇÃO
Tente observar em si próprio ou nas pessoas que estão à sua volta o
quanto essas características estão presentes.
Como veremos a seguir, cada um deles possui seis facetas (COSTA;
MCCRAE, 1992; LEITE, 2020).
ABERTURA À EXPERIÊNCIA
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Foto: Shutterstock.com
Enfoca a apreciação da arte e da beleza, bem como uma recepção geral à
novidade. Também pode ser encontrado na literatura científica com o nome
de “intelecto” ou somente “abertura”.
Foto: Shutterstock.com
MAIOR PONTUAÇÃO EM ABERTURA À EXPERIÊNCIA
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Sujeitos com pontuação alta na análise desses fatores, na abertura à
experiência tendem a ser criativos e receptivos a novas ideias e atividades.
Possuem uma vida interna rica e extensa, gastando seu tempo em
atividades como pensar em conceitos, refletir sobre obras de arte ou teorias
intelectuais.
&
Foto: Shutterstock.com
MENOR PONTUAÇÃO EM ABERTURA À EXPERIÊNCIA
Aqueles que pontuam baixo na abertura à experiência são mais inclinados
ao pensamento convencional. Seu leque de interesses é geralmente menor.
Tendem a ser mais “pé no chão”.
Esse fator é composto por:
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Página 14 de 97
FANTASIA
Vida mental ativa e elevada imaginação; vida interior rica e repleta de
criatividade.
ESTÉTICA
Valorização da arte e da beleza; apreço por poesia, arte e música.
SENTIMENTOS
Receptividade aos próprios sentimentos e emoções; vivência das emoções
de forma intensa.
AÇÕES
Gosto por explorar novos lugares, experimentar novos alimentos e
experimentar novas atividades.
IDEIAS
Curiosidade intelectual; encanto por argumentos filosóficos e quebra-
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cabeças.
VALORES
Facilidade para explorar e avaliar seus próprios valores sociais, políticos e
religiosos.
CONSCIENCIOSIDADE
Foto: Shutterstock.com
O segundo fator desse modelo, a conscienciosidade, gira em torno da ideia
de organização e perseverança. Também pode ser encontrado na literatura
com nomes como “realização” e “escrupulosidade”.
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Foto: Shutterstock.com
MAIOR PONTUAÇÃO EM CONSCIENCIOSIDADE
Os melhores pontuadores em conscienciosidade tendem a ser muito
confiáveis e trabalhadores dedicados. Eles dependem fortemente da
organização e usam uma abordagem metódica para atingir seus objetivos.
Estão dispostos a dedicar uma enorme quantidade de esforço para ter
sucesso.
&
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Foto: Shutterstock.com
MENOR PONTUAÇÃO EM CONSCIENCIOSIDADE
Porém, aqueles com menores pontuações tendem a ser mais impulsivos e
descolados. A espontaneidade costuma caracterizar sua abordagem às
situações acadêmicas e vocacionais. Não se dão bem com horários e
planos concretos.
As seis facetas da conscienciosidade são:
COMPETÊNCIA
Capacidade de lidar com desafios e dificuldades da vida.
ORDEM
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Clareza e abordagem metódica das tarefas; preocupação com organização.
SENSO DE DEVER
Preocupação em cumprir suas responsabilidades.
REALIZAÇÃO-ESFORÇO
Facilidade para trabalhar duro; motivação para cumprir metas.
AUTODISCIPLINA
Capacidade para seguir com as tarefas e evitar distrações; foco nas
atividades.
DELIBERAÇÃO
Tendência a contemplar cuidadosamente as decisões antes de agir.
EXTROVERSÃO
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Foto: Shutterstock.com
O terceiro fator do modelo Big Five é a extroversão, que avalia de onde os
indivíduos retiram sua energia. Enquanto os introvertidos possuem uma
fonte de energia interna (que os possibilita estar muito bem consigo
mesmos, quase que dispensando a presença de outras pessoas), os
extrovertidos possuem uma fonte de energia externa.
Foto: Shutterstock.com
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MAIOR PONTUAÇÃO EM EXTROVERSÃO
Pessoas com pontuação alta na extroversão tendem a preferir estar na
presença de outras. Podem ser descritas como a “alma da festa”. Preferem
estar no centro das atenções. Deixam as situações sociais sentindo-se
animadas e cheias de energia.
&
Foto: Shutterstock.com
MENOR PONTUAÇÃO EM EXTROVERSÃO
Pessoas introvertidas tendem a ser mais reservadas. Estar cercado de
pessoas pode deixá-las cansadas. Preferem atividades individuais, como a
leitura. Possuem inclinação para a quietude.
As seis facetas da extroversão são:
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CALOROSIDADE
Facilidade de aproximar-se das outras pessoas; capacidade de ser
carinhoso, amigável e cordial.
GREGARIEDADE
Preferência pela companhia dos outros e por fazer parte de grupos; evitar a
solidão.
ASSERTIVIDADE
Tendência para liderar e dominar situações sociais; afirmar seus
pensamentos com clareza.
ATIVIDADE
Disposição energética; estilo de vida acelerado e propensão para estar
ocupado.
BUSCADOR DE ENTUSIASMO
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Desejo de alegria e estimulação; preferência por lugares agitados.
EMOÇÕES POSITIVAS
Tendência a experimentar emoções positivas; inclinação para a alegria e o
otimismo.
AMABILIDADE
Foto: Shutterstock.com
O quarto fator do modelo Big Five é a amabilidade, que também recebe os
nomes de “concordância” ou “socialização”. Ele gira em torno da ideia de
confiança, honestidade e conformidade. Indivíduos que são agradáveis
tendem a ser mais simples e tolerantes por natureza.
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Foto: Shutterstock.com
MAIOR PONTUAÇÃO EM AMABILIDADE
As pessoas com maior amabilidade tipicamente são mais moderadas
interpessoalmente. Elas tendem a procurar o melhor em todos com quem
se encontram e são altamente leais. São generosas, honestas, confiáveis e
preocupadas com o bem-estar dos outros.
&
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Página 24 de 97
Foto: Shutterstock.com
MENOR PONTUAÇÃO EM AMABILIDADE
Já indivíduos que pontuam baixo em amabilidade tendem a suspeitar mais
dos outros. São cínicos e céticos sobre o mundo ao seu redor. Além disso,
estão mais dispostos a usar a lisonja ou a astúcia em busca de favores.
As seis facetas são:
CONFIANÇA
Inclinação para acreditar que as pessoas são honestas e bem-
intencionadas.
FRANQUEZA
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Simplicidade e sinceridade na expressão de opiniões e pensamentos;
avalia comportamento ético e retidão.
ALTRUÍSMO
Ação e dedicação à promoção do bem-estar dos outros; generosidade e
disposição para ajudar seu semelhante.
CONFORMIDADE
Inibição da agressão, deferência aos outros para evitar conflitos
interpessoais.
MODÉSTIA
Humildade para falar de suas próprias realizações.
EMPATIA
Simpatia e preocupação com dificuldades e necessidades dos outros.
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NEUROTICISMO
Foto: Shutterstock.com
O fator modelo final do Big Five é o neuroticismo, que se concentra na
experiência das emoções negativas. Indivíduos que caem na categoria
neurótica tendem a ser mais propensos a mudanças de humor e
reatividade emocional. Esse fator também tem recebido o nome de
“estabilidade emocional”, referindo-se ao polo oposto do neuroticismo.
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Foto: Shutterstock.com
MAIOR PONTUAÇÃO EM NEUROTICISMO
Aqueles que pontuam alto em neuroticismo tendem a experimentar
intensamente emoções negativas e têm dificuldade para controlar essas
emoções. São vulneráveisà angústia psicológica.
&
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Página 28 de 97
Foto: Shutterstock.com
MENOR PONTUAÇÃO EM NEUROTICISMO
Pessoas com baixas pontuações em neuroticismo são tipicamente mais
estáveis em sua experiência de emoções. São mais calmas e relaxadas em
tempos de estresse e tendem a ser bastante lentas para a raiva.
Geralmente confiam em sua capacidade de lidar com situações
estressantes e não internalizam situações sociais desconfortáveis.
As seis facetas são:
ANSIEDADE
Disposição ao medo, à tensão, à inquietação.
HOSTILIDADE
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Sensibilidade para experimentar frustração, amargura e raiva.
DEPRESSÃO
Propensão a experimentar sintomas depressivos, como perda de energia,
dificuldade de concentração e problemas de sono.
AUTOCONSCIÊNCIA
Desconforto em relação aos outros; experiências de vergonha e
constrangimento.
IMPULSIVIDADE
Incapacidade de controlar os próprios desejos e impulsos.
VULNERABILIDADE
Dificuldade para lidar com estresse; dependência de apoio dos outros.
Alguns autores, como Gomes e Golino (2012), salientam a importância de
polos na estrutura dos cinco grandes fatores de personalidade. Todos os
fatores têm um polo positivo e um polo negativo. A extroversão, por
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Página 30 de 97
exemplo, é oposta à introversão. Neuroticismo é o oposto de estabilidade
emocional. Conscienciosidade se opõe à inescrupulosidade; abertura para
a experiência é o oposto da convencionalidade. Amabilidade, por fim, tem
seu polo negativo em antissociabilidade (DIGMAN, 1996).
MYERS-BRIGGS TYPE INDICATOR
(MBTI)
Embora o modelo Big Five seja hegemônico e considerado o Estado da
Arte em termos de teorias de personalidade, não podemos desconsiderar o
papel de outros modelos.
SAIBA MAIS SOBRE O ESTADO DA ARTE
Os estudos de Estado da Arte, que objetivam a sistematização da produção
em determinada área do conhecimento, já se tornaram imprescindíveis
para apreender a amplitude do que vem sendo produzido. Os estudos
realizados a partir de uma sistematização de dados, denominada Estado da
Arte, recebem essa denominação quando abrangem toda uma área do
conhecimento em diferentes aspectos que geraram produções.
Fonte: Romanowski (2006).
A teoria jungiana sobre a personalidade, criada por Carl Gustav Jung,
embora originária da Psicanálise, tem sido bastante estudada sob o ponto
de vista psicométrico.
O modelo de Jung entende a estrutura psíquica da personalidade como três
oposições entre seis características (RAMOS, 2005):
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Página 31 de 97
CARL GUSTAV JUNG (1875-1961)
Carl Gustav Jung nasceu na pequena aldeia de Kesswil, no norte da
Suíça. Seu pai era um pastor reformado e sua mãe vinha de uma
família de pastores da região de Basel. Muitas de suas experiências
como criança formariam mais tarde o desenvolvimento de suas
teorias sobre a psique, incluindo seu próprio senso de ter duas
personalidades distintas — uma criança suíça normal e a outra uma
personalidade mais profunda, talvez mais velha — e experiências
incomuns de sua mãe e outros membros da família.
Fonte: Instituto junguiano do Rio de Janeiro (2021).
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
Extroversão
(extroversion
– E):
Orientação da energia psíquica para fora
(mundo exterior, das pessoas, das coisas ou
atividades).
Introversão
(introversion
- I):
Orientação da energia psíquica para dentro
(mundo psicológico, das ideias, emoções ou
impressões).
Sensação
(sensing -
S):
Preferência por adquirir a informação a partir
dos cinco sentidos.
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Página 32 de 97
Intuição
(intuition -
N):
Preferência por adquirir a informação a partir do
“sexto sentido”.
Pensamento
(thinking -
T):
Preferência por organizar e estruturar a
informação e tomar decisões em termos lógicos.
Sentimento
(feeling - F):
Preferência por organizar e estruturar a
informação e tomar decisões em termos de
valores.
Posteriormente, o Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) acrescentou mais
uma oposição:
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
Julgamento
(judgement -
J):
Preferência por um estilo de vida planejado e
organizado.
Percepção
(perception -
P):
Preferência por um estilo de vida espontâneo e
flexível.
SAIBA MAIS SOBRE O MYERS-BRIGGS
(MBTI)
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Página 33 de 97
O Indicador de Tipo de Personalidade Myers-Briggs (MBTI) é um inventário
de autorrelato projetado para identificar o tipo de personalidade, pontos
fortes e preferências de uma pessoa. O questionário foi desenvolvido por
Isabel Myers e sua mãe, Katherine Briggs, com base em seu trabalho com
a teoria dos tipos de personalidade de Carl Jung. Atualmente, o inventário
MBTI é um dos instrumentos psicológicos mais utilizados no mundo.
Fonte: Cherry (2020b).
Combinando as quatro polaridades na ordem em que foram apresentadas,
chegamos a 16 tipos humanos (PASQUALI, 2003):
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
1. ENFJ: liderança de grupos;
2. INFJ: vontade e prazer em ajudar os outros;
3. ENFP: percepção das motivações alheias;
4. INFP: capacidade para o cuidado e calma;
5. ENTJ: procura posições de responsabilidade;
6. INTJ: autoconfiança e pragmatismo;
7. ENTP: não conformismo e inovação;
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Página 34 de 97
8. INTP: precisão no pensamento e linguagem;
9. ESTJ: responsabilidade e força;
10. ISTJ: decisão em questões práticas, confiabilidade;
11.
ESFJ:
sociabilidade e harmonia;
12. ISFJ:
estar a serviço das necessidades dos outros,
fidelidade;
13.
ESTP:
atividade, competição, negociação;
14. ISTP: otimismo, senso de humor e charme;
15.
ESFP:
impulsividade e coragem;
16. ISFP: gosto pelas artes, sentidos muito refinados.
! ATENÇÃO
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Página 35 de 97
Avalie sua personalidade de maneira bastante sucinta, de acordo com o
modelo MBTI. Confira indicação no item Explore +.
VAMOS REVER O QUE
APRENDEMOS?
PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES
COM AS PALAVRAS DO QUADRO.
Big Five
completo
parcimonioso
personalidade
simples
sustentação
Resumindo, embora
haja vasta literatura
científica relacionada ao
modelo dos cinco
grandes fatores 
---------- , não se
trata do único modelo
teórico. Outras
maneiras de
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Página 36 de 97
compreender a 
---------- são
complementares ao
modelo Big Five.
Ainda assim, cabe
ressaltar que análises
fatoriais de outras
teorias frequentemente
têm encontrado
soluções congruentes
com esse modelo.
Dessa forma,
reforçando-se a
importância do estudo
da personalidade para a
Psicologia, recomenda-
se a compreensão
desse modelo, por ser 
---------- , 
31/08/2022 08:29
Página 37 de 97
---------- , 
---------- e com
elevada ----------
empírica.
RESPOSTA
A sequência correta é:
Resumindo, embora haja vasta literatura científica relacionada ao modelo
dos cinco grandes fatores Big Five, não se trata do único modelo teórico.
Outras maneiras de compreender a personalidade são complementares
ao modelo Big Five.
Ainda assim, cabe ressaltar que análises fatoriais de outras teorias
frequentemente têm encontrado soluções congruentes com esse modelo.
Dessa forma, reforçando-se a importância do estudo da personalidade para
a Psicologia, recomenda-se a compreensão desse modelo, por ser
simples, parcimonioso, completo e com elevada sustentação empírica.
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Página 38 de 97
Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre teorias da
personalidade .
VERIFICANDO O APRENDIZADO
31/08/2022 08:29
Página 39 de 97
1. NA DÉCADA DE 1930, GORDON ALLPORT (1897-1967)
APRESENTA UMA HIPÓTESE NA QUAL AFIRMA QUE SE
ALGUMA COISA É RELEVANTE DENTRO DE NOSSA
PERSONALIDADE, ESSA COISA DE ALGUMA FORMA FOI
DECODIFICADA PELA LINGUAGEM. ESSA COMPREENSÃO
DIZ RESPEITO A:
A) Hipótese léxica
B) Imperativo categórico
C) Neuroticismo
D) Projetos psicomotores
E) Miocinética
2. SOBRE O INDICADOR DE TIPO DE PERSONALIDADEMYERS-BRIGGS (MBTI) PODEMOS AFIRMAR QUE:
I. O MBTI É FUNDAMENTADO NA TEORIA DA
PERSONALIDADE DO PSICANALISTA JUNG.
II. SEGUNDO JUNG, A ESTRUTURA PSÍQUICA DA
PERSONALIDADE APRESENTA-SE EM QUATRO
OPOSIÇÕES, QUE COMPREENDEM OITO
CARACTERÍSTICAS.
III. A PARTIR DO TRABALHO DE MYERS E BRIGGS, É
POSSÍVEL IDENTIFICAR DEZESSEIS TIPOS HUMANOS, NA
ANÁLISE DA PERSONALIDADE.
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ESTÁ(ÃO) CORRETA(S) A(S) AFIRMATIVA(S):
A) II somente
B) I e II
C) I e III
D) II e III
E) I somente
GABARITO
1. Na década de 1930, Gordon Allport (1897-1967) apresenta uma
hipótese na qual afirma que se alguma coisa é relevante dentro de
nossa personalidade, essa coisa de alguma forma foi decodificada
pela linguagem. Essa compreensão diz respeito a:
A alternativa "A " está correta.
Gordon Allport foi o primeiro a utilizar a linguagem como base para a
compreensão da personalidade. Por isso, essa compreensão é chamada
de hipótese léxica, visto que léxico se refere àquilo que é relativo às
palavras de determinado idioma ou área de conhecimento.
2. Sobre o indicador de tipo de personalidade Myers-Briggs (MBTI)
podemos afirmar que:
I. O MBTI é fundamentado na teoria da personalidade do psicanalista
Jung.
II. Segundo Jung, a estrutura psíquica da personalidade apresenta-se
em quatro oposições, que compreendem oito características.
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III. A partir do trabalho de Myers e Briggs, é possível identificar
dezesseis Tipos Humanos, na análise da personalidade.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A alternativa "C " está correta.
As quatro oposições, que compreendem oito características e que
determinarão os 16 Tipos Humanos do MBTI, foram desenvolvidas por
Myers e Briggs a partir da teoria da personalidade de Jung. Porém,
originalmente, ele só havia proposto três oposições (portanto, com seis
características) em seu modelo.
MÓDULO 2
! Reconhecer as condições e os processos de medição da
personalidade
MEDINDO A PERSONALIDADE
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Foto: Shutterstock.com
A avaliação psicológica, como conhecemos hoje, iniciou-se no início do
século XX com a avaliação de inteligência desenvolvida por Alfred Binet,
na França. Até a década de 1930, a avaliação psicológica baseava-se
somente em medidas de inteligência (PASQUALI, 2004). A partir de então,
quando se demonstrou que esses testes eram dependentes da cultura, o
entusiasmo com o estudo da inteligência perdeu força. Com isso, iniciou-se
o estudo da personalidade, baseado na teoria psicométrica desenvolvida
para os testes de inteligência.
ALFRED BINET (1857-1911)
Nasceu em Nice, França. Seu pai, um médico, e sua mãe, uma
artista, se divorciaram quando ele era jovem e Binet mudou-se para
Paris com a mãe. [...] Binet e seu colega Theodore Simon
desenvolveram uma série de testes destinados a avaliar as
habilidades mentais. Em vez de focar nas informações aprendidas,
como matemática e leitura, Binet concentrou-se em outras habilidades
mentais, como atenção e memória. A escala que desenvolveram ficou
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conhecida como Escala de Inteligência Binet-Simon.
Fonte: Cherry (2020a).
Diferentemente da inteligência, geralmente os itens de um teste de
personalidade não possuem questões certas e erradas. Os itens são
compostos de afirmativas, e o respondente irá avaliar o quanto condizem
com a realidade dele próprio. Um exemplo de afirmativa é “Gosto de dar o
melhor de mim em tudo o que faço”, extraída do Inventário Fatorial de
Personalidade-II (IFP-II).
O tipo de resposta mais usual são as escalas do tipo Likert (LIKERT, 1932).
No modelo tradicional, essas escalas têm cinco pontos, expressando
concordância ou discordância com uma sequência de afirmações.
Dois exemplos desse tipo de escala podem ser encontrados a seguir:
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
Discordo completamente
Discordo
Nem concordo nem discordo
Concordo
Concordo completamente
Nunca
Poucas vezes
Às vezes
Muitas vezes
Sempre
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! ATENÇÃO
Repare que a escala possui um ponto neutro central (em ambos os casos
na alternativa “c”). As duas alternativas extremas (representadas pelas
letras “a” e “e”) refletem níveis máximos. As alternativas “b” e “d”
representam algo intermediário entre o neutro e o extremo. É bastante
importante ressaltar que, obrigatoriamente, os dois pontos extremos são
exatamente o oposto um do outro, assim como os pontos intermediários.
O ponto central também deve ser obrigatoriamente neutro, não podendo
pender para nenhum dos lados da escala.
Foto: Shutterstock.com
Todos os itens representam comportamentos que o participante executa.
De acordo com a teoria psicométrica, esses comportamentos são uma
manifestação de traços latentes ou, nesse caso, o próprio traço de
personalidade.
Existem diversas maneiras de se fazer essa associação entre os itens e a
personalidade.
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Fonte: Rômulo Rosa
A primeira delas é somar os escores de todos os itens.
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Fonte: Rômulo Rosa
A segunda, muito parecida, é extrair a média aritmética de todos os itens
respondidos. Utilizar a média, entretanto, é útil para eliminar o viés de
pessoas que deixam respostas em branco. O resultado dessa conta é
entendido como a expressão do traço latente na personalidade.
MÉDIA ARITMÉTICA
Soma de todos os elementos dividida pelo número de elementos.
Ainda em comparação com as medidas de inteligência, as medidas de
personalidade também podem estimar o traço latente θ (theta ) utilizando
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conceitos da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Assim, todos os itens são
avaliados considerando-se seus parâmetros de dificuldade e discriminação.
A estimativa do valor de θ faz uma ponderação desses parâmetros com os
itens que o respondente endossou.
Enquanto em testes de inteligência avaliam-se acertos nos itens, em
personalidade avaliam-se o quanto os itens são endossados. De acordo
com Nunes et al . (2008), outra diferença é que na avaliação da
inteligência também se pode avaliar o acerto ao acaso (chute) dos itens.
Em personalidade isso não faz sentido, pois entende-se que todas as
pessoas leram o enunciado com atenção e responderam de maneira
sincera.
VALIDADE E PRECISÃO
Em Física, os instrumentos de medida devem ser calibrados. Todo o teste
psicológico, incluindo os de avaliação da personalidade, por serem
instrumentos de medida, também devem demonstrar ser calibrados. Em
Psicologia essa calibração é chamada de validade e precisão (PASQUALI,
2004).
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Foto: Shutterstock.com
A validade refere-se ao fato de sabermos se o teste está medindo aquilo
que se pretende. Isso não é óbvio. Em Física, não devemos nos preocupar
se um termômetro de fato está medindo a temperatura. Entretanto, em
Psicologia, é possível que os nossos testes não estejam medindo aquilo
que se deseja medir.
Um teste de personalidade que avalie a dimensão neuroticismo muito
facilmente, por exemplo, pode se desviar de seu caminho e medir
depressão, ansiedade, angústia — que são construtos correlatos. A
validade divide-se em três categorias:
VALIDADE DE CONSTRUTO
VALIDADE DE
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CRITÉRIO
VALIDADE DE CONTEÚDO
VALIDADE DE CONSTRUTO
A validade de construto pode ser considerada a principal validade que um
teste deve demonstrar. Isso porque refere-se diretamente ao conceito de
validade, ou seja, se o teste está medindo aquilo que pretende medir. Em
outras palavras, a validade de construto está avaliando se os itens desse
teste se referem ao traço latente e pode ser feita de diversas formas. Uma
delas é por meio da avaliação da consistência interna.
SAIBA MAIS SOBRE CONSISTÊNCIA
INTERNA
O princípio da consistência interna aponta que, se todos os itens estiverem
medindo a mesma coisa, no caso personalidade, todos os itens serãocorrelacionados entre si. A avaliação da convergência entre os itens,
portanto, é um forte indicador de validade de construto. Caso algum item
esteja divergindo dos demais, a recomendação é excluí-lo da escala.
A principal maneira de avaliar a validade de construto é por meio de
análise fatorial. Assim, de acordo com o modelo Big Five , cinco traços
latentes são necessários para explicar toda a estrutura da personalidade:
Extroversão;
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Amabilidade;
Conscienciosidade;
Neuroticismo;
Abertura para novas experiências.
Um teste de personalidade válido deve demonstrar que seus itens estão
medindo essas cinco facetas.
Outro tipo de validade de construto que deve ser demonstrado em testes de
personalidade e testes psicológicos em geral são as validades por
hipótese. Nesse tipo de validade, temos a validade convergente e a
validade divergente ou discriminante.
Essas validades são opostas. Veja:
Validade convergente
A validade convergente avalia se o teste é correlacionado com outra
avaliação do mesmo construto. Dessa maneira, a avaliação da extroversão
no teste dos cinco grandes fatores deve se correlacionar com a extroversão
em um teste no modelo MBTI, pois ambas as medidas se referem ao
mesmo traço latente.
'
Validade divergente
Com relação à validade divergente, trata-se de verificar se existe correlação
próxima de nula entre duas facetas que não devem se correlacionar. Por
exemplo, não é esperada nenhuma correlação entre amabilidade e
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inteligência. Logo, se um teste estiver medindo amabilidade, sua correlação
com inteligência deve ser próxima de zero, a fim de demonstrar a validade
divergente.
VALIDADE DE CRITÉRIO
A validade de critério trata da eficácia com a qual o teste é capaz de
predizer algum desempenho.
( EXEMPLO
No caso da conscienciosidade — que se trata de uma personalidade
associada ao trabalho e ao estudo —, é esperado que pessoas
conscienciosas tenham melhor desempenho na escola, faculdade ou no
local de trabalho (critério).
A validade de critério pode ser concorrente ou preditiva.
Validade concorrente
A diferença é que na validade concorrente o critério é avaliado
concomitantemente com o teste psicológico.
'
Validade preditiva
Na validade preditiva, o critério é avaliado após o teste psicológico.
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Entenda melhor abaixo:
Caso aplicássemos uma escala de conscienciosidade em alunos que estão
iniciando o semestre em alguma faculdade, é possível predizer que
pessoas mais conscienciosas terminarão o semestre com menor número
de faltas do que pessoas com baixa conscienciosidade, caso a escala
tenha validade preditiva.
Se essa escala fosse aplicada ao final do semestre, quando já se conhece
o número de faltas de cada aluno, continuaríamos esperando que pessoas
mais conscienciosas tivessem maior assiduidade (PASQUALI, 2004).
Entretanto, estaríamos avaliando aqui a validade concorrente.
Foto: Shutterstock.com
A validade de critério é especialmente importante no contexto
organizacional. Quando se avalia a personalidade para uma seleção de
pessoal, na prática, o que o psicólogo está tentando fazer é prever qual
daqueles candidatos ao emprego será o melhor funcionário para a empresa
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a partir de fatores de personalidade e outras características psicológicas.
Caso essa previsão tenha sido demonstrada em pesquisas anteriores
(FERREIRA; SANTOS, 2010), o trabalho do psicólogo na seleção de
pessoal adquire base científica e maior solidez em suas conclusões.
VALIDADE DE CONTEÚDO
O terceiro tipo de validade é a de conteúdo. Um teste apresenta validade
de conteúdo quando ele constitui uma amostra representativa de universo
finito de comportamentos (PASQUALI, 2004). Isso quer dizer que, dentre
todos os comportamentos relacionados à personalidade, um teste deve
pegar uma amostra de suas diferentes facetas.
Por exemplo, a dimensão neuroticismo pode ser compreendida em seis
facetas:
Ansiedade;
Hostilidade enfurecida;
Depressão;
Autoconsciência;
Impulsividade;
Vulnerabilidade.
Um teste de personalidade que avalie o neuroticismo deve distribuir seus
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itens de forma equitativa entre elas. Não teria validade de conteúdo uma
avaliação de neuroticismo focada em depressão e ansiedade, ignorando as
demais dimensões, por exemplo.
Assim, fica demonstrada a tríade da validade. Um teste que apresente
demonstrações empíricas de que atende a esses critérios garante muito
mais segurança ao psicólogo que o está utilizando. Entretanto, não basta
um teste demonstrar apenas que é válido. De nada adianta medir a
personalidade com validade se isso é feito de maneira imprecisa!
PRECISÃO
Foto: Shuttestock.com
Tal qual os instrumentos de medida físicos precisam demonstrar sua
precisão, esse atributo também é inerente a testes psicológicos. Não existe
nenhum instrumento de medida 100% preciso, em nenhuma área do
conhecimento. É verdade, entretanto, que a Psicologia e as demais
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ciências humanas trabalham com uma imprecisão maior do que as ciências
ditas exatas.
No caso dos testes psicológicos de personalidade que avaliam formas de
resposta com escalas do tipo Likert, a maneira mais utilizada para avaliar a
precisão de um teste é por meio do cálculo do coeficiente α (alfa) de
Cronbach (CRONBACH, 1951). Essa lógica é proveniente da ciência
física: se uma mesma pessoa subir em 20 balanças e obtiver 20 medidas
diferentes de seu peso, pode-se dizer que a medida é imprecisa.
Da mesma forma, se avaliarmos abertura a experiências de 20 maneiras
diferentes (20 de um teste psicológico), é esperado que tenhamos o mesmo
resultado, pois todos os itens estão medindo a mesma coisa (abertura, no
exemplo).
O erro de medida faz parte do cotidiano do psicometrista. Sempre que se
trabalha com medidas é importante ter em mente que existe erro. O erro é
um problema a ser evitado, pois impede a tomada correta de decisões.
Entretanto, toda medida tem erros e temos que conviver com isso.
% RECOMENDAÇÃO
Portanto, sempre que for utilizada uma medida de personalidade, avalie o
erro de medida e o interprete como uma restrição das suas conclusões.
Mesmo que utilize um instrumento com boas evidências científicas, as
conclusões podem estar erradas. Um sujeito que está no percentil 34 de
neuroticismo pode estar entre os percentis 31 e 37, por exemplo,
dependendo da margem de erro com a qual o teste trabalha.
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NORMATIZAÇÃO
Estimadas a validade e a precisão, o próximo passo é a normatização dos
escores. A palavra “normatização” remete à curva normal, que pode ser
uma das maneiras de normatizar.
Imagine que alguém tenha feito um teste de personalidade e seu escore
tenha sido 55 em extroversão. O que isso quer dizer? Essa pessoa é
introvertida ou extrovertida?
Simplesmente, não temos como responder apenas com esse dado. Por
isso, precisamos de normas. As normas nos permitem comparar esses
escores com o de outras pessoas.
Foto: Shutterstock.com
Em testes de personalidade é pouco comum o uso de normas de
desenvolvimento. A maneira mais usual é utilizarem-se normas intragrupo.
O primeiro tipo de norma intragrupo é o posto percentílico e o segundo é o
escore padrão (Z).
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POSTO PERCENTÍLICO
O posto percentílico indica o percentual de sujeitos que possuem um
escore menor do que o participante em questão.
( EXEMPLO
Se alguém está no percentil P70 em abertura para novas experiências,
significa que 70% das pessoas são menos abertas do que a pessoa que
está sendo avaliada. Consequentemente, 30% serão mais abertas do que
essa pessoa.
É importante saber que ao percentil P50 (valor em que metade das
pessoas tem menor abertura e a outra metade tem maior abertura do que o
sujeito avaliado) é dado o nome mediana.
Ainda sobre posto percentílico, também é necessário conhecersobre os
quartis. Confira:
PRIMEIRO QUARTIL (Q1)
SEGUNDO QUARTIL (Q2)
TERCEIRO QUARTIL (Q3)
QUARTO QUARTIL (Q4)
PRIMEIRO QUARTIL (Q1)
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Ao grupo de pessoas entre os que têm menor escore (P0) e os que estão
até o percentil P25 é dado o nome de primeiro quartil (Q1).
SEGUNDO QUARTIL (Q2)
Os próximos 25% das pessoas (entre P25 e P50) são o segundo quartil
(Q2).
TERCEIRO QUARTIL (Q3)
O terceiro está entre P50 e P75.
QUARTO QUARTIL (Q4)
O quarto está entre P75 e P100.
Essa divisão das amostras de pesquisa em grupos a partir de postos
percentílicos permite, por exemplo, fazer comparações entre as pessoas
mais abertas (4Q) e as menos abertas (1Q).
ESCORE PADRÃO (Z)
O escore padrão (Z) representa o quanto cada sujeito se afasta da média
em unidades de desvio-padrão.
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Desvio-padrão é uma medida de dispersão dos dados, ou seja, indica o
quanto um conjunto de dados é uniforme.
( EXEMPLO
Assim, se um sujeito estiver a um desvio-padrão acima da média, seu
escore padrão (Z) será = +1. Se um sujeito estiver dois desvios-padrões
abaixo da média, seu escore Z será = -1. Caso ele esteja na média,
teremos Z = 0.
Desse modo, se alguém estiver um escore padrão acima da média (Z = +1)
de amabilidade, pode-se dizer que essa pessoa tem esse traço de
personalidade bastante presente dentro de si.
Escores padrões também facilitam a comunicação entre profissionais e
pesquisadores. Com eles, todos trabalham a mesma unidade de medida
(desvio-padrão), independentemente da escala utilizada.
Em distribuições perfeitamente normais, que não ocorrem na prática, mas
servem de parâmetro para a maioria das situações, pode-se observar que a
distância entre os escores Z é sempre a mesma, como pode ser observado
na Figura:
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Imagem: Sergio de Giacomo
" Figura: Distância entre postos percentílicos e escores Z em uma
distribuição normal.
Entretanto, repare que os postos percentílicos têm distâncias maiores nas
duas pontas da curva e distâncias menores no centro. Isso ocorre porque
existe maior concentração de pessoas no meio do que nas extremidades
de uma curva normal. Entre Z = -1 e Z = +1, temos mais de dois terços das
pessoas (68,26%). Acima de três desvios-padrões acima da média (Z > +3)
temos apenas 0,13% das pessoas.
VAMOS REVER O QUE
APRENDEMOS?
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PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES
COM AS PALAVRAS DO QUADRO.
ciência
fenômenos
psicológicos
personalidade
psicometria
Dessa maneira, ficam
explicitados todos os
processos científicos
para a medida da 
---------- . De todas
as coisas que podem
ser medidas no
universo, é possível que
os ---------- sejam
os mais difíceis de
mensurar. Felizmente, a
---------- vem
avançando na solução
desse problema e
aprimorando
tecnologias para a
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medida da
personalidade, o que
representa um avanço
para a ----------
psicológica como um
todo.
RESPOSTA
A sequência correta é:
Dessa maneira, ficam explicitados todos os processos científicos para a
medida da personalidade. De todas as coisas que podem ser medidas no
universo, é possível que os fenômenos psicológicos sejam os mais
difíceis de mensurar. Felizmente, a psicometria vem avançando na
solução desse problema e aprimorando tecnologias para a medida da
personalidade, o que representa um avanço para a ciência psicológica
como um todo.
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Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre
normatização .
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. QUAL TIPO DE VALIDADE REFERE-SE À CAPACIDADE
DE UM TESTE EM PREDIZER COMPORTAMENTOS
FUTUROS?
A) Construto
B) Critério
C) Conteúdo
D) Convergente
E) Clínica
2. SUPONHAMOS QUE, EM UM CONCURSO PÚBLICO,
CHRISTIANE ACERTE 18 QUESTÕES EM UMA PROVA DE
25 QUESTÕES, CUJA MÉDIA DE ACERTOS FOI 15 E
DESVIO-PADRÃO DE DUAS QUESTÕES. QUAL FOI O
ESCORE PADRÃO (Z) DE CHRISTIANE?
A) -1,0
B) 0
C) +1,0
D) +1,5
E) + 2,0
GABARITO
1. Qual tipo de validade refere-se à capacidade de um teste em
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predizer comportamentos futuros?
A alternativa "B " está correta.
A validade de critério estabelece se um teste consegue predizer
comportamentos. Mais especificamente, a validade preditiva (um subtipo de
validade de critério) é o tipo de validade que faz essa predição testando a
hipótese da ocorrência de um comportamento futuro.
2. Suponhamos que, em um concurso público, Christiane acerte 18
questões em uma prova de 25 questões, cuja média de acertos foi 15 e
desvio-padrão de duas questões. Qual foi o escore padrão (Z) de
Christiane?
A alternativa "D " está correta.
Basta aplicar a fórmula Z = (X-M)/DP, em que Z é o escore padrão, X é o
escore do sujeito (18), M é a média geral, e DP é o desvio-padrão. Caso
não queira aplicar uma fórmula, pode-se usar a lógica. Basta fazer a
pergunta “quantos desvios padrões Christiane está acima da média?” Note
que o número total de questões da prova é indiferente para a resolução do
exercício.
MÓDULO 3
! Identificar os testes psicométricos e projetivos na avaliação da
personalidade
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ESCALAS PSICOMÉTRICAS
Foto: Shutterstock.com
Antes de iniciar a temática central deste módulo deve-se salientar que, de
acordo com o código de ética profissional do psicólogo, a avaliação
psicológica é uma atividade privativa do psicólogo (CONSELHO FEDERAL
DE PSICOLOGIA, 2005). Portanto, as descrições de testes psicológicos
somente devem ser lidas por psicólogos ou estudantes da área.
! ATENÇÃO
Este conteúdo não pode ser acessado por estudantes de outra área, bem
como por parentes e amigos. O compartilhamento de informações sobre os
testes constitui uma falta ética grave. A ciência para construção de um teste
psicológico, como pode-se supor a partir das discussões do módulo 2, é
cara, demorada e dispendiosa, envolvendo estudos de larga escala e com
base em constructos teóricos relevantes.
Todo esse esforço é inútil se o teste for compartilhado e não considerar
toda a ciência envolvida, podendo banalizar os estudos sobre o
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comportamento humano. A manutenção de sigilo e rigor na utilização de
testes psicológicos é algo que fortalece a profissão de psicólogo.
Para ter condições de uso, um teste psicológico deve demostrar evidências
empíricas de bom funcionamento. Essas evidências são compiladas em um
manual e analisadas pela comissão consultiva em Avaliação Psicológica,
que recorre a pareceristas ad hoc para sua avaliação. Somente poderão
ser utilizados testes psicológicos (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2020) que constem como favoráveis em uma lista
organizada pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI
(disponível para consulta no site da instituição). A única exceção a essa
regra é o uso para finalidade de pesquisa, que não depende de
reconhecimento do SATEPSI.
AD HOC
A expressão latina ad hoc significa em sua tradução literal “para isto”
ou “para esta finalidade” e no meio acadêmico o revisor ad hoc é
aquele que realiza a revisão de um estudo científico submetido para
publicação em um periódico sem, contudo, participar como membro
permanente do corpo editorial ou de revisores. Como algumas vezes
os pedidos de parecer não são respondidos ou atrasam, seja por
qualquer alteração de contato do revisor, pela sua dificuldade ou
mesmo impossibilidade de emitir seu parecer em tempo hábil, o
trabalho do revisor ad hoc tem sido extremamente valioso.
Fonte: Garcia (2014).
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! ATENÇÃO
Essas diretrizes foram previstas na resolução 002/2003 (CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2003) e corroboradas pela resolução
009/2018 (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2018).
Dito isso, passemos à parte das possíveis classificações feitas entre testes
psicológicos, quando diversas divisões são plausíveis.
Se pensarmoscom relação à forma de resposta, ela pode ser:
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VERBAL
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MOTORA
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EM LÁPIS E PAPEL
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Foto: Shutterstock.com
VIA COMPUTADOR
Podemos classificar os testes de acordo com o construto que estão
medindo. Nesse caso, teríamos uma infinidade de divisões, pois são muitos
os construtos que a Psicologia avalia.
Alguns exemplos são (PASQUALI, 2020):
Inteligência;
Psicomotricidade;
Atenção;
Depressão;
Ansiedade;
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Habilidades sociais;
Personalidade — nosso tema de interesse.
A maneira mais comum de dividir testes psicológicos é separá-los em
psicométricos x projetivos. Os psicométricos têm base na teoria da medida.
São tarefas objetivas e padronizadas ao máximo. Técnicas projetivas, por
outro lado, não possuem padronização, dando mais liberdade ao
respondente e ao aplicador para desvendar novos caminhos durante a
avaliação psicológica.
Enquanto técnicas psicométricas focam a quantificação, técnicas projetivas
baseiam-se em descrições linguísticas. De maneira poética, Pasquali
(2004) compara o trabalho do psicometrista com o trabalho do fotógrafo,
enquanto o trabalho do aplicador de testes projetivos é comparado com o
trabalho do artista.
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FOTOGRAFIA
Tal e qual a fotografia, a medida psicométrica é tirada rapidamente e possui
precisão e fidelidade próximas da realidade.
" Foto: Pixabay
ARTE
Por outro lado, a arte é mais livre, demorada, e com grande riqueza de
detalhes, fazendo seus admiradores ficarem por horas na frente de uma
obra, tal e qual o que vemos em testes projetivos.
" Foto: Pixabay
Muitos psicólogos se especializam em técnicas psicométricas ou em
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projetivas. Isso cria uma aparente rivalidade sobre qual é a melhor técnica.
Por meio de avaliações que associem as vantagens de técnicas
psicométricas e projetivas, é possível fazer um processo psicodiagnóstico
muito mais confiável. O ideal é a realização de avaliações que apresentem
a profundidade de técnicas projetivas amparadas por confiabilidade e
precisão de técnicas psicométricas.
! ATENÇÃO
As técnicas psicométricas demandam análise qualitativa de seus
resultados, relacionada ao objetivo pelo qual foi utilizada.
A seguir, serão apresentados, inicialmente, alguns exemplos de testes
psicométricos e, posteriormente, de testes projetivos de personalidade.
TESTES PSICOMÉTRICOS
Foto: Shutterstock.com
Confira abaixo os testes psicométricos.
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INVENTÁRIO DE CINCO FATORES NEO
REVISADO
O inventário NEO é o instrumento de personalidade mais utilizado em nível
internacional (MCCRAE, 2002). Ele possui duas versões: uma versão
completa (NEO-PI-R) e uma versão abreviada (NEO FFI-R). O NEO-PI-R
possui 240 questões e seu tempo de aplicação é estimado de 40 a 60
minutos. Já o NEO FFI-R possui apenas 60 questões e seu tempo de
aplicação gira em torno de 10 a 15 minutos.
Como já vimos, os cinco fatores são:
1. Neuroticismo;
2. Extroversão;
3. Abertura;
4. Amabilidade;
5. Conscienciosidade.
Cada fator ou domínio é representado por seis facetas, totalizando um
conjunto de 30:
! Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
Neuroticismo
N1: Ansiedade
N2: Raiva/Hostilidade
N3: Depressão
N4: Embaraço/Constrangimento
N5: Impulsividade
N6: Vulnerabilidade
E1: Acolhimento
E2: Gregarismo
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Extroversão
E3: Assertividade
E4: Atividade
E5: Busca de sensações
E6: Emoções positivas
Abertura
O1: Fantasia
O2: Estética
O3: Sentimentos
O4: Ações variadas
O5: Ideias
O6: Valores
Amabilidade
A1: Confiança
A2: Franqueza
A3: Altruísmo
A4: Complacência
A5: Modéstia
A6: Sensibilidade
Conscienciosidade
C1: Competência
C2: Ordem
C3: Senso do Dever
C4: Esforço por realizações
C5: Autodisciplina
C6: Ponderação
) Cinco Fatores NEO Revisado. Fonte: Autor.
Tabela: Vicente Cassepp-Borges.
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Cabe salientar que o NEO FII-R desconsidera as facetas, sendo um teste
de avaliação apenas dos cinco grandes fatores de personalidade.
BATERIA FATORIAL DE PERSONALIDADE
A Bateria Fatorial de Personalidade é um extenso instrumento baseado na
teoria dos cinco grandes fatores de personalidade (NUNES; HUTZ;
NUNES, 2010). Trata-se de uma escala com 126 itens, cuja aplicação dura
em torno de 30 minutos, e deve ser respondido em uma escala tipo Likert
de 1 a 7. As escalas possuem algumas subdivisões. A saber:
Extroversão (E1 Comunicação / E2 Altivez / E3 Dinamismo / E4
Interações Sociais);
Socialização (S1 Amabilidade / S2 Pro-sociabilidade / S3 Confiança
nas pessoas);
Realização (R1 Competência / R2 Ponderação / R3 Empenho);
Neuroticismo (N1 Vulnerabilidade/ N2 Instabilidade/ N3 Passividade /
N4 Depressão);
Abertura (A1 Abertura a ideias /A2 Liberalismo / A3 Busca por
novidade).
A Bateria Fatorial de Personalidade unificou outros testes que continuam
sendo comercializados no mercado de testes psicológicos, como a Escala
Fatorial de Extroversão (EFex), a Escala Fatorial de Socialização (EFS) e a
Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN).
INVENTÁRIO FATORIAL DE
PERSONALIDADE (IFP)
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O Inventário Fatorial de Personalidade (LEME; RABELO; ALVES, 2013) é
de autoria de Luiz Pasquali e atualmente se encontra em sua 2ª versão, o
IFP-II. Foi baseado na teoria das necessidades básicas, de Henry Murray.
O IFP baseia-se em um modelo complexo, com 13 fatores de
personalidade. Possui 100 itens que devem ser respondidos dentro de uma
escala tipo Likert, de 1 a 7. A versão anterior do IFP (PASQUALI;
AZEVEDO; GHESTI, 1997) era um teste bastante utilizado na Psicologia
brasileira, mas enfrentou algumas polêmicas principalmente em função de
um fator denominado heterossexualidade, considerado homofóbico por
alguns ativistas dos direitos humanos (COSTA; NARDI, 2013).
O inventário possui duas tabelas normativas separadas: uma para homens
e outra para mulheres. Assim, sua correção depende do sexo da pessoa
avaliada. As tabelas normativas consideram ainda a idade. Esse fator não
foi retirado na atual versão. Os fatores podem ser agrupados dentro de
fatores de segunda ordem. Portanto, a estrutura do IFP é a que segue:
Necessidades afetivas: assistência, intracepção, afago, deferência,
afiliação e mudança;
Necessidades de organização: ordem, persistência e desempenho;
Necessidade de controle e oposição: dominância, exibição, autonomia
e agressão.
QUATI - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
TIPOLÓGICA
O questionário de avaliação tipológica é o primeiro teste do Brasil a avaliar
os tipos psicológicos, utilizado em processos seletivos e/ou com ênfase em
desenvolvimento de equipes (ZACHARIAS, 2003). É baseado na teoria de
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Carl Gustav Jung e apresenta seis situações cotidianas, com
aproximadamente 15 pares de afirmações, entre as quais o avaliado
escolhe as que julga mais se aproximarem de seu comportamento. Os
sujeitos são avaliados dentro dos aspectos:
Extroversão versus Introversão;
Sensação versus Intuição;
Pensamento versus Sentimento.
LUIZ PASQUALI
Nasceu em Gaurama, interior do Rio Grande do Sul. Foi o segundo
filho dentre catorze (nove irmãos e quatro irmãs). Atualmente, reside
em Brasília, cidade que o acolheu em meados dos anos 1970.
Foto: Lins (2018).
HENRY MURRAY (1893-1988)
Nasceu em Nova York. Completou seus estudos de graduação em
História em Harvard, em 1915. Mais de uma década depois, com
graduação em Medicina e Biologia pela Universidade de Columbia,
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um Ph.D. em Bioquímica da Universidade de Cambridge e ampla
compreensão do método de psicanálise de Carl Jung, Murray seria
ideal para dirigir a Harvard Psychological Clinic. Foi seu diretor de
1928 a 1937.
Foto: Harvard University (2021b).
INTRACEPÇÃO
SegundoSantos e Nascimento (2012, p. 167), “pessoas com escores
elevados nesse fator deixam-se conduzir por sentimentos e
inclinações difusas e por julgamentos subjetivos; buscam a felicidade
pela fantasia e imaginação”.
TESTES PROJETIVOS
Foto: Shutterstock.com
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Confira abaixo os testes projetivos.
RORSCHACH/ZULLIGER
Ambos são testes que apresentam borrões de tinta simétricos, alguns
coloridos, alguns monocromáticos e outros em duas cores. Nesses testes,
é solicitado que o avaliado diga o que visualiza nas imagens. O teste
Rorschach é o mais antigo, tendo sua origem na década de 1920. Ele
possui 10 pranchas, que são exatamente as mesmas desde a sua criação.
Embora seja um teste de caráter projetivo, sua correção pode ser feita de
variadas formas. Na mais difundida delas, o sistema Exner, as respostas
são codificadas dentro de uma complexa cadeia de códigos (EXNER;
SENDÍN, 1999). Outros sistemas de correção bastante difundidos no Brasil
são KLOPFER e R-PAS (KLOPFER, 1954; VIGLIONE et al ., 2012).
O Zulliger surgiu posteriormente como um método abreviado do Rorschach,
com apenas três pranchas (FERREIRA; VILLEMOR-AMARAL, 2005). Outra
adaptação é a possibilidade de o teste Zulliger ser projetado em uma
parede para a aplicação coletiva, enquanto o Rorschach deve ter suas
pranchas apresentadas ao respondente de maneira individual. A diminuição
do número de pranchas também abrevia a correção, embora diminua o
volume de informações sobre o avaliado.
TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA (TAT)
O Teste de Apercepção Temática é composto por 31 pranchas em preto e
branco contendo imagens (MURRAY, 1964). O objetivo é que o avaliado
crie uma história com início, meio e fim a partir do estímulo da prancha.
Algumas pranchas são exclusivas para homens, outras para mulheres e
algumas para pessoas mais jovens. Também existem pranchas comuns a
todas as pessoas.
As pranchas são reproduções de obras de artistas famosos da época em
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que foi criado — década de 1930 (PARADA; BARBIERI, 2011; SCADUTO;
BARBIERI, 2013). Destaca-se ainda a presença de uma prancha em
branco para o avaliado criar a sua própria história.
Baseado no TAT, foram criadas versões infantis para o teste, chamadas de
CAT (Children's Apperception Test - Teste de Apercepção Infantil). O CAT
também consiste em um teste com pranchas contendo figuras para ser
contada uma história. No entanto, os desenhos são infantilizados.
Ele possui duas versões: O CAT-A e o CAT-H. A diferença é que o CAT-A
apresenta figuras de animais, enquanto o CAT-H traz desenhos de
humanos. É esperado que as histórias evocadas pelo CAT-A e o CAT-H
sejam as mesmas. Entretanto, as versões infantis ainda necessitam de
maiores evidências empíricas sobre seu funcionamento no Brasil, ainda
que estejam aprovadas pelo SATEPSI (SCHELINI; BENCZIK, 2010).
PALOGRÁFICO
Um teste bastante utilizado para avaliação da personalidade é o teste
palográfico, que consiste em uma folha branca com três traços verticais
desenhados (palos). A tarefa é pedir aos sujeitos avaliados para
reproduzirem os mesmos traços da maneira mais rápida possível. A
personalidade é avaliada a partir de diversos aspectos no desenho desses
traços, como distância entre eles, inclinação, velocidade com que foram
feitos, entre outros aspectos. A padronização do teste requer que os palos
sejam feitos obrigatoriamente com lápis número 2, bem apontado.
Tradicionalmente, a correção do palográfico é dispendiosa e necessita de
acessórios como régua e transferidor. Entretanto, hoje em dia, a correção
do palográfico já pode ser feita a partir de um sistema informatizado
chamado SKIP, que realiza todos os cálculos quantitativos sobre os palos
desenhados automaticamente, a partir de um scanner. A avaliação
qualitativa do teste, entretanto, ainda necessita do olhar humano de um
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psicólogo.
FIGURA HUMANA/HTP
O Desenho da Figura Humana é um teste clássico dentro da Psicologia
(FERNANDES, 2006). A tarefa consiste em desenhar uma pessoa em uma
folha branca. Com base na teoria da projeção, pode-se afirmar que esse
desenho reflete a própria pessoa. Uma das grandes vantagens dessa
técnica está em seu baixo custo, uma vez que são necessários somente
uma folha em branco e um lápis apontado.
Cabe ressaltar que o desenho é sempre feito a lápis, e não é permitido o
uso de borracha. Além da personalidade, foram encontradas algumas
correlações do desenho da figura humana com a inteligência (FLORES-
MENDOZA et al ., 2010).
Esse teste possui algumas variações, como o HTP (House-Tree-Person ),
que propõe o desenho de uma casa, uma árvore e uma pessoa. Outra
variante é o desenho da figura humana na chuva. Nesse caso, a chuva
representa os problemas que a pessoa enfrenta.
PSICODIAGNÓSTICO MIOCINÉTICO
O psicodiagnóstico miocinético (PMK) é um teste cuja tarefa está em fazer
desenhos como zigue-zagues, escadas e círculos em uma mesa especial
para isso. A mesa possui regulagem para que possa ficar tanto na posição
horizontal quanto na vertical. Além disso, a mesa possui um anteparo para
que o sujeito avaliado não veja o seu desenho quando o realiza.
A grande vantagem do PMK é que, mesmo que a pessoa conheça as suas
interpretações, ela não conseguirá desempenhar a tarefa de maneira a
ludibriar o teste. Entretanto, existem algumas evidências de validade
negativas para o PMK. Descobriu-se que ele não é capaz de diferenciar
grupos de critérios com transtornos de personalidade (VASCONCELOS;
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NASCIMENTO; SAMPAIO, 2011). Mesmo assim, o PMK ainda hoje é
considerado apto para o uso dos psicólogos.
VAMOS REVER O QUE
APRENDEMOS?
PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES
COM AS PALAVRAS DO QUADRO.
qualidade
SATEPSI
técnica
testes
psicológicos
Este foi um apanhado a
respeito das principais
técnicas para avaliação
da personalidade.
Muitas outras estão
disponíveis.
Recomenda-se sempre
a consulta de listas de 
----------
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aprovados para uso
pelo ---------- ,
para saber se é possível
usar o material
pretendido, ou mesmo
descobrir novos
lançamentos na área.
Conhecer os manuais e
as propriedades
psicométricas dos testes
também ajuda na
escolha da melhor 
---------- para
fazer a avaliação. Por
fim, o conhecimento
teórico sobre
personalidade,
proporcionado neste
tema, também é crucial
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para uma avaliação
psicológica de 
---------- .
RESPOSTA
A sequência correta é:
Este foi um apanhado a respeito das principais técnicas para avaliação da
personalidade. Muitas outras estão disponíveis. Recomenda-se sempre a
consulta de listas de testes psicológicos aprovados para uso pelo
SATEPSI, para saber se é possível usar o material pretendido, ou mesmo
descobrir novos lançamentos na área.
Conhecer os manuais e as propriedades psicométricas dos testes também
ajuda na escolha da melhor técnica para fazer a avaliação. Por fim, o
conhecimento teórico sobre personalidade, proporcionado neste tema,
também é crucial para uma avaliação psicológica de qualidade.
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Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre testes na
avaliação da personalidade .
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. (FUNDATEC - PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDA ALTA
- PR - PSICÓLOGO - 2019).
QUAL DESTES TESTES O EXAMINANDO DEVE,
OBRIGATORIAMENTE, REALIZAR A LÁPIS, E NÃO À
CANETA?
A) Rorschach.
B) Palográfico.
C) Zulliger.
D) Teste de Atenção Concentrada TEACO-FF.
E) Teste Pictórico de Memória TEPIC-M.
2. (VUNESP - EBSERH - PSICÓLOGO - ÁREA HOSPITALAR
- 2020).
UM PSICÓLOGO É SOLICITADO A AVALIAR A
POSSIBILIDADE DE IDEAÇÃO SUICIDA EM UM PACIENTE
INTERNADO POR RECIDIVA DE CÂNCER. ELE OPTA POR
APLICAR A ESCALA BECK DE DESESPERANÇA (BHS) E A
ESCALA BECK DE IDEAÇÃO SUICIDA (BSI), POR
CONSIDERÁ-LAS ADEQUADAS AO DEBILITADO ESTADO
FÍSICO E ÀSDIFICULDADES NA EXPRESSÃO ORAL
DECORRENTES DA DOENÇA DO PACIENTE. PORÉM, AO
CONSULTAR A LISTA DE TESTES APROVADOS PELO
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SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS
(SATEPSI), OBSERVA QUE AMBOS ESTÃO NA LISTA DE
TESTES DESFAVORÁVEIS, PORQUE OS ESTUDOS
NORMATIVOS VENCERAM EM 2018.
NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, O PSICÓLOGO:
A) Poderá aplicar esses instrumentos, uma vez que já obtiveram parecer
favorável no passado recente.
B) Incorrerá em violação do código de ética profissional se usar
instrumentos não aprovados pelo SATEPSI.
C) Terá a aplicação das escalas justificada pela urgência e pelas
especificidades do caso em questão.
D) Deverá solicitar que um profissional não psicólogo da equipe se
responsabilize pela aplicação das escalas.
E) Terá o uso dessas escalas amparado na ampla literatura internacional
que evidencia sua validade.
GABARITO
1. (FUNDATEC - Prefeitura Municipal de Ronda Alta - PR - Psicólogo -
2019).
Qual destes testes o examinando deve, obrigatoriamente, realizar a
lápis, e não à caneta?
A alternativa "B " está correta.
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Por ser um teste no qual alguns aspectos são avaliados, como a pressão
exercida no traçado, o palográfico foi padronizado com a resposta realizada
em lápis número 2, apontado. A resposta ao Rorschach é oral. O Zulliger
pode ter a resposta oral ou geralmente a caneta para aplicações coletivas.
Os outros testes podem ser preenchidos à lápis ou caneta.
2. (VUNESP - EBSERH - Psicólogo - Área Hospitalar - 2020).
Um psicólogo é solicitado a avaliar a possibilidade de ideação suicida
em um paciente internado por recidiva de câncer. Ele opta por aplicar
a Escala Beck de Desesperança (BHS) e a Escala Beck de Ideação
Suicida (BSI), por considerá-las adequadas ao debilitado estado físico
e às dificuldades na expressão oral decorrentes da doença do
paciente. Porém, ao consultar a lista de testes aprovados pelo Sistema
de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), observa que ambos
estão na lista de testes desfavoráveis, porque os estudos normativos
venceram em 2018.
Nessas circunstâncias, o psicólogo:
A alternativa "B " está correta.
A utilização de testes não aprovados pelo SATEPSI é considerada uma
falta de ética, independentemente das motivações para fazer isso. A única
exceção é para a utilização em pesquisa.
CONCLUSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos sobre a personalidade e as maneiras de avaliá-la, de acordo
com a ciência psicológica. É muito importante o aprofundamento na teoria
dos cinco grandes fatores de personalidade (Big Five ), pois trata-se de um
modelo simples, parcimonioso, com sólidas evidências científicas e que
explica bastante sobre a personalidade humana.
Vimos os critérios psicométricos que devem ser atendidos para uma
medida de personalidade demonstrar validade e precisão. Por fim,
conhecemos as principais técnicas psicométricas e projetivas para
avaliação da personalidade.
A personalidade é uma temática muito importante para os estudos de
Psicologia. Dentre as diversas temáticas que são possíveis de serem
exploradas, a personalidade desempenha um forte papel na estrutura da
mente humana. Quaisquer fenômenos psicológicos devem ser analisados
sob a lente da personalidade. A compreensão das interações humanas
deve considerar a personalidade das pessoas envolvidas.
Um bom psicólogo deve ter um profundo conhecimento teórico sobre
personalidade e as maneiras de avaliá-la.
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AVALIAÇÃO DO TEMA:
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ZACHARIAS, J. J. M. QUATI-Questionário de Avaliação Tipológica
(Versão II-rev. e ampl.). São Paulo: Vetor, 2003.
EXPLORE+
Confira as indicações a seguir:
Canal GATE UFF: canal no YouTube do autor do Grupo de Estudos
em Avaliação Terapia e Emoções, coordenado pelo autor deste tema
(Prof. Dr. Vicente Cassepp-Borges). Diversos vídeos abordam as
temáticas apresentadas neste tema, principalmente as do módulo 2.
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Página 96 de 97
Mesa PMK Psicodiagnóstico Miocinético Profissional: assista ao
vídeo no YouTube sobre a construção da mesa do PMK.
Teste de Personalidade, modelo MBTI: avalie sua personalidade de
maneira sucinta por meio do site do Inspiira .
Leia os seguintes artigos:
O desenvolvimento de marcadores para a avaliação da
personalidade no modelo dos cinco grandes fatores , de HUTZ,
C. S. et al . Provavelmente, o primeiro artigo científico do Brasil sobre
a teoria dos cinco grandes fatores de personalidade. Traz uma
explicação muito didática sobre o assunto.
Testes psicológicos e técnicas projetivas: uma integração para
um desenvolvimento da interação interpretativa indivíduo-
psicólogo , de FORMIGA, N.; MELLO, I. Esse artigo aprofunda a
discussão sobre testes psicométricos x projetivos.
CONTEUDISTA
Vicente Cassepp-Borges
* CURRÍCULO LATTES
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Página 97 de 97

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